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VI Colóquio Internacional "Educação e Contemporaneidade" - Eixo 7 - Educação, Cultura e Religião

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CIVILIZAR, MODERNIZAR, LEGITIMAR: A MATEMÁTICA NOS

GRUPOS ESCOLARES EM SERGIPE

 

Adriana Menezes de Santanai

EIXO TEMÁTICO: Educação, Cultura e Religião

RESUMO

Os Grupos Escolares no Brasil foram um modelo educacional modernizador, inspirado no modelo europeu de escolarização. Esses grupos expandiram-se por todo território nacional possibilitando o desenvolvimento urbanístico de várias cidades, inclusive algumas sergipanas, como Lagarto, e consolidou o início da escolarização pública/“democrática”, no Brasil, como também em Sergipe. Tal ponderação ocorreu pautada nas bases teóricas proposta por Chervel (1990), Juliá (2001), Azevedo (2009a, 2009b, 2010). Por meio dos pressupostos metodológicos da fenomenologia, por esta considerar que os fatos relacionam-se com os seres e estes com a evolução social, e da história da educação, por esta permitir a ampliação de pesquisa sobre o espaço escolar, contribuindo para evolução racional do sistema educacional. Palavras-Chave: Escolarização. Grupo Escolar. Memória.

ABSTRACT

The School Groups emerged in Brazil were modernizing educational model, inspired by the European model of schooling. These groups have expanded throughout the country making possible the urban development of cities, including some sergipanas, such as Lagarto, and consolidated the early schooling public/“democratic” in Brazil, but also in Sergipe. This consideration was based on the theoretical basis proposed by Chervel (1990), Juliá (2001), Azevedo (2009a, 2009b, 2010). Through the methodological presuppositions of phenomenology, since it considers the facts relate to the beings and with the social evolution, and history of education, for permitting the expansion of research on the school environment, contributing to the rational development educational system.

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1 INTRODUÇÃO

Os Grupos Escolares eram uma iniciativa planejada em âmbito nacional, visando à promoção da educação aos pontos mais distantes do país. Dessa maneira, eles chegaram a Sergipe. Expandindo-se da capital para as cidades do interior sendo implantados no total quatorze.

Essas instituições ganharam destaque tanto no cenário nacional quanto local, por apresentarem uma metodologia pedagógica inovadora, com a utilização do método intuitivo, baseada no método intuitivo, professores qualificados, recursos didáticos, além de uma estrutura física que permitia o bom andamento das aulas.

Dessa forma, essa pesquisa está sendo alicerçada no método fenomenológico, por mostrar que a relação entre os fatos e o desenvolvimento social, tornam-se assim indissociáveis. Para tanto analisa-se fontes como: artigos, teses, livros, dissertações que tratam da introdução desse modelo educacional em âmbito nacional e local.

Ressalta-se que a investigação tem também um cunho histórico, porque analisar a disciplina matemática nos Grupos Escolares em Sergipe, permite compreender como esse modelo educacional contribuiu para a manutenção de um regime político e fará um resgate do início da democratização do ensino dessa disciplina, que tem um importante papel para a manutenção da cultura escolar.

Examinam-se as finalidades, os conteúdos e os métodos dessa disciplina, pautados em Chervel (1990) e Juliá (2001), desta forma recorre-se a usos de fontes de diferentes naturezas, pois de acordo com Bittencourt (2003), isso ajudar a entender o processo histórico como uma articulação de contextos mais amplos e a refletir sobre a sua constituição.

Assim, ressalta-se que a transição do período Imperial para o Republicano foi marcada intensas mudanças políticas, econômicas e culturais, que contribuíram para alavancar as estruturas das Escolas Públicas tornando-as lugares de memória para a população brasileira. E o ensino de matemática se fez presente nesse momento ímpar da evolução educacional no país, por meio da escolarização das crianças, futuros defensores da pátria que a República foi consolidada nesse território de dimensões continentais.

2 OS GRUPOS ESCOLARES

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Em meados do século XIX a educação secundária no Brasil encaminhava-se para um período de decadência, as escolas perdiam espaço para os cursos preparatórios, a população não estava preocupada com a qualidade do ensino, mas com a sua "eficiência” em colocar seus filhos nas famosas Faculdades de Direito e Medicina. A educação primária estava em estado mais deplorável ainda, as aulas eram ministradas em escolas isoladas, onde os métodos deixavam os alunos desmotivados, cansados, muitos abandonavam a escola por terem que trabalhar ou mesmo pelo alto custo do estudo.

Dessa forma, o Brasil apresentava um alto índice de analfabetos. Consequentemente as províncias imperais demonstravam preocupação com o estado da educação local, mas nada faziam para melhorar a situação, sem recursos financeiros suficientes e profissionais qualificados, pouco se havia para fazer.

Com a movimentação para mudar sistema político do país, percebeu-se que nada seria mais eficiente para consolidar o novo sistema, que educar as crianças oriundas de todas as classes sociais. Assim, tudo seria reestruturado em torno da educação no país, sendo o centro de tal reforma São Paulo.

Em 1889, o Brasil saiu do regime imperial para o republicano. Sabe-se que uma transição como essa não ocorreu rapidamente. Com o alvorecer desse novo sistema político a educação passou a ter um papel de destaque, pois ela seria uma ferramenta eficiente para legitimá-lo e regenerar a nação. Mas como isso seria possível, se no país a escola era para poucos? Como mudar tal cenário?

A luz apareceu em São Paulo, por influência da população americana que habitava tal localidade desde meados do século XIX. A maneira mais eficiente de utilizar a educação seria a torná-la pública e ofertá-la com dignidade a população. Para tanto, seria necessário um espaço devidamente projetado para que isso ocorresse, com métodos novos e professores diplomados.

Esse espaço projetado teria que reunir em um ambiente, princípios educacionais, professores qualificados, e que amassem a pátria, logo seriam “templos do saber”, denominados no Brasil de Grupos Escolares

[...] instituições de ensino primário graduado que deveriam fazer uso de uma nova metodologia de ensino, incorporando exigências da pedagogia moderna tais como: a existência de bibliotecas, oficinas, pátio para o recreio, bem como o uso de novos materiais e mobiliário escolar. Os grupos, projetados para terem uma organização administrativa e pedagógica complexa,

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concebida nos princípios da racionalidade científica e na divisão do trabalho. (AZEVEDO, 2009a, p.20)

O modelo de escola graduada era inovador por sua pedagogia moderna, na qual o professor deixava de ser o transmissor do saber para ser uma espécie de mediador, o aluno aprenderia por sua intuição, teria as lições das coisas para conseguir viver em uma sociedade permeada por direitos e deveres. Esse aluno seria preparado para enfrentar adversidades, por meio do desenvolvimento de habilidades de estudos e competências relacionadas à vivência social.

Dessa forma, estudar a inserção dos grupos escolares no Brasil permite uma reflexão sobre a cultura escolar, proposta por Juliá (2001), como um “conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos” (p.10, grifo do autor).

A implantação dos Grupos ocorreu por todo país, ressaltando-se que houve adaptações regionais a esse modelo educacional, visto que ele deveria atender a população local de forma efetiva, pois caso contrário não estaria executando o princípio republicano de regenerar a nação. Assim, os grupos eram instalados nos Estados, nas principais cidades e traziam consigo o poder da modernização urbanística.

O primeiro Estado a adotar esse modelo educacional foi São Paulo. No final do século XIX, tal localidade era o centro econômico do país, devendo deste modo influenciar nas decisões políticas a serem tomadas. Entretanto não se percebia isso, muitos comerciantes andavam desgostosos com a gestão pela qual passava o país.

Organizaram-se para mudar a realidade. A classe burguesa, que com o passar dos dias ia enriquecendo exigia seu papel na participação social. Porém os problemas de cunho social não acabaram com a mudança ocorrida entre 14 e 15 de novembro de 1889.

Os problemas imperiais continuavam e mudanças se faziam necessárias. A primeira e a mais significativa delas foi, no setor educacional, a implantação de uma escola graduada, cuja denominação recebida foi Grupo Escolar. Essa escola era diferenciada pelos seus métodos, profissionais e projeto arquitetônico que estava ligado a princípios higienistas, como ventilação e iluminação das salas de aula a fim de evitar contaminação por doenças contagiosas frequentes na época.

Logo, esse modelo educacional atraiu olhares de vários Estados da República. Todos queriam ter um grupo escolar, nos moldes paulistas. Outros Estados buscaram implantar esse

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modelo inovador. Para tanto contaram com o auxilio de profissionais oriundos de São Paulo. Pode-se elencar que os grupos foram implantados em todas as regiões do país, ressaltando-se que houve uma adaptação para cada Estado do modelo educacional.

Consequentemente, em Sergipe (1904) ocorreu a difusão desse modelo educacional, que otimizou a urbanização das cidades e melhorou a qualidade da educação. Dessa forma é pertinente analisar a importância dos grupos escolares para o desenvolvimento sociocultural desta unidade da federação.

3 OS GRUPOS ESCOLARES EM SERGIPE

Ao mesmo tempo, que o regime republicano lutava para se consolidar, o mundo passou um momento brusco em sua história, a primeira guerra mundial, que deixou o planeta em alerta. Era necessário e urgente achar um mecanismo eficaz ao propósito de validar o novo sistema político brasileiro, mas também preparar a população para defender-se de outro possível momento de terror. Dessa forma a resposta foi encontrada na educação, pois nada seria mais eficiente que escolarizar os cidadãos. E em Sergipe não foi diferente.

Além disso, existia outro motivo no Estado para uma melhoria educacional. Desde o Império a educação não melhorava, estava inerte, como destaca Nunes (1984). Nos

[...] últimos anos do Império, a vida educacional de Sergipe se manteve estática, tendo perdido o impulso que fora dado no início de 1870, e que se mantivera até os começos de 1880. Refletia, assim, o marasmo que dominava a economia local e os graves problemas econômicos e financeiros surgidos. (p.159)

Surgia, de acordo com Nascimento (2010), um novo sistema educacional, resultante do entusiasmo de lideranças políticas, com o ideal republicano de educar o cidadão para que este adquirisse a capacidade de viver em uma sociedade, onde havia direitos e deveres a cumprir, portanto, por meio da educação os homens livres legitimariam o novo sistema político adotado, além de se preparem para defender a pátria.

Os grupos escolares apareceram em Sergipe num período historicamente conturbado, onde as nações foram tomadas pelo medo e dessa forma planejavam e executavam estratégias para proteger sua terra natal. Não existia nada melhor que “moldar as crianças” para proteger

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o país. É nesse contexto de legitimação e proteção da nação que nasceram essas instituições que ocupam um lugar na memória da sociedade sergipana.

A partir do Decreto número 536 de 12 de agosto de 1911, baixado pelo Presidente José Rodrigues da Costa Dória ficou instituído que o ensino primário em Sergipe ocorreria em Grupos Escolares ou escolas isoladas.

A reforma inaugurou um movimento progressivo de construção de uma nova cultura escolar, iniciando o processo de substituição do modelo escolar baseado nas chamadas escolas isoladas, ao mesmo tempo em que promovia uma “revolução nos costumes” sob o ponto de vista moral. Com base na nova cultura escolar implantada, a instituição de ensino seria o local do saber legítimo e autorizado e responderia, por isso, ao objetivo do Estado republicano recém nascido. (AZEVEDO, 2009a, p.59)

Inicialmente esses grupos começaram a funcionar somente na capital Aracaju, visto que existia uma resolução em vigor, que prescrevia que um grupo seria somente construído quando na zona periférica dele houvesse no mínimo cinco escolas isoladas, logo a capital encaixou-se nesse requisito.

Após a construção dos primeiros grupos em Aracaju, a primeira cidade do interior do Estado a receber um grupo foi Capela, acredita-se que este fato ocorreu porque Rodrigues Dória resolveu presentear sua terra natal com esse modelo educacional. Ressalta-se que outras cidades também receberam novo modelo educacional, tais como: Propriá, São Cristovão, Estância, Simão Dias (antiga Annapolis), Neopolis ( antiga Villa Nova), Boquim e Lagarto.

Destaca-se que a construção dos grupos era constantemente noticiada pela imprensa, além do que todo e qualquer evento relacionado a tal instituição tornava-se algo sobre o qual a mídia debruçava ora para elogiar ora para combater o governo da época. Assim pode-se conjecturar que os grupos escolares em Sergipe são classificados como lugares de memória.

4 O MÉTODO INTUIVO EM SERGIPE

Investigar a disciplina matemática nos grupos escolares em Sergipe, esta permitindo compreender como esse modelo educacional contribuiu para a manutenção de um regime político e resultando em um resgate do início da democratização do ensino dessa disciplina, que tem um importante papel para a manutenção da cultura escolar, pois em

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[...] toda a sua amplitude a noção de disciplina [...] comporta não somente as práticas docentes da aula, mas também as grandes finalidades que presidiram sua constituição e o fenômeno de aculturação da massa que ela determina (CHERVEL, 1990, p.184).

Assim, examinam-se principalmente as finalidades, os conteúdos e os métodos dessa disciplina, porque de acordo com Juliá (2002) uma disciplina pode ser defina tanto por suas finalidades como através de seus conteúdos. Verificaram-se alguns detalhes que podem contribuir para a reconstrução de mais um capítulo da história educacional sergipana. Detalhes esses obtidos por meio da análise de referencias teóricos como Silva (2008), Almeida (2009), Azevedo (2009a), Santos (2009), Chervel (1990) e Alves (2005).

O método inovador de ensino consistia em preparar a população, por meio da leitura, a arte de escrever, modos de calcular, para proteger o seu bem maior. A nação civiliza-se adquirindo noções básicas de higiene, direitos e deveres. Essa missão escolar não atingiu apenas as crianças que deveriam ser “civilizadas”, mas todo o contexto social ao seu redor, para fins elucidativos. As professoras tiveram que se adaptar às novas metodologias de ensino, aprenderam a trabalhar com prazos, em horários previamente organizados, a se prepararem para ministrar aulas eficientes aos ideais republicanos.

Com relação ao método de ensino, destaca-se que ele era baseado no princípio da observação de cada aluno em interação com o ambiente. A aprendizagem seria detectada por meio da manipulação “correta” do aluno em relação ao objeto material ou imaterial. O cotidiano discente era transformado em objeto de ensino. Cabia às professoras organizar estratégias para utilizá-los, como por exemplo, o culto aos heróis, eventos cívicos, festas religiosas e até mesmo o “ritual” do recreio.

Ressalta-se ainda, como inovação ao método de ensino os profissionais que trabalhavam nos grupos escolares. Reportando-se ao Atheneu é possível lembrar que desde o inicio século XX lá funcionava um curso normal, que atraia certo percentual da população feminina local, pois a docência seria uma espécie de extensão das prendas domesticas e um espaço para desenvolver o amor maternal, assim não

[...] se pode, portanto, falar da inauguração e de traços do funcionamento dessas instituições de ensino sem mencionar a presença do seu corpo docente, formado predominantemente por mulheres, professoras e professoras adjuntas. (AZEVEDO, 2009b, p.81)

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Logo, essas profissionais inseriram-se no mercado trabalho por meio dos grupos, demonstrando uma massificação feminina das cadeiras nos grupos. Fato que ocorreu somente em Sergipe. Porque, pode-se identificar que a presença feminina nas salas de aulas representava mais de 90% dos docentes da época.

7 AS MATEMÁTICAS DOS GRUPOS ESCOLARES

Analisando-se os referencias teóricos que citam os programas de ensino vigentes na época identificou-se que existia o ensino de matemática (aritmética e desenho) nos grupos, e que esse ocorria por meio do método intuitivo, e abrangia desde as noções iniciais de números até regra de três simples1.

O método intuitivo foi proposto no Brasil desde a época imperial, quando Rui Barbosa, influenciado por Spencer, objetivava, por meio do ensino, formar culturalmente a classe trabalhadora. Tal método surgiu

[...] na Alemanha no final do século XVIII, pela iniciativa de Basedow, Campe e sobretudo de Pestalozzi, consistia na valorização da intuição como fundamento de todo o conhecimento, isto é a compreensão de que a aquisição dos conhecimentos decorria dos sentidos de da observação. (COSTA, 2010, p.71)

Nesse método as atividades desenvolvidas estimulariam o aluno a aprender e a utilizar a ciência como um conhecimento útil ao desenvolvimento e evolução social, pois esta teria aplicação no trabalho, nas artes, ou seja, em todo o cotidiano. Assim o ensino desse método perdurava por todo o primário.

Destaca-se que o ensino primário era dividido em quatro anos, sendo nos iniciais a apresentação de todos os conteúdos e nos últimos anos apenas faziam-se revisões aprofundadas do que já havia sido ensinado. Percebe-se assim uma centralização dos conteúdos nos anos iniciais, que muitas vezes provocavam a evasão dos alunos das instituições educacionais.

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Acredita-se que essa restrição ocorreria devido à finalidade do ensino, que era preparar a crianças para lidar com as finanças da família e inseri-las no mercado de trabalho.

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Com a relação aos ramos da matemática que havia nos grupos, pode-se dividi-los em grupos: a aritmética e o desenho. Com relação à aritmética sabe-se que seu ensino ocorria por meio de objetos conhecidos dos alunos como “sementes, palitos de fósforos, botões, moedas” (AZEVEDO, 2008, p. 163). Além da utilização de mapas e das Cartas de Parker. Estas cartas eram elementos que permitam “associar a influência deste movimento intuitivo com a marcha do ensino aritmético no Brasil” (COSTA, 2010, p.263)

Evidencia-se que tais conteúdos eram ministrados pelos professores com o auxílio de diretrizes de como deveria ocorrer as aulas passo a passo, alertando para o fato de que todos os alunos aprenderiam ao seu tempo e não cabia ao professor conduzi a uma aprendizagem forçada.

Já o ensino de desenho ocorria inicialmente de forma livre trabalhando intrinsecamente noções da geometria euclidianas, como ponto e reta, e prosseguiria até o trabalho com figuras espaciais, como a utilização de um recurso chamado mapa de figuras geométricas, e o cálculo de medidas.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação de um sistema político trouxe consigo a motivação necessária para se colocar em prática preceitos pedagógicos que já existiam no país. A proposta de Rui Barbosa foi enfim colocada em prática por meio dos Grupos Escolares. Esses grupos mudaram o cenário educacional brasileiro, que com a modernização imposta na sua introdução, método de ensino inspirado em ideias europeias, projeto arquitetônico para ocupar um lugar de destaque na urbanização das cidades, professores capacitados e clientela capaz de defender a pátria.

O método intuitivo inaugurou uma nova proposta de ensino de matemática que atraia o aluno por trabalhar com o seu cotidiano, o professor tornou-se um mediador do saber que tinha por finalidade direcionar as crianças para a construção de um amor a pátria e mobilização social, por meio da internalizarão de hábitos.

Vários Estados do país receberam grupos escolares, entre eles Sergipe. Esta unidade da federação possuiu quatorze grupos escolares, sendo cinco na capital e nove em cidades, do interior do Estado, que possuíam um número superior a seis escolas isoladas, como Lagarto.

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Portanto, esse modelo educacional inovador, denominado no Brasil de Grupos Escolares contribuíram para a difusão da instrução pública planejada, com padrões modernos, que foram absorvidos pela população tornando-se lugares de memória no cenário educacional brasileiro.

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Especialista em Educação Matemática, Faculdade Pio Décimo; Membro do Grupo de Culturas, Identidades e Religiosidades vinculado a Universidade Federal de Sergipe. adrimenezess@hotmail.com.

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