• Nenhum resultado encontrado

NOTULAE BRYOFLORAE LUSITANICAE X

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "NOTULAE BRYOFLORAE LUSITANICAE X"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

NOTULAE BRYOFLORAE LUSITANICAE X

Autoribus

Cecília Sérgio

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102, Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt

A presente série de notas corresponde a alguns resultados que tiveram origem

no estudo de material de briófitos herborizado nos últimos anos pelos diferentes

autores e arquivado, na sua grande parte, nas colecções de criptogamia do

herbário LISU e PO. A proveniência de grande número destes espécimes está

relacionada com os levantamentos desenvolvidos no âmbito de diversos

projectos, financiados por diferentes instituições, sendo algumas de Espanha.

Entre os projectos são de referir os ligados à monitorização da qualidade

ecológica de sistemas fluviais em Portugal Continental para implementação da

Directiva Quadro da Água, desenvolvido pelo Instituto Superior de Agronomia

(ISA), à deposição de metais pesados no ambiente terrestre, com estudos de

caracterização da biodiversidade (Cryptomodel) ou no desenvolvimento do

trabalho de campo para teses de doutoramento como a de C. GARCIA (2006),

dissertações de mestrado ou estágios de licenciatura.

É de referir ainda que algumas novidades foram o resultado de revisões

taxonómicas necessárias para a preparação dos diferentes fascículos da Flora

Briofítica Ibérica (SEB) e para a preparação do recente volume do publicado

pelo Institut d'Estudis Catalans (CASAS et al., 2006).

Os resultados apresentados, incluindo os dados corológicos de espécies

aparentemente vulgares ou com uma ampla distribuição em Portugal, irão

revestir de grande actualidade para a actualização da nova Lista Vermelha dos

Briófitos de Portugal. Como irá ser referido para as diversas espécies, as

referências eram muitas vezes antigas e sua actualização foram fundamentais

para se aplicar os novos critérios de ameaça da IUCN (SÉRGIO et al., 2006).

(2)

A nomenclatura seguida foi basicamente de HILL et al. (2006) para os musgos

e, para as hepáticas e anthocerotas, a de GROLLE & LONG (2000).

A todos os colaboradores e colectores não integrados como autores

agradecemos o apoio nomeadamente à Profª Maria Teresa Ferreira e Doutora

Francisca Aguiar do Instituto Superior de Agronomia, Departamento de

Engenharia Florestal, como coordenadoras do projecto da implementação da

Directiva Quadro da Água.

REFERÊNCIAS

CASAS C., BRUGUÉS M., CROS R. M. & SÉRGIO C. (2006). Handbook Mossflora of the Iberian Peninsula and Balearic Islands. Institut d'Estudis Catalans. 1-349.

GARCIA, C. (2006). Briófitos epífitos de ecossistemas florestais em Portugal. Biodiversidade e conservação. Tese de Doutoramento. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 415 pp.

GROLLE, R. & LONG, D.G. (2000). An annotated check-list of the Hepaticae and Anthocerotae of Europe and Macaronesia. J. Bryol. 22: 103-140.

HILL, M.O., BELL, N., BRUGGEMAN-NANNENGA, M.A., BRUGUÉS, M., CANO, M.J., ENROTH, J., FLATBERG, K.I., FRAHM, J.-P., GALLEGO, M.T., GARILLETI, R., GUERRA, J., HEDENÄS, L., HOLYOAK, D.T., HYVÖNEN, J., IGNATOV, M.S., LARA, F., MAZIMPAKA, V., MUÑOZ, J. & SÖDERSTRÖM, L. (2006). An annotated checklist of the mosses of Europe and Macaronesia. J. Bryol. 28 (3): 198-267.

SÉRGIO, C., BRUGUÉS, M., CROS, R.M., CASAS, C. & GARCIA C. (2006). The 2006 Red List and an updated Check List of Bryophytes of the Iberian Peninsula (Portugal, Spain and Andorra). Lindbergia 31, 3: 109-125.

SÉRGIO, C. & CARVALHO, S. (2003). Annotated Catalogue of Portuguese Bryophytes. Portugaliae Acta Biol. 21: 5-227.

1. NOVOS DADOS SOBRE ALGUMAS AMBLYSTEGIACEAE EM

PORTUGAL

C. Sérgio

1

, C. Vieira

2

, A. Albuquerque

3

, P. Rodríguez-González

3

& I. Silva

4

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102, Lisboa, Portugal.. csergio@fc.ul.pt, 2 CIBIO/Departamento de Botânica, FCUP, Universidade do Porto, Rua do Campo Alegre, 1191, 4150-181, Porto, 3 Instituto Superior de Agronomia,

Departamento de Engenharia Florestal, Tapada da Ajuda. 1349-017 Lisboa.

4

Instituto de Botânico. Universidade de Coimbra. 3000-393 Coimbra.

(3)

É o caso de Drepanocladus aduncus (Hedw.) Warnst. cuja presença só está

certificada para a Beira Litoral, no Rio Nabão. Por outro lado alguns dos espécimes

correspondem à var. kneiffii (Schimp.) Mönk. taxa ainda não referido para Portugal.

Drepanocladus polygamus (Schimp.) Hedenäs, as únicas referências recentes

correspondem à Serra da Estrela, tendo as restantes localidades, sido reportadas antes

de 1970.

Hygrohypnum ochraceum (Turner ex Wilson) Loeske, excluindo as novas

localidades (GARCIA et al., 2007) todas as restantes referências correspondem a

colheitas anteriores a 1950. Estes dados certificam que esta espécie ainda tem

grande ocorrência nos ambientes fluviais nacionais. De acordo com OLIVÁN et

al., (2007), é a espécie de Hygrohypnum com maior distribuição na Península

Ibérica, no entanto a área referida por estes autores, corresponde unicamente ao

Minho e Beira Alta.

Quanto a Warnstorfia exannulata (Schimp.) Loeske, embora se trata de um

musgo vulgar na Serra da Estrela (GARCIA et al., 2007), as poucas citações

existentes para o Minho referem-se a colheitas unicamente efectuadas por A.

Machado antes de 1930.

Drepanocladus aduncus (Hedw.) Warnst. var. aduncus

*Baixo Alentejo, Grândola, Ribeira de Grândola, 29TNC3823, 30/04/2005, S. Mendes, J.

Abreu (LISU 210213).

Beira Baixa, Fundão, Salgueiro, Ribeira da Meimoa, 29TPE4454, 11/06/2004, A.

Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207096); Malpica do Tejo, Ribeira da Farropinha, 29TPD3199, 12/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207097); Sertã, Chão Forca, Ribeira da Sertã, 29SNE7606, 08/06/2005, A. Albuquerque (LISU 210214); Mação, Penhascoso, Ribeira da Carregueira, 29SND8478, 26/05/2004, F. Aguiar, L. Lopes (LISU 207098).

Beira Litoral, Redinha, Olhos de Água, nascentes do rio Anços, 29TNE3625,

29.05.2005, C. Vieira (PO 9380-CIBIO); Vila Nova de Ourém, Seiça, Ribeira de Seiça, 29SND4091, 27/05/2004, F. Aguiar, L. Lopes (LISU 207099).

*Douro Litoral, Foz do Douro, 29TNF2755, I. Newton, (LISU 55005); Santo Tirso,

Lamelas, Rio Leça, 29TNF4469, 14/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González, (LISU 207100).

Estremadura, Granja do Marquês, 29SMD7098, E. Mendes (LISU 158314); Mafra,

Remonta, 29SMD7230, E. Mendes (LISU 158310).

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Bragança, 29TQG3086, 12/06/1954, A. Teles (LISU

187120); Bragança. Miranda do Douro, Silva, Ribeira de São Pedro, 29TQG1100, 29/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207101).

** var. kneiffii (Schimp.) Mönk.

Alto Alentejo, Évora, Viana do Alentejo, Alcáçovas, Galo, 29TNC7455, 22/05/2005, S.

Mendes, J. Abreu (LISU 210215); Portalegre, Arronches, Mosteiros, 29SPD4739, 21/05/2005S, S. Mendes, J. Abreu (LISU 210216).

Drepanocladus polygamus (Schimp.) Hedenäs,

(4)

187119); Bragança, Espinhosela, Rio Baceiro, 29TPG7840, blocos margem, 29/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207102).

Hygrohypnum ochraceum (Turner ex Wilson) Loeske

Beira Alta, Cinfães, Nespereira, Rio Ardena, 29TNF7038, 25/08/2004, C. Vieira (PO

7413-CIBIO); Viseu, Castro Daire, Ribeira de Ermida, 29TNF8730, 04/08/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207829).

Beira Baixa, Figueiró dos Vinhos, Bouçã, Rio Zêzere, 29SNE6612, 17/06/2005, A.

Albuquerque (LISU 210374).

*Beira Litoral, Águeda, Castanheira do Vouga, Rio Águeda, 29TNE5692, 11/08/2004,

A. Albuquerque (LISU 207830); Vale de Cambra, São Pedro de Castelões, 29TNF5020, 28/07/2005, A. Albuquerque (LISU 210375).

*Douro Litoral, Resende, Gralheira, afluente do Ribeiro da Gralheira, 29TNF8640,

24/08/2004, C. Vieira (PO 7277-CIBIO); Resende, Ovadas, Rio Cabrum, 29TNF8544, 24/08/2004, C. Vieira (PO 7303, 7321-CIBIO); Serra de Montemuro, aldeia da Gralheira, 29TNF8640, 16/11/2002, C. Vieira (PO 3707-CIBIO).

Minho, Arcos de Valdevez, Eiras, Ribeira do Padroso, 29TNG4343, 20/08/2004, , C.

Vieira (PO 7608,7609-CIBIO); Outeiro, Paçô, Rio Vez, 29TNG4831, 22/06/05, C. Vieira (PO 9781-CIBIO); Arcos de Valdevez, Rio Frio, Ponte do Fulão, 29TNG4234, 20/08/2004, C. Vieira (PO 7560-CIBIO); Vilela, Ribeira de Frades, 29TNG4641, 27/10/2004, C. Vieira (PO 6728-CIBIO); Póvoa do Lanhoso, Moure, Ribeira de Águas Santas, 29TNG5506, 20/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207831); Póvoa do Lanhoso, Sobradelo da Goma, Brunhais, 29TNG6903, 30/08/2005, C. Vieira (PO 10267,10268-CIBIO); Vieira do Minho, Parada do Bouro, Rio Cávado, 29TNG6211, 22/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207833); Melgaço, Vila, Carvalhiças, Ribeiro do Porto, 29TNG6063, 24/06/2005, C. Vieira (PO 9846-CIBIO); Paredes de Coura, Padornelo, Cristelo, Rio Coura, 29TNG3840, 30.08.2004, C. Vieira (PO 7650-CIBIO); Terras de Bouro, Moimenta, Rio Homem, 29TNG5718, 22/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207832); A jusante da barragem de Salamonde, 29TNG6519, 03/04/2003, C. Vieira (PO 4269-CIBIO); Terras de Bouro, PNPG, Ribeiro de Freitas, 29TNG6519, 22/08/2002, C. Vieira (PO 2580-CIBIO); Terras de Bouro, PNPG, Touro, 29TNG6617, 06/10/2002, C. Vieira (PO 3650-CIBIO); Terras de Bouro, Rio Caldo, Ponte da Seara, 20TNG6616, 08/6/2003, C. Vieira (PO 4830-CIBIO); Terras de Bouro, Vilar da Veiga, Ponte dos Saltos, 29TNG6917, 11/09/2003, C. Vieira (PO 5217, 5219-CIBIO); Paredes de Coura, Rubiães, Rio Coura, 29TNG3038,14/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207834); Tregosa, Ponte do Vale, Rio Neiva, 29TNG2510, 07/07/2005, C. Vieira (PO 10021, 10030-CIBIO); Vieira do Minho, Ponte da Mizarela, Rio Rabagão, 29TNG8116, 2004, C. Vieira (PO 6778-CIBIO); Vila Nova de Cerveira, Covas, Rio Coura, 29TNG2536, 17/06/2005, C. Vieira (PO 9669-CIBIO); Monção, Pias, Ribeira da Gadanha, 29TNG4153, 24/06/05, C. Vieira (PO 9863-CIBIO); Bico, Rio dos Cavaleiros, 29TNG3837, 04/9/2003, C. Vieira (PO 5202-CIBIO);

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Montalegre, Pitões das Júnias, Ribeira do Beredo,

(5)

do Rio, 29TNG9429, 01/07/2005, C. Vieira (PO 9955-CIBIO); Montalegre, Tourém, Ribeira da Ponte Pequena, 29TNG9139, 06/08/2004, C. Vieira (PO 6873, 6878-CIBIO); Montalegre, Outeiro, Rio Cávado, 29TNG8330, 21/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González, (LISU 207835); Montalegre, Vila da Ponte, Rio Rabagão, 29T NG9320, 21/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207836); Vila Real, Ribeira da Pena, Rio Poio, 29TNF9193, 25/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207837).

Warnstorfia exannulata (Schimp.) Loeske

Minho, Viana do Castelo, Montaria, Ribeiro da Fonte da Cruz, 29TNG2427, 23/02/2005,

C. Vieira (PO 7938-CIBIO).

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Montalegre, entre Covelães e Tourém, 29TNG8330, A.

Teles & B. Rainha, 13/06/1959 (LISU 187122); Bragança, Mogadouro, Azinhoso, 29TPF9186, 08/07/2005, A. Albuquerque (LISU 210507).

REFERÊNCIAS

GARCIA, C., SÉRGIO, C. & JANSEN, J. (2007). The Bryophyte Flora of Natural Park of Serra da Estrela (Portugal). Conservation and Biogeographical approaches. Cryptogamie Bryol. (in press).

OLIVÁN, G., FUERTES, E. & ACÓN, M. (2007). Hygrohypnum (Amblystegiaceae, Bryopsida) in the Iberian Peninsula. Cryptogamie Bryol. 28(2): 109-143.

SÉRGIO, C. & CARVALHO, S. (2003). Annotated Catalogue of Portuguese Bryophytes –

Portugaliae Acta Biol. 21: 5-227.

2. ACERCA DA DISTRIBUIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES DE BRYUM

HEDW. (BRYACEAE) EM PORTUGAL

C. Sérgio

1

, I. Silva

2

& A. Albuquerque

3

, P. Rodríguez-González

3

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2Instituto de Botânico. Universidade de Coimbra. 3000-393

Coimbra, 3Instituto Superior de Agronomia, Departamento de Engenharia Florestal, Tapada da Ajuda. 1349-017 Lisboa, Portugal.

O género Bryum integra, na flora Portuguesa, cerca 27 espécies, estando

relativamente mal conhecida a corologia da maioria das espécies. Na verdade, é

um género que apresenta bastantes problemas taxonómicos e a delimitação

específica nem sempre é unânime entre investigadores. Por outro lado, algumas

espécies têm sido sinonimizadas recentemente, quer nas diferentes floras, quer

na lista europeia (HILL et al., 2006).

(6)

Nas espécies indicadas, para Bryum donianum Grev. a maioria das referências

são anteriores a 1970 e, para Bryum muehlenbeckii Bruch & Schimp., estão

unicamente indicadas duas colheitas efectuadas depois de 1970 (SÉRGIO &

CARVALHO, 2003).

Bryum muehlenbeckii Bruch & Schimp.

*Baixo Alentejo, Barrancos, Mina de Aparis, na margem e na água, 29SPC6821,

12/02/2004, C. Sérgio, M. Brugués & R. Cros (LISU 212376).

*Beira Baixa, Castelo Branco, Fundão, Janeiro de Cima, Rio Zêzere, leito de rocha,

9TPE0134, 07/06/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207048); Monforte da Beira, Ribeira do Campo, leito de rocha, 29SPD5096, 11/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207049).

*Beira Litoral, Arganil, Côja, margens do Alva, talude com escorrência sombrio,

29TNE8557, 1984, C. Santos-Silva (LISU 155701).

Bryum donianum Grev.

Alto Alentejo, Évora, Arraiolos, Vimieiro, Ribeira de Tera, talude, 29SPC1296,

08/06/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207033); Évora, Mora, Pavia, Ribeira do Freixo, talude margem, 29SND8604, 19/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207034).

Baixo Alentejo, Beja, Mértola, São Pedro de Solis, Rio Vascão, talude, 29SPB0245,

02/06/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207032; Barrancos, Fonte da Pipa, Ribeira da Murtega, solo húmido, 29SPC7624, 12/02/2004, C. Sérgio, M. Brugués & R. Cros (LISU 212367); Ourique, Santana da Serra, Rio Torto, talude, 29SNB5646, 26/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207036); Serpa, Vila Verde de Ficalho, Rio Vidigão, talude silicioso, 29SPB4995, 04/06/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207037); Vila Nova de Milfontes, Almograve, arribas de xisto, 29SNB1565, 07/2004, C. Silva Neto (LISU 208100).

*Beira Baixa, Idanha-a-Nova, Rosmaninhal, Ribeira da Urtiga, talude terroso da margem,

29SPE6705, 10/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207038); Idanha-a-Nova, Rosmaninhal, Ribeira do Freixo, talude silicioso, 29SPD5599, 11/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207039).

Beira Litoral, Arganil, Côja, margens do Alva, talude sombrio com escorrência,

29TNE8557, 1984, C. Santos-Silva (LISU 201052); Aveiro, próximo de Espiunca, estrada de Serabigões, talude próximo do rio Paiva, 29TNF6538, 22/01/2003, C. Sérgio & C. Garcia (LISU 204324); Penacova, São Pedro de Alva, Rio Alva, talude, 29TNE6660, 01/08/2004, A. Albuquerque (LISU 207040).

Estremadura, Lisboa, Arruda dos Vinhos, Cardosas, Ribeira de Cardosinhas, talude

calcário, 29SMD9714, 28/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207041).

*Ribatejo, Santarém, Abitureiras, Ribeira de Vidigão, talude e troncos, 29SND1949,

27/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207042); Sardoal, Santiago de Montealegre, Ribeira de Codes, talude silicioso, 29SND7286, 26/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207043).

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Serra do Alvão, Ribeira de Sião, rochas verticais

(7)

REFERÊNCIAS

HILL, M.O., BELL, N., BRUGGEMAN-NANNENGA, M.A., BRUGUÉS, M., CANO, M.J., ENROTH, J., FLATBERG, K.I., FRAHM, J.-P., GALLEGO, M.T., GARILLETI, R., GUERRA, J., HEDENÄS, L., HOLYOAK, D.T., HYVÖNEN, J., IGNATOV, M.S., LARA, F., MAZIMPAKA, V., MUÑOZ, J. & SÖDERSTRÖM, L. (2006). An annotated checklist of the mosses of Europe and Macaronesia. J. Bryol. 28 (3): 198-267.

SÉRGIO, C. & CARVALHO, S. (2003). Annotated Catalogue of Portuguese Bryophytes. Portugaliae Acta Biol. 21: 5-227.

3. NOTAS SOBRE NOVAS OCURRÊNCIAS DE DUAS ESPÉCIES

DE POHLIA (BRYACEAE) EM PORTUGAL: POHLIA

MELANODON (BRID.) A. J. SHAW E POHLIA WAHLENBERGII (F.

WEBER & D. MOHR) A. L. ANDREWS

C. Sérgio

1

, A. Albuquerque

2

& I. Silva

3

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt; 2Instituto Superior de Agronomia, Departamento de Engenharia Florestal, Tapada da Ajuda. 1349-017 Lisboa, Portugal, 3Instituto de

Botânico. Universidade de Coimbra. 3000-393 Coimbra.

Estas duas espécies de Pohlia apresentam uma ecologia análoga,

encontrando-se associadas a comunidades riparias, onde são relativamente abundantes na zona

de interface com a água mas, sempre em substratos terrosos. São considerados

como musgos higrófilos relativamente pouco sensíveis à eutrofização, ligados a

substratos básicos ou neutros, muitas vezes humanizados, como diques, cascatas

e caminhos junto a ribeiras. As referências para Portugal são escassas e,

excluindo alguns locais do Algarve e a Serra da Arrábida, não há menções

recentes, tanto para Pohlia melanodon (Brid.) A.J.Shaw como para Pohlia

wahlenbergii (F.Weber & D.Mohr) A.L.Andrews. Esta última espécie está

indicada também para Trás-os-Montes e Alto Douro por ALLORGE (1931). As

novas localidades aqui referidas são assim importantes para o conhecimento da

distribuição destas espécies em Portugal.

Pohlia melanodon (Brid.) A. J. Shaw

*Beira Alta, Viseu, Nelas, Senhorim, Rio Mondego, talude silicioso, 29TPE0385,

01/08/2004, A. Albuquerque (LISU 207959).

Estremadura, Alenquer, Triana, Ribeira de Alenquer, talude rochoso, 29SMD9723,

(8)

Nossa Senhora do Arquitecto, talude calcário, 29SMD6808, 28/05/2004, F. Aguiar, L. Lopes (LISU 207962).

*Ribatejo, Rio Maior, Arrouquelas, Ribeira das Lebres, talude calcário, 29SND0944,

27/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207963); Ribeira de Rio Maior, talude da margem, calcário, 29SND0255, 20/05/2004, A. Albuquerque (LISU 207964).

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Lagoa, talude

rochoso, 29TPF8289, 08/07/2005, A. Albuquerque (LISU 210434).

Pohlia wahlenbergii (F. Weber & D. Mohr) A.L. Andrews

*Beira Litoral, Aveiro, cidade, taludes argilosos e depósitos de caulino, com Adianthum

sp., 29TNE2998, 08/12/2004, C. Sérgio (LISU 204402).

*Estremadura, Sintra, Agualva - Cacém, Ribeira de Jarda, talude de solo, 29TMC7392,

27/04/2005, A. Albuquerque (LISU 210435); Sintra, Belas, Serra Silveira, Ribeira de Carenque, talude, 29TMC7892, 29/04/2005, A. Albuquerque (LISU 210436).

REFERÊNCIAS

ALLORGE, P. (1931). Notes sur la flore bryologique de la Péninsule Ibérique. VIII. Additions a la flore portugaise. Rev. Bryol., n.s. 4: 32-36.

4. ALGUNS MUSGOS INTERESSANTES ENCONTRADOS

RECENTEMENTE NA CIDADE DE LISBOA

C. Sérgio

1

& C. Garcia

1

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt

Durante algumas herborizações no Jardim Botânico de Lisboa, desenvolvidas

nas acções da Ciência Viva, foram encontradas espécies ainda não refeidas para

a a cidade, que consideramos com interesse referir.

Petalophyllum ralfsii (Wilson) Nees & Gottsche

Nesta nota referimos a presença de. Petalophyllum ralfsii (Wilson) Nees &

Gottsche espécie dada como vulnerável a nível Europeu (European Red Data

Book ECCB, 1995) e uma das nove espécies de briófitos ibéricos integradas na

Directiva dos Habitats (92/43). Admite-se que esta hepática possa ter sido

introduzida acidentalmente a partir de esporos vindos da Arrábida ou do

Algarve, onde a espécie existe com alguma representação (SÉRGIO, 2002).

Estremadura, Lisboa, Jardim Botânico, próximo do Observatório, solo do caminho.

29SMC8785, 10/09/2004, C. Garcia & C. Sérgio (LISU 212322).

Leptophascum leptophyllum (Müll. Hal.) J.Guerra & M.J. Cano

(9)

conhecendo um pouco melhor a sua ecologia, temos encontrado este musgo com

bastante frequência em inúmeras localidades, geralmente em zonas humanizadas

e quase sempre nas calçadas de algumas cidades. Neste momento, referimos

unicamente os locais de Lisboa onde a espécie parece ser extremamente vulgar,

sobretudo bem desenvolvida durante o Inverno, apresentando sempre gemas

rizoidais.

*Estremadura: Lisboa, Alcântara, próximo das Docas, solo do caminho e fendas da

calçada, associado a Riccia lamellosa e Sphaerocarpos sp., 29SMC8284, 02/01/2005, 13426 C. Sérgio (LISU 214205.); Lisboa, Jardim da Gulbenkian, solo do caminho, 29SMC6587, 31/01/2004, 13303 C. Sérgio (LISU 214210); Lisboa, Rua da Escola Politécnica, solo das fendas das pedras do passeio, com Riccia sp., 29SMC8785, 30/01/2004, 13302 C. Sérgio (LISU 214209).

Tortula israelis Bizot & F.Bilewsky

Tortula israelis Bizot & F.Bilewsky parece tratar-se de uma espécie que foi

introduzida em Lisboa pelo menos desde o século XXIX. Foi primeiramente

colhida por Mandon, possivelmente na passagem para a Ilha da Madeira em

1869. O material foi recentemente identificado tendo como suporte um espécime

do herbário de Londres (BM), segundo CANO (2004). Neste momento no

Jardim Botânico de Lisboa T. israelis encontra-se formando colónias bastante

extensas e bem instaladas no cimento das colunas e galerias exteriores da estufa.

Estremadura, Lisboa, Jardim Botânico, no cimento das colunas e parte superior da

entrada da estufa, 29SMC8785, 10/09/2006, C. Garcia (LISU 214200).

REFERÊNCIAS

CANO, M. J. (2004). Pottiaceae: Hennediella, Tortula. Flora Briofítica Ibérica. Sociedad Española de Briología: Murcia, Spain. Pp. 5-32.

ECCB (eds.) (1995). Red Data Book of European bryophytes European Committee for Conservation of Bryophytes. European Committee Conservation of Bryophytes. Trondheim.

GARCIA, C. & SÉRGIO, C. (2001). Uma nova espécie para a brioflora Portuguesa Phascum leptophylum C. Müll. In Sérgio, C. Notulae Bryoflorae Lusitanicae VII.12. Anuário Soc. Brot. 65: 115-116.

(10)

5. NOVAS LOCALIDADES PARA ESPÉCIES DADAS COMO

AMEAÇADAS EM PORTUGAL

C. Sérgio

1

, C. Vieira

2

, C. Garcia

1

& I. Silva

3

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 CIBIO/Departamento de Botânica, FCUP, Universidade do Porto, Rua do Campo Alegre, 1191, 4150-181, Porto, 3Instituto de Botânico. Universidade

de Coimbra. 3000-393 Coimbra.

Rhynchostegiella teneriffae (Mont.) Dirkse & Bouman

(Rhynchostegiella teesdalei (Schimp.) Limpr.)

Conhecida numa única localidade em Portugal, onde tinha sido referida por

DIXON, em 1912 no Algarve, estando considerada até ao momento como extinta.

*Estremadura, Arruda dos Vinhos, Cardosas, Ribeira de Cardosinhas, numa linha de

água, 29SMD9714, 28/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 208003).

Pellia endiviifolia (Dicks.) Dumort.

Foi considerada uma espécie vulnerável em Portugal até 1994 (SÉRGIO et al.)

dado que, a quase totalidade das colheitas, são anteriores a 1950. Identificamos

esta espécie em material colhido recentemente, quer em áreas de colheitas

antigas, assim como noutras regiões onde a espécie não estava referida.

*

Baixo Alentejo, Beja, Odemira, São Salvador, Ribeira da Capelinha, 29SNB3667,

26/05/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207296).

Beira Litoral, Aveiro, cidade, taludes argilosos e depósitos de caulino, 29TNE2998,

08/12/2004, C. Sérgio (LISU 204403); Coimbra, Botão, talude calcário, 29TNE5162, 01/08/2004, A. Albuquerque (LISU 207297); Vila Nova de Ourém, Seiça, Ribeira de Seiça, talude calcário, 29SND4091, 27/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207298).

*Douro Litoral, Resende, Paus, Ribeira de Fazamões, 29TNF9641, 23/08/2004, C.

Vieira (PO 7218-CIBIO).

*Estremadura, Caldas da Rainha, Salir de Matos, Rio Tornada, 29SMD9261,

21/06/2005, A. Albuquerque (LISU 210114); Alenquer, Triana, Ribeira de Alenquer, talude rochoso, 29SMD9723, 06/05/2005, Albuquerque (LISU 210113); Mafra, Ribeira de Nossa Senhora do Arquitecto Arquite, taludes e rocha calcárias, 29SMD6808, 28/05/2004, F. Aguiar & L. Lopes (LISU 207299); São Pedro de Muel, talude junto ao rio, 29SME9950, 1980, I. Melo (LISU 147971); Sintra, Monserrate, talude sombrio e húmido, 29SMC6493, 1973, C. Sérgio (LISU 160396).

Ribatejo, Arneiro das Milhariças, Uivados, entrada de uma mina, 29SND2560,

22/01/2000, C. Garcia & N. Carvalho (LISU 214201). REFERÊNCIAS

DIXON, A. (1912). Results of a bryological visit to Portugal. Rev. Bryol. Lichénol. 39: 33-50.

(11)

6. POHLIA FILUM (SCHIMP.) MARTENSSON (BRYACEAE) NOVA

ESPÉCIE PARA A BRIOFLORA PORTUGUESA.

C. Sérgio

1

& C. Casas

2

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 Departamento de Botánica Universidad Autónoma de Barcelona, 08193 Bellaterra, España.

Durante a revisão de alguns espécimens de Pohlia Hedw. (Bryaceae)

depositadas no herbário LISU, para a preparação do novo livro (CASAS et al.,

2006) foi identificado uma espécie do grupo das Pohlia bulbíferas (section

Cacodon Lindb. ex Broth.), Pohlia filum (Schimp.) Martensson, não indicada

ainda para a flora de Portugal.

O material estava identificado inicialmente como P. bulbifera (Warnst.)

Warnst. e tinha sido colhido na região do Parque Natural da Peneda-Gerês, numa

plataforma granítica com alguma altitude, junto à nascente do Rio Vez.

Pohlia filum é um musgo da região holoárctica considerado

subárctico-subalpino (DÜLL, 1985), muito pouco frequente na Península Ibérica onde foi

unicamente referido nos Pirenéus como P. ludwigii. Está indicado para distintas

localidades do Pirenéu aragonés (ZETTERSTEDT, 1865) tendo sido

reencontrado na mesma zona por R.M. Cros en 1978 (BCB 54188).

WIGGINTON (in HILL et al., 1994) indica que a Península Ibérica corresponde

ao limite sul da área de ocupação desta espécie.

É um taxon fundamentalmente terrícola que se desenvolve em solos arenosos

ácidos pobres em matéria orgânica. Foi encontrado numa comunidade pioneira,

no solo húmido, descoberto, junto a uma linha de água a cerca de 1200 m de

altitude, associado a: Calypogeia fissa (L.) Raddi, Jungermannia gracillima Sm.,

Ditrichum heteromallum (Hedw.) Britton, Polytrichum commune Hedw.,

Pseudotaxiphyllum elegans (Brid.) Z. Iwats.

** Minho, Serra da Penêda-Gerês, Arcos de Valdevez, Lamas do Vez, solo junto à linha

de água, 1200m, 29TNG5944, 20/06/1984, C. Sérgio & R. Schumacker 5160 (LISU 154400).

REFERÊNCIAS

CASAS, C., BRUGUÉS, M., CROS, R. M. & SÉRGIO, C. (2006). Handbook Mossflora of the Iberian Peninsula and Balearic Islands. Institut d'Estudis Catalans. 1-349. DÜLL, R. (1985). Distribution of the European and Macaronesian Mosses (Bryophytina),

Part. II. Bryologische Beiträge 5: 110-232.

HILL, M. O., PRESTON, C. D. & SMITH, A. J. E. (1994). Atlas of the Bryophytes of Britain and Ireland 3. Mosses (Diplolepideae). Colchester. 419 pp.

(12)

7. NOVAS ÁREAS PARA PORTUGAL DE SACCOGYNA

VITICULOSA (L.) DUMORT.

C. Sérgio

1

& C. Garcia

1

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal.csergio@fc.ul.pt

Consideramos de particular importância focar algumas espécies recentemente

descobertas em áreas Atlânticas dado que se encontram, na sua maioria, ligadas a

hábitats bastante sensíveis e em que a sua presença, dá-nos a indicação que

estamos perante ambientes bastante preservados de grande diversidade. Uma

dessas espécies corresponde a Saccogyna viticulosa (L.) Dumort. É uma hepática

relativamente rara na Península Ibérica que ocupa áreas costeiras da Cantábria,

Portugal até às Ilhas Atlânticas, existindo também na região de Cadiz em

enclaves com vegetação Macaronésica (CASAS et al., 1985).

S. viticulosa foi recentemente reencontrada no Minho e Trás-os-Montes e Alto

Douro. Na Beira Litoral algumas das localidades coincidem com as citações

antigas, tendo sido reencontrada em alguns desses locais.

Beira Litoral, Coimbra, Vale de Canas, talude sombrio, 29TNE5350, 11/05/2000, C.

Sérgio & C. Garcia (LISU 180143).

Minho, Viana do Castelo, Arcos de Valdevez, Rio Vez., talude rochoso, 29TNG454,

16/07/2004, A. Albuquerque & P. Rodríguez-González (LISU 207340).

Trás-os-Montes e Alto Douro, Serra do Alvão, Pardelhas, vale junto à Ribeira da Ribeira,

rochas e margens da ribeira, 29TNF9276, 06/05/2004, C. Sérgio et al. (LISU 212062).

REFERÊNCIAS

CASAS, C., BRUGUÉS, M. & CROS, R. M. & SÉRGIO, C. (1985). Cartografia de Briófitos. Península Ibérica i les Illes Baleares, Canarias, Açores i Madeira. Institut d'Estudis Catalans 1: 1-50.

8. DIDYMODON AUSTRALASIAE (HOOK. & GREV.) R. H.

ZANDER (POTTIACEAE), UMA NOVA ESPÉCIE PARA

PORTUGAL

C. Sérgio

1

& S. J. Pistoor

2

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 Casa Quintão, Apt. 285, 8365 Armação de Pêra, Portugal.

(13)

O ambiente onde foi encontrada esta espécie corresponde a um mato alto com

Juniperus phoenicia, Pistacea lentiscus, Smilax aspera e diversas espécies de

Cistus. O substrato são sedimentos argilo-arenosos formados por erosão das

rochas do barrocal, típico de solos escléticos calcários, onde se instala uma

vegetação pobre e rasteira com Sedum sp. e Asteriscus sp. As colónias de

briófitos formam às vezes grandes massas e instalam-se em pequenos

micro-habitas mais sombrios e onde permanece durante algum tempo a humidade do

substrato. O local de colheita encontrava-se numa plataforma a cerca de 25 m

acima do nível do mar e a 40 m da ravina.

Na Península Ibérica D. australasiae encontra-se distribuído no Sul de

Espanha, desde Sevilha, Cidade Real a Alicante, em áreas com vegetação

tipicamente xerofítica em lugares um pouco nitrificados e secos durante grande

parte do ano (JIMÉNEZ, 2004). Em Portugal, o local no Algarve tem

ecologicamente bastante analogia aos descritos para esta espécie em Espanha.

**Algarve, Lagoa, Praia do Barraquinho, from footpah on limeston cliffo, among Bryum,

25 m, 19/02/2007, S. Pistoor, 29SNB5205 (LISU 214142). Rev. J. A Jiménez.

REFERÊNCIAS

JIMÉNEZ, J. A. (2004). Pottiaceae: Didymodon. Flora Briofítica Ibérica. Sociedad Española de Briología: Murcia, 35 pp.

9. ÁCERCA DA PRESENÇA DE TORTULA GUEPINII (BRUCH &

SCHIMP.) BROTH. (POTTIACEAE) EM PORTUGAL

C. Sérgio

1

, M. Brugués

2

& R. Cros

2

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 Departamento de Botánica Universidad Autónoma de Barcelona, 08193 Bellaterra, España.

Numa das primeiras notas sobre a brioflora da Portuguesa (SÉRGIO, 1978) foi

indicada pela primeira vez a presença de Tortula guepinii (Bruch & Schimp.)

Broth. em Portugal.

Nessa época foi tido como suporte para a sua identificação a características

indicadas por CORTÉS LATORRE (1955) e ainda a observação do material

europeu de herbário depositado na colecção de Coimbra (COI) estudado por

Schimper.

(14)

esta mesma colheita corresponde a um tufo mais puro, foi novamente estudado e,

na realidade, corresponde a T. guepinii. Esta espécie foi também recentemente

referida para a região de Barrancos (SÉRGIO et al., 2006) e ainda numa

localidade do Alto Alentejo (GUERRA et al., 2006).

Podemos assim confirmar a presença em Portugal e indicar todas as

localidades onde, até ao momento, a espécie foi encontrada.

Alto Alentejo, Esperança, estrada para a fronteira, base de Olea, 29SPD5738, 400-450 m,

1991, C. C. Sérgio, M. Brugués & R. Cros (LISU 165135) sub. Pottia lanceolata rev. R. Ros; Montemôr-o-Novo, Alcáçovas, próximo da Ribeira de Alcáçovas, solo sombreado, 29SNC7555, 05/02/1997, C. Sérgio, M. Brugués & R. Cros (LISU 214150).

Baixo Alentejo, Barrancos, Mina de Aparis, clareiras do prado, 29SPC6821, 12/02/2004,

C. Sérgio, M. Brugués & R. Cros (LISU 213460).

Beira Baixa, Castelo Branco, Fonte Santa, 29SPC6821, 30/12/1969, C. Alves (COI, LISU

148321).

REFERÊNCIAS

CANO, M. J. (2004). Pottiaceae: Hennediella, Tortula. Flora Briofítica Ibérica. Sociedad Española de Briología: Murcia, Spain. Pp. 5-32.

CANO, M. J. (2006). Tortula. In: GUERRA, J., M. J. CANO & R. M. ROS (eds.) Flora Briofítica Ibérica. Pottiales: Pottiaceae. Encalyptales: Encalyptaceae. Vol III. Murcia, Universidad de Murcia, Sociedad Española de Briología: pp 146-176.

CORTÉS LATORRE, C. (1955). Aportaciones a la Briología española. La Tortula Guepini (Br. eur.) Limpr., musgo nuevo para la flora española. Anales del Instituto Botánico Antonio José Cavanilles de Madrid 14:171-178.

SÉRGIO, C. (1978). Tortula guepinii (B.S.G.) Limpr. dans la flore portugaise et son intérêt phytogéographique. Bol. Soc. Brot. 52: 249-255.

SÉRGIO, C., BRUGUÉS, M., CROS, R. M., GARCIA, C. & LOURO, T. (2006). A new important Mediterranean area for bryophytes in Portugal: Barrancos (Baixo Alentejo) Boletín de la Sociedad Española de Briología 29: 25-33.

10. BRACHYTHECIASTRUM OLYMPICUM (JUR.) VANDERP. ET

AL. (BRACHYTHECIACEAE) NOVO MUSGO PARA A FLORA

BRIOLÓGICA PORTUGUESA

C. Sérgio

1

& I. Silva

4

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 4Instituto de Botânico. Universidade de Coimbra. 3000-393

Coimbra.

(15)

mas, admite que B. olympicum Jur. seja um sinónimo desta última espécie.

SÉRGIO & JANSEN (2000), referindo algumas características diagnosticantes, e

revendo o material da Serra da Estrela colhido por Levier, consideraram que as

plantas da Serra da Estrela correspondem, a Brachytheciastrum dieckii Roell. Na

realidade, esta última espécie corresponde a um musgo bastante vulgar na Serra

da Estrela e, actualmente, considerado uma espécie distinta de B. olympicum.

Em Espanha as primeiras referências e anotações sobre algumas

particularidades e complexidades deste grupo taxonómico foram publicadas por

CORTÉS LATORRE (1948-1949), permanecendo no entanto B. olympicum a ser

considerado para a “Comunidad de Madrid” (LARA et al., 2005), assim como

para diversas localidades das áreas mediterrâneas da Península Ibérica. No

entanto, o conhecimento quanto a distribuição Ibérica necessita de ser

promovido.

É um musgo, considerado de tendência submediterrânica existindo na África

do Norte e Ásia Ocidental, da Turquia ao Afaganistão (FREY & KÜRSCHNER,

1991).

Recentemente em estudos moleculares efectuados para reorganizar

taxonomicamente este complexo entre as Brachytheciaceae

(VANDER-POORTEN et al., 2005), concluiu-se que existe um suporte robusto para serem

individualizadas diferentes espécies num grupo monifilético (género

Brachy-theciastrum), onde foram circunscritos diferentes taxa como: B. collinum, B.

olympicum, B. velutinum e B. dieckii. Por outro lado, na recente lista dos musgos

Europeus (HILL et al., 2006) estas espécies estão consideradas como

independentes.

Com o estudo de algum material recentemente encontrado em áreas e com

ecologia bastante diferente das onde ocorre Brachythecium dieckii e, tendo como

base estes novos critérios taxonómicos, podemos concluir que tanto B.

olympicum como B. dieckii existem na flora de Portugal.

B. olympicum foi encontrado durante um estudo de monitorização da qualidade

da água em Portugal Continental para a implementação da Directiva Quadro.

Com a informação de campo e dados ecológicos, podemos referir que este

musgo, se desenvolve em substratos neutros na base de árvores ou raízes,

formando colónias quase puras, num local bastante sombrio e com alguma

humidade, embora pareça suportar alguns períodos de secura. Encontra-se fértil e

apresenta as sedas lisas e as células basilares das folhas nitidamente porosas.

Entre as espécies acompanhantes podemos indicar: Lunularia cruciata (L.)

Lindb., Bryum capillare Hedw., Bryum pseudotriquetrum (Hedw.) P. Gaertn., B.

Mey. & Scherb., Eurhynchium praelongum (Hedw.) Schimp., Fissidens

taxifolius Hedw., Pottia truncata (Hedw.) Bruch & Schimp. e Rhynchostegiella

tenella (Dicks.) Limpr.

**Baixo Alentejo, Odemira, São Teotónio, Ribeira de Seixe, raízes e madeira em

(16)

REFERÊNCIAS

CORTÉS LATORRE, C. 1948-1949 (1950). Aportaciones a la Briología española. Anales del Jardín Botánico de Madrid 9:259-333.

LARA, F., ALBERTOS, B., GARILLETI, R. & MAZIMPAKA, V. (2005). Relación de táxones potencialmente amenazados en la Comunidad de Madrid. Bol. Soc. Esp. Briol. 26-27: 33-45

FREY, W. & KÜRSCHNER, H. (1991). Conspectus Bryophytorum Orientalum et Arabicorum. An annotated catalogue of the bryophytes of Southwest Asia. Bryophytorum Bibliotheca. 39: 1-181.

HENRIQUES, J. (1889). Musgos. Catálogo dos Musgos encontrados em Portugal. Bryinae anomalae. Boletim da Sociedade Broteriana 7: 181-223.

MACHADO, A. (1930). Sinopse das Briófitas de Portugal. 2ª parte – Musgos. (continuação). Coimbra.

SÉRGIO, C. & JANSEN, J. (2000). On the presence of Brachythecium dieckii in Portugal and Marocco. J. Bryol. 22: 239-241.

VANDERPOORTEN, A., IGNATOV, M. S., HUTTUNEN, S. & GOFFINET, B. (2005). A molecular and morphological recircumscription of Brachytheciastrum (Brachytheciaceae, Bryopsida). Taxon. 54: 369-376.

11.

RECONHECIMENTO DA PRESENÇA DE FISSIDENS

ADIANTOIDES HEDW. (FISSIDENTACEAE) EM PORTUGAL

C. Sérgio

1

& I. Silva

2

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 Instituto de Botânico. Universidade de Coimbra. 3000-393

Coimbra.

Fissidens adiantoides Hedw. foi pela primeira vez referido para a Portugal por

P. ALLORGE (1931) correspondendo a uma colheita efectuada por este autor na

Cruz Alta, na Serra do Buçaco, no centro de Portugal. Este musgo foi

posteriormente referido por POTIER DE LA VARDE (1945) que estudou este

material e confirma a presença desta espécie. ALLORGE (1974) refere

posteriormente para novas localidades nesta mesma serra.

Em 1969

,

F. adiantoides, foi referido para uma localidade (SÉRGIO, 1969),

não muito distante da primeira mas junto à costa, na região da Figueira da Foz.

SÉRGIO & CARVALHO (2003), considera que este material necessita de ser

revisto. Tivemos a possibilidade de localizar o material no herbário de Coimbra

(COI) e, após a sua observação, foi confirmado que, sem qualquer dúvida, se

tratava de plantas de F. adiantoides.

(17)

para esta espécie, de tecido foliar de células grandes, de 8 a 16 m de largura, a

secção das folhas nunca apresenta as células em dois estratos, sendo unistratosas

em todas as lâminas. Esta característica serve para as distinguir com F. dubius,

espécie com que pode ser confundida.

Recentemente ao estudar algum material colhido na reguião da Figueira

da Foz, na primavera do corrente ano, foram identificados mais exemplares F.

adiantoides. Verificamos ainda que um exemplar proveniente da região do Rio

Vouga, colhido em 1994, pertence a este mesmo taxon. Assim, certificamos a

presença desta espécie de Fissidens em Portugal e admitimos que com novos

estudos este musgo deve ser seguramente reencontrado, em regiões

ecocologicamente comparáveis.

Fissidens adiantoides é uma espécie circumboreal com uma distribuição que

vai do Árctico a África e Norte América, e com áreas de ocorrência no Sul da

América, Tasmânia e Nova Zelândia. Em Espanha está bastante distribuída nas

montanhas do Norte mas, existindo também na Serra Nevada.

Sob o ponto de vista de conservação não foi considerada como ameaçada a

nível Ibérico (SÉRGIO et al., 2006).

Beira Litoral, Figueira da Foz, Quiaios, Lagoa das Braças, no solo húmido numa vala,

29TNE1645, 04/05/1967, C. Sérgio & J. Ormonde 248 (COI, LISU 206760); Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Mata da Foja, no solo de pinhal húmido, 29TNE2550, 30/04/2007, I. Silva, M. Cristina & C. Machado (COI, LISU 215270); Vale de Cambra, Castelões, na margem da linha de água, 29TNF5020, 26/03/1994, C. Sérgio 9053 (LISU 193180); Cedrim do Vouga, talude com escorrência, 29TNF5607, 25/05/1996, C. Sérgio 10380 (LISU 193182).

REFERÊNCIAS

ALLORGE, P. (1931). Notes sur la flore bryologique de la Péninsule Ibérique. VIII. Additions a la flore portugaise. Rev. Bryol., 4: 32-36.

ALLORGE, V. (1974). La Bryoflore de la Foret de Bussaco (Portugal). Rev. Bryol. Lichénol. 40: 307-452.

POTIER DE LA VARDE, R. (1945). Liste des espéces du genre Fissidens récoltées dans la Penínsule Ibérique par M. et Mme Allorge. Rev. Bryol. Lichénol. 15: 30-39.

SÉRGIO, C. (1969). Contribuição para o conhecimento da Flora Briológica de Portugal- III. Anuário Soc. Brot. 35: 9-40.

SÉRGIO, C. & CARVALHO, S. (2003). Annotated Catalogue of Portuguese Bryophytes –Portugaliae Acta Biol. 21: 5-227.

(18)

12. NOVOS DADOS PARA TRÁS-OS-MONTES E ALTO

DOURO DE ESPÉCIES MEDITERRÂNICAS

C. Sérgio

1

& C. Garcia

1

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa,

Portugal. csergio@fc.ul.pt

A região de Trás-os-Montes e Alto Douro é das áreas em Portugal onde têm

incidido menos estudos florísticos de briófitos, sendo bem patente quando se

analisa o número o número de espécies referenciadas para esta região (SÉRGIO

& CARVALHO, 2003), com cerca de 275 taxa enquanto o número de espécies

de briófitos conhecido no Minho atinge cerca de 415.

Nesta nota apresenta-se mais três espécies novas para esta província, todas

consideradas como elementos de tendência mediterrânea ou sub-mediterrânea.

Por outro lado indicamos uma segunda localidade de Syntrichia montana Nees

para esta região.

Oxymitra incrassata (Brot.) Sérgio & Sim-Sim

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Mazouco, descida para o Douro, próximo do Cavalinho (arte rupestre), 29TPF8857, 04/10/2000, C. Sérgio 11543 (LISU 214203); Morais, depois da povoação, a 2 km a caminho do topo do Maciço de Morais, 29TPF8396, 22/11/2000, C. Sérgio et al. 11457 (LISU 214207); S. João da Pesqueira, Valongo dos Azeites, 29TPF3447, 17/11/1987, C. Sérgio 6034 (LISU 214206).

Riccia bifurca Hoffm.

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Estrada Morais para Mogadouro, Ponte do Sabor,

29TPF8385, 22/11/2000, C. Sérgio et al. 11507 (LISU 214208).

Syntrichia montana Nees

Trás-os-Montes e Alto Douro, Silva, próximo de Campo de Víboras, 29TQF1398,

06/10/2001 C. Sérgio et al. 12108 (LISU 214204).

Tortula solmsii (Schimp.) Limpr.

*Trás-os-Montes e Alto Douro, Estrada Morais para Mogadouro, Ponte do Sabor,

29TPF8583, 22/11/2000, C. Sérgio et al. 11504 (LISU 214196).

REFERÊNCIAS

(19)

13. NOVOS DADOS DE CIRRIPHYLLUM CRASSINERVIUM

(TAYLOR) LOESKE & M. FLEISCH. & FLEISCH

(BRACHYTHECIACEAE). EM PORTUGAL

C. Sérgio

1

, C. Vieira

2

& I. Silva

3

1

Universidade de Lisboa, Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico / Centro de Ecologia e Biologia Ambiental. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. csergio@fc.ul.pt, 2 CIBIO/Departamento de Botânica, FCUP, Universidade do Porto, Rua do Campo Alegre, 1191, 4150-181 Porto, 3Instituto de Botânico. Universidade

de Coimbra. 3000-393 Coimbra.

Cirriphyllum crassinervium (Taylor) Loeske & M. Fleisch. & Fleisch é um

musgo que, até há poucos anos, tinha sido referenciado apenas em áreas restritas,

quer a Norte desde Trás-os-Montes quer no Algarve (SÉRGIO & CARVALHO,

2003). No entanto, a quase totalidade destas referências correspondem a

colheitas efectuadas antes de 1950 e são poucas as posteriores a 1970, mesmo as

de ALLORGE (1974) que indica as suas colheitas no Buçaco em 1965. Mesmo

em Trás-os-Montes só estava referido do em 1949 (ALLORGE & ALLORGE).

Deste modo na Lista Vermelha publicada em 1994 (SÉRGIO et al., 1994) esta

espécie foi considerada como rara.

Neste momento são acrescentadas novas localidades onde este musgo foi

encontrado, assim como novas colheitas na Serra do Buçaco, onde a espécie

tinha sido referida anteriormente.

Beira Litoral, Cedrim do Vouga, 29TNE5058, 01/04/2001, C. Sérgio 11939 (193129

LISU); Coimbra, Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, 29TNE4950, 1993, H. v. Melick (175134 LISU; Buçaco, Mata do Buçaco, Cruz Alta descendo para o Hotel, 29TNE5369, 22/09/2000, C. Sérgio 11454 (LISU 214214).

Estremadura, Sintra, junto à fonte dos Capuchos, para Azóia, 29SMC6192, 12/07/1988,

6418 C. Sérgio & M. Sim-Sim (153301 LISU); Sintra, Parque do Castelo da Pena, 29SMC6693 4293177 466192, 1988, 4462 J. Werner (LISU 153302).

Trás-os-Montes e Alto Douro, Bragança, Torre de Moncorvo, Mós, 29TPF7657,

07/07/2005, A. Albuquerque (LISU 210199); Vila Flor, Freixiel, 29TPF4975, 14/07/2005, A. Albuquerque (LISU 210200); Lamego, Lazarim, Rio das Poldras, 29TNF9641, 23/08/2004, C. Vieira (PO 7229-CIBIO).

REFERÊNCIAS

ALLORGE, P. & ALLORGE, V. (1949). Végetation aux environs de Bragança. Portugaliae Acta Biol., Sér. B, Sist. vol. J. Henriques: 63-86.

(20)

14. NOVAS ÁREAS PARA PORTUGAL DE SPHAGNUM

AURICULATUM SCHIMP E DE SPHAGNUM SUBNITENS RUSSOW

& WARNST.

C. Garcia

1

, C. Sérgio

1

, P. Rodríguez-González

2

, C. Ramalho

3

, M. Porto

4

,

M.J. Pinto

1

& S. Lobo

1

1

Universidade de Lisboa. Museu Nacional de História Natural, Jardim Botânico. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa, Portugal. cgarcia@fc.ul.pt, 2Instituto Superior

de Agronomia, Departamento de Engenharia Florestal, Tapada da Ajuda. 1349-017 Lisboa, Portugal, 3Murdoch University, South St, Murdoch, 6150 Western Austrália,

4

ERENA - Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, LDA. Rua Robalo Gouveia, 1-1ª, 1900-392 Lisboa, Portugal.

Durante a realização de trabalho de campo, na sua maior parte para o estudo da

flora vascular de zonas húmidas e na preparação de explorações botânicas, foram

detectadas algumas populações de Sphagnum auriculatum Schimp e de

Sphagnum subnitens Russow & Warnst. que, pela sua localização, apresentam

uma importância corológica assinalável.

Estas novas localidades de ocurrência correspondem a locais relativamente

afastados da área de distribuição de cada uma das espécies referidas, conforme se

pode observar nos mapas de distribuição apresentados por SÉNECA (1989, 2003).

Embora Sphagnum auriculatum seja a espécie com maior distribuição em

Portugal ainda não tinha sido encontrada no Ribatejo e no litoral, a Sul de Leiria,

só existem referências para a Península de Setúbal.

Realça-se ainda a população de Sphagnum subnitens, encontrada na povoação

de Vale de Lobos, passados mais de 150 anos após as primeiras colheitas

efectuadas por F. Welwitsch em 1843 e 1846 na região de Sintra e referida

consecutivamente por diversos autores a partir da publicação de MITTEN

(1853). Esta localidade fica a cerca de 10 Km de distância da localidade de

Welwitsch e a cotas altimétricas inferiores, na ordem dos 300 m.

Sublinha-se que estes locais de ocorrência situam-se dentro de áreas com

bastante intervenção, nomeadamente nas bordaduras de matas de produção de

Eucalyptus globulus, presentemente em risco de agravarem o respectivo status

de conservação destas espécies.

Sphagnum auriculatum Schimp

Estremadura, Óbidos, a norte da povoação do Vau, num bosque-galeria sobre solo

turfoso, 29SMD7961, 29/11/2005, M. J. Pinto & S. Lobo (LISU 206759; Óbidos, Casal das Ferrarias, próximo da Lagoa de Óbidos, numa linha de água, 29SMD8061, 10/10/2003, P. Rodríguez-González (LISU. 214393)

*Ribatejo, Ourém, Caxarias, num solo turfoso, 29SND4095, 28/01/2006, P.

(21)

Sphagnum subnitens Russow & Warnst.

Estremadura, Sintra, Almargem do Bispo, Vale de Lobos, no solo inundado por uma

linha de água de num antigo bosque de Quercus pyrenaica, actualmente ocupado por uma mata de produção de Eucalyptus globulus Labill., 29SMC7696, 16/07/2005, C. Ramalho, M. Porto & C. Garcia (LISU 214390).

REFERÊNCIAS

MITTEN, W. A. L. S. 1853. An enumeration of the Musci and Hepaticae collected in Portugal, 1842-50, by Dr.Fried Welwitsch with brief notes and observations. London. SÉNECA, A. M. 1998. Estudo ecológico e biossistemático do género Sphagnum L. em

Portugal. Tese ao grau de Doutor, Faculdade de Ciência da Universidade do Porto, Porto.

Referências

Documentos relacionados

 Verticais - com uma ou mais torres, algumas construções abrigam no térreo lojas para uso restrito aos moradores, já outras, com possibilidades de acesso para

– Anestésico local injectável por via subcutânea. – Aparelho de oxigenoterapia com descompressor que permita utilizar o oxigénio industrial de bordo, ou reservatório de

Dentre as condições mínimas para a existência de uma rede urbana estão i) em primeiro lugar, a verificação de um grau mínimo de divisão territorial do trabalho, ou seja, a troca

Antes de mais nada, para nos situarmos na proposta de mudança linguística no âmbito da GG, é preciso entender que, para a linguística gerativa, o objeto não será a língua e sim

Descrição Promover a descoberta de competências e contribuir para a prevenção de comportamentos de risco dos jovens de Marvila através de formação teatral e apresentações

L’archive ouverte pluridisciplinaire HAL, est destin´ee au d´epˆot et `a la diffusion de documents scientifiques de niveau recherche, publi´es ou non, ´emanant des

DESAFIOS DO MUNDO AMANHÃ Um mundo a duas velocidades A globalização das migrações Urbanização e migrações internas assimétricas Envelhecimen to ou

Em meados de 2019 recebi, com prazer, o convite para pensar e esquematizar a Curadoria das obras dos pesquisadores/artistas do GEPPA – Grupo de Estudos, Pesquisas e Práticas