Sistema Tributário Brasileiro
José Roberto Afonso
Seminário Internacional Desafios da Administração Tributária Contemporânea
AFRESP Associação dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo
São Paulo, 26/03/2014
2
SISTEMA: significado?
Dicionário
“s.f. Reunião de princípios coordenados de modo a formar uma
doutrina... / Combinação de partes que, coordenadas, concorrem
para certo >im... / Forma de organização administrativa, política,
social ou econômica de um Estado.... / Modo, forma, maneira.... /
Matemática. Sistema de equações, conjunto de equações que
ligam simultaneamente diversas variáveis ... “
3
Sistema Tributário: algumas datas
ü 1965/67: Criado sistema tributário ainda vigente
ü 1988: Reforma para redemocra7zar e descentralizador
ü 1990/93: Proposta do imposto único (ou sele7vos)
ü 1994: Imposto do cheque e desvinculação da receita federal
ü 1995: Governo FHC: projeto de reforma do ICMS Dual
ü 2003: Governo Lula: proposta da reforma possível (IVA federal)
ü 2010: Senado: proposta estratégia para novo sistema
ü 2013: Governo Dilma: proposta reforma fa7ada (ênfase ICMS)
ü A reforma tributária é considerada, com a reforma política, um dos mais di>íceis mudanças estruturais no Brasil. Mas ...
ü Nas últimas décadas, vários projetos de reforma não conseguiram mudar o sistema, mas muitos resultaram em mais aumento da carga:
v Uma avaliação simples: mudanças na Constituição de 1988 em seu capítulo sobre impostos: 11 dos 20 itens já modi>icado (2 são novos), 72 disposições alterada (excluído, inserido reformulação), incluindo 38 dos interesses subnacionais
v Amplo projeto não foi aprovado, mas dezenas de mudanças especí>icas já foram feitas: mas favorecida mais carga tributária -‐
a exceção, dois impostos subnacionais extintos (IVVC e adicional de IRPJ) e uma casa estendida mas provisória (CPMF).
Impossível reformar?
ü Desempenho espetacular da arracadação tributária Ø Pós-‐Guerra Mundial:
² Carga tributária -‐ tendência crescente inequívoca
² Arrecadação cresce mais que PIB até na estagnação econômica Ø Pós-‐Constituinte:
² Contribuições, desvinculação, comodidade (CPMF, ST…)
² Tributação indireta crescente, des>igurado IVA (ICMS/IPI)
² Case internacional -‐ carga alta, guerra >iscal ü Distorções e desfuncionalidade do sistema
² Anti-‐competitivo onera exportações/investimentos e guerra >iscal
² Iníquo, tributação pesada de consumo e baixa de propriedade
² Complexo (campeão mundial em compliance); opacidade
Sistema ou Máquina de ARRECADAR
Carga Global Pós-‐Guerra
Crescimento Móvel: pós-‐guerra
Crescimento Pós-‐Real: PIB x Tributo
Termômetro 1991/2013
Termômetro -‐ mensal 2001/2013
Carga Tributária Comparada
Fora da curva
Carga Pesada
Alta carga de tributos indiretos
Carga concentrada por bases e tributos
Arrecadação Tributária por Principais Impostos e Contribuições: 2013
R$ Bilhões % PIB % Total Per capita (R$)
PIB 4.806,9
POPULAÇÃO 201.032.714
TOTAL 1798,9 37,42 100,0 8.948
ICMS 360,9 7,51 20,1 1.795
Previdência Social Ampliada (1) 322,8 6,71 17,9 1.605
Imposto de Renda (Global) 290,6 6,04 16,2 1.445
Cofins 193,1 4,02 10,7 961
FGTS 90,6 1,89 5,0 451
IPI 42,7 0,89 2,4 212
Contrib. Lucro 59,8 1,24 3,3 297
Pis/Pasep 49,7 1,03 2,8 247
ISS 43,8 0,91 2,4 218
Imp. Importação 36,7 0,76 2,0 183
IPVA 28,8 0,60 1,6 143
IPTU 21,6 0,45 1,2 107
IOF 29,4 0,61 1,6 146
ITBI 8,8 0,18 0,5 44
ITCD 4,0 0,08 0,2 20
ITR 0,8 0,02 0,0 4
CPMF -‐0,3 -‐0,01 0,0 -‐1
Demais tributos 214,8 4,47 11,9 1.068
Elaboração Própria (B alanço Oficial da União, S TN; B alanço dos Estados, S TN; Finbra, S TN; S R F) (1) Inclui S istema "S " e S alário Educação
Principais Tributos
2013
Arrecadação por Bases de Incidência: 2013
R$ Bilhões % PIB % Total Per capita (R$)
PIB 4.806,9
POPULAÇÃO 201.032.714
TOTAL 1.798,9 37,42 100,0 8948,2
BENS E SERVIÇOS 741,8 15,43 41,2 3689,8
SALÁRIOS E MÃO-‐DE-‐OBRA 459,5 9,56 25,5 2285,8
RENDA, LUCROS E GANHOS 358,0 7,45 19,9 1780,7
PATRIMONIAIS 64,0 1,33 3,6 318,2
COMÉRCIO EXTERIOR 36,7 0,76 2,0 182,6
TAXAS 27,0 0,56 1,5 134,1
TRANSAÇÕES FINANCEIRAS 29,1 0,61 1,6 145,0
DEMAIS 82,9 1,72 4,6 412,1
Elabo ração P ró pria (B alanço O ficial da União , S TN; B alanço do s Es tado s , S TN; F inbra, S TN; S R F ) Base de Incidência
2013
Impostos x Contribuições
Esforço tributário: Brasil, campeão mundial !
Monitor Fiscal, FMI, out/.2013
Fonte: Doing Business 2013 16
Doing Business or Tax ?
IPVA > IPTU (??)
Equidade – fora da agenda
c. previd.
ir iptu, ipva e outros
diretos icms
pis-cofins ipi, iss e cide
0%
4%
8%
12%
16%
20%
24%
28%
32%
10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 96 97 98 99 100
centésimos de renda familiar p e r c ap ita
participação na renda
Composição da Incidência Tributária sobre a Renda Total das Famílias Brasil, 2008-‐2009
Fonte: Fernando Gairger
Concentração pós-‐imposto?
Concentração de renda, das maiores do mundo,
aumenta ainda mais depois da aplicação dos impostos
ü
Brasil atravessa o período mais longo de normalidade democrática e republicana.
ü
Não houve uma formalização do atual arranjo >iscal, muito menos uma estratégia planejada e acordada: foi fruto de circunstancias que mudaram com frequência.
§
O Pacto Federativo seria a opção da Assembleia Constituinte -‐1987-‐1988 por um capítulo exclusivo para o sistema >iscal, com detalhes das competências tributárias exclusivas e das repartições das receitas de impostos.
ü
A agenda nacional de discussões/deliberações tem sido pautada pelo Executivo.
§
Congresso Nacional só reage: raro toma a iniciativa.
§
Supremo Tribunal Federal (STF) assumiu nos últimos anos um papel fundamental em relação às grandes questões federais: tomou a iniciativa de compor um tema (FPE, ICMS de guerra), tomar a decisão >inal sobre o assunto (royalties do petróleo até que a guerra >iscal dívida subnacional).
Pacto Federa^vo (?)
Desempenho Diferenciado
1,17
0,01
-‐0,52
0,68
0,25
0,44
0,31
-‐0,6 -‐0,4 -‐0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
TOTAL ICMS IPI FINSOCIAL COFINS PIS PASEP IOF ISS
TRIBUTAÇÃO SOBRE BENS E SERVIÇOS Variação em pontos do PIB 2012-‐2000
TRIBUTAÇÃO SOBRE BENS E SERVIÇOS
ü ICMS ainda é o maior tributo individualmente arrecadado no Brasil mas perdeu dinamismo
² … está assentado sobre mercadorias que perde cada vez mais espaço para serviços na economia moderna.
² … desindustrialização e guerra >iscal agravam ainda mais a situação do ICMS cuja carga tributária
>icou estável enquanto cresceu a nacional
² … estados sobrecarregam a tributação de combustíveis, energia, comunicações e dependem cada vez mais de substituição tributária, de importações e reter créditos (inclusive de exportadores e investidores) para atenuar ou compensar a redução desigual do ônus efetivo dos incentivados ü Na última década, o pior desempenho entre os tributos indiretos foi do IPI (base dos fundos de
participação, nunca arrecadou tão pouco) e do ICMS (estável, na melhor das hipóteses) – na margem, o ISS municipal tem crescido mais que o ICMS estadual
ü Municípios foram mais bene>iciados
² … a Constituição de 1988 elevou cota municipal de 20% do ICM para 25% do ICMS para compensar o ISS que não foi extinto.
² … a criação do FUNDEF/FUNDEB e a estruturação do SUS levaram à descentralização dos gastos com educação e saúde em detrimento de perda de posição relativa dos estados .
² … as transferências voluntárias da União passarão a bene>iciar cada vez mais as prefeituras no lugar dos estados.
ü Estados, recentemente, voltaram a recorrer ao endividamento (como >izeram no auge da ditadura militar) como alternativa de >inanciamento, direta (bancos federais) ou indiretamente (garantias) junto ao governo federal.
Federação em ebulição
Divisão Federa^va da Receita
Carga tributária 2013: arrecadação direta
R$ Bilhões % PIB % Total Per capita (R$)
PIB 4.806,9
POPULAÇÃO 201.032.714
TOTAL 1798,9 37,42 100,0 8.948,2
UNIÃO 1219,1 25,36 67,8 6.064,2
Impostos 369,2 7,68 20,5 1.836,5
Contribuições Sociais 354,6 7,38 19,7 1.764,0
Previdência Social 292,7 6,09 16,3 1.456,2
FGTS 90,6 1,89 5,0 450,8
Demais 111,9 2,33 6,2 556,7
ESTADOS 468,0 9,74 26,0 2.327,8
ICMS 360,9 7,51 20,1 1.795,4
IPVA 28,8 0,60 1,6 143,3
Demais 78,2 1,63 4,3 389,1
MUNICÍPIOS 111,8 2,33 6,2 556,3
ISS 43,8 0,91 2,4 217,9
IPTU 21,6 0,45 1,2 107,5
Demais 46,4 0,97 2,6 230,9
Esfera de Governo
2013 Arrecadação Direta por Esfera de Governo: 2013
F o nte: Elabo ração P ró pria (B alanço O ficial da União , S TN; B alanço do s Es tado s , S TN; F inbra, S TN; S R F )
Carga tributária 2013: receita disponível
R$ Bilhões % PIB % Total Per capita (R$)
PIB 4.806,9
POPULAÇÃO 201.032.714
RECEITA DISPONÍVEL 1.798,9 37,42 100,0 8.948,2
UNIÃO 1.031,8 21,47 57,4 5.132,6
Contas Privadas 124,0 2,58 6,9 616,7
Seguridade Social 597,4 12,43 33,2 2.971,9
Fiscal 310,4 6,46 17,3 1.544,0
ESTADOS 437,0 9,09 24,3 2.173,7
MUNICÍPIOS 330,1 6,87 18,3 1.642,0
Transferências Constitucionais
União para Estados 96,3 2,00 5,4 479,0
FPE 53,3 1,11 3,0 265,2
FPEx 3,6 0,07 0,2 17,8
IOF OURO 0,0 0,00 0,0 0,0
SEGURO REC. ICMS 1,2 0,02 0,1 5,8
FUNDEB 15,3 0,32 0,8 75,9
SAL.EDUCAÇÃO 11,0 0,23 0,6 54,9
FEX 1/ 0,0 0,00 0,0 0,0
CIDE 0,0 0,00 0,0 0,2
ROYALTIES E PARTICIPAÇÕES 11,9 0,25 0,7 59,2
União para Municípios 91,0 1,89 5,1 452,6
FPM 58,9 1,22 3,3 292,9
ITR 0,5 0,01 0,0 2,6
IOF OURO 0,0 0,00 0,0 0,0
SEGURO REC. ICMS 0,4 0,01 0,0 1,9
FUNDEB 22,7 0,47 1,3 113,0
FEX 1/ 0,5 0,01 0,0 2,4
CIDE 0,0 0,00 0,0 0,1
ROYALTIES E PARTICIPAÇÕES 8,0 0,17 0,4 39,7
Estados para Municípios 127,3 2,65 6,3 633,1
ICMS 70,6 1,47 3,2 351,0
IPVA 14,4 0,30 0,8 71,6
FPEX 0,9 0,02 0,0 4,4
FUNDEB 41,4 0,86 2,3 206,0
3/Demais : IR , IP I, IO F , II, IE, IT, Taxas , C o ntribuiçõ es Eco nô micas , S alário Educação , M ultas e Dívida A tiva (-‐ Trans ferências a Es tado s e M unicípio s )
4/ F undo des tinado ao fo mento das expo rtaçõ es (até 2004, era co ns iderado co mo parcela da Lei Kandir) Receita Tributária Disponível por Esfera de Governo: 2013 Receita Disponível
2013
F o nte: Elabo ração P ro pria (S TN, A NP e A NEEL)
1/ F G TS , S is tema S , 40% do P IS /P A S EP (adminis trado pelo B NDES )
2/P revidência, C o fins , C P M F , C S LL, 60% do P IS /P A S EP , C o ntr. S eg. S erv. P ub., O utras C o ntribuiçõ es S o ciais
Recarga & Reconcentração
66,69 66,98
68,36 67,58
67,79
68,64 68,34
68,93 68,52 67,69
67,45
68,66 67,91
67,77
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Participação da Arrecadação Direta da União sobre a Arrecadação Total
55,79
56,22 57,16
57,09 57,75 57,84 57,21 57,77 56,60
56,18
56,62 57,12 56,93
57,36
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Participação da Receita Disponível da União sobre a Arrecadação Total
31,15 32,33 32,82 33,37 33,69 34,19 34,79 34,95 35,14 35,25 35,75 35,82 37,13 37,42 2000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Evolução da Carga Tributária Global
Receita Tributária Disponível
5 10 15 20 25 30 35 40
Em Porcentagem do Total
ParLcipação no Total da Receita Tributária Disponível de Estados X Municípios
1960, 1965, 1970 a 2012
Estados Municípios
Crise Federa^va ou Estadual?
EVOLUÇÃO DA DIVISÃO FEDERATIVA DA RECEITA TRIBUTÁRIA POR NÍVEL DE GOVERNO (conceito contas nacionais): 1960 x 2013
Conceito Central Estadual Local Total Central Estadual Local Total ARRECADAÇÃO DIRETA
1960 11,14 5,45 0,82 17,41 64,0 31,3 4,7 100,0 1970 17,33 7,95 0,70 25,98 66,7 30,6 2,7 100,0 1980 18,31 5,31 0,90 24,52 74,7 21,6 3,7 100,0 1988 16,08 5,74 0,61 22,43 71,7 25,6 2,7 100,0 1991 16,01 7,86 1,36 25,24 63,4 31,2 5,4 100,0 2000 20,77 8,61 1,77 31,15 66,7 27,6 5,7 100,0 2005 23,99 9,06 1,90 34,95 68,6 25,9 5,4 100,0 2013 25,36 9,74 2,33 37,42 67,8 26,0 6,2 100,0 RECEITA DISPONÍVEL
1960 10,37 5,94 1,11 17,41 59,5 34,1 6,4 100,0 1970 15,79 7,59 2,60 25,98 60,8 29,2 10,0 100,0 1980 16,71 5,70 2,10 24,52 68,2 23,3 8,6 100,0 1988 13,48 5,97 2,98 22,43 60,1 26,6 13,3 100,0 1991 13,81 7,47 3,96 25,24 54,7 29,6 15,7 100,0 2000 17,38 8,19 5,58 31,15 55,8 26,3 17,9 100,0 2005 20,21 8,80 5,93 34,95 57,8 25,2 17,0 100,0 2013 21,47 9,09 6,87 37,42 57,4 24,3 18,3 100,0
Fonte: Elaboração própria, a partir de STN, SRF, IBGE, Ministério da Previdência, CEF, Confaz e Balanços Municipais.
Metodologia das contas nacionais inclui impostos, taxas e contribuições, inclusive CPMF, FGTS e royalties, bem assim dívida ativa.
Receita Dispon'ivel = arrecadação própria mais e/ou menos repartição constitucional de receitas tributárias e outros repasses compulsórios.
2013 = projeção preliminar.
Carga - % do PIB Composição - % do Total
ü Isenções e subsídios: mais acúmulo de crédito indireto e tributação de renda não auferida.
ü Desoneração da folha: troca pior para algumas empresas (mais terceirizadas) e pequenas empresas do simples pagam mais que grande empresa.
ü ICMS interestadual sobre importações: controle complexo e burocratizado.
ü ICMS interestadual: reação à alíquota reduzida na origem será ampliar controle na fronteira e substituição tributária.
29
Reformas Fa^adas e Efeitos Colaterais
ü Embora as propostas de reforma sucessivas, ICMS perdeu participação na renda nacional: nunca tão pequeno (20% do total em 2012).
ü Última proposta de redução de alíquotas interestaduais foram mitigados e tiveram efeitos localizados, mas maior resistência >icou detido na guerra >iscal favorável.
ü Perdas localizadas, mas são nacionais e crescente em energia elétrica (-‐15% a 20%) e combustíveis.
ü Coleção cada vez mais dependente das importações e substituição de impostos: imposto se tornou antipatriótico autêntico.
Reformar ICMS ou um quinto da carga?
Em Milhões de R$
Renúncia de ICMS
Arrecadação de
ICMS PIB 2012 Renúncia em % da Arrecadação
Renúncia em %
do PIB Investimentos Inversões Financeiras
Renúncia em % investimento
realizado
Renúncia em % do Investimentos +
Inversões Financeiras
Alagoas 298 2.454 30.328 12,1% 1,0% 475 5 62,7% 62,1%
Amazonas 4.387 6.501 68.599 67,5% 6,4% 1.097 30 399,9% 389,2%
Bahia 2.523 14.507 169.883 17,4% 1,5% 1.471 437 171,5% 132,2%
Distrito Federal 1.274 5.694 174.786 22,4% 0,7% 1.205 302 105,8% 84,6%
Espirito Santo 814 9.189 103.813 8,9% 0,8% 864 1.571 94,2% 33,4%
Goiás 5.812 10.843 118.239 53,6% 4,9% 255 1.289 2279,4% 376,5%
Maranhão 599 3.859 55.456 15,5% 1,1% 676 1.144 88,6% 32,9%
Mato Grosso 1.035 6.709 75.892 15,4% 1,4% 516 4 200,6% 199,0%
Pará 623 6.872 93.906 9,1% 0,7% 763 178 81,6% 66,2%
Paraiba 453 3.249 37.664 13,9% 1,2% 446 109 101,6% 81,6%
Pernambuco 1.437 10.602 110.933 13,6% 1,3% 2.015 676 71,3% 53,4%
Piaui 182 2.395 26.148 7,6% 0,7% 628 117 29,0% 24,4%
Rio de Janeiro 2.824 27.809 491.340 10,2% 0,6% 5.085 191 55,5% 53,5%
Rondônia 788 2.624 29.583 30,0% 2,7% 225 5 350,6% 342,9%
Roraima 51 459 7.387 11,1% 0,7% 260 33 19,6% 17,4%
Santa Catarina 4.874 12.701 179.639 38,4% 2,7% 918 33 530,9% 512,5%
São Paulo 10.772 108.419 1.433.997 9,9% 0,8% 4.076 2.100 264,3% 174,4%
SOMA¹ 41.619 266.985 3.617.938 15,6% 1,2% 20.975 8.224 198,4% 142,5%
¹Considerando apenas os Estados que divulgaram o valor da renúncia.
Elaboração própria.
Estados
2012
*Renúncia retirada das respectivas LDOs e Arrecadação Efetiva informada nos Balanços Estaduais e ajustado por Gedalva Barreto. Em relação ao investimentos e inversões financeiras, os dados foram retirados da Execução Orçamentária dos Estados -‐ Exercício de 2012.
Renúncia e Arrecadação do ICMS pelos Estados – Comparação com Investimentos e Inversões Financeiras -‐ 2012
ICMS – Renúncia x Inves^mentos
Desonerações crescentes e insuficientes
R$ Bilhões -‐ Dezembro/2013 Variação Diferença
Período 2011 2012 2013E 2014E 2011-‐2014 2011 2012 2013E 2014E 2011-‐2014
IPCA / PIB 6,50 5,84 5,94 6,01 4.143 4.403 4.974 5.243
Benefícios Financeiros e Creditícios 50,48 45,54 69,97 69,25 37,18% 1,09% 0,98% 1,41% 1,40% 0,31%
Financeiros 13,00 9,09 20,66 27,63 112,52% 0,28% 0,19% 0,42% 0,56% 0,28%
Creditícios 36,06 35,62 48,52 40,96 13,59% 0,78% 0,76% 0,98% 0,83% 0,05%
Financeiros-‐Creditícios 1,42 0,83 0,79 0,66 -‐53,42% 0,03% 0,02% 0,02% 0,01% -‐0,02%
Gastos Tributários e Renúncias Previdenciárias 169,34 182,85 203,76 235,60 39,13% 3,65% 3,92% 4,10% 4,76% 1,12%
Gastos Tributários 146,46 154,68 170,02 181,75 24,09% 3,15% 3,32% 3,42% 3,67% 0,52%
Renúncias Previdenciárias 22,88 28,17 33,74 53,86 135,35% 0,49% 0,60% 0,68% 1,09% 0,60%
Total -‐ Benefícios Fiscais 219,83 228,40 273,73 304,86 38,68% 4,73% 4,90% 5,50% 6,16% 1,43%
Fontes Primárias: SPE e RFB
Valores Constantes Em percentual do PIB V
a
Expansão acelerada de bene>ícios tributários e subsídios >inanceiros não foi acompanhada de aceleração do crescimento da economia.
Fontes Primárias: SPE e RFB.
Renúncia Previdenciária de 2014: devido a uma mudança metodológica de apresentação da RFB, esse valor foi ob7do pelo dado da Contribuição para a Previdência Social.
Renúncia Previdenciária para os demais anos: valores diretamente informados pela RFB.
Indexador: IPCA
Renúncia Tributária Federal : Principais itens
R$ Bilhões Diferença
Modalidade 2008 2009 2010 2011 2012 2013E 2014E 2008-‐2014
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte -‐ Simples Nacional 35,57 38,51 43,37 45,80 51,49 56,12 58,28 22,71 Zona Franca de Manaus e Amazônia Ocidental (Inclusive Bagagem) 19,58 16,67 20,61 21,26 21,66 22,65 23,58 4,00 Rendimentos Isentos e Não Tributáveis -‐ IRPF 18,26 18,00 18,82 20,57 22,05 22,84 18,38 0,11
Entidades Sem Fins Lucrativos 15,11 16,01 16,81 17,12 17,20 18,76 19,12 4,01
Agricultura e Agroindústria 13,14 12,46 11,87 12,61 12,67 15,04 21,44 8,30
Deduções do Rendimento Tributável -‐ IRPF 13,55 11,63 11,33 11,94 12,80 13,75 13,96 0,40
Desenvolvimento Regional 5,76 5,19 6,98 6,96 6,99 8,51 7,11 1,35
Benefícios do Trabalhador 5,23 5,34 6,12 6,36 6,39 6,66 6,78 1,55
Desoneração da Folha de Salários 0,04 0,08 0,08 0,08 3,55 5,22 22,71 22,67
Medicamentos e Produtos Químicos e Farmacêuticos 4,08 4,37 4,32 4,01 3,98 4,24 4,71 0,63
Informática 4,30 3,92 4,26 4,23 4,08 4,37 4,32 0,02
Pesquisas Científicas e Inovação Tecnológica 4,25 3,32 3,57 3,02 3,07 3,78 3,13 -‐1,13
Programa de Inclusão Digital 1,81 1,60 1,55 2,18 2,19 2,31 5,03 3,23
Setor Automobilístico 1,72 1,47 1,63 1,75 1,66 3,15 1,21 -‐0,51
REID – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de
Infra-‐Estrutura 0,08 0,77 1,45 1,52 1,53 1,58 1,63 1,55
Demais 8,90 7,61 9,97 9,92 11,55 14,78 24,21 15,31
Total Gastos Tributários Com Renúncia Previdenciária 151,40 146,95 162,76 169,34 182,85 203,76 235,60 84,21
Total/PIB 3,78 3,65 3,62 3,65 3,92 4,10 4,76 0,98
Fontes Primárias: RFB
Tabela 5 -‐ Principais Gastos Tributários
Valores Constantes
Renúncia Previdência de 2014: devido a uma mudança metodológica de apresentação da RFB, esse valor foi obtido pelo dado de Contribuição para a Previdência Social.
Tamanho da renúncia
Zona Franca x SIMPLES?
Zona Franca Manaus SIMPLES
2003 3.643.134.440 2.955.982.594
2004 3.671.012.985 6.260.861.649
2005 4.507.601.008 6.628.652.078
2006 6.624.408.144 8.027.178.145
2007 7.481.448.684 11.165.048.349
2008 11.161.837.287 19.570.463.946 2009 17.432.023.787 25.704.798.271 2010 15.230.627.448 31.032.580.387 2011 17.763.409.297 23.359.148.321 2012 21.224.288.293 30.026.016.672
ANO
Renúncia em R$ correntes
Zona Franca de Manaus
SIMPLES Nacional
Zona Franca de Manaus
SIMPLES Nacional
2003 57.524 5.459.510 63.332 541
2004 70.013 5.818.025 52.433 1.076
2005 81.868 6.089.934 55.059 1.088
2006 89.259 7.060.443 74.216 1.137
2007 89.024 7.087.476 84.039 1.575
2008 96.906 7.833.544 115.182 2.498
2009 84.931 8.218.928 205.249 3.128
2010 92.863 9.160.989 164.012 3.387
2011 110.588 9.780.261 160.627 2.388
2012 110.738 10.581.393 191.662 2.838
ANO
Trabalhadores Beneficiados Renúncia por Trabalhador
Fontes primárias:
RFB
SUFRAMA SEBRAE
ü O governo nacional, mesmo com maioria parlamentar e apoio popular, aposta que tudo se resolva apenas com…
v Algumas alterações legislativas e efeitos muito especí>icos
v Esforços de gestão – no caso dos impostos, abrange cada vez conceder, adiar ou anular os incentivos >iscais especí>icos ou dirigidos…
ü É inegável que o progresso tem sido feito na administração >iscal, embora em declínio na política >iscal:
v Positivo: fortes investimentos na modernização da administração >iscal por parte de todos os governos; inovações, tais como facturação eletrônica; crescente integração das ações de administrações hacendarias.
v Negativo: complexidade; cumulativos; inequidade; recentralização federativa.
Gerência: Opção Preferencial
ü As inconsistências e as complexidades impedem as reformas especí>icas em produzir os efeitos esperados e aumentam os efeitos colaterais não planejado ...
§ Sistema atual foi fundada em 1965, economia fechada, pouco diversi>icada, sem políticas sociais ativas e centralizada federação.
§ Não é a reforma su>iciente.
ü O ideal é criar uma nova estrutura a partir de uma estratégia de desenvolvimento: com a globalização é inaceitável exportações implicitamente tributados e impostos cumulativos.
§ Não há falta de propostas e soluções técnicas, mas ...
§ Parece fraca vontade política para promover mudanças estruturais, mas se for realizada lentamente, mas sempre ...
v Brasil precisa de um novo sistema tributário
Reformar ou reconstruir?
José Roberto Afonso é economista, doutor pela UNICAMP, consultor técnico do Senado, pesquisador do IBRE/FGV e especialista em >inanças públicas
Opiniões de exclusiva responsabilidade do palestrante.
Kleber Castro e Felipe de Azevedo deram suportes nas pesquisas.
Mais trabalhos, próprios e de tereceiros, no portal:
www.joserobertoafonso.com.br