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5299/2/16 REV 2 scm/jm/ap/jm/ap/fc/jcc 1 DGD 1C

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Conselho da União Europeia Bruxelas, 26 de fevereiro de 2016 (OR. en) 5299/2/16 REV 2 COSI 3 JAI 28 JAIEX 5 CORDROGUE 3 COPS 27 NOTA de: Presidência para: Delegações

n.º doc. ant.: 11872/2/14, 6386/13, 5839/13 + COR 1

Assunto: Projeto de relatório ao Parlamento Europeu e aos parlamentos nacionais sobre os trabalhos do Comité Permanente para a Cooperação Operacional em matéria de Segurança Interna durante o período compreendido entre julho de 2014 e dezembro de 2015

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o projeto de relatório em epígrafe, solicitando-se-lhes a sua aprovação para que o mesmo seja em seguida transmitido ao Parlamento Europeu e aos parlamentos nacionais. A presente revisão baseia-se nas observações recebidas na sequência da reunião do Grupo de Apoio do COSI de 22 de fevereiro de 2016.

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1. Síntese

O presente relatório é o quarto relatório ao Parlamento Europeu e aos parlamentos nacionais, elaborado em conformidade com o artigo 71.º do TFUE e com o artigo 6.º, n.º 2, da

Decisão 2010/131/UE1 do Conselho que cria o Comité Permanente para a Cooperação Operacional em matéria de Segurança Interna (COSI), que prevê que o Conselho deve manter o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais informados dos trabalhos do Comité Permanente.

Os trabalhos do COSI2 durante o período de referência de 18 meses (de 1 de julho de 2014 a 31 de dezembro de 2015) foram muito influenciados pelos atentados terroristas na Europa, designadamente os que ocorreram em França, entre 7 e 9 de janeiro e em 13 de novembro de 2015. Imediatamente após os atentados foram organizadas duas reuniões extraordinárias do COSI para preparar uma série de medidas de luta contra o terrorismo que foram debatidas e acordadas pelos ministros da Justiça e dos Assuntos Internos, em 29 e 30 de janeiro, e no Conselho JAI

de 20 de novembro de 20153. A luta contra o terrorismo foi, evidentemente, uma questão prioritária nos trabalhos do COSI e este acompanhará de perto a implementação efetiva das medidas

operacionais nos próximos meses.

A renovação da Estratégia de Segurança Interna da UE foi outra das prioridades para o COSI durante o período de referência. De acordo com as orientações estratégicas da programação legislativa e operacional para os próximos anos no domínio da liberdade, segurança e justiça, definidas pelo Conselho Europeu na sua reunião de 26 e 27 de junho de 2014, designadamente o apelo a uma revisão e atualização da Estratégia de Segurança Interna até meados de 2015, durante o segundo semestre de 2014 o COSI preparou a renovação da Estratégia de Segurança Interna da UE, do que resultou a adoção de conclusões do Conselho sobre o desenvolvimento de uma Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada4, em 4 e 5 de dezembro de 2014. Essas conclusões representam o contributo do Conselho para a comunicação da Comissão sobre a Agenda Europeia para a Segurança5.

1 2010/131/UE

2 O número de reuniões do COSI aumentou nos últimos 18 meses: foram organizadas 15 reuniões do COSI durante as Presidências Italiana, Letã e Luxemburguesa, incluindo reuniões conjuntas com o CATS (2 reuniões) e o CEIFA (1 reunião). Os representantes do COSI continuaram a reunir-se com representantes da Interpol, uma vez em cada Presidência, com vista a reforçar a cooperação mútua e a evitar duplicações de esforços. Além disso, realizaram-se três reuniões com o Comité Político e de Segurança (CPS), em

11 de novembro de 2014, 4 de junho e 22 de novembro de 2015.

Entre 1 de julho de 2014 e dezembro de 2015, o Grupo de Apoio do COSI reuniu-se 20 vezes. 3 Realizou-se, pela primeira vez, uma reunião extraordinária do COSI em 28 de fevereiro

de 2013 para debater as implicações da situação no Sael/Magrebe para a segurança interna da UE, na sequência da crise no Mali e do atentado na Argélia. O objetivo da reunião foi preparar o debate sobre esta questão no Conselho JAI de 7 e 8 de março de 2013.

4 Doc. 15670/14.

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Em 16 de junho de 2015, o Conselho adotou conclusões sobre a Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada para 2015-20206, que foi elaborada pelo COSI. A implementação dessa estratégia renovada começou imediatamente durante a Presidência Luxemburguesa em julho de 2015 e relatórios intercalares periódicos foram debatidos e, em seguida, apresentados ao Conselho. O exercício prosseguirá nos próximos meses com base num modelo de plano de execução desenvolvido durante a Presidência Luxemburguesa.

Tal como sucedeu em anos anteriores, o COSI debateu a implementação do ciclo político da UE, que continuou a ser um tema recorrente em todas as reuniões do COSI. O valor acrescentado e o êxito do ciclo político enquanto modelo eficaz na luta contra a criminalidade internacional grave e organizada foram reconhecidos pelo Conselho7. No âmbito do ciclo político, foram realizadas jornadas de ação conjunta específicas: a operação Arquimedes em 2014 e a operação Blue Amber em 2015. Ao coordenarem as ações de muitos agentes de aplicação da lei por toda a União, as jornadas de ação conjunta conduziram a numerosas detenções e desferiram importantes golpes em grupos de criminalidade organizada. O COSI forneceu orientação estratégica para estas operações, que foram levadas a cabo pelas autoridades de aplicação da lei dos Estados-Membros e apoiadas pela Europol. As operações demonstraram a capacidade da UE para estabelecer uma estreita cooperação operacional na luta contra a criminalidade grave e organizada e produziram resultados significativos.

A Europol apresentou, em março de 2015, a primeira Avaliação Intercalar da Ameaça da Criminalidade Grave e Organizada, que constituiu uma atualização da Avaliação da Ameaça da Criminalidade Grave e Organizada (AACGO) publicada em 2013. Com base nesta AACGO intercalar, o COSI decidiu que as prioridades da UE em matéria de criminalidade acordadas em 20138 deveriam continuar válidas para a segunda parte do ciclo político 2014-2017. A implementação do ciclo foi acompanhada de perto com base na apresentação regular de relatórios. O financiamento das ações operacionais sofreu alterações em 2015, na sequência da assinatura, em 22 de dezembro de 2014, do acordo de delegação da Plataforma Multidisciplinar Europeia contra as Ameaças Criminosas (EMPACT) entre a DG HOME (DG Migração e Assuntos Internos) da Comissão Europeia e a Europol. Foram atribuídos 7 milhões de euros através do Fundo para a Segurança Interna (polícia) a fim de apoiar a implementação do ciclo político da UE em 2015 e 2016. Em reação à crise migratória e aos atentados terroristas, foi atribuído um financiamento às prioridades em matéria de imigração ilegal e de armas de fogo para 2016.

6 Doc. 9798/15.

7 Doc. 15670/14. 8 Doc. 12095/13.

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Em 2016 será efetuada uma avaliação independente do ciclo político9 e o COSI acordou numa série de princípios que devem ser tomados em consideração10.

O ano de 2015 foi marcado não só por atentados terroristas, mas também por uma vaga migratória sem precedentes. O desmantelamento das atividades de grupos de criminalidade organizada envolvidos na facilitação da migração irregular e no tráfico de seres humanos continuou, por

conseguinte, a ser uma prioridade do COSI. O desmantelamento das redes de contrabando/tráfico de seres humanos foi igualmente discutido em reuniões conjuntas do COSI com o Comité Estratégico da Imigração, Fronteiras e Asilo (CEIFA) e com o Comité Político e de Segurança (CPS).

Continuou-se a dar especial atenção ao reforço da partilha de informações, em particular no domínio da luta contra o terrorismo. O Comité debateu, em várias ocasiões, a necessidade de melhorar o seu contributo para os sistemas ou plataformas de informação existentes,

designadamente o SIS II, o Sistema de Informações da Europol, o Ponto Focal Viajantes ou as bases de dados da Interpol. Esta questão foi igualmente debatida em reuniões com a Interpol e resultou finalmente na adoção das conclusões do Conselho sobre o reforço da utilização da base de dados da Interpol relativa a Documentos de Viagem Roubados e Extraviados (SLTD)11.

Foi igualmente transmitido e discutido no COSI um grande número de outras questões, como por exemplo a Rede Europeia de Serviços de Tecnologia das Autoridades de Aplicação da Lei

(ENLETS), a rede informal de pontos de contacto para a abordagem administrativa de luta contra a criminalidade organizada e o Centro de Análise e Operações Marítimas – Narcóticos (MAOC-N). Os representantes das agências JAI – nomeadamente o Diretor da Europol, o Presidente do Colégio da Eurojust, o Diretor da Frontex e o Diretor da CEPOL – foram sistematicamente associados aos trabalhos do Comité nos domínios da sua competência. Além disso, participaram ocasionalmente nas reuniões representantes da Agência Europeia para a Gestão Operacional de Sistemas

Informáticos de Grande Escala no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça (eu-LISA), da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) e do Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO).

9 A ação 42 do ciclo político da UE (15358/10) insta a Comissão, juntamente com os Estados--Membros, a desenvolver em 2015 um mecanismo de avaliação independente para o ciclo político da UE.

10 Doc. 13837/15. 11 Doc. 13525/14.

(5)

2. Atividades

2.1. Estratégia de Segurança Interna da UE renovada (2015-2020)

A renovação da Estratégia de Segurança Interna da UE foi uma prioridade durante as Presidências Italiana e Letã. Os debates sobre a renovação da Estratégia de Segurança Interna da UE tiveram início durante a Presidência Italiana, que organizou pela primeira vez uma reunião informal entre o COSI e o CATS em 22 de julho de 2014, a fim de refletir sobre o conteúdo da Estratégia de

Segurança Interna da UE renovada. Ao organizar esta reunião, a Presidência Italiana deu

seguimento imediato ao apelo do Conselho Europeu, de 26 e 27 de junho de 2014, a uma revisão e atualização da Estratégia de Segurança Interna da UE até meados de 2015.

Em 29 de setembro de 2014, teve lugar uma Conferência de alto nível sobre a Estratégia de Segurança Interna da UE renovada, que foi organizada conjuntamente pela Comissão e pela Presidência e na qual participaram representantes dos Estados-Membros, do Parlamento Europeu, do setor privado, da sociedade civil e do meio académico. Com base nos resultados da Conferência de alto nível e dos debates no COSI, a Presidência Italiana decidiu preparar as conclusões do Conselho sobre o desenvolvimento de uma Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada que constituiriam o contributo do Conselho para a comunicação da Comissão sobre a renovação da Estratégia de Segurança Interna da UE. As conclusões do Conselho12 foram adotadas na reunião de 4 e 5 de dezembro de 2014. A Comissão publicou a sua comunicação na primavera de 2015.

A Presidência Letã organizou uma reunião informal do COSI em Riga, em 7 de maio de 2015, para debater a comunicação da Comissão sobre a Agenda Europeia para a Segurança, de 28 de abril de 2015. Esses debates tiveram em conta a Resolução do Parlamento Europeu, de 17 de dezembro de 201413, e resultaram na adoção da Estratégia de Segurança Interna da UE renovada

em 16 de junho de 2015. A Estratégia de Segurança Interna da UE renovada 2015-2020 abrange: – As conclusões do Conselho de 16 de junho de 2015 sobre a Estratégia de Segurança

Interna da União Europeia renovada para 2015-2020, com base na comunicação da Comissão sobre a Agenda Europeia para a Segurança; e

– As conclusões do Conselho, de 4 e 5 de dezembro de 2014, sobre o desenvolvimento de uma Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada.

12 Doc. 15670/14. 13 Doc. 2014/2918.

(6)

A Estratégia de Segurança Interna da UE renovada identifica as seguintes prioridades para os próximos anos, no domínio da segurança interna da União Europeia:

1. Combater e prevenir o terrorismo, a radicalização para o terrorismo e o recrutamento, bem como o financiamento ligado ao terrorismo, dando especial atenção à questão dos combatentes terroristas estrangeiros, ao reforço da segurança nas fronteiras através de controlos sistemáticos e coordenados através das bases de dados pertinentes, com base em avaliações de risco, e à integração dos aspetos internos e externos da luta contra o terrorismo,

2. Prevenir e lutar contra a criminalidade grave e organizada, com base no ciclo político da UE, 3. Prevenir e lutar contra a cibercriminalidade e reforçar a cibersegurança,

Estas prioridades foram também identificadas na Resolução do Parlamento Europeu sobre a Agenda Europeia para a Segurança, de 9 de julho de 2015. Um grande número de princípios orientadores são também idênticos, designadamente o reforço da cooperação operacional, o estabelecimento de uma abordagem multidisciplinar, a ligação entre segurança interna e externa, a plena utilização dos instrumentos existentes e a melhoria do intercâmbio de informações. O respeito pelos direitos fundamentais, a importância da prevenção, o Registo de Identificação dos Passageiros (PNR), o recurso a equipas de investigação conjuntas, a melhoria da gestão das fronteiras, o financiamento, a formação, o papel das agências JAI, o congelamento de ativos de origem criminosa são exemplos adicionais.

Nas suas conclusões de 16 de junho de 2015 sobre a Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada para 2015-2020, o Conselho sublinhou que essa estratégia renovada

representava uma agenda comum abrangente e realista para o Conselho, a Comissão e o Parlamento Europeu, e considerou que era da maior importância desenvolver uma abordagem reativa e

operacional para a sua implementação.

Nessas conclusões, o Conselho convidou o COSI a desenvolver, em estreita colaboração com a Comissão e, quando adequado, envolvendo outros intervenientes relevantes, um documento de execução bem direcionado que inclua uma lista de ações prioritárias para a implementação da Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada para 2015-2020. Esse documento de execução deveria ser desenvolvido o mais rapidamente possível e, o mais tardar, até dezembro de 2015.

(7)

Em conformidade com o seu papel específico na organização e programação do trabalho do Conselho no domínio da JAI durante o segundo semestre de 2015, a Presidência Luxemburguesa, em coordenação com as futuras Presidências e com a Comissão, apresentou um documento de execução14 durante a reunião COSI – CATS de 22 e 23 de julho de 2015. O documento incluía uma lista de quarenta ações e serviu de programa concreto para vários grupos de trabalho do Conselho. Apresentou igualmente um modelo, que as três Presidências NL, SK e MT concordaram em continuar a utilizar.

Durante as suas reuniões de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2015, o COSI debateu várias medidas previstas na Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada e elaborou relatórios para apresentar ao Conselho, em cooperação com a Comissão. Na sequência da

apresentação oral, em 8 de outubro de 2015, de um relatório intercalar ao Conselho, foi apresentado ao Conselho, em 3 e 4 de dezembro de 2015, um relatório pormenorizado de execução15 sobre os progressos realizados.

O referido relatório demonstrou que tinham sido alcançados progressos importantes numa vasta gama de medidas operacionais, estratégicas e legislativas. Os atentados terroristas de Paris, o tiroteio no comboio Thalys, bem como a crise migratória aceleraram a implementação dessas medidas.

Os principais resultados na implementação da Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada durante o segundo semestre de 2015 podem sintetizar-se do seguinte modo:

1. Luta contra o terrorismo (ver igualmente o ponto 2.2)

• Com base nas anteriores orientações do Conselho Europeu e do Conselho, em 20 de novembro de 2015 o Conselho adotou conclusões sobre a luta contra o terrorismo. Essas conclusões colocam uma tónica mais acentuada na implementação concreta das medidas acordadas. • Em 9 de outubro de 2015, o Conselho adotou conclusões sobre o reforço da utilização dos

meios para lutar contra o tráfico de armas de fogo. Tiveram igualmente início os debates sobre a revisão da diretiva relativa às armas de fogo, proposta pela Comissão

em 18 de novembro de 2015.

• O Centro Europeu de Luta contra o Terrorismo no seio da Europol foi criado em janeiro de 2016 com o objetivo de reforçar a cooperação entre as autoridades de aplicação da lei.

14 Doc. 10854/15. 15 Doc. 14636/15.

(8)

• O Parlamento Europeu e o Conselho chegaram a acordo sobre a diretiva da UE que regula a utilização dos dados do Registo de Identificação dos Passageiros (PNR) para efeitos de prevenção, deteção, investigação e ação penal em casos de infrações terroristas e criminalidade grave.

• Em 3 e 4 de dezembro de 2015, o Conselho adotou conclusões sobre a abordagem integrada e complementar em matéria de luta antiterrorista e extremismo violento nos Balcãs

Ocidentais16. 2. Fronteiras

• Foram finalizados e estão a ser implementados indicadores de risco comuns pelos Estados--Membros, com o apoio da Frontex e da Europol. O valor acrescentado desta abordagem deverá ser objeto de uma avaliação mais aprofundada.

3. Alfândegas

• Foi adotado um novo plano de ação para o período 2016-2017, que enfatiza a cooperação com as autoridades de aplicação da lei. Esse plano foi concebido para reforçar a ligação com o ciclo político da UE, particularmente no que respeita à luta contra o tráfico de armas de fogo, drogas, mercadorias de contrafação e fraude em matéria de impostos especiais de consumo e fraude intracomunitária com recurso a operadores fictícios.

As Presidências NL, SK e MT já declararam que a implementação da Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada para 2015-2020 será uma prioridade. Na reunião do COSI de 16 de dezembro de 2015, a Presidência NL apresentou um novo documento de execução que incluía uma panorâmica das atividades a realizar durante as Presidências NL, SK e MT. No entanto, esse documento não incluiu as ações previstas no documento de execução da Presidência LU que não foram ainda implementadas na totalidade (ou que ainda não foram iniciadas) (doc. 14636/15). Em 3 de março de 2016, será apresentado ao COSI um documento de execução mais abrangente.

16 Doc. 14986/15 + COR 1.

(9)

2.2. Terrorismo

O ano de 2015 foi marcado por vários atentados terroristas na Europa e noutras partes do mundo, que demonstraram a necessidade de intensificar a luta contra o terrorismo. Realizaram-se duas reuniões extraordinárias do COSI imediatamente após os atentados terroristas em França: 1. Em 20 de janeiro de 2015, na sequência do atentado ao Charlie Hebdo e das rusgas

antiterroristas levadas a cabo em Verviers e outras cidades na Bélgica, foi convocada uma reunião extraordinária para preparar os debates que viriam a ser realizados na reunião informal dos ministros da Justiça e dos Assuntos Internos, em 29 e 30 de janeiro17. Dessa reunião resultou a adoção da Declaração Conjunta de Riga18.

2. Em 16 de novembro de 2015, na sequência dos atentados de Paris de 13 de novembro, foi convocada uma reunião extraordinária para preparar o Conselho JAI de 20 de novembro de 2015, que resultou na adoção de conclusões do Conselho sobre a luta contra o terrorismo19. A luta contra o terrorismo passou a ser um dos pontos prioritários recorrentes da agenda do COSI em 2015 e o Comité centrou-se na implementação de uma série de medidas indicadas na Declaração Conjunta de Riga e na declaração sobre a luta contra o terrorismo proferida pelos membros do Conselho Europeu em 12 de fevereiro de 2015. O Coordenador da UE da Luta Antiterrorista apresentou ao COSI relatórios periódicos sobre o ponto da situação no que se refere à

implementação da declaração proferida pelos membros do Conselho Europeu em 12 de fevereiro de 2015. Essa declaração representou uma ambiciosa agenda assente em três pilares: garantir a segurança dos cidadãos, prevenir a radicalização e salvaguardar os valores, e cooperar com os nossos parceiros internacionais. O Conselho foi instado a apresentar um relatório sobre a implementação circunstanciada destas prioridades até ao Conselho Europeu de junho.

Na sua reunião de 12 de março de 2015, o Conselho JAI (ministros do Interior) decidiu centrar-se em quatro áreas prioritárias em que é preciso alcançar progressos tangíveis até junho:

– Reforço da aplicação do Quadro de Schengen,

– Intensificação da partilha de informações e da cooperação operacional, – Luta contra o tráfico de armas de fogo e

– Reforço das capacidades de sinalização de conteúdos na Internet, em especial na Europol.

17 Doc. 5866/15. 18 Doc. 5855/15.

(10)

Paralelamente, os trabalhos sobre a proposta da Comissão de uma diretiva relativa ao Registo de Identificação dos Passageiros da UE (PNR) foram considerados prioritários.

Entre março e junho de 2015, o COSI contribuiu para os progressos alcançados nos domínios acima referidos pelos seguintes motivos:

Intensificação da partilha de informações e da cooperação operacional

Em 26 de março de 2015, o COSI debateu propostas da Europol e da Eurojust20 sobre a forma como as suas plataformas e serviços já existentes poderiam ser mais bem utilizados. Uma das propostas defendia a criação do Centro Europeu Antiterrorista (ECTC) no âmbito do atual quadro

organizacional da Europol para proporcionar benefícios e valor acrescentado do ponto de vista operacional às atividades das autoridades competentes dos Estados-Membros em domínios prioritários da luta contra o terrorismo estritamente identificados. O Conselho JAI, na sua reunião de 12 de março de 2015, acordou em que, com base no projeto "Check-the-Web", a Europol deverá desenvolver, até 1 de julho de 2015, uma unidade da UE de sinalização de conteúdos na Internet que passará a fazer parte integrante do ECTC. O ECTC, lançado oficialmente na reunião informal dos ministros JAI de 25 de janeiro de 2016, destinar-se-ia essencialmente a contribuir para

intensificar o intercâmbio de informações, designadamente de informações criminais sensíveis.

Armas de fogo

A luta contra o tráfico de armas de fogo foi identificada na declaração proferida pelos membros do Conselho Europeu em 12 de fevereiro de 2015, na Declaração Conjunta de Riga, na Declaração de Paris21 e nas reuniões do Conselho de 9 de fevereiro22 e 12 de março de 201523, como uma das medidas de luta contra o terrorismo em que se deverão continuar a fazer progressos.

20 Docs. 7272/15 e 7445/15. 21 Doc. 5322/15.

22 Doc. 5897/15. 23 Doc. 6891/15.

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Em 26 de março de 2015, o COSI debateu uma série de medidas e atividades concretas, cuja implementação deveria ser acelerada, em particular no que diz respeito à troca de informações, à redução do acesso às armas de fogo ilegais, ao abate do efetivo e à inutilização de armas de fogo e à cooperação com países terceiros24. O COSI apoiou estas quatro vertentes de trabalho e sublinhou a importância de se rever a diretiva relativa às armas de fogo (Diretiva 91/477/CEE relativa ao controlo da aquisição e da detenção de armas, alterada pela Diretiva 2008/51/CE), nomeadamente para estabelecer um elevado nível de normas mínimas para a inutilização de armas de fogo. Os debates realizados pelo COSI resultaram na elaboração de conclusões sobre o reforço da utilização dos meios para lutar contra o tráfico de armas de fogo, adotadas pelo Conselho na sua

3415.ª reunião realizada em 8 de outubro de 201525. Essas conclusões identificam medidas a tomar pelos Estados-Membros, pela Comissão e pelas agências da UE e incluem objetivos e prazos. Em 16 de dezembro de 2015, o Comité debateu o Plano de ação da UE contra o tráfico ilícito e a utilização de armas de fogo e explosivos, apresentado pela Comissão26.

Está a ser levado a cabo um trabalho importante no quadro do Plano de Ação Operacional (PAO) relativo às armas de fogo (na medida em que as armas de fogo são uma das prioridades da UE em matéria de criminalidade), tendo o COSI incentivado os Estados-Membros a participar no referido Plano de Ação Operacional. Consequentemente, o número de Estados-Membros que participam neste plano passou de 12, em julho de 2014, para 19, no final de 2015.

Em 10 de novembro de 2014, o Comité chegou a acordo sobre um Plano de ação sobre o tráfico de armas de fogo entre a UE e a região do Sudeste da Europa (2015-2019), que foi apresentado ao Conselho para aprovação. O plano de ação foi posteriormente apresentado ao Fórum Ministerial UE-Balcãs Ocidentais sobre Justiça e Assuntos Internos de 12 de dezembro de 2014.

O Comité tomou ainda nota de uma Avaliação da Ameaça das Armas de Fogo realizada pela Europol27.

Na sua reunião de 24 de novembro, o COSI deu o seu acordo a um projeto da Finlândia28 que incide em medidas operacionais para a prevenção do tráfico ilícito, o fornecimento e a utilização de armas de fogo na Europa e será levado a cabo pela Academia de Polícia finlandesa.

24 6739/15 25 12892/15 26 14971/15 + ADD 1 27 12069/15 28 14119/15

(12)

Indicadores de risco comuns / aplicação reforçada do quadro de Schengen

O COSI debateu a operacionalização dos indicadores de risco comuns em 24 de novembro de 2015, juntamente com a utilização do SIS II em casos de terrorismo / combatentes estrangeiros. Os

resultados de um questionário recentemente distribuído pelo Coordenador da Luta Antiterrorista sobre a utilização do SIS II e das bases de dados da Interpol pelos Estados-Membros da UE e pelos Estados do espaço Schengen para combater o terrorismo (13059/15) mostrou que houve um

aumento significativo das indicações introduzidas no SIS ao abrigo do artigo 36.º, n.ºs 2 e 3, em 2015, em relação ao ano anterior. No entanto, a utilização do sistema variou consideravelmente entre os Estados-Membros e o número de indicações introduzidas ao abrigo do art. 36.º, n.º 3, manteve-se, em geral, muito baixo.

Na sua reunião de 21 de setembro de 2015, o Comité debateu, com base no relatório do

Coordenador da Luta Antiterrorista, uma série de recomendações para as ações em que ainda eram necessários mais progressos e reforçada orientação política. Isto levou à identificação de cinco prioridades de ação em que se impunham progressos até ao Conselho de dezembro29. Foram as seguintes:

– Operacionalização dos indicadores de risco comuns

– Reforço dos controlos nas fronteiras mediante uma melhor utilização do SIS II e do SLTD

– Intercâmbio de informações

– Prevenção da radicalização na Internet – Ligação interna / externa

O Conselho convidou o COSI a contribuir ativamente para a implementação das prioridades acima referidas, com vista a preparar resultados tangíveis para o Conselho de dezembro.

29 12551/15 + COR 1

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Os atentados terroristas de Paris aceleraram os debates sobre as medidas acima referidas e

resultaram na adoção das conclusões do Conselho sobre a luta antiterrorista30, de 20 de novembro de 2015. Essas conclusões identificam medidas a curto e médio prazo e dizem respeito, em particular, ao Registo de Identificação dos Passageiros (PNR), às armas de fogo, ao reforço dos controlos nas fronteiras, à partilha de informações, ao financiamento do terrorismo e à resposta ao terrorismo e ao extremismo violento. Tendo em conta o seu papel de garantir que a cooperação operacional relativa à segurança interna seja promovida e reforçada na União, o COSI foi incumbido de estabelecer contactos com os grupos de trabalho competentes do Conselho, com a Comissão e com as agências da UE, a fim de assegurar a aplicação efetiva das medidas operacionais acordadas. O COSI analisará igualmente a possibilidade de desenvolver uma metodologia com vista a uma abordagem estruturada e multilateral da cooperação operacional no combate às ameaças terroristas.

Na sequência do atentado travado no comboio Thalys em 21 de agosto de 2015, o COSI centrou-se na luta contra o tráfico de armas de fogo. O Grupo dos Transportes e o Conselho (Transportes) debateram questões relacionadas com a segurança ferroviária nas suas reuniões de outubro de 2015. O COSI comprometeu-se a retomar este assunto quando estiverem disponíveis os resultados de um estudo da Comissão sobre segurança ferroviária.

O relatório relativo a 2016 da Europol sobre a situação e as tendências do terrorismo na União Europeia (TE-SAT)31 foi apresentado ao Comité, em 21 de setembro de 2015.

O Comité debateu igualmente a cooperação com países terceiros no combate ao terrorismo. O Coordenador da Luta Antiterrorista apresentou um documento sobre o recurso aos instrumentos e agências da JAI na região do Médio Oriente e Norte de África (MENA)32. O Comité reconheceu a necessidade de cooperar com esta região. Sublinhou também a importância da coordenação, uma vez que os Estados-Membros estão a desenvolver uma ampla série de iniciativas na região numa base bilateral e multilateral.

O Comité debateu ainda as eventuais ligações entre a criminalidade organizada e o terrorismo com base num relatório da Europol sobre a relação entre a criminalidade organizada e o terrorismo na UE33.

Na sua reunião de 24 de novembro de 2015, o COSI debateu o projeto de conclusões do Conselho sobre a abordagem integrada e complementar em matéria de luta antiterrorista e extremismo violento nos Balcãs Ocidentais, que foi adotado pelo Conselho em 3 e 4 de dezembro de 2015.

30 14406/15 + COR 1

31 12168/15

32 14408/1/15

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Na sua reunião de 16 de dezembro de 2015, o Comité tomou nota dos primeiros resultados do Fórum da UE sobre a Internet, lançado pela Comissão em 3 de dezembro de 2015. O Fórum reuniu ministros do Interior, representantes de alto nível das principais empresas de Internet, a Europol, o Coordenador da Luta Antiterrorista da UE e o Parlamento Europeu, tendo em vista chegar a uma abordagem voluntária conjunta assente numa parceria público-privada para detetar e combater os conteúdos prejudiciais em linha.

2.3. Implementação do ciclo político da UE

A implementação em curso do ciclo político da UE de pleno direito 2014-201734 continuou a ser uma questão central para o COSI. O final de 2015 marcou o momento em que o ciclo político chegou a meio caminho e, por conseguinte, marcou também a consolidação da implementação desse mecanismo. Nos próximos dois anos haverá ainda Planos de Ação Operacionais (PAO) em 2016 e 2017, que coexistirão com a realização de uma avaliação independente, sendo o objetivo integrar os seus resultados no próximo ciclo político.

a) Implementação e acompanhamento do ciclo político da UE 2014-2017

Na sequência do lançamento do novo ciclo político em 1 de janeiro de 2014 e do primeiro exercício de acompanhamento em junho de 2014, o COSI realizou o seu segundo exercício de

acompanhamento na sua reunião de 11 de dezembro de 2014. Em 19 e 20 de novembro de 2014, foram analisados relatórios dos promotores de 12 PAO para 2014, juntamente com o resultado da reunião semestral dos coordenadores nacionais da EMPACT35 e o relatório do Diretor da Europol36. Nesta última reunião do COSI, o Comité adotou igualmente os PAO para 2015. Os temas da

cocaína e da heroína foram divididos em dois PAO, pelo que o número de PAO aumentou de 12 para 13 em 2015.

O primeiro acompanhamento semestral dos PAO para 2015 foi realizado na reunião do Comité de 29 de junho de 2015, em que o COSI procedeu a uma troca de opiniões sobre as conclusões do relatório do Diretor da Europol37 e o relatório da reunião dos coordenadores nacionais da

EMPACT, que teve lugar na Europol em 28 e 29 de maio de 2015.

34 15358/10

35 A abreviatura EMPACT corresponde a Plataforma Multidisciplinar Europeia contra as Ameaças Criminosas (European Multidisciplinary Platform against Criminal Threats) 36 15856/14

(15)

Uma vez que várias delegações assinalaram que os relatórios, em especial o relatório do Diretor da Europol, se deverão centrar mais no conteúdo operacional e analisar os resultados operacionais, o relatório sobre o segundo acompanhamento dos PAO para 201538, apresentado na reunião do COSI de 16 de dezembro de 2015, analisou os progressos realizados no âmbito de cada prioridade, pondo a ênfase no conteúdo e nas medidas operacionais. O Comité congratulou-se com a nova abordagem do relatório.

O ciclo político de 2015 revelou um aumento do número das ações (281 em 2015, contra 260 em 2014). O ciclo político de 2016 irá inverter esta tendência, uma vez que o número de medidas diminuirá para 206 em 2016. Observou-se uma mudança nas ações de sensibilização e formação que passaram a assumir um caráter mais operacional.

Outro dado importante é o número de reuniões da EMPACT: em novembro de 2014, foi

comunicado que a Europol realizou e apoiou financeiramente 51 reuniões da EMPACT em 2014, com um custo de 442 100 euros. No mesmo ponto, em 2015, a Europol realizou também

51 reuniões da EMPACT, com um custo de 426 243 EUR.

Nas conclusões do Conselho sobre a Estratégia de Segurança Interna da UE renovada para

2015-2020, a prevenção é luta contra a criminalidade grave e organizada, com base no ciclo político da UE, foi identificada como uma das prioridades para os próximos anos no domínio da segurança interna da UE. Tendo isso em conta, bem como as conclusões do relatório da reunião dos

coordenadores nacionais da EMPACT39 e o relatório do Diretor da Europol40, a Presidência Letã decidiu trazer algumas questões para o debate na reunião do COSI de 29 de junho de 2015 com o objetivo de continuar a melhorar o ciclo político.

38 14881/15 + ADD 1 EU RESTRICTED 39 10107/15

(16)

O debate estratégico41 identificou uma série de questões, nomeadamente a necessidade de continuar a melhorar a sensibilização para o ciclo político da UE tanto nos Estados-Membros como a nível da UE e a necessidade de concentrar mais o acompanhamento do ciclo político da UE na análise através da identificação de possíveis lacunas, da supressão de deficiências e da avaliação dos resultados alcançados, especialmente no que diz respeito às questões operacionais. Outras questões identificadas foram a clara necessidade de desenvolver uma abordagem mais multidisciplinar nos PAO; a importância de utilizar melhor as investigações financeiras e as técnicas de recuperação de bens; um maior enfoque no aumento do apoio aos coordenadores nacionais da EMPACT a nível nacional; o papel crucial da liderança dos promotores; a importância de associar as prioridades nacionais às prioridades da UE em matéria de criminalidade na luta contra a criminalidade

internacional grave e organizada; a necessidade de uma abordagem mais estratégica no que respeita à participação de países terceiros e parceiros no ciclo político da UE; e a importância dos pontos focais da Europol na implementação bem-sucedida das prioridades da UE em matéria de

criminalidade.

b) Metodologia revista para a AACGO, AACGO intercalar e preparação da AACGO 2017

A Ação 40 do ciclo político exige que a Europol apresente uma "avaliação intercalar da UE" em março de 2015. Para cumprir o seu mandato, o COSI começou por adotar uma metodologia revista para a Avaliação da Ameaça da Criminalidade Grave e Organizada (AACGO) na sua reunião de 30 de setembro de 2014, tendo acrescentado um novo capítulo 1.5 à metodologia, que passou a incluir uma "AACGO intercalar". Nesse relatório intercalar caberia determinar se deviam manter-se válidas as recomendações estabelecidas na AACGO 2013; avaliar potenciais facilitadores da

criminalidade novos e emergentes; incluir uma estrutura semelhante à da AACGO 2013 e um capítulo apresentando recomendações.

41 10476/15

(17)

Em 26 de março de 2015, a Europol apresentou ao COSI os resultados da AACGO intercalar42 e as prioridades por ela recomendadas. Uma comparação entre as prioridades recomendadas pela AACGO intercalar 2015 da UE e as atuais nove prioridades da UE em matéria de criminalidade do ciclo político permitiu a identificação de questões específicas, nomeadamente de que sete

prioridades da UE em matéria de criminalidade foram incluídas nas prioridades recomendadas pela AACGO intercalar 2015 da UE, quer formuladas da mesma maneira (imigração ilegal, tráfico de seres humanos, mercadorias de contrafação e cibercriminalidade) ou de forma ligeiramente

diferente (criminalidade organizada contra o património, drogas sintéticas e fraude intracomunitária com recurso a operadores fictícios / impostos especiais de consumo); e que duas das prioridades da UE em matéria de criminalidade (cocaína/heroína e armas de fogo) não foram incluídas na visão global das prioridades recomendadas pela AACGO intercalar 2015 da UE (tendo no entanto a última sido identificada na lista de observação das ameaças criminosas, a acompanhar de perto). O branqueamento de capitais foi incluído na lista de prioridades recomendadas pela AACGO

intercalar 2015 da UE, tendo este fenómeno criminoso sido identificado pelo Conselho, em 2013, como um objetivo horizontal para as prioridades da UE em matéria de criminalidade. Por último, a criminalidade ambiental, nomeadamente o tráfico ilícito de resíduos, foi identificada como uma ameaça criminosa a acompanhar de perto, tendo sido incluída, por conseguinte, na lista de observação da AACGO intercalar 2015 da UE (enquanto o Conselho identificou a criminalidade ambiental como uma ameaça crescente à segurança interna da UE quando do estabelecimento das prioridades da UE em matéria de criminalidade em 201343).

O COSI entendeu que as prioridades da UE em matéria de criminalidade abrangiam as prioridades recomendadas pela AACGO intercalar e decidiu não alterar as prioridades da UE em matéria de criminalidade. As nove prioridades da UE em matéria de criminalidade continuarão a ser válidas na segunda parte do ciclo político 2014-2017.

O COSI subscreveu também os requisitos da AACGO identificados pelos utilizadores44 na sua reunião de 21 de setembro de 2015 e validou posteriormente a metodologia revista para a

AACGO45 em 24 de novembro de 2015. Ao contrário da sua predecessora, a metodologia revista incluirá as prioridades da UE em matéria de criminalidade fixadas pelo Conselho enquanto fator pertinente para a ocorrência de crimes a fim de avaliar as ameaças e os riscos da criminalidade grave e organizada. Ambos os documentos servirão de ponto de partida para a próxima AACGO, que será publicada pela Europol em março de 2017.

42 7271/15

43 12095/13 44 12267/15 45 14913/15

(18)

c) Jornadas de ação conjunta

No âmbito do ciclo político, foram organizadas jornadas de ação conjunta específicas: a operação Arquimedes em 2014 e a operação Blue Amber em 2015. As jornadas de ação conjunta são operações transfronteiras de aplicação da lei centradas nos principais pontos quentes da

criminalidade transversal e nas infraestruturas criminosas na UE. As jornadas de ação conjunta são uma iniciativa liderada pelos Estados-Membros e apoiada pela Europol.

Na sua reunião de 11 de dezembro de 2014, o COSI tomou nota dos ensinamentos tirados da operação Arquimedes46, que decorreu entre 15 e 23 de setembro de 2014. A operação envolveu mais de 300 ações operacionais em mais de 250 locais na Europa e não só, tendo resultado em 1 100 detenções. Todas as prioridades da UE figuravam na lista de ações operacionais realizadas. Todos os Estados-Membros da UE, bem como a Interpol, a Frontex, a Eurojust e os países terceiros parceiros (Colômbia, Suíça, Noruega, Austrália, EUA e Sérvia) participaram na operação.

Teve como principais objetivos causar um impacto significativo na criminalidade grave e organizada, combater destacados criminosos e grupos criminosos e respetivas infraestruturas, melhorar a cooperação entre os Estados-Membros, utilizar uma abordagem multidisciplinar, utilizar os recursos de forma eficiente e sensibilizar para a EMPACT.

O Comité tomou igualmente nota do novo conceito para as jornadas de ação conjunta 2015 (operação Blue Amber)47 em 26 de março de 2015. A operação Blue Amber teve uma natureza diferente das jornadas de ação conjunta realizadas em 2014. A operação Blue Amber, em vez de ser uma operação de grande escala, era composta por ações mais pequenas, mais centradas no nível regional e mais orientadas para os serviços de informação. Assim, ao longo de várias semanas realizaram-se em todo o mundo várias operações simultâneas dirigidas contra vários tipos de crimes, pontos quentes, regiões ou modus operandi. As ações decorreram, no total, ao longo de 39 dias úteis.

46 16442/14

(19)

Em 16 de dezembro de 2015, o COSI tomou nota dos resultados finais da operação Blue Amber. O comunicado de imprensa da Europol48 indicou a realização de quase 900 detenções relacionadas com o tráfico de drogas (257), os crimes contra o património (281) e a facilitação da migração irregular (60); a detenção de 263 autores de fraudes durante as jornadas de ação global das transportadores aéreas (Global Airline Action days), que visaram criminosos suspeitos de

adquirirem bilhetes de avião em linha de forma fraudulenta, utilizando dados de cartões de crédito roubados ou falsos; a apreensão de cinco toneladas de cocaína, 2,1 toneladas de canábis, 280 kg de drogas sintéticas e 82 kg de heroína; o confisco de 254 veículos, mais de 190 toneladas de

pesticidas falsificados e quase 140 000 euros em numerário, e a apreensão de 1 400 toneladas de metais roubados.

O COSI considerou ser essencial participar em tempo útil na preparação e no acompanhamento das jornadas de ação conjunta. Nesse contexto, o COSI realizou um debate estratégico sobre o futuro dessas jornadas na sua reunião de 21 de outubro de 2015. As delegações manifestaram preferência por uma operação do tipo Blue Amber, mas não excluíram a possibilidade de uma operação do tipo Arquimedes por um curto período de tempo. As delegações salientaram que estas operações

deverão ser conduzidas pelos serviços de informação e centrar-se nas prioridades da UE em matéria de criminalidade, devendo prever um certo grau de flexibilidade para reagir a eventos emergentes. Foi também mencionada a importância de assegurar uma abordagem multidisciplinar, envolvendo, nomeadamente, as autoridades aduaneiras e judiciais. Várias delegações referiram a importância do papel dos promotores e dos coordenadores nacionais da EMPACT e de os envolver numa fase de preparação precoce. Algumas delegações também referiram a cooperação com países terceiros e a abordagem regional.

d) Financiamento

A assinatura, em 22 de dezembro de 2014, do acordo de delegação da EMPACT entre a Comissão (DG HOME) e a Europol permitiu atribuir um financiamento no valor de 7 milhões de euros ao abrigo do Fundo para a Segurança Interna (polícia), destinado a apoiar a implementação do ciclo político da UE em 2015 e 201649.

48 15285/15

49 O documento da Comissão C(2014) 5651, de 8 de agosto de 2014 (Anexo 1 da decisão de execução COM relativa à adoção do programa de trabalho para 2014 e ao financiamento das medidas da União no quadro do Fundo para a Segurança Interna), estabeleceu o apoio à cooperação, no quadro do ciclo político da UE, em particular às ações da EMPACT

(Plataforma Multidisciplinar Europeia contra as Ameaças Criminosas) através de um acordo de delegação com a Europol.

(20)

Até à data, a Europol lançou dois convites à apresentação de candidaturas. O primeiro convite à apresentação de propostas foi lançado em 19 de janeiro de 2015 e terminou em 27 de fevereiro de 2015. O convite permitia a apresentação de até 3 candidaturas por PAO (teoricamente, um total de 39 candidaturas). Posteriormente, a Europol recebeu 19 pedidos de subvenção, tendo aprovado todos eles, o que correspondeu ao desembolso de 4,68 milhões de euros em financiamento. Cada um dos 13 PAO poderá candidatar-se a subvenções num montante máximo de 360 000 euros. A primeira convenção de subvenção foi assinada em 30 de abril de 2015 e a última em 24 de julho de 2015. No entanto, o atraso na disponibilização de financiamento às prioridades da EMPACT causou descontentamento e retardou o arranque de algumas atividades ou a execução das ações nos PAO, fora do âmbito das subvenções da EMPACT, através do recurso a outras fontes de

financiamento.

O segundo convite à apresentação de propostas foi lançado em 14 de outubro de 2015 para apoiar a execução dos PAO em 2016. O convite foi dividido em duas partes: uma primeira parcela

de 2 024 950 EUR remanescente do montante original de 7 milhões de euros e uma segunda parcela complementar de 2 milhões de euros, que a DG HOME da Comissão planeava disponibilizar, mas ainda não o tinha feito à data da elaboração deste relatório. O montante da primeira parcela (sem o financiamento complementar) foi atribuído aos 13 PAO do seguinte modo: 500 000 euros para a imigração ilegal, 200 000 euros para as armas de fogo e 120 450 euros para os restantes 11 PAO. Foram recebidas 15 candidaturas que estão a ser avaliadas pela Europol, com vista à assinatura da convenção de subvenção eventualmente em março de 2016.

O COSI foi informado periodicamente sobre o ponto da situação da implementação do acordo de delegação. Embora reconheça as competências da Europol e da Comissão nos termos do acordo de delegação, o Comité sublinhou a necessidade de ser envolvido sempre que forem tomadas decisões de natureza estratégica. A pedido da Europol, o Comité procedeu a um debate estratégico sobre a execução do financiamento para o segundo convite à apresentação de propostas (segunda parcela) do acordo de delegação, na sua reunião de 16 de dezembro de 2015, e chegou a acordo quanto ao plano apresentado pela Europol50 sobre como utilizar os fundos complementares disponibilizados pela Comissão para a segunda parcela do segundo convite à apresentação de propostas ao abrigo do acordo de delegação.

50 14163/15

(21)

e) Mecanismo de avaliação independente do ciclo político da UE 2014-2017

A ação 42 do ciclo político da UE prevê um mecanismo de avaliação independente, com criação prevista em 2015 e entrada em funcionamento em 2016 (ação 43). O resultado da avaliação deve ser comunicado ao COSI e ao Conselho JAI até março de 2017. Isto é importante, uma vez que o COSI deverá avaliar os ensinamentos tirados, a fim de os integrar no próximo ciclo político.

O COSI debateu esta questão em três reuniões (29 de junho de 2015, 21 de setembro de 2015 e 21 de outubro de 2015). Em seguida, o Comité chegou a acordo quanto aos princípios aplicáveis à avaliação independente do ciclo político51 na sua reunião de 21 de novembro de 2015. Esses

princípios dizem respeito ao seguinte:

– âmbito: a avaliação abrangerá unicamente os Planos Estratégicos Plurianuais (PEP) e os Planos de Ação Operacionais (PAO);

– atores: a avaliação será realizada por uma combinação de dois atores, a saber, um consultor terceiro, selecionado pela Comissão após um concurso, e um grupo de peritos de acompanhamento, que deverão ser colocados em pé de igualdade com o consultor; – calendário: os resultados da avaliação deverão ser apresentados ao Conselho até março

de 2017, o mais tardar.

A reunião inicial do grupo de acompanhamento realizou-se em 30 de novembro de 2015

e 13 Estados-Membros juntaram-se ao grupo. A Comissão lançou um concurso no início de 2016.

51 13837/15

(22)

f) Participação das agências

As agências JAI continuaram a contribuir em larga medida para os trabalhos do COSI. A Europol desempenhou mais uma vez um papel fundamental na implementação do ciclo político,

nomeadamente através da apresentação da AACGO intercalar, da organização de seminários sobre os PAO, bem como do constante acompanhamento e prestação de informações através da Unidade de Apoio da EMPACT. Em setembro de 2015, a Europol financiou e realizou um evento de formação de promotores, cujo objetivo foi comunicar as conclusões da reunião do COSI

de 29 de junho de 2015 e fornecer informações e boas práticas sobre monitorização e apresentação de relatórios, bem como sobre o financiamento do acordo de delegação da EMPACT. Foram também dadas orientações para a gestão ativa das subvenções, a gestão e comunicação das prioridades, o 8.º Plano de Ação do Grupo da Cooperação Aduaneira (GCA), a abordagem

administrativa, o branqueamento de capitais e a recuperação de ativos, as jornadas de ação conjunta e a redação dos PAO. Além disso, a CEPOL organizou uma série de cursos de formação em matéria de ciclo político e realizou uma conferência em Budapeste, em 8 e 9 de dezembro de 2015, cujo objetivo foi procurar melhorar a abordagem pluridisciplinar e o investimento nas prioridades do ciclo político da UE 2014-2017.

A Frontex contribuiu para a implementação do ciclo político, nomeadamente no Plano de Ação Operacional "Imigração ilegal", no qual desempenha o papel de copromotor, e nos PAO "Tráfico de seres humanos" e "Armas de fogo", nos quais participa. A Eurojust continua a desempenhar um papel muito ativo, dado que participa em todas as prioridades do PAO. O OEDT participa nos PAO "Tráfico de cocaína", "Tráfico de heroína" e "Drogas sintéticas". Além disso, o OLAF participa nos PAO "Fraude em matéria de impostos especiais de consumo" e "Fraude intracomunitária com recurso a operadores fictícios". Em 2015, a eu-LISA (a agência europeia para os sistemas

informáticos de grande escala) juntou-se como participante aos PAO "Imigração ilegal", "Armas de fogo" e "Ciberataques".

g) Ciclo político – Atividades conexas

O COSI assegurou que vários projetos estreitamente relacionados com os PAO fossem integrados nesses PAO ou com eles estreitamente coordenados:

– o COSI tomou nota das avaliações feitas pela Europol da ameaça da criminalidade organizada através da internet (AACOi) de 2014 e 2015 nas suas reuniões

(23)

– em 10 de novembro de 2014, o COSI debateu os resultados operacionais dos relatórios intercalares da Comissão sobre os Balcãs Ocidentais. Considerou que as conclusões representavam um valor acrescentado para o COSI, em especial no quadro do ciclo político e das futuras prioridades da UE no domínio de criminalidade. Considerou também que os países dos Balcãs Ocidentais poderiam ser encorajados a participar nas ações do ciclo político.

– Na sua reunião de 11 de dezembro de 2014, o COSI tomou nota da situação referente à "criminalidade ambiental" em 2014. A AACGO de 2013 da UE identificou esta última como uma ameaça emergente. Tal apreciação teve como base um relatório da

presidência da EnviCrimeNet, um relatório da presidência do Grupo da Cooperação Aduaneira (GCA) sobre a execução da ação 7.10 respeitante à criminalidade ambiental do 7.º Plano de Ação do GCA, um relatório da delegação italiana que descrevia a experiência italiana no domínio da criminalidade ambiental e, em particular, do tráfico ilícito de resíduos e um relatório da Eurojust sobre um projeto estratégico em matéria de criminalidade ambiental. As delegações reconheceram a importância crescente da criminalidade ambiental na UE.

– A Europol apresentou ao COSI, em 21 de setembro de 2015 (o dia anterior ao Conselho JAI extraordinário sobre a pressão migratória), as ações empreendidas no âmbito do ciclo político no domínio da imigração ilegal (primeiros resultados) e referiu seis atividades operacionais chave, designadamente as operações FALKO, HUNTING GROUND e JOT COMPASS, uma operação contra a fraude ligada à identidade, uma operação contra os casamentos de conveniência e a JOT MARE.

A participação das autoridades aduaneiras na implementação do ciclo político da UE tem sido também um tópico importante para o COSI. Em 21 de outubro de 2015, o Comité saudou vivamente a apresentação feita pela delegação francesa sobre a

experiência das autoridades aduaneiras francesas e a sua participação na implementação do ciclo político da UE. O COSI considerou essencial que as autoridades aduaneiras participem no ciclo político e incentivou a sua participação ativa na implementação dos PAO pertinentes. Em 10 de dezembro de 2015, o Grupo de Apoio do COSI debateu o 8.º Plano de Ação (2016-2017) do GCA. Nessa ocasião, a Presidência LU declarou que alguns domínios estão estreitamente ligados às prioridades da UE em matéria de criminalidade (p. ex., armas de fogo, impostos especiais de consumo e fraude

intracomunitária com recurso a operadores fictícios, drogas e mercadorias de

contrafação). A Presidência sublinhou a necessidade de evitar duplicações de esforços e declarou que as medidas das autoridades aduaneiras deverão ser alinhadas pelo ciclo político ou nele integradas. Em resultado disso, a Presidência NL realizou uma reunião conjunta COSI SG – GCA em 24 de fevereiro de 2016.

(24)

O Grupo da Cooperação Aduaneira também desenvolveu e atualizou o seu 7.º Plano de Ação (2014-2015) a fim de complementar o trabalho do ciclo político. O documento foi apresentado na reunião dos coordenadores nacionais da EMPACT de novembro de 2014 e de maio de 2015. Na reunião dos coordenadores nacionais da EMPACT de novembro de 2015, a presidência do GCA fez uma apresentação sobre os progressos realizados em torno do projeto de 8.º plano de ação do GCA e a participação das autoridades

aduaneiras no ciclo político da UE. Algumas delegações apelaram a uma melhor

coordenação com os projetos da EMPACT. Na sua reunião de outubro de 2015, o COSI apelara a uma maior participação das autoridades aduaneiras no ciclo político e

declarara que também acolheria com agrado uma cooperação estreita com o GCA. Isso é necessário para evitar duplicações de esforços e garantir a melhor utilização dos recursos disponíveis. Deverá igualmente conduzir ao reforço da cooperação entre os serviços policiais e aduaneiros.

– No seguimento do Conselho de 8 de outubro de 2015, o Comité debateu em

21 de outubro de 2015 a criminalidade transfronteiras ligada aos grupos criminosos de moteiros com base em diversas propostas sugeridas pela Bélgica52. Foi referido que os promotores de vários PAO tinham sido informados deste fenómeno crescente e tinham sido convidados a ter em conta este aspeto na elaboração dos novos PAO para 2016.

2.4. Reforço da cooperação no domínio da segurança interna e externa

O COSI continuou a discutir com o CPS as possibilidades de reforçar a cooperação e a coordenação internas e externas da UE. Os dois Comités realizaram três reuniões conjuntas: em 11 de novembro de 2014, em 4 de junho de 2015 e em 22 de outubro de 2015.

Essas reuniões centraram-se no reforço da cooperação entre as missões da PCSD e os atores

do ELSJ, na Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada e na migração. Um quarto relatório intercalar sobre a implementação do roteiro para o reforço dos laços entre a PCSD e

o ELSJ foi apresentado em 22 de outubro de 2015. Foram alcançados alguns resultados tangíveis e consideraram-se atingidos os principais objetivos do roteiro.

52 12041/15

(25)

Ambos os Comités trocaram pontos de vista sobre a questão migratória, em especial sobre o

desmantelamento das redes de contrabando/tráfico de seres humanos no Sael e no Mediterrâneo. Os Comités exprimiram opiniões convergentes sobre a necessidade de coerência e sinergia das ações destinadas a enfrentar esta questão. Ambas as ações PCSD e LSJ foram consideradas parte integrante de uma abordagem global que abrange a cooperação para o desenvolvimento, a ajuda humanitária, a proteção dos refugiados e a ação diplomática. Existem numerosas ferramentas e instrumentos disponíveis, como os diálogos de alto nível da AR/VP e a EUNAVFOR MED. A última reunião conjunta COSI – CPS realizou-se em 22 de outubro de 2015, tendo as delegações nela debatido a cooperação em matéria de segurança com a região MENA. Foi também dada especial atenção à região dos Balcãs Ocidentais. Na sua reunião de 10 de novembro de 2014, a Comissão apresentou as conclusões dos relatórios intercalares de 2014 sobre os Balcãs Ocidentais, que eram relevantes para o COSI. Tais conclusões incidiram nomeadamente sobre as reformas da polícia e do sistema judiciário e a necessidade de reforçar a cooperação judiciária e entre os organismos e de tomar novas medidas no domínio da luta contra a corrupção. A proteção das testemunhas foi identificada como um importante desafio para a região, juntamente com a criminalidade organizada, em particular o tráfico de seres humanos e o tráfico de droga. As conclusões dos relatórios intercalares foram também consideradas relevantes para o ciclo político da UE e para as futuras prioridades da UE em matéria de criminalidade. Os países dos Balcãs Ocidentais deveriam ser encorajados a participar nas ações do ciclo político.

A cooperação com a Interpol continuou a ser importante para o COSI, na perspetiva de reforçar a segurança interna da UE e de chegar junto de países terceiros. Ao longo do período de referência, realizaram-se três reuniões de altos funcionários JAI da UE com a OIPC Interpol (12 de novembro de 2014, 8 de junho de 2015 e 23 de novembro de 2015). No segundo semestre de 2014, na

sequência do caso do desaparecimento do voo MH370 da Malaysian Airlines, a Presidência italiana preparou conclusões sobre o reforço da utilização da base de dados da Interpol relativa a

documentos de viagem roubados e extraviados (SLTD)53, que foram adotadas pelo Conselho em outubro de 2014. Quatro Estados-Membros têm recorrido muito mais à SLTD na sequência dessas conclusões. Os resultados revelaram um rápido aumento da alimentação/utilização da base de dados. As conclusões do Conselho sobre a luta contra o terrorismo, de 20 de novembro de 2015, salientaram mais uma vez a importância de utilizar as bases de dados da Interpol para reforçar os controlos nas fronteiras externas. A Comissão foi convidada a envidar esforços para alcançar a interoperabilidade, em especial entre o SIS II, a SLTD da Interpol e o iARMS.

53 13525/14

(26)

Já em 2014, a Interpol apresentou o seu Grupo de Missão para a Fusão ao COSI, que poderá contribuir para a cooperação com a UE sobre a questão dos combatentes estrangeiros. Ao longo de 2014-2015, a Interpol colaborou também com a UE no domínio da migração, nomeadamente na operação JOT MARE.

2.5. Migração

Em 22 de outubro de 2015, realizou-se pela primeira vez uma reunião conjunta COSI – CEIFA para debater medidas contra o contrabando de migrantes. Tanto a migração irregular como o tráfico de seres humanos foram considerados prioridades da UE em matéria de criminalidade em 2013 e estão a ser desenvolvidas importantes medidas no quadro dos "Planos de Ação Operacionais", medidas essas que foram acordadas pelo COSI na sua reunião de dezembro de 2015. A luta contra o

contrabando de migrantes foi considerada uma das principais prioridades da UE, como referido na Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada para 2015-2020 e no seu documento de execução, a Agenda Europeia para a Segurança, na Agenda Europeia da Migração, bem como no Plano de Ação da UE contra o Tráfico de Migrantes54. Questões essenciais foram também o reforço da cooperação com os países ou regiões de origem e de trânsito, como a região MENA ou dos Balcãs Ocidentais, bem como entre as missões da PCSD e os atores do Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça.

2.6. Seguimento

– Abordagem administrativa: em 11 de dezembro de 2014, o COSI tomou nota do relatório da rede informal de pontos de contacto para a abordagem administrativa e adotou o seu programa de trabalho para o período 2015-2017. A abordagem administrativa foi identificada como uma das prioridades da Presidência NL.

– Cooperação entre as agências JAI: realizaram-se duas reuniões dos chefes das agências JAI durante o período de referência: em 3 de novembro de 2014 (organizada pelo Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO)55 e em 3 e 4 de novembro de 2015

(organizada pela eu-LISA)56. O Comité tomou nota do relatório de atividades das agências e das principais conclusões sobre a cooperação entre as mesmas, bem como do painel de avaliação da cooperação multilateral desenvolvida pelas agências. A próxima reunião dos chefes das agências JAI terá lugar em 3 e 4 de novembro de 2016, em Viena, e será organizada pela Agência Europeia dos Direitos Fundamentais (FRA).

54 9345/15

55 16286/14, 16287/14

(27)

– O Comité tomou nota de um projeto sobre "Escravatura moderna e formas criminosas de exploração laboral"57, que foi apresentado pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) em 11 de dezembro de 2014. O relatório da conferência sobre "Exploração laboral grave na UE", que teve lugar em 2 de junho de 2015, foi apresentado ao COSI em 29 de junho de 2015.

– O Comité tomou nota de uma apresentação pelo MAOC-N dos seus êxitos na luta contra o tráfico de droga no Atlântico e no Mediterrâneo Ocidental. O COSI saudou o trabalho do MAOC-N no combate ao tráfico de droga por via marítima. Exprimiu o seu apoio à prossecução do trabalho do Centro e sublinhou a necessidade de uma solução a longo prazo. – Na sua reunião de 11 de dezembro de 2014, o Comité tomou nota de uma apresentação feita pela Presidência sobre o Acordo do Conselho da Europa relativo ao Tráfico Ilícito por Mar, que implementa o artigo 17.º da Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Estupefacientes e de Substâncias Psicotrópicas. Os Estados-Membros foram convidados a assinar e ratificar esse Acordo, se ainda não o tivessem feito.

– O resumo e as recomendações da Convenção dos Chefes de Polícia Europeus de 2014 e 2015 realizada em 24 e 25 de setembro de 201458 e em 23 e 24 de setembro de 2015,

respetivamente, foram apresentados ao COSI59.

– Em 11 de dezembro de 2014, o Comité tomou nota das orientações destinadas a apoiar as autoridades de aplicação da lei na prevenção e luta contra os jogos de azar e as apostas ilegais e os crimes conexos60. O Comité tomou ainda nota de uma apresentação feita pela delegação italiana sobre os resultados de um projeto-piloto sobre a luta contra a cibercriminalidade em matéria de serviços bancários em linha e de pagamentos que não em numerário.

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3. Conclusão

A segurança interna esteve mais do que nunca no cerne dos trabalhos do COSI em 2014-2015. A crise migratória e os atentados terroristas de 2015 levaram a uma série de medidas estratégicas, operacionais e legislativas na área da justiça, liberdade e segurança. O COSI, no seu papel central de assegurar que a cooperação operacional em matéria de segurança interna seja promovida e reforçada no interior da União, bem como de desenvolver, implementar e monitorizar a Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada 2015-2020, em cooperação com a Comissão, como sublinhado nas referências sobre o futuro papel do COSI61, assumiu as suas responsabilidades ao adotar medidas operacionais centradas tanto na implementação como na consolidação. As

conclusões do Conselho sobre a luta contra o terrorismo, de 20 de novembro de 2015, constituem uma agenda ambiciosa que deverá ser implementada nos próximos meses.

Durante o período de referência, o COSI demonstrou a sua capacidade para reagir rapidamente a acontecimentos súbitos, como testemunhado pela realização de duas reuniões extraordinárias. Foram acordadas numerosas medidas importantes, incluindo a Estratégia de Segurança Interna da União Europeia renovada, as conclusões sobre a luta contra o terrorismo, as armas de fogo e a utilização das bases de dados da Interpol. O COSI continuará a acompanhar de perto a

implementação destas medidas e do ciclo político da UE, que continua a ser o instrumento essencial para a luta contra a criminalidade internacional grave e organizada. Em 2016 dar-se-á início à avaliação independente deste ciclo, cujos resultados são esperados em 2017. Esses resultados serão utilizados para preparar o próximo ciclo político da UE.

O COSI irá manter uma margem de flexibilidade para dar resposta a ameaças imprevistas ou emergentes à segurança da UE. A crescente ligação entre segurança interna e externa exigirá uma cooperação mais intensa entre todos os atores envolvidos, incluindo os atores envolvidos na área da política externa e de segurança comum. O COSI continuará a procurar a complementaridade, a coerência e a consistência no desenvolvimento e execução das políticas da UE relacionadas com a segurança interna e colocará a tónica na dimensão externa e na cooperação regional.

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