KARINE
DE
BEM
ALCANTARA
0PE
404
` _â__ _ _ ________ __,.._
DEFICIÊNCIA
DO HORMONIO
DE
CRESCIMENTO:
ESTUDO
DA
RESPOSTA
À
TERAPIA
DE
REPOSIÇÃO
HORMONAL
EM
22
CRIANÇAS.
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA
CATARINA
KARINE
DE
BEM
ALCANTARA
DEFICIÊNCIA
Do HoRMôNIo
DE
CRESCIMENToz
ESTUDO
DA
RESPOSTA
À
TERAPIA
DE
REI>osIÇÃo
IIoRMoNAL
EM
22
CRIANÇAS.
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
Presidente do Colegiado do Curso de Graduação
em
Medicina: Dr. Edson José CardosoOrientadora: Dra. Marilza Leal Nascimento
Co-orientadores: Dr. Genoir Simoni
Dr. Paulo César Alves da Silva
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
AGRADECIMENTOS
Aos
meus
orientadores Dra. Marilza Leal Nascimento, Dr. GenoirSimoni e Dr. Paulo César Alves
da
Silva, pelas lições proporcionadas.À
minha amável
mãe
Maria da Graça
deBem
Alcantara,em
especial,pelo
exemplo
de persistência e esperança nosmomentos
mais dificeis, pelacompreensão
e estímulona
transposição dos obstáculos e pelo seuimenso
amor.Ao
meu
paiAmilton
Machado
Alcantara,que sempre confia
e torce pelaminha
vitória.Aos
meus
irmãos Karla e Klauss deBem
Alcantara, pela amizade.À
Sra.Maria
Dolores Fidelis de Oliveira, pela prestezana
apresentaçãodos prontuários, fundamentais
na
coleta dos dados.Aos
meus
amigos Renato
Wilberto Zilli eMaísa
Nogueira
Cruzes, pelocoleguismo e colaboração nas ocasiões necessárias.
A
todosque
cooperaram, incentivaram e apoiaram.1.
INTRODUÇÃO
... .. 2.OBJETIVOS
... .. 3.MÉTODO
... ._ 7.REFERÊNCIAS
... ..RESUMO
... ..APÊNDICES
... ..NORMAS
ADOTADAS
... ..ÍNDICE
o ú ¢ o u z o ø › ¢ ú ø n » ¢ ø o Q ¢ ø o o . › o o . ú o o ‹ z ou ú ¢ o n ¢ ¢ - n o Q Q ¢ o › ¢ n ¢ z ¢ a u - Q a ¢ o à a a n ¡ ¢ no ú ¢ - ¢ z n u z . | ¢ ¢ Q | ¢ u Q ú ¢ ¢ z Q ¢ o . ¢ ¢ ¢ n . ¢ ¢ an 4.RESULTADOS
... .. 5.DISCUSSÃO
... .. ó.CONCLUSÕES
... _. ¢ ¢ - . › ¢ z ¢ ¢ . - Q z ¢ Q Q. o o u ó u u Q ¢ › ¢ O ¢ u o › › ao ... .. ... .. ... ..SUMMARY
... .. o . | . ¢ ú ¢ Q ø ¢ u o › ¢ ø ‹ n ¢ › ø u ¢ › n o n › no c o n ¢ ¢ o ¢ Q u n - › . o o Q ú . o Q ¢ u o o . | . o o ú u ¢os1.
INTRoDUÇÃo
O
ato de crescer consisteem
um
estadocomplexo
de alterações nascaracterísticas fisicas e funcionais de
uma
criança, as quaisocorrem
conjuntamente e
em
etapas subseqüentes,que
acabam
por demarcar asdiferentes fases
do
crescimento eculminam
com
a maturação completa ecrescimento final de todos os sistemas, determinando o indivíduo adulto.
A
estatura éum
fatorque
interferena
dinâmica socialem
qualquer idade,participando
da
formaçãoda auto-imagem
edo
desempenho
social e, portanto, éfoco fieqüente de preocupação dos pais,
da
criança edo
próprio indivíduoquando
adultol.O
crescimentopode
ser divididoem
quatro fases,conforme
a velocidadede
ganho de
altura e fatores de regulação (oferta alimentar, influênciapsicossocial e ambiental e ação
hormonal
predominante)l'2'3: 1) fasedo
lactente,estendendo-se até
o
finaldo
terceiroano
de vida,com
velocidade decrescimento
(VC)
elevada,onde
é atingido o canal de crescimento compatívelcom
o
potencial genético familial; 2) fase pré-puberal, a partirdo
quarto ano atéo
inícioda
puberdade,com
pequena
desaceleraçãona
VC,
que
semantém
constante (5 a 7cm/ano); 3) fase puberal,
em
média
entre os 10 e 15 anosna
menina
e entre os 12 e 17 anosno
menino,com
nova
aceleraçãona
VC,
cujopico
máximo
se situa aos 12 anosno
sexo feminino e aos 14 anosno
sexomasculino, paralelo ao desenvolvimento puberal; 4) fase puberal-final,
correspondendo ao crescimento lento (1 a 1,5cm/ano)
que
ocorre apóso
estirãopuberal e
tem
Luna duraçãomédia
de trêsanos”.
A
VC
éo
critério mais importante de normalidadedo
cr_escimentol'2.Diversas condições fisiológicas, incluindo estágio
do
sono, estado2
sistema límbico, determinando concentrações variáveis das diversas
neuroaminas e neuropeptídeos hipotalân1icosl'4`1°.
O
controle neural exercidopor esses fatores leva à interação entre os dois peptídios regulatórios,
o
hormônio
liberadordo hormônio
de crescimento(GHRH)
ou
somatotropina e a somatostatina (fator inibidorda
liberação de somatotropi11a)l”2'4'“`13.A
secreção pulsátildo hormônio
de crescimento(GH)
toma-se, então, resultado deuma
redução simultânea
na
liberação de somatostatina hipotalâmica eaumento na
ação
do
GHRH
1'4”“.A
secreçãomáxima
deGH
ocorre duranteo
sono, especialmente
no
sono de ondas lentas (estágios III e IV)1'2'4'l5”l6.A
síntese e a secreção deGH
sãotambém
reguladas porum
feedback
exercido pelo fator
de
crescimento insulina símile (IGF'), o qual é sintetizadono
figado, agindo
como
um
mediador
das ações anabólicasdo
GH1`4'17`2° .No
entanto, o
GH
também
estimulauma
variedade de efeitos metabólicosque
ocorrem
independentedo IGF,
taiscomo,
lipólise, transporte de aminoácidosno
diafiagma
e coração e produção de proteínas hepáticas específicas4°2l'22.Os
IGFs
(somatomedinas) constituem, portanto,uma
família depeptídios
que
são,ao
menos
parciahnente,GH-dependentes
e transportados porproteínas carreadoras conhecidas
como
IGF-BPS,
existindo seis tiposbem
caracterizadosl”3'4”23.
A
concentraçãodo IGF-I
é maisGH-dependente
e estácorrelacionada
com
a concentraçãoda
IGF-BP3, que
é sua principaltransportadoral '3”4”23
.
A
secreção dcGH
é ainda afetada poruma
variedade de hormônios,incluindo os androgênios, os estrogênios, a tiroxina, os glicocorticóides e a
ínsulal
,2,4,9, I O,24,25I
O
desviodo
padrão normal de crescimento pode, então, ser a primeiramanifestação de
uma
grande variedade de processos patológicos,que
incluemtanto desordens endócrinas quanto
não
endócrinas eacabam
por envolver3
A
deficiênciado hormônio
de crescimento(DHC)
éuma
condiçãoclínica
que
existecomo
um
espectro contínuo e varia desde casos típicos,com
deficiência total, a quadros de deficiência parcial mínima,
ou
alteraçõesno
ritmosecretório endógeno2'3'22'26.
No
Reino
Unido, a incidência é de 1:60.000,no
Japão é de 1:80.000 ena
Noruéga, de 1:100.0002'4'22'27'28. Recentemente,
foram
pesquisadas 48.000crianças escocesas, revelando
uma
incidência de l:4.000, enquanto quena
população norte-americana é de pelo
menos
l:3.4802'4'22°29'3°.A
faltado hormônio
de crescimento(HC)
pode
ocorrercomo
resultadode
uma
anormalidade genética, impossibilitando a suaprodução
e/ou secreção;em
decorrênciada
ausência congênitaou
hipoplasiada
hipófise; por tumoresque
afetam a função hipotalâmica (craniofan`ngioma); conseqüente à l1istiocitoseX;
devido a traumas cranianos,como
traumatismo de parto (sangramentosdurante a gestação, parto pélvico, anóxia neonatal, convulsão pós-natal, toxemia
gravídica, uso de fórcipe, cesárea por sofrimento fetal, infecção e hiperpirexia
pós-natal), espancamentos, torturas e pós-cirúrgico;
ou
como
efeito deirradiação2”4'22”23”26.
Uma
forma
extrematambém
é observadana
condiçãorotulada
nanismo
psicossocialou nanismo
por privação emocional2”4'22”31'32.No
entanto, a causa idiopática ainda é a principal
forma da
doença2”26.O
quadro clínicodepende da
idade de início, etiologia e severidadeda
deficiênciazó.
O
peso ecomprimento
ao nascimento são geralmente normais e,apesar de
em
algtms casos ocorrer retardono
crescimento intra-uterino, estenão
faz parte
do
fenótipo clássico”.Podem
estar presentes hipoglicemia e icteríciaprolongada neonatais2'4°22”26'33.
Quando
a deficiência deGH
écombinada
com
asdeficiências de
hormônio
adreno-corticotrófico(ACTH)
ehormônio
estimulanteda
tiróide (TSH), a hipoglicemiapode
ser severa4”22.Ao
contrário,quando
combinada
com
deficiência de gonadotrofina,podem
aparecer mícropênis,Infantil Joana de
Gusmão
(HIJG)
elFederal de Santa Catarina
(UFSC).
de crescimento e os prováveis acré-s
final ao término
do
tratamento,aprimoramento
do
protocolo utilizEstado de Santa Catarina para o
humano.
5
Hospital Universitário U-IU)
da
UniversidadeForam
avaliadas as variaçõesna
velocidadecimos
na
previsão de estatura finalou
alturano
intuito defomecer
subsídios aoado
pela Secretaria Estadual deSaúde do
7
3.
MÉTODO
Esta pesquisa foi retrospectiva, longitudinal e descritiva.
cAsUÍsT1cA
A
população estudada foi representada por22
pacientes, 12do
sexomasculino e 10
do
sexo feminino,com
idades entre2
e20
anos, portadores dedeficiência
do hormônio
de crescimento,em
seguimento endócrino-pediátricono
Hospital Infantil Joana deGusmão
e Hospital Universitárioda
UFSC,
dejunho
de1990
a abril de 2000,em
Florianópolis, Santa Catarina.Foram
incluídos aleatoriamenteno
estudo, aqueles pacientesque
estavam
recebendohormônio
de crescimentohumano,
para tratamentoda
baixaestatura, por
um
intervalo detempo mínimo
de 6meses
e que, previamente aoinício
do
tratamento, apresentavam velocidade de crescimento abaixodo
considerado
nomial
para a idade cronológica e/ouum
ou
dois testes de estímuloda
liberação dehormônio
de crescimento (clonidinaou
insulina) negativos eprovas bioquímicas nonnais.
3 . 1 .
PROCEDIMENTOS
As
informações obtidas para a organizaçãodo
trabalhoestavam
contidasnos prontuários de
acompanhamento
médico
individual eforam
selecionadasmediante confecção preliminar de
um
registro protocolado (apêndice 1).Todas
as criançaseram
procedentesdo
estado de Santa Catarina, amaioria
moradora na
regiãoda
Grande
Florianópolis e as demais, residentesem
8
Estatística (IBGE).
A
evolução de cada paciente foi realizadaem
um
intervalo detempo
aproximado
de6
meses
entre as consultas, avaliando-se dados de idadescronológica e óssea, peso, altura, velocidade de crescimento, estágio puberal e
dose
do
HCh
nas consultas posteriores ao iníciodo
tratamento.O
peso e a alturaforam
aferidos pela balança e pelo estadiômetro,respectivamente.
A
idade óssea (IO) foi definida atravésda
radiografia demãos
e punhos,baseada
no
Atlas de Greulich e Pyle44.As
previsões de estatura final(PEF) foram
calculadas para cada paciente,previamente e
na
última consulta de usodo
HCh,
de acordocom
oprograma
Sistema para Análise Antropométrica Siscres W, confeccionado pelo Centro de
Investigação
em
Pediatria(CIPED)
da
Universidade deCampinas
(UNICAMP),
utilizando-se
o
método
deBayley
e Pirmeau45.A
altura final foi observadana
última consulta dos pacientes
que
encerraramo
tratamento.Os
testes farmacológicos de estímuloda
liberação dehormônio
decrescimento utilizados
foram o da
clonidina eo
da
tolerância à insulina.O
método
aplicado foio
radioimunoensaio, considerando-secomo
respostanegativa os resultados inferiores a
7ng/mL,
baseadoem
Wilson
e Rosenfeld3.Para alguns pacientes, solicitou-se as dosagens de IGF-I e
IGF-BP3.
Outros
exames
radiológicos solicitadosforam
a radiografia de selatúrcica e a
tomografia
axial computadorizada(TAC)
de crânio e ressonâncianuclear magnética
(RNM)
de crânio,quando
necessárias.Os
exames
laboratoriais, ao inícioda
investigação, incluíramhemograma,
creatinina, fosfatase alcalina, proteínas totais e frações, anticorpoantigliadina, sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, parasitológico de fezes,
qualitativo de urina, osmolalidade sérica, TSI-I, T3, T4,
T4
livre e carótipo,9
Naqueles
pacientesem
que
as dosagens dos hormônios tiroideanosestavam
alteradas, instituiu-se tratamento de reposiçãocom
levotiroxina sódica.A
dose inicialdo
HCh
usada foi 0,1UI/Kg/dia, via subcutânea, ao deitar.O
estágio puberal foi determinado a partir dos caracteres dedesenvolvimento sexual classificados por Marshall e Tanner46'47 e pelas
dosagens de
LH
eFSH
basais, estradiol nas meninas e testosterona nos meninos.Alguns
pacientesque
apresentaram puberdadeforam
submetidos a bloqueiocom
análogo deGnRH,
na
dose de 3,7Smg
a cada28
dias.A
velocidade de crescimento foi calculada a partirdo programa
Sistemapara Análise Antropométrica Siscres W, confeccionado pelo Centro de
Investigação
em
Pediatria(CIPED)
da
Universidade deCampinas
(UNICAMP).
Todos
os pacientesforam
colocadosno
gráfico de desenvolvimentoestatural, padronizado pelo National Center for Healths Statistics
(NCHS),
197748, avaliando-se seu ritmo de crescimento ao longo
do
estudo (apêndice 2).Os
critérios para suspensãodo
usodo
HCh
foram:IO
a partir de 14 anospara as meninas e 15 anos para os
meninos
ou
VC
menor
que
4cm/ano,segundo
Wilson
e Rosenfeld3.Os
dados
averiguadosforam
correlacionados a partirdo programa
Excel2000
e analisados estatisticamente, calculando-se asmédias
e desvios-padrãoda
amostra, através
da
aplicaçãodo programa
Statistics 5.0, para aferição dosio
4.
RESULTADOS
A
população pesquisadacompreendeu 22
crianças deambos
os sexos,assim distribuídas: 12 pacientes
(55%) do
sexo masculino e 10 pacientes(45%)
do
sexo feminino,conforme
representadona
figura
1.55°/‹›
IFeminino IMascuIino
1 Fr üência por sexo em 22 crianças portadoras de
Figura : eq
deficiência do hormônio de crescimento.
12 `
n
as (54,5%)eram
da
Grande
Em
relação à procedência, cria ç57
d
outras cidadesdo
estado de Santa Catarina.Florianópolise 10(45, 0), e
`
io
da
reposiçãohormonal
ena
Os
parâmetros antropométricosno
inícúltima avaliação clínica
foram
verificados, cujos dados estão registrados nas\DOO\IO'\U'‹‹I>~L›J "1'.1"11"1'J"r1"1'1"1'1"1'1"11
hormomo
de crescimento. 2a6m
2a11m
4a5m
5a3m
5a11m
9a8m
13a3m
14alm
14a2m
16a11m
3m
la6m
la 3a 4a 8a 11a6m
11a 10a 10a IC-IO
2a3m
laSm
3a5m
2a3m
la11m
la8m
la9m
3allm
4a2m
6allm
Tabela I Parâmetros antropométricos
no
iníciodo
tratamentocom
hormômo
decrescnnento
humano
em
22
crianças portadoras de deficiênciado
PA
T
s lcIo
ALTURA
( ) 77,0 87,5 88,8 92,0 116,0 136,5 132,0 139,0 120,0 8a10m
6a 2a10m
106,0 i25,5 šššššššššššš 3a4m
5a 5alm
6a9m
8a6m
l0a1lm
11a7m
12a6m
12a8m
13a3m
13a1lm
14a10m
V la 3a6m
2a 4a6m
6a 10a 9a 8a 9a 13a 10a l?0a 2a4m
la6m
3aIm
2a3m
2a6m
11m
2a7m
4a6m
3a8m
3m
3a11m
4a10m
78,0 90,0 94,5 110,0 116,5 124,0 123,6 127,5 126,0 136,0 141,0 143,5 9a10m
7a2m
2a8m
117,5fl0,7
IC = idade cronológica, IO = idade ossea; IC - IO = idade cronológica - idade óssea.
Fonte Prontuários médicos dos ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica do HIJG e HU-UFSC.
Tabela II: Parâmetros antropométricos
na
última avaliação de22
cnançasportadoras de deficiência
do hormônio
de crescimento.~
PACIENTE
SEXO
ICIO
IC- IO
ALTURA
(CM)
la 83,0 \OOO\lC'\U1J>UJl\)*-* "1'l"1'J"1'l"1'1"1'.1'TJ"1'1"1'i"1'l*Tl 3a
8m
V 4a7m
8a4m
14a6m
9a8m
14a7m
15a8m
17a3m
15a2m
10 19a6m
2a6m
6a6m
13a6m
9a 14a 14a 13a lla lla 2a8m
2a1m
1a10m
la8m
7m
la8m
4a3m
4a2m
8a6m
95,5 129,5 157,0 128,0 146,5 155,0 152,0 147,0 137,0Média
12a3m
DP
9a6m
2a9m
133,0fl5,3
11 8a8m
12 18a1m
13 lla4m
14 10a2m
15l1a6m
16 11a10m
17 17a10m
18 15a6m
19 13allm
20 13a8m
21 19a9m
22 16a5m
šššššššššššš 7a 16a 8a6m
9a 11a 11a 16a6m
13a6m
11a 13a 16a 11a la8m
2alm
2a10m
la2m
6m
10m
la4m
2a 2allm
8m
3a9m
5a5m
128,5 166,0 140,0 141,0 141,0 130,5 161,0 144,0 135,0 142,0 175,0 158,5Média
14aDP
12a 2alm
146,9 il4,7IC = idade cronológica; IO = idade óssea; IC ~ IO = idade cronológica - idade óssea
Fonte: Prontuários médicos dos ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica do HIJG e HU-UFSC
Junho de 1990 a abril de 2000, Florianópolis - Santa Catarina.
Os
desvios-padrão e as previsões de estatura finalforam
calculadosno
Tabela HI: Desvios-padrão e previsões de estatura final
no
iníciodo
tratamentocom
hormônio
de crescimentohumano
ena
última avaliação de22
crianças portadoras de deficiência
do hormônio
de crescimento.PCTE
SEXO
DP*
INICIAL
DP*
FINAL
PEF
INICIAL (CM)
PEF FINAL
(CM)
\ooo`io\uz.|>u›t×››- "1'J'11'11"11"11*1'1"11"r1"11 -5,0 -2,5 -4,2 0,0 -4,6 -0,3 -4,6 -1,5 -3,5 -1,9 -3,0 -0,8 -4,1 -1,2 -3,0 -1,9 10 -6,2 -3,6 144,3 147,4 143,8 159,0 137,3 172,4 160,7 154,8 149,5 157,7 157,7 158,7 149,2
Média
-4,4 -1,8DP
11,1 ¢1,4 146,4 i8,0 157,6 i7,3 zzzzzzzzzzzz fi” 1 1 -5,2 -0,7 12 -4,2 -0,9 13 -3,3 -0,4 14 -2,1 +0,3 15 -2,5 -0,3 16 -2,4 -1,9 17 -2,7 -1,5 18 -3,0 -3,0 19 -3,4 20 -2,6 -2,4 21 -2,6 +0,2 22 -2,9 -1,7 171,3 158,2 157,3 168,7 160,3 155,3 173,6 176,7 179,0 166,0* 131,1 179,4 175,4 162,3 161,01 164,0 162,1 175,0* 192,6Média
-3,1 -1,3DP
_ 10,9 11,2 165,2 i8,3 173,7 il0,0 PCTE = paciente; PEF = previsão de estatura final.* Cálculo do número de desvios-padrão em relação à média da população normal:
Z = altura do paciente - média de altura para idade , onde Z é um índice de desvios-padrão.
desvio-padrão para idade
1 Aimzz final.
Fonte: Prontuários médicos dos ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica do HIJG e HU-UFSC
15
Durante
o
usodo
HCh,
14 pacientes (63,5%) manifestaram puberdade.Destes, 7
(32%) foram
submetidos a bloqueio, sendo suspensoem
5 (7l,5%),enquanto
2
pacientes (28,5%)permaneciam
bloqueando a puberdadena
últimaavaliação clínica.
As
velocidades de crescimentoforam
avaliadasem
intervalos de 6meses, enfatizando-se, principalmente, sua variação nos três primeiros anos de
tratamento,
como
demonstrado na
tabelaIV
e figuras2
e 3. .Os
valores de estatura, separados por sexo,foram
colocados nos gráficosde desenvolvimento estatural respectivos, observando-se seus desvios-padrão
(DP)
em
relação àmédia da
população normal ecomparando-se
esses dadoscom
aqueles obtidosna
última consulta de todos os pacientes, indicado nasTabela IV: Velocidade de crescimento antes e
no
primeiro semestre, segundo eterceiro anos de tratamento
com
hormônio
de crescimentohumano
em
22
criançascom
deficiênciado hormônio
de crescimento.PCTE SEXO
VC
ANTES
VC
1°SEMESTRE
VC
2°ANO VC
3°ANO
\OOO\lO\U1-P~UJl\J›-^ 'T1"I1"1'1"11"1'1"l'J"!1"1'1*I1"1'l 3,26 0,0 2,71 5,74 4,12 3,76 3,38 3,41 10 0,0 1 1,41 13,44 9,90 13,56 16,29 6,83 8,69* 8,90 8,90 7,93 4,01 12,93 7,05 12,96* 7,06 14,25 5,90 5,72 10,62 2,16" 6,25 5,72* 5,72
Média
3,29DP
i1,9 10,58B,0
8,73 i4,0 6,095,0
ll 6,33 12 6,84 13 2,06 14 4,74 15 2,75 16 6,52 17 2,23 18 1,88 19 3,74 20 3,07 21 1,43 22 1,22 šššššššššššš 10,658 11,17 13,71 21,02 3,91* 7,11 9,25 5,57 6,08 14,22 10,25 10,99 8,328 5,85* 8,32 7,39 6,38 4,85* 5,40 6,17 5,79* 10,05 1,12* 6,76 4,99 4,80* 6,80 4,93 6,16Média
3,56DP
fl
0 10,32 i46 6,49 i-1,2 5,70fl,5
_* -paciente ficou 15 dias sem HC. §- paciente ficou 3 meses sem HC. 1- paciente ficou 40 dias sem HC. H _
Paciente fi°°U um an° sem HC-
I - paciente ficou 2 meses sem HC.
Fonte: Prontuários médicos dos ambulatórios de Endocrinologia Pediátrica do HIJG e HU-UFSC.
VC (cmlano)
1'2'a'4'5'õ'1'a'9'1o'
I Pré-tratamento I1* avaliação E2* ano I39 ano Paciente* Paciente interrompeu o tratamento temporariamente.
Figura 2: Sexo feminino - Variação da velocidade de crescimento antes e durante os 3 primeiros
anos de tratamento com hormônio de crescimento humano.
VC (cmlano)
“'11I12'13I14I15'16'17I18I19I20,21I22`
I Pré-tratamento I 1! avaliação |l2'1 ano I39 ano Paciente* Paciente interrompeu o tratamento temporariamente.
Figura 3: Sexo masculino - Variação da velocidade de crescimento antes e durante os 3 primeiros
I 18
Altura
(cm)
1ao
~170
160
150
140
130
120i 110§ 1001 70'Feminino
2
4
6
8
10
1214 16
aI
Paciente
1O
Paciente
2
O
Paciente
3
0;Paciente
4
O
Paciente
5
O
Paciente
6
O
Paciente
7
O
Paciente
8
O
Paciente
9
O
Paciente
10
Idade (anos)Figura 4: Sexo feminino - Variação da altura em desvios-padrão durante o tratamento com
19
Masculino
Altura(cm)
190 180 170 160 150 140 130 1 120 1 110 100%24-6810121416182
021
0
Paciente
11O
Paciente
12
O
Paciente 13
Q
Paciente
14
O
Paciente
15
O
Paciente
16
O
Paciente 17
O
Paciente
18
O
Paciente
19
O
Paciente
20
O
Paciente
21
O
Paciente
22
Idade (anos)Figura 5: Sexo masculino - Variação da altura em desvios-padrão durante o tratamento com
20
Todos
os pacientes apresentavam estatura abaixo de-2DP
no
iníciodo
tratamento.
Na
última avaliação realizada, 17 pacientes(77%)
aproximaram-seda média da
população normal,com
estatura entre -4,4 e-0,3DP,
1 paciente(4,5%) apresentou-se
na
média, 2 pacientes(9%)
estavamacima da
média
e2
(9%),
permaneceram
com
omesmo
DP.
Quatro crianças
(18%) haviam
encerradoo
tratamentocom
HCh
na
última avaliação clínica.
Durante a terapia
com
HCh,
6 pacientes referiram queixas, sendo 3com
cefaléia, 1
com
quadros de lipot1'mia, 1com
dor nos joelhos e 1com
aumento
de21
5.
DISCUSSÃO
A
DHC
é descritacomo
uma
síndrome clínica conseqüente aum
grupoheterogêneo de doenças, constituindo o
chamado
hipopituitarismo, cujacaracterística predominante é a baixa estatL1ra2”4”22'26. Esta deficiência
pode
sertotal
ou
parcial,podendo
ocorrer sobforma
isoladaou
associada à deficiência deoutras trofinas hipofisárias2'3'22'26.
No
Brasil,não há
dados estatísticos referentes à baixa estaturahipofisária,
no
entanto, a partir dos resultadosda
literatura de outros países,pode
ser consideradacomo
entidade rara2'4”22”27`3°. Possivelmente, as deficiênciasconsideradas
moderadas ocorram
com
maior fieqüêncian.A
incidência decrianças
com
lesões orgânicas é, provavehnente, muito mais alta”.A
deficiência idiopáticado
HC,
onde não
se encontra lesão orgânica, é aforma
maiscomum
da
doença2”26.A
sua origemnão
é conhecida, tendo sidosugerido
um
mecanismo
auto-imune,mas
não comprovado,
jáque
a maioria doscasos ocorre espontaneamente,
mas
alguns são hereditáriosz.Um
aumento da
prevalência de alterações idiopáticastem
sido registradoentre os meninos,
com uma
relação de l,6:l a 3:1, refletirrdoum
número
maiorde
meninos
em
tratamento,quando comparados
às meninas”.Porém,
considerando-se
o
envolvimento de lesões orgânicas, a incidência é igual nosdois sexos”. Nery,
Marcondes,
Lerário et al49 estudaram ll pacientescom
DHC,
sendo 9(83%) do
sexo masculino e 2(17%) do
sexo feminino.No
estudo apresentado,também
foi encontradoum
predomíniodo
sexomasculino,
no
entanto,compreendeu
apenas55%
, sendo45%
do
sexo feminino.O
fato de haveruma
preponderânciado
sexo masculino, apesar demenos
acentuada
comparada
ao estudo deNery
et al”,pode
estar relacionadocom
urna22
decorrência
da
baixa estatura ser mais valorizada pela família.Numa
criançacom
baixa estatura importante(DP
superior a -2,5) eVC
menor
que 3cm/ano, a hipótese deDHC
deve ser prontamente lembrada,descartadas causas
como
doenças crônicas graves, ósseasou
genéticasz.Portanto,
na
tentativa de obter altura finalpróxima do
normal, ospacientes
devem
ser tratados o mais precoce possível,quando
o
comprometimento
estaturalnão
é tão intenso2*4.Estefan et al”, estudaram 111 pacientes portadores de
DHC,
dos quais,49 eram
portadores de deficiência isoladado
HC
(26do
sexo masculino e23 do
feminino)
com
idade de 10,4 13,9 (1,8 a 14,2) anos e 62, de deficiência múltiplahipotálamo-hipofisária (45
do
sexo masculino e 17do
feminino),com
idade de14,5 i4,5 (2,7 a 22,2) anos.
A
maturação óssea foi atrasadaem
todos ospacientes,
com
idades ósseas inferiores às idades cronológicas, geralmente2
anos
ou
mais.A
idade estatural estava bastante alterada,com
DP
em
relação àaltura
média
para a idade de -1,4 a -8,5, nos pacientescom
deficiência isoladado
HC
e de -2,5 a -9,1, nos portadores de deficiência múltipla hipotálamo-hipofisária.
A
VC
observada foi de 0,3 a 4,8cm/ano nos pacientescom
deficiência isolada e de zero a 5,0cm/ano naqueles
com
deficiência múltipla.O
início
da
puberdade, gerahnente, é atrasado e ocorreu espontaneamente aos 13,7i2,0 (10,0 a 17,0) anos
em
14 pacientescom
deficiência isolada e aos 13,4 13,1(9,0 a 16,3) anos
em
5 pacientescom
deficiência múltipla.Neste estudo, a
média
de idade cronológica foi de 8 anos e 10meses
(2anos e 6
meses
a 16 anos e 11 meses)no
sexo feminino e de 9 anos e 10meses
(3 anos e
4 meses
a 9 anos e 10 meses)no
sexo masculino, incluindo tantoportadores de deficiência isolada quanto múltipla. Observou-se
um
atrasona
idade óssea,
em
média acima
de2
anos, e alteração importantena
idade23
(-3,0 a -6,2) para as meninas e de -3,1 (-2,1 a -5,2) para os meninos.
A
VC
média
antesdo
tratamento foi de 3,29 (zero a 6,55)cm/ano e de 3,56 (l,22 a6,84)cm/ano, nos sexos feminino e masculino, respectivamente, incluindo
deficiências isolada e múltipla.
O
inícioda puberdade
também
foi tardio nospacientes estudados.
Há
alguns anos, admitia-seuma
deficiênciahormonal
como
sendopresente
ou
não,dependendo
das respostas dos testes de estimulaçãoserem
negativos
ou
positivos,uma
espécie de resposta “tudoou
nada”;no
entanto,tentativas terapêuticas, realizadas
em
certas crianças, revelaramque
a decisão àterapia
com
HCh
não
é tão simples, existindo achamada
deficiência parcialdo
HC,
onde
a curva de crescimento e asVC
são inadequadas e os testes de estimulação revelam respostascom
baixa positividade2'22.Os
endocrinologistas pediátricos, portanto,continuam
confusos quantoàs definições de
DHC23.
Apesar da
DHC
profunda ser relativamente óbvia,outros pacientes
com
falência severano
crescimento,mas
com
testes endócrinosnormais
ou
lirnítrofes,também
respondem
ao tratamentocom
HCh23. Portanto,critérios auxológicos (baixa
VC,
altura abaixo de3DP
e pobre previsão deestatura final) são
tomados
como
base para a terapia, levando a urna distinçãoconfusa entre
o
tratamentoda doença
e o aprimoramento de característicasnormais, o que gera questões sobre seu beneficio23. -
No
estudo,91%
dos pacientes apresentaram resposta negativa aos testesprovocatórios
da
liberaçãodo
HC,
enquanto9%,
mostraram
respostascom
baixapositividade, significando a inclusão de pacientes
com
DHC
total e parcial.Pelo fato de
um
problema
comum
no
tratamentocom
HCh
ser oestabelecimento definitivo
do
diagnóstico, níveis séricos aleatórios deGH
sãode
pouco
usono
diagnósticoda
DHC,
mas
o
IGF-I eo
IGF-BP3
séricos,ambos
peptídeos GH-dependentes, são úteis
como
medidas
de triagem indireta” 'S 05 1.24
33%
daquelesque
dosaram
oIGF-BP3
apresentaram valores normais.Duas
abordagenspodem
ser usadas para aconfirmação
bioquímicada
suspeita de
DHC23.
A
primeira é aamostragem
notuma
freqüente dos níveis deGH
para avaliar a secreção deGH,
a qualpode
ser definida pela amplitude depulso, freqüência, área total,
ou
concentraçãomédia
deGH
duranteum
teste de12 a
24
horas”.No
entanto, aabordagem
altemativa e mais conveniente é aestimulação induzida
do
GH
endógeno
através de agentescomo
jejum,exercícios, levodopa, clonidina
ou
insulina”. Gerahnente, aceita-se que anão
aquisição de
um
nível limítrofeem
dois desses testes é urnaconfinnação
adequada
deDHC23.
A
hipoglicemia induzida por insulina é consideradao
melhor
teste padrãoda
liberaçãodo
HC23'52. Acredita-se que elapromova
asecreção
do
HC
pós-estímulo de receptores ot-adrenégicos centrais, jáque
obloqueio destes por drogas inibe esta liberação”.
A
incidência de falsos-negativos varia
na
literatura de 8 a27%,
dependendo do
nível deHC
acima
do
qual a resposta é considerada positiva (5,0; 7,0;
ou
l0,0ng/mL)2.No
presente estudo, o testeda
intolerância à insulina foi realizadoem
63,5%
das crianças, sendo consideradacomo
resposta negativa valores deHC
inferiores a 7,0ng/mL.
Albertsson-Wikland e cols.54
mostraram que
crianças de estatura maiselevada secretam mais
hormônio que
as mais baixas,no
entanto,embora
crianças
com
crescimento lento secretempouco honnônio
de crescimento, níveismais elevados de secreção
hormonal
podem
estar associados a crescimentolento, se
o
padrão de secreção estiver desordenado, correspondendo àchamada
“disfunção neurossecretória
do hormônio
de crescimento”55.A
DHC
pode
ocorrercomo
urna deficiênciahormonal
isoladaou
como
resultado de hipopituitarismo, tumores
do
sistema nervoso central, irradiaçãocranial, displasia septo-óptica
ou
outras causas2°4°22°23”26.25
visibilização das doenças
que
acometem
a região hipotálamo-hipofisáriaz.A
síndrome
da
interrupçãoda
haste hipofisária(SIHH) na
RNM
se caracteriza porredução
da
adeno-hipófise (alturacom -2DP
para a idade), neuro-hipófiseectópica e interrupção
da
haste hipofisária56”57.No
estudo apresentado,27%
dospacientes apresentaram alterações
na
RNM,
sendo que a SIHI-Icomo
causada
DHC
foi encontradaem
9%. Nery
et al” encontraram alterações nosexames
radiológicos
em
45,5%
de seus pacientes,com
27%
apresentando hipoplasiahipofisária e
18%,
sela vazia. Neste estudo,foram
visibilizadas alteraçõesradiológicas
em 27%
dos pacientes, sendo que4,5%
apresentaram hipoplasiahipofisária,
9%
mostraram
sela vazia,além
de4,5%
com
formação císticana
sela túrcica e
9%
com
hipoplasiada
adeno-hipófise associada à ausência dehaste hipofisária e ectopia
da
neuro-hipófise.Alguns
autoressugerem que
criançascom
deficiência idiopáticado
HC
crescem
mais rapidamente apóso
tratamento,que
as portadoras detumor
intracraniano e, pelo fato de as portadoras de deficiência idiopática tenderem a
ser mais jovens, provavelmente esta diferença reflita os efeitos
da
idade3.No
entanto,no
estudo presente, os dois pacientesque
apresentaramcraniofaringioma previamente ao tratamento
mostraram
uma
VC
bastanteacentuada
no
primeiro semestre de terapia,em
valores de 21,02 e 10,99cm/ano,sendo
que
um
deles iniciou a reposiçãohormonal
com uma
idade maisjovem
(6 anos e 9 meses) e
o
outro, mais tardiamente (14 anos e 10 meses).Antes de iniciar o tratamento
em
pacientescom
DHC,
deve-seconfirmar
o diagnóstico, avaliar a etiologia e a possibilidade de outras disfunções
hipofisárias3.
Como
o hipotiroidismopode
determinarnão
apenas LunaVC
deficiente,
mas
também,
resultados falsos dos testes de estimulaçãodo
HC,
deve-se investigar a função tiróidea antes dos testes
do
HC2”3”22'26.Se
houversuspeita
de
hipotiroidismo terciário (hipotalâmico),com
respostas deTSH
ao26
iguais a 7,0ug/dL, a associação
com
levotiroxina é recomendada, assimtambém,
para
o
hipotiroidismo primárioz, daí o fato de terem sido determinadospreviamente as dosagens desses hormônios, descartando-se o hipotiroidismo
como
causa ímica de falênciano
crescimentoou
identificando-se sua associaçãocom
aDHC
e instituindo-se tratamento adequado.Nery
et al” encontraram hipotiroidismo associadoem
45,5%
de seuspacientes e craniofaringioma
em
9%.
Neste estudo, afiequência
foi semelhante,com
41%
das crianças apresentando hipotiroidismo e9%,
craniofaringioma.Brãmswig
et al” encontraram pan-hipopituitarismoem
19,5%
de seuspacientes. Neste estudo,
18%
das crianças apresentaram pan-hipopituirarismo.O
usodo
HCh
derivadoda
hipófise para tratar a deficiênciado homiônio
de crescimento foi relatado, pela primeira vez, por
Maurice
Raben,em
19583,22,2s,s9,óo_
A
suspensão temporáriado
usodo
HCh
deorigem
hipofisária, devido àdoença
de Creutzfeldt-Jakob, relatada nos Estados Unidos, levou à realização detrabalhos minuciosos para se
obterem
processos rigorososde
filtraçãocom
graude esterilização precisa2'22”23°61.
O
HCh
recombinantetem
estado disponível a maisde
uma
década”.Seus efeitos colaterais são raros e sua eficácia
na
promoção
da
aceleraçãodo
crescimento
tem
sidoamplamente
confirmadaem
criançascom DHC,
apesardo
aumento
acentuadona
VC,
duranteo
primeiroano
de tratamento, serparciahnente atenuado
em
anos subseqüentes”.Kaplan,
Underwood,
August
et al62, estudandoo
usodo
HCh
recombinante,
que
contém
um
aminoácido a mais (metionina)que o
HCh
derivado
da
pituitária,demonstraram
sua potênciana
promoção
do
crescimentode crianças
com DHC.
A
única diferença entreo
HCh
hipofisário eo
derivado derecombinação
27
do
HCh
recombinante2”3'22.No
entanto, parece que esses anticorposnão
afetama
VC
eque
não
têm
qualquer significação clínica2”3'22.A
terapiacom
HCh
deve ser iniciada tão logo sejaconfinnado
o
decréscimo
na
VC
e continuada duranteo
tempo
em
que
se mostre eficaz,ou
atéque
o paciente tenha atingidouma
estatura dentroda
faixa normal de adultos3.Em
razãoda
fusão epifisária,não
existe resposta significativa à terapiacom
HCh
se a idade óssea estiveracima
de 14 anos nasmeninas
e 15 anos nosmeninos, daí os critérios de suspensão
do
tratamento3.Os
pacientes estudadosforam
submetidos ao tratamento, assimque
foiverificada
uma
VC
abaixodo
normal para a idade cronológica, e mantidos sobregime terapêutico, até alcançarem altura dentro
da
normalidadeou serem
identificados os critérios de suspensão
do
tratamento.Alguns
pacientesnão respondem
à terapiacom
HCh.
Segundo
Laron63,essas crianças apresentam
uma
resistência aos efeitos depromoção
do
crescimento pelo
HC
exógeno.No
estudo, todos os pacientesresponderam
à terapia, significandoque
nenhum
deles apresentavaDHC
tipo Laron.A
administração deHCh
em
criançascom
DHC
é fundamental parapermitir
o
crescimento e deve ser realizada o mais precoce possível,não
só paraobter
uma
maior altura,mas
também,
porque criançaspequenas
respondem
melhor
e amn
custo menor,uma
vez que as doses utilizadas são relativamentepequenas”.
Takano
e cols.64 estudaram 8 voluntários normais,comparando
as vias deadministração intramuscular e subcutânea
do
HCh
edemonstraram não
haverdiferenças significativas nos níveis séricos de
GH,
ácidos graxos não-esterificados e IGF-I.
Russo
eMooreós
estudaram 13 crianças portadoras deDHC
enão
encontraram diferenças nos niveis séricos deGH,
IGF-I eVC
nas28
20
crianças portadoras deDHC.
Dessa
forma,como
a administração subcutâneaé muito mais prática, segura e eficaz,
menos
dolorosa e preferida pelos pais epacientes, trata-se
da
via de escolha para o tratamentoz.As
dosesempregadas
variamamplamente na
literatura,em
média
de0,04 a 0,1UI/Kg/dose,
6
a7
vezes por semana2.Após
a síntesedo
HCh,
obtidopor técnica de engenharia genética, doses progressivamente mais altas
vêm
sendo
empregadas
jáque não
existeo problema da
disponibilidadeda
drogaz.O
esquema
de tratamento deve ser individualizado e as doses propostas,corrigidas
quando
necessário, seo
ganho
estatural está sendo inadequado.Durante a puberdade,
devem
ser administradas doses maiores, especialmenteem
meninosz.
Nery
et al49, utilizandohormônio
de crescimento recombinante autêntico,encontraram
que
a dose de0,35UI/Kg/semana
foieficaz no
primeiroano
deterapêutica,
aumentando
aVC
de 2,91 i1,58-
média
ÊP
(variação de 1 aScm/ano) para 11,07
fl,58
(variação de 8,9 a 16,9cm/ano), enquanto que,no
segundo
e terceiro anos de tratamento,empregando
0,5UT/Kg/semana, a partirdo
finaldo segundo
ano, asVC
foram
8,6fl,8
(variação de 6,6 a 16,8cm/ano) e7,63 i1,84 (variação de 6,6 a 9,2cm/ano).
Estudos
de
Shizume67mostraram
respostas cada vez melhoresquando
utilizadas doses maiores de
HCh,
que
variavam desde 0,03 a0,1UI/Kg/semana
até 0,8UI/Kg/semana. Outros estudos, realizados por Job e cols.68, I-Iindmarsch e
cols.69, Gertner e cols.7° e
Sherman" mostram
também
uma
clara correlaçãodose-resposta.
Hibi e cols.72 estudaram a glicemia, IGF-I,
IGF
total, IGF-I urinário eGH
após adminsitração de 0,46 i0,07UI/Kg/semana
e concluíramque
esta doseé
próxima
à fisiológica de substituição. Fraiser e cols.73demonstraram
que29
Neste
trabalho, a dose inicial preconizada foi 0,1UI/Kg/dia, obtendo-seVC
média
de 10,58 i3,0 e 10,32 i4,6, nos sexos feminino e masculino,respectivamente,
no
primeiro semestre de terapia, 8,73 i4,0 e 6,49 i1,2,no
segundo ano, e 6,09 i3,0 e 5,7
fl,5
,no
terceiro ano.Burns
e co1s.74 eBourguignon” demonstraram
que a estatura finalem
portadores de deficiência de
HC,
tratadoscom
HCh
eque
tiveram puberdadeespontânea, era
menor
que a de pacientes deficientes de gonadotrofinas,indicando
que o
prognóstico para a estatura final, durante tratamentocom
HCh,
deve ser considerado
em
relação à função gonadal. Hibi e co1s.76 obtiveramresultados semelhantes e concluíram
que
os portadores de deficiência isolada deHC
atingemmenor
estatura que os portadores de deficiência múltipla, devido aum
período puberal demenor
duração, ecom
um
ganho
estatural menor,portanto, iniciaram a supressão gonadal
com
acetato de ciproterona e/ou acetatode medroxiprogesterona,
em
pacientesque
desenvolveram sinais precoces depuberdade, obtendo
mn
efeitobenéfico
sobre a estatura final.Estefan et a177 avaliaram 14 pacientes
com DHC,
tratadoscom
HCh
hipofisário, para investigar a influência
da
altura, idade cronológica e idadeóssea
no
inícioda
puberdade sobre a estatura final,com
6 pacientesapresentando
puberdade
espontânea e os demais, induzida, observandouma
melhor
correlação entre a alturano
inícioda
puberdade e a altura final, que entrea idade cronológica e óssea
no
inícioda puberdade
e estatura final; realizaramentão, o bloqueio
da puberdade
em
4
pacientescom
agonista de ação prolongadado
GnRI-I, sendo verificadauma
redução importanteno
ritmo de crescimentodos pacientes,
o que
significaque
o tratamento deve ser mantido portempo
prolongado para a obtenção de resultados positivos.
Neste
estudo,63,5%
dos pacientes apresentaram-se púberes,no
entanto,30
final, principahnente para aqueles
em
que
a manifestaçãoda
puberdadeimplicaria
em
maior
comprometimento
estatural.Uma
VC
anormalmente
lenta e a resultante baixa estaturapodem
sersinais significativos de
doença
em
crianças e adolescentes3.A
terapiacom
HCh
promove
um
aumento da
VC
e melhora a estaturafinal adulta;
no
entanto, muitas criançascom
deficiência clássica deHC
não
atingem a estatura prevista pela estatura dos seus pais3°58°78`8'.
No
estudo de Milner e cols.82, aVC
em
resposta à terapiacom
HCh
em
crianças
com
DHC
mostrou
uma
média
de 8,9cm/anono
primeiroano
deterapia.
No
entanto,na
maioria dos pacientes, aVC
decresce àmedida que
aterapia continua3. Pacientes mais jovens
respondem
mais favoravelmenteque
osde maior idade”.
É
essencial determinar aVC
pré-tratamento, baseada nasmedidas de
altura
em
intervalo de 6 meses,com
o- intuito de identificaro
grau de sucessoda
terapia
com
HCh
e decidir a necessidade de doses mais elevadas para apromoção
deum
crescimento mais adequado3, dessa forma, os pacientesdo
estudo
foram
avaliados clinicamente, a intervalos aproximados de 6meses
entreas consultas, e calculadas suas
VC
prévias e duranteo
tratamento, avaliando-sea necessidade
de
suplementoda
dose terapêutica .A
VC,
no
primeiro ano de tratamentocom
HCh,
costuma
teruma
relaçãoexponencial
com
a dose empregada68'83, aindaque
boas respostas a dosespequenas
tenham
sido observadas e atribuídas a recuperaçãodo
crescimento84.Estefan et al85 avaliaram os resultados de
68
pacientes,30
com
deficiência isolada (16
do
sexo feminino e 14 masculino) e38
com
deficiênciamúltipla, tratados
com
HCh
extraído de hipófises humanas,na
dose de0,lUI/Kg, Via intramuscular, três vezes por semana, observando suas
VC,
em
período de 6 a 8 meses, e encontraram incremento de 3,2
i1,3cm/ano
pré-31
segundo
período e de 6,6i2,4cm/ano no
terceiro, naquelescom
deficiênciaisolada; enquanto que,
o
ritmo de crescimento, naquelescom
deficiênciamúltipla, era de 2,5
i1,1cm/ano
pré-tratamento,aumentando
para 5,8fl,3cm/ano,
6,0i2,9cm/ano e 5,1i2,5cm/ano no
primeiro,segundo
e terceiro períodos, respectivamente.A
literatura mostra que a respostano
primeiroano
detratamento é
máxima,
com
diminuição progressivano
ritmo de crescimento nosanos subseqüentes2”3°84.
O
objetivoda
terapiacom
HCh
éuma
altura final ótima para o paciente,o
que pode
ser definidocomo
uma
altura dentroda
taxa mais baixa parao
padrão populacional,
ou
com uma
alturapróxima
ao canal genéticodo
paciente”. Vários estudos
têm
relatado dadosda
altura final, incluindo dadosdo
número
de pacientesacima do
3° percentilou
dentro deflDP
para a altura-a1Vo58,74,78-81.
Burns, Tarmer, Preece et al" relataram
que
50%
dosmeninos
e apenas15%
dasmeninas
têm
uma
altura finalacima do
3° percentil populacional.Brämswig
et al” encontraram72,2%
parameninas
e57%
para meninos.Dentre os pacientes estudados,
75%
dosmeninos
e70%
dasmeninas
apresentaram
uma
alturaacima do
3° percentil populacionalna
última avaliaçãoclínica, ainda durante
o
tratamentocom
HCh,
recuperando a curva normal decrescimento, o
que
significa grande possibilidade de atingiruma
estatura finaldentro
do
padrão normal,também
verificada pelas suas previsões de estaturaavaliadas ao término
do
estudo.Existem
informações conflitantesna
respostado
crescimento e alturafinal
em
pacientescom
DHC
totalou
parcial74°78'79. Determinados autoresdescrevem
uma
VC
semelhante durante o primeiro ano de tratamento86`88,no
entanto, outros
têm
verificadouma
resposta pobreem
pacientescom
DHC
32
semelhante para
ambos.
Possíveis efeitos inconvenientes
comuns
ao usodo
HCh
incluemhipotiroidismo, deslizamento epifisário
da
cabeça femural, desenvolvimento deanticorpos anti-HC, resistência à insulina, retenção de sódio e água, acromegalia e leucerr1ia4'26'59'89.
O
deslizamento epifisárioda
cabeça femural écomum
em
crianças normais
que
passam
por rápida aceleraçãodo
crescimento e suaincidência, provavehnente,
não aumenta
excessivamente duranteo
tratamentocom
HCh23.Uma
pequena porcentagem
dos pacientesdesenvolvem
anticorposanti-HC e niveis maiores de insulina durante
o
tratamento,mas
nenhuma
condição
provou
ser clinicamente significativa”.A
resistência à insulina e ascaracterísticas acromegalóides são
fenômenos
relacionados à dose,não
sendoproblemáticos
com
variações das dosagens normais”.Quanto
à leucemia,há
diversas condições clínicas
que
podem
predispor ao seu desenvolvimento,como
malignidades prévias, irradiação e
anemia
de Fanconi4.Durante
o
período de avaliação dos pacientes estudados,foram
relatadosquadros de cefaléia, lipotímia, dores articulares e presença de
tumoração
em
região submandibular.
No
entanto,não
podem
ser correlacionadascom
o usodo
HCh,
pois diversos fatoresenvolvem
tais manifestações, oque não
será aquidiscutido, pelo fato de
não
estar relacionadocom
os objetivos deste estudo.Além
de identificar o efeitodo
HCh
no
crescimento linear de criançascom DHC,
este estudo procurou evidenciar a importânciado
diagnóstico edo
tratamento precoces
da
doença, para a obtenção deuma
estatura final adequada.O
médico
pediatra é o responsável pela suspeita diagnóstica e, portanto, deveconhecer os sinais e sintomas básicos à
adequada
triagem dos casos aserem
avaliados
do
ponto de vista honnonal.Em
nosso meio,o
diagnóstico continuasendo realizado tardiamente, restringindo a possibilidade de obtenção de
uma
33
6.
CONCLUSÕES
A
partirda
análise realizada, conclui-se que:O
honnônio
de crescimentohumano
promove
um
aumento
importantena
velocidade de crescimento
em
crianças portadoras de deficiênciado
hormônio
de crescimento, especiahnenteno
inícioda
reposição hormonal, e aresposta ao tratamento é mais acentuada nos pacientes de
menor
idade.A
previsãode
estatura final e a altura finalmelhoram
ao longoda
terapia,34
7.
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