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ANJOS DO RISO ANIMAÇÃO HOSPITALAR, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. PALAVRAS CHAVE: Risoterapia, Humanização, Institucionalizados.

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Academic year: 2021

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ANJOS DO RISO ANIMAÇÃO HOSPITALAR, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA CAMPOS, Paula Freitas de 1

MAIA, Ludmila Grego 2 ANJOS, Giulena Rosa Leite Cardoso dos 3

PALAVRAS CHAVE: Risoterapia, Humanização, Institucionalizados.

Justificativa: Durante uma comemoração num hospital, Michael Christensen em 1986, pediu para visitar as crianças que não puderam compararecer à festa por estarem internadas; com improvisação, alterou as imagens das internações por outras mais divertidas formando a Clown Care Unit ™. Em setembro de 1991, a idéia de Michael conquistou o brasileiro Wellington Nogueira, que integrou o grupo em 1988 (ROCHA, 2012). Os participantes da Clown Care Unit ™ levaram o projeto para seus países de origem, e assim surge a equipe Doutores da Alegria no Brasil que tanto tem demonstrado o sucesso da risoterapia. Este trabalho é um relato de experiência vivenciada durante a realização de um Projeto de Extensão, na Universidade Federal de Goiás, Campus Jataí: “Anjos do Riso, animação hospitalar”. O referido projeto está sendo desenvolvido desde 2009, por uma docente do Curso de Enfermagem e quinze discentes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Biomedicina e Psicologia, tendo como público alvo inicialmente crianças hospitalizadas e posteriormente estendido para indivíduos hospitalizados ou institucionalizados de instituições públicas do município de Jataí, independente de sua idade. Para Dorneles (2009), o palhaço se constitui num conjunto de signos de riso, afetos, olhares, gestos, vozes, rebeldias, inocências, danças, andares, desconstruções, enfim. Essa constituição enquanto signo palhaço acontece na ação, no ser palhaço, momento em que convida o público a vivenciar uma nova experiência e quebrar a parede imaginária que separa atores e espectadores. Essa desconstrução pode acontecer tanto no teatro quanto no âmbito das relações cotidianas. O projeto Anjos do Riso oferece ao aluno, futuro profissional da área de saúde uma visão holística e humana do paciente e do ambiente hospitalar nele inserido, colaborando para formação global destes, ampliando seu papel na sociedade, uma vez que insere a alegria nesse

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campo de atuação. Os alunos vivenciam técnicas teatrais de expressão corporal e jogos lúdicos, que favorecem mecanismos de humanização na relação cuidador-paciente, buscando a afetividade como forma de colaborar no tratamento proposto, trazendo componentes essenciais do cuidado como o toque, o ouvir. Ao criar um ambiente mais favorável e descontraído, interfere-se de maneira positiva na recuperação, no sofrimento e nos desconfortos do paciente. Na perspectiva dos filósofos, Platão considera a arte como sendo “o esplendor do verdadeiro”, Aristóteles descreve-a como “a ordem e a harmonia das partes” e para Leibniz “arte é a perfeição”, apud MARINO (1966). Atualmente a assistência à criança e ao idoso, tem dado importância significativa às terapias alternativas, no intuito de privilegiar também as necessidades afetivas, emocionais, culturais e sociais do indivíduo buscando o cuidado atraumático, minimizando o desconforto experimentado pelo paciente. Para Mitre (2004), o brincar passa a ser visto como um espaço terapêutico capaz de promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a possibilidade de, através dele, a criança hospitalizada melhor elaborar esse momento específico em que vive. A promoção do brincar se torna uma das estratégias possíveis para o resgate e manutenção da condição de criança, no ambiente hospitalar. Livre da faixa etária, a ludicidade é uma necessidade do ser humano e não deve ser vista exclusivamente como diversão. O aspecto lúdico promove a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, contribui para uma boa saúde mental, além de facilitar os métodos de socialização, expressão e construção de conhecimento (PONTE, 2000). O conjunto de explicações encontrado na literatura nacional é, ainda, insuficiente para a compreensão da assistência à criança hospitalizada que ora vem se delineando com, por exemplo, a permanência dos pais durante o processo de hospitalização, a participação deles no cuidado, a necessidade de recursos humanos especializados para a assistência e a introdução sistemática das atividades recreacionais nas enfermarias (FURTADO, 1999). Assim, o brincar/brinquedo como objeto de estudo é instrumento de diferentes disciplinas como Psicologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Pedagogia, Enfermagem, entre outras. A necessidade de entender o indivíduo como ser holístico, integral e necessitado de atenção e saúde é que nos leva a buscar este projeto com o objetivo de que estes alunos compreendam o indivíduo como este ser e não somente como doente. A hospitalização é uma experiência estressante que envolve profunda adaptação do indivíduo às várias mudanças que acontecem no seu dia-dia. Contudo, pode ser amenizada pelo

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fornecimento de certas condições como: presença dos familiares, disponibilidade afetiva dos trabalhadores de saúde, informação, atividades recreacionais, entre outras. OBJETIVO: Relatar a experiência da aplicação da risoterapia em instituições públicas de internação, no município de Jataí, sudoeste de Goiás. METODOLOGIA: Devido à seriedade do espaço onde o projeto pretendia intervir, antes de iniciarem as atividades foi realizado um processo de seleção entre os acadêmicos dos cursos de saúde do Campus Jataí, Universidade Federal de Goiás; com vistas à formação de um grupo com pessoas que mostrassem responsabilidade no que se refere às futuras atividades das quais participariam. Os candidatos passaram por uma entrevista e posteriormente foram matriculados em uma oficina de 20 horas – cinco encontros de quatro horas, no período noturno – na qual foram orientados sobre diversos assuntos inerentes à realização do projeto, como por exemplo: relacionamento interpessoal, comunicação, exercícios e jogos teatrais; doenças infecciosas e necessidade de vacinação, dicas para a confecção do clown. Em todos os encontros foi reservado tempo ao final para discussão das finalidades dos exercícios e jogos e podem tornar-se multiplicadores deste processo. Nas oficinas compreendemos os jogos teatrais como atividades nas quais se busca descobrir possibilidades outras de inserir o corpo em situações cênicas. Os jogos teatrais visam transcender o uso cotidiano do corpo, procurando encontrar formas onde a energia corporal torna-se mais vigorosa. A não permanência em 75% das aulas da oficina foi fator de exclusão do projeto. Depois de participar de uma oficina de vinte horas para a capacitação da equipe e construção de cada personagem, os alunos foram divididos em grupos que realizam visitas para indivíduos institucionalizados ou em internação hospitalar. A divisão foi realizada com base na afinidade de cada integrante no trato com crianças, adultos e idosos. Ao final da oficina, os alunos remanescentes passaram por uma audição, onde já com seu personagem definido, deveriam apresentar um número, o qual poderia ser cantar, dublar, dançar, declamar um poema, realizar um número de mágica, de mímica, contar uma história ou anedota ou qualquer outra atividade que evolvesse expressão vocal e/ou corporal. Esta apresentação ocorreu aberta ao público e com banca composta por artistas e palhaços profissionais do município. Após a apresentação do candidato, o mesmo recebia esclarecimentos e orientações sobre o processo de seleção, e dicas que enriqueciam seu clown e sua arte lembrando-os de que a audição era um desafio pequeno diante das expectativas do trabalho que estava por vir. Enfim, os alunos iniciaram suas atividades da maneira mais inusitada; vestidos de palhaços e

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realizando atividades que vão desde uma simples conversa até dança, canto, brincadeiras e declamações afim de atender a estes indivíduos. A atividade acontece nas enfermarias de hospitais e nas áreas de laser das demais instituições. Através da arte, buscamos a alegria, dançando, conversando e brincando, extravasando alegria, atenção, respeito e solidariedade sendo retribuídos pelos sorrisos, comentários, abraços e agradecimentos. Desenvolvemos nossos clowns, avaliamos estratégias funcionais e problemas, nos identificando com o personagem além de trabalhar a humanização para com o próximo, objetivo central do projeto. RESULTADOS: A participação nas oficinas propiciou aos acadêmicos o conhecimento sobre suas possibilidades corporais e também a reflexão sobre temáticas que envolvem a produção de si mesmos como sujeitos. Quando um indivíduo é hospitalizado, não traz consigo apenas um corpo doente, traz também as experiências que já vivenciou, o convívio com a família, amigos, escola e as atividades cotidianas. O adulto, usualmente vê o hospital como espaço onde o lúdico não está presente e a criança tira proveito das situações mais inusitadas para brincar. A abordagem lúdica possibilita mudanças de comportamento dos indivíduos em busca de melhor qualidade de vida e saúde. Os resultados deste projeto surpreendem a todos. Pacientes que encontravam-se deprimidos e apáticos esforçavam-se ao máximo para participar das brincadeiras propostas, dançar e cantar. As atividades propostas pelo grupo vão desde desenho, pintura, recorte e colagem, passando por jogos, brincadeiras livres, canto, leitura e dança. CONCLUSÃO: Os avanços da medicina ainda não conseguem eliminar a necessidade de internação hospitalar, desta forma, indivíduos são institucionalizados independentemente de sua vontade. Se pudermos minimizar a sensação de austeridade destes ambientes, mesmo que por poucos minutos; a estadia destes indivíduos se tornaria menos penosa. O projeto “Anjos do Riso, animação hospitalar”; conseguiu atender a duas vertentes, a primeira se refere à mudança do contexto hospitalar, onde por algum tempo, tanto profissionais de saúde quanto pacientes conseguem esquecer a correria, a tristeza, o “ar pesado”, deixando entrar a alegria, dando espaço à brincadeira, ao riso e à solidariedade que emana dos alunos que ali estão para doar-se enquanto ser humano. Em segundo lugar destacamos que este projeto trouxe aos estudantes que participaram do grupo a importância das práticas populares, da vivência de atividades educativas, além de integrar ensino-extensão com ações intersetoriais. O projeto foi incorporado pelas instituições e as avalições tem se mostrado positivas, vez que o grupo tem sido constantemente solicitado para visitas e

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apresentações. Até este momento passaram pelo grupo um total de 45alunos, que com certeza deixam o projeto com uma visão mais humana sobre o cuidado com o ser humano e sobre sua função como profissional de saúde.

REFERÊNCIAS

DORNELES, J. L. Pelo vigor do palhaço. Tese (Doutorado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Setor de Psicologia Clínica. São Paulo, 2009.

FURTADO, M.C. Brincar no hospital: subsídios para o cuidado de enfermagem. Rev. Escola Enfermagem da USP, v. 33, no 4, p. 364-9, dez, 1999.

MARINO, D. Libertar a criança pela arte. A palavra. Ribeirão Preto, 1966. Suplemento Cultural, 147p.

PONTE, J. P. Tecnologias de informação e comunicação na formação de professores: Que desafios? Rev. Ibero Americana de Educação, no 24, set-dez, 2000.

ROCHA, M. K. S. Palhaço: um mediador cultural ou um personagem em extinção? 2012. 68f. Dissertação (TCC Jornalismo)- Faculdade De Tecnologia E Ciências Sociais Aplicadas – Fatecs, Brasília/DF.

MITRE, R. M. de A., GOMES, R. A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 9 (1): 147-154, 2004.

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