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BOLETIM

EXTRAORDINÁRIO

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BOLETIM EXTRAORDINÁRIO 5/2020 2 Boletim Extraordinário 5/2020 22 de julho de 2020

I

ntrodução

O Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) tem como uma de suas missões institucionais orientar seus jurisdicionados e, nesse sentido, vem realizando estudos que buscam mapear tendências e riscos capazes de afetar a sustentabilidade fiscal dos poderes e órgãos que integram sua jurisdição.

Esses estudos têm se materializado por meio de boletins mensais publicados sob o título “Painel de Controle”, além de boletins extraordinários, à exemplo deste, e das informações em nível mais analítico exibidas por meio do CidadES Controle Social no endereço eletrônico

https://cidades.tce.es.gov.br/.

Nessa quinta edição do Boletim Extraordinário, atualizamos os cenários para as receitas, despesas e a margem fiscal do estado, trazendo também informações e projeções de cená-rios para os municípios capixabas, tendo em vista a evolução da pandemia causada pelo Co-vid-19 e as incertezas decorrentes no cenário econômico e fiscal. Adicionamos as projeções da situação dos jurisdicionados frente aos limites da despesa com pessoal.

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C

ontexto dos CenárIos

Diversas instituições internacionais e nacionais têm divulgados cenários e previsões para o comportamento da economia mundial e dos países, Brasil incluído. O grau de incerteza ainda existente quanto à evolução da pandemia justifica a construção de cenários voltados para as contas públicas, buscando oferecer uma análise coerente e crível que possa apoiar as tomadas de decisões dos gestores públicos.

Os cenários dos boletins extraordinários têm como estrutura conceitual os cenários elabo-rados pela consultoria McKinsey1 por meio do estudo intitulado “COVID-19: Implications for Business”2 – atualizado recentemente - onde são identificados nove possíveis cenários e

de-talhando dois deles: o Cenário “A3: Virus Contained, Growth Returns”3 e o Cenário “A1:

Virus Recurrence; Slow Long-Term Growth With Muted World Recovery”4. Esses cenários

foram identificados, por meio de pesquisa realizada com cerca de 2.400 executivos de empre-sas globais5, como sendo os dois mais prováveis entre os nove possíveis presentes no estudo.

No Cenário “A3: Virus Contained, Growth Returns”, as medidas econômicas são parcialmen-te eficazes. Há um controle rápido e eficaz da propagação do vírus com a economia mundial retornando a produção, ao final de 2020, para os níveis do quarto trimestre de 2019. As medidas econômicas do governo contribuem para menos falências e demissões, estimulam investimentos privados e gastos das famílias; a confiança das empresas e dos consumidores é restaurada por conta de eficazes políticas de saúde pública.

1 - A consultoria McKinsey é uma empresa global de consultoria em gestão pública e privada que está presente em mais de 130 cidades e 65 países.

2 - Disponível em https://www.mckinsey.com/business-functions/risk/our-insights/covid-19-implications-for-business. O primeiro estudo foi publicado em 23 de março de 2020 e atualizado em 1º de junho de 2020.

3 - Cenário A3: Vírus contido, retorno do crescimento.

4 - Cenário A1: Recorrência do vírus; crescimento de longo prazo lento com recuperação mundial moderada.

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No segundo cenário, denominado “A1: Virus Recurrence Muted; Slow Long-Term Growth

with muted world Recovery”, as medidas econômicas e de saúde são parcialmente

efica-zes. O crescimento de longo-prazo é mais lento. A produção retorna aos níveis do quarto trimestre de 2019 apenas no final de 2022. As respostas da política econômica são eficazes para conter o rápido declínio da economia, mas são insuficientes para aumentar a confiança e reiniciar o crescimento. Isso resulta em: fechamentos significativos de empresas; recuo nos investimentos e na fragmentação das cadeias de suprimentos; perda generalizada de empregos e com efeito os gastos dos consumidores permanecem baixos; persiste baixa a atividade no setor de serviços.

Na última atualização do estudo sobre cenários, a McKinsey apontou quatro incertezas cha-ves que ainda merecem nossa atenção: o número real de casos de contaminação é parcial-mente conhecido (existem casos assintomáticos e casos não detectados); a trajetória para imunidade de rebanho (p.ex. quanto tempo dura a imunidade?); a sazonalidade da trans-missão (aparentemente os efeitos do clima são modestos para conter a disseminação do vírus); e a efetividade e a implementação de medidas de saúde pública adotadas no médio prazo (medidas como distanciamento social, lockdown, teste e rastreamento têm apresen-tado maior efetividade).

A seguir veremos alguns indicadores que ajudam a enxergar a dinâmica da atividade econô-mica do Brasil e do Espírito Santo com a pandemia do Covid-19.

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rojeção do

PIB

do

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2020

Com relação as projeções de crescimento do PIB brasileiro, o último Boletim Focus6 do Banco

Central aponta para uma queda do PIB brasileiro de 6,10% ante a queda de 6,50% registrada no Boletim extraordinário anterior.

A mudança reflete uma acomodação nas expectativas de bancos, corretoras, gestoras de recursos e consultorias nas últimas semanas quanto aos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia. Para 2021, a mediana das expectativas permaneceu inalterada em 3,50% (pela sétima semana seguida), com algumas instituições financeiras ainda aguardando sinais mais claros sobre a retomada da atividade econômica7.

M

erCado de CoMModItIes

Como mencionado no Boletim anterior, o preço das commodities importantes para a econo-mia capixaba tem reagido relativamentebem a crise.

O minério de ferro já opera no terreno positivo. No final de junho alcançou a cotação de US$ 103,00 a tonelada. Uma alta de 11,2% no ano. O Café Robusta (Conilon) negociado na Bolsa de Londres apresenta uma queda de 16,0% desde o início do ano. Essa queda em dólares é compensada pela variação na taxa de câmbio. Na cotação do café robusta divulgada pela CE-PEA/ESALQ a saca de 60 kg alcançou R$ 352,57, contra R$ 304,80 no início do ano. Uma alta de 15,6% no período. A exceção é o petróleo, cuja queda foi precipitada e aprofundada pelo

6 - O Relatório Focus do Banco Central do Brasil resume as estatísticas calculadas de dezenas de instituições financeiras considerando as expectativas de mercado. Último Boletim Focus considerado para esse Boletim Extraordinário foi o divulgado em 13 de julho disponível em www.bcb.gov.br/publicacoes/focus/10072020

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conflito entre a Rússia e os países da Opep, relacionada ao nível de produção de petróleo nos respectivos países. Ain-da assim, após atingir o preço mais baixo dos últimos anos em meados de abril, a cotação do barril “brent” continua se recuperando, fechando o mês de junho a US$ 41 para o contrato futuro de 30 dias.

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aturaMento

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MPlIado8

Entre 1 de março e 4 de julho, as vendas no varejo recua-ram 27,5% segundo o Índice Cielo, mas com sinais de reto-mada nos meses de maio e junho. O setor de serviços, que inclui turismo, transporte, bares e restaurantes, serviços automotivos, entre outros, foi o que apresentou maior re-cuo, com uma queda de 61,4% no período total. No seg-mento de produtos duráveis, como móveis, eletrodomés-ticos e materiais de construção, a retomada é mais forte e rápida. Após chegar a cair mais de 80% no final de março, o setor vem reagindo, chegando a uma queda de 15,3% na semana que termina em 4 de julho. Por outro lado, o segmento de Bens não duráveis, que inclui produtos de supermercado e farmácias, já recuperou o nível anterior, com um crescimento de 2,7% na última semana.

8 - Boletim Cielo Exclusivo – Impacto do Covid-19 no Varejo Brasileiro. Disponível em www.cielo.com.br/

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O consumo de energia elétrica é um dos principais indicadores de alta frequência correla-cionados à atividade econômica. Os dados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS) revelam que a carga do Sistema elétrico nacional apresentou seu ponto mais baixo este ano na semana entre os dias 19 e 25 de abril, com uma redução de 14% frente a semana equivalente no ano de 2019. A partir do início de maio a demanda parece estar se recuperando, sendo que na última semana com dados disponíveis, entre 27 de junho a 3 de julho, os dados apontam para um recuo de 6% em relação ao ano anterior.

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– IBC-Br

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Após duas fortes e históricas quedas em março (-6,16%) e em abril (-9,73%), o IBC-BR, sinalizador do PIB, registrou uma alta de 1,31% em maio10 na comparação

dessazonaliza-da com abril. Na comparação com maio de 2019, o IBC-BR apresentou queda de 14,24% e, no acumulado em 12 me-ses, teve queda de 2,08%. No ano o indicador acumula uma queda de 6%. Esse resultado de maio do IBC-BR fortalece a opinião de retomada da atividade econômica percebida nos indicadores de alta frequência (consumo varejo, ener-gia, movimento nas estradas, mobilidade humana).

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enaBraVe O volume de vendas de veículos voltou a piorar em junho, depois de apresentar uma ligeira recuperação em maio. Fo-ram emplacados 2.988 veículos em junho de 2020, contra 5.765 em 2019, uma variação de -48%. Os dados sugerem que a recuperação segue uma marcha lenta no setor, depois de cair 59% em abril e 44% em maio. No acumulado de

ja-9 - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) tem como objetivo mensurar a evolução contemporânea da atividade econômica do país e contribuir para a elaboração de estratégia de política monetária. Trata-se de indicador de periodicidade mensal, que incorpora variáveis consideradas como proxies para desempenho dos setores da economia.

10 - www.bcb.gov.br/detalhenoticia/17126/nota

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neiro a junho, foram emplacados 24.175 veículos em 2020, representando uma queda de 29,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

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oBIlIdade huManano

e

sPÍrIto

s

anto11

Nos momentos de maior restrição, os dados iniciais indicam que a economia operou entre 60 e 70% do nível anterior à pandemia. Nos países em que a reabertura da economia iniciou há mais tempo, o nível deve ficar em torno do patamar de 90%12.

Muitas lojas e fábricas reabriram. E entre as que abriram, muitas operam a uma fração do nível anterior. Muitas pessoas foram infectadas e outras continuam com medo, inibindo sua participação em atividades que envolvam proximidade pessoal, como eventos e compras. Atividades relacionadas a turismo, convenções, cinema, entre outras, devem ser afetadas por mais tempo.

11 - Os Relatórios de mobilidade da comunidade produzidos pela Google têm como objetivo fornecer estatísticas sobre o que mudou na resposta às políticas que visam combater a Covid-19. Os relatórios registam as tendências de movimento ao longo do tempo por localização geográfica, em várias categorias de locais lazer, mercearias e farmácias, parques, estações de transportes públicos, locais de trabalho e residências.Google LLC "Google COVID-19 Community Mobility Reports". https://www.google.com/covid19/mobility/ Accesso em 26 de junho de 2020.

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O Gráfico 4 indica que, no Espírito Santo, após atingir um recuo de 59% no período de 22/03 à 28/03, a movimenta-ção de pessoas em atividades de compra, lazer, transporte e trabalho tem crescido gradualmente, atingindo -36% entre

os dias 27/06 e 03/07. Em comparação, Goiás (-25%) apre-senta uma menor redução e São Paulo (-36%) uma redução equivalente na mobilidade das pessoas em locais relaciona-dos às atividades econômicas.

C

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xterIor no

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Como o comércio exterior é um dos setores mais fortes da economia capixaba. No mês de junho, as exportações apre-sentaram uma queda de 44% em relação ao mesmo perío-do de 2019 (caíram de US$ 649,6 milhões para US$ 363,4 milhões). Os principais responsáveis pela retração em junho foram os produtos Semimanufaturados (-96%), Celulose (-53%) e Minério (-64%). No acumulado do ano, a queda chega a 28% frente ao mesmo período de 2019. No primei-ro semestre de 2020 comparado com o mesmo período de 2019, as exportações registram uma queda de 28%.

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As importações apresentaram uma queda no mês de junho de 11,47% em relação a junho de 2019 e, no primeiro semestre de 2020 comparado com o mesmo período de 2019, as importações registraram uma alta de 9%.

Observando-se a corrente de comércio (somatório do volume financeiro movimentado pe-las exportações e importações), o Estado, ao longo do 1º semestre de 2020, apresentou uma queda de 11,71% comparando com o mesmo período de 2019: queda de US$ 6,59 bilhões para US$ 5,81 bilhões.

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Volução da

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andeMIa

O número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil estacionou desde o início de junho. Há mais de um mês o país tem registrado, em média, cerca de mil vítimas da doença por dia, o que sinaliza uma estabilização da curva de óbitos, sem altas ou quedas expressivas.

O mesmo padrão, porém, não é observado nos casos confirmados da doença. Em meados de junho, tanto a curva de óbitos quanto a de infectados davam sinais de estabilidade, mas de-pois os registros de contaminados voltaram a crescer. Isso é atribuído ao aumento na capa-cidade do país de testar a população. Quanto mais exames, mais infectados são observados. A taxa de mortalidade por Covid-19, que indica quantos óbitos ocorreram para cada 100 mil habitantes até 6 de julho, está em 45,7 no Espírito Santo. Isto coloca o estado como oitavo estado mais afetado pela doença.

Outro indicador importante a ser observado é o crescimento do número de casos. Quando o número de casos registrados em uma semana é maior do que o registrado na semana ante-rior, pode-se inferir que a epidemia está em aceleração. O contrário pode indicar que o pico da doença já passou.

Por essa métrica, o crescimento do número de casos confirmados nos últimos sete dias (30 de junho a 6 de julho), comparados com os sete dias anteriores (23 a 29 de junho) foi de 1,47%. Por estes indicadores, o estado apresenta uma situação intermediária em relação aos efeitos da pandemia na saúde, quando comparado aos demais estados brasileiros.

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Outros indicadores importantes dizem respeito a taxa de le-talidade, ou seja, o número de óbitos em relação ao núme-ro de casos, e a ocupação de leitos, principalmente de leitos de UTI. Em 14 de julho, o portal do Governo do ES13 informa

que a taxa de letalidade no Espírito Santo chegou a 3,19%, pouco abaixo da média do Brasil (3,8%). Na mesma data, a ocupação de leitos de UTI chegou a 70,7% do estado e a 76,3% na Região Metropolitana14.

13 - https://coronavirus.es.gov.br/painel-covid-19-es

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15 CENÁRIOS FISCAIS PROJETADOS

Não é possível estabelecer a priori a amplitude e a extensão da crise que, em última instân-cia, pode levar a uma retração mais duradoura na economia mundial. Os Boletins Extraor-dinários anteriores apresentam três cenários que exploram as possibilidades de evolução da pandemia e seus reflexos nas finanças públicas estaduais em 2020. A seguir, atualizamos o estudo apresentado no último Boletim15, “calibrando” os cenários com a introdução dos

dados mais recentes de 2020. Os ajustes principais para julho foram: • Inclusão da execução orçamentária de junho nos dados do Estado.

• Inclusão da execução orçamentária dos dados mais recentes dos Municípios.

• Ajuste na Despesa com Pessoal decorrente da alteração na legislação previdenciária dos servidores militares.

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eFlexos nas FInanças do

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A tabela a seguir apresenta os cenários atualizados com os ajustes do mês. No primeiro ce-nário (A), otimista, há uma melhora na previsão da receita em relação ao Boletim anterior,

decorrente principalmente da ajuda federal com um valor sensivelmente superior a queda observada no ICMS, representando uma redução de 7,0%, ou R$ 1,4 bilhão, em relação a 2019. No segundo cenário (B), moderado, a queda na receita chegaria a 10,8%, ou R$ 2,1 15 - Disponível em: <http://cidades.tce.es.gov.br/estado/2020/boletimExtraordinario>.

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bilhões. Finalmente, no Cenário pessimista (C), a queda na receita em relação a 2019

chega-ria a R$ 2,5 bilhões, com um recuo de 12,6%.

A “margem fiscal”16, que representa os recursos disponíveis para ampliar investimentos ou

serviços, continua apresentando resultado negativo em todos os cenários, porém com sensí-vel melhora em relação ao Boletim anterior, sendo: (-) R$ 123,96 milhões no Cenário A, oti-mista; (-) R$ 509,16 milhões no Cenário B, moderado; e (-) R$ 809,06 milhões no Cenário C, pessimista. Mesmo no cenário pessimista, as reservas financeiras do governo estadual,

consi-derando as fontes próprias, permitem atravessar 2020 sem descontinuidades de pagamentos.

Cenários17 para as finanças do Estado - 2020

16 - Para fins deste Boletim, a Margem Fiscal é calculada a partir do Resultado Orçamentário, deduzindo-se o aporte extraorçamentário do Tribunal de Justiça e o resultado financeiro do fundo previdenciário, que é uma “poupança” que não pode ser utilizada para financiar as despesas atuais.

17 - As premissas adotadas se encontram no Apêndice A. Tabela 2 - Cenários para as finanças do Estado 2020

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A trajetória fiscal observada, considerando-se a

arrecada-ção até o mês de junho e as medidas já tomadas pelo gover-no federal, apresenta tendência a situar-se entre os cená-rios otimista (A) e moderado (B), com viés para o cenário A. Entretanto, as receitas acima incluem a transferência de recur-sos não recorrentes18 da União para reforço das finanças

capi-xabas em 2020, estimada em R$ 1,2 bilhão pelo Instituto Fis-cal Independente (IFI) do Senado, que não ocorrerá em 2021.

18 - Ajuda financeira, relativa à LC 173/2020 (Programa Federativo de Enfrentamento ao Covid-19), complementação do FPE (MP 938/2020) e créditos para a saúde.

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Percentuais da despesa com pessoal - Estado - 2020

Tabela 3 - Limites com Pessoal Tabela 4 - Limites LRF

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esPesa CoMPessoal

-

CenárIos Para dezeMBro

/2020 - P

oderes e órgãos estaduaIs

Especificamente quanto aos limites da despesa com pessoal na LRF, a projeção dos cenários permite avaliar se o atual patamar de despesas com pessoal suporta uma queda da receita. A tabela a seguir apresenta os cenários dos limites de pessoal para os Poderes e órgãos esta-duais em dezembro de 2020, considerando os montantes das despesas com pessoal e da RCL em junho de 2020, e seus impactos até o fim do ano.

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eFlexos nas FInanças dosMunICÍPIos CaPIxaBas

Objetivando obter uma estimativa do impacto da crise nas finanças dos municípios capixa-bas, seguindo as premissas adotadas para o estado, com a devida adequação para o contex-to municipal, também foram projetados três cenários (A, B e C) para cada um dos 78 muni-cípios capixabas. Os parâmetros das premissas consideraram o conjunto dos 78 munimuni-cípios capixabas. Como resultado dos parâmetros aplicados, chegamos aos seguintes resultados projetados para o conjunto dos 78 municípios capixabas19:

Houve uma sensível melhora nas receitas projetadas e na tendência de redução das despe-sas do conjunto dos 78 municípios nos três cenários, acarretando um resultado orçamen-tário melhor, ainda que negativo, em relação à situação relatada no Boletim Extraordinário anterior (nº 4).

19 - O Apêndice B apresenta os cenários individualizados por cada Município. Tabela 5 - Resultados projetados

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O gráfico 11 demonstra a estimativa dos déficits de execu-ção orçamentária (receitas – despesas) projetados nos três cenários para 2020, considerando o resultado consolidado (soma dos resultados dos 78 municípios capixabas). Hou-ve uma consideráHou-vel melhora dos resultados nos três cená-rios em relação ao estudo do Boletim anterior. No cenário A (otimista) o déficit consolidado totaliza R$ 221,5 milhões,

no cenário B (moderado) R$ 265,3 milhões e no cenário C

(pessimista) R$ 661,4 milhões. É a primeira vez que o

cená-rio C apresenta déficit abaixo da casa dos bilhões.

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Na tabela seguinte, pode-se observar a tendência da variação na receita total em cada cená-rio para o ano de 2020 em relação a 2019, para cada Município, e o consequente resultado orçamentário projetado diante desse impacto nas receitas: queda da receita total de R$ 0,68 bilhão no Cenário A; queda da receita total de R$ 1,2 bilhão no Cenário B; e queda da receita total de R$ 1,6 bilhão no Cenário C. Os resultados apresentam uma considerável melhora na variação da receita para os três cenários em relação ao estudo do Boletim Extraordinário nº 4. Na tabela, também é possível observar que diversos municípios apresentam uma variação positiva (aumento) da receita em 2020, em relação a 2019, em um dos cenários ou em to-dos. A significativa melhora dos resultados, é atribuída:

• Ao maior número (67) de municípios adimplentes com suas obrigações frente ao TCE-ES, apresentando os dados atualizados até junho de 2020;

• Ao fato de que os dados até junho refletem as finanças municipais dentro do período da pandemia, trazendo a realidade do comportamento da economia e eliminando a margem de erro que naturalmente existe em estudos de projeção;

• À redução na expectativa de queda da receita de transferência do ICMS em 2020, em decorrência da retomada observada na economia nos últimos meses;

• À ajuda financeira da União20 que atenuou a queda generalizada nas receitas municipais;

• A redução das despesas do segundo trimestre de 2020, observada em diversos muni-cípios, em relação às despesas do segundo trimestre de 2019.

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Tabela 7 - Limites LRF

Tabela 8 - Cenários dos limites

A tabela 7 apresenta os limites estabelecidos na LRF para os Municípios. Na sequência, a tabela 8 apresenta os três cenários dos limites da despesa com pessoal para os 78 mu-nicípios (Ente, Executivo e Câmara). Os resultados mostram qual a situação fiscal do gasto com pessoal frente à LRF, con-siderando a despesa com pessoal e a RCL em dezembro de 2019 para os municípios inadimplentes com os dados de 2020, e em junho de 2020 para os municípios em dia com suas obrigações. Também é considerada a variação da RCL de acordo com cada cenário para 2020. Observa-se que, no Cenário A, 17 prefeituras descumprem o limite legal; no nário B, 22 prefeituras descumprem o limite legal; e, no Ce-nário C, 27 prefeituras descumprem o limite legal.

Esses resultados mostram uma sensível melhora na obser-vância dos limites de pessoal da LRF, em relação ao estudo anterior do Boletim Extraordinário nº 4, em decorrência, principalmente de: maior quantidade de dados atualizados em 2020, ajuda financeira da União, e redução da despesa com pessoal em alguns municípios no 2º trimestre de 2020 em relação ao 2º trimestre de 2019, bem como aumento nas despesa com pessoal nesse período abaixo da expecta-tiva inicial (5%).

Limite Cenários - Poder Executivo

A

(otimista) (moderado)B (pessimista)C

Alerta 9 10 10

Prudencial 22 22 19

Legal 17 22 27

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25 Considerações finais

Nesse quinto Boletim Extraordinário, os indicadores apresentados permitem apontar a con-tinuidade do processo de reação da economia, após atingir seu pior momento em abril. O segundo trimestre iniciou com uma freada brusca na atividade econômica e termina mos-trando uma leve retomada da economia ao longo dos meses de maio e junho. Mesmo assim, a expectativa dos principais analistas econômicos é uma queda do PIB em torno de 10% para o segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre.

A economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart fez um importante alerta, “não podemos confundir retomada com recuperação”21. Essa última só ocorrerá quando o país

demonstrar estar tão bem quanto estava antes da pandemia.

Com os indicadores de alta frequência de maio e de junho sobre faturamento do varejo, con-sumo de energia e mobilidade humana é possível identificar uma retomada gradual desses indicadores depois de uma brutal queda da atividade econômica.

No Espírito Santo, são sinais de preocupação o comercio exterior e o setor automotivo. A corrente de comércio (exportações mais importações) apresentou uma variação negativa no primeiro semestre (-11,7%) comparando com o mesmo período de 2019. No setor automo-tivo, o volume de vendas de veículos voltou a piorar em junho (queda de 15%) depois de ter apresentado uma ligeira recuperação em maio.

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A incerteza quanto a retomada econômica permanecerá enquanto uma vacina não for pro-duzida. Esse alto grau de incerteza sobre o futuro não nos permite apontar com clareza o retorno ao horizonte da economia pré-pandemia uma vez que diversos setores dependem de interações sociais para seu total funcionamento e o risco de segunda onda de contágio ainda não pode ser descartado.

Portanto, o cenário A1 da McKinsey (equivalente ao Cenário B deste Boletim), que aponta uma retomada lenta e com possibilidade de movimentos de ressurgência do vírus ao longo do tempo, permanece como nosso cenário base. Tudo isso reforça, inequivocamente, para a necessidade dos gestores públicos estaduais e municipais permanecerem acompanhando atentamente a dinâmica econômica e fiscal dos seus entes.

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27 Apêndice A – Premissas dos cenários do Estado

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28 Apêndice B – Cenários dos Municípios capixabas

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onselheIros

Rodrigo Flávio Freire Farias Chamoun - Presidente Domingos Augusto Taufner - Vice-presidente Rodrigo Coelho do Carmo - Corregedor Sebastião Carlos Ranna de Macedo - Ouvidor Sérgio Manoel Nader Borges - Conselheiro Sérgio Aboudib Ferreira Pinto - Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha - Conselheiro

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Márcia Jaccoud Freitas João Luiz Cotta Lovatti Marco Antônio da Silva

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Luis Henrique Anastácio da Silva - Procurador Geral Luciano Vieira

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Arinélia Oliveira de Aguiar

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Rodrigo Lubiana Zanotti

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Odilson Souza Barbosa Junior

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