AFINAL, QUEM SÃO OS ANJOS?
A palavra “Anjo” vem do grego “Angelo”, que por sua vez é uma tradução da palavra hebraica “Malakh”, que significa “mensageiro”.
Desde as épocas mais remotas, seja nos relatos folclóri-cos ou nas histórias religiosas, vemos narrativas de que os Anjos são uma raça de seres especiais, dotados de inteligên-cia, diferentes dos seres humanos, muito mais evoluídos, sen-do os mensageiros enviasen-dos por Deus até nós para desempenha-rem o papel de guardiães e de introduzir as Leis do Criador entre os homens.
Segundo algumas fontes bibliográficas, a expressão “Anjo da Guarda” foi praticamente extraída do Salmo 91: “...pois em teu favor Ele ordenou aos seus anjos que te guardem em teus caminhos todos. Eles te levarão em suas mãos, para que teus pés não tropecem numa pedra”.
Se pararmos alguma pessoa na rua e pedirmos para descre-ver fisicamente um Anjo, com certeza nos falarão o seguinte: - “É um ser com asas, com halo ao redor da cabeça, ves-tindo uma túnica branca e com cabelos louros encaracolados.”
Inclusive esta é a visão que as Artes nos passam através dos séculos. Aliás, por que será que encontramos várias pin-turas representando os Anjos com asas? Pois fiquem sabendo que até o ano de 787 D.C. os Anjos eram pouco representados pelas Artes cristãs. Nesse ano, o II Concílio de Nicéia tor-nou legal a representação de imagens de Anjos e de santos. A partir daí, apareceram uma quantidade muito grande de quadros e esculturas explorando este tema. Mas, por ser a primeira vez que os artistas representavam Anjos, eles praticamente não dispunham de modelos. Foram buscar inspiração na Mitolo-gia Grega, onde havia, por exemplo, Mercúrio (ou Hermes), o mensageiro dos deuses, que dispunha de asas.
humanos, criados por Deus para ajudar os homens. Outros, acham que são seres humanos que foram transformados no pós-vida. Há também a visão de nós Espíritas, de que são
pessoas comuns, que através de vidas sucessivas, conquistaram através dos seus próprios méritos, a sua evolução.
Praticamente todas as religiões: o cristianismo, o
hinduísmo, o budismo, o judaísmo, o islamismo apregoam a sua existência. O ponto em comum em todas elas, é que todo homem é assistido desde o nascimento por um Anjo Guardião, que o acompanha desde o nascimento e o proteja por toda a vida.
Vamos dividir este estudo sobre Anjos em duas partes: (1) A visão do mundo e das religiões.
Parte (1): “A visão do mundo e das Religiões”
O angelólogo norte-americano David Connoly, em seu livro “Os Anjos - Nossos Protetores Celestiais”, afirma o seguinte:
“Atribuímos aos Anjos um caráter e algumas qualidades que ex-pressam sua proximidade de Deus. Eles são divinos, são puros, poderosos, belos, sagrados. E, pelo fato de os Anjos literal-mente não serem „deste mundo‟, eles vem à Terra a serviço de Deus com uma perspectiva e com coisas por fazer provavelmente mais universais do que as nossas. (...) Eles são visitantes do céu, que voam com asas espirituais. Os Anjos são pensamen-tos puros de Deus, com asas da Verdade e do Amor, independen-te do que possa ser sua individualidade”.
O teólogo e reformador alemão Martinho Lutero diz que os Anjos agem como “os soldados, os guardiães, os líderes e os protetores do Senhor para preservar as criaturas que Ele criara. Deus governa o mundo por meio de seus Anjos sagra-dos”.
A posição oficial da Igreja Católica sobre os Anjos se encontra em “The New Catholic Encyclopedia” (organizada por William J. McDonald - Ed. McGraw Hill - 1987), que diz:
“A Igreja definiu como dogmas que, por trás do mundo
vi-sível, Deus criou também um reino de espíritos invisíveis, chamados de Anjos, e que Ele os criou antes da criação do mundo. Em conformidade com as Sagradas Escrituras e com toda a tradição cristã, esses Anjos devem ser considerados seres individuais e não meros poderes ou coisas semelhantes, (...), na medida em que são espíritos puros, jamais podem aparecer num corpo real”.
O Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, fala o seguinte sobre a natureza dos Anjos:
“Não podemos descrever a condição dos Anjos de acordo
reconhecemos e compreendemos. Alá nos proibiu isso e disse: “Ninguém conhece os exércitos do teu Senhor a não ser Ele””.
Como podemos ver, há uma crença nos Anjos como seres moralmente perfeitos, superiores à humanidade, refletindo a natureza divina do Criador dominando o pensamento religioso e espiritual.
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Parte (2): A visão do Espiritismo
Para o Espiritismo, os Anjos da Guarda não pertencem a nenhuma classe especial de Espíritos criados pelo Pai Celes-tial. Eles são Entidades Espirituais que através de seus pró-prios esforços e méritos, através de sucessivas reencarna-ções, atravessando todas as fases de desenvolvimento espiri-tual, desde as classes mais inferiores até atingirem a per-feição, aceitam de bom grado a missão de prestar assistência aos menos experientes.
Vejamos a opinião do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, a respeito deste tema:
“Todos temos um bom Espírito que se ligou a nós desde o
nosso nascimento, e nos tomou sob sua proteção. Cumpre junto de nós a missão de um pai junto ao filho: a de conduzir no caminho do bem e do progresso através das provas da vida. Ele é feliz quando correspondemos à sua solicitude; sofre quando nos vê sucumbir.
Seu nome nos importa pouco, porque pode não ter nome conhecido na Terra; nós o evocamos, então, como nosso Anjo Guardião, nosso bom gênio, podemos mesmo invocá-lo sob o nome
de um Espírito superior qualquer, pelo qual sentimos, mais particularmente, simpatia.
Além do nosso Anjo Guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, por serem menos elevados, não são menos bons e benevolentes; são ou parentes ou amigos, ou algumas vezes pessoas que não conhecemos em nossa existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos, e freqüentemente pela sua intervenção nos atos da nossa vi-da”.
Em entrevista exclusiva à Revista Espírita Allan Kardec, o médium e orador-espírita Raul Teixeira fala sobre os Anjos:
(1) É ponto pacífico em todas as religiões, que todo in-divíduo tem um Espírito Protetor ou “Anjo da Guarda” que o acompanha durante a vida. Esse Espírito fica sempre junto do seu protegido ou sua atuação se faz à distância?
Raul: Esse Anjo da Guarda estará sempre junto ao seu
protegido, sem que esse “estar junto” seja entendido física ou geograficamente. Mesmo que se encontre à distância do pro-tegido, o Anjo Guardião estará “perto”, desde que o seu tute-lado se mantenha psiquicamente a ele vincutute-lado. Isso nos per-mite dizer que atuação do Guardião pode fazer-se estando pró-ximo ou distante fisicamente do seu protegido.
(2) A chamada “Voz da Consciência” é a voz desse Espíri-to ProteEspíri-tor?
Raul: A voz da consciência, geralmente se refere à
pre-sença das Leis Divinas em nossa intimidade, agindo na condi-ção do implacável juiz que nos aplaude quando acertamos e que nos admoesta quando erramos. Entretanto, em muitas ocasiões, a inspiração superior dos nossos Guardiões pode-se apresentar como verdadeira voz da consciência, principalmente quando nos vem advertir quanto a situações comprometedoras, ou ainda, quando nos sugere realizações importantes para a nossa jorna-da jorna-da evolução.
(3) Ele tem recursos para evitar ou provocar acidentes ou enfermidades, com objetivo de proteger seu pupilo de um mal maior?
Raul: Quanto mais evoluídos sãos os Espíritos, de mais
recursos dispõem para conduzir os seus tutelados para uma ou outra situação, sempre atentos às necessidades e aos méritos dos seus pupilos, principalmente quando essas necessidades e esses méritos tenham o poder de interferir positivamente no processo evolucional dos indivíduos.
(4) Quais são os recursos que ele adota para desviar se protegido dos vícios, das paixões e demais prejuízos espiri-tuais?
Raul: Pode ele inspirar, mobilizar situações sociais em
torno dos seus tutelados. Pode lançar mão de fluidos diver-sos, de energias variadas, que tenham a possibilidade de agir nas células, nos órgãos, no psiquismo. Entretanto todas essas providências estão sempre associadas à “lei do mérito”.
(5) Esgotados esses recursos ele se afasta deixando o pupilo entregue a sua própria sorte?
Raul: Consciente como é de que não deverá impor ao seu
tutelado aquilo que este não queira, entrega-o ao próprio livre arbítrio, quando então se vinculará às faixas vibra-tórias que deseje, até o momento do arrependimento e do re-torno aos bons climas espirituais.
Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos” - Allan Kardec - Ed. FEESP. “O Céu e o Inferno” - Allan Kardec - Ed. LAKE.
“Evangelho Segundo o Espiritismo” - Allan Kardec - Ed. IDE
“Os Espíritos em nossa vida diária” - Roque Jacintho - Ed. Luz no Lar. “Os Anjos - Nossos protetores celestes” - David Connolly - Ed. Cultrix. “Com a ajuda dos Anjos” - Eileen Elias Freeman - Ed. Cultrix.
“Revista Allan Kardec” - julho/setembro de l994.
Rubens Santini
( rubens.santini@gmail.com )
A cópia é permitida, desde que sejam citadas as fontes bibliográficas.