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O Mal e o Sofrimento questionam a existência de Deus?

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Academic year: 2021

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O Mal e o Sofrimento

questionam

a existência de Deus?

Michael Horner

Tr. Sonia Kobe

Por quê um Deus que ama permitiria esse horrível mal e sofrimento causados com os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA? Se Deus realmente existisse

não poderia impedir tais acontecimentos?

Para muitos, a existência do mal e do sofrimento no mundo é a objeção numero um para a existência de Deus. Algumas vezes essa objeção é comunicada numa forma de negação da existência de Deus. Em muitas outras ocasiões, ela é declarada como uma rejeição emocional a um Deus que permitiria o acontecimento desse mal e sofrimento.

Para lidar com a questão acima de uma melhor forma, será importante fazer uma distinção entre o problema intelectual e o problema emocional em relação ao mal. O problema intelectual envolve a busca de como dar uma explicação racional para a questão de Deus e o mal poderem co-existir. O problema emocional envolve a busca de como dissolver a antipatia das pessoas para com um Deus que permitiria um enorme sofrimento.

I. O PROBLEMA INTELECTUAL

Existem duas versões sobre o problema intelectual – o problema lógico e o problema probabilístico.

o problema lógico – De acordo com o problema lógico, é impossível Deus e o mal

co-existirem. Se Deus existe, o mal não pode existir. E se o mal existe, então Deus não pode existir. Desde que de fato o mal exista, segue que Deus não existe. Apenas uma defesa de argumento é precisa nesta questão. Aquele que acredita em Deus, na verdade não quer responder porque Deus permite o mal, mas apenas mostrar que Deus e mal não são incompatíveis. (1)

O problema com este argumento é que não há uma inconsistência entre a existência de Deus e a existência do mal. Não há uma contradição explícita e lógica. Para se conseguir observar uma contradição implícita, alguém precisa de uma suposição ou suposições escondidas que são necessariamente verdadeiras para produzir a contradição, mas até então nenhum filosofo no mundo foi capaz de explorar este ponto com precisão. Possivelmente, o melhor ponto que já foi alcançado neste assunto segue abaixo:

A – “Um Deus que ama totalmente eliminaria todo e qualquer mal e um Deus todo-poderoso seria de fato capaz de eliminar totalmente esse mal.”

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Essa suposição é essencial para o argumento ateísta e deve ser necessariamente verdadeira.

Um Deus que ama totalmente eliminaria todo e qualquer mal? Não necessariamente. Existem ocasiões em que a eliminação de um mal traria um mal ainda maior ou eliminaria um bem o qual seria mais significativo e influente contra o mal. Nestes casos, até mesmo um ser do bem incondicional, não eliminaria o mal em questão. ex. 1 – amputar um joelho necrosado

ex. 2 – esterilizar pessoas para evitar a dor e riscos do parto feminino.

Poderia um Deus todo-poderoso eliminar todo e qualquer mal? Não necessariamente. Por exemplo, até mesmo um Deus todo-poderoso não poderia fazer o ato logicamente impossível de criar um quadrado circular. Portanto, é logicamente impossível fazer alguém propagar o bem por livre vontade. Se Ele faz com que as pessoas façam, elas não são livres. Se estas pessoas são livres, Ele não pode fazer com que elas façam. Portanto, Deus não pode garantir que um mundo que contem pessoas livres, com livre-arbítrio, não cometam o mal.

Segundo, indo mais diretamente ao ponto, simplesmente, não é o caso que um Deus oni potente pode criar todos os mundos que são logicamente possíveis. Em um mundo de agentes (incluindo nós seres-humanos) verdadeiramente livres, o poder de Deus de agir e fazer acontecer, depende em parte, do que um agente livre decidir fazer de fato. Se por exemplo, um agente livre (P) escolhesse fazer X em uma situação especifica, Deus não pode fazer acontecer em um mundo possível, onde, sendo dadas a mesma situação e condição, que P escolha fazer “não X”. Este mundo de “ultimatos” talvez seja teoricamente possível, mas de fato não é possível na prática.

Como o filosofo ateísta Evan Fales admite, “Alvin Plantinga convenceu a maioria de nós, se de fato nós já não estivéssemos convencidos - que a defesa do livre-arbítrio exonera Deus da imputação de um certo tipo de incapacidade. Nem mesmo um ser onipotente pode garantir o melhor de todos os possíveis mundos, pelo fato de que se tal mundo deve conter seres livres, criados por Deus, será em parte a escolha deles traçar os ocorridos. (2)

Deus não poderia criar um mundo

Considere a questão Deus poderia ter realizado um mundo onde Adolf Hitler nunca teria iniciado a Segunda Guerra Mundial. Deus não poderia realizar tal mundo, em que se considerando as mesmas condições, Hitler teria escolhido não começar a guerra. Mesmo que seja um mundo logicamente possível, o poder de Deus é limitado pela escolha do livre-arbítrio de Hitler na verdade. Portanto, Deus não poderia criar um mundo onde Hitler não começaria a guerra, a não ser que Deus não permitisse o livre-arbítrio de Hitler em relação a esta decisão ou não criasse Hitler de forma alguma. Alguns talvez acham que estas duas últimas sugestões eram possíveis e de preferência,

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deveriam ter sido tomadas. Possivelmente, mas isso nos desvia do ponto de objetivo deste exemplo. Eu poderia facilmente ter usado um exemplo mais inócuo, vamos dizer, a questão se Deus pudesse realizar um mundo possível onde Michael Horner come uma maçã às 3:00 da tarde no dia 29 de março de 1994.O que Michael Horner livremente escolheria fazer, determina o que está ao alcance do poder de Deus para realizar. Se Michael fosse escolher comer a maçã, Deus não poderia realizar um mundo em que sendo dada a mesma situação, Michael não comeria a maçã. Pertence a Deus a decisão de dar a Michael o livre-arbítrio ou não, ou a de simplesmente de criá-lo ou não. Mas não está dentro do alcance do poder até mesmo de um Deus onipotente de realizar um mundo possível onde Michael não comesse a maçã.

Sendo assim, não é verdade que um Deus onipotente pode fazer qualquer coisa que queira, como criar qualquer mundo possível que queira. É inteiramente possível que não esteja ao alcance do poder de Deus criar um mundo que contenha o bem moral sem que este mesmo contenha também um mal moral. Quando agentes de moralidade livre estão envolvidos em uma situação especifica, é totalmente possível que um final feliz e bom para esta situação não possa ser alcançado de forma alguma.

Por isso a suposição “A” que era necessária para se gerar uma contradição entre Deus e o mal, a qual um Deus que é totalmente do bem e todo-poderoso poderia e de fato eliminaria todo e qualquer mal não é necessariamente verdadeira. Portanto, não há uma inconsistência entre Deus e o mal. Podem Deus e o mal serem logicamente consistentes?>>1.2.3

Notas:

1. A defesa subseqüente é uma adaptação de a “Defesa do Livre Arbítrio” de Alvin Plantinga, A Natureza da Necessidade ( Oxford: Editora Clarendon, 1974), pp. 164-95.

2. Evan Fales, “Deus Não Deveria Ter Criado Adão?”, Fé e Filosofia, Vol.9, No 2, Abril, 1992.

2- Relativo à competência da evidencia, a existência de Deus não mostrou ser improvável. A existência de Deus talvez seja improvável a respeito do mal, mas é provável que seja a respeito de outra coisa. Ver apenas um centímetro quadrado de uma obra de arte talvez pareça feio aos nossos olhos, mas ver esta no contexto da imagem da pintura como um todo, mudará a nossa perspectiva.

Probabilidades são relativas às bases da informação considerada. Por exemplo, digamos que Bill é um estudante da Universidade de British Columbia no Canadá. Agora suponha que 95% dos estudantes desta universidade pratiquem esqui. Relativamente a esta informação é muito provável que Bill esquie. Mas agora suponha que Bill tenha uma perna amputada e que 95% dos estudantes desta faculdade que possuem qualquer amputação não esquiam. Subitamente, a probabilidade de Bill ser um esquiador diminuiu muito. Similarmente, se tudo que você considera como informação de base é o mal no mundo,

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não é surpreendente que a existência de Deus pareça improvável com relação a isso. Mas a verdadeira questão é se a existência de Deus é improvável em relação a todas evidencias disponíveis. Estou convencido de que quando você considera a evidência total, a existência de Deus é bem provável.

Portanto, para um caso contra a existência de Deus ter sucesso, um argumento probabilístico teria que superar e ter mais peso do que o efeito acumulado de todos os argumentos a favor da existência de Deus.

II. O Problema Emocional

Para a maioria das pessoas o problema do mal não é um problema intelectual, mas sim um problema emocional. Eles querem saber por que Deus permite o mal e o sofrimento, e quando não conseguem uma resposta satisfatória eles ficam irados.Eles não gostam de um Deus que permite o que ele ou os outras pessoas sofram. Isto é total rejeição.

Uma criança que está sofrendo não precisa de uma explicação intelectual mas de um estímulo. Ateísmo não pode substituir confiança. Não vai diminuir o sofrimento nem um pouco; só remove a esperança. No universo ateista, não existe responsabilidade ou justiça. Pessoas más vão se livrar daquilo que cometeram.

Mas no mundo cristão, Deus fez algo em relação ao mal através da pessoa de Jesus Cristo. Ele não ficou no céu e disse “Ok sofram!” Deus nos deu um deposito, um pagamento das boas razoês para permitir o sofrimento,e Ele tem um bem maior guardado. Ele nos mostrou que podemos confiar Nele, aparecendo na forma humana.E que Ele fêz quando esteve aqui? ELE SOFREU!

Jesus aguentou o sofrimento que ultrapassa nossa compreensão. Ele carregou todos os pecados do mundo! Todo o mal que cada um de nós cometeu desde o começo de nossa espécie. Ele pagou o preço. Nenhum de nós pode entender este sofrimento. Embora inocente, Ele voluntariamente tomou sobre sí o castigo que merecemos. E por quê? Porque Ele nos ama. Como se Ele estivesse dizendo “ Eu sei que você não entende porque Eu permito cada mal. Não é possível para compreender agora. Mas, somente para mostrar que voce pode confiar em mim, Eu vou sofrer com você.

Quando compreendemos seu sacrifício por nós,o problema do mal é colocado numa perspectiva diferente. Agora vemos que o verdadeiro problema do mal é a nossa maldade. Cheio de pecado e moralmente culpado perante Deus, a questão que encaramos não é como Deus se justifica a nós mas como nos justificamos perante Ele. E é através do pagamento do nosso pecado feito pela morte de Cristo na cruz, que somos justificados perante Deus. Através Dele recebemos perdão.

E mais, muitos cristãos irão testemunhar que Cristo dá uma força interna para suportar e alegria no meio das dificuldades e sofrimento quando confiamos Nele. E Ele promete que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

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escolhem aceitar e receber seu perdão e ter uma relação pessoal com Ele, ressuscitarão, com um corpo transformado, imortal, não-deteriorável para estar com Ele para sempre. Morte, dor e sofrimento recebem uma derrota crucial. A morte morreu!

Então paradoxalmente, Deus não é banido por causa do problema do mal, ao contrario, Deus é a própria solução.

CONCLUSÃO

Em resumo, o problema intelectual do mal é resolvido nas duas formulações: lógica e probabilística. A existência de um sofrimento maldito não possui uma dês-prova exata da existência de Deus por que não há uma base que é necessariamente verdadeira e que produz uma contradição entre a existência de Deus e a existência do mal.

Além disso, Deus e mal demonstram ser completamente consistentes, pois é possível

pelo menos que Deus tenha uma boa razão para permitir o mal. Também, nós não nos encontramos na posição de para acessar a probabilidade da questão se Deus possui ou não uma razão suficientemente moral para permitir o mal. Relativo à abrangência total da evidencia, a existência de Deus mostrou não ser improvável.

No nível emocional Deus fez algo em relação ao mal compartilhando nosso sofrimento com Jesus Cristo, assim nos mostrando podemos crer que Ele realmente possua uma razão suficientemente moral. Ele providenciou o perdão, instrumentos de ajuda, alegria e principalmente vitória sobre a morte e o mal.

(c) Michael Horner 2002 Www.michaelhorner.com

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