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Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio

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Prof. Marco Aurelio

AULA N° 10

Primeiramente, gostaria de reforçar o que escrevi no fórum, houve um problema em relação às respostas do fórum, no entanto todas as observações foram levadas a sério e foram feitas as alterações necessárias em algumas aulas. Se você tiver outras críticas e sugestões, envie um e-mail para o meu endereço.

Vamos à aula!

Neste nosso último encontro, iremos estudar os artigos de 151 a 162 e mais outros que estão espalhados pela Constituição, referentes ao sistema tributário:

1) Outros princípios e regras tributárias;

2) Os impostos da União;

3) Os impostos dos estados e Distrito Federal;

4) Os impostos dos municípios;

5) Repartição de receitas tributárias;

6) Seguridade Social;

7) CSLL;

8) COFINS; e 9) PIS / PASEP.

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio- econômico entre as diferentes regiões do País;

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Prof. Marco Aurelio

Princípio da uniformidade geográfica

A União não pode criar tributos que impliquem em distinção ou preferência por um estado, Distrito Federal ou município, em relação aos demais. Os tributos têm de ser uniformes em todo o território nacional.

Os incentivos fiscais, concedidos através de leis, que visem a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões, são exceções a este princípio (por exemplo, os incentivos fiscais concedidos através da SUDENE).

EIS A QUESTÃO!

1) (FGV/Fiscal/RJ/2009) Com relação ao tema Limitações ao Poder de Tributar, analise as seguintes sentenças:

I. Como modo de combater a guerra fiscal, a Constituição Federal outorgou ao legislador complementar competência para regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Em atendimento a esse objetivo, a Lei Complementar n° 24/75 determina que a concessão de benefícios, ou a sua revogação total ou parcial, dependerá sempre de decisão unânime dos Estados federados.

II. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, sendo inadmitida, portanto, a concessão de incentivos fiscais ainda que destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconómico entre as diferentes regiões do país.

III. Em caso de outorga de isenção tributária a uma classe de contribuintes, a fim de promover o desenvolvimento socioeconómico de uma dada região, é possível àqueles excluídos pela lei socorrerem-se do Poder Judiciário para, com base no princípio da isonomia, obterem idêntico tratamento fiscal.

Assinale:

(A) se todas as sentenças estiverem corretas.

(B) se somente as sentenças I e II estiverem corretas.

(C) se somente as sentenças I e III estiverem corretas.

(D) se somente as sentenças II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma sentença estiver correta.

Solução:

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Prof. Marco Aurelio

A afirmativa I está incorreta uma vez que, em atendimento ao parágrafo 2° da Lei Complementar n.24/75 "A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados (em reuniões do Confaz); a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes.

A afirmativa II está incorreta posto que em flagrante contrariedade à letra do inciso I do artigo 151 da CF/88 que permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconómico entre as diferentes regiões do país.

A afirmativa III está incorreta. As isenções concedidas hão de ser interpretadas literal e restritivamente, em atendimento ao artigo

111 do CTN. Ademais, já decidiu o Supremo Tribunal Federal:

"A Constituição na parte final do art. 151, I, admite a 'concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-económico entre as diferentes regiões do país'. A concessão de isenção é ato discricionário, por meio do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de conveniência e oportunidade, implementa suas políticas fiscais e económicas e, portanto, a análise de seu mérito escapa ao controle do Poder Judiciário. Precedentes: RE

149.659 e AI 138.344-AgR." (RE 344.331, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 14-3-03). Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026)." (RE 344.331, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11-2-03, DJ de 14-3-03)

A resposta certa é a letra "e".

Art. 151. É vedado à União:

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

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Proibição de tratamento tributário mais oneroso para os Estados, DF e Municípios

A União não poderá fixar, para os demais entes estatais, níveis tributários superiores aos que fixar para si mesma e para seus agentes, incidentes sobre:

Renda das obrigações da dívida pública;

Remuneração e proventos dos agentes públicos.

Art. 151. É vedado à União:

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Proibição da invasão da competência para isentar

A União não pode fixar isenções em relação a tributo cuja competência pertença aos estados, DF e aos municípios. A União só pode criar isenções relativas a tributos de sua competência.

EIS A QUESTÃO!

2) (AFTE RN/2004 - ESAF) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo.

I - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

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II - O depósito em títulos da dívida agrária suspende a exigibilidade do crédito tributário da União.

III - Não é legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de concordata, porquanto, de acordo com o disposto no art. 112, II, do Código Tributário Nacional, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos.

IV - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.

a) Somente I, II e III são verdadeiras.

b) Somente II, III e IV são verdadeiras.

c) Somente I e II são verdadeiras.

d) Somente I e IV são verdadeiras.

e) Somente II e IV são verdadeiras.

Solução:

A formulação I é verdadeira. Súmula 669 do STF: "norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade."

A formulação II é falsa. Somente suspende o crédito tributário, as causas constantes do artigo 151 do CTN e depósito em títulos da dívida agrária não é um deles.

A formulação III é falsa. Esta formulação trata de anistia e interpretação da legislação. Anistia é caso de exclusão. Vejamos o que diz o artigo 111 do CTN: "Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário". Concluímos que anistia deve ser interpretada literalmente e não de maneira mais benigna.

A formulação IV é verdadeira. Súmula 656 do STF: "É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o Imposto de Transmissão "Inter Vivos" de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel."

A resposta certa é a letra "d".

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Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Uniformidade de tributação entre Estados, DF e Municípios

Nenhum estado, DF ou município pode estabelecer tributo ou alíquota de valor diferente sobre bens ou serviços de qualquer natureza, em função de sua origem ou de seu destino.

3) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Considere a seguinte situação hipotética:

lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao IPI e estabeleceu que a alíquota relativa aos carros de luxo produzidos no Estado de Sergipe é de 12%, e a dos produzidos nos demais Estados da região Nordeste é de 18%. Tal enunciado normativo viola o princípio constitucional

(A) da uniformidade geográfica da tributação.

(B) da capacidade contributiva.

(C) da liberdade de tráfego.

(D) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto.

(E) do não confisco.

Solução:

A alternativa "a" está certa. O princípio da uniformidade geográfica da tributação consta do artigo 151, inciso I da CF. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

A alternativa "b" está errada. O princípio da capacidade contributiva estabelece que e consta do art. 145, §1° da CF § 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à

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administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o património, os rendimentos e as atividades económicas do contribuinte. Ele é sintetizado da melhor forma no imposto de renda, no qual há uma tabela de alíquotas progressivas e cada sujeito passivo irá fazer as deduções legais no cálculo da base do imposto.

A alternativa "c" está errada. O princípio da liberdade de tráfego garante a liberdade de ir e vir de pessoa e bens em todo o território nacional e consta do artigo 150, inc. V.

A alternativa "d" está errada. O princípio da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto, CF artigo 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

A alternativa "e" está errada. O princípio do não confisco está estabelecido no artigo 150, inc. IV da CF. Garante que a tributação não pode ter caráter confiscatório, mas não há uma graduação na legislação tributária do que seja esse caráter.

A resposta certa é a letra "a".

4) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Considere a seguinte situação hipotética:

lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao IPI e estabeleceu que a alíquota relativa aos carros de luxo produzidos no Estado de Sergipe é de 12%, e a dos produzidos nos demais Estados da região Nordeste é de 18%. Tal enunciado normativo viola o princípio constitucional

(A) da uniformidade geográfica da tributação.

(B) da capacidade contributiva.

(C) da liberdade de tráfego.

(D) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto.

(E) do não confisco.

Solução:

A alternativa "a" está certa. O princípio da unjformidade geográfica da tributação consta do artigo 151, inciso I da CF. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a

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concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-económico entre as diferentes regiões do País.

A alternativa "b" está errada. O princípio da capacidade contributiva estabelece que e consta do art. 145, §1° da CF § 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade económica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o património, os rendimentos e as atividades económicas do contribuinte. Ele é sintetizado da melhor forma no imposto de renda, no qual há uma tabela de alíquotas progressivas e cada sujeito passivo irá fazer as deduções legais no cálculo da base do imposto.

A alternativa "c" está errada. O princípio da liberdade de tráfego garante a liberdade de ir e vir de pessoa e bens em todo o território nacional e consta do artigo 150, inc. V.

A alternativa "d" está errada. O princípio da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto, CF artigo 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

A alternativa "e" está errada. O princípio do não confisco está estabelecido no artigo 150, inc. IV da CF. Garante que a tributação não pode ter caráter confiscatório, mas não há uma graduação na legislação tributária do que seja esse caráter.

A resposta certa é a letra "a".

Seção III

DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

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III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1° - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Os impostos de competência privativa da União estão listados acima.

O imposto sobre grandes fortunas está na competência da União. Essa competência nunca foi exercida, provavelmente por achar que não seja necessária sua instituição, tendo em vista que os demais tributos consigam manter a máquina administrativa em pleno funcionamento.

O parágrafo 1° é a exceção ao princípio da reserva legal. Nesse caso, admite-se que o Poder Executivo, modifique as alíquotas do II, IE, IPI e IOF, tendo em vista a finalidade extrafiscal desses tributos.

SER OU NÃO SER, EIS AS QUESTÕES!

5) (AFTN/91-ESAF) O poder executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode alterar as alíquotas dos seguintes tributos:

a) IR, IPI, II e IE b) ITR, IOF, II e IE c) IOF, IPI, II e IE d) II, IE, ICMS e ISS

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Prof. Marco Aurelio e) Empréstimo Compulsório, II, IE, IPI

Solução:

O examinador quer saber se o Executivo pode alterar, ou seja, não há necessidade de lei. Esta questão é a letra da Constituição, art.

153, §1°, portanto a resposta é a letra "c".

6) (AFTN/96 -ESAF) O princípio da legalidade não se aplica, em toda a sua extensão

a) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto extraordinário decorrente de guerra

b) aos impostos de importação e exportação, ao imposto sobre produtos industrializados e ao impostos sobre operações financeiras

c) às taxas e contribuições de melhoria

d) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto extraordinário de guerra

e) às taxas e contribuições sociais Solução:

Temos apenas o enunciado diferente, mas a questão é a mesma. Art. 153, §1°.

A resposta certa é a letra "b".

7) (AFRF/2005/TA - ESAF) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre

a) importação de produtos estrangeiros.

b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

c) propriedade territorial rural.

d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

e) produtos industrializados.

Solução:

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Prof. Marco Aurelio

Vimos no artigo 153, §1° que Poder Executivo pode, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos: II, IE, IPI e IOF, ou seja, a alíquota do ITR não pode ser alterada pelo Poder Executivo.

A resposta certa é a letra "c".

§ 2° - O imposto previsto no inciso III: IMPOSTO DE RENDA

Este parágrafo refere-se ao imposto de renda.

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

O imposto de renda é, como vimos, o que melhor espelha a justiça fiscal, em virtude de cumprir, da melhor forma possível, os critérios de conteúdo programático deste inciso. Vejamos cada um deles.

O critério da generalidade (para memorizar, lembre-se de gente) cuida de buscar, com justiça tributária, todas as pessoas com capacidade contributiva de forma isonômica.

O critério da universalidade tenta alcançar todas as rendas e proventos que possam ser tributáveis.

O critério da progressividade está materializado na tabela de alíquotas do imposto de renda da pessoa física.

§ 3° - O imposto previsto no inciso IV:

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Prof. Marco Aurelio IPI

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.

O IPI será seletivo de acordo com a essencialidade dos produtos.

Produtos supérfluos pagam mais IPI do que os produtos considerados essenciais, que serão consumidos por todos, como produtos destinados à alimentação, à saúde, etc.

Como já estudado, será compensado, em uma etapa do ciclo de produção, o valor do IPI já pago na etapa anterior deste ciclo.

Não incidirá nas operações de exportação.

O inciso IV é de conteúdo programático, visando ao desenvolvimento do país, principalmente na compra de maquinário para as indústrias. É um estímulo à produção.

EIS A QUESTÃO!

8) (AFRF 2005 - ESAF) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de competência da União,

a) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, mediante ato do Poder Executivo.

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Prof. Marco Aurelio

b) poderá incidir sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

c) poderá ser seletivo, em função da essencialidade do produto.

d) constitui exceção ao princípio da legalidade, eis que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites da lei, alterar suas alíquotas.

e) poderá ser não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.

Solução:

Alternativa "a" está errada, a CF, art. 153, §3°, IV, define que o IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da Lei.

Alternativa "b" está errada, a CF, art. 153, §3°, III, reza que o IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Alternativa "c" está errada, a CF, art. 153, §3°, I, versa que o IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto.

Alternativa "d" está correta. Segundo o §1°, do artigo 153 da Constituição, é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V (II, IE, IPI e IOF).

Alternativa "e" está errada. Conforme a CF em seu artigo 153,

§3°, II o IPI será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.

A resposta certa é a letra "d".

§ 4° O imposto previsto no inciso VI do caput:

ITR

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

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Prof. Marco Aurelio

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

O ITR tem caráter extrafiscal de forma a desestimular a propriedade improdutiva.

A progressividade refere-se à aplicação da maior alíquota à propriedade de maior área improdutiva.

De acordo com o inciso II acima, o imposto não incidirá sobre as pequenas glebas rurais, sendo estas definidas como áreas de pequeno tamanho em determinadas regiões. Essas áreas são definidas em lei. A gleba rural, para fins dessa imunidade, deve ser explorada pelo proprietário que não possua outro imóvel.

O inciso III trata da possibilidade, já estabelecida em lei, de o município fiscalizar e cobrar o ITR, porém depende da anuência do município, que, em caso afirmativo, ficará com 100% da arrecadação.

Se o município não concordar em fiscalizar este imposto, ele ficará apenas com 50%, conforme estabelecido no artigo 158 desta CF, em função da distribuição constitucional da arrecadação de impostos federais.

EIS A QUESTÃO!

9) (AFRF/2002-1/ESAF) Avalie as afirmações abaixo e marque a opção que corresponda, na devida ordem, ao acerto ou erro de cada uma (V ou F, respectivamente).

1 - Sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária deixa ipso facto de incidir o imposto territorial rural (ITR).

2 - Um imóvel de 100 hectares, localizado na Amazónia Ocidental, é considerado "pequena gleba rural" para fins de não-incidência (imunidade) do ITR, se presentes as demais condições.

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Prof. Marco Aurelio

3 - Competem ao INCRA as atividades de arrecadação, tributação e fiscalização do ITR.

a) V, V, V b) V, V, F c) F, V, F d) F, F, F e) F, F, V

Solução:

Aqui o candidato tinha que conhecer o básico do ITR e sua lei 9.393/1996.

Ipso facto é expressão latina que significa pelo próprio fato, no nosso caso é consequência.

A primeira afirmação é falsa. O §1° do art. 1° desta lei estabelece que o ITR incide sobre imóvel declarado de interesse social.

A segunda afirmação é verdadeira. Base legal: Lei 9393/96, art. 2°, inciso I.

A terceira afirmativa é falsa. Compete a Receita Federal as atribuições de arrecadar, tributar e fiscalizar o ITR. Art. 15 da Lei 9393/96. A RFB pode celebrar convênio com o INCRA para fiscalizar.

Há possibilidade de convênio entre a RFB e órgãos da administração tributária das unidades federadas para cobrança e lançamento do ITR.

A resposta certa é a letra "c".

10) (AFRF/2002-2/ESAF) Relativamente ao Imposto Territorial Rural (ITR), avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.

( ) Como regra, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária.

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Prof. Marco Aurelio

( ) Segundo a interpretação legal, imóvel rural de área inferior a 30 hectares, independentemente do local onde se encontre, é considerada pequena propriedade, imune ao imposto.

( ) O "posseiro" do imóvel é estranho à relação jurídica relativa ao ITR, pois o contribuinte do imposto é o titular do domínio útil ou o proprietário.

a) V, V, V b) V, V, F c) V, F, F d) F, F, F e)F, V, F

Solução:

A primeira afirmativa é verdadeira. Base legal: Lei n°

9.393/1996; art. 1°,§ 1° O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse.

A segunda afirmativa é verdadeira. Base legal: CF art. 153;

inc. VI § 4° O imposto previsto no inciso VI(ITR) do caput: II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; Lei n° 9.393/1996;

art. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a :

I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato- grossense;

II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

A terceira afirmativa é falsa. Posseiro, aquele que tem a posse, é o possuidor a qualquer título. Base legal: CF "Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título."

A resposta certa é a letra "b".

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§ 5° - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

O ouro é tributado apenas, em relação ao IOF, quando destinado ao mercado financeiro ou ao cumprimento da política cambial do governo federal. Há incidência do IOF apenas na operação de importação ou na compra do ouro do setor extrativista pelas instituições financeiras.

EIS A QUESTÃO!

11) Considerando a publicação de norma, em 15 de dezembro de 2009, visando à majoração de tributo, sem disposição expressa sobre a data de vigência, aponte a opção correta.

a) Tratando-se de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, poderá ser editada lei ordinária, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2010.

b) Tratando-se de imposto sobre produtos industrializados, poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros a partir de sua publicação.

c) Tratando-se de imposto sobre a propriedade territorial rural, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação.

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Prof. Marco Aurelio

d) Tratando-se de imposto sobre importação, poderá ser expedido decreto presidencial, produzindo efeitos financeiros noventa dias após a sua publicação.

e) Tratando-se de contribuição social, poderá ser editada medida provisória, produzindo efeitos financeiros a partir de 1° de janeiro de 2011, caso não tenha sido convertida em lei no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada.

Solução:

A letra "a" está certa. O imposto de renda pode ser editado por lei ordinária e somente obedece à anterioridade tributária.

Base legal: CTN art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o património ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos;

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

CF art. 153 § 2° - O imposto previsto no inciso III (IR): I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

CF 150, § 1°. ...a vedação do inciso III, c, (noventena), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III(IR).

A letra "b" está errada. O artigo 153, §1° da CF, reza que § 1°

- É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IPI. Não é possível a lei produzir efeitos financeiros a partir de sua publicação, pois é obrigatória a observância da anterioridade nonagesimal, de acordo com a CF, art.

150, III, "c".

A letra "c" está errada. Base legal: CF, art. 150, I e CTN, art.

97. Medida provisória pode majorar alíquotas do ITR. A CF, art. 150, III

"b" e "c" estabelece que o ITR obedece à anterioridade tributária e a noventena.

A letra "d" está errada. Base legal: CF, art. 153, § 1° reza que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do II. A CF, art. 150, III "b" e

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"c" e §1° dita que não é aplicada ao II a anterioridade tributária e a noventena.

A letra "e" está errada. Base legal: CF art. 62. § 2° Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, (II, IE, IPI, IOF e imposto extraordinário de guerra) só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

A resposta certa é a letra "a".

12) (AFRF.TA.3.2005.01) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre

a) importação de produtos estrangeiros.

b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

c) propriedade territorial rural.

d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

e) produtos industrializados.

Solução:

O ITR não pode ter suas alíquotas alteradas por decreto do Poder Executivo. Base legal: CF art. 153, §1° - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

(II, IE, IPI e IOF).

A resposta certa é a letra "c".

(20)

Prof. Marco Aurelio

Resumo dos impostos de competência da União:

1) Imposto de Importação - II

> Fato Gerador: entrada no território nacional

>

Unidade de medida

Base cálculo: Valor do produto Preço de arrematação

> Contribuinte: importador ou quem a lei equipare

> Tipo de lançamento: por homologação, exceto o de bagagem que é por declaração (DBA).

2) Imposto de Exportação - IE

> Fato Gerador: saída do território nacional

3) Imposto de Renda - IR

> Fato Gerador: aquisição de renda ou proventos

> Base cálculo: montante real, arbitrado ou presumido das rendas e proventos.

> Contribuinte: titular das rendas e proventos

> Tipo de lançamento: por homologação Unidade de medida Valor do produto Preço de arrematação

> Base cálculo:

> Contribuinte: exportador ou quem a lei equipare

> Tipo de lançamento: por homologação

(21)

Prof. Marco Aurelio

4) Imposto sobre a Produção Industrial - IPI

> Fato Gerador: saída do produto do estabelecimento, o desembaraço aduaneiro ou arrematação.

> Base cálculo: valor da operação de saída da mercadoria do estabelecimento, valor da arrematação ou valor do preço de importação + taxas aduaneiras + II.

> Contribuinte: industrial, comerciante, importador ou arrematante.

> Tipo de lançamento: por homologação

> Deve ser seletivo e não-cumulativo.

5) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos de valores mobiliários - IOF

> Fato Gerador: realização das operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos de valores mobiliários

> Base cálculo: valor das operações.

> Contribuinte: qualquer das partes envolvidas

> Tipo de lançamento: por homologação

> No ouro como ativo financeiro somente incide o IOF.

6) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR

> Fato Gerador: propriedade, domínio útil ou posse sobre o imóvel

> Base cálculo: valor fundiário.

> Contribuinte: proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título.

> Tipo de lançamento: por homologação

> Será progressivo, para desestimular propriedade improdutiva.

(22)

Prof. Marco Aurelio 7) Outros impostos da União

> Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF - ainda não instituído

> Imposto extraordinário de guerra

> Impostos Residuais

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que seja não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

A competência atribuída à União pela Constituição neste artigo é considerada pelos doutrinadores como competência residual no inciso I. A União poderá instituir novos impostos desde que:

> mediante lei complementar;

> seja não-cumulativos; e

> não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados nesta Constituição.

Art. 154. A União poderá instituir:

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

(23)

Prof. Marco Aurelio

A competência da União neste inciso é a extraordinária. A instituição deste imposto deve ser por lei ordinária e poderá ser utilizada base de cálculo e fato gerador de qualquer outro imposto, compreendido ou não em sua competência tributária. Poderá usar a propriedade como fato gerador, por exemplo.

EIS A QUESTÃO!

13) (ATRFB - 2010) O art. 154, inciso I, da Constituição Federal, outorga à União o que se costuma chamar de competência tributária residual, permitindo que institua outros impostos que não os previstos no art. 153. Sobre estes impostos, é incorreto afirmar que:

a) Estados e Municípios não possuem competência tributária residual.

b) Terão de ser, necessariamente, não-cumulativos.

c) Não poderão ter base de cálculo ou fato gerador próprios dos impostos já discriminados na Constituição Federal.

d) Caso sejam instituídos por meio de medida provisória, esta deverá ser convertida em lei até o último dia útil do exercício financeiro anterior ao de início de sua cobrança.

e) Para a instituição de tais impostos, há que se respeitar o princípio da anterioridade.

Solução:

A letra "a" está certa. A competência tributária residual é da União. Base legal: CF art. 154. A União poderá instituir:

A letra "b" está certa. Base legal: CF art. 154. I - ...

mediante lei complementar, desde que sejam não-cumulativos...

A letra "c" está certa. Base legal: CF art. 154. I - impostos não previstos no artigo anterior e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição

A letra "d" está errada. Não pode ser instituído por medida provisória, somente por lei complementar. Base legal: CF art. 154. I - mediante lei complementar, e CF art. 62 § 1° É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: III - reservada a lei complementar;

(24)

Prof. Marco Aurelio

A letra "e" está certa. A instituição desse imposto deve respeitar o princípio da anterioridade tributária, por não constar do § 1°

do art. 154 que trata das exceções a esse princípio.

A resposta a ser marcada é a letra "d".

14)(AFRF/2003/ESAF)

• O Código Tributário Nacional admite que por ato de autoridade administrativa seja suspensa a aplicação da imunidade tributária à instituição de assistência social, sem fins lucrativos, que distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título?

• A Constituição Federal veda à União conceder incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País?

• Na iminência ou no caso de guerra externa, é vedado à União instituir impostos extraordinários não compreendidos em sua competência tributária?

a)Sim, não, sim b) Sim, sim, não c) Sim, não, não d) Não, não, sim e) Não, sim, não

Solução:

A resposta à primeira pergunta é sim. Base legal: CTN art. 14,

§1° c/c 9°, IV, c - O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9°(Art.

9° É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

IV - cobrar imposto sobre: c) ..., das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo) é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;

(25)

Prof. Marco Aurelio

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

§ 1° Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1° do artigo 9°, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.

A resposta à segunda pergunta é não. O princípio da uniformidade tributária veda a instituição de tributo que não seja uniforme em todo o país, ressalvando incentivos a regiões que necessitem. Base legal: CF art. 151, I - É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

A resposta à terceira pergunta é não. Esta é a competência extraordinária da União que deverá usar lei ordinária na instituição deste tributo. Base legal: CF art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

A resposta certa é a letra "c".

15) (FCC/Fiscal/RJ/2010)(alterada) As alternativas a seguir apresentam atribuições da lei complementar tributária, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Instituir impostos não previstos na Constituição.

(B) Dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

(C) Instituir o imposto sobre grandes fortunas.

(D) Dispor sobre os requisitos para o gozo da imunidade tributária relativa a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos.

(E) Atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente.

(26)

Prof. Marco Aurelio

Solução:

Alternativa A correta. Base legal: CF Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

Alternativa B correta. Base legal: CF; artigo 146; inciso III;

letra "c".

Alternativa C correta. Base legal: CF; artigo 153, inciso VII.

Alternativa D correta. Base legal: CF; artigo 150, inciso VI, letra "c".

Alternativa E incorreta, posto que dita atribuição há de ser feita pela lei ordinária de cada um dos entes tributantes que, porventura, instituam a substituição tributária para frente.

A resposta a ser marcada é a letra "e".

16) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Entre o imposto extraordinário de guerra, o imposto sobre grandes fortunas e os empréstimos compulsórios, é característica comum a observância ao princípio da

(A) não vinculação.

(B) reserva de lei complementar.

(C) noventena.

(D) retroatividade.

(E) ubiquidade.

Solução:

Os três tributos apresentados na questão têm em comum a necessidade de serem instituídos por lei complementar, vejamos: O imposto extraordinário de guerra, o imposto sobre grandes fortunas e os empréstimos compulsórios.

Há uma impropriedade nesta questão, pois somente os impostos não previstos deverão ser instituídos por lei complementar.

Não há essa exigência para o imposto extraordinário de guerra. Base legal: CF Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei

(27)

Prof. Marco Aurelio

complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

O imposto sobre grandes fortunas, conforme art. 153, inciso VII, depende de lei complementar. Base legal: CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Os empréstimos compulsórios devem ser instituídos por lei complementar. Base legal: CF Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios

A resposta do gabarito é a letra "b".

Curiosidade: Teoria da ubiqüidade - O crime praticado em um país ou no qual surte efeitos, ainda que parciais, está sujeito às leis desse país. (Direito Penal)

17) (FGV/Fiscal/RJ/2009) Em relação às espécies tributárias, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.

(B) Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas.

(C) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

(D) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

(28)

Prof. Marco Aurelio

(E) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Solução:

A alternativa "a" está incorreta posto que a competência para instituição das aludidas contribuições é exclusiva da União.

A alternativa "b" está correta; exceções relativas à vinculação de receitas são trazidas pela parte final do disposto no inciso IV do art.167 da CF/88.

A alternativa "c" está correta. Redação do artigo 81 do CTN que em nada discrepa do desenho constitucional do tributo.

A alternativa "d" está correta, em consonância com a redação do inciso II do artigo 145 da CF, c/c o parágrafo 2° do mesmo artigo.

A alternativa "e" está correta, em atendimento ao disposto no art. 154, II da CF.

A resposta a ser marcada é a letra "a".

18) (FGV/Fiscal/RJ/2009) A Constituição Federal de 1988 atribui competência tributária aos entes da Federação. Com relação à União, é correto afirmar que:

(A) encontra-se autorizada a tributar a renda de obrigações da dívida pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

(B) tem competência para instituir isenções de tributos cuja competência foi constitucionalmente assegurada aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

(C) pode estabelecer tributo não uniforme no território nacional.

(D) pode estabelecer, por meio de lei complementar, outros tributos além dos expressamente mencionados na Constituição Federal, desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados constitucionalmente.

(E) não tem competência, em Território Federal, sobre impostos estaduais.

Solução:

(29)

Prof. Marco Aurelio

A letra "a" está certa. O artigo 151, inciso II da Constituição Federal veda à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Municípios. A União somente estará vedada a tributar a renda de obrigações de dívida pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios se tentar fazê-lo em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

A letra "b" está errada. O artigo 151, inciso III da CF veda à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do DF ou dos Municípios, embora haja exceções.

A letra "c" está errada. Os tributos federais devem ser, por determinação constitucional, uniformes em todo território nacional, conforme artigo 151, inciso I da Constituição Federal. Princípio da uniformidade geográfica.

A letra "d" está errada. Dispõe o artigo 154 da Constituição Federal: "A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição".

A letra "e" está errada. O artigo 147 da Constituição Federal dispõe: "Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais". Competência Tributária Cumulativa.

A alternativa correta é a letra "a".

Seção IV

DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ITDC

(30)

Prof. Marco Aurelio

§ 1.° O imposto previsto no inciso I: ITDC

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

O ITDC de competência dos Estados e Distrito Federal incide nas operações realizadas de forma graciosa de transmissão de bens móveis e imóveis.

Competência de instituição do ITDC:

JURISPRUDÊNCIA

O fato gerador do imposto de transmissão é a transferência da posse e do domínio aos herdeiros ou legatários, o que ocorre no

a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;

(31)

Prof. Marco Aurelio

momento da abertura da sucessão. Com base nessa teoria o STF exarou a Súmula n° 112, com os seguintes termos: "O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É DEVIDO PELA ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO DA ABERTURA DA SUCESSÃO." Data de Aprovação Sessão Plenária de 13/12/1963

Na esteira do raciocínio da súmula anterior o STF editou a Súmula n° 113: "O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É CALCULADO SOBRE O VALOR DOS BENS NA DATA DA AVALIAÇÃO." Data de Aprovação Sessão Plenária de 13/12/1963. A avaliação é feita no momento da abertura da sucessão.

A cobrança do ITDC, sobre transferência de ação ao portador, faz-se no lugar em que ocorre essa ação, o que leva a conclusão que é o local da sede da empresa. Com isso o STF exarou a Súmula n° 435:

"O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" PELA TRANSFERÊNCIA DE AÇÕES É DEVIDO AO ESTADO EM QUE TEM SEDE A COMPANHIA." Fonte de Publicação: DJ de 6/7/1964, p. 2184;

DJ de 7/7/1964, p. 2200; DJ de 8/7/1964, p. 2240.

EIS A QUESTÃO!

19) (AFRF/2002-1 - ESAF) Compete aos Estados instituir, entre outros, impostos sobre:

a) a transmissão de bens imóveis a título oneroso, por ato entre vivos.

b) a transmissão de ações da sociedade para o acionista no ato da formação do capital.

c) a constituição de direitos reais de garantia incidente sobre móveis.

d) a transmissão de bens imóveis a título gratuito.

e) a transmissão a título oneroso de bens móveis por natureza ou semoventes.

Solução:

(32)

Prof. Marco Aurelio

Os estados e Distrito Federal têm competência privativa para instituir o ITCD. Imposto sobre transmissão causa mortis, como herança, e doação, todos os dois a título gracioso. Base legal: CF art.

155, inciso I.

A resposta certa é letra "e".

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

... ICMS

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

§ 2.° O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

« M • • • ' * m m rn A Í

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá

(33)

Prof. Marco Aurelio

as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;

b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;

VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;

(34)

Prof. Marco Aurelio

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5°;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

(35)

Prof. Marco Aurelio

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais

• • • • • • 7 J m m m

o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

§ 3° À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

§ 4° Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:

I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no

(36)

Prof. Marco Aurelio

inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2°, XII, g, observando-se o seguinte:

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

§ 5° As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4°, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2°, XII, g.

De acordo com o parágrafo 2° e incisos I e III, este imposto deverá ser não-cumulativo e poderá ser seletivo.

A não-cumulatividade é em função das várias etapas que a mercadoria pode passar. Acontece da mesma forma como explicamos no caso do IPI.

A seletividade pode ocorrer em função da essencialidade do produto ou serviço. Quanto mais essencial, menor será a alíquota do imposto.

O parágrafo 2°, inciso II, alínea b, estabelece que se houver desoneração, em virtude de imunidade, isenção ou não-incidência, o crédito relativo às operações anteriores deverá ser estornado, por motivo óbvio.

O Senado fixa alíquotas mínimas e máximas do ICMS.

(37)

Prof. Marco Aurelio Nas operações interestaduais:

> O Senado fixa alíquota externa, ou seja, nas operações interestaduais;

> As alíquotas internas não serão inferiores às externas, salvo convênio entre os entes;

> O ICMS pertence ao estado produtor;

> A diferença entre as alíquotas externa e interna será do Estado consumidor; e

> Se for destino à pessoa não-contribuinte, aplica-se alíquota interna e ICMS recolhido ao produtor.

No parágrafo 2°, inciso IX, alínea b, acima, se verifica que há serviços que não constam da lista de incidência do ISS, nem da incidência direta do ICMS. Se esses serviços forem prestados juntamente com a entrega de mercadorias, eles serão tributados pelo ICMS.

Conforme parágrafo 2°, inciso IX, alínea a, acima, ocorre tributação do ICMS na operação de importação de mercadorias e na prestação de serviços no exterior.

O ICMS sobre serviço no exterior somente incidirá se o destinatário for pessoa física ou jurídica domiciliada no Brasil, se for domiciliado no exterior, seguirá a regra do inciso X abaixo, em que há imunidade.

A imunidade descrita no inciso X, parágrafo 2° é absoluta, compreendendo todas as mercadorias e serviços destinados ao exterior.

Compete à lei complementar da União, a definição do momento da incidência e dos combustíveis e lubrificantes, os quais incidirão o ICMS em uma só fase da cadeia de circulação da mercadoria, chamada de incidência unifásica. Os incisos I a III do parágrafo 4°

estabelecem a qual estado ou Distrito Federal caberá a cobrança. As alíquotas, nesse caso, serão determinadas nacionalmente por convênio entre estados e Distrito Federal.

O Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, constituído pelos Secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação de

(38)

Prof. Marco Aurelio

cada Estado e Distrito Federal e pelo Ministro de Estado da Fazenda, é um órgão deliberativo instituído em decorrência de preceitos previstos na Constituição Federal, com a missão maior de promover o aperfeiçoamento do federalismo fiscal e a harmonização tributária entre os Estados da Federação.

Esse convênio, de acordo com o parágrafo 4°, inciso IV, está excepcionalizando o princípio da legalidade e da anterioridade tributária.

O parágrafo 5°, por fim, estabelece que por meio desse convênio sejam fixadas as regras das alíquotas e relativas à apuração e à destinação do imposto.

JURISPRUDÊNCIA

Apesar de o art. 155, inc. II, §2°, IX, letra "a" estabelecer que o ICMS incidirá sobre bens importados, mesmo por pessoa física ou jurídica que não sejam contribuintes habituais deste tributo, o STF

manteve a Súmula n° 660, com o entendimento de que o ICMS não incide em bens para uso próprio, principalmente por afronta ao princípio da não-cumulatividade: "NÃO INCIDE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE NÃO SEJA CONTRIBUINTE DO IMPOSTO." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 24/09/2003.

Obs: Considerando que o Tribunal, na sessão plenária de 26/11/2003, recusou a proposta de alteração da Súmula 660, constante do Adendo n° 7, foi republicado o respectivo enunciado nos Diários da Justiça de 28/3/2006, 29/3/2006 e 30/3/2006, com o teor aprovado na sessão plenária de 24/9/2003: "Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto".

Nas provas, o concurseiro deve prestar atenção se a banca refere-se ao texto constitucional ou ao entendimento do STF, que é, atualmente, o mesmo do STJ e que vale também para o IPI.

O STF editou as súmulas 155 e 198, porém estas somente foram usadas para os casos anteriores à edição da súmula 660 do STF.

Súmula 155 do STJ: "O ICMS INCIDE NA IMPORTAÇÃO DE AERONAVE, POR PESSOA FISICA, PARA USO PROPRIO." DJ 15/04/1996 p. 11631 RSTJ vol. 86 p. 113, RT vol. 726 p. 168.

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Prof. Marco Aurelio

O mesmo entendimento vale para a importação de automóvel, conforme Súmula 198 do STJ.

O elemento temporal para cobrança do ICMS, sobre a importação de bens, é a entrada destes no território nacional. Com base neste raciocínio o STF exarou a Súmula n° 661: "NA ENTRADA DE MERCADORIA IMPORTADA DO EXTERIOR, É LEGÍTIMA A COBRANÇA DO ICMS POR OCASIÃO DO DESEMBARAÇO ADUANEIRO." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 24/09/2003.

Portanto é incensurável a exigência, por parte do Fisco, da apresentação da quitação deste imposto para o desembaraço da mercadoria importada.

Com base em julgamento em que se discutia a incidência do ICMS sobre a comercialização de fitas de videocassete, porque estes constavam na lista de incidência do ISS, o STF exarou a Súmula n°

662: "É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DO ICMS NA COMERCIALIZAÇÃO DE EXEMPLARES DE OBRAS CINEMATOGRÁFICAS, GRAVADOS EM FITAS DE VIDEOCASSETE."

Data de Aprovação: Sessão Plenária de 24/09/2003. O entendimento da Corte é que a incidência do ISS, referida no item 63 do DL 406/68, convertido na Lei 56/87, somente prevalece no caso de gravação e distribuição, sendo as duas operações realizadas pela mesma pessoa. O caso de incidência do ISS ocorre na prestação de serviço de gravação envolvendo fornecimento de mercadoria. O serviço de gravação teria que ser feito por solicitação de outrem. Uma coisa é comercializar fitas gravadas e outra é prestar serviço de gravação, ainda que com o suporte físico necessário para a gravação.

Sob a égide da CF 67, art. 24, §5° que estabelecia que o ICM não incidiria sobre produtos industrializados e outro destinados ao exterior, o STF editou a Súmula n° 536: "SÃO OBJETIVAMENTE IMUNES AO IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS OS

"PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS", EM GERAL, DESTINADOS À EXPORTAÇÃO, ALÉM DE OUTROS, COM A MESMA DESTINAÇÃO, CUJA ISENÇÃO A LEI DETERMINAR." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 03/12/1969

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Prof. Marco Aurelio

Com base em reiteradas decisões em que se discutia sobre a distinção de alíquotas do ICM baseada na qualidade do destinatário, o STF exarou a Súmula n° 569: "É INCONSTITUCIONAL A DISCRIMINAÇÃO DE ALÍQUOTAS DO IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS NAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS, EM RAZÃO DE O DESTINATÁRIO SER, OU NÃO, CONTRIBUINTE." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 15/12/1976

A circunstância necessária para tipificação do fato gerador do ICM é a circulação econômica do bem importado. No caso da importação de bens de capital não ocorre essa circunstância. Com base neste entendimento o STF editou a Súmula n° 570: "O IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS NÃO INCIDE SOBRE A IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 15/12/1976

A característica do fato gerador do ICM é a transferência da propriedade de mercadoria, configurando operação econômica. Com base neste raciocínio o STJ exarou a SÚMULA n°

166: "NÃO CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS O SIMPLES DESLOCAMENTO DE MERCADORIA DE UM PARA OUTRO ESTABELECIMENTO DO MESMO CONTRIBUINTE." DJ 23/08/1996 p.

29382 RSTJ vol. 86 p. 423, RT vol. 731 p. 196.

EIS A QUESTÃO!

20) (AFRF.TI.2.2005.ESAF.55) Leis complementares, ou leis complementares à Constituição, são espécies normativas que têm a função de complementar dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas matérias, normalmente devido à sua complexidade. As leis complementares, por força do art. 69 da Constituição, serão aprovadas pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. Considerando apenas o texto expresso da

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