PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
UROFLUXOMETRO COMPUTADORIZADO
COM
DETECTOR DE
ESFORÇO
ABDOMINAL
CIRO
JOSÉ
ECIOAVIL
MONTERO
FLORIANÓPOLIS
cmo
JOSÉ
1¬:c1oAv1L
Mo1×1TERo
A
`UROFLUXOMETRO COMPUTADORIZADO
COM
DETECTOR
DE ESFORÇO
ABDOMINAL
Dissertação
apresentada ao programa de
pós-graduação
em
engenharia elétricada
Universidade Federal
de Santa
Catarina para aobtençao do
graude
mestreem
engenharia.FLoR1A_NÓPoL1s
CIRO
JOSÉ
ECIOAVIL
MONTERO
'
â
UROFLUXOMETRO COMPUTADORIZADO
COM
DETECTOR
DE
ESFORÇO
ABDOMINAL
l
...
Essa
dissertação foiiulgadaadequada
para aobtençao do
títulode
Mestre,especialidade
em
Engenharia
Elétrica eaprovada
em
sua forma
final peloPrograma de Pós-Graduação
em
Engenharia
ElétricaÂa
zíazz
Prof.
Carlos
I.Zanchin,
M. Sc.r
ntado/,_\i
i.z;`Í\`í
\
\
Prof.¡!Ad'roaIdo
Ra
. r \ll\iPGCoordenado¡i
da
PÓsê.G'raduaçã%Elétrica
Banca
Examinadora:
[4
Prof. Carlos I. Zanchin, M. So. (Presidente)
\
iProf. Fer a
do
endes de Azevedo,
D.Sc
/ .f -P3 f' .//“vas
l ›Pirfif. enato Garcia da, D. Sc.
/f
r
"~, .- -v
___;/í
1 iv-
AGRADECIMENTOS
Em
primeiro lugar,agradeço
aDeus
porme
permitirsuperar
com
sucesso
maisum
obstáculoda
vida,o
qual contribuiu'significativamenteem
minha
formação
pessoal e profissional.'
,W
Agradeço aos
meus
pais,José
e Naida, emeus
irmãos, Silvia,Patricia e Sergio, pelo apoio e suporte afetivo, especialmente
durante
o
período
em
que
estive distante. çAos
amigos
que, diretaou
indiretamente,me
auxiliaramno
trabalho
de
pesquisa,especialmente
osamigos
WalterGaston
Brandstetter Jr.,Cláudio
Guimarães,
MárcioRosa,
Marco
Aurelio Rodrigues, Silvio JúniorMoraes,
e lvan Dario Lusichi. AAo
meu
orientador, Prof. Carlos I. Zanchin, pelaoportunidade
concedida
e seu apoio. .. = *A
meus
amigos.Jorg:e Roel eKathya
Roel, porseu
apoio.Aos
amigos
Erlonê de^T'Rooco,Marcos
Lucatelli, Edileusa Berns,Adriano Luís Toazza,
Pedro .Bertemes
Filho, Joelde
Campos
Maciel,Jean
Claudi Sucupira
Domingos,
Fernanda
IsabelMarques
e Roberto 'Limãode
Oliveira, pelo convívio e troca
de
experiências.Às
amigas
Rita _eMarissada
Area
B
do
Hospital Universitário.A
minha
amiga de
sempre
Elitade
Pinho.Ao
Prof. Jefferson L. B.Marques,
porsua
paciência e conselhos.Ao
amigo
John
Wisbeck,
pela ajuda desinteressada.vi
su|v|ÁR|o
usm
DE
síMBo1.os
E
ABREVIA
TunAs
ixLISTA
DE
FIGURAS
XiiLISTA
DE
TABELAS
XV
RESUMO
xvi
ABS
TFIACT
xvii1.
INTRODUÇÃO
2
1.1
HISTÓRICO
EESTADO
DA
ARTE
61.2
OBJETIVOS
1 9 _»1.3JUSTIFICATIVA
9M
M1 .5oRGAN|zAçÃo
no
TRABALI-io
11 2.UROELUXOMETRIA
E
EMG
- '14
2.1O
SISTEMA URINÁRIO
142.2
ARMAZENAMENTO
DA
URINA
E
MICÇÃO
182.3
UROFLUXOMETRIA
192.3.1 Geração da Cun/a de Fluxo 19
2.3.2 Modificações da Curva 20 2.3.3 Parâmetros Medidos na Urofluxometria 21
2.3.4 Análise da Curva de Fluxo Urinário 23
2.3.4.1 Curva de Fluxo Normal 24 2.3.4.2 Curva de Fluxo lntermitente 24 2.3.4.3 Curva de Fluxo
com
Obstrução Mecânica 262.6
A RELAÇAO
ENTRE
ELETROMIOGRAFIA
E
UROFLUXOMETRIA
3.
HARDWARE
E
SOFTWARE
DO
SISTEMA
3.1
HARDWARE
» 3.1.1 Hardware
para Aquisição do Sinal de Fluxo Urinário
3.1.2 Hardware para Aquisição do Sinal de Esforço Muscular
“__ 3.1.2.1 Eletrodos
I
3.1.2.2 Amplificador
3.1.2.3 Filtro
3.1.2.4 Placa de
Som
3.1.2.4.1 Partes da Placa de
Som
3.1.2.4.2 Programaçao da Placa deSom
3.1.2.5 Fonte de Alimentação do Amplificador de
EMG
3.2
SOFTWARE
..' 3.2.1 Módulo de Entrada
3.2.2 Módulo de Processamento
3.3
PROBLEMAS
ENCONTRADOS
E
SOLUÇÕES
IMPLEMENTADAS
3.3.1 Presença do ruído
em
60 Hz 3.3.2 Deslocamento da linha base3.3.3
Tempo
critico da Rotina de aquisição3.3.4 Cálculo do fluxo
4.
TESTES
DE FUNCIONAMENTO
4.1
TESTE
DE AQUISIÇÃO
DA
PORTA
SERIAL
4.2
TESTE DE
AQUISIÇÃO
DA PLACA
DE
SOM
4.3
TESTE REAL
PARA DETECTAR
ATIVIDADE
MUSCULAR
viii
4.4.1 Teste do primeiro indivíduo 72 4.4.2 Teste do segundo Indivíduo 75
4.4.3 Teste do terceiro individuo 76
'
4.4.4 Teste do qdarto indivíduo 77
5.
DISCUSSÕES,
CONCLUSÕES E TRABALHOS
FUTUROS
'
80
5.1n|scussÃo
ao
5.2coNc|.usõEs
32
5.3TRABALHOS FUTUROS
83Anexos
84
Anexo
A
85
Anexo
B
89
G1.ossÁR1o
102
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
103
A/D
ADPCM
BPH
CCD
Cm
CPU
D/A
dB
'DC
DLL
DMA
DSP
EMG
E/S
fzFM
GPEB
HU
-Analógico para Digital.
Adaptive Delta Pulse
Code
Modulation.Hiperplasia Prostática Benigna.
Concentração de
Urina.Compact
Disk.Centímetro.
Central
Processing
Unit.Digital para Analógico.
Decibéis. Direct Current.
Dynamic
Link Library.Direct
Memory
Access.Digital
Sound
Processor1.Eletromiograma.
Entrada/saída.
Freqüência
de
Corte.Frequency
Modulation.Grupo
de Pesquisas
em
Engenharia Biomédica
Hospital Universitário
1
Originalmente esta sigla é utilizada para Digital Signal Processor - Processador Dig/tal de
Sinais. No entanto, a Creative Labs, Inc., fabricante da Sound Blaster®, utiliza o termo
DSP
como
sendo Processador Digital de Som. Neste trabalho usar-se-á o termo como definido pelaHz
AkHz
m
MIDImin
ms
mvpp
PC
PCM
QaveQma×
Q(t)Rad
'RAM
sSB
Tnes Tma×To
T100 'VGA
UCOMDEC
X Hertz. Kilo (1000) Hertz.Massa
de
Urina.Musical lnstrument Digital Interface
Minutos.
Milisegundos.
Milivolt (1*10`3) Volts pico a pico.
Persona/
Computer.
Pulse
Code
Modulation. 'Fluxo Urinário
médio?
Fluxo Urinário
máximo.
':
Fluxo Urinário Instantâneo.:
Radiano. ^
Random
Access Memory.
«Segundos.
Sound
Blaster®Tempo
de
Hesitaçäo.Tempo
até o FluxoMáximo.
Tempo
de
Fluxo. `Tempo
de
Micção.Video
Graphics
Array.Urofluxômetro Computadorizado
com
Detectorde
vuooM
vcomp,v
v
AÍAv
Q
Volume
Totalde
urina expelida.Volts.
Intervalo
de
Tempo.”
Variaçao
de Volume.
xii
LISTA
DE FIGURAS
Figura 1 - Anatomia do trato genitourinário masculino. Fonte : “Urologia Geral” (Smith, 1981) 15
Figura 2 - Anatomia da bexiga 17
Figura 3 - Fases de enchimento (esquerda) e esvaziamento (direita) da bexiga 19
Figura 4 - Representação gráfica (fluxo x tempo) da curva do fluxo urinário 20
Figura 5 - Parâmetros medidos do fluxo urinário 22
Figura 6 - Curva de.-f/uxo normal. Fonte: "/nterpretation of Uroflowmetry Curves by Urologists"
(Van de Beek et al., 1997) 24
Figura 7 - Micçao
com
manobra de esforço. Modificado de "Aplicaçoes Clínicas daUrodinâmica "
(D'Ancona, 1995) 25
Figura 8 - Curvas de fluxo intermitente. Modificado de "Urologia Gera/ " (Smith, 1981)
25
Figura 9 - Curva de fluxo de
um
paciente queapresenta obstrução infravesical. Modificado de"Aplicaçoes Clínicas da Urodinâmica" (D'Ancona, '1995)
27
Figura 10 - Curva de fluxo de
um
paciente que apresenta-obstrução do colo vesical (BPH).Tempo
de fluxo prolongado e flutuação devido ao esforço abdominal. Fonte:"/nterpretation ofUroflowmetry Curves by Uro/ogists" (Van de Beek 'et al., 1997)
27
Figura 11 - Detalhe do músculo esquelético (Modificado de Norman, 1990) 30
Figura 12 - Sistema de Aquisição 36
Figura 13 - Os nove caracteres enviados por cada medida 37
Figura 14 - Formação de cargas elétricas na interface eletrodo-e/etrólito-pe/e (Modificado de
Tyner et al., 1989) 39
Figura 15 - Circuito equivalente de
um
eletrodoem
contatocom
o eletrólito (Modificado deTyner et al., 1989) 40
Figura 16 - Circuito equivalente para os tecidos do paciente e par de eletrodos com a entrada
do amplificador (Modificado de Tyner et al., 1989) 41
Figura 17 - Eletrodos invasivos (Modificado de Henneberg, 1995) 42
Figura 18 - Diagrama ilustrativo da localizaçao dos eletrodos usados
em
EMG. Modificado deFigura 19 - Detalhes de
um
eletrodo tipo Patch 43Figura 20 - Bloco Amplificador 44
Figura 21 - Filtro Butterworth - Passa Baixa de Quarta
Ordem
46Figura 22 - Diagrama de blocos da placa de
som
Sound Blaster Pro 2 (Creative Labs., 1996) 48Figura 23 - Sound Blaster Pro 2 (Ridge et al., 1994) 49
Figura 24 - Fonte de Alimentaçao 52
Figura 25 - Configuraçao do caracter .
_ 54
Figura 26 - Fluxograma da rotina de inicialização e leitura dos canais de entrada 55
Figura 27 - Rotina de aquisição programada usando a interrupção do timer do computador__ 56
Figura 28 - Fluxograma da rotina de leitura do arquivo armazenado 57
Figura 29 - Fluxograma da rotina de armazenamento dos dados adquiridos 57
Figura 30 - Preenchimento do Buffer Circular criado para armazenar os dados 60
Figura 31 - Rotina de leitura do Buffer disponivel 61
Figura 32 - Modificação do dado pela utilização do filtro digital 62
Figura 33 - Teste de aquisição da porta serial, traçado da curva de fluxo gerada pelo jato da
água ç_¬ *- 66
Figura 34 Teste de aquisiçao de sinais através da placa de
som
e daçporta serial -simultaneamente. Acima, traçado da curva de fluxo, embaixo, traçado da curva gerada pelo
circuito simulador de sinais de
EMG
67Figura 35 - Detalhe da localização dos eletrodos para observar a atividade muscular no braço
esquerdo 68
Figura 36 - Traçado da curva de esforço. Nos trechos do registro que estão ressa/tados, pode-
se obsen/ar o efeito da atividade muscular devido ao esforço voluntário 69
Figura 37 - Localização dos eletrodos sobre o abdome 71
Figura 38 - Traçado das curvas de fluxo
com
esforço no primeiro individuo - primeiro teste. Nostrechos do registro que estão ressa/tados, pode-se observar as variações do fluxo devido aos
esforços voluntários do indivíduo 73
Figura 39 - Traçado da curva de fluxo
sem
esforço do primeiro indivíduo 74Figura 40 - Traçado das curvas de fluxo
com
esforço no primeiro individuo - segundo teste. Nosxiv
esforços voluntários do indivíduo 75
Figura 41 - Traçado da curva de fluxo
com
esforço do segundo indivíduo.No
trecho doregistro
que está ressaltado, pode-se observar a variação do fluxo devido ao esforço voluntário do
indivíduo 76
Figura 42 - Traçado da curva de fluxo gerado pelo terceiro indivíduo
Figura 43 - Traçado da curva de fluxo
com
esforço do quarto indivíduo. Nos trechos doregistro que estão ressaltados, pode-se obsen/ar a variação do fluxo devido aos esforços voluntários do›
indiv/'duow
A
'
78
Figura 44 - Diagrama de pó/os/zeros e resposta de amplitude das funções de
transferência (a)
i-i(z) =1-z'^' e (b) /=(z)=(1 - z'^')/(1 - az'^'),- zeros
(0), Pó/os (×) 93
Figura 45 - Diagrama de pólos-zeros e resposta de amplitude da funçao de
transferência i=(z)=((1+ a)/2)(1 - z'^')/(1 - âz'”) onde /v=2o. zemâio), Pó/‹›s(×) ~
94
Figura 46 - Mapeamento da transformação bilinear. Valores correspondentes da
freqüência
analógica .QO e da freqüência digital norma//zada wo são denominados pelos simbolos casados97
Figura 47 - Representação do plano-s de«um=filtro Butten/vorth de Segunda Ordem
Tabela 1 - Variação do fluxo urinário norma/
com
a idade. Fonte: “Aplicações Clínicas daUrodinâmica” (D'Ancona, 1995)
4
Tabela 2 - Valores típicos de potenciais de meia célula
\
1 XVI
UROFLUXÔMETRO COMPUTADORIZADO
COM
DETECTOR
DE
ESFORÇO
ABDOMINAL
RESUMO
Com
oavanço da
tecnologia,novos procedimentos de
diagnóstico clínico estãosendo
desenvolvidos para avaliar pacientesque apresentem
alguma
disfunçãofisiológica.
Mudando-se
os rotineirosprocedimentos
de
avaliação invasivos,que algumas
vezes são
imprecisos, por testescom
característicasde serem
precisos,
seguros
e, sobretudo não-invasivos.O
presente trabalhocompõe
um
sistema, o qualdenominou-se
UCOMDEC,
que
pode
serusado
para ajudara
avaliar as disfunções
do
trato urinário inferior pormeio de
um
estudo
urodinâmico não-invasivo.O
protótipo éuma
das
primeiras tentativas nacionaisde desenvolvimento de
um
sistemacapaz de
realizarmedições
simultâneas,não
invasivas,na
áreada
urodinâmica.Os
testesque
podem
ser realizadoscom
oUCOMDEC
são:medição de
fluxo urinário (urofluxometria) edetecção
de
esforço abdominal, visando fornecerao
clínico especialistauma
maior
quantidade
de
dados
relacionadosao
estadodo
paciente,em
relaçãoàqueles
obtidos porrium estudo urofluxométrico isolado.
O
sistema é constituídode
doismódulos:
um
módulo
de hardware
e outrode
software.O
módulo
de
hardware,por
sua
vez, é divididoem
duas
partes: a primeira realizaa
aquisiçãodos
dados
que servem
para determinar o fluxo urinário e a outra para adquirir osdados
de
esforçoabdominal (EMG).
O
módulo de
software divide-setambém
em
duas
partes: ade
aquisição,onde
é realizada a configuração, controle eleitura
dos
dados
dos
canaisde
entrada; e a partede processamento
onde
são
implementados
algoritmosde processamento de
sinais eexecutados
uma
série
de
cálculos a fimde
traçar as curvas característicasdo
fluxo urinário eesforço abdominal. Acredita~se
que
o protótipo ajudará significativamenteno
processo
de
diagnóstico, epoderá
dar início anovos
estudos para a integraçãode mais sensores que permitam
realizar a aquisição simultâneade dados
num
teste urodinâmico fornecendo maiores informações
ao
clínico.Palavras-chave: urofluxometria, esforço abdominal, urodinâmica,
aquisição
de
sinais, software, hardware, multimídia._!
` 'N-.
COMPUTERIZED
UROFLOWMETER
WITH
ABDOMINAL
STRENGTH
DETECTION
`ABSTRACT
Due
to technology advance,new
procedures of clinical diagnostic arebeen
developed
to evaluate patients that presentsome
physiological dysfunction,changing
thecommon
routine procedures of invasiveassessment,
that areinaccurate
some
times, by tests with features ofbeen
secure, accurate,and
themost
important noninvasive. Thiswork
describes asystem denominated
UCOMDEC,
whichcan be used
for helping theassessment
the inferior urinaltract by a noninvasive
urodynamic
study.The
prototype isone
the first Brazilianapproach
of developing asystem
capable to carry outtwo
simultaneousmeasurements.
The
tests whichcan
be
done
using theUCOMDEC
are: urinary flowmeasurement
(uroflowmetry)and abdominal
strenght detection providingto the clinical specialist
more
information about the real state of the patient incomparison
withan
isolated uroflowmetry study.The
system
iscomposed
by
two
modules.The
hardware
module
is divided intwo
parts: the firstone
perlorms acquisition of data that are
used
for the urinary flow,and
the other toacquire
theabdominal
strength data(EMG).
The
softwaremodule
is alsodivided into
two
parts:one
of acquisitionwhere used
channels are configuredand
controlled,and
biological data are read for input to the computer.The
processing
module
algorithms areimplemented
and
many
calculations areperformed
to plot the urinaiy flowand abdominal
strength cun/es. lt is believedthat the prototype will help significantly the diagnostic process. ln addition,
new
studies for integrating
more
sensors allowing to record otherurodynamic
data simultaneouslymay
be
started.Key
words: uroflowmetry,abdominal
strenght, urodynamics, dataacquisition, software, hardware, multimedia.
_ “H” _? Q vg” MMN “š%£/Yfi “HJ “M _¡¿\»šš_H_“š gy 3%* H JV” _ ,Í/›{ñàmh_,"MUy¿"M HW VH Hà mpi /Vëãx M h_WMM_%Vv fiNWHMMhäW4 “Nuk WI “Ê l U, V/vn 4 WW ämã / Muy Í nf: ¿¿â ""W¿› ”W_<¿_”/_MmM"“" _ _ äv_N _“wwWM¿“;¡ __¶NmVxA¿W"m_,ãm"H_W hšä/“›H› 3 Y K) vv/ V Mw ,Hmšmmmwnmww L W_”g_ä&§U_H Í h M _ _ V __": › ;_š›W"“mmH›`V $U_%` V›“§m“MmJh›
~
l
1.
INTRODUÇAO
Quem
gostade
sentir dor'?...Por
isso, as avaliações clínicasbaseadas
em
procedimentos
nao-invasivossao
preferidas pelos especialistas,e
sobretudo
pelos pacientes,caso
estes tivessem opoder de
escolha.Com
..opassar
dos
anos, oavanço da
tecnologia e oaperfeiçoamento dos
métodos
esistemas
na
áreamédica
fizeramcom
que
os
testes
complexos
e sofisticadosde
natureza invasiva, muitasvezes
traumáticos para o paciente,
fossem
substituídos por outrosmais
simples enão--invasivos diminuindo, desta maneira, os efeitos traumáticos
à
que
estariam
submetidos
o paciente duranteumaavaliação
clinica.Porém,
isso~
envolve o
conhecimento
de operaçao
emanuseio
dos novos equipamentos,
assim
como
a técnicade
mediçao
por parte da'.'equipe clínica. `Em
alguns casos, era necessário aplicar outros tiposde
testes(talvez
de
natureza invasiva) parase
tentarchegar
aum
diagnóstico edar
início
a
um
tratamentoadequado.
Mesmo
assim,não
se poderiaafirmarque
em
todos oscasos
sechegava
a tal diagnóstico.O
corpohumano
éconsiderado
por muitaspessoas
como
sendo
algo intocável.
O
fatode
“agredi-lo”,como
conseqüência de algum
exame
que
utilize procedimentos invasivos, salvo
em
casos
extremos, aindanão
é vistocom
naturalidade,mesmo
que
com
este tipode
exame
sepossa
determinar acausa
da
disfunção e emitirum
diagnóstico definitivo.Lamentavelmente,
dentroda
área medica, aindanão
se
Capítulo 1 - Introdução 3
métodos
invasivos por outrosmenos
agressivosou
traumáticospara
opaciente,
embora
a
tendência atual e os esforçosna
áreada Engenharia
Biomédica
caminhem
no
sentidode
desenvolver equipamentos
esistemas
que
atendam
requisitos básicos:permitam
adquirir informações pormétodos
não-
invasivos;
proporcionem
segurança
ao
paciente e resultados confiáveisao
clínico. _
Motivados por esta iniciativa, este trabalho 'apresenta
um
sistema
constituído por
um
softwarede processamento
de
dados
biológicos adquiridosdo
paciente, e porum
hardware
mínimo
para aquisiçãodesses dados.
Essa
combinaçao
atualmente servede
apoioaos
clínicos especialistasno
processo
de
diagnóstico.O
presente trabalho estáenquadrado na
áreada
Urologiáf1,especificamente à.prática urológica
na
subdivisãode
Urodinâmica. `Segundo
aSociedade
Internacionalde
Continência, aUrodinâmica
édefinidacomo
oestudo
da
morfologia, fisiologia, bioquímica ehidrodinâmica dotransporte urinário,
sendo
todos estesdados
relacionadosao
trato urinário inferior (D'Ancona,1995).
O
estudo urodinâmicodo
trato urinárioinferior
pode
trazerinformações
clínicas úteis relativasao funcionamento
da
bexiga,
mecanismo
esfíncteriancz edo
padrão de micção
propriamente dito(Smith, 1981).
Mais precisamente, o presente trabalho permite desenvolver
uma
I. _ _
das avaiaçoes
realizadasnos estudos de
rotinade
uma
avaliaçaoUrodinâmica.
Simultaneamente poderá
ser realizado outro estudo,que
permite1
Urologia, parte da medicina que trata as doenças dos rins e das vias urinárias que precisam
Lntervenção cirúrgica.
Refere-se ao mecanismo ativado pelo músculo anular existente na bexiga que, ao relaxar-se
determinar se os resultados obtidos
são
realmente representativosda
condição
do
paciente. Este estudo éconhecido
como
Urofluxometria, oumedida do
fluxourinário.
O
estudoque completará
a
avaliação urofluxométrica,mede
a
atividade
muscular
do
abdome,
adquirindo informações provenientesdo
esforço
gerado
peloabdome
do
paciente, determinando, assim, asua
influência
no
ato miccional. Isso é conseguido, pormeio do desenvolvimento
de
um
circuito, eletrônicoque
amplifica o sinal eletromiográfico abdominalifido paciente, eum
sistemaque
écapaz de
traçara
cun/ade
fluxo urinário,dando
seqüência ao
projetodo Vídeo
UrofluxômetroComputadorizado
(VUCOM)
desenvolvido
no
Grupo
de Pesquisas
em
Engenharia Biomédica
da
Universidade Federal
de
Santa~Catarina(GPEB/UFSC)
(Marques, 1996a).O
VUCOM
éum
equipamentos. desenvolvido para realizarestudos
de
urofluxometria
em
um
computador
IBM?-PCou
compatível,que
peloseu
grande
potencial deixa aberta a possibilidaderde .incorporação de mais dispositivos
necessários para completar os testes
de
avaliaçao Urodinâmica.A
novidadedo
atual projeto éa
utilização deuma
placade
som
instalada
no computador
para realizar aamostragem
e digitalizaçãodo
sinaleletromiográfico previamente amplificadoo Este
método
reduz
consideravelmente o
número
de
componentes
externos para o tratamentodo
sinal analógico, deixando este trabalho
ao
hardware da
placade
som
ea
uma
série
de
rotinas elaboradasa
nívelde
programação.
E
Vale a
pena
ressaltarque
a função do
sistema urinário é controlaros
volumes
de
água
e saldo
organismo,mantendo
ahomeostase do corpo
humano,
isto é, fazer o balanço hidroeletrolíticodo
organismo, coletandoe
Capítulo 1 - Introdução 5
organismo sob
aforma de
urina (Schauf et a/.,1991; Griffits, 1996).Os
órgãos
do
trato urinário inferiordevem
armazenar
e esvaziar a urinameoanicamente,
quando
necessário.O
atode
esvaziara
bexiga éum
ato voluntárioque não
realiza apreciável
ou
nenhum
esforçoabdominal
(Jorgensen&
Jensen, 1996;Griffiths, 1996),' pois o ser
humano
tem a
capacidade
nen/osa emuscular
de
iniciar e interromper a
micção
em
qualquer
momento,
sem
precisarque
a
bexiga esteja
completamente
«cheia (D'Anco.n'a,1995).Segundo
Jorgensen
&
Jensen
(1996),em
principioqualquer
anomalia pode
ser detectada,desde
uma
simples obstruçãona
uretra atéum
problema
neurológico sério, atravésde
um
teste urofluxométrico.Além
disso,pode-se
acrescentar, depoisde
revisar várias publicaçõesna área
da
Urodinâ-mica,
que
a urofluxometriacombinada'
com
outras 'avaliaçõessimult‹â,,r¡1,‹-gas., proporciona muito
mais informação
para avaliação das disfunçõesdo esvaziamento
vessical, diminuindo significativamente a incidência 'de-"`~ diagnósticos falsos (Jensen et al., 1983;Tomita
&
Ogawa,
1993;McGuire
et al.,1996). Por isso, este projetoapresenta
um
avanço
significativorumo ao
desenvolvimento de
um
sistemacompleto a
curto prazo.A
realizaçãodestes
estudos
simultâneos,de
fluxo urinário e esforço abdominal,permitem
ao
c-línico especialista
tomar
uma
decisaocom
asegurança de
que
seu
diagnóstico será o correto, a partir
da
observação
das curvas representativasdo
testede
urofluxometría eda
atividademuscular do abdome,
onde
este1.1
HISTÓRICO
E
ESTADO
DA
ARTE
A
avaliaçaodo
fluxo urinário éum
exame
urológico,principalmente naqueles pacientes
que
apresentam
uma
patologia obstrutivado
trato urinário inferior,sendo
um
elemento
preliminarde
grande importância, poisa obsen/ação do
fluxo urináriopode
fornecerao
clínico especialistaos
prováveis desvios
da
normalidade.Como
estaobservação
nem
sempre
épossível, pois
um
grande
número
de pessoas
apresenta certa dificuldadeou
até
uma
inibição completa,que
lhesimpede
esvaziar oconteúdo
vesicala frentea
presença de
terceiros,a
representatividade deste importantedado
preliminarfica totalmente prejudicado
ou
impossívelde
ser registrado.Cientes
de
tais dificuldades, alguns pesquisadoresdo
fimdo
século
XIX
tentaram utilizar algunsequipamentos
visando levantar a curvado
fluxo urinário -e
do
volume de
urina expelida.A
primeira tentativaconhecida
datade
1897,onde
Rehfischdescobriu o primeiro principio
de
medida
do
fluxo urinário pormeio do
deslocamento de
ar.A
seguir, àmedida que
novas
interpretaçõeseram
obtidas,novas formas de
realizaçãoda medida
foram
desenvolvidas. Drake,em
1948, apresentou o primeiro trabalho objetivocom
esta finalidade,construindo
um
aparatoque
chamou
de
urofluxômetro.O
principiode
medida
do
urofluxômetrode Drake
estavabaseado
no
registrodo
fluxo urinárionum
quimógrafo4_, .determinado pelo
peso do
volume
de
urina eliminado porunidade
de tempo.
Esse
estudode
notória aplicabilidade, revolucionou a pesquisaem
3
Conteúdo vesical, o conteúdo da bexiga.
4
Aparelho constituído de
uma
superfície rotatória que passa sobuma
ponteira, girando aCapítulo 1 - Introdução 7
urología
da
época.Os
anos
sepassaram
e estemesmo
principio foi utilizado porVon
Garrelts (1956) e
Kaufman
(1957)na
construçãode
seusmodelos.
No
aparelho construído por
Von
Garrelts, opeso
da
urina coletadaem um
recipiente cilíndrico é transduzida
em
uma
unidade
elétrica que, depoisde sua
amplificação, era registrada
em
um
fotoquimógrafo obtendo-se, assim,a curva
da
micção.Em
1963,Backman
~e'Von
Garrelts introduziamalgumas
modificações neste modelo, tornando-o
mais
prático e sensível.Holm
(1962)construiu
seu
modelo
baseado
no deslocamento de
ar, contidonum
recipiente,dentro
do
qual a urina é coletada.Esse
mesmo
princípio foi utilizado por outrospesquisadores
na
elaboraçaode
seus
aparelhos (Corlett,1979).¡
Em
1963,Cardus
et al.,apresentam
um
modelo de
urofluxômetrorealmente inédito, revolucionário e bastante preciso,
baseado
.na-'variaçãode
~um,_~campo eletromagnético,
em
relaçãoaos
eletrólitos contidos naurina.Uma
inovação
bastante útil foi introduzida porRaghawaiah
(1977), idealizandoa
urofluxometria radiosotópica, cujavantagem
é a avaliação,não
somente do
débito urinário pelo estudodo
traçado urofluxométrico,como
também
do
resíduo urinário, permitindo desta
forma melhor
estimar o graude
obstruçãodo
trato urinário inferior.
Da
mesma
forma, oestudo
simultâneoda
urofluxometriacom
outros
procedimentos
urodinâmicos (eletromiografia, cistometrias),como
também
um
estudo radiológico,complementam
de
maneira vantajosaa
avaliaçãodo
trato urinário inferior (Blavias&
Fisher, 1981).5
Estudo da função neuromuscular da bexiga através de medidas de pressão e capacidade do
Rollema
(1978), apresentouum
novo
e sofisticadométodo
para
medir
ovolume de
urina e a taxade
fluxo urinário durante a micção:a
urofluxometría ultra-sônica.
O
método
estábaseado
na determinação do
tempo
em
que
um
pulso ultra-sônico emitido porum
transdutor instaladona base
de
um
recipiente coletorde
urina, atravessa o líquido até ser refletidona
interfacefluido/ar,
sendo
captado
pelomesmo
transdutor.O
intervalode
tempo
entre o~pulso,,.e,mitido e o
captado
é decodificado porum
circuito eletrónico que, pordiferenciação,
determina a
taxade
fluxo urinário e ovolume
total eliminado acada
instante.A
partirde
idéias. similares, outros aparelhosforam
desenvolvidos,
proporcionando
um
melhor
desempenho
e diferentes níveisde
praticidade,
mas
sem
conseguir aautomatizaçao do processo
pormeio do uso
de
um
computador
como
ferramenta-rde análise, registro earmazenamento
dos
dados. _ .,_ ,W
A
informatizaçãodos
estudosde
urodinâmica é ainda recente,utilizando-se técnicas digitais, através
de sensores
e conversores A/D6, osquais
permitem
a aquisiçãode
sinais característicos,de
fenômenos
aserem
estudados, por
meio de
um
computador,
para o devidoprocessamento
on-/ine7,
ou
mesmo
para posterior análise e revisãodos
resultadosarmazenados.
Desta forma
estãosendo
desenvolvidos sistemasque consistem
de
um
computador
e vários sensores paramediçao
do
fluxo urinário e outrostipos
de
exames
(pressão vesical,pressão
abdominal, pressão esfincteriana,ultra-som e raios X), permitindo
uma
avaliação detalhadada
bexiga e a uretra6
Analógico para Digital.
7
Em
Capítulo 1 - Introdução 9
durante a
micção
(Dantec, 1989; Wiest, 1994;Promedon,
1995).1.2
OBJETIVOS
Um
dos
objetivosdo
presente trabalho é adaptarum
circuitoeletrônico a
um
equipamento
desenvolvido peloGrupo
de Pesquisas
em
Engenharia Biomédica
(GPEB/UFSC),
com
a finalidadede completar
um
dos
testes clínicos
executados
na
área
de
Urodinâmica.Estes
dois,em
forma
separada,
visam
adquirir sinaisde
natureza biológica,como
sao
o
sinalproduzido pelo fluxo urinário, adquirido pelo “Video Urofluxômetro
Computadorizado”
(Marques, 1996a), e o sinalde
eletromiograma provenienteda
atividademuscular
do
abdome.
. Outro objetivo
é
de
confirmarque
a pressao exercida pelosmúsculos
doabdome
tem alguma
influênciana
funçãode esvaziamento
da
bexiga, resultando
em
uma›~'modificaçãoda
curva obtida devidoao
fluxourinário. Isto é,
sendo
o ato miccional voluntário, amicção
é realizadasem
a
realizaçao
de
esforçoabdominal
(Jorgensen&
Jensen, 1996).1.3
JUSTIFICATIVA
.A
Urodinâmica
éuma
das
áreas mais importantesna
Urologia,por estar concentrado nela
a
maioriados
procedimentos, para realizaçãode
avaliaçoesr sobre a existencia
de
disfunçoesno
sistema urinário,especificamente
no
trato urinário inferior. 'Nesta área, precisa-se
de
ferramentas emétodos
de
avaliaçãofinalizado o
exame,
evitando-se destemodo
qualquer tipode
trauma ou
rejeição. Isto
pode
ser conseguido, atravésde meios ou procedimentos não-
invasivos.
O
presente trabalho apresentaráuma
nova opção
deprocedimento
não-invasivo para conseguir
um
diagnósticocom
um
maior graude
confiança.Um
exame
do
fluxo urinário é realizadonão somente para
avaliaradultos
de
sexo masculinocom
suspeitasde
apresentaralguma
disfunção,mas
também.-éà realizadoem
mulheres
adultas (Coates et al., 1997)e
em
crianças (Jorgensen
&
Jensen, 1996)onde
qualquer desconfortodeve
serevitado. Por isso, o
processo considerado não deve
sercomplexo
enem
inibitório para o paciente. Esta inibição é devida a
causas
psicológicas,que
provocam
no paciente a impossibilidadede
esvaziar o conteúdo vesical.frenteà presença de
terceiros,fazendo
com
que
as informações preliminaresadquiridas
possam
ser prejudicadasou
mesmoëimpossibilitadas (Lenz, 1983). Assim,na
medida
do
possível", deve-se criar oambiente para
que
se
cumpram
as condições naturais e privadas paraque
o pacientepossa
miccionar
sem
realizar esforço algum, poisem
condições normais o atoem
estudo
não
implicanenhum
esforço voluntário (Jorgensen&
Jensen, 1996).No
trabalho desenvolvido porMarques
(1996a)com
oVUCOM
conseguiu-se construir
um
equipamento
com uma
sériede
características eanálises desejáveis a partir
do
fluxo urinário, deixandocomo
proposta
de
desenvolvimento futuro a incorporação
no equipamento
de outrossensores
para
medição de
esforçomuscular
e pressão vesical completando,desta
maneira, a série
de
testes necessáriosaos
estudos urodinâmicos.Considerando
que
oequipamento,
desenvolvido neste projeto,ao
Capítulo 1 - Introdução 11
Detector
de
EsforçoAbdominal)
é bastante simplesem
termos da
interfacedo
software
com
o usuáriocomo também
do
hardware, tornando esteum
equipamento
atrativo paraa
utilizaçãode
rotina.Assim
como
também,
que
oprocedimento de
medição,a
ser seguida, o qual implicará acolocação
de
três eletrodosde
superfíciesobre
oabdome
do
paciente,que não
está forado
padrão
normaldos procedimentos para
um
profissionaldaárea
médica.Adicionalmente,
com
relaçãoaos
custosde
equipamentos
similares, o protótipo desenvolvido apresenta
uma
característica importantea
ser ressaltada,
sendo
ohardware
mínimo
utilizado, a fabricaçãode
um
produto
final colocaria o sistema
UCOMDEC
em
ótimas condições para concorrerno
mercado.
-1.4
ORGANIZAÇAO
DO
TRABALHO
A
apresentação
do
trabalho esta divididaem
cinco capítulos, edois anexos. Considera-se esta introdução
como
o Capítulo 1.O
Capítulo 2, Urofluxometria eEMG,
defineuma
sériede
conceitos euma
rápida visão geralda
fisiologia do sistema urinário. Entre os conceitos desenvolvidos, estãoos
relacionados ao estudo
de
fluxometria euma
descriçãodo
que
consisteum
estudo urodinâmico, para
que
então
finalmentepossamos
falarbrevemente
sobre
EMG
esua
relaçãocom
o teste urofluxométrioo.No
Capítulo 3,UCOMDEC,
é descrito osistema
desenvolvido, dividindo-se este capítuloem
duas
partes,hardware
e software.Na
partede hardware descreve-se
ofuncionamento, as características
dos
dispositivos e circuitos utilizados,enquanto que na
partede
software é feita a descriçãodo
programa
alguns
dos
resultados obtidos.No
Capítulo 5,chega-se
às discussões,conclusões
e propostaspara
trabalhos futuros. Finalmente,são apresentados
doisanexos.
No
primeiro deles mostra-seuma
sériede
curvas obtidas atravésdo
oscilosoópio eque
foram
referidas durante o projeto;no
segundo anexo
_¿ “Éfi W? na 0 ( e“_¿¿__“V _ Q êdcil 37 _ ší il H› _' /¿ “My › Ê e›"_ã¿_HA Nm; v É `“_Wmu__w« É ä M_M“_flwm›m%›hM H (V A vg ,gw W vã* wwygH`"r‹w"×HUV,`_^“ Í "_Wwm__!ç_Vmw_›mMwL››> W _Êw”3mäm“: H “\__““H“wMHwwM4H›m_m"¿W“ ¿mW)_“7_Wxw_›_ wH__v.W__ m um ”vV “U4 iflflmmämwä v_^_»M_ *_/X “_íw_Í¡ H Nx (_ \mHNmh¿M¿b __” UM ¿2y_¿_Q ,mm Kyšww Any *Mn
2.
UROFLUXOMETRIA
E
EMG
Neste capítulo
é
feitauma
descriçãodo
sistema urinário,especificamente tenta-se detalhar o
funcionamento dos
órgãos relacionadosà
região conhecida
como
trato urináriomédio
inferior, porserem
estes órgãos,encarregados de
realizar o ato micclonal.A
revisao sobre a neurofisologia da*micção
deve-seao
fatode que
é necessárioconhecer
a origemda
cun/a
de
fluxo analisadaem'
um
exame
de
urofluxometria.Uma
vezcompreendido
omecanismo
de funcionamento
do
ato miccional,são
discutidos conceitosusados
em
urofluxometria,causas
que
mudam
a cun/ade
fluxo urinárioe
sua
importância nas avaliaçoes urodinâmicas,
como também
ométodo
utilizadoneste trabalho para
medir
o fluxo urinário. Finalmente é realizadauma
abordagem
sobre a eletromiografia e sua'-.relaçãcicomo
estudo urodinâmico.2.1
o
s|sTElv|AuR|NÁR|o
A
Erro!A
fonteda
referêncianão
foiencontrada. mostra
osistema urinário, o qual é
composto de
dois rins euma
bexiga.São mostrados
também
os ureteres (dois longos canaisque
conectam
os rinscom
a
bexiga),bem
como
a uretra.Ú
Pode
serobsen/ado
na
Figura1,
que
o sistema urinário estádividido
em
três regiõesdenominadas
tratos, a saber: trato superior,médio
einferior.
O
trato superior é constituídobasicamente
pelos rins e os ureteres; otrato
médio
compreende
a
bexiga e o trato inferior a uretra.Os
dois últimossão
Capítulo 2 - Urofluxomefria e
EMG
15
fluxo urinário.
Figura 1 - Anatomia do trato genitourinário mas
- Eliminar os produtos finais
I 1 ^
m
í
1
1 |í
TRATO SUPERIOR _,-f-Í”, Uretra \¬%I_;Ê I z .. uzzzefez .//
"`\×"`\'
TRATO |v|ÉD|o ` T, Bexiga ,¿;_‹,;›I-._.~I›':':.;¡Íy H I'lV› r|g0nO T|=iATo|N|=ERioR ú \`:`¿f› _`|Í,._z_'z" «<íz'.‹?%-fz~L*z> L I . , ll Prostata ` Coflio cavernoso l' ‹; _»~E
| " '\ › ‹,. " V - `- . « -. Nf n -~.~ - ,ii _ 1 `› 5 gi ztÍ_›;z-‹~;; Rins .. ' Í .' ' J ff "._ë¬: \\ ` «fd '#-É¡
\l_\\la
§'_.4 :Í Testículo * LLÂ, ' ._‹.4culino. Fonte : “Urologia Geral" (Smith, 1981)
Os
rinstêm
as seguintes funções:amonia, fosfato e sulfato);
o
A
homeostasiasdo
volsolutos;
A
ingestãode
áua
unnána;g e íons minerais
como
Cl`, Na*, K*,do metabolismo
(uréia, ácido urico ' creatininaume
de
liquido corporal eda
d ` `ecomposiçao de
o Controlar o
pH
plasmático (nívelde
acidezou
alcalinidade);o Eliminar os produtos ácidos finais
do
metabolismo; eø
Regular
a concentração plasmáticado
bicarbonato (Schauf et al., 1991).A
bexiga está localizadana
região inferiordo
abdome.
É
um
Órgão muscular
oco,que
servecomo
reservatórioda
urina provenientedos
rins.
Nos
adultosnormais
pode
chegar
a
teruma
capacidade
aproximada de
350
a
450
ml.É
constituida poruma
composição
de
fibrasmusculares
lisas,dispostas
em
trêscamadas
musculares
distintas, nas direções longitudinal,circular e espiral.
A
camada
intermediária éconhecida
como
músculo
detrusor,que
é encarregadode
se contrairpara
possibilitar a micção.Essa
disposiçãoparticular
dos músculos
permite à bexiga contrair-seuniformemente
durantea
micção
etambém
expandir-se durante o enchimento.Na
base
da
bexigacomo
pode
ser observadona
Figura 2,localizado
no
colo vesical, encontra-se o esfincter interno,formado
poruma
camada
maisdensa de
fibras dispostasem
forma
circular. Estas fibrassão
orientadas
na
direçãoda
uretra,que
se
abre e fechaindependentemente
da
vontade, ou seja,
mantém
a uretrafechada
atéque
os sinais de reflexoda
medula
espinhal,em
respostaà
bexiga cheia,ordenem
o seu relaxamento.Isso faz
com
que
a parte superiorda
uretrase
abra, permitindo a liberaçãoda
urina pela bexiga.
8
Capítulo 2 - Urof/uxometria e
EMG
17D°$
RÍNS
V
V
Dos RINS
Ureter_
Revestimento
da
bexiga
Abertura
do
ureter ,._
Trrgono
Esfíncter interno Esfíncterexterno
í_
í
UretraPara
forado
corpo
Figura 2 - Anatomia da bexiga
A
uretra éum
tubomuscular
fino poronde
a urina deixa abexiga
e sai
do
corpo durante a micção.A
uretra apresenta diferenças entreos
organismos
masculino e feminino.A
uretrano
homem
tem
um
comprimento
maior
pois vaiao
longodo
pênis. Divide-seem
duas
partes: fixa e móvel.A
parte fixa é
composta
pela uretra prostática emembranosa,
enquanto
que
a
parte móvel, ou “esponjosa", é
composta
pela uretra bulbar eiuretra peniana.No
caso do
homem,
devidoao
fatode
que
partedo
trajetoda
uretra estacircundada pela próstata, a uretra
pode
serbloqueada
como
conseqüência
da
hiperplasiag
da
próstata.As
semelhanças,
entrea
uretra dohomem
eda mulher
camada
interna e outra externa.A
camada
interna é constituída por feixesde
fibras longitudinais
que se contraem
ao
inicioda micção
diminuindo ocomprimento
da
uretra.A
camada
externa,ou
esfíncter externo, éformada
porfibras circulares
que
ajudam
a
fechar a uretraou
o esfíncter interno. Peloexposto,
pode-se
compreender
melhor porque
o esfíncter dohomem
apresenta
maior
controle ou continência.2.2
ARMAZENAMENTO
DA
uR|NA
E
|v||cÇÃo
No
intervalo entre as micções, a variaçãoda
pressãono
interiorda
bexiganão
é muito significativa.No
entanto,na
uretra essa variaçãode
pressão
é importante, garantindo ofenômeno
de
continência,que
se apoiaem
dois valores
de
tônusou
contraçõesmusculares
diferentes: o tônusda
regiãoesfincteriana,
que
aumenta
àmedida que
a bexigaenche
e o tônusda
bexiga,que
émantido
praticamente inalterado. Estaetapa
éeminentemente
simpática,uma
vez
que
a bexiga semantém
relaxada e o esfíncter contraído,como
pode
ser
observado na
Figura 3.Durante o
esvaziamento
vesical,ou
micção, ofenômeno
se
inverte.
A
pressão na
região esfincterianadesaparece,
talcomo
seobsen/a
na
Erro!
A
fonteda
referêncianão
foiencontrada., enquanto que a pressão
vesical
aumenta
a fimde
expulsarcompletamente
a urina,completando,
assim, o
fenômeno
da
micção. Estaetapa
éum
fato primordialmenteparassimpático.
Para
uma
melhor
compreensão
do
ato miccional, diz-seque
oCapítulo 2 - Urofluxometria e
EMG
19
trato urinário inferior
pode
sercomparado
a
um
sistemamecânico
composto de
uma
bomba
(bexiga),um
tubo (uretra)com
válvulas controladas (os esfíncteres) eum
bico(meato
uretralou
orifício externodo
canal uretral).Dos Rins'
V
DOS Rms Dos RmsV
V
Dgs R|Ns ureter_
Ureter-
Revestimento da bexiga_
Reve‹ Abertura do Abefmffl--
da bexiga ureterdo ureter _Trígono Trlgono
Esfincter Esfíncter
,
-í
_
interna ÍflÍ°l'"° EsflncterEsfíncter
__í
-
externoexterno
*
Para fora do corpo Para f°"3 U0 €°|'P°
Figura 3 - Fases de enchimento (esquerda) e esvaziamento
(direita) da bexiga
2.3
UROFLUXOMETRIA
A
urofluxometria é oexame
funcional mais simplesdo
trato urináriomédio
e inferior.Segundo
Bates
et al. (1977) a urofluxometria consisteno
registrodo volume de
urina expelido pela uretrana
unidadede tempo.
O
fluxo, objeto
de
estudo, é resultanteda
contraçaodo músculo
detrusorsobre a
resistência uretral (D'Ancona,1995).
2.3.1
Geraçao
da Cun/a
de
FluxoEm
uma
pessoa
normal,a micção
se iniciacom
um
grande
volume
de
urina expelidorapidamente
devido à alta pressão vesicale
do
relaxamento
simultâneodo
esfíncter.Esse volume
vaiaumentando
até atingirum
máximo, que
ocorrenormalmente a
menos
de
um
terçodo
tempo
totalda
produzindo
uma
redução do
volume
expelido, até esvaziarcompletamente
oconteúdo
da
bexigaou
fechar totalmente o esfíncter.Também
é
comum
a
existência
de
um
último esforço voluntárioda pessoa
em
esvaziar a bexiga,gerando
um
pico finalde volume
que
continuadecaindo
lentamente.Todo
esse
processo descreve a
cun/ade
fluxo urinário parauma
pessoa
normal, talcomo
é
mostrado
na
Figura 4. Fluxo (ml/s) Fluxo Máximo 201 1
Z
1 1 I í
1
É
esforço final 1o .._/
l I' `| I I O 0 | - 10| 20 30 TemP°($›pi-'-i-›I
' fluxo cresce H I'fluxo decai lentamente
¡z rapidamente T'
Líí
Figura 4 - Representação gráfica (fluxo x tempo) da curva do fluxo urinário
2.3.2 Modificações
da Curva
De
acordocom
os estudos clínicos, as possíveiscausas
que
podem
modificar o fluxo urinário sao:ø
O
fluxo urináriopode
ser diminuídonos casos
onde
apresenta-se oaumento
da
resistência uretralou
a diminuiçãoda
forçade
contraçãodo músculo
detrusor,
sendo
envolvidos estudosde
fluxo/pressão,que
possibilitamdistinguir
as
duas
causas.Capítulo 2 - Urofluxometria e
EMG
21
uretral,
sendo
identificadoem
algunscasos
de
incontinência urináriade
esforço.
Mesmo em um
estudode
urofluxometria considerado normal,pode
estar presente o fator obstrutivo infra-vesical,que poder
ser'observado
nos casos de
alta pressãodo músculo
detrusor,chegando
a superar oaumento
da
resistência uretral.Em
resumo,
um
possível erro no diagnósticodo
paciente.
A
Embora
a incerteza e limitações estejam presentesna
provade
urofluxometria,
como
uma
ferramentade
auxilioao
diagnóstico rápida esimples, esta torna possível
seu
emprego
nos
pacientescom
problemas
mlccionais, “ para verificar o resultado do-P tratamento (cirúrgico
ou
medicamentoso)
eassim
avaliar aprogressão
da-~doen'ç`a (D'Ancona, 1995).2.8.3
Parâmetros Medidas na
UrofluxometriaSegundo
aSociedade
Internacionalde
Continência, é utilizadaa
seguinte
nomenclatura
e abreviações para definir os parâmetrosmedidos
num
estudo
de
urofluxometriazø Fluxo Urinário
Máximo
(Qmax);o Fluxo Urinário
Médio
(Qave);o
Volume
(Vcomp);o
Tempo
de
FluxoMáximo
(Tmáx); oTempo
Totalde Micção
(T100); oTempo
de
Hesitação (Thes).Na
Figura 5esses parâmetros
podem
serobservados
' |=|u׋› (mi/s) 20
-
-
-
-
-
- -
-----
Qmax ¡""1'if;
~ Lfzíizi .¡‹-›¶‹-í----›l
"nes Tmax | ToFigura 5 - Parâmetros medidos do fluxo urinário
O
Fluxo UrinárioMáximo
(Qmax),
é o maior valorda
curvade
fluxo atingidodurante a micçãoz
Os
valoresde
fluxomáximo
considerados normaissão de
20
a25
ml/s,em
homens,
e25
a30
ml/s,em
mulheres, (Smith, 1981).Essas
variações
têm
relação diretacom
ovolume
total expelido ecom
a idadedo
indivíduo (Tabela 1). Fluxos
máximos
em
pessoas
jovens,que
urinandocom
abexiga cheia
apresentem
fluxo inferior a 10 ml/s,são
consideradas provasdefinitivas
de
uma
obstrução.Em
casos
onde
são
registrados fluxosmáximos
superiores àqueles
considerados
normais (superurinadores),não
são
necessariamente
indicadoresde
alguma
disfunção.Fluxo Urinário
Médio
(Qave), é ovolume
totalde
urina dividido pelotempo
totalde
micção.Volume
(V), e ovolume
totalde
urina expelido durante a micção.Também
considera que,
sendo
o fluxo urináriodependente do volume
miccional,volumes
abaixode 150
mlnão
são
significativos evolumes acima
de
500
mlVJ
Volume Total Expelido - Vcomp--