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MAPEAMENTO DAS CASAS DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NO RIO DE JANEIRO: VISIBILIDADE E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

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Academic year: 2021

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MAPEAMENTO DAS CASAS DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

NO RIO DE JANEIRO: VISIBILIDADE E INTOLERÂNCIA

RELIGIOSA

Aluno: Lucas de Deus da Silva Orientadora: Sonia Maria Giacomini Introdução

O presente relatório tem por finalidade analisar os dados coletados através do questionário aplicado durante a pesquisa “Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de Janeiro” realizada pela PUC-Rio, com o intuito de identificar a maneira pela qual a intolerância religiosa se manifesta no Rio de Janeiro. Procura visibilizar as manifestações de preconceito, discriminação e intolerância a que estão sujeitos os indivíduos praticantes das religiões de matriz africana, no sentido de enfrentá-lo e superá-lo. As leituras e as discussões sobre a bibliografia socio-antropológica foram fundamentais para nos debruçarmos sobre a complexidade de temas intrínseca ao cenário religioso brasileiro.

Os dados recolhidos pela pesquisa “Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de Janeiro” correspondem a um universo de 847 casas mapeadas. A totalidade das casas mapeadas não representa a quantidade absoluta existente no Rio de Janeiro e, por isso, os dados e as reflexões decorrentes delas não tem o intuito de representar a variedade das casas de religiões de matriz africana que compõem a região metropolitana. No entanto, os dados produzidos a partir de uma análise qualitativa dialogam com a vasta literatura acerca da temática da intolerância religiosa o que confere autenticidade a pesquisa.

Através da analise qualitativa dos dados obtidos por meio do questionário da pesquisa que foram respondidos por 847 casas religiosas de matrizes africanas, foram elaborados mapas temáticos com diversos recortes espaciais utilizando a metodologia da cartografia social, em que as manifestações de intolerância encontram-se classificadas segundo o tipo de local de sua ocorrência. Os locais de intolerância foram identificados e definidos a partir de uma análise minuciosa dos relatos encontrados nos questionários da pesquisa. Baseado nesses relatos conseguimos quantificar e identificar as formas que as agressões se manifestam em locais públicos e privados do Rio de Janeiro. Para compreendermos o que trouxe a democracia brasileira a resguardar práticas e valores que usurpam o direito da liberdade

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religiosa dos adeptos das religiões de matriz africana, impossibilitando a efetivação de uma democracia alicerçada num Estado de direito faz-se necessário analisarmos a forma pela qual o Brasil foi formado.

Desde o período da escravidão a população negra junto com todo o seu complexo cultural fora tratada como seres inferiores, o negro, “na verdade, não era concebido como parte do gênero humano; era considerado coisa, mercadoria” (SILVA1

, 2009, p.126). Num estudo elaborado pelo Hédio Silva Jr2 em que ele se debruça sobre o aparato jurídico do escravismo é possível averiguar, as “regras implícitas e explicitas enderaçadas ao controle e subjugação dos africanos escravizados”. O autor traz a público algumas leis que visibilizam a sua afirmação, tais como: “equiparava o escravo a animais e coisas (Tít. LXII), criminaliza a feitiçaria, punindo o feiticeiro com a pena capital (Tít. III)” (SILVA JR, 2007, p. 305). Mesmo com a abolição a população negra continuou sendo subjugada, sendo submetida aos piores postos de trabalho, expropriadas das condições mais básicas de sobrevivência (PRANDI, 1996). No entanto, com a instauração da República construiu-se no imaginário social brasileiro o “mito da democracia racial” que segundo Carlos Hasenbalg, produz uma “ausência de preconceito e discriminação racial e, consequentemente, oportunidades econômicas e sociais iguais para brancos e negros” (HASENBALG, 1979 p. 242). O imaginário de harmonia racial destina-se a socializar a totalidade da população de forma igual, e evitar áreas potenciais de conflito, desta forma, uma vez a democracia racial sendo tomada como um fato, as manifestações de preconceito são atribuídas a diferenças de classe ((HASENBALG, 1979) e, portanto, a discriminação racial, o preconceito e a intolerância religiosa foram encobertos pela ideologia construída pelos grupos dominantes. Segundo Marlise Silva, essas formas de pensar, ver e sentir o mundo “determinam práticas sociais, tais como a violência, o preconceito, a discriminação etnorracial e a religiosa” (SILVA, 2009, p 128).

No Brasil, o processo de laicização se inicia com o rompimento do Estado com a Igreja Católica, formalizado com a promulgação da primeira Constituição republicana de 1891 que aboliu o conceito de religião oficial. No que diz respeito à presença do religioso no

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Marlise Vinagre Silva - doutora em Ciências Sociais, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisadora nas temáticas de ética e direitos humanos, relações raciais e de gênero

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espaço público brasileiro, Emerson Giumbelli3, contribui na reflexão sobre a intolerância religiosa ao fazer um panorama histórico sobre qual definição de religião o catolicismo, o espiritismo, os cultos afro-brasileiros e as igrejas evangélicas, respectivamente foram legitimados. Segundo ele, o debate acerca da liberdade religiosa no inicio do século XX não se debruçava sobre qual religião teria liberdade, mas sim, qual liberdade desfrutaria a religião, cuja referência era a Igreja Católica (GIUMBELLI, 2008). Numa conjuntura em que o código penal criminaliza a prática do “espiritismo” e a da “magia e os seus sortilégios” (SILVA JR, 2007), os espíritas questionaram as práticas do Estado e postularam suas práticas mediúnicas com a noção de religião, argumentando que suas práticas tinham como meio e como fim a caridade e, portanto, exerciam o principio inerente à religião. Com efeito, embora o reconhecimento de estatuto de “religião”, a partir de então, se refira aos cultos mediúnicos, para Giumbelli, o contraste entre o tratamento dado aos espíritas e os cultos afro-brasileiros pelo Estado são inegáveis. A antropóloga Paula Monteiro4 analisa o tratamento diferenciado dado às concepções de transe no espiritismo e nas religiões de matriz africana que aponta para um dos motivos desse tratamento advindo do Estado. Segundo ela, na concepção científica o transe espírita era entendido como “resultante de processos biopsicológicos universais estudados pelas ciências da mente”, e o transe ocorrido nas religiões de matriz africana “era da ordem das patologias raciais” (MONTEIRO, 2006, p. 55). Na concepção religiosa, o espiritismo atendia aos pobres e não evidenciava a intenção de dolo, já as religiões afro brasileiras estavam centradas em “possessão” e danças “diabólicas” e, portanto, não podiam ser reconhecidas como crenças religiosas (MONTEIRO, 2006). Para Monteiro, a percepção de transe, ocorrido durante cerimônias afro brasileiras, como possessão demoníaca está baseada na perspectiva eurocêntrica da Igreja Católica, “que contribuiu para a condenação moral desse tipo deformado e invertido de transe” (MONTEIRO, 2006, p. 55). Posto que a noção de religião estava acentada na ideia de caridade, Giumbelli, relata a ruptura com essa perspectiva advinda da inserção dos neopentecostais no campo religioso brasileiro. Os evangélicos trazem para esse cenário o “plano da prosperidade” que ocasiona uma inversão do conceito de religião, “ao invés de doar, a religião pede” (GIUMBELLI, 2008, p.9), ou seja, o principio da caridade dar lugar à prosperidade, rompendo assim, segundo o autor, com o vinculo entre pobreza, religião e tradicionalidade.

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Professor do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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O estudo não apenas do conceito de intolerância, mas também do campo religioso, nos permite um olhar mais atento aos dados analisados, assim como uma maior compreensão das questões que permeiam o campo religioso brasileiro.

Tolerância e Intolerância Religiosa

O princípio da liberdade religiosa surge em meio a um contexto europeu nos séculos

XVI e XVII em que a discriminações civis eram constantes, os Estados que possuíam uma religião oficial passavam por conflitos rotineiros por vezes sangrentos (GIUMBELLI, 2003). Levando em consideração que o reconhecimento enquanto expressão religiosa e sua respectiva legitimação passaram por meios de dispositivos jurídicos diferentes, ele argumenta que o princípio de liberdade religiosa foi uma resposta a esses conflitos, “ela vem associada a certo modelo, tido como solução para essa situação problemática” (GIUMBELLI, 2003, p. 76). Este princípio está em total consonância com a democracia moderna que propõe a laicização do Estado, igualdade das religiões perante a lei e garantia da diversidade religiosa. Além do princípio da liberdade religiosa associar-se aos valores da democracia moderna é prescrita na Declaração Universal dos Direitos Humanos

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular (Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos)

Não obstante a esses princípios verificamos uma bibliografia específica sobre os constantes processos de intolerância religiosa que segundo Marlise Silva

É uma expressão que descreve atitudes fundadas em preconceitos e caracterizadas pela falta de respeito às diferenças de credos religiosos praticados por terceiros, podendo resultar em atos de discriminações violentas dirigidas a indivíduos específicos ou em atos de perseguição religiosa, cujo alvo é a coletividade (SILVA, 2008, p. 128).

Ricardo Mariano5, ao discorrer sobre o conceito de intolerância religiosa preocupa-se

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em discernir esse conceito ao de discriminação religiosa. Segundo ele, pode um país ser tolerante e mesmo assim produzir discriminação (MARIANO, 2007). Corroborando com o autor, há num artigo escrito por Geraldo Rocha6, alguns depoimentos de adeptos das religiões de matriz africana na Baixada Fluminense, nos quais dialogam com o recorte apresentado por Mariano. Abaixo se encontram um desses relatos que se referem aos organismos públicos como instituições que reproduzem atos de discriminação.

[...] existe uma discriminação institucional. Organismos como defensoria pública, polícia e prefeitura afrontam e descriminam os terreiros na Baixada Fluminense. Alguns desses órgãos colocam certas exigências para os terreiros existirem, que não são colocadas para as igrejas das demais religiões. (ROCHA, 2011, p. 16).

Essas práticas contrariam os princípios basilares do serviço público que segundo Silva Jr, “tem por obrigação legal valorizar uma cultura de paz, compreensão e respeito recíproco entre os humanos, e não servir à intransigência e ao preconceito” (SILVA JR, 2009, p. 207). Percebe-se, portanto, que a “a instauração de um regime de tolerância para diversos cultos não é garantia da eliminação da discriminação legal” (BLANCARTE, 2003 apud MARIANO, 2007, p. 123). Igualmente, Norberto Bobbio em “A Era dos direitos” problematiza as noções de tolerância e intolerância que para ele admitem caráter dualista, ou seja, ambas podem ter sentido negativo e positivo (BOBBIO, 1992). Para Bobbio, estas noções podem ser interpretadas de maneiras diferentes, de acordo com os contextos históricos e sociais. Em meio à complexidade na definição dos conceitos apresentados anteriormente Norberto Bobbio define tolerância religiosa como o “reconhecimento do igual direito a conviver, que é reconhecido a doutrinas opostas, bem como o reconhecimento, por parte de quem se considera depositário da verdade, do direito ao erro, pelo menos ao erro de boa-fé” (BOBBIO, 1992, p. 213). Intolerância, portanto, seria o não reconhecimento desses direitos. Segundo ele, as práticas de intolerância se baseiam na crença que religiosos possuem em serem portadores da única verdade e consequentemente incumbidos por Deus a impor suas convicções. Geraldo Rocha aponta mais duas possibilidades no que concernem as dificuldades em reconhecer a liberdade religiosa, essas dificuldades estão ligadas ao preconceito com relação às religiões de matriz africana e às práticas de proselitismo religioso (ROCHA, 2011). A partir da reflexão do

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Doutor em Teologia pela PUC-RIO; professor Dr. do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Letras e Ciências Humanas da UNIGRANRIO

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Bobbio, percebemos que as noções de tolerância subjugam aquilo que é tolerado, criando assim, uma hierarquia valorativa das crenças religiosas. Estes impasses da tolerância legitimam os discursos que as lideranças religiosas das casas de matriz africana expressam ao afirmarem que não querem ser toleradas e sim respeitadas, quando são indagadas sobre a intolerância religiosa no Brasil. Esse discurso encontra expressão no texto do ZviYavetz7 em que ele “considerava injurioso tolerar alguém e achava que a verdadeira virtude estava em reconhecer e respeitar o outro” (YAVETZ, 1992, apud MARIANO, 2007, p. 125). Em texto produzido coletivamente por lideranças religiosas e apresentado na abertura da Plenária Nacional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana8, eles definem intolerância religiosa como

Expressão que não dá conta do grau de violência que incide sobre os territórios e tradições de matriz africana. Esta violência constitui a face mais perversa do racismo, por ser a negação de qualquer valoração positiva às tradições africanas, daí serem demonizadas e / ou reduzidas em sua dimensão real. Tolerância não é o que queremos, exigimos sim respeito, dignidade e liberdade para SER e EXISTIR

O neopentecostalismo e as religiões de matriz africana

O movimento neopentecostal é reconhecido como a terceira fase do pentecostalismo, e assume o caráter de novo pentecostalismo, pois, enfatiza em áreas até então pouco valorizadas, assumindo características específicas. Vagner Gonçalves da Silva9 indica algumas dessas características do neopentecostalismo como, a ênfase na teologia da libertação, a organização a partir de uma lógica empresarial, o uso da mídia em prol do proselitismo em massa e a centralidade na “batalha espiritual” contra as outras religiões, sobretudo, as de matriz africana (SILVA, 2007).

Conforme apresentado por diversos estudiosos do campo religioso brasileiro, a expansão evangélica no Brasil não só aumentou o número de religiosos adeptos das igrejas neopentecostais, como também, os casos de intolerância religiosa praticados contra as religiões africanas tornaram-se menos episódicas (ORO10, 2007; SILVA, 2007; SILVA JR,

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Historiador, Pós Doutor pela Universidade de Londres, na Suécia. 8

Lido no mês de julho de 2013 na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial - CONAPIR 9

Professor do Departamento de Antropologia da USP 10

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2009). Na história de perseguição aos cultos afro-brasileiros, os neopentecostais são os agentes antagônicos mais empenhados em desqualificá-los. Segundo o Bispo Macedo – líder da Igreja Universal do Reino de Deus – “a Umbanda, Quimbanda, Candomblé e o espiritismo de um modo geral, são os principais canais de atuação dos demônios” (MACEDO, 1987, apud, ORO, 2007, p. 42). A “demonização” das religiões de matriz africana não é um fenômeno recente no pentecostalismo, entretanto, há um acirramento da doutrina da “batalha espiritual” a partir de 1960. Vagner da Silva recorda do livro “Mãe de Santo” publicado pelo fundador da Igreja pentecostal da Nova Vida, o missionário canadense Walter Robert McAlister, em 1968, que deixa claro a guerra declarada aos cultos afro-brasileiros (SILVA, 2007). Os temas centrais da “batalha espiritual” são a identificação das divindades afro-brasileiras com o demônio, a libertação dos adeptos das religiões de matriz africana pelo poder do sangue de Jesus e a consequente conversão. Para Vagner da Silva, os neopentecostais não veem as divindades do panteão afro brasileiro como crendices populares ou folclore, eles reconhecem o poder dessas divindades, no entanto, para eles, são “espíritos demoníacos” que iludem e ameaçam a vida da população brasileira. O fato das sessões de descarrego assumir a centralidade dos cultos da IURD11 evocando e vilipendiando os “encostos” - nome que a IURD reconhece as divindades afro brasileiras – leva o Ricardo Mariano concluir que “os demônios constituem o „braço direito‟ das igrejas que o combatem metódica e sistematicamente” (MARIANO, 2007, p.139).

Não obstante a demonização das religiões de matriz africana, Pedro Oro apresenta três aspectos que mostram que IURD possui similitudes com as religiões de matriz africana. O 1° aspecto é o que ele determina como “igreja religiofágica”: “apropriação e atribuição de novos significados a elementos de crenças tomados de outras igrejas e religiões”; 2° aspecto é a “igreja da exacerbação”: “amplificação desses elementos e de outros já existentes no campo religioso”; o 3° aspecto é a “igreja neopentecostal macumbeira”: “metamorfose dessa igreja, sobretudo em determinados rituais, que ao invés de distanciá-la das religiões afro-brasileiras que combate, delas se aproxima”. As sessões de descarrego, a invocação e libertação coletiva de demônios, são segundo o autor, semelhantes a algumas cerimônias de casas de matriz africana (ORO, 2007). Dialogando com Pedro Oro, Vagner da Silva em seu artigo “Entre a Gira de Fé e Jesus de Nazaré”, também tipifica algumas práticas dos cultos neopentecostais

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que se assemelhariam ao universo das comunidades de terreiro. Segundo Silva, nos cultos neopentecostais a palavra falada, “suas palavras de fogo”, possui poder mágico simbólico, é através da palavra que se expulsam os “demônios”. Esse poder é uma característica das religiões afro-brasileiras. Segundo ele, há “cosmogonias cruzadas”, ou seja, a uma ressemantização das divindades e entidades afro brasileiras.

Ao indagar sobre a aparente inércia das religiões de matriz africana, Pedro Oro assinala que um dos motivos para a indiferença das comunidades de terreiro aos ataques reside no antagonismo cosmogônico entre ambas as religiões. Enquanto a IURD concebe o mal de forma transcedental cujo sua ética está baseada na guerra contra o demônio, as religiões de matriz africana em geral concebem o mal “como tendo origem nos seres humanos, sendo os espíritos meros instrumentos usados por eles” (ORO, 2007, p.53). Diante dessas questões observadas pelo Oro, será que realmente existe uma guerra santa, ou somente há uma deflagração da IURD de guerra aos cultos afro-brasileiros, que apesar de serem vítimas dos ataques de intolerância religiosa não possuem uma postura belicosa. Analisando os relatos da pesquisa Mapeamento, averiguamos uma recorrência no que diz respeito à possível inércia das religiões de matriz africana.

A discussão sobre intolerância religiosa no âmbito da Lei brasileira a partir de 1988

A tipificação de certas práticas pentecostais como crime pelo poder público é apontada por Mariano como uma possível contribuição ao enfrentamento dessas práticas, no entanto, o autor caracteriza essa tipificação como um possível problema, pois ao tipificar esses atos corre-se o serio risco de inibir a liberdade religiosa dos neopentecostais (MARIANO, 2007). Ao mesmo tempo, Mariano afirma que os evangélicos “protagonizam atos explícitos de „violência simbólica‟ que estigmatizam, desqualificam e rebaixam moralmente os adeptos dos cultos afro-brasileiros” (MARIANO, 2007, p126). Em meio a essas discussões, Hédio Silva Jr, diz que a liberdade de expressão não se caracterizaria como um direito absoluto prescrito na Constituição e, portanto, “à medida que a liberdade de expressão passa a ser utilizada para pregar o preconceito e a discriminação, tem-se um quadro de abuso e não de uso do direito” (SILVA JR, 2009, p. 206). Nesse sentido, as práticas encaradas pelos evangélicos como o livre exercício da sua liberdade são caracterizadas como discriminações religiosas e, por conseguinte, seriam enquadradas no artigo 208 do Código Penal brasileiro que afirma:

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“escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar a cerimônia ou pratica de culto religioso; vilipendiar publicamente de ato ou objeto de culto religioso”. Além do artigo 208 do código penal a constituição brasileira de 1988 no seu artigo V, retrata em diversos momentos o tema da liberdade de crença. Silva Jr aborda várias leis que dizem respeito a liberdade religiosa, tais como, a “Lei n° 7.716/89, que pune a prática a incitação e a indução a discriminação ou ao preconceito por motivo de religião (art.20) (SILVA JR, 2009, p.208).

Em 2003 o Supremo Tribunal Federal, “entendeu que a discriminação religiosa submete-se na norma constitucional que criminaliza a prática do racismo” (SILVA JR, 2009, p.316) sendo assim, os indivíduos praticantes da discriminação religiosa estão sujeitos aos mesmos efeitos punitivos do crime de racismo no Brasil.

A intolerância de natureza religiosa/racial configura uma das faces mais abjetas do racismo brasileiro, mantendo-se intacta ao longo de toda a História, e resistindo, inclusive, ao processo de democratização, cujo marco fundamental foi a promulgação da Constituição de 1988 (SILVA JR, 2009, p. 210-211).

Por esse motivo, Silva Jr imbuído da perspectiva do direito, é enfático em afirmar que os agentes protagonistas de discriminação religiosa devem ser tratados como criminosos, segundo manda a Lei.

Objetivo

O principal objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise antropológica dos relatos de discriminação religiosa que foram identificados através de questionário aplicado pela pesquisa “Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de Janeiro”. A análise realizada permitiu identificar as diversas formas e os locais sob as quais as agressões se manifestam: verbal, física, contra a casa, contra os adeptos, na rua, no cemitério, na escola pública e privada, locais de trabalho, em transportes coletivos, matas e beiras de cachoeira.

Na medida em que os dados da pesquisa apontam a discriminação religiosa como algo concreto tipificando as formas e os locais onde elas ocorrem, produz no imaginário social uma ruptura da ideia de harmonia racial e social valorizadas na sociedade brasileira, deste modo, traz à tona a necessidade do Estado de interferir nesse processo de perseguição. Dentro dessa

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perspectiva, o intuito da pesquisa é potencializar a capacidade dos cidadãos adeptos as religiões de matriz africana a reivindicarem políticas públicas específicas ao Estado que combata o cerceamento da liberdade religiosa, garantindo desta maneira, o livre exercício a liberdade de crença e culto. Sendo assim, o Estado estará objetivando os fundamentos prescritos na Constituição Federativa de 1988, que em seu Artigo V, Inciso VI, afirma ser “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias” e, portanto, a construção de políticas públicas voltadas para as comunidades de terreiro estão em consonância com um Estado democrático de direito e, consequentemente o negligenciamento do Estado a essas populações contribuem para que os princípios democráticos permaneçam apenas no plano formal das leis reiterando as desigualdades raciais, sociais e de intolerância religiosa do país.

Se ficarmos no plano do dever ser sem nos lançarmos na luta pela rela efetivação dos direito à liberdade religiosa, estaremos no terreno da pura abstração da ideia de democracia, o que reforçaria a invisibilidade da herança cultural afrodescendente e, em especial, das religiões de matriz africana (SILVA, 2009, p. 130).

Baseados nos dados coletados através do questionário foram confeccionados vários mapas com temas distintos a fim de ilustrar a variedade dos resultados da pesquisa de maneira cartográfica, objetivando espacializar as práticas de intolerância religiosa no Rio de Janeiro.

Metodologia

A análise dos dados coletados da pesquisa “Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de Janeiro” está fundamentada numa reflexão antropológica sobre a religiosidade no cenário brasileiro atual. Para análise desses questionários utilizou-se o método qualitativo e do quantitativo por meio do auxílio do programa SPSS e do Excel. Por meio dos recursos disponibilizados no programa SPSS exploramos a sua capacidade de produzir cruzamentos entre diversas variáveis e a sua possibilidade de gerar “frequência” dos dados gerados pelo SPSS. Desta maneira, cruzamos variáveis e averiguamos algumas frequências, tais como: discriminação religiosa X gênero; liderança da casa X gênero; data da fundação da casa X gênero; frequência da idade das casas; alvará X discriminação religiosa; numero de adeptos da casa X discriminação religiosa; frequência da nação/denominação das

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casas; frequência das divindades das casas. O Excel foi responsável pela confecção de gráficos que ilustrassem os dados produzidos a pelo programa SPSS. Devido à diversidade e complexidade do universo das religiões de matriz africana no Rio de Janeiro, foi necessário construir categorias analíticas que dessem conta da complexidade do universo estudado, a fim de respeitar a identidade religiosa autodeclarada pelos respondentes.

Ao identificarmos essa característica peculiar do campo estudado, trabalhamos com cinco categorias de análise que dessem conta das denominações religiosas que compõem o múltiplo universo das religiões de matriz africana, explicitadas a seguir: Candomblé (CB), inclui as casas exclusivamente de candomblé, assim como todas as casas que misturam candomblé com qualquer outra denominação; Umbanda (UB), inclui apenas as casas de Umbanda, bem como, todas as casas que misturam Umbanda com qualquer outra denominação; Outras Pertenças (OP), abrange todas as denominações que não se declararam nem pertencentes ao Candomblé e a Umbanda; Híbridos (CU) inclui exclusivamente misturas de casas de Candomblé e de Umbanda. Esses casos também foram incluídos, respectivamente, nas categorias separadas Candomblé e Umbanda; Híbridos Outros, incluem misturas de Candomblé com outras pertenças e de umbanda com outras pertenças. Esses casos também foram envolvidos, simultaneamente, nas categorias separadas de Candomblé e Umbanda. Desta forma, levamos em conta à recorrência com que nesse universo aparecem as declarações de múltiplas pertenças, evitando assim, o esvaziamento equivocado dessas categorias nos dados produzidos.

A partir da análise detalhada dos relatos de intolerância religiosa da pesquisa “Mapeamento das casas de matriz africana do Rio de Janeiro”, foi possível a construção de categorias que dessem conta das diversas expressões de discriminação religiosa relatadas pelos respondentes do questionário. Os relatos foram classificados segundo: I- local da manifestação (público / privado); II - Tipo de agressor (vizinho, evangélico, outras); III - Tipo de alvo (pessoa, casa, outros); IV - Tipo de agressão (verbal, física, outras) V - Tipo ação/ processo judicial (de quem, contra quem, onde/situação). Todas essas categorias descritas são baseadas nas informações que os respondentes relatam ao pesquisador de campo. Por meio destas categorias identificados os locais de maior recorrência de discriminação religiosa, os principais alvos, as agressões mais sofridas pelos adeptos das religiões afro brasileiras e a maneira pela qual os processos judiciais ocorrem e se desenvolvem na sociedade brasileira.

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As categorias classificatórias que organizam os relatos convergem, em alguma medida, com a classificação feita pelo Geraldo Rocha em sua pesquisa intitulada “A intolerância religiosa e as religiões de matrizes africana no Rio de Janeiro”. Nela ele utiliza as categorias “família”, “o local de trabalho”, “a escola”, “a rua”, “a relação com organismos públicos”, “no espaço religioso”, que segundo Rocha, são esferas da vida humana que sofrem diversas práticas de intolerância religiosa afetando diretamente os processos de interação social (ROCHA, 2011). A convergência entre as pesquisas com temas correlatos legitimam a validade dos dados produzidos por meio da análise dos questionários.

A confecção dos diversos mapas temáticos, realizada com o auxílio de vários profissionais do LabGis do NIMA (Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente) , como é esperado em um projeto de cartografia social, envolveu a participação direta de lideranças do grupo estudado: na escolha das formas como seriam representados nos mapas, na definição dos símbolos, cores e na nomeação dos segmentos envolvidos na pesquisa, entre outros. Dessa forma, a construção dos mapas e os símbolos utilizados respeitaram as categorias através das quais o grupo estudado se reconhece. Um dos grandes desafios colocados na confecção dos mapas foi a necessidade de se trabalhar em conjunto com outra área do conhecimento, caráter interdisciplinar inerente a construção de uma cartografia social. Esse desafio se expressa na dificuldade de representarmos as categorias e os símbolos construídos juntos com o grupo estudado de forma cartográfica. Apesar dessas dificuldades inerentes a um projeto que se propõe ser interdisciplinar, o desenvolvimento desses mapas mostrou-se uma poderosa ferramenta no que diz respeito a construção de mapas que tenham o objetivo de visibilizar espacialmente as práticas de intolerância religiosa no Rio de Janeiro. No que se refere especificamente ao mapa responsável em traduzir espacialmente os locais das casas religiosas e ao mapa responsável em espacializar os relatos de intolerância religiosa, foram necessários diversos encontros com a equipe do NIMA para determinarmos a forma pela qual congregaríamos o símbolo da intolerância religiosa e os símbolos que representam as casas religiosas, escolhido pelo Conselho Griot12 e as variáveis relativas ao espaço público e privado, mais estritamente como traduziríamos de forma inteligível para o mapa as necessidades de identificarmos os locais como escola, cemitério, matas, igrejas, hospital,

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Conselho constituído por quatorze lideranças religiosas do candomblé e da umbanda, sendo sete lideranças de cada denominação religiosa

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cachoeiras, rodoviária, ferrovia, rios dentre outras. Todos esses locais são identificados como possíveis locais de culto e, portanto, passíveis de cerceamento da liberdade religiosa, ou como lugares que demonstram um possível acesso dos adeptos das religiões de matriz africana aos direitos básicos, que garantam o mínimo para a formação da cidadania.

Conclusões

Por meio da análise dos relatos encontrados no questionário do Mapeamento, o primeiro dado bastante significativo que aparece é que mais da metade dos relatos afirmaram que a casa ou algum adepto havia sofrido algum tipo de discriminação religiosa. Referente aos locais de recorrência os relatos foram classificados segundo espaços públicos, privados e outros. As discriminações ocorreram em sua grande maioria, na rua e próximo aos terreiros. No que diz respeito aos tipos de agressores verificamos no universo pesquisado que a maior parte das agressões aos adeptos das religiões de matriz africana são empreendidas por evangélicos, seguida por vizinhos e vizinhos evangélicos. Os agressores compreendem 32%, 27% e 7%, respectivamente dos casos relatados.

Das agressões relatadas no questionário destacam-se em maior número as agressões verbais, e, em seguida, as agressões físicas, sendo elas variadas de acordo com o contexto e, portanto, indo desde um xingamento até a invasão ao templo religioso, sempre seguida de depredações visando os símbolos sagrados. Dessas agressões verbais, verificamos uma recorrência de expressões evocando o “demônio” proferidas contra o adepto, o que nos permite perceber uma constante tentativa de identificação das Comunidades de Terreiro à figura que personifica o mal no cristianismo. Dos 66 xingamentos encontrados nos relatos da pesquisa, 56% do total, isto é, 37 xingamentos, são caracterizados pelo uso de expressões demoníacas. As expressões encontradas foram: demônio (13), demônios (2), diabo (10), capeta (1), encosto (3), endemoniado (3), “está amarrado” (3), satanás (2). Percebemos com isso uma consonância desses dados com a bibliografia acerca da intolerância religiosa que é categórica em dizer que um dos motivos que animam a perseguição aos cultos de matriz africana é a constante associação do demônio as religiões de matriz africana.

Macedo é direto, preciso, não deixa margem para dúvidas: no Brasil, os demônios se apossam dos seres humanos, sobretudo, através do espiritismo, termo que abrange os cultos afro-brasileiros e o kardecismo. Essas religiões são, a seu ver, os „principais

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canais de atuação dos demônios no território brasileiro‟ (MARIANO, 2007, p. 133).

A pesquisa indica ainda outras formas de agressões menos expressivas no universo estudado, tais como: agressão sonora (5); impedimento/não atendimento em espaço público e/ou privado (12); impedimento dos religiosos de entrar na escola por estar caracterizado como um religioso (5); proselitismo religioso (16) e denúncia as autoridades competentes contra a casa de culto de matriz africana.

Outro dado significativo é a utilização das ferramentas legais como um dispositivo de cerceamento da liberdade religiosa. Alguns relatos mostram que vizinhos acionam a polícia com o intuito de acabar com festas religiosas, denuncia a polícia por causa do barulho dos toques, é relatado denúncias de vizinhos a polícia acusando casa a de privações e cárcere privado, entre outros. A baixa reação dos adeptos das religiões de matriz africana, observada na pesquisa, encontra expoente na reflexão desenvolvida por Vagner da Silva, pois, diante dos ataques, “as reações dos religiosos afro-brasileiros que eram quase insignificantes há duas décadas tem crescido, mais ainda estão longe de representarem um movimento articulado” (SILVA, 2007, p. 18). Um dos motivos para poucas reações no âmbito legal esta associada a falta de conhecimento jurídico que dificulta o acesso a essas ferramentas, que tem por obrigação garantir o cumprimento da lei. Alem disso, “as religiões afro-brasileiras, reconhecidamente gozam de baixo prestígio social, logram menor aceitação social e são compostas por indivíduos com menor renda e escolaridade” (MARIANO, 2007, p.140).

Os dados produzidos pela pesquisa demonstram a necessidade de se construir políticas públicas efetivas que combatam as discriminações sofrida pelas religiões de matriz africana do Rio de Janeiro e garantam o livre exercício da liberdade religiosa. A pesquisa visibiliza os lugares e as formas que a discriminação religiosa manifesta-se, contrariando assim, o imaginário de tolerância inerente a um país conhecido pelo pluralismo religioso. Portanto, a instauração de políticas públicas que objetivem enfrentar a “batalha espiritual”, parece ser um direcionamento na luta pela ampliação de direitos e consequentemente a efetivação de um Estado democrático de direito. Assim, propiciando a plena autonomia dos indivíduos na escolha do direcionamento religioso e concomitantemente gerando uma cultura de paz, desejada por todos os cidadãos. Desta forma, os conflitos e as disputas inerentes a democracia ocorrerão dentro dos limites da razoabilidade da Lei (MARIANO, 2007).

(15)

Referências

1 - SILVA, M. V. “Liberdade, Democracia e Intolerância Religiosa”. In: SANTOS, I e ESTEVES FILHO, A (orgs). Intolerância Religiosa X Democracia. 1°ed. Rio de Janeiro: CEAP, 2009. p.125-143

2 - SILVA JR, H. “Notas sobre sistema jurídico e intolerância religiosa no Brasil”. In: SILVA, V. G. (org.). Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso

afro-brasileiro. 1°ed. São Paulo: Ed. USP, 2007. p. 303-323

3 - PRANDI, R. “Herdeiras do axé: sociologia das religiões afro-brasileiras. São Paulo: Editora Hucitec, 1996. 199p

4 - HASENBALG, C.A. Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil, Rio de Janeiro: Graal, 1979. 302p

5 - GIUMBELLI, E. “A presença do Religioso no Espaço Público: Modalidades no Brasil”.

Religião & Sociedade, v. 28, n. 2, p.80-101, 2008

6 - MONTEIRO, P. “Religião, pluralismo e esfera pública no Brasil”. Novos Estudos

CEBRAP, p. 47-65, março, 2006

7 - MARIANO, R. “Pentecostais em Ação: A Demonização dos Cultos Afro-brasileiros”. In: SILVA, V. G. (org.). Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo

religioso afro-brasileiro. 1°ed. São Paulo: Edusp, 2007. p.119-147

8 - BOBBIO, N. A era dos direitos. 9ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 217p

9 - ROCHA, J. G. “A Intolerância Religiosa e Religiões de Matrizes Africanas no Rio de Janeiro”. Revista África e Africanidades, Rio de Janeiro, agosto – novembro. 2011. Disponível em: <http//:www.africaeafricanidades.com > Acessado em: 19 set. 2012

10 - ORO, A. P. “Intolerância Religiosa Iurdiana e Reações Afro no Rio Grande do Sul”. In: SILVA, V. G. (org.). Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo

(16)

11 - SILVA, V.G. “Prefácio, ou notícias de uma guerra nada particular. Os ataques Neopentecostais às religiões afro-brasileiras e aos símbolos da herança africana no Brasil”. In: SILVA, V. G. (org.). Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo

religioso afro-brasileiro. 1°ed. São Paulo: Edusp. 2007. p. 9-28

12 - SILVA, V.G. (org.). Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo

religioso afro-brasileiro. 1°ed. São Paulo: Edusp, 2007. 323p

13 - SILVA JR, H. “Intolerância Religiosa e Direitos Humanos”. In: SANTOS, I e ESTEVES FILHO, A (orgs). Intolerância Religiosa X Democracia. 1°ed. Rio de Janeiro: CEAP, 2009. p. 205-216

14 - SILVA, V.G. “Entre a gira de fé e Jesus de Nazaré: Relações socioestruturais entre neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras”. In: SILVA, V. G. (org.). Intolerância

religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. 1°ed. São

Paulo: Edusp. 2007. p. 191-260

15 - GIUMBELLI, E. Liberdade Religiosa no Brasil Contemporâneo: Uma discussão a partir do caso da Igreja Universal do Reino de Deus. In: Antropologia e Direitos Humanos. Niterói/RJ: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2003. p.75-95

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