• Nenhum resultado encontrado

Cancro da próstata (CP)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Cancro da próstata (CP)"

Copied!
59
0
0

Texto

(1)

Cancro da próstata (CP)

Introdução

O CP é hoje uma das grandes preocupações médicas das sociedades modernas.

Para isso contribuem fatores vários, de que se destaca o fato de ser o cancro mais frequente no homem e neste representar a segunda causa de morte mais comum por cancro.

Também como aspeto muito importante é o fato deste cancro evoluir muitas vezes de forma silenciosa, podendo atingir estadios avançados sem um único sintoma.

Por isso, só com uma vigilância adequada dos homens a partir dos 50 anos podemos detetar esta doença nas suas fases iniciais, altura em que tem grandes hipóteses de ser curada.

(2)

Cancro da próstata (CP)

Introdução

Apesar de ser o tumor maligno mais frequente nos homens o CP diferencia-se dos outros tipos de cancro pela sua lenta evolução e à tardia manifestação dos primeiros sintomas.

Regra geral, estes manifestam-se como perturbações da micção, pelo que os homens que sofram destes sintomas devem procurar esclarecê-los de imediato junto do seu médico assistente.

No entanto, os transtornos da micção nem sempre são devidos ao desenvolvimento de tumores malignos, podendo estar relacionados com outras problemas relacionados com o envelhecimento, como o aumento de volume da próstata (HBP).

(3)

Cancro da próstata (CP)

Introdução

No entanto, existem vários fatores associados a um maior risco de vir a sofrer de CP, denominados fatores de risco:

-Idade (>70% dos cancros detetados afetam homens com >65 anos) (é o principal fator de risco)

-Fatores genéticos (ter algum familiar com cancro da próstata)

-Fatores ambientais (o consumo habitual de alimentos ricos em gordura animal pode aumentar o risco de sofrer desta doença)

-Fatores hormonais

(4)

Cancro da próstata (CP)

Introdução

O CP é um tumor hormonossensível. Contudo, em alguns casos, a doença escapa ao controlo hormonal, ou seja, deixa de ser sensível ao tratamento hormonal.

Nesses casos pode ser necessário efetuar quimioterapia. Esta consiste na administração de fármacos por via endovenosa capazes de eliminar as células malignas em fase de divisão celular e tem demonstrado melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida em doentes com CP.

(5)

Cancro da próstata (CP)

Introdução

O CP localizado é, na maioria dos casos, curável por cirurgia ou radioterapia.

Contudo, o CP avançado ainda não é curável.

(6)

Cancro da próstata (CP)

Fatores de risco

Todos os homens podem sofrer de CP. No entanto, existe um conjunto de fatores associados a um maior risco de vir a sofrer a doença, dos quais se destacam:

- Idade - Mais de 70% dos cancros detetados afetam homens com >65 anos;

- Fatores genéticos - Os homens que tenham um familiar com CP têm uma maior probabilidade de sofrer desta doença, principalmente quando diagnosticada antes dos 60 anos. Quanto maior o número de familiares próximos com CP, maior o risco de sofrer desta doença;

(7)

Cancro da próstata (CP)

Fatores de risco

- Fatores ambientais - A contaminação atmosférica, a poluição e a exposição a algumas substâncias químicas e fertilizantes, por exemplo;

Alguns indícios sublinham que dietas ricas em frutas e em vegetais podem ter um efeito protetor e que o consumo habitual de alimentos ricos em gorduras animais pode aumentar o risco de desenvolvimento de CP. O défice de vitamina D e o consumo de álcool poderão, também, ser fatores prejudiciais, apesar de ainda não estar cientificamente provado;

(8)

Cancro da próstata (CP)

Fatores de risco

- Fatores hormonais - Alguns estudos indicam que há fatores hormonais que contribuem para o desenvolvimento de cancro da próstata.

(9)

Cancro da próstata (CP)

Sintomas e sinais de alerta

O CP caracteriza-se pela sua lenta evolução. Tendo isto em conta, os seus sintomas podem demorar anos até se manifestarem. De qualquer forma, as manifestações do CP podem manifestar-se inicialmente através de perturbações na micção:

- Incapacidade em urinar;

- Urinar em pequenas quantidades;

- Urinar muito frequentemente, especialmente durante a noite;

- Sentir dor ou ter incontinência;

- Hematúria macroscópica.

(10)

Cancro da próstata (CP)

Sintomas e sinais de alerta

Além destes sintomas, podem existir outros sintomas menos frequentes como:

• Dor frequente na parte de baixo das costas e quadris;

• Dor ao ejacular;

• Presença de sangue no sémen.

Ainda que alguns destes sintomas podem estar relacionados com patologia benigna, como a HBP (aumento do tamanho da próstata) que é habitualmente associada ao envelhecimento, qualquer homem que apresente estes sintomas deve denunciá-los de imediato ao seu médico para excluir a possibilidade de se tratar de um CP.

(11)

Cancro da próstata (CP)

Sintomas e sinais de alerta

-O CP localizado é muitas vezes assintomático;

-O CP localmente invasivo está associado a disfunção uretral ou alterações na micção (ex., frequência urinária, hesitação urinária, gotejamento);

-Doentes com CP avançado apresentam frequentemente dores e rigidez nas devido a metástases ósseas. Outros sintomas incluem: compressão medular, edema das extremidades inferiores (devido a obstrução linfática), anemia e perda de peso (estes 2 últimos, sinais in específicos da doença avançada).

(12)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

-Apesar da sua lenta evolução e da manifestação tardia dos seus sintomas, o CP pode ser diagnosticado através de exames médicos específicos, como sejam a realização de um exame digital (com palpação da zona afetada através de toque retal) e de uma análise sanguínea a um marcador tumoral (PSA).

- Com estes exames é possível detetar-se a doença antes do aparecimento dos sintomas. Em homens com mais de 80 anos de idade não há indicação para pesquisa ativa de CP.

(13)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Assim, depois de uma avaliação física geral, o urologista questionará o doente sobre sintomas e antecedentes médicos e procederá à realização dos seguintes exames:

- Toque retal: O médico, com uma luva lubrificada, insere o dedo no reto para detetar a existência de alguma área irregular dura que poderá ser indício de cancro.

Apesar de ser incómodo é um exame rápido e indolor.

- Antigénio prostático específico (PSA): Consiste na recolha de sangue para detetar a existência de uma proteína produzida pela próstata. Quando os resultados do exame apresentam um elevado nível desta substância, existe uma maior probabilidade de se sofrer de CP. No entanto, estes resultados apenas expressam uma probabilidade, pelo que necessitam da realização de uma biopsia para confirmar a sua existência.

(14)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Os homens que se submetam a estes testes devem informar-se sobre algumas circunstâncias que podem modificar os resultados dos exames, tais como:

-Atividade sexual;

-Inflamação da próstata;

-Consumo de medicamentos para tratar a HBP.

Hoje em dia, com a introdução do PSA nos exames de diagnóstico, o CP pode ser diagnosticado mais precocemente.

(15)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Quando realizar os exames complementares?

Apesar da eficácia do teste de PSA, o diagnóstico de um CP só pode ser confirmado pelo resultado da biopsia da próstata.

Previamente, podem realizar-se outro tipo de testes e exames complementares, tais como a análise da urina ou a ecografia prostática transretal.

(16)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Quando realizar os exames complementares?

-Análise da urina: Com uma análise à urina o médico pode avaliar se apresenta tem sangue ou alguma infeção;

- Ecografia prostática transretal: Baseia-se na utilização de ultrasons para criar uma imagem da próstata e visualizá-la num monitor. Para realizar esta ecografia é colocada uma sonda no reto, procedimento que pode ser incómodo, mas indolor. É um método que apresenta uma elevada taxa de falsos positivos, ou seja, pode apresentar imagens que sugerem a existência de cancro da próstata quando na realidade se trata de outro tipo de inflamações benignas que assemelham com o cancro;

(17)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Quando realizar os exames complementares?

-Biopsia da próstata: Consiste na inserção de uma agulha na próstata para extrair parte do tecido e proceder à sua análise. Normalmente, este teste é realizado em ambulatório com anestesia local e não costuma ser doloroso. É a única técnica que confirma a existência de um CP.

(18)

Cancro da próstata (CP)

Diagnóstico

Uma vez confirmada a existência da doença através da biopsia, de acordo com o valor do PSA e o tipo de tumor detetado, poderão efetuar-se exames que determinem a dimensão da doença, tais como:

- Cintilografia óssea, um procedimento que consiste em injetar uma pequena quantidade de uma substância radioativa num vaso sanguíneo que acaba por se acumular nos ossos. Um scanner deteta, mede a radiação e reproduz imagens dos ossos, as quais indicam a evolução do cancro;

- Tomografia computorizada ou TAC é um procedimento de raios X que produz imagens detalhadas do corpo e que permite a deteção da presença de gânglios ou metástases do tumor.

(19)

Cancro da próstata (CP)

Uma vez confirmada a existência de um CP é fundamental valorizá-lo para se decidir o tratamento a seguir e estabelecer o seu prognóstico. Para isso, são realizados dois tipos de classificações de cancro da próstata.

De acordo com o grau:

Utiliza-se a escala de Gleason para se estimar o grau de agressividade do CP. A escala de Gleason classifica as células de acordo com a biopsia, comparando as células normais com as células diferentes.

Graus de 2 a 6 indicam uma baixa agressividade das células cancerígenas, uma vez que são muito parecidas às células normais;

Grau 7 indica agressividade intermédia;

Graus de 8 a 10 indicam uma agressividade elevada dado que as células cancerígenas são muito diferentes das normais.

(20)

Cancro da próstata (CP)

De acordo com o estadio:

No que se refere à dimensão do cancro atualmente utiliza-se a classificação TNM em que N determina a existência de gânglios afetados e M a presença de metástases.

Assim:

• Estadios T1 e T2 significam que o tumor está localizado;

• Estadios T3 e T4 que o tumor está localmente avançado;

(21)

Cancro da próstata (CP)

O CP é uma doença de comportamento indolente na maioria dos casos, sendo por isso importante ter em conta a qualidade de vida e os efeitos secundários do tratamento.

Por isso, e para cada caso, as características da neoplasia a tratar devem ser cuidadosamente valorizadas, bem como o estado geral do doente e as diferentes opções de tratamento, havendo a necessidade de as adaptar de forma individual.

(22)

Cancro da próstata (CP)

Opções de tratamento

Observação - Em casos muito específicos pode adotar-se uma atitude conservadora, ou seja, decidir em conjunto com o doente realizar apenas o seguimento do tumor. Isto só é possível em casos com tumores muito limitados e com características de baixa agressividade (de acordo com a escala de Gleason).

A observação implica um seguimento rigoroso com controlo frequente de PSA e toque retal, bem como a realização de novas biopsias de próstata para detetar a evolução da doença e tratar com intenção curativa quando o tumor mostrar que está a progredir.

(23)

Cancro da próstata (CP)

Opções de tratamento

Tratamentos radicais - Cirurgia, radioterapia e crioterapia.

Tratamentos complementares - Hormonoterapia e quimioterapia.

(24)

Cancro da próstata (CP)

Cirurgia - Há diferentes tipos de cirurgia cuja escolha depende de diversos fatores.

Prostatectomia

Consiste na extração da totalidade da glândula prostática e dos tecidos à sua volta.

Algumas vezes extraem-se também os gânglios linfáticos da área pélvica. Este tipo de intervenção pode ocorrer mediante dois procedimentos: a cirurgia aberta e a cirurgia minimamente invasiva.

(25)

Cancro da próstata (CP)

Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica e robótica)

Trata-se de uma forma mais avançada de prostatectomia, menos agressiva que a tradicional, realizada através de pequenas incisões e inserção de uma câmara dentro do abdómen. A intervenção por cirurgia minimamente invasiva reduz a possibilidade de perdas de sangue, o internamento hospitalar e o tempo de recuperação.

(26)

Cancro da próstata (CP)

Cirurgia aberta

É a via clássica, mas cada vez menos utilizada desde o aparecimento da cirurgia minimamente invasiva a qual parece oferecer melhores resultados e ter menores complicações. Contudo, as duas formas de realização de cirurgia aberta no CP são a prostatectomia suprapúbica (a extração efetua-se através de uma incisão no abdómen, debaixo do umbigo) e prostatectomia perineal (incisão na área compreendida entre o escroto e o ânus, mas procedimento praticamente abandonado; não permite retirar os gânglios e pode ser necessário realizar uma pequena incisão no abdómen ou usar um laparoscópio).

Em ambas as técnicas (suprapúbica e perineal) existe o risco de afetar tanto os nervos que intervêm na ereção, como o mecanismo que evita as perdas de urina, causando impotência e incontinência. Por outro lado, existe também um risco de perda de sangue.

(27)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da prostatectomia

Com o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica e o aparecimento das cirurgias minimamente invasivas, nos últimos anos tem-se verificado uma diminuição muito significativa dos efeitos secundários.

No entanto, há alguns efeitos que podem ocorrer:

Hemorragias - Podem ocorrer porque existem muitos vasos sanguíneos em redor da próstata e a sua remoção pode fracionar alguns. É mais frequente na intervenção por via aberta e pode exigir transfusão sanguínea;

(28)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da prostatectomia

Aperto do colo da bexiga - Deve-se a uma cicatriz que se forma na junção localizada entre a bexiga e a uretra. Pode originar problemas urinários.

Impotência sexual - As técnicas de preservação dos nervos permitem conservar a ereção em muitos doentes. Ao não se poderem aplicar estas técnicas, a disfunção ocorrerá em muitos casos.

Incontinência urinária - é a perda involuntária de urina. Acontece quando a cirurgia afeta o funcionamento do esfíncter da bexiga (a válvula muscular que mantem a urina dentro da bexiga). Normalmente, a incontinência depois da cirurgia é recuperada em dias, semanas ou até alguns meses depois da intervenção, mas pode ser permanente (em maior ou menor grau) numa pequena percentagem dos doentes submetidos a cirurgia. Algumas publicações indicam que as técnicas minimamente invasivas diminuem esta ocorrência.

(29)

Cancro da próstata (CP)

Exercícios de Kegel

Para acelerar a recuperação da continência urinária é recomendável praticar os exercícios de Kegel.

- Para identificar os músculos corretos de forma a se assegurar que estão a ser exercitados adequadamente deve tentar parar e continuar o fluxo da urina durante a micção. O movimento é exatamente o mesmo que se realiza para evitar a flatulência inoportuna.

- É muito importante não ter os músculos das pernas e abdómen tensos quando se fazem os movimentos.

- Não é necessário conter a respiração quando está a fazer o exercício.

- Uma vez aprendido o movimento, é recomendável repeti-lo várias vezes ao dia.

(30)

Cancro da próstata (CP)

Radioterapia

É uma técnica que utiliza radiação de alta energia para eliminar as células cancerígenas e que pode afetar as células normais que se encontrem junto ao tumor. A toxicidade da radioterapia pode ser aguda (a qual desaparecerá ao fim de um tempo) ou crónica (permanece durante toda a vida).

Há duas modalidades diferentes de radioterapia aplicadas ao cancro da próstata:

1- Radioterapia externa

Uma máquina situada a uma distância específica dirige as radiações para a zona onde está localizado o tumor. O tratamento dura entre seis a sete semanas, em sessões com uma duração de cerca de 30 minutos. A radioterapia externa é ambulatória, não requer internamento, mas exige múltiplas sessões;

(31)

Cancro da próstata (CP)

2- Radioterapia interna ou braquiterapia

Consiste em inserir pequenos recipientes dentro da próstata, mais pequenos que uma lentilha, de material radiativo (Iodo-125). As agulhas, através das quais se introduzem as sementes, perfuram através do períneo. A braquiterapia realiza-se com anestesia num internamento que dura aproximadamente 24 a 36 horas e o doente costuma ter alta no dia seguinte à intervenção.

(32)

Cancro da próstata (CP)

2- Radioterapia interna ou braquiterapia

Semente de Iodo-125

(33)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da radioterapia:

- Cansaço;

- Irritação ao urinar ou cistite;

- Impotência sexual ao lesar os vasos sanguíneos e os nervos necessários para produzir ereções. Isto acontece na maioria dos casos, ainda que este efeito possa manifestar-se apenas mais tarde.

(34)

Cancro da próstata (CP)

Crioterapia

Consiste na congelação do tecido da próstata para eliminar as células cancerígenas. Com o doente anestesiado e mediante uma ecografia transretal são colocadas sondas nas quais circula gás líquido que congela o tecido celular da próstata. Simultaneamente, um líquido quente passa pela uretra para evitar que esta também congele.

Como ainda se encontra uma fase inicial de investigação não é vista como a 1ªopção de tratamento dado que ainda não há certezas de que seja tão efetivo como a cirurgia ou a radioterapia. No entanto, é uma opção a considerar em doentes com >70 anos ou naqueles em que há uma recidiva da doença mesmo após radioterapia.

(35)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da crioterapia -Irritação da uretra ou da bexiga:

Sensação de irritação ao urinar;

Dor;

Desconforto ao defecar;

Inchaço do pénis;

Inchaço do escroto.

-Cicatrizes na uretra que causem aperto da mesma e, como consequência, originem dificuldade ao urinar;

-Formação de lesões entre a uretra e o reto;

-Impotência sexual, que afeta a grande maioria dos homens.

(36)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia

O CP é sensível a determinadas hormonas, principalmente a testosterona, que permitem o seu desenvolvimento e crescimento. Desta forma, o objetivo desta terapêutica é diminuir ou eliminar os níveis dessas hormonas.

O tratamento hormonal está indicado nos seguintes casos:

- Quando a doença se propaga a outros tecidos e órgãos;

- Quando a doença se repete de forma local, mesmo quando o doente já tenha sido submetido a outros tratamentos;

- Quando se quer diminuir o tamanho do tumor, antes da sua extração;

- Quando se quer melhorar o resultado do tratamento depois da radioterapia;

- Quando o doente tem uma idade avançada ou estão contraindicados outro tipo de tratamentos locais.

(37)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia

Os fármacos utilizados são semelhantes às hormonas que o organismo produz, encarregadas de estimular a produção de testosterona [análogos da hormona libertadora de gonadotrofina ou análogos LHRH (Luteinizing Hormone-Releasing Hormone Agonists)]. Quando administradas provocam um estímulo de produção da testosterona durante quinze dias. O corpo deteta este excesso de produção e paralisa a produção da hormona que estimula a produção de testosterona. Assim, é possível “enganar” o organismo.

Estes fármacos são aplicados através de uma injeção intramuscular ou subcutânea (debaixo da pele do abdómen), uma vez por mês ou a cada três, seis ou 12 meses.

(38)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Os análogos sintéticos da hormona libertadora da gonadotrofina, como a leuprorrelina, a buserrelina, a goserrelina ou a triptorrelina provocam no homem um decréscimo dos níveis de testosterona para níveis similares aos obtidos após castração (orquidectomia ou orquiectomia) e na mulher um decréscimo dos níveis de estrogénios para valores semelhantes aos observados após menopausa.

Os análogos da hormona libertadora da gonadotrofina não podem ser administrados por via oral, sendo normalmente administrados por via SC ou IM.

Estão indicados no tratamento do CP (leuprorrelina, buserrelina, goserrelina, triptorrelina) e do cancro da mama avançado em doentes na pré-menopausa (goserrelina).

(39)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Cancro da Próstata

Buserrelina 9,45 mg, SC, 3/3 meses

Goserrelina 10,8 mg, SC, 3/3 meses

Leuprorrelina 30 mg, IM / SC, 6/6 meses

Triptorrelina 22,5 mg, IM, 6/6 meses

(40)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Estes compostos desencadeiam uma resposta bifásica.

Numa primeira fase provocam estimulação da libertação da hormona luteinizante (LH) e da hormona foliculo-estimulante (FSH) pela hipófise, mas após algum tempo de administração passa a haver dessensibilização das células para os análogos da hormona libertadora de gonadotrofina e os níveis hormonais baixam drasticamente.

(41)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Devido à fase de estimulação, na primeira ou segunda semana de tratamento o homem pode experimentar um desenvolvimento acentuado da metástase do tumor da próstata que pode causar compressão da medula espinal ou aumento da dor óssea.

Estes efeitos podem ser evitados pelo uso de fármacos antiandrogénios como a ciproterona, a flutamida, a nilutamida ou a bicalutamida. A utilização destes fármacos deve ser iniciada 3 dias antes do tratamento com os análogos da hormona libertadora de gonadotrofina e mantida por 3 semanas.

(42)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Outros efeitos secundários dos análogos LHRH incluem: rubor, diminuição da líbido, impotência, edema, suores nocturnos, ansiedade, taquicardia e rações no local de injeção.

(43)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Análogos da hormona libertadora de gonadotrofina

Não existem ensaios clínicos que comparem os diferentes análogos LHRH, pelo que a escolha é geralmente efetuada com base no custo, na experiência do médico e na preferência do doente.

(44)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Antiandrogénios

Os antiandrogénios tais como a ciproterona, a flutamida, a nilutamida e a bicalutamida são utilizados no tratamento do CP avançado. São administrados por via oral.

São geralmente usados em combinação com os análogos LHRH (castração médica) ou com a orquidectomia (castração cirúrgica). Contudo, podem também ser utilizados em monoterapia (ex., a bicalutamida 150 mg (1x/dia) tem também aprovação para utilização em monoterapia no CP avançado não metastático).

Os efeitos adversos incluem diarreia, náuseas e vómitos e alteração reversível da função renal assim como a diminuição da líbido e ginecomastia. Apresentam considerável toxicidade hepática.

(45)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia – Abiraterona (anti-hormona)

Recentemente, surgiu a abiraterona (anti-hormona), um inibidor da síntese de androgénios. A abiraterona, especificamente, inibe seletivamente a enzima 17α- hidroxilase-C17, 20-liase (CYP17). Esta enzima é expressa e necessária para a biossíntese androgénica nos tecidos testicular, suprarrenal e tumoral prostático.

O CP sensível aos androgénios responde ao tratamento que reduz os níveis de androgénios. As terapêuticas de privação androgénica, como o tratamento com análogos da LHRH ou orquiectomia diminuem a produção androgénica nos testículos mas não afetam a produção androgénica nas glândulas suprarrenais ou no tumor. O tratamento com abiraterona reduz a testosterona sérica para níveis indetetáveis (através de testes comerciais) quando administrado com análogos da LHRH (ou orquiectomia).

(46)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia – Abiraterona (anti-hormona)

A dose recomendada é de 1000 mg (quatro comprimidos de 250 mg) como dose única diária que não deve ser tomada com alimentos. A toma dos comprimidos com alimentos aumenta a exposição sistémica à abiraterona.

A abiraterona deve ser tomada com uma dose baixa de prednisona ou prednisolona. A dose recomendada de prednisona ou de prednisolona é de 10 mg por dia.

A castração médica com o análogo LHRH deve ser continuada durante o tratamento dos doentes não castrados cirurgicamente.

(47)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Abiraterona (anti-hormona)

Indicações da abiraterona (RCM):

- no tratamento do CP metastático resistente à castração, em homens adultos assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos a pós falência da terapêutica de privação androgénica, e para os quais a quimioterapia ainda não está clinicamente indicada

- no tratamento do CP metastático resistente à castração, em homens adultos em que a doença progrediu durante ou após um regime quimioterapêutico baseado em docetaxel.

(48)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Enzalutamida

Mais recentemente, surgiu a enzalutamida indicado no tratamento em homens adultos com CP metastático resistente à castração com progressão da doença durante ou após o tratamento com docetaxel.

A dose recomendada é de 160 mg de enzalutamida (quatro cápsulas de 40 mg), numa única dose diária, por via oral.

(49)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Enzalutamida

Mecanismo de ação da enzalutamida

O CP é conhecido como sendo sensível aos androgénios e responder à inibição da sinalização dos recetores de androgénios. Apesar dos baixos ou indetetáveis níveis séricos de androgénios, a sinalização dos recetores de androgénios continua a promover a progressão da doença. A estimulação do crescimento das células tumorais, através do recetor de androgénio, requer localização no núcleo e ligação ao ADN.

(50)

Cancro da próstata (CP)

Hormonoterapia - Enzalutamida

A enzalutamida é um inibidor potente da sinalização dos recetores de androgénios que bloqueia vários passos da via de sinalização destes recetores:

1-Inibe de forma competitiva a ligação dos androgénios aos recetores de androgénios,

2-Inibe a translocação nuclear dos recetores ativados e

3-Inibe a associação dos recetores de androgénios ativados ao ADN, mesmo no caso de sobre-expressão dos recetores de androgénios e nas células cancerosas prostáticas resistentes aos antiandrogénios.

O tratamento com a enzalutamida diminui o crescimento das células cancerosas prostáticas e pode induzir a morte das células cancerosas e regressão tumoral.

(51)

Mecanismo de ação da enzalutamida

(52)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da hormonoterapia

-Diminuição do desejo sexual;

- Impotência;

- Afrontamentos (que vão diminuindo com o tempo);

- Sensibilidade e/ou crescimento das mamas;

- Aumento de peso;

- Diarreia;

- Náuseas;

- Cansaço;

- Osteoporose.

(53)

Cancro da próstata (CP)

Quimioterapia

O CP, como já foi referido, é um tumor hormonossensivel. Contudo, a hormonoterapia não é um tratamento curativo após a propagação do tumor, uma vez que, apesar de manter a doença controlada por longos períodos de tempo, não a erradica, o que significa que mais tarde ou mais cedo todos os doentes desenvolvem resistência ao tratamento.

A certa altura, as células tumorais podem crescer sem necessitarem de andrógenos. Ou seja, quando o tumor deixa de ser sensível aos tratamentos hormonais, atualmente a quimioterapia é o melhor tratamento e o mais eficaz sendo que existem múltiplos fármacos disponíveis para este tratamento. O objetivo da quimioterapia é destruir, através de fármacos, as células que originam o cancro, enquanto se dividem com o propósito de eliminar ou reduzir a doença.

(54)

Cancro da próstata (CP)

Quimioterapia

Estudos demonstram que os doentes tratados com quimioterapia têm uma melhor qualidade de vida do que aqueles que não a recebem, pelo que os seus benefícios superam os possíveis efeitos adversos.

(55)

Cancro da próstata (CP)

Efeitos secundários da quimioterapia

-Cansaço;

- Perda de apetite;

- Em tratamentos prolongados, pode ocorrer a sensação de formigueiro nas mãos e nos pés.

O tratamento mais indicado é definido por equipas multidisciplinares compostas por oncologistas, urologistas, radiologistas, patologistas e radioterapeutas.

(56)

Cancro da próstata (CP)

Regimes de quimioterapia

-Docetaxel 75 mg/m2, 3/3 semanas, perfusão IV + Prednisona 5 mg, 2id, oral.

Prolonga a sobrevida no CP metastásico hormono-refratário.

Efeitos adversos: náuseas, alopecia, mielossupressão e, ainda, retenção de fluidos e neuropatia periférica.

- Estramustina 280 mg, 3id, D1-D5, oral + Docetaxel 60 mg/m2, D2, perfusão IV Ciclo de 21 dias.

Prolonga a sobrevida no CP metastásico hormono-refratário.

Efeitos adversos: a estramustina causa decréscimo na testosterona e um aumento de estrogénio, donde resulta a possibilidade de ocorrência de eventos tromboembólicos, ginecomastia e diminuição da líbido.

(57)

Standard chemotherapy regimens for prostate cancer

Cabazitaxel em associação com prednisona ou prednisolona é indicado no tratamento de doentes com CP hormono-resistente metastizado previamente tratados com um regime contendo docetaxel.

(58)

Cancro da próstata (CP)

Acompanhamento depois do tratamento

O acompanhamento do doente após o tratamento é fundamental, uma vez que é a melhor forma de detetar possíveis alterações na evolução da doença.

Normalmente realizam-se vários exames de controlo após o tratamento do cancro da próstata em que os mais habituais são:

-PSA (detetado através do sangue) -Toque rectal

Uma vez que a maioria dos tratamentos tem efeitos secundários, os mesmos deverão ser devidamente monitorizados

(59)

Cancro da próstata (CP)

Informação ao doente

-A melhor forma de detetar precocemente o CP é realizar exames regulares, sobretudo a partir dos 50 anos;

-Contrariamente a outros tipos de cancro, o CP desenvolve-se de forma lenta. Por isso, os sintomas desta doença podem demorar muito tempo a manifestar-se;

-Algumas das causas que estão por detrás este cancro envolvem fatores genéricos e hormonais;

-É possível realizar uma deteção precoce do CP através de exames simples, como é o caso do toque retal e do controlo do nível de PSA no sangue;

-Os possíveis tratamentos dependem do estado geral do doente, bem como do grau e do estadio do cancro;

- Estes tratamentos não estão isentos de efeitos secundários que dependem do estado geral anterior do doente, do grau de profundidade da sua doença e do tipo de tratamento que recebe.

Referências

Documentos relacionados

Sobretudo recentemente, nessas publicações, as sugestões de ativi- dade e a indicação de meios para a condução da aprendizagem dão ênfase às práticas de sala de aula. Os

José Arno Appolo do Amaral, Prefeito Municipal, no uso de suas atribuições legais e de acordo com o Processo nº 2808/2020 da Secretaria Municipal de

 A combinação desta referência com a referência do mandato, permitirá ao Banco do devedor fazer uma análise à instrução de cobrança antes de proceder ao

Objetivo: Identificar critérios de seleção para a rizotomia dorsal seletiva (RDS) na paralisia cerebral (PC), analisar os instrumentos de avaliação e descrever as características

Obedecendo ao cronograma de aulas semanais do calendário letivo escolar da instituição de ensino, para ambas as turmas selecionadas, houve igualmente quatro horas/aula

A disponibilização de recursos digitais em acesso aberto e a forma como os mesmos são acessados devem constituir motivo de reflexão no âmbito da pertinência e do valor

Lista de preços Novembro 2015 Fitness-Outdoor (IVA 23%).. FITNESS

os atores darão início à missão do projeto: escrever um espetáculo para levar até as aldeias moçambicanas para que a população local possa aprender a usufruir e confiar