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Educação e sensibilização ambiental dos responsáveis pela manutenção do arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Brasil

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Educação e Sensibilização Ambiental dos Responsáveis pela Manutenção do Arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Brasil

Dissertação do Mestrado em

Engenharia do Ambiente

Jussara Izabel Corrêa Cabral

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2 Educação e Sensibilização Ambiental dos Responsáveis pela Manutenção

do Arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro – Brasil

Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente

Jussara Izabel Corrêa Cabral

Orientação:

Professora Doutora Margarida Maria Correia Marques

Composição do Júri:

Edna Cabecinha Sampaio

Margarida Maria Correa Marques Domingos Mendes Lopes

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Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa Convênio Luso-Brasileiro da

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Engenharia do Ambiente, sob orientação da Profa. Doutora Margarida Maria Correia Marques do Departamento de Biologia e Ambiente, Escola de Ciências da Vida e do Ambiente, UTAD.

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Agradecimentos

Diante dessa vida corrida e sem tempo para nos dedicarmos a o que nos agrada, fico feliz com a oportunidade que tive em conhecer a UTAD e seus professores. Em especial a minha orientadora, professora Margarida, pessoa que possui sua admirável perspicácia e sensibilidade, uma líder nata e inovadora.

Aos meus pais pelos ensinamentos, valores e exemplo de

responsabilidade e apoios logísticos em minha vida.

Ao meu filho, por sua existência em minha vida, como um impulso, um insentivo de me tornar melhor, me reinventar e me redescobrir, sempre.

E por fim aos meus do coração, irmãos de alma, que compõem minha estada neste mundo. Onde me imagino um grão pequenino, mas que até mesmo por intuição sempre quis contribuir na valorização da vida deste planeta.

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Resumo

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) é, simultaneamente, uma referência histórica, uma área de reserva da Biosfera, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, e um parque de visitação pública.

Pela importância deste jardim botânico, nomeadamente, da área denominada de Arboreto cuja coleção de espécies vegetais vi vas é utilizada para pesquisa em botânica, verifica-se a preocupação de melhor manejo em sua área física. A utilização diversificada desta área exige observação continuada e tarefas cotidianas de manutenção; os tratos são imprescindíveis para se manter em melhor estado a flora, saudável e perene.

Este trabalho tem a pretensão de ser um instrumento útil para os indivíduos selecionados ao trabalho de manutenção do JBRJ, os mantenedores. Indentificando as características destes mantenedores através de inquéritos, desenvolveu-se uma estratégia de Educação e Sensibilização Ambiental com ações e iniciativas realizadas “pela positiva”. Privilegiou-se a linguagem visual e uma abordagem interdisciplinar.

A criação de palestras e de um bloco de boas práticas ambientais, sempre com foco nas atividades exercidas no Arboreto, pleiteiam ensinar e esclarecer valores significativos do local onde trabalham, as atividades e as responsabilidades ambientais. O processo de educação e sensibilização ambiental conclui-se com a certificação da coordenação do JBRJ, após um período de avaliação prática, que permitirá aos mantenedores obter um “Certificado de Jardineiros do Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

Sendo assim, investigar com um olhar mais profundo a esta situação, verificando em outros Jardins Botânicos, também de grande significado, podemos chegar a um produto facilitador a esta tarefa singular e muitas vezes despercebida por tantos que ali convivem.

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Abstract

Rio de Janeiro Botanic Garden (RJBG) is, at the same time, an historical reference, a reserve area of the Biosphere, according the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization and a park receiving public visits.

Due to this Botanical Garden significance, namely the importance of a specific area named Arboreto, whose collection of vegetal live species, is used for research in botany, there are clear care related to its physical aspect. The broad use of this area needs to be observed and directed on daily tasks, treatment are essential to keep the flora in its best condition, healthy and perennial.

This paper is meant to be a useful tool to all human resources selected to do RJBG maintenance work, caretakers. It intends to, on the plus side, gui de environmental good practices, crucial tasks for this Institution. After pinpointing this caretakers’ best personal features, it was possible to create several lectures and a notebook with a collection of all the environmental good practices, always tih the focus one the activities carried out at the Arboreto.

Such actions aim to teach and clarify important values of the workplace, of the activities and environmental responsibilities, ending with certification from the RJBG coordination. As such, researching with a deeper look on this situation, checking other Botanic Gardens, all of them with great relevance, it is possible to reach a product that facilitates this particular task and several times unseen to so many of those who there coexist

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ÍNDICE GERAL

1. Introdução ... 8

2. Sensibilização e Educação Ambiental ... 10

2.1. 2.2. 2.3. Conceitos ... Educando Adultos ... Jardins Botânicos ... 10 12 14 3. Jardim Botânico do Rio de Janeiro ... 16

3.1. História ... 16 3.2. Na Atualidade ... 16 3.3. Localização ... 17 3.4. Arboreto ... 19 4. Metodologia ... 21 4.1. Manutenção do Arboreto ... 21 4.2. Mantenedores ... 26 4.2.1. Inquéritos ... ... 27

4.2.2. Caracterização dos Mantenedores ... 29

4.3. Estratégia de Sensibilização e Educação Ambiental ... 32

5. Apresentação e Discussão dos Resultados ... 36

5.1 Palestras ... 36

5.1.1. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Arboreto ... 36

5.1.2. Boas Práticas Ambientais no Arboreto ... ... 40

5.2. Bloco de Boas Práticas Ambientais ... 42

5.3. Implementação do Projeto ... 46

6. Considerações Finais ... 48

7. Bibliografia ... 49

Anexos ... 52

Anexo I – Inquéritos ... 53

Anexo II – CD com Palestras ... 59

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1. Introdução

Os Jardins Botânicos (JB) desempenham um papel relevante e vital na conservação vegetal, porém, sem uma atuação ativa em um processo educacional, os JB se tornam incapazes de atingirem suas metas. Um dos objetivos essenciais destas Instituições são a educação e conscientização para com a importância das plantas na vida dos seres humanos e no ecossistema global. Ao chamar a atenção para as ameaças que os vegetais e os habitat enfrentam, os JB podem conduzir a sociedade a pensar em formas de proteção da biodiversidade (REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS, 2004).

Há algum tempo atrás, os JB eram mais voltados ao estudo sistemático e científico, hoje eles assumem funções na conservação ex situ priorizando espécies vulneráveis ou raras, ameaçadas de extinção, ou extintas do seu habitat e direcionam sua atuação para problemas da conservação, na i nterface entre a conservação in situ e ex situ, com o objetivo de preservar a biodiversidade (PARREIRAS, 2003).

Na época que o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) foi criado, em 1808, o Brasil se encontrava no período do Império, ainda existia a escravidão. Esta característica do país só se extinguiu em 1888, portanto naquele momento o JBRJ foi mantido por escravos.

Após este longo período, assim como o Brasil, o JBRJ teve que adaptar- -se à nova situação e começou a ser cuidado por colonos e imigrantes (alemães, italianos e até mesmo escravos alforriados), contratados como mão de obra barata, que foram alocados na periferia e limitações do JBRJ.

Com o passar do tempo, agora na República, o JBRJ passou a pertencer a vários órgãos administrativos, entremeando com algumas fases de abandono, dependendo do interesse político da época. Veio a ser mantido por pessoas contratadas para seu manejo. Pessoas sem formação, que tinham apenas o gosto pelas plantas e, principalmente, necessidade de sobreviver. Infelizmente, este procedimento ocorre ainda nos tempos de hoje.

Chegado aos tempos atuais, percebe-se a olhos vivos a falta de capacitação nesta área. No entanto, a lacuna deste ofício não é só no JBRJ, mas em todo Brasil, pois existem poucos cursos para esta profissão.

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Portanto, esta Instituição com o patamar que possui, têm necessidade de agregar este preparo em seus mantenedores, para dar continuação a sua

missão institucional e a dar exemplo de eficiência nesta área tão importante e

significativa. A partir desta constatação, verifica-se a necessidade de um estudo para resolver esta deficiência neste processo . É urgente corrigir tal lacuna.

O objetivo desta dissertação é desenvolver um projeto para qualificar os mantenedores do JBRJ, dotando-os de conhecimentos, atitudes, motivação, compromisso e adoção de boas práticas ambientais no desempenho do seu trabalho no Arboreto: Após a implementação deste projeto pretende-se que tenham adquirido as competências mínimas necessárias às funções de jardineiros e propagadores de boas práticas ambientais.

Adicionalmente visou-se fomentar o desenvolvimento de uma consciência ambiental, individual e coletiva, baseada na necessidade e importância da participação dos mantenedores colaborarem no processo de mudança, apelando para os princípios de responsabilização e intervenção relativamente às suas atitudes e comportamentos, com vista à salvaguarda do ambiente.

Integrado nesta dissertação, serão apresentadas as ações e atividades a desenvolver neste projeto que está previsto ser implantado no JBRJ ainda este ano, permitindo aos mantenedores obter uma certificação em sua área profissional. Esta missão dentro da Instituição torna-se muito importante, pois este cenário de mais de 206 anos é palco de pesquisas, cultura, arte e lazer para a sociedade acadêmica na área biológica e na vida dos cidadãos da cidade do Rio de Janeiro.

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2. Sensibilização e Educação Ambiental

2.1. Conceitos

Sensibilizar tem como significado, tornar (-se) sensível; comover (-se); emocionar; tornar-se emocionalmente consciente e compreensivo. É interessante perceber que sensibilizar tem um sentido de processo e reciprocidade, ou seja, o sensibilizar acontece, não é estático e esse acontecer se faz tanto para o sensibilizador – quem propõe a Sensibilização (tornar-se

sensível), como para a pessoa a ser sensibilizada – quem participa da

Sensibilização (tornar sensível) (ZATTI, 2007).

“A sensibilização é um dos caminhos que possibilita o reavivamento de nossos sentidos e permite o reconhecer de novos sentimentos para nossa compreensão da realidade. A sensibilização vem então despertar novos sentidos em relação a um tema ou assunto, possibilitando a construção de pensamentos e reflexões a partir de uma vivência, fazendo com que não só a mente participe deste processo, mas sim permitindo que essa construção seja feita também através dos sentidos e das emoções” (MOURA, 2004).

De acordo com o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2010), educação (do latim educatione) é o “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Para ensinar o verbete indica “Transmitir conhecimentos a; instruir, educar”. No mesmo dicionário, encontramos a

definição de aprender como verbo intransitivo: “Tomar conhecimento de algo,

retê-lo na memória, em conseqüência de estudo, observação, experiência, advertência, etc.” Este verbo está diretamente ligado ao verbo apreender que equivale a “assimilar mentalmente; entender, compreender”.

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para conservação do ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Lei nº 9795/1999).

A partir dos conceitos acima mencionados, pode resumir-se que

educação ambiental é proporcionar ao indivíduo um repensar na relação dele

com a natureza. Principalmente, é entender a ligação que existe entre a humanidade e o ambiente. As interconexões entre os elementos constituem a essência do planeta.

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A degradação ambiental, incluindo as grandes catástrofes, tem sido pontuada como reações da natureza ao uso indevido de seus recursos. Isso já tem levantado há algum tempo questões no âmbito científico (BARBOSA, 2008). Politicamente foram criados alguns mecanismos, em conferências mundiais, encontros com governantes e estudiosos da área, sendo uma preocupação, social, nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza (REIGOTA, 1996). Porém, a grande maioria, o homem simples, a base da pirâmide social, ainda continua sem essa conscientização (FREIRE, 1988).

Nestes encontros foram propostos os seguintes princípios: Consciência, conhecimento, comportamento, habilidades e participação. Tais princípios podem ser destinados a todos os seres viventes, nesta linha de pensamento a sensibilização fomenta estas ações (MACEDO FILHO, 2010).

A sensibilização ambiental se torna um caminho, para melhor reformular o comportamento humano para melhor entender e tratar este processo em toda sua complexidade. O envolvimento do indivíduo no conhecimento do problema tem como meta a capacidade de fazer enxergar, conseqüentemente acaba por orientar e de questionar suas atitudes e responsabilidades.

Uma vez percebendo e tendo conhecimento de seus limites, o ser humano terá noção de sua importância, do espaço em que habita, em todo o seu movimento para viver no Planeta. Conscientizará do seu papel na teia das relações que sustenta a vida (REIGOTA, 1995). Nessa perspectiva verifica-se que o autoconhecimento, a valorização, o desenvolvimento das qualidades pessoais e a capacidade de colaboração para com o todo, são ferramentas cabíveis para a sensibilização do ser humano em relação ao ambiente. O processo é lento e o efeito será de longo prazo, porém é necessário que se faça. É importante refletir sobre o que é necessário para a própria sobrevivência, descobrir as necessidades de outros seres vivos, desenvolver atividades que denunciem a importância da manutenção de todas as formas de vida para o bem estar de todo.

Qualquer sistema vivo requer a passagem por etapas seqüenciadas inter-relacionadas. O planeta é um só diante de tantos habitantes que utilizam seus recursos, vale a reflexão de seus usos.

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A Natureza, eventos sucessivos constroem comunidades capazes de

máximo aproveitamento de recursos com auto-sustentabilidade. Os

conhecimentos científicos são a base para a construção de uma forma saudável de usar recursos de que necessitamos.

2.2. Educando Adultos

O conhecimento dá ao homem dignidade e segurança. Enobrece o espírito. O indivíduo identifica-se com o meio em que trabalha , se sente útil e produtivo. Ao passo que sem esta valorização, se deprime, torna-se amargurado, decepcionado e triste (ZATTI, 2007).

Nos tempos de hoje, mesmo com toda a tecnologia e o avanço da ciência, ainda encontramos pessoas sem formação educacional e cultural. Os fatos evidenciam que é necessário um olhar crítico e ao mesmo tempo construtivo para estas pessoas, por qualquer dificuldade ou motivo as trouxeram a este nível da vida, sem formação adequada para entender um livro, uma apostila mais elaborada em qualquer que seja a área desejada.

Diante disto, foi visto algumas ações para preencher esta lacuna pelos organismos educacionais. Programas de alfabetização começaram a existir nas sociedades por volta dos anos 70 a 80, mas sendo esta ação positiva, não foi totalmente um sucesso (ZATTI, 2007).

Segundo Freire (1975), o problema central do homem não era o simples alfabetizar, mas fazer o homem assumir sua dignidade enquanto homem e, desta forma, torná-lo detentor de uma cultura própria, capaz de fazer história. O homem que detém a crença em si mesmo é capaz de dominar os instrumentos de ação à sua disposição, incluindo a leitura. Para este autor, todo o material trabalhado é síntese das visões de mundo de educadores e de educandos. No método de Freire (1975), a palavra geradora era subtraída do universo vivencial do alfabetizando. A educação é conscientização. É reflexão rigorosa e conjunta sobre a realidade em que se vive, de onde surgirá o projeto de ação. A palavra geradora era pesquisada com os alunos. Exemplo disso: para o camponês, as palavras geradoras poderiam ser enxada, terra, colheita, etc.; para o operário, poderia ser tijolo, cimento, obra, etc.; para o mecânico, poderiam ser outras, e assim por diante (FREIRE, 1975).

Tendo em vista este raciocínio, a educação e alfabetização de adultos, possui vários aspectos e mostra muita diferença no campo da educação modelo escola das crianças e adolescentes. O adulto não aprende da mesma

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forma que uma criança . A grande maioria dos adultos possui um histórico de vida já complexo, ao passo que a criança apenas possui algumas informações até a época de sua alfabetização.

A criança tem muitos aspectos por desenvolver, sua mente está livre de preocupações e qualquer que seja sua condição econômica, não sente influências maiores em sua aprendizagem, ainda não possui idéia formada sobre sua existência. Já o adulto passou por muitas situações ao longo de sua vida, uma vez que já experimentou uma série de fatores. Sendo assim, a sua aprendizagem deve ser voltada e realizada pelo conhecime nto já existente em suas mentes. É necessário que haja um sentido para que o adulto se interesse e assim realize a sua aprendizagem e produza saberes. Estes saberes constituem uma totalidade, complexa e móvel, que se vai alterando e aplicando conforme as circunstâncias no saber em uso (MALGLAIVE, 1995 in NASCIMENTO, 2009).

Neste processo é essencial que a motivação e o interesse partam dos próprios adultos e que sua aprendizagem seja integrada num quadro de referências previamente existente. Assim, o investimento que o adulto faz na aprendizagem terá uma recompensa, um sentido para o seu desenvolvimento pessoal ou profissional (NASCIMENTO, 2009).

Sabe-se que para ambos, crianças ou adultos , a ilustração, desenho ou fotos, são dispositivos que facilitam a memorização (MOURA, 2004). Desenho é a linguagem gráfica mais antiga, através da qual a inteligência espacial se manifesta. Gravuras e ilustrações sempre conduzem ao cérebro humano associações, portanto as formas remetem ao raciocino funcionar, identificando a imagem com o objeto (PIAJET, 1973 in PILLAR, 2012). A expressão artística através do desenho como forma de exteriorizar e comunicar acompanhou sempre a história humana e suas culturas. O fascínio que os homens sentem perante obras artísticas como um desenho rupestre, gótico, renascentista ou contemporâneo, faz pensar acerca do que estará no cerne destas obras para provocarem tal efeito.

Estudos mostram (SILVA e TAVARES, 2010) que, no desenho técnico de uma peça, uma descrição verbal não é bastante para transmitir as idéias de forma e dimensões de um fato ou coisa, mesmo que ela não seja muito complicada. Se experimentarmos descrever, usando somente o recurso da palavra, um objeto, de maneira que outra pessoa o execute, concluirá que isto é praticamente impossível.

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Um direito constitucional para o cidadão brasileiro, tão importante quanto o direito da escola, é a garantia que todos tenham acesso a uma educação de qualidade, os jovens, adultos e idosos lutam para superar suas condições de vida moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego (Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigos 25° e 26°, 10 de dezembro de 1948).

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 1948, já em seu artigo 1º, põe em destaque os dois pilares da dignidade humana: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.” O exercício da liberdade em toda a sua plenitude

pressupõe a existência de condições materiais mínimas. Não é

verdadeiramente livre aquele que não tem acesso à educação e à informação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, ao lazer.

2.3. Jardins Botânicos

Os primeiros Jardins Botânicos (JB) surgiram no século XVI, criados com o intuito de estudar e cultivar plantas medicinais. Na Europa, as primeiras dessas instituições foram estabelecidas em Pisa (1543), Pádua (1545) e Montpellier (1598). No Brasil, o primeiro JB foi implantado em Recife, no período da dominação holandesa (1630-1654), e reunia espécimes da flora coletadas durantes as expedições ao sertão nordestino (MACHADO, 2010).

O aumento de espécies vegetais conhecidas cresceu, com a crescente exploração de novos territórios pelos europeus. Neste contexto, os JB ganharam ainda mais importância, pois reuniram no mesmo local, plantas, de diversas partes do mundo, contribuindo para os estudos sobre estrutura, morfologia e fisiologia, bem como para o desenvolvimento de técnicas de aclimatação dos vegetais (REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS, 2011).

Apesar de serem comumente confundidos, os JB diferem de parques comuns em diversos aspectos. Além de oferecerem lazer especializado, os JB mantêm um acervo de plantas ordenadas e classificadas, devidamente registrado e documentado. A interpretação das informações a respeito de cada vegetal pode atingir até formas lúdicas, passando pela análise de sua evolução e utilidades para o homem ou ressaltando sua importância para a vida sobre a Terra. Além disso, são consideradas suas origens, distribuição, utilidades e curiosidades.

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Segundo a Resolução Conama Nº 339 de 25/09/03, a definição de

Jardim Botânico é: "Área protegida, constituída no seu todo ou em parte, por

coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do país, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente”.

Os JB possuem funções essenciais na conservação e educação ambiental. A maneira ideal de se conservar as espécies e suas populações é estabelecendo a conservação in situ que se refere à manutenção dos recursos vegetais dentro da comunidade da qual faz parte. Sendo possível assim, manter toda a variabilidade disponível de uma ou mais populações de espécies, permitindo a sua dinâmica e evolução no ecossistema. A conservação ex situ, ou seja, fora de seu local de origem, é uma maneira complementar de conservação, muito embora tenha sido até hoje a mais utilizada, seja em banco de genes, sementes, in vitro ou plantas cultivadas em bancos ativos de germoplasma.

É muito mais viável preservar o germoplasma das espécies ex situ e representá-los em bancos ativos de germoplasma pois, para alguns países, é inviável dispor de grandes extenções com vegetação nativa intocada, necessárias para representar a variabilidade genética das populações de espécies, assim como, a biodiversidade dos ecossistemas. A conservação in

situ e ex situ se completam para preservar as espécies da extinção (CORADIN

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3. Jardim Botânico do Rio de Janeiro

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) é um verdadeiro caleidoscópio, com muitos lados e visões, é: um parque de uma cidade, um ponto turístico e artístico, uma instituição federal, uma casa de pesquisa botânica e biológica (fauna), nacional e internacional, um local que ensina e propaga a importância ambiental e ainda uma unidade de conservação da Biosfera. A Instituição abriga, também, monumentos de valor histórico, artístico e arqueológico e a mais completa biblioteca do país especializada em botânica, com mais de 32 mil volumes. A partir do JBRJ, foram criados outros jardins botânicos no país e normas e leis foram formadas como, por exemplo, CONAMA (2003).

3.1. História

A história do JBRJ inicia-se com o desenvolvimento das guerras napoleônicas na Europa. D. João VI, temendo a invasão das tropas francesas, deixa Portugal e vem com sua corte para o Rio de Janeiro, onde instala a sede do governo português. Para garantir a defesa da cidade do Rio de Janeiro, D. João VI desapropriou o engenho de cana-de-açúcar da lagoa Rodrigo de Freitas para a construção de uma fábrica de pólvora. Junto com a construção da fábrica de pólvora, foi criado, em 13 de junho de 1808, um jardim de aclimação por D. João VI, para cultivar e adaptar plantas e aclimatar as especiarias vindas das Índias Orientais. Posteriormente, o local passa a ser denominado Real Horto (1818), depois Real Jardim Botânico e, finalmente em 1890, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ, 2010).

Aberto à visitação pública após 1822, o Jardim teve muitos visitantes ilustres: Einstein, a Rainha Elisabeth II do Reino Unido e muitos outros. Vários naturalistas e admiradores naturalistas contribuíram para a trajetória do Jardim Botânico, como: Frei Leandro, Serpa Brandão, Cândido Baptista de Oliveira, Custódio Serrão, Karl Glasl, João Barbosa Rodrigues, Pacheco Leão, Campos Porto, João Geraldo Kuhlmann, entre outros (JBRJ, 2010).

3.2. Na Atualidade

Como se pode ler no seu portal, na atualidade o JBRJ é “Uma Instituição que tem como missão, promover, realizar e divulgar o ensino e as pesquisas técnico-científicas sobre os recursos florísticos do Brasil, visando o

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conhecimento e a conservação da biodiversidade, assim como a manutenção das coleções científicas sob sua responsabilidade" (JBRJ, 2014).

O JBRJ promove estudos qualitativos e quantitativos das comunidades de vegetais das diversas regiões do país. Pesquisa a biologia e a tecnologia de sementes de plantas nativas, florestais, frutíferas, ornamentais e medicinais. Desenvolve projetos específicos para subsidiar a conservação e o manejo do Ambiente. Adicionalmente, promove o intercâmbio de espécies e informações afins, internacionais e nacionais.

Em sua estrutura física, o JBRJ possui: herbário, carpoteca, xiloteca, biblioteca, construções que estão distribuídas pelo Arboreto, além de coleções vivas, estufas e uma fototeca, onde conserva seu acervo.

Para transmitir ao público em geral o inestimável valor de seu acervo, para a busca comum de melhor qualidade de vida do planeta, o JBRJ desenvolve atividades de Educação Ambiental.

Pela sua importância histórica, cultural, científica e paisagística, o JBRJ é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e sua área foi definida pela UNESCO, como área de Reserva da Biosfera.

3.3. Localização

Elucidando os fatos, o Brasil após seu descobrimento, obteve várias formas de divisões administrativas. Presentemente está dividido em estados conforme representado na figura 1. Durante muitos anos, no estado do Rio de Janeiro (Figura 2), a cidade do Rio de Janeiro (Figura 3) foi escolhida oficialmente como sua capital, onde desde o inicio do rei D. João VI, habitou e concentrou as instituições mais importantes do país. Uma delas é o JBRJ, hoje Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Figura 4) que se localiza no bairro Jardim Botânico, nome dado em sua homenagem, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro.

Atualmente o formato do JBRJ é o que está esquematizado na figura 5, porém, acrescentado de uma pequena mata preservada.

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18 Figura 1. Esquema da Divisão de Estados do Brasil,

Estado do Rio de Janeiro marcado com um círculo e na cor verde (Fonte: Google Maps, 2011).

Figura 2. Esquema do Estado do Rio de Janeiro, com a cidade do Rio de Janeiro marcada com um círculo vermelho (Fonte: Google Maps, 2011).

Figura 3. Esquema da cidade do Rio de Janeiro com destaque, num círculo em vermelho, o Bairro Jardim Botânico (Fonte: Google Maps, 2011).

Figura 4. Esquema de acesso ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro (Fonte: Google Maps, 2011).

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3.4. O Arboreto

Uma visita ao Arboreto do JBRJ pode ter vários aspectos, vários olhares. Salienta-se o de contemplação, pela beleza do dia, do conjunto de espécies vegetais, ornamentos, monumentos, animais que habitam nos canteiros, na mata com seus sons de pássaros, crianças e pessoas. A fuga do ritmo barulhento e formal do meio urbano é um motivo louvável e, também, é quase uma parada obrigatória para os turistas que visitam a cidade do Rio de Janeiro.

O JBRJ na atualidade apresenta um arboreto com 54 hectares de área cultivada, abrigando em seu interior espécimes não só de ocorrência nacional, como de outras nações. O JBRJ possui uma grande importância histórica, cultural, científica e paisagística. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sua área foi definida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciências e a Cultura ( UNESCO) como área de Reserva da Biosfera. Os 6500 espécimes vegetais (algumas ameaçadas de extinção) que estão distribuídos por sua área, ao ar livre e em estufas, segundo suas famílias botânicas e regiões de origem, encontram -se dispostos em áreas representando biomas como: Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica que possui o ecossistema associado chamado de restinga (JBRJ , 2010).

Áreas de preservação ambiental onde existem coleções vivas, possibilitam pesquisas voltadas para coleções temáticas de plantas vivas distribuídas taxonomicamente ao longo de toda área verde. Para que este espaço seja admirado, utilizado e estudado é imprescindível mantê-lo: seus caminhos, espécies vegetais, equipamentos (pontes, estátuas, jardineiras, lixeiras) e adornos.

O Arboreto, a área culti vada do JBRJ (Figura 6) abriga hoje, fora das estufas, cerca de nove mil exemplares botânicos pertencentes a cerca de 1500 espécies vegetais, sendo apenas 30% deste quantitativo representante da flora nacional (JBRJ, 2010).

Já nas estufas e nas coleções temáticas como um todo, essa realidade se inverte. Por exemplo, nas coleções de orquídeas e de bromélias, que juntas somam mais de oito mil vasos e cerca de 800 espécies, a maioria brasileira é obtida em expedições botânicas realizadas por pesquisadores da casa nos últimos 30 anos (JBRJ, 2010).

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20 Figura 6. Esquema do Arboreto na atualidade. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil

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4. Metodologia

4.1. Manutenção do Arboreto

O Arboreto, uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da cidade, é um exemplo da diversidade da flora brasileira e estrangeira. A sua função principal é abrigar e conservar estas espécies vegetais. Porém, abriga também várias paisagens que são verdadeiros cartões postais, como se pode observar nas figuras 7 a 11. Nestes locais é imprescindível realizar-se semanalmente uma manutenção adequada em que imperem as boas práticas ambientais, para que estejam aptas para cumprir o seu papel de representar a beleza do JBRJ. Cada paisagem possui necessidades específicas. Um exemplo é o Chafariz das Musas e o Cômoro (Figura 7), em que a principal manutenção periódica é a poda em espécies vegetais que os estão a adornar.

O rio dos Macacos, que corta o Arboreto e abastece com suas águas os lagos e as cachoeiras, bem como, o Lago Frei Leandro, um lago escavado por escravos e dado o nome do diretor da época (Figura 8), precisam ser limpos, mensalmente, com a retirada de detritos.

Na figura 9 são apresentadas as fotos das áreas em que prevalece como manutenção a atividade de limpeza com varridas no entorno: Estufas como as das plantas insetívoras, Estufa de bromélias, Estufa do Orq uidário, Portal de Belas Artes.

A manutenção do Arboreto ocorre a partir das 07h00min da manhã e vai até às 17h00min (com uma hora de almoço), com as tarefas já escalonadas pelos coordenadores. De seguida, são entregues aos encarregados que distribuem as tarefas aos respetivos grupos.

A coordenadoria para melhor desenvolver este serviço, faz várias cópias do mapa do Arboreto, com seus canteiros enumerados. A cada sexta-feira antecedente a semana é elaborada a escala da manutenção: os técnicos, relacionam os serviços numa página e na cópia do mapa do arboreto anexado, pinta-se com canetinhas de várias cores legendadas os serviços a serem executados (Figura 12).

Assim os encarregados (dois) recebem na segunda feira a programação dos serviços para a semana em curso. Geralmente são distribuídos mantenedores para os canteiros em que haja necessidade de limpeza no meio fio (chama-se fazer o bigode) ou no contorno; outros são encaminhados para

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22

cortes de grama ou forrações; outro grupo terá que efetuar alguma limpeza maior em áreas solicitadas ou a monda, a poda de arbustos, a rega de espécies necessitadas de maior cuidado. Muitas vezes é escalonado um grupo para colocação de terra vegetal recolhida na compostagem (lugar onde são levados os resíduos para se decompor).

Estas ações de manutenção são concentradas nos três primeiros dias da semana. Nos últimos dois dias da semana, a maioria dos mantenedores é convocada para coletar todos os resíduos vegetais que se encontram pelo Arboreto. Estes resíduos, como foi mencionado acima, seguem para a compostagem, onde virarão terra vegetal. Dependendo da meteorologia (tempestades de vento ou chuvas fortes) um grupo já treinado entra em ação após a calmaria, para podar galhos quebrados e árvores castigadas pelo clima ou até mesmo alguma doença.

Figura 7. Á esquerda: Chafariz das Musas esculpidas representando a Poesia, Musica, Ciência e Arte; À direita: Cômoro, onde se encontra o busto de Frei Leandro, mesa do Imperador e relógio de sol. JBRJ , Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

Figura 8. A esquerda: Lago Frei Leandro, abastecido pelo Rio dos Macacos; À direita : Rio dos Macacos que abastece os lagos, cachoeiras e corta o Arboreto. JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

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23 Figura 10. A esquerda: Casa dos Pilões – Oficina onde se moía para fazer a pólvora; À direita: Portal da

Fábrica de Pólvora. JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

Figura 9. Em cima à esquerda: Estufa de plantas insetívoras, local de exposição desse tipo de planta; Em cima, à direita: Estufa de Bromélias – Bromeliário; Embaixo à esquerda: Estufa de Orquídeas, local onde são expostas vários tipos de orquídeas; Embaixo à direita : Portal de Belas Artes. JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

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24 Figura 11. Em cima à esquerda: Bambuzais (Bambusoideae); Em cima à direita: Mangueiras Centenárias; No meio à esquerda, Sumaúma (Ceiba pentandra (L.) Gaertn.); No meio à direita: Aléia do Pau Mulato (Calycophyllum spruceanum (Benth) Hook. F. ex. K. Schum ); Embaixo à esquerda: Aléia do Pau Brasil (Caesalpinia echinata); Embaixo à direita: Aléia principal, Palmeiras imperiais (Roystonea oleracea

(Palmae) ou Oreodoxa oleracea). JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

Como a visitação nos fins de semanas no JBRJ é muito extensa, foram contratados indivíduos, chamados de plantonistas, para somente recolhem os resíduos das lixeiras nos fins de semana. Estes plantonistas trabalham somente nestes dias estipulados.

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25 Figura 12. Programação semanal de tarefas dos mantenedores do JBRJ. JBRJ, 2013.

Os resíduos encontrados no parque, o Arboreto, são de natureza orgânica, resto de palmeiras, galhos de árvores, folhas, sementes, fezes de animais que habitam o parque. Porém, as pessoas que passeiam e visitam o Arboreto deixam nas lixeiras embalagens de comida e bebidas, que são recolhidas e levadas pela empresa responsável pela reciclage m, fora do espaço do JBRJ.

Distribuidos pelo Arboreto em locais estratégicos, onde as pessoas passam com mais freqüência, existem 29 conjuntos de lixieiras duplas. Até ao final de setembro de 2014, mais 60 conjuntos de lixeiras duplas serão dispostas no parque, totalizando 120 cestos coletores (Figura 13).

Estas lixeiras duplas, que estão sendo instaladas no arboreto do JBRJ em substuição das antigas, foram confeccionadas para atender a coleta seletiva. Elas possuem cestos para acondicionamento dos resíduos recicláveis e não recicláveis (Figura 14), seguindo o modelo de coleta adotado em todo o JBRJ. A pesquisa levada a cabo pela A3P/JBRJ e seleção até a opção pelo modelo de lixeiras adotado seguiu critérios de sustentabilidade, harmonia e beleza, compatíveis com a imponência e relevância do JBRJ.

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As lixeiras foram desenvolvidas para utilização em áreas verdes, onde sua coloração se integra no ambiente. O sistema de construção que utiliza a técnica de ripas trançadas sugere a lembrança dos cestos usados por tribos indígenas, conferindo ainda resistência e originalidade. O conjunto é composto de madeira cumaru impermeabilizado, propício a ambientes externos, e as partes metálicas são de alumínio com pintura eletrostática, o que confere uma grande resistência à oxidação. Seu formato cilíndrico evita a retenção de resíduos, e sua tampa protegem contra a chuva, impede a visão do compartimento interno e dificulta o acesso de animais. No entanto, como se pode ver na figura 14 à direita, alguns aninais silvestres acabam indo buscar restos de alimentos nas lixeiras.

Figura 14. À esquerda: Lixeiras para atender à coleta seletiva de resíduos recicláveis no Arboreto do JBRJ; À direita: Detalhe da lixeira com animal silvestre a retirar restos de alimentos. JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2013.

A água que é utilizada no JBRJ vem do Rio dos Macacos, rio esse que corta o Arboreto com suas águas (Figura 8).

O trato fitosanitário é feito através de um profissional com um estagiário de biologia. É tido em consideração tanto as espécies vegetais como a forma das tratar com o mínimo de uso de agrotóxicos possíveis. É um manejo especificamente dirigido a cada um dos problemas encontrados no Arboreto.

4.2. Mantenedores

Existe uma equipe de mantenedores, não preparada, porém ordenada para tal empreitada, ao todo 70 homens e 3 mulheres. Estas pessoas são

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27

de ferramentas para que o serviço saia a contento, sem requisitos maiores a serem pensados, porque faltam individuos com qualificações.

Porém, alguns ficam cedidos a alguns técnicos para dar suporte, como na seção de fitossanitária, na seção do cactário, no orquidário, no bromeliário, no horto e na compostagem.

Estas pessoas são trabalhadores, terceirizados, contratados por empresas privadas, recrutadas através de licitações. Uma das empresas é no momento é a SM21 que possui 40 funcionários trabalhando para o JBRJ. Outra empresa, a Vale do Rio Doce, através de um programa de incentivo a valorização do Ambiente, financia mais 30 trabalhadores também para o JBRJ. Este é o mecanismo encontrado na Instituição para a resolução da manutenção do Arboreto do JBRJ.

4.2.1. Inquéritos

Para se desenvolver uma Estratégia de Sensibilização e Educação Ambiental é essencial conhecer bem o público alvo. Assim sendo, a metodologia adotada nesta dissertação, para obtenção dos dados necessários à criação de informação sobre os mantenedores, foi a realização de um inquérito aos trabalhadores do Arboreto.

Redigiu-se um questionário (ver Anexo I) com os objetivos de:

1) conhecer o perfil dos indivíduos que manejam o Arboreto do JBRJ, de medir

o grau de instrução para co mpor o quadro técnico de uma área tão sensível e

importante de coleção viva de espécies vegetais; 2) obter o grau de satisfação

perante o trabalho; 3) perceber o comportamento e visão ambiental.

Foram assim colocadas questões sobre a faixa etária dos indivíduos, sua formação educacional, o grau de satisfação perante o trabalho, o grau de satisfação de ser funcionário do JBRJ e o conhecimento na área de educação ambiental. Conforme se pode ver também no anexo I, algumas perguntas tinham duas possibilidades de resposta, afirmativa ou negativa; outras com múltiplas possibilidades de escolha: sempre, algumas vezes, raramente; nunca; ou, por exemplo, totalmente satisfeito, satisfeito, pouco satisfeito, nada satisfeito.

Para a realização dos inquéritos foi decidida a escolha de pessoas “neutras”, sem contato de trabalho com os mantenedores, que deveriam argüir

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e até mesmo ler as perguntas, devido à dificuldade de muitos indivíduos em compreender e responder às questões.

A realização dos inquéritos iniciou-se no dia 18 de outubro de 2012 com a ajuda de duas pessoas que, como referido acima, não tinham contato nem envolvimento nenhum com os inquéritos, para que não houvesse constrangimento ao falar sobre estes assuntos referentes à formação e ao trabalho que participam no JBRJ. Estas pessoas, com formação acadêmica em Arquitetura, foram Beatriz Kolenda e Janeth Vieira da Silva, estudantes brasileiras do Mestrado em Engenharia do Ambiente da UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Estas argüições se deram em duas salas da Pousada do Pesquisador, lugares reservados e confortáveis.

Após uma primeira coleta de dados a 14 indivíduos, com questionários enumerados, sem os nomes das pessoas para ficar em sigilo, por sugestão das duas pessoas que argüiram, eliminaram-se duas questões que estavam repedidas. No dia seguinte, continuou-se a fazer novamente as argüições com o restante do grupo (28 indivíduos).

Um terceiro grupo constituído por 15 indivíduos, que não tinha sido liberado pela chefia do campo foi questionado posteriormente, no dia 6 de junho de 2013. Desta vez foi organizado outro local, também reservado e confortável, a sala de reunião do Herbário, para que fossem aplicados os

questionários nos mantenedores. Ana Marmello, uma funcionária

administrativa da Diretoria de Pesquisas (DIPEQ) que não possui contato com nenhum dos inquiridos que trabalham no Arboreto, fez a argüição.

De salientar que só foram questionados os indivíduos que trabalham de segunda a sexta-feira, num total de 57 inquiridos.

Assim que acabou este procedimento, foi construída uma planilha no softwer Excel para organizar e tratar os dados obtidos.

Após a implementação do projeto desenvolvido nesta dissertação, será novamente aplicado o mesmo questionário para avaliação das ações realizadas, nomeadamente no que diz respeito à aplicação das boas práticas ambientais no Arboreto e à motivação dos próprios indivíduos na profissão.

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29 4.2.2. Caracterização dos Mantenedores

Analisando os dados obtidos a partir dos inquéritos realizados (ver subcapitulo 4.2.1. e Anexo I), verificou-se que os mantenedores têm limitações de conhecimento e de formação profissional. Somente 32% dos inquiridos possue algum curso na área da jardinagem e, também, apenas os mesmos indivíduos assumiram alguma experiência no ramo. Constata-se, assim, falhas do sistema em contratar, da deficiência de suporte na instrução e preparação de suas atividades.

Todos os mantenedores afirmaram que gostam de trabalhar no Arboreto do JBRJ e que gostam de jardinagem. No entanto, 21% destes admite mudar de profissão. Relativamente às tarefas que desempenham no Arboreto, 31% mostraram-se nada satisfeitos e apenas 14% mencionou que estava totalmente satisfeito com as atividades de manutenção do Arboreto (Figura 15). De salientar que 42% dos inquiridos está pouco ou nada satisfeito com a relação que mantém com os colegas de profissão (Figura 16).

Cerca de 55% dos mantenedores considera saber o destino final para os resíduos do JBRJ, sendo que a metade se refere à compostagem realizada no Arboreto.

Verificou-se que quase metade dos mantenedores tem apenas o primeiro grau completo ou incompleto (Figura 17). No entanto, mesmo os que referem ter o segundo grau completo, mostraram dificuldades na escrita e na leitura, segundo as pessoas que os entrevistaram.

A totalidade dos inquiridos foram homens, pois aquando da realização dos inquéritos não existia ainda nenhuma mantenedora no Arboreto. Destes homens, 78% tinha idade igual ou inferior a 40 anos, embora, as idades estivessem compreendidas entre os 19 anos e os 61 anos.

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30 Figura 15: Grau de Satisfação dos mantenedores em desempenhar as tarefas no Arboreto do JBRJ (outubro de 2012 e junho de 2013, 57 inquéritos , JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil).

Figura 16: Grau de Satisfação dos mantenedores em relação aos colegas de convívio no trabalho (outubro de 2012 e junho de 2013, 57 inquéritos , JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil).

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Diante deste quadro, percebe-se ainda um detalhe: porque somente havia homens? Em tempos atrás as mulheres faziam parte do quadro de funcionários do JBRJ, mas com o passar dos anos, estas funcionários do campo (como eram chamadas) foram se aposentando ou falecendo. Na gestão atual, voltaram a serem inseridas, as mulheres voltaram a integrar este setor, desta vez também contratadas.

Durante muito tempo, muitos séculos a mulher ficou na sombra do homem, a sociedade formatava esta idéia por vários motivos, a força, o poder, a aparência, tudo levava a crer esta divisão de mundos, por vários acontecimentos na evolução humana (DIAS, 2004). O rótulo de fragilidade, significância e limitações, para a mulher, imperava nas atividades fora da vida doméstica. A inteligência considerada característica masculina, assim como a força, a liderança, as estratégias em guerras, batalhas para ganho de poder, tudo estava vinculado ao mundo masculino, profissões, atividades e tarefas. No meio do século XX, este quadro começou a ser alterado (EGO, 1974 in DIAS, 2004). Com o passar do tempo foram desmistificando este preconceito, muito lentamente a mulher começou a abrir um espaço para sua evolução, mostrando ser capaz e inteligente.

Figura 17: Grau de Instrução dos mantenedores do Arboreto do JBRJ (outubro de 2012 e junho de 2013, 57 inquéritos, JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil).

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Hoje em qualquer área profissiona l encontra-se pelo menos, um exemplar feminino. Na área ambiental isso também não foi diferente, existem pessoas do sexo feminino especializadas em plantas, cientistas, botânicas, cientistas,

pesquisadoras, etc. A profissão de “jardineiro” possui características que

podem ser executadas por qualquer gênero humano. Nos tempos atuais é impraticável conceder que esta divisão ainda aconteça, uma descriminação desnecessária e em tempo de ser descartada.

4.3. Estratégia de Sensibilização e de Educação Ambiental

Tendo o JBRJ tanta importância histórica e atualmente com tantos encargos que lhe compete, é necessário verificar e cada vez mais tornar o manejo dessas espécies e de suas áreas com multi-utilizações, mais eficaz, de melhor qualidade. Para isso, necessitamos de mão de obra qualificada, dedicada, interessada e valorizada na sua profissão, para exemplo de suas clientelas.

De acordo com o inquérito feito aos mantenedores que trabalham no Arboreto do JBRJ (ver subcapítulo 4.2.2.), verificou-se que são pessoas simples, baixa qualidade de formação profissional, mas com um sentimento de afeto ao local e suas tarefas, por mais rotineiras que possam ser .

Assim sendo, a estratégia desenvolvida para a Educação e Sensibilização Ambiental destes mantenedores privilegiou a linguagem visual, utilizando imagens das atividades de boas práticas ambientais, com ilustrações lúdicas e de fácil interpretação, de modo a tornar o ensinamento facilitado, familiarizando os mantenedores com as boas-práticas para a correta e adequada manutenção do JBRJ ou até mesmo de outro jardim qualquer.

As ações e iniciativas a desenvolver tem por base uma atitude ambientalmente proativa, utilizando uma abordagem interdisciplinar e serão

realizadas “pela positiva”. Adicionalmente são apelativas e de grande

simplicidade.

Foram elaboradas duas Ações de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais que serão encaminhadas para que a Direção do JBRJ, junto com a Coordenação do Arboreto, autorize a realização deste processo, em 2014. A primeira incide na informação da importância do mundo vegetal na vida humana, a importância do JBRJ, a valorização da profissão, o jardineiro. Na segunda Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais o enfoque é a apresentação das principais atividades que são realizadas nas diferentes

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paisagens do Arboreto, sua correta aplicação e utilização adequada das

ferramentas necessárias.

Estas Ações têm o intuito não só de ensinar as boas práticas ambientais da jardinagem a todos que operam neste ofício, como também motivar para um novo comportamento e atitude desses mantenedores. Mostrando a importância da Instituição onde eles contribuem com seu esforço, a importância do Arboreto, como uma jóia rara e principalmente viva, para ser mantida da melhor forma possível, a importância das espécies vegetais existentes, pretende-se estimular a auto-estima e a valorização do ser humano com esta profissão.

Afinal o JBRJ é considerado uma “excelência” nesta área de cuidados

ambientais, tornando-os assim propagadores dessa conscientização de uma simples, mas importante atividade de preservação ambiental.

A partir dos resultados obtidos na coleta de informações sobre os mantenedores, constatou-se que o público-alvo é maioritariamente alfabetizado (Figura 17), porém com pouca desenvoltura em ler e escrever. Diante dessa e de outras características, como a motivação para o cumprimento das tarefas dessa função e profissão, chegou-se à idéia de criar um bloco de boas práticas ambientais.

Este Bloco de Boas Práticas Ambientais possui a pretensão de ajudar no estudo e consolidação dos conhecimentos adquiridos. Este instrumento foi também pensado para chamar a atenção e valorizar esta equipe, além de se tornar uma ação estimulante na rotina destes serviços, reciclando o aprendizado, dando esclarecimentos de certos conhecimentos de importância da Instituição e de suas técnicas.

Como referido no subcapítulo 2.2., o desenho universalmente é um tipo de ferramenta de fácil entendimento, logo após os primeiros rabiscos, na infância, a criança começa a desenhar a sua maneira, identificando objetos e criaturas, primeiro, desenha para depois escrever. O desenho é uma boa ferramenta para todos aqueles que necessitam executar tarefas que sejam de jardinagem ou outro tipo de trabalho. Um desenho é usado por pessoas como uma linguagem técnica universal, quando crianças, desenhamos antes de escrever, para mostrar algo que vimos ou imaginamos. Os desenhos expressam e registram idéias e dados, sendo assim uma linguagem universal (PILLAR, 2012).

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34

Assim sendo, as imagens pensadas para fazer parte deste Bloco, foram imaginadas para serem familiares aos mantenedores, para que eles se

identificassem com o “personagem” criado após as fotos tiradas de um

mantenedor voluntário. Partindo deste principio, para melhor elucidação, foi escolhida a representação de um individuo demonstrando os movimentos, as técnicas e as ferramentas utilizadas (Figura 18). Elaborou-se em cima das fotos, desenhos bem coloridos com os movimentos do personagem com suas ferramentas. Nesses desenhos ele mostra as atividades e as ferramentas que são utilizadas.

No Bloco de Boas Práticas Ambientais a abordagem é simples e sucinta, nele constar o mínimo de palavras escritas para facilitar a identificação o que está sendo apresentado, valorizando assim pela imagem as ferramentas e as práticas; levando a memorização rápida das ferramentas e suas utilidades. Visando que os mantenedores aprendam a lidar com as tarefas que devem saber para melhor manter o arboreto, foi planeado neste Bloco algumas páginas em branco para que os próprios mantenedores coloquem e anotem, através de escrita ou em desenho, curiosidades e algumas anotações particulares no assunto de manutenção, jardinagem, ambiental, entre outros.

O material usado na confecção é proposital para que estes indivíduos se sensibilizem e percebam a importância da reciclagem no ambiente, no JBRJ e até mesmo em sua vida. Cores também foram pensadas com cautela, várias tonalidades de verde, ligando com a natureza. Existiu também a preocupação do formato, das dimensões, formas simpáticas e práticas e de fácil manejo.

A escrita também tem intuito de familiarizá-los com as suas formas de aprendizado no passado, ao aprender a ler. Assim como a forma das letras aplicadas, para melhor entendimento e forma legível, com uma ca ligrafia voltada ao aprendizado, como uma cartilha de alfabetização, letras emendadas. A fonte é “SEGOE SCRIPT” com vários tamanhos de acordo com a necessidade de enfatizar o texto.

Após todo o processo de sensibilização, será necessário verificar se estes mantenedores adquiriram as competências estabelecidas. Durante um período definido de acordo com a Coordenação do Arboreto, os indivíduos farão um circuito com as atividades mencionadas no Bloco de Boas Práticas Ambientais, para serem avaliados. Caso atinjam os critérios mínimos receberão um “Certificado de Jardineiros do Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.

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35 Figura 18. A direita: Fotos do mantenedor voluntário do JBRJ. A esquerda: Desenhos feitos apartir do personagem com atividade de varrida e mostrando a ferramenta, pá de bico redondo (Bloco de Boas Práticas, 2014).

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5. Apresentação e Discussões dos Resultados

5.1. Palestras

5.1.1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Arboreto

A Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais intitulada “O Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Arboreto” (Anexo II), inicia o processo de educação e sensibilização dos mantenedores. Foi elaborada na forma de uma palestra expositiva seguida de discussão entre todos os participantes.

Esta Ação visa dar a conhecer aos mantenedores o local onde trabalham desde a sua criação até a atualidade. Pretende-se que os mantenedores compreendam a importância dos diferentes ecossistemas existentes no Arboreto, bem como, percebam a necessidade de preservar a extremamente rica biodiversidade que aqui se encontra. Um enfoque especial será dado ao seu trabalho de manutenção numa perceptiva de aumentar a sua auto-estima.

Escolheu-se o auditório da Escola Nacional de Botânica Tropical do JBRJ, para realizar esta Ação. Uma vez que esta Escola é considerada um local de formação especializada por excelência, o fato da ação decorrer neste espaço valoriza-a perante os mantenedores. Adicionalmente, esta Escola, embora se situe no JBRJ, fica fora do Arboreto o que permite aos mantenedores enxergar melhor todo o movimento que se tem no JBRJ.

A ação durará entorno 45 minutos para expor todos os conteúdos e dar espaço para discussões sobre os assuntos abordados.

De seguida haverá uma confraternização que permitirá continuar as discussões num ambiente mais informal e contribuirá certamente para um conhecimento mais próximo de todos os intervenientes podendo até facilitar a união de todos o que neste momento não se verifica (ver Figura 16).

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37 Fotos antigas do JBRJ

Vista do Rio de Janeiro na época da chegada de D. João VI

Figura 19. Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais “Jardim Botânico e o Arboreto”: História do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil.

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Optou-se por elaborar o documento que é apresentado no anexo II para auxiliar a exposição dos conteúdos. Muitos dos diapositivos apresentados contêm notas que norteam o palestrante. Para atingir os objetivos acima referidos, a palestra foi delineada da seguinte forma: História do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Figura 19), importância internacional, estrutura da Instituição; aspecto do Arboreto em várias épocas (Figura 20), as espécies vegetais e animais que atualmente habitam no Arboreto (Figura 21), sua preservação; publicações científicas que podem ser consultadas no JBRJ (Figura 22); importância da manutenção do arboreto e dos mantenedores.

Mapa antigo do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro Atual planta baixa desde 1933.

Em 1908

Figura 20. Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais “Jardim Botânico e o Arboreto”: Aspecto do Arboreto do JBRJ em várias épocas.

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39 Figura 21. Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais “Jardim Botânico e o Arboreto”: Espécies

Vegetais e animais que habitam o Arboreto do JBRJ.

Figura 22. Ação de Sensibilização “ O Jardim Botânico e o Arboreto”: Publicações científicas e informativas produzidas pelo JBRJ, podem ser consultadas na Biblioteca Botânica, existente no JBRJ.

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40 5.1.2. Boas Práticas Ambientais no Arboreto

A segunda Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais intitulada “Boas Práticas Ambientais no Arboreto”, a decorrer uma semana após a realização da primeira Ação (Subcapitulo 5.1.1), visa dotar os mantenedores dos conhecimentos básicos e necessários para a prática da manutenção do Arboreto ambientalmente correta. Adicionalmente pretende ainda valorizar as atividades de manutenção, incentivar a utilização adequada de ferramentas específicas, bem como, esclarecer a gestão adequada de resíduos, nomeadamente, o recurso à compostagem (ver Anexo II).

À semelhança da primeira Ação de Sensibilização e Boas Práticas Ambientais, e pelos motivos já mencionados no subcapitulo 5.1.1., esta Ação será realizada no auditório da Escola Nacional de Botânica Tropical. Foi também delineada para um período de duração de 45 minutos, seguida de um espaço informal de convívio.

Inicialmente, como introdução, será apresentado um pequeno vídeo de três minutos para sensibilizar os mantenedores sobre a ação do Homem e suas relações com os outros seres vivos no Planeta Terra. Haverá uma pequena discussão sobre estes itens sendo analisada, neste contexto, a profissão de Jardineiro e suas responsabilidades ambientais.

De seguida, serão apresentadas as atividades de boas práticas ambientais a efetuar pelos mantenedores (Figura 23) e identificadas as diferentes paisagens do Arboreto onde estas atividades se deverão executar com mais esmero (Figuras 7 a 11). Na figura 23, exemplifica-se o caso concreto da execução da poda no Arboreto do JBRJ. Apresentam-se os quatro tipos de ferramentas (A – tesoura de poda; B - podão; C – serrote podador de

cabo longo; D – serrote de poda) utilizados na atividade de poda consoante a

sua especificidade, bem como, duas paisagens do Arboreto onde são utilizados todos os quatro modelos (o Chafariz das Musas e o Cômoro).

Salienta-se, mais uma vez, a responsabilidade dos futuros jardineiros nos cuidados e propagação de comportamento com o devido respeito ao local, as espécies vegetais e aos animais que habitam o Arboreto.

A encerrar esta Ação será oferecido o Bloco de Boas Práticas Ambientais (subcapítulo 5.2) a cada um dos mantenedores. Segue-se a sua apresentação, seus objetivos e utilização. Os mantenedores serão então convidados a realizar

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41

uma visita de estudo pelo Arboreto com enfoque em todos os aspectos mencionados nas palestras ministradas.

Figura 23. Ação de Sensibilização “Boas Práticas Ambientais no Arboreto”:Tipos diferentes de ferramentas (A,B,C,D) usadas na Poda, entorno do Chafariz das Musas e do Cômoro. JBRJ, 2013.

A A

C D

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5.2. Bloco de Boas Práticas Ambientais

O bloco de Boas Práticas Ambientais visa o ensino das principais atividades de manutenção a realizar nas diferentes paisagens do Arboreto, de forma a que os mantenedores adquiram competências para sua correta aplicação.

O protótipo do bloco (Anexo III, Figura 24) foi elaborado em material reciclado tanto na capa como nas páginas internas e tem ainda uma caneta acoplada.

Figura 24: Capa do Bloco de Boas Práticas Ambientais

Foi estruturado da seguinte forma:

 Texto introdutório com a apresentação do JBRJ, a sua importância e

características, dando especial destaque à manutenção efetuada pelos mantenedores do Arboreto. No final do texto são mencionados os objetivos deste bloco e explicada a sua utilização.

 Índice para facilitar a consulta das diferentes Etapas e Atividades

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Índice

Limpeza

Mondar 7 Podar 21 Varrer 37

Preparo do Solo

Cavar 53 Revolver 67

Plantio

pL

Plantar 87 Replantar /Transplantar 101

Nutrição

Regar/ Molhar/ Aguar 115

Adubação

Compostar 131

Anotações

Figura 25: índice do Bloco de Boas Práticas Ambientais

 Cinco Etapas que podem ser subdivididas em Atividades diferentes com

os mesmos objetivos, mas utilizando ferramentas específicas e adequadas. Fotos de paisagens do Arboreto exemplificando onde predominantemente essas Atividades se têm de realizar, antecedem as ilustrações das Atividades.

 Espaços deixados propositalmente para notas do futuro utilizador.

As Etapas foram selecionadas por serem imprescindíveis para a manutenção do JBRJ, sendo crucial a sua correta execução pelos mantenedores. As Etapas que constam do bloco são: a Limpeza; o Preparo do Solo; o Plantio; a Nutrição, a Adubação e Anotações.

Recorre-se a separadores para diferenciar as Etapas de boas práticas ambientais, utilizando diferentes tonalidades de verdes, assemelhando aos tons do JBRJ (Figura 26).

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44 Figura 26. Bloco de Boas Práticas Ambientais: exemplos de separadores das Etapas.

Cada Etapa, representada por um nome, é definida numa frase concisa em linguagem muito simples. As Atividades, por terem o mesmo grau de importância, foram colocadas por ordem alfabética, para facilitar a sua consulta (Figura 27). Selecionou-se para cada Atividade o verbo que a traduz. As Atividades são explicadas/ensinadas mediante ilustrações de um “jardineiro” que executa as boas práticas ambientais utilizando as ferramentas adequadas da forma mais correta. São sempre utilizadas palavras de fácil entendimento e desenhos coloridos de movimentos e ferramentas com seus nomes, para maior fixação na memória e na prática. Nas figuras 27 e 28 pode-se observar, respectivamente, exemplos da atividade: Mondar e Compostar.

Mondar:

Tirar com as próprias mãos ou com uma ferramenta ervas daninhas que estão no solo.

Figura 27. Bloco de Boas Práticas Ambientais: Atividade “Mondar”

Nutrição Limpeza

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45

Compostar:

É uma transformação da matéria orgânica, vegetal que podemos utilizar como adubo para as plantas.

Figura 28. Bloco de Boas Práticas Ambientais: Atividade “Compostar”

Optou-se por utilizar só a página impar do bloco para permitir ao utilizador as anotações que considere pertinentes, tanto na forma escrita como em

desenho. Com a mesma finalidade foram deixadas algumas páginas em branco no final do bloco.

5.3. Implementação do Projeto

Diante do fato de não existir um curso profissionalizante de acordo com as necessidades do JBRJ para seu trato e manutenção, a implementação deste projeto visa completar essa lacuna.

A partir das Ações e Iniciativas elaboradas e apresentadas acima (subcapitulos 5.1. e 5.2.), poderá começar-se a implementar a estratégia desenvolvida nesta dissertação (subcapítulo 4.3.).

A concretização deste projeto vai deparar-se com uma série de dificuldades que já foram identificadas: o baixo grau de instrução dos mantenedores, bem como, o seu comportamento, expectativas e baixa estima relativamente à profissão (subcapitulo 4.2.2 .). Estas dificuldades dos mantenedores foram solucionadas mediante a opção de se utilizar o desenho e

Imagem

Figura 2. Esquema do Estado do Rio de Janeiro,  com a cidade do Rio de Janeiro marcada com um  círculo vermelho  (Fonte: Google Maps, 2011).
Figura 7. Á esquerda: Chafariz das Musas esculpidas representando a Poesia, Musica, Ciência e Arte;  À  direita: Cômoro,  onde se encontra  o  busto  de  Frei  Leandro, mesa  do  Imperador  e  relógio  de sol
Figura 9. Em cima à esquerda: Estufa de plantas insetívoras, local de exposição desse tipo de planta; Em  cima, à direita: Estufa de Bromélias – Bromeliário; Embaixo à esquerda: Estufa de Orquídeas, local onde  são expostas vários tipos de orquídeas; Embai
Figura  14.  À  esquerda:  Lixeiras  para  atender  à  coleta seletiva  de  resíduos  recicláveis  no  Arboreto do  JBRJ;  À  direita:  Detalhe  da  lixeira  com  animal  silvestre  a  retirar  restos  de  alimentos
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