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Palavras-chave: Formação de Professores, Estágio supervisionado, Tecnologia

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Academic year: 2021

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O PAPEL DO PROFESSOR/TUTOR E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Patrícia de Melo Pinto de Almeida Mestranda em Educação: Currículo da PUC/SP Profa. Dra. Neide Aquino Noffs Orientadora da Pesquisa

Resumo

Este estudo considera um momento de reflexão acerca do estágio supervisionado na formação do pedagogo na modalidade EAD. A tecnologia envolve a contextualização do conhecimento que mantém uma relação essencial entre o sujeito que aprende e o componente a ser aprendido, evocando fatos da vida pessoal, social e cultural, principalmente o trabalho e a cidadania, o que sem dúvida influenciará na formação do futuro professor que escolhe a graduação a distância (EAD). O professor/tutor, ao considerar esse cotidiano, evidencia que “a evolução das tecnologias da informação e comunicação (TICs) tem um papel fundamental no processo de globalização, provoca mudanças nos modos de ser e estar no mundo (Aranha, 1998, p.56)”. Esse conhecimento supõe o exercício da liberdade de pensamento e do diálogo, pelo qual o professor compartilha as interpretações do cotidiano dos seus alunos durante o estágio supervisionado desenvolvido. A criação de novas possibilidades advindas da descoberta e geração de novos conhecimentos coloca o professor como responsável pela descentralização de saberes e falas na formação em EAD, e também pela construção de espaços de discussões e da autonomia dos seus alunos. Os professores/tutores, em sua caminhada pedagógica, devem se apropriar dos aspectos epistemológicos, filosóficos, teóricos e metodológicos da tecnologia da educação, e diante disso, estabelecer possíveis relações entre o saber digital e a didática como “compromisso da educação fundada nos valores da qualidade social da vida contemporânea (Casali, 2014). Para descrever como os professores se apropriam dos aspectos metodológicos da tecnologia da educação durante o estágio na formação de novos professores, tornar-se-á necessário identificar no currículo da graduação, os componentes que interferem na formação desse novo professor articulados ao uso das TICs.

Palavras-chave: Formação de Professores, Estágio supervisionado, Tecnologia

A cultura educacional brasileira tem uma história. Somos um país do “Novo Mundo” abarcado num processo de colonização em que o modo de funcionamento (software) é baseado em parâmetros fundamentais de natureza conservadora.

Coerentemente, Casali (2013) defende que, na busca de uma qualidade social da educação “o currículo é compreendido como movimento, em processo permanente de reorientação a partir de uma perspectiva dialógica”.

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Nesta perspectiva, a questão do por que investir na educação, vem de encontro ao comprometimento a que se está vinculado e o estágio segue essa premissa.

Quanto menos criticidade em nós, tanto mais ingenuamente tratamos os problemas e discutimos superficialmente os assuntos. Nesse caso, o trabalho do professor/tutor se contrapõe ao que se espera e ao que se avança dentro da graduação: o da participação.

Participação que se constrói à partir da união, do conhecimento, da reflexão e do diálogo, privilegiando um aporte interdisiciplinar na construção do currículo e um repensar de seus conteúdos.

A rapidez com que as mudanças ocorrem de forma ininterrupta e em ritmo muito maior do que é possível absorver tais transformações, provocam fenômenos inquietantes e cíclicos alterando a crença na cultura passada de que orientar as escolhas dos alunos já não é mais satisfatória

A formação do docente deve ir de encontro ao conhecimento, às ações educativas e à aprendizagem dos alunos, futuros professores.

Demo (2007) sustenta que urge transformar as escolas, ainda que gradativamente, em laboratórios (centros) de aprendizagem digital, o que demanda, para além dos recursos financeiros e materiais – muito significativos –, mudanças drásticas na formação docente (que deve ser permanente) e principalmente na didática escolar.

O processo de formação docente engloba a filosofia e o conhecimento científico, isto é, a especialização do conhecimento em áreas (exatas, humanas e biológicas) ao longo do tempo passou a constituir o aspecto fundamental dos estudos sobre a formação do professor.

Partindo desta reflexão, como a escola que teve o seu projeto de educação para a formação de professores sustentada no conjunto das ciências fragmentadas, pode formar docentes que transformem a prática pedagógica, através dos estágios realizados, equalizando os entraves no cotidiano dos futuros professores?

Segundo Almeida (2011) “o mundo ocidental aponta como novo domínio da ciência os estudos sobre tecnologias da educação, que traz implícitos os conceitos de pluralidade, inter-relação, abertura e intercâmbio crítico entre ideias, concepções e saberes advindos de distintas áreas de conhecimento e das contribuições das tecnologias”i

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É um grande desafio entender que somente bastaria descobrir novas estruturas mentais ou novas metodologias, porém existe ainda a complexidade do professor e a complexidade do aluno e do grupo do qual fazem parte.

Até o final dos anos 80, o estágio tratava os conhecimentos da realidade social de forma fragmentada e desvinculada das experiências significativas do aluno, não dando o real valor aos contextos culturais, políticos, econômicos e pessoais. Persistia a urgência de trabalhar o estágio supervisionado de forma contextualizada, fundamentada no ponto de vista globalizador, buscando operacionalização através do aprendizado e da organização do currículo no qual estava alicerçado.

Para Almeida (2011), o professor/tutor precisa tomar consciência do seu papel no desenvolvimento do estágio dentro do currículo em que está inserido. Há a necessidade de que possa refletir “continuamente sobre questões como: „o que, como, para que, para quem, a favor de quem se organiza o ensino com vistas à reconstrução do saber ensinado‟.ii

Aquele que pratica a dialogicidade promove a descoberta de novas idéias, provoca no aluno uma “forma de resistência (preparo) na luta contínua pela transformação da estrutura escolar e, consequentemente das estruturas políticas, econômicas e sociais.”iii

Para essa transformação, o estágio precisa de engajamento na problemática político-social atual, tornando-se um agente das políticas sociais de modo a imprimir uma finalidade à ciência e eliminar o distanciamento existente entre a teoria e a prática. O professor/tutor é o autor desse processo.

As tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) “introduzem novos modos da comunicação, permitem a expressão do pensamento pelas modalidades como as da escrita e da imagem...”iv

Assim, a complexidade dos mundos físico e social requer que as disciplinas se articulem, superando a fragmentação e o distanciamento, para que se possa conhecê-las mais e melhor. Desse modo, está acontecendo um

Processo de conscientização em que a tecnologia vem auxiliando mudanças das relações entre professores e alunos, encorajando processos de aprendizagem baseados em projetos, dando suporte à aquisição de novas habilidades, como o raciocínio em níveis mais altos de abstração e a

capacidade de análise e solução de problemas.v

O comprometimento do professor/tutor com o seu trabalho, alimentado pelas experiências e vivências rituais de sua arte, anunciam possibilidades para vencer os

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territórios propícios para encontros. O estágio é o comprometimento que se “constrói através de uma reflexibilidade crítica sobre as práticas e de reconstrução permanente de uma identidade pessoal”vi

Buscar inovações, diferentes interpretações, estratégias, novas aplicações durante o estágio dos alunos demanda nova postura do professor/tutor diante do conhecimento, uma mudança de atitude reconhecendo que a tecnologia deverá ser utilizada como instrumento colaborativo de aprendizagem.

A forma de inserção e abordagem das disciplinas no currículo da graduação de pedagogia na modalidade EAD é, em si mesma, indicadora de uma opção pedagógica de propiciar ao aluno a construção de um conhecimento significativo em que ele se revela ao mundo através da linguagem, quer seja ela natural, quer seja artificial, como é o caso da linguagem computacional.

Fazer e elaborar o estágio na graduação a distância, mostrou-se tarefa em que a relação professor-aluno, as tarefas dialógicas e também problematizadoras, acontecem num “esquema teórico que funciona e se impõe de fora para dentro”vii. O mesmo pode-se aventar sobre o currículo no qual espode-se estágio superviosionado está inpode-serido.

Devido a essa imposição, o aluno quando não é reconhecido como sujeito do “fazer”, seu estágio se apresenta de forma unilateral, mecanicista e com problemas técnicos. Portanto, o professor/tutor na posição de colaborador diante dos fatos, compromete-se a discutir todo o percurso e reflexões da prática profissional docente com e para os seus alunos.

Pensando no estágio como uma atividade privilegiada do profissional em formação, Freire contextualiza o respeito pelo conhecimento, cultura e autonomia dos alunos, e a valorização dos saberes dos alunos. O professor/tutor é gestor da busca emancipatória de conhecimentos pelos seus alunos. A solução acontecerá se houver, em afinado consenso, a parceria democrática construída através do diálogo virtual ou presencial. Cultivar essa aprendizagem colaborativa melhora consideravelmente a qualidade da educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Fernando José de. Liderança como prestação de serviço. In: __________; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de (Coords.). Liderança, gestão e tecnologias: para a melhoria da educação no Brasil. São Paulo: [s.n.], 2006.

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ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini e VALENTE José Armando – Tecnologias e Currículo: trajetórias convergentes ou divergentes, São Paulo, Paulus, 2011

ARANHA, Maria Lúcia A. e MARTINS, Maria Helena P. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.

DELORS, Jacques – Educação – Um Tesouro a Descobrir. 2.ed. - São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999.

FREIRE, Paulo – Educação como prática de liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 2005. FREIRE, Paulo – Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

NÓVOA, António (Org). Os Professores e sua formação. Lisboa: Publ. D. Quixote, 1992.

i

ALMEIDA, M.E. – Tecnologias e Currículo: trajetórias convergentes ou divergentes, p.6

ii

FREIRE, P.,1965 apud ALMEIDA, M.E. 2011, p.15

iii ELIAS, M. C e FELDMANN, M. G. – A busca da interdisciplinaridade e competência nas

disciplinas dos cursos de Pedagogia, p.99

iv ALMEIDA, M.E. – Tecnologias e Currículo: trajetórias convergentes ou divergentes, p.22

v ALMEIDA, F.J. e ALMEIDA, M.E.B. de (Coords.). Liderança como prestação de serviço. In:

Liderança, gestão e tecnologias: para a melhoria da educação no Brasil. 2006

vi

NÓVOA, Antonio. Os professores e sua formação.

vii

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