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INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA DIAGNÓSTICO DE FALHAS EM MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

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INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA DIAGNÓSTICO DE

FALHAS EM MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS

Jorge Nei Brito

FUNREI - Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG - 36307-352 - brito@funrei.br

Paulo Cézar Monteiro Lamim Filho

UNICAMP - Caixa Postal 6051 - Campinas - SP - 13083-970 - lamim@fem.unicamp.br

Lane Maria Rabelo Baccarini

FUNREI - Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG - 36307-352 - rabelo@funrei.br

Pedro Alcântara S. Alvares

Vitek Consultoria Ltda. - Belo Horizonte - MG - pedro@vitek.com.br

Resumo. Neste trabalho apresenta-se a implantação do Programa de Manutenção Preditiva na

Planta Motor Fire, da FIAT Automóveis, Betim, Minas Gerais. Fez-se o levantamento das linhas bases (bases lines) dos motores de indução trifásicos através da integração de seis tecnologias preditivas: análise de vibração, análise de corrente, análise de fluxo magnético, análise de corrente/tensão parasita, termografia infravermelha e termometria. Através do acompanhamento dessas linhas bases é possível minimizar os custos de manutenção eletromecânica e maximizar a disponibilidade dos equipamentos assistidos, evitando-se falhas prematuras.

Palavras-chave: Motores Elétricos, Falhas Incipientes, Manutenção Preditiva, Motor Fire. 1. INTRODUÇÃO

A aplicação dos motores elétricos nas plantas industriais tem crescido consideravelmente. Fazer com que o seu uso seja o mais eficiente possível é uma tarefa difícil. Porém, alcançando este objetivo, os resultados são extremamente significativos.

A detecção de falhas em motores elétricos têm chamado a atenção da indústria nos últimos anos. Predizer suas falhas pode significar um aumento da segurança, confiabilidade e resultados econômicos surpreendentes. É necessário conhecer e maximizar suas funções operacionais e entender e minimizar os efeitos dinâmicos e eletromagnéticos que comprometem a vida útil dos motores elétricos. Isto permitirá incluí-los num Programa de Manutenção Preditiva baseado em Confiabilidade.

Cameron et al. (1986) desenvolveram no Robert Gordon Institute of Tecnology, Inglaterra, pesquisas que resultaram em expressões para as freqüências das vibrações de origem elétrica no estator de um motor de indução trifásico.

Bowers e Davis (1996) desenvolveram no Coputational Systems Incorporated, E.U.A, pesquisas que mostravam o benefício de se incluir as tecnologias de medição de temperatura, análise de fluxo e análise de corrente/tensão parasita na monitoração de motores elétricos de indução.

Bowers e Davis (1996) desenvolveram, no Coputational Systems Incorporated, E.U.A, o estudo da integração das tecnologias de temperatura e fluxo magnético para detectar e prevenir as falhas de origem mecânica e elétrica em motores de indução trifásicos.

II CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA

II NATIONAL CONGRESS OF MECHANICAL ENGINEERING

(2)

Murry e Mitchell (1994) apresentaram o programa SPR - Strategic Petroleum Reserve, que utiliza as técnicas de análise de vibração, termografia e análise de óleo, objetivando a implantação da manutenção preditiva em bombas e motores elétricos.

Langhorst et al. (1997) realizaram pesquisas onde mostram a influência dos inversores de freqüência e conversores no surgimento de correntes parasitas que circulam pelos mancais dos motores elétricos.

Kowal (1999) desenvolveu no Coputational Systems Incorporated, E.U.A, pesquisas onde demonstra os principais efeitos causados por correntes parasitas nos mancais.

Brito (1996) e Brito et al. (1999) pesquisaram as vibrações de origem magnética e mecânica, e sua detecção através da análise de vibração e análise de corrente.

Veratti (1992) editou um CD-ROM sobre os princípios, aplicações e qualidade da termografia. Verdini e Veratti (2000) apresentaram um trabalho sobre a aplicação da termografia na produção de petróleo.

Neste trabalho, apresenta-se a implantação do Programa de Manutenção Preditiva na Planta Motor Fire da FIAT Automóveis, Betim, Minas Gerais. Fez-se um levantamento das linhas bases (bases lines) dos motores de indução trifásicos através da integração de seis tecnologias preditivas: análise de vibração, análise de corrente, análise de fluxo magnético, análise de corrente/tensão parasita, termografia infravermelha e termometria.

Através do acompanhamento dessas bases lines é possível minimizar os custos de manutenção eletromecânica e maximizar a disponibilidade dos equipamentos assistidos, evitando-se falhas prematuras.

O maquinário existente na Planta Motor Fire corresponde um universo de, aproximadamente, cinqüenta motores de indução trifásico, subdivididos em oito unidades. Neste trabalho apresenta-se o Programa de Manutenção Preditiva dos motores elétricos da Área Piloto, Unidade 7514, num total de 19 motores elétricos, subdivididos em 5 grupos, conforme mostrado na Fig. (1). Na Tab. (1) tem-se os dados de placas destes motores.

Figura 1. Distribuição dos motores elétricos da Unidade 7514 Tabela 1. Dados de placa dos motores elétricos

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo VI Grupo V

Fabricante

SIEMENS ABB Motors SIEMENS SIEMENS CANTONI

Rotação 1780 rpm 1780 rpm 1784 rpm 1775 rpm 1770 rpm 1750 rpm

Potência 140 CV 235 CV 272 CV 85 CV 58 CV 40 CV

Corrente 160 A 260 A 314 A 97 A 65 A 48 A

Classe de

Isolação F F F F F F

(3)

2. VISÃO GLOBAL DAS TÉCNICAS PREDITIVAS

A instrumentação básica corresponde:

! micro computador portátil com os softwares necessários à realização dos trabalhos;

! software de gerenciamento de dados CSI Motor View e CSI InfrAnalysis;

! coletor de dados/analisador de sinais dinâmicos CSI 2120 de um canal, memória ilimitada

(cartões), 6400 linhas de resolução, zoom (800 linhas), freqüência máxima de 40 kHz, capacidade dinâmica maior que 90 dB, analógico/digital.

2.1. Análise de Vibração

Os espectro de vibração dos motores elétricos foram coletados através do acelerômetro, modelo 361B. A análise de vibração geralmente é aplicada para diagnosticar falhas de origens mecânicas (folga mecânica, desbalanceamento, desalinhamento; etc.). Os espectros são coletados, preferencialmente, nos dois lados do motor (LAA - lado do acoplamento e LOA - lado oposto ao acoplamento) e nas três direções (V - vertical, H - horizontal e A - axial), num total de seis medições para cada coleta. Neste caso específico, os sinais foram coletados em um único ponto (posição vertical, lado oposto ao acoplamento), com o objetivo de verificar a presença de amplitudes em

duas vezes a freqüência de linha (2 x fl = 120 Hz). Esta freqüência é características de falhas de

origem elétrica.

Na Fig. (2), tem-se os espectros de vibração dos motores elétricos da bomba de alta pressão, pertencentes ao Grupo II . Na Tab. (2) tem-se as suas freqüências e amplitudes.

Figura 2. Espectros de vibração dos motores elétricos da bomba de alta pressão, Grupo II Tabela. 2 Quadro das freqüências e amplitudes para o Grupo II- análise de vibração.

Motor bomba de alta pressão Freqüência

2 x fl [Hz] Amplitude [mm/s] CAF 981501137 119,98 0,075 CAF 981501144 120,03 0,03 2.2. Análise de Corrente

Os espectros de corrente dos motores elétricos foram coletados através de um alicate amperímetro, modelo CSI 341B. A analise é feita nas bandas laterais espaçadas de duas vezes a

freqüência de escorregamento (2 x fs) em torno da freqüência de linha (fl). O objetivo dessa

(4)

medição é detectar barras quebradas ou trincadas e desequilíbrio das fases de alimentação. Estes espectros são utilizados como linha base para a análise de fluxo magnético.

Na análise de corrente o alicate amperímetro é conectado a cabos energizados, sendo necessário um eletricista para fazer as medições. Essa técnica informa somente a condição do rotor, correspondendo a 10% de todo universo de falhas nos motores elétricos.

Na Tab. (3) tem-se a severidade e recomendações para a análise de corrente, baseado na Liberty Technologies Inc., Filho (2000).

Tabela 3. Severidade e recomendações para análise de corrente, Filho (2000)

em dB

fl - 2 x fs

Avaliação da condição Ação recomendada.

> 50 dB excelente nenhuma

44 a 50 dB boa nenhuma

39 a 44 dB moderada continuar inspeção e analisar somente a

tendência

35 a 39 dB desenvolvendo trinca na barra do

rotor ou juntas com alta resistência

reduzir intervalo de inspeção e observar curva de tendência

30 a 35 dB

provavelmente duas barras trincadas ou quebradas ou juntas de altas resistências

fazer análise espectral de vibrações para confirmar a fonte do problema

25 a 30 dB

muitas barras trincadas e/ou quebradas, várias trincas nos anéis de curto e falhas severas em toda gaiola

desmontar o rotor para inspeção

< 25 dB severa desmontar ou substituir o rotor para

inspeção

Na Fig. (3) tem-se o espectro de corrente do Grupo II. Para cada motor elétrico forneceu-se a linha base através do espectro de corrente, sempre para a fase A.

7514 - MOTOR SISTEMA GIBI 0P-10 981501135 -RB1 CURRENT (ROTOR BAR ANA.) PHASE A

Spectrum Display 21-NOV-00 10:26 AMPS = 27.62 CARGA = 50% RPM = 1779. RPS = 29.64 56 57 58 59 60 61 62 63 64 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 Frequency in Hz dB A m ps

7514 - MOTOR SISTEMA GIBI 0P-10 981501136 -RB1 CURRENT (ROTOR BAR ANA.) PHASE A

Spectrum Display 21-NOV-00 10:15 AMPS = 18.03 CARGA = 25% RPM = 1793. RPS = 29.88 56 57 58 59 60 61 62 63 64 -40 -20 0 20 40 60 Frequency in Hz dB A m ps

Figura 3. Espectro de corrente dos motores do Grupo II

Na Tab. (4) tem-se as diferenças em dB entre a fl - 2 x fs e o número provável de barras trincadas

ou quebradas. Na Tab. (5) tem-se as correntes das três fases e o possível desbalanceamento das mesmas.

CAF 981501137 CAF 981501144

fl - 2 x fs

(5)

Tabela 4. Quadro geral das barras quebradas através da análise de corrente, Grupo II

Motor bomba de alta pressão fl - 2 x fs

Número provável de barras trincadas ou quebradas

CAF 981501137 51,16 Condição excelente

CAF 981501144 50,88 Condição excelente

Tabela 5. Quadro geral das correntes através da análise de corrente, Grupo II

Motor bomba de alta pressão Fase A

[A] Fase B [A] Fase B [A] % da Corrente Desbalanceada CAF 981501137 27,62 28,05 28,66 1,4 CAF 981501144 18,03 16,88 18,27 5,2

2.3. Análise de Fluxo Magnético

Os espectros de fluxo foram coletados através da espira de fluxo, modelo CSI 343P. A espira de fluxo deve ser fixada axialmente, no centro do motor e no lado oposto ao acoplamento (LOA). Este procedimento é necessário para garantir a repetibilidade e comparação dos dados coletados.

Na análise de fluxo magnético os espectros são coletados de forma segura, não havendo necessidade de acessar os painéis elétricos. É possível detectar falhas de barras rotativas do rotor, falhas no estator, desequilíbrio de fase e curto circuito (entre fase e entre espiras).

A análise destas falhas é feita através da inspeção de duas faixas espectrais: baixa freqüência e alta freqüência. Em baixa freqüência tem-se informações referentes a condição do rotor, desbalanceamento de tensão e algumas falhas do estator. Em alta freqüência os espectros apresentam uma família de freqüência da passagem de ranhura que permite avaliar a condição do estator. A máxima freqüência para coletar estes espectros é de quinze vezes a freqüência de linha

(fl = 60 Hz).

Na Tab. (6) tem-se as principais falhas em motores elétricos e suas respectivas freqüências

determinísticas, em alta e baixa freqüência, onde: fl é a freqüência de linha [60 Hz], p é o número de

pólos, fs é a freqüência de escorregamento, N = 1, 2, 3, ..., RPS é a rotação por segundo e PSP é a

freqüência de passagem de ranhuras.

Tabela 6. Severidade e recomendações para a análise de fluxo magnético

Baixa Freqüência Alta Freqüência

Descrição da

Falha fl - p x fs fl± N x RPS fl + p x RPS/2 2 x fl (PSP)

Barras do rotor

trincadas ou quebradas Diminui Não muda Não muda Não se manifesta

Curto entre espiras Diminui Aumenta Aumenta Variação

Desequilíbrio de fase Diminui Aumenta Aumenta Não se manifesta

Sobrecarga Variação

desprezível

Variação

desprezível Não muda

Variação desprezível Através dos espectros de fluxo magnético de baixa e alta freqüência, forneceu-se a linha base para cada motor elétrico.

Na Tab. (7) tem-se as fl - p x fs e o número provável de barras trincadas ou quebradas. Estas são

(6)

Tabela 7. Barras quebradas, análise de fluxo, Grupo II.

Motor bomba de alta pressão fl - p x fs [dB]

Número provável de barras trincadas ou quebradas

CAF 981501137 50,71 0,5

CAF 981501144 53,37 0,4

Na Figuras (4) e (5), tem-se o espectro de fluxo dos motores elétricos da bomba 2, pertencentes ao Grupo II, para baixa e alta freqüência, respectivamente.

Freqüência [Hz] Amplitude [dB] 30,19 - 20,30 60,01 3,09 89,83 - 20,20 119,65 - 20,90 149,47 - 59,36 7514 - MOTOR BOMBA M2 MB2 -FC1 FLUX COIL - AXIAL - CENTER

Route Spectrum 17-NOV-00 16:18:06 OVRALL= 3.73 G-DG dB = 3.68 CARGA = 100.0 RPM = 1790. RPS = 29.83 0 20 40 60 80 100 120 140 160 -60 -40 -20 0 20 40 60 Frequency in Hz dB Fl u x -A U 89. 83 .3 7 30. 19 119. 65 149. 47 60. 01

Figura 4. Motor bomba de alta pressão CAF 981501137, baixa freqüência

Freqüência [Hz] Amplitude [dB] 887,33 - 44,07 1007,40 - 24,43 1127,40 - 23,24 1247,50 - 36,65 1367,50 - 24,79 1487,50 - 22,65 1607,60 - 41,43 1727,60 - 28,16 1847,70 - 33,81 1967,70 - 51,57 2087,80 - 30,45 7514 - MOTOR BOMBA M2 MB2 -FC2 FLUX COIL/CENTER/AXIAL/HIGH FREQ

Route Spectrum 17-NOV-00 16:18:52 OVRALL= 3.90 G-DG dB = 3.84 CARGA = 100.0 RPM = 1800. RPS = 30.00 0 600 1200 1800 2400 3000 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 Frequency in Hz dB Fl u x -A U 1367. 5 887. 33 1007. 4 1127. 4 1247. 5 1607. 6 1727. 6 1847. 7 1967. 7 2087. 8 1487. 5

Figura 5. Motor bomba de alta pressão CAF 981501137, alta freqüência

2.4. Análise de Corrente/Tensão Parasita no Eixo do Motor

A análise de corrente/tensão parasita é uma técnica recente e ainda pouco aplicada no meio industrial. A presença de correntes parasitas circulando pelo eixo do motor, ocasiona uma micro soldagem ou flauteamento na pista externa do rolamento, conhecido como Usinagem por Descarga Elétrica - UDE.

(7)

Para a medir a corrente/tensão parasita no eixo do motor, utilizou-se o sensor shaft probe, modelo CSI 348SP.

Os motores elétricos apresentam níveis de tensão e corrente parasitas, embora estes níveis possam ser muito pequenos. O que interessa é saber a partir de que nível se tem um problema. A literatura pesquisada indica diferentes interpretações dos níveis de tensão e corrente aceitáveis ou não.

Os diferentes métodos de aquisição dos sinais, equipamentos, lubrificação dos rolamentos, folgas nos rolamentos, tipos de rolamentos, velocidade de rotação, umidade, entre outros, são alguns fatores que podem influenciar na definição destes níveis.

Até que estudos mais significativos sejam realizados, os valores de severidade apresentados na Tab. (8) são recomendados. Nesta tabela, o valor da tensão de danos ao mancal (TBD - Tension Bearing Damage), pode ser definido a partir de medidas diretas em campo ou então fixado através

da experiência. Entretanto, o valor do TBD pode, para início de trabalhos, ser ≤ 1 mA. Este é um

valor típico para a amplitude da freqüência característica da velocidade de rotação dos motores de corrente alternada.

As amplitudes apresentadas na Tab. (8) têm três faixas: baixa que significa pequena probabilidade de dano continuado, questionável onde os níveis são medidos e a máquina tem um histórico de problemas crônicos os quais podem ser relatados e consequentemente uma ação corretiva deve ser considerada e alta que é considerada não comum, mas com provável presença de dano devido à usinagem por descarga elétrica entre o eixo e a terra (EDM - Electric Discharge Machine). Nas máquinas novas, se a faixa alta ou a questionável for detectada, deve-se checar com o fabricante os níveis de segurança ou a garantia contra danos relacionados com EDM.

Tabela 8. Severidade e recomendações para a análise de corrente/tensão parasita Amplitudes

Medições

Baixa Questionável Alta

Tensão [V] RMS ou DC < 1 1 a 3 > 3

Corrente [mA] RMS ou DC TBD ≤1 TBD ≤1 TBD ≤ 1

Pico de Tensão [V] < 3 3 a 10 > 10

Nos espectros de corrente e tensão as amplitudes são plotadas em decibéis (dB) e as freqüências em Hertz (Hz). Na forma de onda da corrente as amplitudes são plotadas em miliampère (mA) e o tempo em milisegundos (ms). Na forma de onda da tensão as amplitudes são plotadas em Volts (V) e o tempo em milisegundos (ms).

Na Fig. (6) tem-se os espectros e forma de onda da corrente parasita e tensão da bomba de alta pressão CAF 981501137, Grupo II. Na Tab. (9) tem-se as amplitudes que deverão ser monitoradas no Programa de Manutenção Preditiva.

ROUTE WAVEFORM 17-NOV-00 16:29:39 dB = -14.50 PK(+) = .5426 PK(-) = 1.02 CRESTF= 5.41 0 10 20 30 40 50 60 70 -1.2 -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 -0.0 0.2 0.4 0.6 Time in mSecs A m pl it ude in m A m p s 7514 - MOTOR BOMBA M2 MB2 -SHC SHAFT CURRENT REFERENCE SPECTRUM 17-NOV-00 16:29:39 OVRALL= -14.60 G-DG dB = -14.66 CARGA = 100.0 RPM = 1780. RPS = 29.67 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 -65 -60 -55 -50 -45 -40 -35 -30 -25 Frequency in Hz dB m A m p s ROUTE WAVEFORM 17-NOV-00 16:30:17 dB = -21.70 PK(+) = .2725 PK(-) = .3458 CRESTF= 4.21 0 10 20 30 40 50 60 70 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 -0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 Time in mSecs A mp li tu d e in V o lt s 7514 - MOTOR BOMBA M2 MB2 -SHV SHAFT VOLTAGE REFERENCE SPECTRUM 17-NOV-00 16:30:17 OVRALL= -19.92 G-DG dB = -19.96 CARGA = 100.0 RPM = 1790. RPS = 29.83 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 Frequency in Hz d B V o lt s

Figura 6. Motor bomba de alta pressão CAF 981501137, Grupo II

(8)

Tabela 9. Tensão e corrente: Análise de Corrente Parasita.

Motor bomba de alta pressão Tensão [V] Corrente [mA] Pico de Tensão [V]

CAF 981501137 0,119 0,328 0,340

CAF 981501144 0,090 0,320 0,370

2.5. Análise Termográfica

A análise termográfica ou termografia infravermelha é uma técnica preditiva que permite o acompanhamento de temperaturas e a visualização de imagens térmicas, conhecidas por termogramas.

A termografia infravermelha foi aplicada para detectar anomalias nas temperaturas dos componentes e realizar um estudo dos seus limites a serem adotados no plano de termometria.

O sistema completo para inspeção térmica e coleta das imagens é composto de: câmara termográfica de matriz de foco plano (FPA) de alta resolução, coletor de dados CSI Infra Route, monitor de imagens e gravação Sony de 8 mm, câmara digital Cannon, além de baterias e acessórios.

2.6. Análise Termométrica

A análise termométrica vem de termometria (termo de calor e metro de medir, medição), que é a forma de se medir a temperatura ou o calor gerado pelos corpos.

A termometria industrialmente conhecida, pode ser dividida em duas: termometria “convencional” e termometria infravermelha. A primeira utiliza termoelementos, tais como termopares e termoresistências ou RTD. A segunda usa sensores de temperatura que medem a energia emitida pelo objeto através do espectro eletromagnético infravermelho.

Neste trabalho, a análise termométrica foi adotada logo após a definição dos limites de temperaturas fixados pela análise termográfica. Estas temperaturas, Fig. (7), foram coletadas através de um radiômetro Raytek MX4 e transferidas para um computador. Através do software DataTemp MX, versão 1.01, da Infrared Graph Software, fez-se a análise das mesmas, gerando um banco de dados.

TSO: Temperatura da carcaça, lado oposto acoplamento TSC: Temperatura do centro da carcaça

TSI: Temperatura da carcaça, lado do acoplamento TAF: Temperatura ambiente da base de fixação TBI: Temperatura do rolamento, lado do acoplamento TTH: Temperatura da caixa de ligação

Figura 7. Pontos de medição de temperaturas nos motores elétricos

O limite de temperatura ao qual um motor elétrico pode ser submetido depende dos materiais empregados em sua construção. Os materiais isolantes utilizados são especificados segundo Classes de Isolamento, definidas pelo respectivo limite de temperatura que o material pode suportar continuamente sem que sua vida útil seja afetada, Tab. (10), NBR 7094.

Tabela 10. Limite de temperatura externa (°C) - NBR 7094

Classe de Isolação A E B F H

Temperatura ambiente (°C) 40 40 40 40 40

Elevação de temperatura (°C) 60 75 80 100 100

Diferença entre ponto mais quente e temperatura média (°C) 5 5 10 15 15

Temperatura do ponto mais quente (°C) 105 120 130 155 180

TSI TS TS TTH

TB TAF

(9)

Muitas vezes, a diferença entre as temperaturas da carcaça e do interior do motor é maior que o especificado. Em outras ocasiões o motor pode falhar antes de atingir a temperatura máxima especificada para a classe de isolamento do mesmo. Por esse motivo, recomenda-se limites de temperatura máxima externa mais baixos, Tab. (11). Uma vez alcançados esses limites recomenda-se a substituição do motor, evitando-se interrupção na produção.

Tabela 11. Limite de temperatura externa (°C) recomendáveis

Classe de Isolação A E B F H

Máxima temperatura externa (°C) 90 100 110 130 140

Temperatura de alerta (°C) 70 80 90 110 120

Os limites de temperatura variam significativamente de acordo com o tipo de mancal (rolamento ou deslizamento) e o tipo de lubrificação adotado. Em mancais de deslizamento de grande porte não só a temperatura, mas também a distribuição de temperaturas é levada em conta, Veratti (1992). Para os mancais de rolamento, tem-se na Tab. (12) as orientações sobre limites de temperatura para

mancais de rolamento considerando a temperatura ambiente: 40 oC.

Tabela 12. Limite de temperatura para rolamentos comuns (°C).

Tipo de Lubrificação Alerta Máximo

Graxa 70 -100 > 100

Bano de óleo 65 - 95 > 95

Centralizada 60 - 85 > 85

Segundo a SKF seus rolamentos podem ser normalmente utilizados em temperaturas de até 125

o

C. Para rolamentos com gaiolas de poliamida reforçadas com fibra de vidro adota-se o limite de

temperatura de 110 oC. Nos acoplamentos o aquecimento pode ser devido ao desalinhamento ou à

falta de lubrificação (no caso de acoplamentos auto-compensados). Em ambos os casos adota-se um

aquecimento de 20 oC em relação ao ambiente como limite de alerta. Acima desse valor

recomenda-se a verificação do mesmo, Veratti (1992).

3. RESULTADOS

Neste trabalho apresentou-se o Programa de Manutenção Preditiva da Planta “Motor Fire”, Área Piloto, correspondente à Unidade 7514, sendo também adotado nas outras sete unidades.

Durante o levantamento das bases lines detectou-se algumas falhas nos motores elétricos. A integração das tecnologias preditivas foi importante para o diagnóstico dessas falhas. Na maioria dos casos necessitou-se do cruzamento das informações obtidas por mais de uma tecnologia para se chegar ao perfeito diagnóstico.

Através da implantação deste programa e com o acompanhamento destas linha base é possível, maximizar a função operacional e minimizar falhas prematuras nos motores de indução trifásico.

4. AGRADECIMENTOS

A FIAT Automóveis de Betim e a Comau Service.

5. REFERÊNCIAS

Bowers, S.V. and Davis, W.A., 1996, “Integrated Strategy for Predictive Maintenance of Induction Motors”, Computational Systems, Inc.

Bowers, S. V. and Davis, W.A., 1996, “Implementation of a Proactive Motor Monitoring Program through Temperature and Flux”, Computational Systems, Inc.

(10)

Brito, J. N., 1996, "Detecção de Problemas em Motores Elétricos Através da Análise de Vibração", Relatório Final, Projeto FAPEMIG TEC 1008/96.

Brito, J.N., Baccarini, L.M.R. e Pederiva, R., 1999, “Análisis de vibración e análisis de corriente, herramienta de mantenimiento predectivo aplicadas en la detección de problemas en motores eléctricos”, Actas del IV Congreso Iberoamericano de Ingeniería Mecánica, Santiago de Chile, Vol. 2.

Cameron, J.R., Thompson, W. T. and Dow, A. B., 1986, "Vibration and current Monitoring for detecting air gap eccentricity in large induction motors", Proceeding IEEE, Vol. 133, Pt. B, No. 3, pp. 155-163.

Filho, P. C. M. L., Brito, J. N., Baccarini, L. M. R., Álvares, P. A. S. e Braga, L., 2000, “Plano de Manutenção Preditiva para o Maquinário da Planta Unidade Motor Fire”, Seminário de Confiabilidade, Tecém - Tecnologia Empresarial Ltda., pp. 1-10.

Filho, P. C. M. L., Brito, J. N. e Baccarini, L. M. R., 2000, “Programa de Manutenção Preditiva da Planta Unidade Motor Fire Unidade 7514”, Relatório de Estágio Supervisionado, Cap.5, pp. 71-78.

Kowal, D., 1999, “Bearing Damage Resulting from Shaft Voltages and Currents”, Computational Systems Incorporated.

Langhorst, P., Tek M., and Hancock, C., 1997, “Dealing with Motor Shaft Voltage and Bearing Currents”, Maintenance Technology.

Murry, R.J. and Mitchell B.F., 1994, "Cost Savings from a Practical Predictive-Maintenance Program", Proceedings Annual Reliability and Maintainability Symposium, pp. 206-209.

NBR 7094, “Máquinas Elétricas Girantes - Motores de Indução - Especificação”.

Veratti A.B., 1992, “Termografia: Princípios, Aplicações e Qualidade”, ICON Tecnologia e Serviços Ltda.

Verdini, E. e Veratti, A.B., 2000, "Termografia Aplicada em Produção de Petróleo", Revista Eletricidade Moderna, No. 316.

INTEGRATION OF TECHNOLOGIES TO DIAGNOSE FAULTS IN INDUCTION MOTORS

Jorge Nei Brito

FUNREI - Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG - 36307-352 - brito@funrei.br

Paulo Cézar Monteiro Lamim Filho

UNICAMP - Caixa Postal 6051 - Campinas - SP - 13083-970 - lamim@fem.unicamp.br

Lane Maria Rabelo Baccarini

FUNREI - Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG - 36307-352 - rabelo@funrei.br

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