Equipa de investigadores portugueses e
norte--americanos desenvolveu tecnologia para produção de
tatuagens que podem ajudar a controlar a nossa saúde
TEXTOSTatiana Costa
INFOGRAFIAAna Gonçalves
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TATUAGENS QUE
SÃO ACEITES ATE
PELOS PAIS
TATIANA COSTA
tatiana.costa@ionline.pt
As tatuagens vieram para ficar. Hoje em dia é mais comum ver pessoas com uma ou mais partes do corpo tatuadas - com vários tamanhos c feitios, podem ser a cores ou a preto e branco. Mas as tatua-gens estão longe de ser apenas estética, algumas podem inclusivamente ser uma grande ajuda para medicina.
Diferentes das tatuagens tradicionais, uma vez que são temporárias e compos-tas por circuitos eletrónicos, escompos-tas ajudam a monitorizar a saúde. E a forma como são produzidas está a mudar.
Um grupo de investigadores da Univer-sidade de Coimbra e da UniverUniver-sidade nor-te-americana Carnegie Mellon conseguiu desenvolver um método de impressão -através de impressão a tinta - que ajuda a simplificar a produção e diminuir "radi-calmente o custo" das mesmas.
Ao i, Mahmoud Tavakoli, gestor cien-tífico do projeto e diretor do Laborató-rio de "Soft and Printed Microelectro-nic" (SPM-UC) do Instituto de Sistemas e Robótica (IRS) da Faculdade de Ciên-cias e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), explicou que o obje-tivo do grupo era "criar um método que, pela primeira vez, permitisse imprimir circuitos esticáveis".
De acordo com o investigador, como a nossa pele é elástica e estica durante os movimentos que fazemos, era necessá-rio adaptar os circuitos elétricos das tatuagens a esses movimentos. Contu-do, havia um problema era preciso trans-formar os circuitos em elásticos sem que estes perdessem a "condutividade". Este novo método de produção vem permitir isso mesmo.
Além disso, Mahmoud Tavakoli expli-cou que este novo método de impressão, para além de simples - porque permite imprimir as tatuagens numa impresso-ra 2D e a produção não demoimpresso-ra mais que dez minutos - tem três grandes vanta-gens: a produção é de "baixo custo",
podem ser produzidas "em grandes quan-tidades" e podem ser uma mais valia para a saúde dos utilizadores porque ajudam a vigiar constantemente os vários sinais do corpo humano.
Até então, os custos de fabrico deste tipo de tatuagens eram muito elevados e estas eram feitas exclusivamente em laborató-rios específicos.
AJUDAR A MONITORIZAR A SAÚDE
Mahmoud Tavakoli explicou ao i que estas tatuagens são feitas de "plásticos ultrafinos que aderem à pele". E são mui-to fáceis de aplicar - podem ser transfe-ridas para a pele ou para a roupa com água, assemelhando-se à forma como se aplica uma tatuagem temporária, com recurso a uma esponja húmida.
Quando aplicadas sobre a pele podem monitorizar de forma contínua a saú-de do utilizador, permitindo controlar fatores como: atividade muscular, res-piração, temperatura corporal, batimen-tos cardíacos, atividade cerebral e até as emoções.
E já mostraram ser bastante eficazes na monitorização da atividade muscu-lar. Segundo revelou Mahmoud Tavako-li, quando colocaram uma tatuagem no antebraço de uma pessoa com uma pró-tese na mão conseguiram comprovar que "é possível controlar a mão utili-zando sinais de músculos recebidos pelas tatuagens. Ao colocar a tatuagem no músculo certo, a tatuagem permite perceber quando este é ativado e se a mão fecha ou abre".
MEDICINA DO FUTURO? Contudo, o obje-tivo dos investigadores com a implemen-tação destas tatuagens na saúde vai mui-to além da monimui-torização de vários sinais do corpo humano.
De acordo com o investigador, o obje-tivo é para que passe a ser possível "inse-rir estas tatuagens dentro da pele e do corpo humano". E dá o exemplo: no futuro, o objetivo é que seja possível, nas pessoas que tenham sofrido lesões
Zoom // Investigação
As novas tatuagens
que podem ajudar
a monitorizar
a nossa saúde têm
mão portuguesa
Um grupo de
investigadores
portugueses (da
Universidade de
Coimbra) e
norte-americanos (de
Carnegie Mellon)
desenvolveram um
novo método de
produção mais barato
de tatuagens
eletrónicas. Estas
tatuagens têm várias
aplicações, entre as
quais ajudar a
monitorizar a saúde
01 As tatuagens eletrónicas podem ser colocadas sobre a pele ou a roupa das pessoas.
02 Os sinais que as tatua-gens ajudam a monitorizar são: atividade muscular, respiração, temperatura corporal, batimentos car-díacos, atividade cerebral e até as emoções.
na medula espinhal e tenham deixado de caminhar, criar uma maneira de inserir essas tatuagens na medula de maneira a estimulá-la para que os ner-vos sejam reativados e passem a fun-cionar novamente.
O investigador disse ainda ao i que estas tatuagens podem ser usadas por qual-quer pessoa. Mas, para já, ainda não estão a ser utilizadas em nenhum local do mun-do. "Os resultados são bastante recen-tes. Já patenteamos a tecnologia, mas vai demorar anos até chegar ao merca-do", afirmou, acrescentando que esta tec-nologia ainda precisa de ser validada medicamente.
Fora do panorama da saúde, estes cir-cuitos eletrónicos têm outras aplicações. Além de poderem ser colocados sobre a pele das pessoas, podem ainda ser apli-cadas em qualquer superfície 3D. Como, por exemplo, o painel de controlo de um carro - que permitirá ativar o controlo, através do toque, de várias funcionali-dades do mesmo, como o volume do rádio ou a temperatura.
As tatuagens estão a ser desenvolvidas no âmbito do projeto Strechtonics - uma das iniciativas de larga escala do Progra-ma Carnegie Mellon Portugal, financia-do pela Fundação para a Ciência e a Tec-nologia e coordenado pelo professor Aní-bal Traça de Almeida da FCTUC.
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PÁGS. 2-31,20 €// Terça-feira, 20 novembro 2018 // Ano 9 // Diário// Númem 2830 // Dretor. Mário Remires // Dir. exec.: Mor Rabino// Dir. exec adjuntaJosé Cabia Saraiva// Dir de arte: Francisco Alves