• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estágio no Clube Desportivo de Estarreja, na equipa sénior de futebol, na época desportiva 2016/2017

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estágio no Clube Desportivo de Estarreja, na equipa sénior de futebol, na época desportiva 2016/2017"

Copied!
103
0
0

Texto

(1)

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Escola de Ciências da Vida e do Ambiente

Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde

Relatório de Estágio no Clube Desportivo de Estarreja, na

equipa sénior de futebol, na época desportiva 2016/2017

Relatório de Estágio em Futebol para obtenção do Grau de Mestre em Ciências do Desporto - Especialização em Jogos Desportivos Coletivos

Marcelo da Rocha Pinto

Orientador: Prof. Dr. Victor Manuel de Oliveira Maçãs

(2)

i

Agradecimentos

A todos os professores que lecionaram no mestrado em Jogos Desportivos Coletivos A toda a equipa técnica do Clube Desportivo de Estarreja

(3)

ii

Resumo

O presente trabalho surge no âmbito do relatório final de estágio, concretizado em função da conclusão final do curso e respetiva obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto – Especialização em Jogos Desportivos Coletivos, ministrado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Este relatório foi efetuado na equipa sénior masculina do Clube Desportivo de Estarreja ao longo da época desportiva 2016/2017, dentro de um contexto de futebol amador que tinha por competição o Campeonato de Portugal, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol. Contém a caraterização do clube, do plantel, da equipa técnica, assim como é dado a conhecer a programação do período pré-competitivo (jogos de treino e de preparação), a descrição do modelo de jogo idealizado pelo treinador principal e referências metodológicas sobre a taxonomia dos exercícios.

Neste relatório de estágio estará a análise ao processo de treino da equipa, discriminando os métodos de treino utilizados ao longo da época desportiva. Com isto, numa análise geral, e numa dimensão horizontal, observar-se-á que os métodos mais utilizados foram os Métodos Específicos de Preparação (MEP) com 53,1%, seguido dos Métodos Específicos de Preparação Geral (MEPG) com 23,6% e logo a seguir os Métodos de Preparação Geral (MPG) com 23,3%. Em relação à análise vertical (subdivisões), observar-se-á que, os exercícios Competitivos foram os mais utilizados (26,5%) e os segundos mais utilizados foram os exercícios de Manutenção da Posse da Bola (10%).

Concluir-se-á que o treino de prevenção de lesões raramente foi utlizado assim como as situações fixas de jogo e exercícios padronizados. Como Método Específico de Preparação Geral (MEPG), os exercícios de Manutenção da Posse da Bola (MPB) foram os mais exercitados. Os segundos mais exercitados foram os exercícios descontextualizados. Os Métodos Específicos de Preparação (MEP) foram os mais utilizados, sendo os exercícios competitivos e por setores os mais solicitados. Os Métodos de Preparação Geral (MPG) foram os menos utilizados, contudo, eram exercitados em todas as sessões de treino: nas partes iniciais (mobilização articular e flexibilidade), na transição de um exercício para o outro e nas partes finais (flexibilidade).

(4)

iii

Abreviaturas, siglas e símbolos

CDE – Clube Desportivo de Estarreja FPF – Federação Portuguesa de Futebol MPG – Métodos de Preparação Geral

MEPG – Métodos Específicos de Preparação Geral MEP – Métodos Específicos de Preparação

ESP. – espaço Nº - número S – segundos Min – minutos

FC - Frequência Cardíaca

FCmáx. – Frequência Cardíaca Máxima SFJ – Situações Fixas de Jogo

EJR – Espaço de Jogo Reduzido TP – Taça de Portugal

GM – Golos Marcados LBP – Lances Bola Parada TPL – Treino Pliométrico TPR – Treino Propriocetivo

(5)

iv

Índice Geral

Agradecimentos ... i

Resumo ...ii

Abreviaturas, siglas e símbolos ... iii

Índice Geral ... iv

Índice de Tabelas ... vii

Índice de Gráficos ... viii

Índice de Ilustrações ... ix

Introdução ... 1

CAPÍTULO I – ANÁLISE DO CONTEXTO DE INTERVENÇÃO ... 3

(época 2016/2017) ... 3

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO CLUBE ... 4

1.2. MODELO DE GESTÃO ... 5

1.2.1. ORGANOGRAMA DO CDE ... 6

1.3. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES, RECURSO HUMANOS E MATERIAIS ... 6

1.3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ... 6

1.3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS ... 8

1.3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS MATERIAIS ... 8

1.4. ANÁLISE SWOT ... 9

1.5. CARATERIZAÇÃO EQUIPA TÉCNICA ... 10

1.6. CARATERIZAÇÃO DO PLANTEL ... 11

1.6.1. PLANTEL CDE 2016/2017 ... 11

1.7. DEFINIÇÃO DOS OBJECTIVOS ... 13

1.7.1. DURAÇÃO DOS OBJECTIVOS ... 13

1.7.2. TIPOS DE OBJECTIVOS ... 13

1.8. CARACTERIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO ... 13

1.8.1. QUADRO COMPETITIVO DO CAMPEONATO DE PORTUGAL ... 14

1.8.2. QUADRO COMPETITIVO DA TAÇA DE PORTUGAL ... 16

CAPÍTULO II – PLANIFICAÇÃO CONCEPTUAL E MODELO DE JOGO ... 18

2.1. PLANIFICAÇÃO CONCEPTUAL ... 19

2.2. MODELO DE JOGO ... 19

2.3. FASES/MOMENTOS DO JOGO ... 20

(6)

v

2.3.2. TRANSIÇÃO DEFESA/ATAQUE ... 21

2.3.3. FASE OFENSIVA ... 21

2.3.4. TRANSIÇÃO ATAQUE/DEFESA ... 23

2.4. MÉTODOS DE JOGO DEFENSIVO ... 23

2.4.1. DEFESA INDIVIDUAL ... 23

2.4.2. DEFESA À ZONA ... 24

2.4.3. DEFESA MISTA ... 25

2.4.4. DEFESA ZONA PRESSIONANTE ... 25

2.5. MÉTODOS DE JOGO OFENSIVO ... 26

2.5.1. CONTRA-ATAQUE ... 26

2.5.2. ATAQUE-RÁPIDO ... 26

2.5.3. ATAQUE POSICIONAL ... 27

2.6. PRINCÍPIOS DE JOGO ... 27

2.6.1. PRINCÍPIOS DE JOGO DEFENSIVO ... 27

2.6.2. PRINCÍPIOS DE JOGO OFENSIVO ... 29

2.7. MODELO DE JOGO ADOTADO - CDE ... 30

2.7.1. PROCESSO DEFENSIVO... 30

2.7.2. SITUAÇÕES FIXAS DEFENSIVAS ... 32

2.7.3. TRANSIÇÃO DEFESA-ATAQUE ... 33

2.7.4. PROCESSO OFENSIVO ... 34

2.7.5. SITUAÇÕES FIXAS OFENSIVAS ... 36

2.7.6. TRANSIÇÃO ATAQUE-DEFESA ... 37

CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TREINO ... 38

3.1. PERIODIZAÇÃO E PLANEAMENTO ... 39

3.2. MODELO DE TREINO ... 41

3.3. FATORES ESTRUTURAIS DO EXERCÍCIO DE TREINO ... 42

3.3.1. COMPONENTES ESTRUTURAIS DOS EXERCÍCIOS DE TREINO ... 42

3.3.2. CONDICIONANTES ESTRUTURAIS DOS EXERCÍCIOS DE TREINO ... 43

3.4. SESSÕES DE TREINO... 46

3.5. TAXONOMIA DOS EXERCÍCIOS DE TREINO ... 46

3.5.1. MÉTODOS DE PREPARAÇÃO GERAL (MPG) ... 48

3.5.2. MÉTODOS ESPECÍFICOS DE PREPARAÇÃO GERAL (MEPG) ... 54

3.5.3. MÉTODOS ESPECÍFICOS DE PREPARAÇÃO (MEP) ... 55

3.6. MICROCICLO PADRÃO ... 58

(7)

vi

CAPÍTULO IV – AVALIAÇÃO E CONTROLO DO PROCESSO DE TREINO ... 61

4.1. INDICADORES DE TREINO ... 62

4.1.1. INDICADOR DE TREINO NA DIMENSÃO HORIZONTAL ... 62

4.1.2. INDICADORES DE TREINO NA DIMENSÃO VERTICAL ... 63

4.1.2.1. INDICADOR DE TREINO - MÉTODO PREPARAÇÃO GERAL ... 66

4.1.2.2. INDICADOR DE TREINO - MÉTODO ESPECÍFICO DE PREPARAÇÃO GERAL ... 67

4.1.2.3. INDICADOR DE TREINO - MÉTODO ESPECÍFICO DE PREPARAÇÃO ... 70

4.1.3. INTERAÇÃO DOS MÉTODOS DE TREINO (DIMENSÃO DIAGONAL) ... 73

4.1.4. INDICADOR DE TREINO – NÚMERO DE MICROCICLOS E MESOCICLOS ... 76

4.1.5. VOLUME DE TREINO DE CADA JOGADOR ... 78

4.2. INDICADORES DE COMPETIÇÃO ... 78

4.2.1. CAMPEONATO DE PORTUGAL PRIO – SÉRIE C ... 78

4.2.2. CAMPEONATO DE PORTUGAL PRIO – SÉRIE D (SEGUNDA FASE) ... 79

4.2.3. TAÇA DE PORTUGAL ... 81

4.2.4. VOLUME DO TEMPO DE JOGO ... 82

CAPÍTULO V - CONCLUSÕES ... 83

(8)

vii

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Recursos materiais disponíveis ... 8

Tabela 2- Análise SWOT ... 10

Tabela 3 - Plantel CDE 2016/2017 ... 11

Tabela 4 - Equipas participantes no Campeonato de Portugal - Série C ... 15

Tabela 5 - Métodos de Treino (adaptado Castelo & Matos (2006)) ... 48

Tabela 6 - Microciclo Padrão ... 58

Tabela 7 - Macrociclo: Volume dos métodos de treino na dimensão horizontal ... 62

Tabela 8 - Macrociclo: Tempo de exercitação dos métodos de treino na dimensão vertical . 63 Tabela 9 - Macrociclo: divisão por períodos pré-competitivo e competitivo ... 77

Tabela 10 - Volume de Treino de cada jogador ... 78

Tabela 11 - Tabela Classificativa do Campeonato de Portugal - Série C ... 78

Tabela 12- Classificação Inicial do Campeonato de Portugal – Fase Manutenção - Série D 79 Tabela 13 - Tabela Classificativa Final do Campeonato de Portugal – Fase Manutenção - Série D... 80

Tabela 14 - Eliminatórias da Taça de Portugal ... 81

(9)

viii

Índice de Gráficos

Gráfico 1- Plantel Inicial CDE 2016/2017 ... 12

Gráfico 2 - Plantel Final CDE 2016/2017 ... 13

Gráfico 3 - Macrociclo: métodos de treino - dimensão horizontal ... 62

Gráfico 4 - Macrociclo: Volume dos métodos de treino - dimensão vertical ... 64

Gráfico 5 - Macrociclo: dimensão vertical dos MPG ... 66

Gráfico 6 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEPG ... 67

Gráfico 7 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEPG - MPB ... 68

Gráfico 8 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEPG - Descontextualizado ... 69

Gráfico 9 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEP ... 70

Gráfico 10 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEP- Exercícios Competitivos ... 70

Gráfico 11 - Macrociclo: dimensão vertical dos MEP - exercícios por setores ... 71

(10)

ix

Índice de Ilustrações

Figura 1- Logotipo CDE ... 4

Figura 2- Organograma do Clube Desportivo Estarreja ... 6

Figura 3- Estádio Dr. Tavares da Silva - Bancada Principal ... 6

Figura 4- Estádio Dr. Tavares da Silva - Bancada Superior ... 7

Figura 5- Campo de Treinos do CDE ... 7

Figura 6 - Organização Defensiva - Corredor lateral esquerdo ... 31

Figura 7 - Organização Defensiva - Corredor lateral direito ... 31

Figura 8 - Organização Defensiva - Zona central... 32

Figura 9- Situação Fixa de Jogo Defensivo - Canto ... 33

Figura 10 – Avançados como referências para sair em Transição Defesa-Ataque ... 33

Figura 11- Transição Defesa-Ataque - Retirar a bola da zona de pressão ... 34

Figura 12 - Organização Ofensiva - Jogo direto nos avançados ... 34

Figura 13- Organização Ofensiva - corredores laterais... 35

Figura 14 - Organização Ofensiva - Médio Interior a cruzar ... 35

Figura 15- Organização Ofensiva - Lateral a cruzar ... 36

Figura 16 - Situações Fixas de Jogo Ofensivas - Canto ... 36

Figura 17- Programação do período pré-competitivo (jogos de treino/preparação) ... 40

Figura 18 - Exercício de MPB ... 74

Figura 19 - Exercício de Finalização: esp. e nº red. de jogadores ... 74

Figura 20 - Exercício por Setores: setor defensivo - princípios defensivos ... 75

Figura 21 - Exercício por Setores: setor intermédio e ofensivo - princípios ofensivos ... 75

(11)

1

Introdução

A exigência sobre o conhecimento em treino desportivo, nomeadamente, o treino do futebolista, aumentou nas últimas décadas. A exigência para o treinador também aumentou, desde a reformulação dos cursos de treinador, por isso, a escolha pela realização de um estágio em detrimento de uma dissertação deveu-se a que, para ter a cédula de treinador de Grau II, tinha de efetuar um estágio de uma época desportiva.

Estando contextualizado com o futebol sénior masculino (distrital) há 5 épocas, o motivo da realização deste estágio, no Clube Desportivo de Estarreja (CDE), deveu-se ao convite do treinador principal, para pertencer à equipa técnica sénior masculina 2016/2017, na função de treinador-adjunto.

Convite aceite com todo o agrado e entusiasmo, pois ao fim de 5 épocas, iria experienciar um campeonato a nível nacional e mais competitivo que, é o Campeonato de Portugal.

Em função do protocolo criado entre a UTAD e Clube Desportivo de Estarreja, definiu-se que, o orientador de estágio seria o professor Dr. Vítor Maçãs e o tutor de estágio, o treinador principal.

O treinador principal e eu (treinador-adjunto), estabelecemos que iria ter como objetivos: - Auxiliar o treinador principal no planeamento e liderança das sessões de treino; - Aplicar os conhecimentos científicos adquiridos sobre o treino desportivo que, aprendi nas aulas;

- Ser responsável pelo “aquecimento” nos jogos oficias;

- Planear e liderar as primeiras sessões de treino após jogos oficiais para os jogadores que não competiram e/ou competiram poucos minutos.

O relatório de estágio está estruturado em cinco capítulos.

Capítulo I – Análise do Contexto de Intervenção: numa primeira fase, há referências sobre a caraterização do clube, desde a sua história, modelo de gestão, organograma, análise SWOT, recursos humanos, materiais e das instalações, enquanto que na segunda fase, há uma caraterização sobre a equipa técnica, constituição do plantel e os objetivos para a época desportiva 2016/2017, assim como a descrição dos quadros competitivos (Campeonato de Portugal e Taça de Portugal);

(12)

2 Capítulo II – Planificação Conceptual e Modelo de Jogo: o treinador para definir o modelo de jogo que pretende idealizar para a sua equipa, tem de ter conhecimento sobre as fases do jogo, assim como os métodos e princípios de jogo. Neste capítulo haverá referências metodológicas sobre essa temática. O capítulo encerra com a descrição do modelo de jogo que o treinador principal definiu para a equipa na época 2016/2017.

Capítulo III - Organização do Processo de Treino: a periodização tem três períodos, o pré-competitivo (antes de iniciar a competição), o pré-competitivo (durante a competição) e transitório (após a competição), contudo, neste capítulo, é dado a conhecer a programação do período pré-competitivo (jogos de treino e de preparação), assim como irá haver referências metodológicas sobre o Modelo de Treino, sobre as Componentes e Condicionantes Estruturais dos Métodos de Treino e sobre a Taxonomia dos Métodos de Treino. Haverá uma descrição sobre microciclo padrão utilizado ao longo da época desportiva.

Capítulo IV – Avaliação e Controlo do Processo de Treino: haverá uma análise quantitativa à Taxinomia dos Métodos de Treino ao longo da época desportiva. Análise será feita na dimensão horizontal (divisão dos exercícios de treino), na dimensão vertical (subdivisões de cada exercício de treino) e na dimensão diagonal (interação entre os exercícios de treino e as suas subdivisões). Estará também a análise quantitativa aos indicadores de treino e de jogo de todo o plantel.

Capítulo V – Conclusões: neste capítulo irá ser feita uma reflexão crítica sobre o percurso do meu estágio e as conclusões sobre a análise aos métodos de treino utilizados ao longo da época.

(13)

3

CAPÍTULO I – ANÁLISE DO CONTEXTO DE INTERVENÇÃO

(14)

4

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO CLUBE

O Clube Desportivo de Estarreja pertence ao distrito de Aveiro. A Cidade de Estarreja é sede de concelho.

O CDE foi fundado a 27 de novembro de 1944. Alexandre Miranda foi o fundador e sócio n.º 1 do clube. Uma figura muito importante para o clube que, tem uma rua em seu nome, na Cidade de Estarreja.

O CDE tem as modalidades de futebol e de natação.

Em relação ao futebol, a maior referência do clube foi Joaquim Guiomar, mais conhecido por (Rola), jogador que se transferiu para o Sporting Clube de Portugal na década de quarenta, e que fez parte da equipa principal do Sporting C.P. nos anos cinquenta.

O CDE alcançou o 1º título Distrital de Aveiro, em 1979/80 e, participou no antigo campeonato Nacional da 2ª Divisão (hoje II liga) durante dez épocas, sendo a mais marcante a de 1986/1987, porque quase subia à 1ª Divisão Nacional (honroso 3º lugar). Na altura a equipa do CDE era treinada pelo antigo jogador internacional do F.C. Porto, Albertino. Além do Joaquim Guiomar, outros atletas se notabilizaram, como Rui Pedro Gonçalves que se transferiu igualmente para o Sporting Clube de Portugal na época de 1982/83, onde foi companheiro de Paulo Futre, Morato e onde se sagrou Campeão.

De salientar, a participação na fase final do campeonato Nacional de Iniciados na época 1976/77 e a subida ao Nacional da 1ª Divisão da equipa de Juniores na época de 1979/1980. Todavia, os jogos que mais perduram na mente de todos os Estarrejenses foram aqueles a contar para a Taça de Portugal, como por exemplo, o confronto entre o CDE e o S.L. Benfica na época de 1983/84 em que, o Benfica se deslocou a Estarreja e venceu por 3 – 0, com os dois últimos golos apontados por Nené nos derradeiros minutos da partida (na altura, o Benfica era treinado por Ericksson). Momento bonito e marcante na história do clube.

Na época de 1986/87, o CDE recebeu e perdeu com o F.C. Porto por 4-1, após estar a vencer por 1-0 até o intervalo, com um golo de Rui Neves, que posteriormente se transferiria para o FC Porto. Pontificavam na equipa do F. C. Porto, jogadores como Futre, Gomes, Madjer, João Pinto Jaime Pacheco e Sousa com o seu treinador Artur Jorge.

Na história mais recente, na época de 2002/03, no dia 24 novembro de 2002, o CDE foi disputar a 4ª eliminatória em Alvalade, contra o Sporting CP, onde perdeu por 4-1 ficando para a história a mobilização de milhares de Estarrejenses que se fizeram deslocar até Lisboa para

Figura 1- Logotipo CDE

(15)

5 apoiar o nosso Clube. O golo do CDE foi apontado pelo Pedro Moita e o treinador era o Luís Castro (atual treinador do Chaves). No Sporting, figuravam nomes como Jardel, Quaresma, Cristiano Ronaldo, João Pinto, Paulo Bento, Pedro Barbosa e o Treinador era o Laszlo Bölöni. Esta época terminou de uma forma brilhante, pois venceu o campeonato da 3ª Divisão Nacional conseguindo a subida à antiga 2ª Divisão B.

Em 2002/03 e 2003/04 conseguiu a manutenção na 2ª Divisão B sendo que, na época 2004/05 desceu de divisão (III Nacional), assim como na época seguinte desceu à distrital de Aveiro. Em 2006/2007, o treinador Sandro Botte assume o comando técnico e, o CDE ao longo de várias épocas foi conquistando troféus para o palmarés do clube.

Tricampeão da Taça de Aveiro, vencendo nos anos de 2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012. Venceu também a Supertaça de Aveiro na temporada de 2011/2012, juntando ainda a conquista do campeonato da 1ª Divisão da Associação de Futebol de Aveiro, subindo à III Divisão Nacional.

Época 2012/13 disputou a III Divisão Nacional, mas foi uma época de transição, ou seja, a III Divisão Nacional extinguiu-se e a II Divisão B começou a denominar-se Campeonato Nacional de Seniores, onde em 2013/14 conseguiu a manutenção. Na época seguinte conseguiu, novamente, a manutenção (o campeonato mudou de designação: Campeonato de Portugal). Na época 2015/16 ficou marcada pela ida à Série dos Primeiros, disputar a subida aos campeonatos profissionais (II Liga), ficando em 4º lugar.

De salientar que, desde 2006/2007 até ao presente, o CDE teve como treinador o Sandro Botte.

1.2. MODELO DE GESTÃO

Nos estatutos do CDE, a direção preside em biénios. A direção esteve no biénio 2015/2017. A secção de futebol tem uma direção e a secção de natação tem outra, independente da direção do futebol.

O modelo de gestão descrito será da direção do futebol.

O CDE teve como presidente de direção Pedro Mendes, onde articulava com os vice-presidentes e diretores para o futebol sénior, assim como o coordenador responsável pela formação, Rui Pinho. O coordenador liderava todo o processo da formação.

(16)

6 Sendo presidida por um presidente de direção, também tinha um presidente para o Conselho Fiscal e um presidente para a Assembleia Geral.

1.2.1. ORGANOGRAMA DO CDE

Neste organograma está explicito os principais cargos da direção do clube e como estes estavam interligados/artículos entre si.

Figura 2- Organograma do Clube Desportivo Estarreja

1.3. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES, RECURSO HUMANOS E MATERIAIS

1.3.1. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

O Clube Desportivo de Estarreja tem o Estádio Dr. Tavares da Silva que, é o estádio principal, de relva natural, onde os seniores treinam e competem. Estádio esse com uma bancada

Pedro Mendes PRESIDENTE Júlio Pinho VICE PRESIDENTE Paulo Gonçalves VICE PRESIDENTE Francisco Amaro VICE-PRESIDENTE Departamento Sénior Jorge Morgado DIRETOR Jorge Liberato DIRETOR Pedro Almeida DIRETOR Hugo Jesus

Pres. Cons. Fiscal

Formação Rui Pinho Coordenador Francisco Oliveira SECRETÁRIO GERAL Nuno Castro Pres. Ass. Geral

Figura 3- Estádio Dr. Tavares da Silva - Bancada Principal

(17)

7 principal coberta e uma bancada do lado oposto, onde

se encontram as instalações, para o departamento sénior.

As instalações contêm 3 balneários: um balneário visitante, um para os visitados e um balneário para os árbitros/treinadores. Ainda com um espaço físico para a rouparia, para o fisioterapeuta e um pequeno espaço de arrumos.

A nível sénior, o clube ofereceu boas condições para

os jogadores, treinadores e funcionários, ou seja, as instalações interiores eram boas para qualquer funcionário do clube e com condições dignas para realizarem as suas tarefas com competência.

Contudo, os jogadores e treinadores foram prejudicados pelo estado do relvado e pela pouca iluminação que o estádio tem.

O clube ainda tem 2 relvados sintéticos para a formação. O relvado sintético principal com dimensões de futebol de 11 (onde estão inseridos 2 campos de futebol de 7) com uma bancada e o outro sintético com dimensões mais pequenas que o campo de futebol de 7 que, servia de auxilio para treinos semanais.

É necessário salientar que o estádio principal e estes

2 relvados sintéticos mencionados ficam todos juntos e partilham a mesma entrada.

As instalações para a formação contêm 2 balneários para os árbitros/treinadores e 4 balneários para as equipas. Ainda tem um espaço físico para o fisioterapeuta, uma sala de reuniões para seccionistas e treinadores e mais um espaço físico enorme onde estavam arrumados os materiais desportivos e a lavandaria que, assiste também o departamento sénior, com as máquinas para secar e lavar os equipamentos de treino e jogos, entre outras peças.

O clube possui ainda um edifício de dois andares, situado paralelamente à bancada principal do Estádio Dr. Tavares da Silva. O rés-do-chão composto pelo bar do clube e o 1º andar composto por um gabinete para o presidente da direção, um gabinete para a secção de

Figura 4- Estádio Dr. Tavares da Silva - Bancada Superior

(18)

8 natação e um gabinete com material para fotocopiar e computador para tratar de vários assuntos relativos ao clube. Primeiro andar ainda continha mais 2 salas: uma com os vários troféus e fotos e a outra sala com várias cadeiras que, garante as assembleias gerais com os sócios, por exemplo.

1.3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

Para o futebol sénior, em cada semana, a direção escalonava um diretor de serviço, ou seja, em cada semana 1 diretor estava presente nas sessões de treino, visto que, o clube não tinha diretor desportivo. Havia 4 diretores para essa função, o Sr. Liberato, Sr. Júlio, Sr. Morgado e Sr. Pedro. Contudo, não havia comunicação entre os diretores e a direção, isto é, muitas vezes o treinador questionava sobre as horas, por causa da convocatória, e não sabiam a que horas era para estar no estádio, em que transporte íamos, etc.

Um dos responsáveis pela marcação dos transportes, dos restaurantes quando íamos almoçar fora era o Nuno Nunes, também responsável pela loja do clube. Deveria haver uma maior e melhor comunicação entre os diretores e ele.

Os funcionários responsáveis pela rouparia/lavandaria eram o Sr. Melo e a D. Guida e os funcionários responsáveis pela manutenção do estádio e relvado eram o Sr. Faria e o Francisco.

1.3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS MATERIAIS

Em relação aos recursos materiais para o departamento sénior, fiz questão de elaborar um inventário:

Tabela 1 - Recursos materiais disponíveis

Coletes Amarelos 20

Coletes vermelhos 16

Coletes Brancos 14

Coletes pretos 8

Coletes “cor de vinho” 8 Sinalizadores amarelos 29 Sinalizadores vermelhos 14 Sinalizadores brancos 16 Sinalizadores azúis 16 Sinalizadores esverdeados 19 Sinalizadores laranjas 22 Sinalizadores verdes 3 Bolas oficiais época 2016/2017 20 Bolas oficiais época 2015/2016 10

Mini balizas 9

Baliza amovível futebol 11 e de 7 1 + 1

(19)

9 Barreiras 9 Arcos 8 Cones 17 Estacas 16 Bastões 20 TRX 2 Placa equilíbrio 1 Mini trampolim 1 Colchões 14 Máquina Musculação 1 Pesos (diferentes KG) 16 Bicicleta estática 1 Bola 5KG 1

Rede para futevólei 1

Como se verifica, a equipa técnica teve recursos materiais para realizar o seu trabalho de forma competente ao longo da época desportiva. Por isso, o clube disponibilizou recursos materiais suficientes para satisfazer as necessidades da equipa técnica, fisioterapeuta e jogadores. Contudo, deveria haver mais material para prevenção de lesões, como por exemplo, placas de equilíbrio.

De salientar, a necessidade de mais uma baliza de futebol de 11 amovível, renovação dos colchões e a aquisição de um aparelho para transportar a baliza (aparelho com rodas).

1.4. ANÁLISE SWOT

“A designação deste método como “Análise SWOT” deve-se, então, à junção destes dois quadros, com as iniciais das palavras enunciadas, em inglês: strenghts (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças)” (Lindon et. al., 2010 citado por Infante, 2015, p. 20). Os da análise SWOT são os seguintes:

1. “«A análise SWOT é uma conclusão das análises interna e externa;

2. A análise SWOT não é um resumo das análises anteriores, mas deve identificar os elementos chave que permitam estabelecer prioridades;

3. A análise SWOT prepara recomendações – no final, deve ser possível ver claramente quais são os riscos a ter em conta e os problemas a resolver»”.

(20)

10

Tabela 2- Análise SWOT

FORÇAS

FRAQUEZAS

Clube tem o mesmo treinador há várias épocas;

Jogadores com maior experiência e mais épocas no clube renovaram;

Clube sem diretor desportivo;

Redes Sociais: péssima comunicação

para o exterior (ex.: página do Facebook mal gerida)

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Jogar num campeonato

semiprofissional (Campeonato de Portugal)

Clubes com maior poder económico

Vários clubes do distrito de Aveiro

no Campeonato de Portugal

1.5. CARATERIZAÇÃO EQUIPA TÉCNICA

A equipa técnica era constituída pelo treinador principal e 3 adjuntos, cada um com a sua função específica, e um fisioterapeuta:

➢ SB

• Função: Treinador Principal

• Tarefas: o treinador principal era o que tinha as maiores responsabilidades, sendo responsável por grande parte do planeamento, marcação de jogos de treino/preparação, por liderar a equipa nos jogos oficiais, responsável pelas palestras e pelo processo de treino. Pedia opinião há equipa técnica, contudo, a última decisão era dele.

➢ PV

• Função: Treinador-Adjunto

• Tarefas: já trabalhava há algumas épocas com o treinador principal. Responsável pelas partes iniciais do treino e responsável pela parte física dos jogadores. Auxiliava também o treinador principal em todo o processo de treino. ➢ Marcelo Pinto

• Função: treinador-adjunto

• Tarefas: auxiliar o treinador principal em todas as tarefas do processo de treino. Responsável pelas sessões de treino após jogos oficiais para os jogadores não utilizados e pelo aquecimento nos jogos oficiais.

➢ MS

(21)

11 • Tarefa: responsável pelo planeamento e processo de treino específico dos guarda-redes, em sincronia com o treinador principal e treinadores-adjuntos. ➢ RI

• Função: Fisioterapeuta

Tarefa: responsável pelo tratamento das lesões dos jogadores, assim, como auxiliar os jogadores antes, durante e após as sessões de treino/competição.

1.6. CARATERIZAÇÃO DO PLANTEL

A definição do plantel foi da responsabilidade do treinador principal, juntamente, com o presidente da direção.

O clube não teve diretor desportivo, por isso, como o treinador e o presidente já trabalhavam juntos há várias épocas, tiveram a tarefa na construção do plantel.

1.6.1. PLANTEL CDE 2016/2017

Tabela 3 - Plantel CDE 2016/2017

POSIÇÃO NOME IDADE CLUBE ANTERIOR OBSERVAÇÕES

Guarda-Redes JP 30 anos C.D. Estarreja

Guarda-Redes MS 32 anos Lusitânia Lourosa Saiu em dezembro

Guarda-Redes ND 23 anos Grijó Saiu em outubro

Lateral Direito HJ 33 anos C.D. Estarreja Saiu em novembro

Lateral Direito CA 29 anos C.D. Estarreja Saiu em dezembro

Lateral Esquerdo JH 21 anos C.D. Estarreja

Lateral Esquerdo VH 28 anos C.D. Estarreja

Defesa Central GM 28 anos C.D. Estarreja Defesa Central CN 31 anos C.D. Estarreja Defesa Central LM 19 anos C.D. Estarreja Defesa Central LA 19 anos C.D. Feirense

Médio Defensivo JP 31 anos Lusitânia Lourosa Saiu em dezembro Médio Defensivo DA 21 anos S.C.S. João Ver Chegou em agosto

Médio Interior TA 29 anos C.D. Estarreja Médio Interior AS 22 anos C.D. Estarreja Médio Interior MS 21 anos C.D. Estarreja

Médio Interior FD 30 anos C.D. Estarreja Saiu em dezembro

Médio Ofensivo TG 21 anos C.D. Estarreja Médio Ofensivo AB 22 anos Lusitânia Lourosa

Avançado JT 25 anos Trofense

Avançado ML 18 anos Rio Ave Saiu em dezembro

Avançado JÁ 19 anos C.D. Feirense

Avançado AO 27 anos C.D. Estarreja

Avançado BO 35 anos Estarreja Entrou em outubro

Médio Defensivo FR 19 anos Sernache Entrou em novembro

Médio Interior DB 22 anos Pedras Salgadas Entrou em novembro

(22)

12 Lateral Direito BB 35 anos Carregosense Entrou em janeiro

Guarda-Redes AF 19 anos Lusitânia Lourosa Entrou em janeiro Médio Defensivo JD 24 anos S.C.S.J. Ver Entrou em janeiro

Plantel inicial foi composto por 23 jogadores. Desses 23 jogadores, 14 atletas renovaram com o clube (incluí 1 jogador ex-júnior da formação) e 9 foram contratações. Das 9 contratações, dois eram primeiro ano de sénior e um ainda era júnior de segundo ano. A média de idades era de 25,2.

Gráfico 1- Plantel Inicial CDE 2016/2017

Como se verifica no gráfico, 61% do plantel era proveniente do plantel da época transata e 39% do plantel foram reforços para época 2016/2017.

Contudo, o plantel foi sofrendo reajustamentos devido a saída de jogadores a meio da época, necessitando o treinador principal de colmatar as lacunas das respetivas saídas.

Após todo o reajustamento do plantel (até janeiro 2017) saíram 7 jogadores e entraram outros tantos jogadores, contudo, antes o plantel era composto por três guarda-redes, passou a ter dois.

A média de idades baixou para 24,3. 61% 39%

PLANTEL INICIAL 2016/17

(23)

13 Das 14 renovações do início da época, três saíram e das nove contratações, quatro também saíram para outros clubes. Por isso, o treinador principal ao longo de alguns meses, foi contratando jogadores (7). Ou seja, o plantel a partir de janeiro de 2017, não sofreu mais alterações.

Como se verifica no gráfico 2, após o reajustamento que o plantel sofreu, os jogadores que ainda continuaram no clube ao qual já pertenciam ao plantel da época anterior, baixou para 48% e os reforços aumentaram para 52%.

1.7. DEFINIÇÃO DOS OBJECTIVOS

O Campeonato de Portugal Prio foi composto por duas fases que, para alguns clubes, tiveram três fases.

O nosso principal objetivo era ir à Fase de Subida à II Liga (garantir os 2 primeiros lugares), garantindo assim, a manutenção no Campeonato de Portugal Prio.

Na prova rainha que, é a Taça de Portugal, estabelecemos o objetivo de chegar à III eliminatória, com o intuito de competirmos com um dos grandes clubes do principal campeonato português.

1.7.1. DURAÇÃO DOS OBJECTIVOS

Curto prazo – Garantir a ida à fase de subida, ficando nos 2 primeiros lugares

Longo prazo – Garantir a manutenção no Campeonato de Portugal Prio, indo à Fase de Subida (manutenção garantida) e/ou indo à Fase de Manutenção.

1.7.2. TIPOS DE OBJECTIVOS

Como se verifica, os tipos de objetivos foram competitivos, estando em causa a classificação da equipa.

1.8. CARACTERIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO

O CDE na época de 2016/2017 competiu em 2 competições, nomeadamente, o Campeonato de Portugal Prio e a Taça de Portugal.

48% 52%

Plantel Final 2016/2017

C.D.Estarreja Reforços Gráfico 2 - Plantel Final CDE 2016/2017

(24)

14

1.8.1. QUADRO COMPETITIVO DO CAMPEONATO DE PORTUGAL

O Campeonato de Portugal Prio foi organizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF). O quadro competitivo foi organizado segundo o Artigo 11.º do Regulamento da Competição, segundo a FPF.

Artigo 11º - Formato da Competição:

1. O Campeonato de Portugal é constituído por duas fases, de acordo com estabelecido nos números seguintes.

2. A Primeira Fase é composta pelos 80 Clubes participantes, os quais são divididos em 8 séries de 10 Clubes. Em cada série, todos os Clubes jogam entre si, duas vezes e por pontos, uma na qualidade de visitante e outra na qualidade de visitado.

3. O agrupamento das séries é elaborado de acordo com a localização geográfica dos Clubes, em conformidade com critério publicitado por Comunicado Oficial da FPF.

4. Os Clubes da Região Autónoma da Madeira são colocados alternadamente nas séries mais a Norte e os Clubes da Região Autónoma dos Açores nas séries mais a Sul, de acordo com a ordem das séries.

5. Se face à limitação prevista para os Clubes das Regiões Autónomas os seus representantes não tiverem acesso direto ao Campeonato, as séries são preenchidas com Clubes representantes das Associações Distritais do continente, com maior número de Clubes a disputarem provas oficiais de Seniores em futebol 11 masculino.

6. Os 2 Clubes melhor classificados em cada série qualificam-se para a Segunda Fase – Séries de Subida.

7. Os 8 Clubes classificados do terceiro ao décimo lugar de cada série qualificam-se para a Segunda Fase – Séries de Manutenção/Descida.

8. Na Segunda Fase – Séries de Subida, os 16 Clubes qualificados são divididos em 2 séries de 8 Clubes cada, aplicando-se o disposto no número 3.

9. Em cada série, todos os Clubes jogam entre si, duas vezes e por pontos, uma na qualidade de visitante e outra na qualidade de visitado, para apuramento do primeiro classificado de cada série.

10. Os 2 Clubes classificados no primeiro lugar de cada série, que sobem automaticamente à II Liga, jogam entre si um jogo final, em campo neutro, para apurar o Campeão de Portugal. 11. Os clubes que, no final da Primeira Fase, fiquem classificados em 7º, 8º, 9º e 10º lugares das Séries A, C, E e G são colocados, na Segunda Fase – Séries de Manutenção e Descida, nas Séries B, D, F e H, respetivamente. 12. Os clubes que, no final da Primeira Fase, fiquem classificados em 7º, 8º, 9º e 10º lugares das Séries B, D, F e H são colocados, na Segunda Fase – Séries de Manutenção e Descida, nas Séries A, C, E e G, respetivamente.

13. Os restantes trinta e dois clubes qualificados mantêm-se nas respetivas Séries de Manutenção e Descida.

(25)

15

14. Os clubes das Séries de Manutenção e Descida iniciam esta fase com 25% dos pontos obtidos na Primeira Fase e jogam entre si duas vezes, por pontos, uma na qualidade de visitante e outra na qualidade de visitado.

15. Os 2 Clubes classificados nos dois últimos lugares de cada uma das 8 séries de Manutenção e Descida descem automaticamente aos Campeonatos Distritais.

16. Os 8 Clubes classificados em sexto lugar em cada uma das séries de Manutenção e Descida jogam uma eliminatória, cujo emparelhamento é determinado através da realização de um sorteio puro, que consiste em dois jogos, por pontos, um na qualidade de visitante e outro na de visitado.

17. Os 4 clubes vencidos nas eliminatórias referidas no número anterior descem aos campeonatos distritais.

18. Os 4 quatro clubes vencedores das eliminatórias referidas no número 16 mantêm-se no Campeonato de Portugal.

19. Os 40 Clubes classificados do primeiro ao quinto lugar nas 8 séries da Segunda Fase das Séries de Manutenção e Descida, bem como os 4 clubes vencedores das eliminatórias referidas no número 18, mantêm-se no Campeonato de Portugal.

Mais tarde, a FPF retificou o ponto 16, ou seja, não houve uma eliminatória, mas duas eliminatórias. Com isto, dos 8 clubes, 2 conseguiram a manutenção no Campeonato de Portugal na época 2017/18.

Seguidamente apresento uma tabela onde se encontram as 10 equipas que participaram na Série C.

Tabela 4 - Equipas participantes no Campeonato de Portugal - Série C

EQUIPAS PARTICIPANTES NO CAMPEONATO DE PORTUGAL – SÉRIE C

Associação Desportiva Sanjoanense

Clube de Desporto e Recreio de Moimenta da Beira

União Desportiva Oliveirense Sport Comércio e Salgueiros

Futebol Clube Cesarense União Desportiva Sousense

(26)

16 Gondomar Sport Clube Clube Desportivo de Estarreja

Sabíamos que, o campeonato iria ter 2 fases, contudo, não sabendo se íamos mais tarde competir na Fase dos Primeiros ou da Manutenção, por isso, mostrei os clubes participantes da primeira fase.

1.8.2. QUADRO COMPETITIVO DA TAÇA DE PORTUGAL

O clube também participou na Taça de Portugal.

O Formato da Taça de Portugal segundo o Artigo 10º:

1. A Taça de Portugal é disputada em sete eliminatórias e uma final, nos termos divulgados por Comunicado Oficial para cada época desportiva.

2. São disputadas a uma mão todas as eliminatórias e a final, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

3. A meia-final é disputada a duas mãos.

4. Os Clubes vencedores em cada eliminatória qualificam-se para participar na eliminatória seguinte, e no caso das meias-finais na final.

5. A Direção da FPF pode isentar clubes de qualquer eliminatória, sempre que o respetivo grupo não seja integrado por participantes em número par apesar do cumprimento do disposto no n.º 5 do artigo 9.º.

6. Um clube não pode ser considerado isento mais que uma vez.

7. O clube considerado isento em determinada eliminatória participa automaticamente na eliminatória seguinte.

8. Na primeira eliminatória participam os clubes do Campeonato Portugal, os vencedores das Taças Distritais, os Clubes segundos classificados de cada Campeonato Distrital superior e, sendo caso disso, os Clubes referidos no n.º 5 do artigo 9.º.

9. Os clubes referidos no número anterior são divididos em oito séries de acordo com a sua localização geográfica, através de critério divulgado pela FPF por Comunicado Oficial. 10. Os Clubes da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores são colocados nas séries mais próximas dos aeroportos do Porto e Lisboa, respetivamente. 11. Na primeira eliminatória é disputado, dentro de cada série, um jogo por cada Clube, no recinto desportivo do Clube sorteado em primeiro lugar.

12. Na segunda eliminatória participam os vencedores da primeira eliminatória e os clubes da II Liga.

13. Na segunda eliminatória podem ainda participar clubes repescados da primeira eliminatória, sempre que tal se mostre necessário para perfazer o número total de 92 clubes.

(27)

17

15. Na terceira eliminatória participam os vencedores da segunda eliminatória e os Clubes da I Liga.

16. Na terceira eliminatória, os Clubes da I Liga jogam todos na qualidade de visitante. 17. As eliminatórias seguintes são disputadas pelos clubes vencedores da eliminatória imediatamente anterior num total de 32, 16, 8 e 4 clubes, respetivamente.

18. Na quarta, quinta e sexta eliminatória, joga na qualidade de visitada a equipa sorteada em primeiro lugar.

19. Na sétima eliminatória o disposto no número anterior é aplicável ao primeiro jogo, disputados e o segundo jogo nas instalações do clube adversário.

20. A final é disputada no estádio definido pela FPF, sendo considerado visitado e visitante o vencedor do primeiro e do segundo jogo da sétima eliminatória, respetivamente.

(28)

18

CAPÍTULO II – PLANIFICAÇÃO CONCEPTUAL E MODELO DE JOGO

(29)

19

2.1. PLANIFICAÇÃO CONCEPTUAL

“A planificação conceptual é definida pelo estabelecimento de um conjunto de linhas gerais e específicas que, procuram direcionar e orientar a trajetória da organização da equipa no futuro próximo, ou seja, como se pretende que a equipa jogue.” (Vieira, 2015, p. 29). Por isso, Castelo (2009, citado por Veira, 2015, p. 29) “traduz os seguintes quatro aspetos fundamentais: (i) potenciar uma forma específica de expressão tática, (ii) facilitar uma forma específica de interpretação do jogo, (iii) elevar os níveis de responsabilidade dos jogadores e, (iv) melhorar a comunicação entre o treinador e os jogadores”.

A planificação conceptual exprime-se no modelo de jogo da equipa, o qual é consubstanciado: (i) a partir da análise organizacional da equipa no presente; (ii) pela conceção de jogo por parte do treinador, no qual se incluem as tendências evolutivas do próprio jogo e, (iii) pela definição das orientações do trabalho da equipa e, as vias para atingir os efeitos pretendidos. (Castelo, 2009 citado por Vieira, 2015, p. 29)

Após esta descrições sobre a planificação conceptual, segue-se fundamentos metodológicos sobre o modelo de jogo e sobre as fases, os métodos e os princípios de jogo. Depois seguirá a descrição do plantel da época 2016/2017. Segui esta lógica, porque o treinador já estava a algumas épocas nos seniores do clube e estava perfeitamente identificado com modelo de jogo que pretendia, por isso, surge primeiro a descrição do modelo de jogo e só depois a descrição plantel.

2.2. MODELO DE JOGO

Um modelo “constitui-se por um conjunto de orientações, regras de ação e princípios, que funcionam como ponto de partida essencial e referencial para a orientação geral da ação da equipa e para a sua organização”. (Castelo, 1996; Garganta, 1996; 2000; 2003; Santos, 2006 citados por Gonçalves, 2009, p. 81).

Para Faria (1999, citado por Ribeiro, 2008, p. 21) “o modelo representa, antes de mais, a conceção de jogo do treinador, ou seja, a forma como quer a sua equipa a jogar”. Contudo, o modelo de jogo adotado pelo treinador “é um ponto de referência e não, um modelo a atingir em absoluto” (Castelo, 2006, p.42). “Assim sendo, e pelo facto do modelo de jogo se encontrar sistematicamente aberto a novos acrescentos, estando por isso em contínua (re)construção

(30)

20 e evolução, o modelo final é sempre inatingível”. (Oliveira, 2003; Castelo 2008 citados por Gonçalves, 2009, p. 84)

“Os princípios de jogo constituem normas orientadoras de ação, através das quais os jogadores dirigem e coordenam a sua atividade (individual e coletiva) ao longo de uma fase de ataque ou de defesa” (Queiroz, 1986; Garganta & Pinto, 1998; Teodorescu, 2003; Castelo, 2004 citados por Gonçalves, 2009, p. 80), “com o objetivo de resolução das situações que o jogo coloca”. (Castelo, 2004 citado por Gonçalves, 2009, p. 80).

O treinador para elaborar o seu modelo de jogo tem que ter conhecimento sobre as fases do jogo, os métodos de jogo e os princípios de jogo no futebol, isto é, “no jogo de futebol coexistem, em relação dialética, duas fases fundamentais perfeitamente distintas: o processo ofensivo e o processo defensivo – que refletem conceitos, objetivos, princípios e comportamentos técnico-táticos diferentes”. (Quina, 2001, p.19)”

“Os métodos de jogo estabelecem a forma de organização geral das ações técnico-táticas individuais e coletivas dos jogadores tanto no ataque como na defesa, dentro do sistema de jogo utilizado pela equipa”. (Quina, 2001, p.37)

“Os princípios de jogo são as condições a respeitar durante o jogo para que os comportamentos técnico-táticos dos jogadores resultem eficazes” (Grehaigne, 1992 citado por Quina, 2001, p. 57) ou, segundo Castelo (1994 citado por Quina, 2001, p. 57), “são as normas básicas que orientam as atitudes e os comportamentos técnico-táticos individuais e coletivos dos jogadores durante o jogo”.

2.3. FASES/MOMENTOS DO JOGO

Para Oliveira (2004 citado por Barbosa, 2009) o jogo de futebol além de apresentar duas fases (ofensiva e defensiva), pode revelar quatro momentos: organização ofensiva, transição ataque/defesa, organização defensiva e transição defesa/ataque.

2.3.1. FASE DEFENSIVA

Na fase defensiva, em que a equipa está sem a posse da bola, por isso, deve adquirir comportamentos com o intuito de conquistar a posse da bola, “para além de impedir a criação de situações de finalização e a marcação de golos”. (Garganta, 2006 citado por Sarmento, 2012, p. 20)

Ao notar que o momento de organização defensiva se carateriza pelos comportamentos que uma equipa assume quando fica sem a posse de bola, tendo por objetivo organizar-se de tal modo que impeça a preparação e criação de situações de

(31)

21 golo por parte da equipa adversária, evitando, desta forma, o golo na sua baliza. (Oliveira, 2004 citado por Sarmento, 2012, p. 20)

“A organização do processo defensivo está intimamente relacionada com a forma como o treinador interpreta a fase defensiva no seu modelo de jogo” (Batista, 2006, p. 20), ou seja, “a organização defensiva varia de treinador para treinador”. (Miranda, 2005 citado por Batista, 2006, p.20)

Castelo (1996, citado por Batista, 2006, p. 20) divide o processo defensivo em três fases: Equilíbrio Defensivo – pode ser concretizado, ainda que durante o processo ofensivo da própria equipa, por medidas preventivas ou imediatamente após a perda da bola pela rápida reação de todos os jogadores. o tempo ganho na ação da pressão poderá ser utilizado para reorganização da defesa;

Recuperação defensiva – inicia-se após a impossibilidade de recuperar imediatamente a posse da bola e dura até à ocupação do dispositivo defensivo previamente preconizado pela equipa, ou seja, do sistema defensivo de entreajudas organizada;

Defesa propriamente dita – ocorre a ocupação, por parte de todos os jogadores, do dispositivo defensivo previamente preconizado pela equipa.

2.3.2. TRANSIÇÃO DEFESA/ATAQUE

Segundo Oliveira (2004 citado por Azevedo, 2009, p. 34) o momento de transição defesa-ataque é quando a equipa adota atitudes e comportamentos durante os segundos imediatos à conquista da posse da bola (mudança de atitude defensiva para ofensiva), “estando as equipas desorganizadas para as novas funções, sendo o objetivo aproveitar a desorganização adversária, arranjando espaço para proveito próprio”.

2.3.3. FASE OFENSIVA

“A equipa encontra-se na fase de ataque quando tem a posse de bola e procura mantê-la, por forma a criar situações de finalização” (Garganta, 2006 citado por Sarmento, 2012, p.20). “O momento de organização ofensiva se carateriza pelos comportamentos que uma equipa assume quando tem a posse de bola, tendo por objetivo a preparação e a criação de situações ofensivas com o intuito final de marcar golo”. (Oliveira, 2004 citado por Sarmento, 2012, p. 20)

(32)

22 “As etapas do processo ofensivo representam as subdivisões – isto é, os períodos por que passam os jogadores de uma equipa desde o momento em que recuperam a bola até ao momento em que a perdem” (Quina, 2001, p. 19). Dietrich (1978 citado por Quina, 2001, p.19), “bem como a generalidade dos autores, considera que o processo ofensivo compreende três etapas fundamentais:

– A construção do processo ofensivo – A criação das situações de finalização – A finalização”

A construção do processo ofensivo é a etapa do ataque mais fácil e frequentemente observável. É, também, a etapa em que se despende mais tempo. No decurso desta etapa, a equipa de posse da bola procura conduzi-la para a zona predominante de finalização através de ações técnico/táticas individuais e coletivas (passes, dribles, combinações táticas, etc). (Quina, 200, p. 20)

A criação das situações de finalização é a etapa do processo ofensivo em que a equipa que ataca procura, na zona predominante de finalização, através de ações técnico-táticas individuais e coletivas, desorganizar a estrutura defensiva da equipa adversária para conseguir criar as condições mais favoráveis à concretização imediata do objetivo do jogo – o golo. (Quina, 2001, p. 21)

A finalização é a etapa que culmina todo o trabalho ofensivo da equipa com vista à obtenção do golo. É objetivada pela ação técnico-tática individual de remate. Ocorre numa zona restrita do terreno de jogo, onde a pressão dos adversários é enorme e o espaço e o tempo de realização muito curtos, por isso, não admira que a precisão, a velocidade de execução elevada, a espontaneidade, a determinação e a criatividade sejam as componentes mais marcantes e evidentes desta fase do ataque. (Quina, 2001, p. 21).

Contudo, Garganta e Pinto (1995 citado por Barbosa, 2009, p. 20), “não é obrigatório que todos os processos ofensivos tenham de passar por todas as fases.”

(33)

23

2.3.4. TRANSIÇÃO ATAQUE/DEFESA

Para Oliveira (2004 citado por Azevedo, 2009, p. 34):

o momento de transição ataque-defesa é caraterizado pelos comportamentos que se devem assumir durante os segundos após a perda da posse da bola (mudança de atitude ofensiva para defensiva, e que coincidem com uma desorganização momentânea de ambas as equipas para as novas funções que têm de assumir, tentando simultaneamente aproveitar as desorganizações adversárias.

2.4. MÉTODOS DE JOGO DEFENSIVO

“Os métodos de jogo defensivo estabelecem a forma de organização geral das ações dos jogadores na defesa tendo em vista assegurar a realização dos objetivos do processo defensivo e que são a defesa da baliza e a recuperação da posse da bola”. (Quina, 2001, p. 46)

O mesmo autor refere que, de acordo com a generalidade dos autores, existem quatro métodos fundamentais de organização do processo defensivo:

– A defesa individual – A defesa zona – A defesa mista

– A defesa zona pressionante

2.4.1. DEFESA INDIVIDUAL

Para Amieiro (2004, p. 41) “parecem existir diferenças muito significativas entre a «defesa à zona» e a «defesa homem-a-homem»”, ou seja, “se na primeira temos como grande «referência-alvo» de «marcação» de espaços considerados valiosos, na segunda temos os adversários diretos”. (Amieiro, 2004, p. 41)

Segundo Quina (2001, p. 51) a defesa individual assenta na aplicação de dois princípios fundamentais:

A “lei” do um contra um (1x1). Cada defesa marca um atacante procurando impedi-lo de receber a bola sejam quais forem as circunstâncias e evidenciando uma maior agressividade à medida que o adversário direto se aproxima da baliza.

(34)

24 O princípio da responsabilidade individual ao mais alto nível. Neste método de defesa não pode haver falhas individuais. A falha de um só defesa pode ocasionar uma situação muito difícil de resolver.

Castelo (1996, citado por Batista, 2006, p. 23) “refere que, a defesa individual reduz a capacidade de iniciativa ao jogador alvo da marcação, induzindo-lhe um desgaste muito intenso (físico, técnico, tático e psicológico), assim como prevalece o 1x1 com elevada responsabilidade individual, onde o sistema defensivo fica comprometido quando um defesa é ultrapassado”.

Pereni & Di Cesare (1998 citado por Amieiro, 2004, p. 33) sumariam a defesa individual da seguinte forma:

i) baseiam-se na marcação homem-a-homem; ii) cada defesa tem total responsabilidade por um adversário em particular, tendo que o ter sob controlo a todo o momento; iii) a posição do defesa depende estritamente da posição do adversário pelo qual é responsável; iv) permite-se, assim, que a equipa adversária conduza o jogo e tenha iniciativa.

2.4.2. DEFESA À ZONA

Segundo Amieiro (2004, p. 32) a defesa à zona baseia-se nos seguintes pressupostos: i)os espaços são a «grande referência» alvo de «marcação»; ii) a grande preocupação é, por isso, «fechar como equipa» os espaços de jogo mais valiosos (os espaços próximos da bola), para assim condicionar a equipa adversária; iii) a posição da bola e, em função desta, a posição dos companheiros são a grande as grandes «referências de posicionamento»; iv) cada jogador, de forma coordenada com os companheiros, deve fechar diferentes espaços, de acordo com a posição da bola; v) existência permanente de um «sistema de coberturas sucessivas», é uma caraterística vital, o qual é conseguido pelo escalonamento das diferentes linhas; vi) é importante pressionar o portador da bola para assim se ver condicionado em termos de tempo e espaço para pensar e executar; vii) é a ocupação cuidada e inteligente dos

(35)

25 espaços mais valiosos que permite por arrastamento «controlar» os adversários sem bola; viii) qualquer «marcação próxima» a um adversário sem bola, é sempre circunstancial e consequência dessa ocupação espacial racional.

Valdano (2002, citado por Amieiro, 2004, p, 43) “sublinha que as equipas ordenadas à zona repartem de forma racional o espaço e o esforço.” Com isto, “ficamos com a ideia, de que a «defesa à zona» se trata de uma forma de organização defensiva mais económica em termos energéticos”. (Amieiro, 2004, p. 43).

2.4.3. DEFESA MISTA

A defesa mista expressa-se pela síntese dos métodos zona e individual. Cada jogador é responsável por uma certa zona do campo marcando individualmente osadversários que nela penetrem, contudo, a sua intervenção não se confina apenas à sua zona. Uma vez iniciada a marcação ao portador da bola, este deve ser acompanhado para onde quer que se desloque, só o deixando quando o atacante se desfizer da bola ou um outro defesa assumir as funções de contenção. (Quina, 2001, p. 53)

2.4.4. DEFESA ZONA PRESSIONANTE

“Relacionado com a criação de superioridade numérica e o constrangimento espaço-temporal está também, para além da defesa à zona, o pressing“ (Amieiro, 2004, p. 47). Aprofundando a sua ideia, o mesmo autor esclarece:

não concordamos quando se diz que a defesa adiantada seja um requisito da zona pressionante, isto é, defender na primeira fase de construção de jogo da equipa adversária, associa-se a zona pressionante. Mas uma equipa que pretenda recuar para o seu meio campo defensivo e começar a pressionar a partir do momento em que a bola aí entra, já não se trata de uma zona pressionante? Nós consideramos que sim. (p. 49)

Segundo Trapattoni (1999 citado por Amieiro, 2004) a pressão é uma ação de grupo na qual todos os jogadores atuam ao mesmo tempo, não importa quão perto ou longe estão da bola. É, por isso, “a melhor expressão da ideia de organização”. Para o autor,

(36)

26 a pressão deve ser aplicada, por um determinado número de jogadores, sobre o portador da bola, juntamente com a ocupação dos espaços próximos.

“À semelhança do que acontece com «a defesa à zona», na «zona pressionante» a grande preocupação é fechar coletivamente os espaços de jogo mais valiosos, contudo, a diferença está na agressividade com que se atacam esses espaços e o portador da bola”. (Amieiro, 2004, p. 52).

Defender à zona e fazer uma zona pressionante acabam por ser situações bem distintas, uma coisa é defender à zona onde, pelo posicionamento em campo e pela adaptação posicional de todos os jogadores em função da posição da bola quando esta está em posse do adversário, tem-se como objetivo encurtar espaços, criar dificuldades e esperar pelo erro. Defender zonalmente, mas de uma forma pressionante, significa, da mesma forma, um bom jogo posicional, mas com uma iniciativa no sentido de intensificar ao máximo as dificuldades do adversário e de tentar recuperar a bola o mais rapidamente possível. (Mourinho, 2003 citado por Batista, 2006, p. 30)

2.5. MÉTODOS DE JOGO OFENSIVO

“De acordo com a generalidade dos autores, existem três métodos fundamentais da organização do ataque: o contra-ataque, o ataque rápido e o ataque posicional”. (Quina, 2001, p. 40)

2.5.1. CONTRA-ATAQUE

“O contra-ataque é um método de jogo caraterizado por uma ação tática, em que a equipa, logo após ter conquistado a posse de bola, procura chegar o mais rapidamente possível à baliza adversária, sem que o oponente tenha tempo para se organizar defensivamente”. (Ramos, 1982; Garganta, 1997 citados por Sarmento, 2012, p. 25)

“Este método é caraterizado por uma grande velocidade de circulação da bola e dos jogadores”. (Teodurescu, 1984 citado por Barbosa, 2009, p. 22).

2.5.2. ATAQUE-RÁPIDO

Para Quina (2001, p. 43), “as características do ataque rápido são sensivelmente as mesmas do contra-ataque. A diferença mais marcante reside no facto do ataque rápido procura criar

(37)

27 as situações de finalização já com a equipa adversária organizada efetivamente no seu método defensivo”.

2.5.3. ATAQUE POSICIONAL

“O método de jogo em ataque posicional carateriza-se por uma fase de construção mais demorada e elaborada, na qual a transição defesa ataque se processa com predominância dos passes curtos, desmarcações de apoio e coberturas ofensivas” (Garganta, 1997 citado por Sarmento, 2012, p. 26). “Isto é, privilegia-se a segurança do jogo, sendo menor a possibilidade de perder a posse de bola”, em relação ao contra-ataque e ataque rápido. (Couto, 2007 citado por Barbosa, 2009 p. 22)

“Neste contexto, além dos métodos ofensivos de base, podemos considerar a existência de métodos de ataque compostos. Os mais frequentes são:

– Contra-ataque passando a ataque posicional. – Ataque rápido passando a ataque posicional.

– Ataque posicional passando a ataque rápido” (Quina, 2001, p. 46)

2.6. PRINCÍPIOS DE JOGO

“Para jogar corretamente, diz Teissie (1970 citado por Quina, 2001, p. 57), é necessário compreender. Para compreender é necessário saber. Para compreender e saber é necessário definir princípios de jogo”.

“Os princípios de jogo são as condições a respeitar durante o jogo para que os comportamentos técnico-táticos dos jogadores resultem eficazes” (Grehaigne, 1992 citado por Quina, 2001, p. 57). Para Castelo (1994 citado por Quina, 2001, p. 57), “são as normas básicas que orientam as atitudes e os comportamentos técnico-táticos individuais e coletivos dos jogadores durante o jogo”.

2.6.1. PRINCÍPIOS DE JOGO DEFENSIVO

Segundo Quina (2001, p. 72) “todos os jogadores em processo defensivo devem orientar as suas atitudes e comportamentos por três princípios fundamentais:

– Princípio da contenção;

– Princípio da cobertura defensiva; – Princípio do equilíbrio defensivo”

(38)

28 O princípio da contenção, a ação de oposição do jogador da defesa ao portador da bola, com um posicionamento entre a bola e a própria baliza, de forma a orientar a progressão do portador da bola, restringindo as possibilidades de passe a outros adversários, assim como impedir a finalização. (Dias, 2009, p. 14).

Com a marcação permanente e agressiva aos sucessivos portadores da bola pretendem-se alcançar quatro objetivos fundamentais:

- Recuperar a posse da bola.

- Impedir o relançamento do processo ofensivo da equipa adversária quer seja através de um ataque rápido, quer seja através do contra-ataque (é importante fazer com que a equipa adversária renuncie ao contra-ataque).

- Ganhar o tempo suficiente para a recuperação e organização do método defensivo utilizado pela equipa.

- Desviar o centro do jogo para espaços de menor perigo para a baliza da equipa que defende e de mais fácil recuperação da bola (corredores laterais). (Quina, 2001, p. 72)

O princípio da cobertura defensiva está relacionado com as ações de apoio de um jogador nas costas e na diagonal ao defesa que está em contenção, ou seja, “a organização do processo defensivo deve prever que quando um defesa entra numa ação de contenção ao possuidor da bola, deve receber imediatamente, por parte dos seus companheiros, ações de cobertura defensiva”. (Quina, 2001, p. 76).

“No princípio do equilíbrio defensivo, os jogadores em processo defensivo, uma vez assegurada a cobertura ao companheiro em contenção, devem vigiar e acompanhar os atacantes em mobilidade, respeitando, assim, o 3º princípio da defesa: o princípio do equilíbrio defensivo” (Quina, 2001, p. 78). E, “equilíbrio defensivo refere-se à organização defensiva da equipa possuindo superioridade numérica ou no mínimo igualdade numérica de jogadores de defesa”. (Dias, 2009, p. 15).

(39)

29 O princípio da concentração pauta-se nas movimentações dos jogadores em direção à zona do campo de maior risco à baliza, com o intuito de aumentar a proteção defensiva, de reduzir espaço disponível de realização das ações ofensivas do adversário no “centro de jogo” e de facilitar a recuperação da posse de bola. (Bangsbo;Peitersen, 2002 citado por Costa, 2010, p. 47)

As diretrizes desse princípio orientam-se na tentativa de direcionar o jogo ofensivo adversário para zonas menos vitais do campo e de minimizar a amplitude ofensiva na sua largura e profundidade, evitando que surjam espaços livres, principalmente, nas costas dos jogadores que realizam a contenção, a cobertura e o equilíbrio defensivo. (Costa, 2010, p. 47).

2.6.2. PRINCÍPIOS DE JOGO OFENSIVO

Para Quina (2001, p. 61) “o objetivo fundamental de uma equipa em processo ofensivo é o de fazer progredir a bola em direção à baliza adversária o mais segura e rapidamente possível para tentar criar situações de finalização e marcar golos”. O mesmo autor refere que, “a concretização deste objetivo implica que os jogadores que estão no centro do jogo ofensivo orientem, sistematicamente, os seus comportamentos técnico-táticos por três princípios fundamentais que são os princípios da:

- Penetração

- Cobertura ofensiva - Mobilidade”

O princípio da penetração caracteriza-se pela evolução do jogo, em situações onde o portador da bola consegue progredir em direção à baliza ou à linha de fundo adversária, em busca de áreas do campo que oferecem maior risco ao adversário e são susceptíveis à continuidade da ação ofensiva, à finalização ou à marcação do gol. (Costa, Silva, Greco & Mesquita, 2009, p. 661).

O princípio da cobertura ofensiva está relacionado com as ações de aproximação dos companheiros de equipe ao portador da bola, de forma que ele tenha opções ofensivas

(40)

30 para dar sequência ao jogo, através do passe ou por uma ação de penetração na defesa adversária. (Costa, Silva, Greco & Mesquita, 2009, p. 661)

No decurso do processo ofensivo, sempre que um jogador recebe a bola deve receber igualmente e de forma imediata, por parte dos seus companheiros mais próximos, ações de apoio (à frente da linha da bola) e de cobertura (atrás da linha da bola), de modo a proporcionar-lhe várias opções de solução da situação momentânea de jogo. (Quina, 2001, p. 65)

“O princípio da mobilidade está relacionado à iniciativa do(s) jogador(es) de ataque, sem a posse da bola, na procura de posições ótimas para receber a bola” (Costa, Silva, Greco & Mesquita, 2009, p. 661). Ou seja, “em todos os momentos e em todos os locais do terreno de jogo, os atacantes devem estar permanentemente ativos de modo a colocarem a cada instante problemas acrescidos à defesa contrária”. (Quina, 2001, p .69)

Costa, Silva, Greco & Mesquita (2009) ainda referem o princípio do espaço:

O princípio do espaço que, se configura a partir da busca incessante dos jogadores, sem a posse da bola, por posicionamentos mais distantes do portador da bola, criando dificuldades defensivas à equipa adversária que diante da ampliação transversal e/ou longitudinal do campo de jogo, deverá optar por marcar um espaço vital de jogo ou o adversário. (Worthington, 1974 citado por Costa, Silva, Greco & Mesquita, 2009, p. 662)

2.7. MODELO DE JOGO ADOTADO - CDE

O treinador adotou o sistema de jogo 1x4x4x2 losango. Contudo, também tínhamos um sistema de jogo alternativo: 1x4x2x3x1. Apesar disso, o sistema de jogo principal foi o seguinte:

2.7.1. PROCESSO DEFENSIVO

A ideia do treinador tinha como objetivo a segurança defensiva, isto é, maior tempo de jogo sem bola e organizados no nosso meio campo defensivo. Com o método de jogo defensivo com a defesa à zona mista.

(41)

31

Figura 6 - Organização Defensiva - Corredor lateral esquerdo

Dependendo do momento de jogo, estando em superioridade ou igualdade numérica nos corredores laterais, os avançados ficam na zona do meio campo, como referência para a transição ofensiva ou ataque posicional. Se houver inferioridade numérica, o avançado desse lado ajuda a criar igualdade numérica.

Se a bola está no corredor esquerdo, toda a equipa deixa o corredor direito, isto é, lateral e médio interior direito ocupam a zona mais central, assim como o avançado desse lado. Médio interior esquerdo faz cobertura defensiva ao avançado e médio ofensivo e/ou faz contenção ao portador da bola, com o médio defensivo e lateral em equilíbrio defensivo.

Imagem

Figura 2- Organograma do Clube Desportivo Estarreja
Figura 4- Estádio Dr. Tavares da Silva -  Bancada Superior
Tabela 1 - Recursos materiais disponíveis
Tabela 4 - Equipas participantes no Campeonato de Portugal - Série C
+7

Referências

Documentos relacionados

Hence, in farms with no RHDV vaccination in place the mortality rates induced by RHDV2 rose to 80%, while in vaccinated animals the rate observed was considerably lower (25%) (Le

utilização Mecanismo de ação Efeitos colaterais Resposta em cavidade oral Ensaios Clínicos Ensaio Clínico Ensaio Clínico Relato de Caso Ensaio clínico Relato de caso e

The challenges of aging societies and the need to create strong and effective bonds of solidarity between generations lead us to develop an intergenerational

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

No entanto, é de salientar que apesar da obtenção de um resultado rápido, imperativo em contexto de urgência (como no caso da efusão pleural), e da necessidade de análise rápida

No Quadro 10, são apresentadas diversas variáveis que potencialmente poderão ‘explicar’ a adopção, por parte das empresas, do modelo de inovação aberta,

A partir do presente estudo foi possível observar consequências negativas indiretas do conflito interparental silencioso, tais como níveis superiores de problemas