Curso Intensivo
Curso Intensivo –
– Processo de
Processo de
Produção do Papel
Produção do Papel
Princípios fundamentais da formação
pela via húmida
Ana Paula Costa – Departamento de Ciência e Tecnologia do Papel
O Conceito de Formação
O Conceito de Formação
O termo formação
formação é usado para descrever os vários
aspectos e percepções da uniformidade do papel.
O International Standard Office (ISO)
define a
formação
formação como:
formação
formação como:
– “ A forma na qual as fibras estão distribuídas,
dispostas e misturadas para constituir o papel”
O termo formação é usado normalmente para descrever a
impressão visual dos observadores quando olham uma folha em
transmissão, mais propriamente definida como o olhar através,
falando-se então da formação da folha de papel como sendo
uniforme ou floculada.
Quantificação da formação da folha de papel
Quantificação da formação da folha de papel
• Transmissão da radiação colimada,
• fibras, comprimento de 1 mm a 2 mm e largura de 10 µm a 40 µm
• flocos (agregados de fibras), dimensão de 1 mm a 4 mm
Constituintes da folha de papel:
Constituintes da folha de papel:
•
Gravimétrico
(Corte, Hederman)
- CV(%) da massa por m2
Métodos usuais:
Métodos usuais:
Comentários
Comentários
1 mm
2= 50 µ
µµ
µg Sensibilidade,
duração
• Transmissão da radiação colimada,
X, β
βββ, infravermelho (Sara, Luner,
Drouin)
- CV(%) da massa por m2
- Análise espectral da energia
• Análise de imagem
(Cresson, Bernié)
- CV(%) da massa por m2
- Análise espectral de energia (com varrimento) - Índices específicos (perímetro de Jordan)
Tempo de varrimento bastante
elevado > 30 minutos
• Radiografia de raios X, ββββ
(Murata)
- CV(%) da massa por m2
- Análise espectral da energia
Tempo de aquisição elevado
Resolução ≥
≥≥≥ 1 mm
Boa definição
Duração do tratamento de
alguns minutos
Princípio do método de análise de imagem
Princípio do método de análise de imagem
N ív e l d e c in ze n to Gramagem, W, g.m-2
Relação entre os níveis de Relação entre os níveis de cinzento e a gramagem cinzento e a gramagem
W
I
I
T=
0exp
−
(
σ
a+
σ
b)
(x, y) ( x +δx, y + δy) d θ Nx colunas N y lin h as (x, y) ( x +δx, y + δy) d θ Nx colunas N y lin h as Campo de análise: (6.6 ×××× 6.6 cm2) Resolução: 0.129 mm Gramagem, W, g.m Bernié e Douglas, 1996 Transmissão de luz G ra m a g e m ( g .m -2) Kompa, 1988bW
a
I
T
=
+
Para um determinado
tipo de papel e para um
intervalo reduzido de
gramagem verifica-se
Sistema de análise de imagem, implementado no
Sistema de análise de imagem, implementado no
Departamento de Papel da UBI
Departamento de Papel da UBI
CCD e Óptica
CCD e Óptica
Modelo SM-480c, píxeis quadrados Objectiva de 25 mm, montada sobre uma cremalheira
uma cremalheira
Fonte de luz difusa
Fonte de luz difusa
Temperatura de cor constante Dimensão: 10 ×××× 13 cm2
Variação máxima de 0.4 % do nível de iluminação do papel
A Formação
A Formação
A Formação é uma das propriedades fundamentais do papel.
Mas infelizmente a propriedade fundamental das suspensões
fibrosas é estas formarem flocos, produzindo um papel com
fibrosas é estas formarem flocos, produzindo um papel com
“má” formação.
A indústria papeleira consome um enorme esforço na
A indústria papeleira consome um enorme esforço na
resolução deste conflito.
Diferentes aspectos de formação da folha, dependendo da
Diferentes aspectos de formação da folha, dependendo da
composição fibrosa e do processo de produção
composição fibrosa e do processo de produção
papel de papel de impressão impressão e e escrita
escrita, mesa plana, , mesa plana, Eucalipto Eucalipto papel manual papel manual népalais,Daphne népalais,Daphne papyracea papyracea papel de embalagem
papel de embalagem, kraft liner, dupla caixa de , kraft liner, dupla caixa de chegada, mesa plana, Pinho
chegada, mesa plana, Pinho papel laboratorialpapel laboratorial produzido no produzido no formador dinâmico, Eucalipto e Pinho formador dinâmico, Eucalipto e Pinho
Os primeiros papéis
Os primeiros papéis
Matéria Prima
Matéria Prima -- Formação
Formação
Propriedades das fibras
A tendência natural das fibras é formar flocos
Os métodos mais comuns usados para romper os flocos
Tensão de corte, turbulência, alongamento do fluxo
papel de embalagem papel de embalagem, , Pinho Pinho papel de impressão papel de impressão e e escrita
escrita, Eucalipto, Eucalipto
Tensão de corte, turbulência, alongamento do fluxo e redução da concentração da suspensão fibrosa
O grau de floculação das fibras depende significativamente da concentração e do comprimento das fibras
A forma tradicional para medir a concentração fibrosa é através da consistência na caixa de chegada
Mas não mede a tendência de floculação dado que não tem em conta as propriedades das fibras.
O “Potencial de formação”
Método empírico
Produzir folhas laboratoriais com concentração fibrosas muito baixas
Os efeitos de quebra dos flocos devido à tensão de corte, turbulência e
alargamento do fluxo não estão presentes, apenas fica a tendência das fibras de flocular.
de flocular.
Podemos ter então um rankingranking do Potencial de formação de diferentes pastas
Folha laboratorial, Pasta kraft de eucalipto, 25ºSR Folha Laboratorial Pasta kraft de pinho, 25ºSR
A medida que melhor avalia a tendência de floculação das fibras é o “Crowding Number” (N) (Kerekes and Schell).
2
3
2
=
d
L
C
N
v Cv – Concentração Volúmica L - comprimento da fibra d - diâmetro da fibraMatéria Prima
Matéria Prima -- Formação
Formação
Propriedades das fibras
3
d
d - diâmetro da fibraN < 1 as fibras são livres de se moverem independentemente, com poucos contactos
N > 60 as fibras formam um rede continua
10 < N < 45 Gama mais usual nas condições industriais
Limitações
Limitações
- Não tem completamente em conta a rigidez e o coarseness das fibras - Estão fora do conceito a fibrilação das fibras, a química do “wet end” e viscosidade da suspensão.
Refinação
Matéria Prima
Matéria Prima -- Formação
Formação
Esta operação pode melhorar a
formação, mas existem vários
formação, mas existem vários
limites
impostos
pelas
mudanças
nas
propriedades
papeleiras
que
o
potencial
incremento da formação pela
refinação
na
prática
não
é
usado.
Agentes de retenção e química do “wet end”
Matéria Prima
Matéria Prima -- Formação
Formação
• A causa principal da floculação provém das propriedades intrínsecas das fibras • Mas a química do “wet end” também tem alguma influência
• A função dos agentes de retenção agregar os finos e cargas inorgânicas às fibras • Inevitavelmente as fibras ligam-se umas às outras pelas mesmas forças
electrostáticas e coloidais, resultantes da dosagem dos polímeros aumentando a retenção mas degradando a formação.
• O amido catiónico que é muitas vezes usado para tornar as fibras hidrofóbicas e melhorar as propriedades de resistência, também tem a tendência a actuar como agente de retenção e degrada a formação.
Efeito da adição de amido catiónico
na formação
Folhas laboratoriais produzidas com pasta kraft de eucalipto
A formação
A formação
A formação é um dos parâmetros estruturais
mais importantes para todos os tipos de
papel e cartão, dado que influência quase
papel e cartão, dado que influência quase
todas
as
propriedades
essenciais
dos
produtos.
A secção da teia, incluindo a caixa de
chegada da máquina de papel determina o
nível de formação.
Caixa de chegada
Caixa de chegada -- Headboxes
Headboxes
A principal função da
caixa de chegada é
distribuir a suspensão de
distribuir a suspensão de
uma forma igual a toda a
largura da máquina,
Tubagem de alimentação e secção
Caixa de chegada
Caixa de chegada -- Formação
Formação
Transformar o escoamento cilíndrico num escoamento plano,
uniforme (DT) e constante no tempo – repartidor.
Desflocular convenientemente a suspensão fibrosa – gerar alguma
turbulência – para optimizar a formação.
turbulência – para optimizar a formação.
Amortizar as propagações de pressão – para minimizar as variações
da gramagem na direcção máquina (DM)
Controlar o jacto da suspensão: ângulo, velocidade de jacto,
espessura, estabilidade, direcção – para minimizar defeitos na
orientação fibrosa e na estrutura do papel.
Controlar a gramagem, na direcção transversal (DT) – perfil de
Secção da formação
Secção da formação -- Formação
Formação
Formador Fourdrinier (mesa plana)
Tipos de formadores
Tipos de formadores
Formador Fourdrinier (mesa plana)
Formador Híbrido
Evolução da produção do papel
Evolução da produção do papel
Formador Fourdrinier
Formador Fourdrinier
Tipos de formadores
Tipos de formadores
Vmáx ≤ 1000 m/minFormador Fourdrinier
Formador Fourdrinier
Formador Híbrido
Formador Híbrido
Vmáx ≤ 1200 m/minFormador de dupla teia
Formador de dupla teia
O processo de produção de papel é essencialmente uma
grande operação de drenagem ou um processo de
desidratação.
Consistência: Consistência: Teor de matéria seca Humidade:
Caixa de
chegada Formação Prensagem Secagem
Consistência: 0.2 – 1.0 %
2 – 10 g fibras/kg água
Consistência: 15 – 25 %
Teor de matéria seca TMS:
35 – 55 %
Humidade: 5 – 9 %
Este TMS depende do tipo de papel e design da
secção de prensagem. Operação térmica, evaporação.
Processo de formação da folha
Processo de formação da folha
--Fourdrinier
Fourdrinier
Formação
0.5 % Consistência 20 % TMS
95 % da água é removida nesta operação
Na fase inicial deste processo depositam-se em primeiro lugar
as fibras longas, pelo que a probabilidade de retenção das
fibras curtas vai aumentando à medida que aumenta a
gramagem do “bolo” fibroso formado, esta interpretação
mecânica da retenção de fibras explica a composição não
uniforme na direcção Z.
Formador
Formador Foudrinier
Foudrinier
Para dispersar as fibras e ter uma boa formação,
Porquê tanta água na suspensão fibrosa?
Para criar as condições para que as fibras
produzam uma
estrutura em camadas, entrando em contacto umas com as outras
estrutura em camadas, entrando em contacto umas com as outras
de formar a aumentar a resistência através de ligações de
hidrogénio na secção de secagem.
Consistência na caixa de chegada Resistência
Objectivos
principais
pretendidos
no
processo
de
formação
da
folha
nos
sistemas convencionais de produção de
papel são:
•
A obtenção de uma distribuição uniforme das fibras
no plano da folha;
no plano da folha;
•
A máxima uniformidade na distribuição de fibras na
espessura;
•
A maior regularidade superficial;
Como atingir estes objectivos?
Como atingir estes objectivos?
•
As fibras devem estar uniformemente dispersas na
suspensão devendo esta ser enviada para a secção de
formação já como um filme uniforme;
•
Deve estabelecer-se
um equilíbrio entre os grandes
•
Deve estabelecer-se
um equilíbrio entre os grandes
volumes de água e as implicações no manuseamento
destes, para se obter uma diluição óptima;
•
Uma consistência de 0.5 a 1% é usada na maioria das
máquinas;
•
Para suspensões de fibra longa a consistência requerida
para se obter uma boa formação é geralmente mais
elevada, do que para suspensões de fibra curta.
Floculação
Floculação -- Formação
Formação
Princípios que
promovem a
promovem a
uniformidade
da distribuição
fibrosa
Mecanismos para minimizar a
Mecanismos para minimizar a
floculação
floculação
Tensão de corte
Alongamento do fluxo
Turbulência
Drenagem
(Velocidade jacto V
(Velocidade jacto V
jj
/Velocidade Teia V
/Velocidade Teia V
tt
)
)
cria gradientes de velocidade na DM
Resposta da formação à V
Reacção da formação e
Reacção da formação e
orientação às mudanças na V
Teoricamente a água pode ser removida da suspensão
fibrosa através de dois mecanismos:
Drenagem
Drenagem
filtração
filtração
filtração
filtração
espessamento
espessamento
Drenagem
Drenagem --
Filtração
Filtração
O “bolo” fibroso é
formado na teia,
enquanto que a
enquanto que a
suspensão que está
acima desse “bolo”
tem uma
consistência próxima
da caixa de chegada
Não se forma um
“bolo” fibroso na
Drenagem
Drenagem --
Espessamento
Espessamento
“bolo” fibroso na
teia durante a
drenagem
Estrutura da folha segundo o mecanismo
Estrutura da folha segundo o mecanismo
de drenagem
Formação entre duas teias
Formação entre duas teias
Formar uma folha
simétrica na
espessura/plano médio
Princípio básico da drenagem
numa máquina de duas teias
espessura/plano médio
Zona de formação é
curta
A orientação das fibras
é difícil de controlar,
Ilustração esquemática da orientação fibrosa e distribuição dos finos na direcção Z do papel
Estrutura da folha
Estrutura da folha
Distribuição das cargas
Distribuição das cargas
inorgânicas na espessura do papel
inorgânicas na espessura do papel
Wire side Wire side Top side Top side
Influência da formação sobre as
Influência da formação sobre as
propriedades físicas do papel
propriedades físicas do papel
Propriedades do papel:
Propriedades do papel:
•
Volume mássico
• Permeabilidade
• Permeabilidade
• Resistência à tracção e alongamento à ruptura
• Resistência ao rebentamento
• Coesão interna
Influência da formação sobre as propriedades físicas
Influência da formação sobre as propriedades físicas
do papel
do papel-- Resistência interna normalizada
Resistência interna normalizada
Eucalyptus globulus 1 5 0 1 7 0 1 9 0 2 1 0 2 3 0 R e s is tê n c ia i n te rn a ( k P a ) 30 60 90 G ram a ge m (gm-2) 0 .0 8 gl- 1 0 .16 gl- 1 0 .2 4 gl- 1 4 1 0 1 6 2 2 2 8 3 4 R e si st ê n c ia i n te rn a C V ( % ) 30 60 90 G ram age m (gm-2) 0 .08 gl- 1 0 .16 gl- 1 0 .2 4 gl- 1 G ram a ge m (gm )
5 seg 15 seg 30 seg 90 seg
G ram age m (gm )
5 seg 15 seg 30 seg 90 seg
Pinus sylvestris 150 170 190 210 230 R e s is tê n c ia i n te rn a ( k P a ) 30 60 90 G ram a g e m (g m-2)
5 seg 15 seg 30 seg 90 seg
0 .0 8 gl- 1 0 .1 6 gl- 1 0 .2 4 gl - 1 4 10 16 22 28 34 R e si st ê n c ia i n te rn a C V ( % ) 30 60 90 G ram a g e m (g m-2)
5 seg 15 seg 30 seg 90 seg
0 .0 8 gl- 1
0 .1 6 gl- 1