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ESTUDO DAS PAISAGENS SONORAS DE DOIS PARQUES PÚBLICOS DA CIDADE DE BELÉM COMO CONTRIBUTO PARA A QUALIDADE SONORA URBANA

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XXIII ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ACÚSTICA

SALVADOR-BA, 18 A 21 DE MAIO DE 2010

ESTUDO DAS PAISAGENS SONORAS DE DOIS PARQUES PÚBLICOS

DA CIDADE DE BELÉM COMO CONTRIBUTO PARA A QUALIDADE

SONORA URBANA

LOBO SOARES, A. C.1; BENTO COELHO, J. L.2

(1) Museu Paraense Emílio Goeldi; Belém, Brasil lobosoares@hotmail.com

(2) CAPS, Instituto Superior Técnico, UTL, Lisboa, Portugal bcoelho@ist.utl.pt

RESUMO

As paisagens sonoras em cidades são variadas e constituídas, essencialmente, por ruído de transporte, em especial de tráfego rodoviário. Atualmente, em grandes cidades de todo o mundo observa-se a conservação ou estabelecimento de espaços tranquilos, espaços de lazer sossegados em oposição aos lugares geralmente agitados e ruidosos da cidade. Belém é uma cidade do Norte do Brasil, com um clima agradável durante todo o ano, onde os níveis sonoros do trânsito são elevados, devido à circulação de veículos ligeiros, pesados e ônibus. Dois parques relativamente grandes destacam-se na cidade: o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi e a Praça Batista Campos, que se apresentam como visualmente agradáveis e com elementos naturais significativos, plantas, animais e fontes sonoras, que contribuem para a paisagem sonora local. Estes espaços são procurados pelas populações locais para lazer e descanso e como escape para o bulício urbano. A qualidade das suas paisagens sonoras deve, por isso, ser preservada e melhorada. Foi realizado um extenso estudo acústico destes parques, com medição dos níveis sonoros e caminhadas (soundwalks) para identificação e hierarquização da percepção das diferentes contribuições para o ambiente sonoro. Apresenta-se uma análise comparativa, tomando em conta a sua localização na malha urbana e a espectativa dos usuários. As conclusões permitiram desenhar um conjunto de recomendações para preservar e melhorar a tranquilidade destes parques urbanos.

ABSTRACT

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1. INTRODUÇÃO

O ruído faz parte da paisagem sonora das cidades. No entanto, tem de ser gerido no sentido da não interferência com os usos e atividades sensíveis. Segundo Bento Coelho (2004) as pessoas são incomodadas pelo ruído nas suas atividades de forma relativamente idêntica em todos os países e as expectativas de qualidade de vida incorporam sempre a qualidade do ambiente, notoriamente o sonoro, onde vivem.

O estudo da Paisagem Sonora iniciou-se no final da década de 1960, liderado pelo músico e compositor canadense Murray Schafer, que definiu esta como sendo a composição de todos os sons presentes em uma determinada área ou região, constituídos pela soma do nível sonoro medido; com a percepção do ambiente sonoro pelas pessoas; mais o levantamento de sons desagradáveis e agradáveis; e fatores espaciais.

Na cidade de Belém, encontram-se zonas com ruído elevado devido ao trânsito rodoviário, a obras de construção, a atividades de entretenimento ou outras. Os jardins e parques urbanos representam, pelas suas características, locais de lazer e relaxamento, onde, no entanto, nem sempre se observa a desejada tranquilidade. Segundo a Norma Brasileira de Ruído (NBR– 10151), emitida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para áreas mistas, predominantemente residenciais onde a maioria dos Parques Públicos Urbanos de Belém estão inseridos, a variação de níveis de pressão sonora deveria situar-se na faixa de 55 dB(A) no período diurno e 50 dB(A) no período noturno.

O presente trabalho apresenta uma análise comparativa das paisagens sonoras de dois parques públicos urbanos, o Parque Zoobotânico - PZB do Museu Paraense Emílio Goeldi e a Praça Batista Campos - PBC, localizados na cidade de Belém, na Amazônia Oriental Brasileira. A escolha do PZB e da PBC se deve ao interesse dos autores pelo estudo dos impactos da urbanização sobre os parques públicos, em particular, a produção de ruído em ambiente onde acorrem muitas pessoas em busca de tranqüilidade e lazer.

Moraes e Lara (2004) identificaram a área de inserção do PZB do Museu Goeldi como uma das áreas de ruído mais intenso da cidade de Belém, tendo medido, no seu entorno, valores de níveis sonoros entre 70 e 80 dB(A). Estas mesmas autoras registraram no bairro de Batista Campos níveis sonoros entre 55 e 80 dB(A). Tráta-se de um bairro predominantemente residencial, onde se localiza a Praça Batista Campos, um dos importantes testemunhos da belle epoque em Belém. Em ambos os casos, tanto no entorno do PZB como da PBC, os níveis sonoros estão muito acima dos valores considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela normativa brasileira vigente, NBR 10151.

A análise comparada dos resultados poderá contribuir para o aprimoramento das metodologias de análise da paisagem sonora, auxiliando na melhoria das condições de uso de espaços importantes para a coletividade de uma cidade, como são os parques públicos urbanos. Entende-se, ainda, como importante a realização de estudos voltados à melhoria da Paisagem Sonora Urbana para o desenvolvimento ambiental das cidades brasileiras.

2. METODOLOGIA

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A análise da Documentação Indireta incidiu no estudo do estado da arte sobre a paisagem sonora urbana e da situação no Brasil. Poucos foram os estudos identificados no país sobre a temática dos Parques Públicos Urbanos no tocante a análise da paisagem sonora dos mesmos (BARBOSA et al, 2005; MORAES e LARA, 2004; PIMENTEL-SOUZA, 1997; SOARES e MORAES, 2008; SZEREMETA, 2007).

A Documentação Direta foi realizada por meio de pesquisa de campo do tipo experimental, visando à identificação dos componentes da paisagem sonora interna e externa ao PZB e a PBC, que resultaram na construção de mapas acústicos destes espaços; e exploratória, objetivando descrever como se dá a utilização pública destes espaços, onde foram tiradas fotografias e gravados filmes sobre os mesmos.

Quanto à pesquisa de campo exploratória, foram realizadas incursões nos dois parques durante a semana e nos finais de semana, a fim de identificar alterações na paisagem sonora em decorrência da modificação na ocupação e seus usos constatada.

Para medição dos níveis de pressão sonora no PZB, foi montada uma malha com 24 pontos distantes entre si 60mX60m e a 3 metros do muro que os circundam. Utilizaram-se dois sonômetros de precisão e ainda dois psicrômetros digitais para registro de temperatura e umidade, e dois anemômetros para medir a velocidade dos ventos. Em cada ponto, realizaram-se seis medições diárias, ao longo de cinco dias úteis da semana, e ao Domingo, dia em que o PZB recebe um público visitante pagante e não pagante (crianças <10 anos e idosos > 60 anos). Foram feitas medições acústicas em pontos onde ocorre maior concentração de visitantes, em frente aos viveiros de animais e pontos de venda no PZB.

A Figura 1 mostra a equipe de pesquisa de campo.

Figura 1: Medições (temperatura, umidade, velocidade do vento e som) e contagem de veículos na Av. Gentil Bittencourt, Belém. Fonte: acervo de Lobo Soares, abril de 2008.

Realizaram-se caminhadas (soundwalks) em todos os recantos do PZB e da PBC, a fim de classificar as paisagens sonoras dos mesmos, seguindo trajetos pré-definidos e registrando os sinais sonoros identificados em termos visuais e descritivos.

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portanto, estão associados a sensações de prazer e de dor. Assim, para efeito de estudo, é comum diferenciar-se os sons agradáveis dos desagradáveis, chamando-os, respectivamente, de sons e ruídos.

As metodologias de percepção da paisagem sonora utilizam-se de entrevistas com os freqüentadores do local em análise. Como neste trabalho não houve tempo para realização de entrevistas com os freqüentadores da PBC, visando comparar as respostas com as dos freqüentadores do PZB, a percepção da paisagem diz respeito apenas a resultante das caminhadas pela PBC, tendo as entrevistas realizadas no PZB sido descartadas na presente fase de trabalho.

3. PAISAGEM SONORA DO PARQUE ZOOBOTÂNICO

O PZB, ver Figura 2, está situado numa das áreas de ruído mais intenso da cidade de Belém, sendo que nas Avenidas Gov. Magalhães Barata e Gentil Bittencourt, no trecho correspondente ao PZB, há uma variação de ruído entre 75 e 80 dB(A) e nas Av. Alcindo Cacela e Tv. Nove de Janeiro a variação de ruído situou-se entre 65 e 70 dB(A).

Figura 2: Foto aérea mostrando o PZB, cidade de Belém. Fonte: Reinaldo Silva, novembro de 2008.

Apesar de proibido o tráfego de veículos pesados, acima de 3,5 toneladas, na Tv. Nove de Janeiro constatou-se veículos pesados como ônibus escolares, caminhões de mudança e coleta de lixo. Nas outras três vias de entorno do PZB não há restrição ao transporte de veículos pesados. Além dos sons produzidos pelo tráfego rodoviário, tráfego aéreo e agentes atmosféricos, chamou a atenção a incidência na área de sirenes de ambulâncias, carros de bombeiros e de polícia; “carros sons” de publicidade; carros com sons automotivos em alto volume; fogos de artifício; obras públicas e privadas. Destacaram-se os ruídos produzidos por equipamentos em obras, como uma “britadeira” utilizada pela prefeitura na recuperação da rede de esgoto na Av. Magalhães Barata, e a central de ar-refrigerado de uma loja nesta mesma avenida.

São várias as fontes sonoras no interior do PZB. A primeira delas são os animais expostos em viveiros que distinguem o PZB das demais áreas verdes de Belém. Dentre as aves, destacam-se as araras, periquitos, papagaios, ararinhas, ararajubas e jandaias, concentradas em viveiros contíguos; e dentre os mamíferos os destaques são os macacos, as ariranhas e as onças.

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A Figura 4 mostra os resultados das medições, onde se observa uma oscilação de valores dos níveis sonoros de 15 dB(A), variando entre 55 e 70 dB(A), e que confirmam a influência do ruído rodoviário sobre o PZB.

Figura 3: Mapa do PZB com destaque para os pontos de medição e das entrevistas; 1-Portaria; 2-Saída; 3-Loja; 4-Rocinha; 5-Prédios Administrativos; 6-Diretoria; 7-Veterinária/SPZ; 8-Quarentena; 9-Biotério; 10-Viv. Macacos Coatás; 11-Estação de Tratamento de Água; 12-Viv. Jabutis; 13-Viv. Jacarés; 14-Viv. Ariranha;15-Lago

Vitória-régia; 16-Viv. Tartarugas; 17- Espaço Raízes; 18-Viv. de Aves; 19-Aquário; 20- Viv. Felinos; 21-Biblioteca C. Galvão; 22-Auditório; 23-Viv. Aves Aquáticas; 24-“Castelinho”.

Fonte: acervo pessoal de Lobo Soares (2008)

Leq(A) 40 45 50 55 60 65 70 75 A0 B0 C0 D0 A1 B1 C1 D1 A2 B2 C2 D2 A3 B3 C3 D3 A4 B4 C4 D4 A5 B5 C5 D5 Pontos Medidos NPS (dBA) Pontos de Medida

Figura 4: Níveis sonoros LAeq medidos no PZB.

4. PAISAGEM SONORA DA PRAÇA BATISTA CAMPOS

A Praça Batista Campos encontra-se circunscrita a uma quadra no bairro com o mesmo nome desde a sua implantação no início do século XX, formada pelas Avenidas Serzedelo Correia, Padre Eutíquio, Mundurucus e Rua dos Tamoios (Figura 5).

Observa-se a presença de edifícios com mais de 20 pavimentos, que caracterizam a urbanização das cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XX, em duas das quatro faces de quadra da Praça Batista Campos, correspondentes a Av. Serzedelo Corrêa e Rua dos Tamoios, sendo que um novo edifício com 30 pavimentos pela Av Padre Eutíquio já está com o canteiro

de obras iniciado. Há transporte rodoviário nas quatro vias de entorno da PBC, com um só

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Figura 5: Imagem aérea da PBC e planta de situação com a identificação das ruas do entorno. Fonte: Google Earth, fevereiro de 2010.

Diariamente, no turno da manhã, a PBC é invadida pelos funcionários da Prefeitura Municipal de Belém, responsáveis por sua limpeza e conservação. A presença destes acrescenta ruído ao ambiente, através do atrito das rodas dos carros de coleta de lixo, da fricção das vassouras de alumínio nos jardins e no solo e, ainda, pelos sons da batida das placas de madeira entre si, utilizadas na coleta das folhas espalhadas pelo chão. Também se observaram gritos destes funcionários durante o trabalho, uma vez que não utilizam equipamentos de comunicação entre si. Na lateral da PBC, localizam-se os colégios Santa Rosa e José Veríssimo O primeiro possui uma entrada secundária, dos estudantes do maternal, para a Rua dos Tamoios. Observou-se certo tumulto no trânsito neste local. Os estudantes do José Veríssimo freqüentam a PBC nos três turnos antes e após o início das aulas e no intervalo do recreio, durante os dias de semana. Concentrados em grupos em volta dos bancos e coretos, eles influenciam a paisagem sonora da PBC com suas conversas, gargalhadas e algazarra em níveis acentuados.

A PBC é muito procurada por moradores do bairro e outros distantes para a prática de exercícios físicos, caminhadas e corridas. Há pessoas que só caminham em grupo e conversando em tom elevado, o que representa uma fonte sonora a mais no ambiente. A presença de vendedores ambulantes na PBC se intensifica nos finais de semana quando a presença de grupos familiares é maior. Entre os que emitem ruído em sua atividade laboral, destacam-se os vendedores de picolé e pipoca, por acionarem respectivamente buzinas e campainhas com sons estridentes.

Na PBC, os pontos com menor incidência de ruído, foram os localizados em baixo das árvores próximas aos chafarizes, do lado da Rua dos Tamoios, onde a circulação de veículos leves é reduzida, não há ônibus e o efeito do mascaramento do ruído rodoviário pelos sons agradáveis da natureza, como os passarinhos cantando e a água dos chafarizes, se faz sentir.

A paisagem sonora na PBC durante a semana, logo cêdo ao amanhecer quando o tráfego de veículos não é intenso, compõe-se, essencialmente dos sons dos pássaros cantando nas árvores, já que alguns dos aparelhos de televisão das barracas de venda de côco ainda estão desligados e os vendedores ambulantes não chegaram com suas campaínhas e buzinas.

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Figura 6: Mapa da paisagem sonora da PBC, com indicação das diferentes contribuições sonoras. Fonte: acervo de Lobo Soares, janeiro de 2010.

5. ANÁLISE E CONCLUSÕES

Alguns aspectos da urbanização da cidade de Belém, presentes no entorno do PZB e da PBC, contribuem para produzir mais semelhanças do que divergências entre as paisagens sonoras desses parques públicos. Os dois Parques Públicos localizam-se em bairros centrais de Belém, com características de ocupação residencial em transformação para mista, dado o crescimento em ambos de empreendimentos comerciais e de serviços. Tráta-se de parques públicos construídos pela mão dos homens - não são reservas florestais conservadas no centro da cidade - com mais de cem anos, tendo sido o PZB criado em 1895 e a PBC em 1904. Os dois Parques encontram-se circunscritos a quadras urbanas retangulares, distantes entre si 1,5 Kms. Nota-se que tanto no entorno do PZB como da PBC, há um processo em curso de verticalização das edificações que os circundam, tendo o PZB legislação federal que o protege desta verticalização enquanto a PBC, não consegue que a legislação estadual criada para preservá-la impeça que novos empreendimentos imobiliários verticais sejam construídos em seu entorno.

Alguns aspectos característicos do PZB e da PBC contribuem para diferenciar as paisagens sonoras desses parques públicos urbanos. O primeiro relaciona-se ao uso que lhes é dado, que condiciona a percepção do ruído em seu interior. A PBC é reconhecida como um dos mais importantes e apreciados espaços de lazer da cidade, em decorrência de seus atrativos e facilidade de acesso. Já o PZB, por abrigar atrativos reconhecidos como de qualidade para o lazer que são o museu, o jardim zoológico e o jardim botânico, é um espaço que reúne conhecimento, educação e cultura. As espectativas de quem se prepara para visitar um espaço de lazer, como o da PBC são diferentes de quem busca algo mais como o PZB oferece, especificamente quanto a percepção dos sons e ruídos que compõem as paisagens sonora de cada um desses espaços.

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do PZB e da PBC é o muro de proteção do primeiro, cuja altura varia entre 3 e 4 metros, funcionando como eficiente barreira acústica.

Ambas as paisagens sonoras dos parques são prejudicadas pelo funcionamento de equipamentos em seu interior. No caso do PZB, além do maquinário de obras já referido, há os aparelhos de ar-refrigerado das edificações que contaminam a sua paisagem sonora durante o horário de expediente, e motosserras utilizadas com frequência mensal na poda de galhos de árvores. Já a paisagem sonora da PBC é mais prejudicada pelos motores dos carros elétricos infantis que se concentram em volta do seu coreto central aos domingos, neste que poderia ser o local mais tranquilo por estar distante do ruído de tráfego rodoviário em seu entorno. Comparações feitas no domingo, dia da semana de maior visitação nos dois parques, mostraram que o PZB consegue se beneficiar muito mais da redução do ruído do tráfego rodoviário do que a PBC.

A análise das paisagens sonoras desses parques urbanos permitiu desenhar um conjunto de recomendações que constituem planos de ação no sentido de os transformar em zonas tranqüilas da cidade. Na generalidade, recomenda-se: (i) o cumprimento da LEI Nº 7.990, de 17/02/2000, que “Dispõe sobre o controle e o combate à poluição sonora no âmbito do Município de Belém”; (ii) a intensificação da fiscalização sobre a circulação na cidade de motocicletas e automóveis com descarga livre e carros-som; (iii) a proibição do uso no interior e vias de entorno direto do PZB, da PBC e dos outros parques públicos de Belém de buzinas, equipamentos de perfuração do solo do tipo “bate-estacas” (no raio de 500 metros), trios elétricos ou carros de propaganda que se utilizem de alto-falantes; (iv) a restrição da circulação no entorno do PZB, da PBC e dos demais parques públicos urbanos de veículos pesados acima de 3,5 toneladas, motocicletas acima de 60 cilindradas e veículos em alta velocidade; (v) o tratamento do pavimento das vias de entorno do PZB, da PBC e dos demais parques públicos urbanos, com a utilização de pavimentos de baixo custo, que sejam mais absorventes acústicos e amortecidos; (vi) incentivar o uso do transporte público, aumentando o conforto e regulando os horários de circulação dos veículos; (vii) realizar campanhas educativas de informação, sensibilização e redução de ruído nas escolas e parques públicos da cidade, comunicando os resultados obtidos.

Em relação ao PZB recomenda-se: (a) tratamento acústico dos prédios localizados junto ao muro; (b) contenção do ruído de obras em seu interior; (c) relocação dos aparelhos de ar-refrigerado das edificações ou substituição por outros mais silenciosos; (d) redução ou eliminação do uso de motosserras no seu interior; (e) isolamento acústico da marcenaria ou transferência dos equipamentos ruidosos; (f) restrição ou eliminação do acesso de veículos automotores ao PZB.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento. Rio de Janeiro, 2000.

BARBOSA, C. M. R.; ASSIS, E. S. e VALADARES, V. M. Case Study of Soundscape in Belo Horizonte City, Brasil. In Proceedings of the Twelfth International Congress on Sound and Vibration (ICSV12). Lisboa, Portugal, Julho 11-14, 2005.

BENTO COELHO J. L. 2004. Ruído em Cidades – Estratégias de Gestão e Redução. Proc. IV Congresso Ibero-Americano de Acústica/IV Congresso Ibérico de Acústica/European Acoustics Symposium, Guimarães, Portugal, Setembro 2004, LEA-C 172.

MORAES, Elcione e LARA, Neyla. Mapa acústico de Belém. Belém: Universidade da Amazônia, Relatório de Pesquisa, [1 CD-ROM]. 2004.

PIMENTEL-SOUZA, F. 1997. Efeitos do ruído estressante. Anais da 49ª Reunião Anual da SBPC, 1997, Belo Horizonte.

SOARES, A. C. L. & MORAES, E. (2008). A paisagem sonora do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém – Brasil. In Proceedings Acústica 2008, Coimbra, p. 20-22, 2008.

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