1
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Química
LEC - Laboratório de Eletroquímica e Corrosão
PQI 2406 – CORROSÃO E SELEÇÃO DE
MATERIAIS
Ministrado por: Idalina Vieira Aoki
2
Aula 3
Cinética de Processos de Eletrodo Equações de Butler-Volmer e de Tafel
Teoria de potencial misto Curvas de polarização Velocidade de corrosão
3
célula eletroquímica ou galvânica - pilha ou
acumulador tem-se que:
E
i(c.g.) < E
eq(fem)
ddp < fem
FATOS CONCRETOS
célula eletrolítica, a voltagem através dela, para
uma dada densidade de corrente, será maior que a
f.c.e.m. do mesmo sistema.
4
POSSÍVEIS EXPLICAÇÕES:
E
i(c.e.) > E
eq+ E
ohmE
i(c.g.) < E
eq- E
ohmE
i(c.eletrolitica) = E
eq+ E
ohm+ E
polE
i(c.galvânica) = E
eq- E
ohm– E
pol5
Fe+3 Fe+3 e Fe+2 Fe+2 eETAPAS
Reação Eletroquímica
O
x+ zF <=> R
→i
- redução
i
- oxidação
A reação é de 1ª ordem e pode ser escrita como:
→
i
= z. F. k
1.C
ox 6
No Equílibrio:
→ i=
i= z. F. k
1. C
ox= z. F. k
2. C
r= i
oonde i
o= densidade de corrente de troca
Fora do Equílibrio:
i
a=
i
- |
→i
| > 0 i
a> 0
i
c
=
i
- |
→i
| < 0 i
c
< 0
Equação de Arrhenius para velocidade de reação química com barreira
de energia de ativação a ser transposta:
− = RT G k v exp *
7
−
=
−
=
→RT
G
a
k
F
z
i
RT
G
a
k
F
z
i
a R a c ox c*
exp
.
.
.
.
*
exp
.
.
.
.
~ ~8
.
.
.
~F
z
G
q
G
G
=
+
=
+
No Equílibrio: ~ * * ~ * ~ c a e G G G = = ~ e G envolve o potencial químico e o potencial elétrico.
~ G ~ e G o i i i = = →
9
− = − = RT G a k F z RT G a k F z io a R c c ox a ~ * ~ * exp . . . . exp . . . .Se o potencial de equílibrio é alterado (naturalmente ou por imposição
de um potencial externo), havendo fluxo de corrente líquida por ele, o
eletrodo se diz polarizado (sofreu polarização). A medida de polarização em
relação ao potencial de equílibrio é chamado de sobretensão, ou
sobrevoltagem ().
Sendo E
io potencial resultante da polarização e E
e, o potencial de
equílibrio:
= E
i- E
eSe: > 0 → sobretensão anódica – medida da polarização anódica
< 0 → sobretensão catódica – medida da polarização catódica
10
i
a=
i
- |
→i
|, positiva.
i
c
=
i
- |
→i
|, negativa.
11
AC AB = 1 = AC 1 1 . . − = a F z x a F z x =( −1 ). . .)
(
final
inicial
otal
distânciat
ial
estadoinic
stadoativo
distânciae
−
−
=
trica
energiaelé
Variaçãona
vação
ergiadeati
Variaçãoen
=
12
a eq cG
z
F
G
~
*=
~
*+
(
1
−
).
.
.
a c aG
z
F
G
~
*=
~
*−
.
.
Substituindo
~* c G :
a a eq aG
z
F
z
F
G
~
*=
~
*+
(
1
−
).
.
.
−
.
.
a eq aG
z
F
G
~
*=
~
*−
.
.
.
a zF eq aG
G
~ ~~ − = A corrente anódica: − = RT G a k F z i a R a * ~ exp . . . . − − = RT F z G a k F z i eq a R a . . . ~ exp . . . . * − = RT F z RT G a k F z i eq a R a . . . . exp . ~ exp . . . . *
=
RT
F
z
i
i
a o.
.
.
.
exp
.
→ corrente anódica onde − = RT G a k F z i eq R a o * ~ exp . . . .13
A corrente catódica:
= → RT G a k F z i c ox c * ~ exp . . . . + − − = → RT F z G a k F z i eq a ox c ). . . 1 ( ~ exp . . . . * − − − = → RT F z RT G a k F z i eq a ox c ). . . 1 ( exp . ~ exp . . . . *
−
−
=
→RT
F
z
i
i
a o.
.
.
).
1
(
exp
.
→corrente catódica
onde
− = RT G a k F z i eq ox c o * ~ exp . . . .Como
→ − = i iia
teremos a corrente anódica resultante dada por:
−
−
−
=
RT
F
z
RT
F
z
i
i
a a o a.
.
.
).
1
(
exp
.
.
.
.
exp
.
14
Pode-se demonstrar que, seguindo as mesmas passagens anteriores,
considerando que ao sair do equílibrio se facilita a reação catódica, a
corrente catódica resultante será:
→ − = i i ic
−
−
−
−
=
RT
F
z
RT
F
z
i
i
c c o c.
.
.
).
1
(
exp
.
.
.
.
exp
.
Pode-se, assim, generalizar que a corrente resultante num eletrodo,
independente do tipo de reação resultante que esteja ocorrendo é dada por:
Equação geral da cinética de eletrodo – Equação de Butler-Volmer
−
−
−
−
=
RT
F
z
RT
F
z
i
15
Simplificações e Equação de Tafel
o a a o a a a o a i i F z RT i i F z RT RT F z i i log . .. . 303 , 2 ln . . . . . ln ln = = + = F z RT ba . . . 303 , 2
= →Declive de Tafel Anódico
o a a a i i b log = → Equação de Tafel a a a a = a +b log i onde aa = −ba logio
- Para sobretensões, em valores absolutos, superiores a 0,03V ou 30mV.
Para sobretensão anódica a > 30 mV, o segundo termo da expressão geral torna-se desprezível.
Se =1/2 , a expressão para a corrente anódica resultante torna-se:
16
Para sobretensão catódica
c< -30mV, o primeiro termo da equação
geral torna-se desprezível e a expressão para a corrente catódica resultante
torna-se:
i
c
= i
o .
exp [ - (1- ) z. F.
c
RT]
o c c o c c c o ci
i
F
z
RT
i
i
F
z
RT
RT
F
z
i
i
log
.
.).
1
(
.
303
,
2
ln
.
).
1
(
.
.
).
1
(
ln
ln
−
−
=
−
−
=
−
−
+
=
F
z
RT
b
c.
).
1
(
.
303
,
2
−
−
=
→Declive de Tafel catódico
o c c c
i
i
b log
=
→ Equação de Tafel
17
Se o valor de = ½ teremos b
c= b
a(simétricos).
Se b
cfor diferente de b
a, então será diferente de ½.
Para = ½ e uma temperatura de 25ºC teremos:
c a c a
b
b
z
b
z
z
b
=
−
=
=
=
118
,
0
118
,
0
.
5
,
0
059
,
0
18
- Para baixas sobretensões (potenciais próximos ao de equilíbrio),
a expressão geral pode ser simplificada para:
Lembrando que
( )
2
x xe
e
x
sinh
=
−
, por analogia com a a equação de
Butler–Volmer, para baixas sobretensões, pode-se escrever:
RT
zF
RT
zF
2
sinh
para = ½ ;
Logo, i é função linear de (sobretensão), como segue:
RT
zF
i
i
o2
2
=
→
RT
zF
i
i
=
o
)
(
0 x xe
e
i
i
=
−
−19
A função gráfica é a função senohiperbólico:
( )
2
x xe
e
x
sinh
=
−
E para = ½ , quando há simetria:
= RT ZF sinh i i o 2 2
22
Assim, o processo passará a ser independente do potencial e atingir-se-á uma corrente limite dada por:
− = ) 1 ( t a D F z i o L
onde D é o coeficiente de difusão e t, o número de transporte da espécie eletroativa de interesse.
A polarização por concentração é dada por:
− = Lc c C i i zF RT | | 1 ln
Polarização por
concentração
23
Teoria do Potencial Misto
1) Processo Anódico: oxidação do metal ou formação de seus íons passando para a solução, na área de potencial mais anódico (menos nobre).
2) Processo Catódico: recepção de elétrons pelos íons ou moléculas da solução, na área catódica, reduzindo-se; é preciso haver um oxidante no meio agressivo.
3) Deslocamento dos Elétrons e Íons: transferência dos elétrons das regiões anódicas para as catódicas pelo circuito metálico e uma difusão de ânions e cátions, na solução, em sentidos opostos.
Num processo corrosivo, os processos anódico e catódico são equivalentes, ou seja, envolvem a mesma quantidade de carga elétrica.
Mecanismo eletroquímico
(a) Meios não Aerados: neutro ou básico: 2H2O + 2e
→ H2 + 2HO
ácido: 2H+ + 2e- → H2 (redução de íons oxidantes
H+)
(b) Meios Aerados: neutro ou básico: 2H2O + O2 + 4e- →4OH
ácido: 4H+ + O2 + 4e
→ 2H2O
(c) Redução de Íons Metálicos Oxidantes: M+n + 1e- → M+ (n-1)
(d) Deposição de Metal mais Nobre: M+n + n e- → M
Reações
catódicas
24
Dessa forma, o potencial de corrosão ou potencial misto é o potencial no
qual os processos anódicos apresentam velocidade igual à dos processos
catódicos, ou seja, esses processos são equivalentes e o eletrodo está no
estado estacionário e não de equilíbrio, pois há duas reações ocorrendo sobre
o metal, formando uma pilha de corrosão (processo espontâneo)
curto-circuitada
Potencial misto
E(V) Eeq.c Ecorr Eeq.a i0,c i0,a icorr25
-1000 -800 -600 -400 -200 0 -4 -3 -3 -2 -2 -1 -1 0 logi(A/cm2) P o te n c ia l (m V )Figura 13 - Curvas de polarização anódica e catódica para o ferro Armco, em meio de ácido sulfúrico 0,5M.
icorr
26
Figura 14- Arranjo esquemático para levantamento de curvas de polarização. ET – eletrodo de trabalho ; ER – eletrodo de referência ; EC – contra eletrodo.
27
Figura 15. Curva de polarização (b) obtida num potenciostato para um caso de corrosão simples (a).
28
Até o potencial de corrosão, Ecorr, vale a seguinte expressão para:
a) dissolução do metal
b) para a redução da espécie catódica
Após o Ecorr , a expressão deve ser:
Só será verdadeira quando I >>iR
a corr a a corr i i b E E , 0 0 log + = c corr c c corr i i b E E , 0 0 log + = 0 0 , 0 ' 0 ' log log ' a R a a a corr a a corr i i i b E i i b E E = + = + +
29
Como a Velocidade de Corrosão é afetada
2.8.1 Quanto maior a diferença de potencial reversível (equilíbrio) entre reações anódicas e catódicas, maior será icorr.
30
2.8.2 Polarização catódica aumentada, diminui a velocidade de corrosão, icorr
31
2.8.3 Polarização anódica aumenta, diminui a velocidade de corrosão.
32
2.8.5 Efeito da velocidade do meio corrosivo na velocidade de corrosão
- Se o controle é por difusão:
B L C F n D i = . . .
iL cresce com o aumento em:
1) velocidade do meio 2) temperatura
3) concentração da espécie oxidada Controle misto: L c
i
i
nF
RT
i
i
log
3
,
2
log
0
+
−
=
34
2.8.6 Espécie oxidante
a) concentração da espécie oxidante: o aumento na concentração mudará a cinética do processo de redução (io, bc)
Ox Ox o o a a i i ' = ' se = ½ , pois i0 =k.zFaox