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Caso Clínico. 100 Rev Dental Press Estét jul-set;8(3):100-6

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Academic year: 2021

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Caso Clínico

* Doutoranda em Dentística, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. ** Professor Adjunto em Dentística da Universidade Paranaense, Cascavel / PR.

*** Professora Adjunta em Dentística, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Cascavel / PR. **** Cirurgiã-dentista, graduada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Cascavel / PR.

***** Professor Associado, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. ****** Professor Titular, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

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Flavia Pardo salata NAHsAN*, Wagner BAseggiO**, Vera Lucia sCHMiTT***, Carolina schmitt WALkeR****, Rafael Francisco Lia MONDeLLi*****, eduardo Batista FRANCO******

Color selection and natural layering for aesthetic reproduction of anterior teeth

Resumo

Em função da excelência em estética e desgaste mínimo da estrutura dentária, as resinas compostas ocupam uma po-sição de destaque entre os materiais restauradores atuais. As novas resinas compostas associadas ao melhor enten-dimento do comportamento dos tecidos dentários frente à incidência da luz permitem a estratificação natural dos den-tes. A estratificação natural consiste em uma abordagem simples e efetiva para o emprego das resinas compostas nas restaurações, de modo a torná-las miméticas com a apa-rência natural do substrato dentário. Compreender e imple-mentar princípios artísticos e científicos na escolha da cor dos materiais restauradores e a adequada inserção da resina composta, contudo, é imprescindível. Os passos operatórios para obter o sucesso restaurador com esse material serão descritos no relato do caso clínico.

Abstract

Because of the excellence in aesthetics and minimal wear of the tooth structure, composite resins hold a prominent position among the current restorative materials. The new composite resins associated with better understand-ing of the behavior of dental tissues facunderstand-ing the incidence of light allows the natural stratification of teeth. This natural stratification consists of a simple and effective approach to the use of composite resins in restoration in order to make them mimetic with the natural appearance of the tooth substrate. Understanding and to implement-ing scientific and artistic principles in choosimplement-ing the color of restorative materials and the proper insertion of the composite, however, is essential. The operative steps for success with this restorative material will be described in a clinical case report.

Keywords: Esthetics. Color. Composite resins.

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Seleção de cor e estratificação natural para reabilitação estética de dente anterior

INTRODUÇÃO

As resinas compostas exibem, na atualidade, uma variedade expressiva de cores e efeitos, são de fácil inserção e manipulação e permitem o restabelecimen-to de detalhes específicos e individualizados existentes na dentição natural, de forma esteticamente satisfató-ria e praticamente imperceptível à visão humana3,4,9,12. A intervenção minimamente invasiva e a restaura-ção com resinas compostas de inserrestaura-ção direta propor-cionam o restabelecimento da função, forma e estética do dente afetado.

O melhor entendimento das características ine-rentes aos tecidos dentários frente à incidência da luz, associado ao aprimoramento das técnicas restaurado-ras, permite uma abordagem mais artística, possibili-tando que a cor seja manipulada em cada incremento de resina composta, resultando em restaurações vívi-das e com aspectos extremamente naturais6,11.

O presente artigo descreve, através do relato de um caso clínico, conceitos relativos à seleção das cores e das resinas compostas, bem como aspectos técnicos para a reprodução da anatomia do dente anterior, dis-cutindo estratégias clínicas que culminam em restaura-ções imperceptíveis.

RELATO DE CASO E DISCUSSÃO

Paciente do sexo feminino, 18 anos de idade, com-pareceu à clínica de Odontologia da Faculdade de Odontologia de Bauru com dente anterior fraturado (Fig. 1) em função de troca da restauração dos dentes 11 e 21, anteriormente fraturados por uma queda. A troca da restauração e a reabilitação funcional e estéti-ca foram realizadas com resina composta (Fig. 1).

Certamente, reproduzir artificialmente todas as ca-racterísticas intrínsecas ao elemento dentário fratura-do, que lhe conferem o policromatismo, nem sempre é uma tarefa simples. O clínico deve possuir sensibili-dade artística para identificar os detalhes e definir as diferentes dimensões da cor presentes no dente.

Esmalte e dentina estão intimamente relacionados na interação com a luz. O esmalte modula o croma e o valor do matiz dado pela dentina ao dente, em função da sua espessura. Onde a espessura de esmalte é me-nor, como no terço cervical dos dentes, a região apre-senta-se mais escurecida — quando comparado aos terços médio e incisal —, justamente pela cor conferida pela dentina estar menos sujeita à modulação pelo es-malte, sendo mais facilmente percebida. Essa deve ser a região de eleição para a seleção do matiz do dente. Com o aumento da espessura do esmalte em direção ao terço médio, há uma diminuição progressiva da in-tensidade ou do croma da cor. O matiz permanece o mesmo, todavia, a maior espessura de esmalte interfere na sua percepção, conferindo-lhe um aspecto menos saturado. Dessa maneira, o matiz de um dente é dado pela dentina e influenciado pela espessura do esmalte1.

A água desempenha um papel fundamental no resul-tado final da cor. A desidratação do esmalte reduz sua translucidez em 82%, conduzindo o clínico a selecionar uma cor de resina mais clara e opaca do que a cor natural do dente. Como os índices de refração da luz na água (1,33) e no ar (1,0) são diferentes, ao secar o esmalte a água evapora, o ar ocupa o espaço interprismático e a percepção visual é de um dente mais claro e opaco2.

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A seleção das cores deve ser feita em dente limpo e com a umidade natural da cavidade bucal, tendo o dente homólogo hígido como referência. A opção pela seleção de cor no dente homólogo hígido é interessan-te, uma vez que esse se apresenta com o policromatis-mo natural, guiando o profissional na reprodução das cores no dente a ser restaurado.

Matiz, croma e valor são três dimensões que têm sido estudadas em Odontologia8,15. Matiz é o nome fundamental da cor, como o amarelo, verme-lho ou azul. Em Odontologia, os matizes são repre-sentados por letras identificadas nas bisnagas das resinas (A, B, C e D). Croma é o grau de saturação ou a intensidade do matiz, como azul claro, azul escuro, sendo representados na Odontologia por números, em que a ordem numérica apresenta-se em ordem crescente de saturação. O valor, por sua vez, representa a dimensão mais dinâmica dos cor-pos e corresponde à luminosidade da cor, relacio-nando-se com a quantidade de pigmentos brancos ou pretos existentes6,14.

Para realizar a seleção das cores, faz-se a inserção de pequenos incrementos de resina composta dire-tamente na superfície do dente a ser restaurado, os quais são fotoativados, umedecidos na própria saliva

da cavidade bucal e avaliados em relação à similari-dade da cor, traduzindo-se em uma técnica simples e eficaz (Fig. 2). Para isso, deve-se procurar identificar as resinas que melhor reproduzem o dente em todas as suas características, determinando as sutilezas exis-tentes, bem como os detalhes dos diferentes terços do dente, em especial na região incisal13,14.

Estabelecidas quais cores e resinas serão utiliza-das, deve-se registrá-las em um desenho esquemáti-co, denominado mapa policromático do dente. Após o isolamento absoluto do campo operatório, o mapa policromático guiará o profissional no local onde cada tipo, bem como cada cor, de resina deverá ser aplica-do na restauração.

O restabelecimento do esmalte palatino pode ser feito diretamente com o auxílio de guias personaliza-dos de silicona (Fig. 3), que incorporam vantagens ao procedimento restaurador, como: espessura corre-ta do incremento da resina composcorre-ta; transpor, para o elemento dentário a ser restaurado, as dimensões harmônicas cervicoincisal e mesiodistal idealizadas no enceramento; facilidade técnica na mimetização da região incisal; prover suporte para fazer o esmalte palatino perdido; possibilidade da visualização das di-mensões finais do dente (largura e comprimento)1,6,10.

Figura 2 - Seleção de cores, efetuada com o dente limpo e umidade natural da cavidade bucal, procurando identificar as sutilezas e nu-anças de cor existentes em cada região do dente.

Figura 3 - Guia de silicona em posição, demonstrando as dimen-sões finais cervicoincisal e mesiodistal dos dentes.

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Seleção de cor e estratificação natural para reabilitação estética de dente anterior

A reprodução do esmalte deve ser efetuada com uma resina composta que apresente características de translucidez, para atingir características naturais dos tecidos dentários1,10 (Fig. 4). Frequentemente, a cor utilizada para o esmalte é correspondente com a cor da dentina. Entretanto, isso não se constitui em regra, podendo haver variações nesse croma, em função da espessura e características individuais do esmalte. Dentes jovens apresentam-se naturalmen-te com alto valor e requerem resinas que apresen-tem essa característica. Exisapresen-tem no mercado resinas compostas específicas para esmalte e para dentina, e cores para reproduzir efeitos como manchas hipocal-cificadas, halo incisal translúcido e o valor.

Nos dentes naturais, há uma redução progressiva do croma da região cervical para a incisal. A reprodução da dentina deve ser efetuada com uma resina composta que apresente características de opacidade (Fig. 5, 6). Essas diferenças devem ser reproduzidas a fim de se al-cançar o aspecto harmonioso e natural da restauração. Além disso, a inserção correta da espessura de cada camada é imprescindível para o êxito estético restaura-dor, o que confere naturalidade à estratificação.

Na reprodução da dentina artificial situada mais

ex-Figura 4 - Inserção de resina composta translúcida para reproduzir o esmalte palatino artificial.

Figura 5 - Reprodução da dentina artificial, com característica opaca e maior saturação.

ternamente, ou seja, mais próxima à junção ameloden-tinária, o matiz e croma selecionados na região cervical devem ser utilizados8,11 (Fig. 6). Nesse momento, a re-sina deve ser direcionada levemente aquém do ângulo cavossuperficial, de forma a mascarar a linha de união dente/restauração. O emprego de resinas com a pro-priedade óptica de fluorescência é bastante favorável nessa etapa. As substâncias fluorescentes presentes nas resinas absorvem a radiação ultravioleta, invisível para o olho humano, e irradiam luz visível.

A ausência de resina para dentina na região do halo incisal (Fig. 6), ou a aplicação de uma resina com característica opaca e translúcida, pode ser empre-gada para reproduzir essa região.

Para a restituição do esmalte vestibular, a resina composta selecionada deve ser inserida em um único incremento, visando minimizar a ocorrência de linhas de união na face vestibular da restauração (Fig. 7).

O acabamento e o polimento devem ser realizados com discos de lixa abrasivos, pontas de borracha e disco de feltro associado a pasta diamantada. Caso seja necessário, asperização para caracterizar a textu-ra superficial vestibular pode ser realizada com o uso de pontas diamantadas em baixa rotação.

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Figura 6 - Reprodução da dentina localizada mais externamente, com característica opaca e menor saturação, para reproduzir o progressivo decréscimo do croma da região interna para a externa do dente.

Figura 7 - Aplicação de uma fina camada (0,5mm) da resina para esmalte sobre as demais cores, reproduzindo o esmalte vestibular. A estética final é alcançada após a realização de

todos os passos operatórios, com caracterização de todos os detalhes do elemento dentário. A

durabilida-Figura 8 - Resultado estético final, após repolimento (controle clínico de 2 anos).

de clínica da restauração está intimamente relacionada com a higiene bucal, como pode-se observar no con-trole clínico de 2 anos (Fig. 8).

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Seleção de cor e estratifi cação natural para reabilitação estética de dente anterior

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REFERêNCIAS

Flavia Pardo Salata Nahsan Alameda Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 CEP: 17.012-901 – Bauru / SP E-mail: fl avia_odonto@hotmail.com

Endereço para correspondência CONCLUSÃO

A realização de uma técnica padronizada que per-mita a reprodução do esmalte e dentina separadamen-te, associada ao conhecimento das características ópticas da resina empregada, proporciona resultados clínicos estéticos previsíveis.

Enviado em: 15/03/2011 Revisado e aceito: 19/03/2011

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Referências

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