Moedas e
Moedas e
bancos
bancos
Capítulo IV
Capítulo IV
Estudar a moeda é uma atividade
que tem fascinado os homens desde
a Antigüidade. Nossa sociedade é
inconcebível sem a moeda, pois seu
papel informacional e eliminador de
incertezas é um elemento-chave no
mundo atual.
4.1
4.1 Introdução
Introdução
Além disso, a moeda é o principal insumo e produto de bancos e demais instituições financeiras, incluindo o Banco Central.
Assim, a tarefa deste capítulo é apresentar um quadro geral sobre a moeda, destacando sua evolução histórica, suas características, suas funções e definições no Brasil, sua oferta e demanda e seu uso na política monetária.
4.1
4.1 Introdução
Introdução
A moeda acompanha o homem desde os
primórdios da civilização. Sua evolução
pode ser vista através de estágios, sendo
que cada estágio caracteriza-se por ser
mais eficiente que o anterior.
4.2
1º estágio
1º estágio PréPré--economia monetária ou economia monetária ou escambo
escambo
- relações de troca esparsas e esporádicas - a noção de propriedade individual é vaga - à medida que as trocas aumentam, surge a necessidade de uma eficiência maior, que se traduz na criação de unidades de medidas, padronização de contratos e formas de moeda mais evoluídas.
4.2
4.2 Evolução histórica da moeda
Evolução histórica da moeda
2º estágio
Moeda mercadoria
- com o surgimento das primeiras formas
de moeda, as trocas passaram a ser
indiretas
- primeiras formas de moeda surgem como
mercadorias de aceitação geral, como por
exemplo gado, ossos, sal, etc...
4.2
4.2 Evolução histórica da moeda
Evolução histórica da moeda
3º estágio
Moeda simbólica
- moedas feitas com metais preciosos, que
suprem muitas das propriedades que
faltavam às anteriores.
- a moeda cunhada tem a vantagem de ser
aceita sem contestação, e tem circulação
forçada pela lei __ é a moeda de curso
legal.
4.2
4.2 Evolução histórica da moeda
Evolução histórica da moeda
- O surgimento da moeda escritural originou, de certa forma, os sistemas financeiros modernos. - Quando o ouro e a prata passaram a ser utilizados como moeda, era comum que fossem depositados em cofres de ourives. Estes, por sua vez, emitiam um certificado aos
proprietários, atestando a guarda de determinada quantidade de metal precioso. Estes certificados eram transacionados como meio de troca.
4.2
4.2 Evolução histórica da moeda
Evolução histórica da moeda
- Com o tempo, os ourives notaram que
era impossível que todos os depositantes
viessem de uma vez só para retirar todo
o outro depositado. Assim, começaram a
emprestar o ouro que ficava ocioso, por
meio de novos certificados, a uma taxa
de juros suficiente para compensar os
riscos.
4º estágio Moeda escritural
5º estágio
Moeda sofisticada
- A concorrência, a tecnologia e a
globalização impuseram um novo
dinamismo à economia e à moeda.
- Hoje, a maioria das transações
monetárias ocorre eletronicamente, sendo
difícil definir, portanto, moeda.
4.2
4.2 Evolução histórica da moeda
Evolução histórica da moeda
Quase todas as moedas nacionais
são fiduciárias, ou seja, circulam por
força da legislação de cada país.
É aceito como moeda o instrumento
que cumpra três funções:
3.3
3.3 Características da moeda
Características da moeda
meio de troca;
unidade de conta (os ativos das
pessoas, firmas, ou governo são
denominados em moeda, possibilitando
comparações);
reserva de valor ( possibilita que os
consumidores optem pelo consumo
presente ou futuro).
3.3
Papel-moeda emitido
Corresponde à quantidade de
papel-moeda que o BACEN emite e coloca em
circulação. Parte deste papel-moeda
emitido vai para o caixa dos bancos, e a
outra parte constitui o papel-moeda em
circulação.
4.4
4.4 Definições de moeda no Brasil:
Definições de moeda no Brasil:
os agregados monetários
os agregados monetários
Parte do papel moeda em circulação está
em poder dos bancos, constituindo seus
encaixes para fazer frente às ordens de
saque de seus correntistas. O restante está
em poder do público.
4.4
4.4 Definições de moeda no Brasil:
Definições de moeda no Brasil:
os agregados monetários
os agregados monetários
Assim,
PMPP = PMC – PMPB Onde:
PMPP = papel-moeda em poder do público PMC = papel-moeda em circulação
PMPB = papel-moeda em poder dos bancos
4.4
4.4 Definições de moeda no
Definições de moeda no
Brasil: os agregados monetários
Brasil: os agregados monetários
O conceito mais estrito de moeda é a base
monetária, que é igual ao papel-moeda
emitido mais as reservas dos bancos no
Banco Central. A base monetária o passivo
monetário do Banco Central.
4.4
4.4 Definições de moeda no
Definições de moeda no
Brasil: os agregados monetários
Brasil: os agregados monetários
Assim,
BM = PME + reservas dos bancos no BC
Onde:
BM = base monetária
PME = papel-moeda emitido
4.4
4.4 Definições de moeda no
Definições de moeda no
Brasil: os agregados monetários
Brasil: os agregados monetários
Os conceitos menos estritos de moeda são os chamados meios de pagamento, expressos pela letra M e por um número. Assim, M1 é mais restrito que M2, e assim por diante.
Não há uma norma rígida para distingui-los, e em geral suas definições estão associadas à
liquidez, que é a capacidade de os diversos ativos transformarem-se em moeda no seu sentido mais comum: papel-moeda e moeda escritural.
4.4
4.4 Definições de moeda no
Definições de moeda no
Brasil: os agregados monetários
Brasil: os agregados monetários
Assim:
M1 = papel-moeda em poder do público + depósito à
vista nos bancos (agregado de liquidez imediata)
M2 = M1 + depósitos de poupança + títulos privados M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa +
operações compromissadas com títulos federais
M4 = M3 + títulos federais, estaduais e municipais em
poder do público
Portanto, M2 + M3 + M4 = quase-moeda
4.4
4.4 Definições de moeda no
Definições de moeda no
Brasil: os agregados monetários
Brasil: os agregados monetários
A oferta de moeda refere-se ao modo como a moeda é criada. O Banco Central do Brasil tem monopólio na emissão primária de moeda, mas os bancos também participam do processo
Reservas bancáriasPapel-moeda emitido pelo Bacen e depositado em contas dos bancos no Banco Central.
4.5
A relação entre os empréstimos ofertados
pelos bancos e a base monetária chama-se
multiplicador monetário ou multiplicador
da base monetária, e indica quanto da
moeda primária criada pelo Banco Central é
transformada em empréstimos pelo sistema
bancário.
4.5
4.5 Oferta de moeda
Oferta de moeda
3.5.1 Criação ou destruição de moeda
Criação de moeda: aumento do volume de
meios de pagamento.
Ex.:
- aumento dos empréstimos ao setor
privado.
4.5
4.5 Oferta de moeda
Oferta de moeda
Destruição de moeda: diminuição do
volume de meios de pagamento.
Ex.:
- Resgate de um empréstimo no banco;
- Retirada de um depósito à vista pelo
depositante e colocação em um depósito a
prazo.
4.5
4.5 Oferta de moeda
Oferta de moeda
Há operações que não criam nem destroem meios de pagamento. É o que ocorre nos casos onde houve simplesmente uma transferência de depósitos à vista (moeda escritural) para moeda em poder do público (moeda manual).
Ex.:
- saque de um cheque no balcão de um banco.
O objetivo do BACEN é controlar o total de
moeda na economia, sua ação busca
alterar o multiplicador monetário, exigindo
depósitos compulsórios dos bancos
(reservas compulsórias), comprando e
vendendo moeda e fazendo empréstimos
aos bancos.
4.5.2
4.5.2 Instrumentos de política Instrumentos de política monetária
monetária
atividades de compra e venda de
moedas é feita com venda e compra de
títulos e chama-se operações de mercado
aberto (ou operações de open market).
o empréstimo do BACEN aos
bancos comerciais é chamado de
redesconto.
4.5.2
4.5.2 Instrumentos de política Instrumentos de política monetária
monetária
A demanda de moeda refere-se à quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém.
Duas razões para se deter moeda: a) Demanda de moeda para transação: as pessoas precisam de dinheiro para suas transações do dia-a-dia. Além disso, o público e as empresas precisam ter certa reserva
monetária para pagamentos imprevistos
(demanda de moeda por precaução). k(y)
4.6
4.6 Demanda de moeda
Demanda de moeda
b) Demanda de moeda por especulação:
dentro de sua carteira de aplicações, os
investidores deixam uma parte em moeda,
observando o comportamento da
rentabilidade de vários títulos para fazer
algum novo negócio.
l(r)
4.6
Teoria quantitativa da moeda
Expressão que mostra de forma simples a relação entre oferta e demanda de moeda, e que também permite verificar a relação entre o lado monetário e o lado real da economia.
4.7
4.7 A teoria quantitativa da
A teoria quantitativa da
moeda: relação
moeda: relação entre moeda,
entre moeda,
preços e renda nacional
preços e renda nacional
MV = PT Onde:
M = quantidade total de moeda V = velocidade de transações P = nível geral de preços T = total de transações
4.7
4.7 A teoria quantitativa da
A teoria quantitativa da
moeda: relação
moeda: relação entre moeda,
entre moeda,
preços e renda nacional
preços e renda nacional
O lado esquerdo da equação (MV) é explicado a partir do fato de que a quantidade de moeda na economia depende da velocidade com que circula.
O lado direito da equação (PT) mostra que o valor total das transações será igual à quantidade de bens e serviços produzida, vezes o preço dos bens e serviços transacionados no período.
4.7
4.7 A teoria quantitativa da
A teoria quantitativa da
moeda: relação
moeda: relação entre moeda,
entre moeda,
preços e renda nacional
preços e renda nacional
Na versão mais atualizada, o lado direito da
equação é expresso em termos da renda
ou produto nacional, ou seja,
MV = Py
Sendo Py o produto nacional corrente ou
nominal.
4.7
4.7 A teoria quantitativa da
A teoria quantitativa da
moeda: relação
moeda: relação entre moeda,
entre moeda,
preços e renda nacional
preços e renda nacional
obtenção de recursos de terceiros é importante, já que permite transferência ou transformação de determinados riscos.
O setor financeiro realiza as atividades de intermediário financeiro, emprestando recursos, em razão de sua especialização, economias de escala e vantagens regulamentatórias.
4.8
4.8 Intermediários financeiros
Intermediários financeiros
Dessa forma, o setor financeiro é
responsável por intermediar recursos entre
unidades deficitárias e superavitárias e
transformar e repassar alguns riscos
existentes.
4.8
4.8 Intermediários financeiros
Intermediários financeiros
O setor financeiro serve como um canal para a política monetária, pois o BACEN tem o monopólio da emissão de moeda e, por operações e restrições no mercado financeiro, pode alterar seu equilíbrio.
O Banco Central, para exercer sua política, usa três tipos de instrumentos:
4.9
4.9 Política monetária
Política monetária
a reserva compulsória (é a obrigação de os bancos depositarem uma parte dos depósitos do público no BACEN);
o redesconto ( conta da qual os bancos tomam dinheiro emprestado no BACEN);
mercado aberto (compras e vendas de títulos do governo no mercado).