Ministério da Agricultura
RESULTADOS 2011|2012
CAMPANHA
AGRÍCOLA
Ministério da Agricultura
RESULTADOS 2011|2012
CAMPANHA
INDÍCE
1. NotA prévIA
5
2. INtroDução
6
3. SuMárIo ExECutIvo
7
3.1. Aspectos metodológicos dos inquéritos
7
3.1.1. Amostragem
7
3.1.2. Determinação das superfícies cultivadas e produção agrícola
10
4. AborDAgEM gErAl à CAMpANhA AgrÍColA 2011-2012
12
4.1. precipitação na campanha agrícola 2011-2012
12
4.2. Monitorização da vegetação
14
4.3. Distribuição das Empresas Agrícolas (EAF&EAE)
16
5. AprESENtAção DE rESultADoS Do SECtor AgrÍColA
17
5.1. Campanha Agrícola 2011-2012
17
5.1.1. Indicadores de área
17
5.1.2. produção das Fileiras
21
5.2. Fileira dos Cereais
23
5.2.1. Culturas da Fileira dos Cereais
25
5.3. Fileira das raízes e tubérculos
29
5.3.1. Culturas da Fileira das raízes e tubérculos
31
5.4. Fileira das leguminosas e oleaginosas
34
5.4.1. Culturas da Fileira das leguminosas e oleaginosas
36
5.5. Fileira das Fruteiras
39
5.5.1. Culturas da Fileira das Fruteiras
40
5.6. Fileira das hortícolas
43
6. AprESENtAção DE rESultADoS Do SECtor pECuárIo
49
6.1. Efectivos bovinos
49
6.2. Efectivos Caprinos
51
6.3. Efectivos ovinos
52
6.4. Efectivos Suínos
53
6.4. Efectivos Avícolas
55
7. vAlorES DA proDução DoS SubSECtorES
quE INtEgrAM o SECtor DA AgrICulturA
57
8. quANtIDADE DA oFErtA DE AlIMENtoS DA
proDução NACIoNAl 2011/2012 (kg/pEr CApItA/ANo)
59
9. CoNCluSÕES
65
ANExoS
I Indicadores gerais da campanha agrícola 2011-2012
68
II Indicadores da Fileira dos Cereais
71
III Indicadores da Fileira das raízes e dos tubérculos
79
IV Indicadores da Fileira das leguminosas e oleaginosas
86
V Indicadores da Fileira das Fruteiras
93
VI Indicadores da Fileira das hortícolas
103
O Ministério da Agricultura apresenta nesta publicação os resultados produtivos da campanha agrícola
2011-2012 dos sectores agrícola e pecuário.
A campanha agrícola, também designada “
ano agrícola
” subdivide-se em dois importantes períodos
tem-porais a “primeira época agrícola” e a “segunda época agrícola”. Estas duas épocas detêm, principalmente na
região norte do País, condicionantes climáticas e práticas produtivas diferenciadas que obrigam a uma
diferen-ciação entre o “ano agrícola” (decorre de Setembro a Agosto do ano seguinte) e o ano económico (decorre de
Janeiro a Dezembro).
Os condicionalismos da actividade agrícola exigem que a colheita dos dados estatísticos seja executada em
duas etapas, coincidindo a sua recolha com os períodos das duas épocas agrícolas distintas.
Por indisponibilidade financeira não foi possível desagregar temporalmente a recolha de dados entre a
primei-ra época e a segunda época agrícola, assim os dados relativos à primeiprimei-ra época agrícola foprimei-ram recolhidos em
simultâneo com os dados da segunda época. Assim, o sistema de recolha de dados do sector agrícola e
pecu-ário baseou-se em entrevistas directas, aplicando os seguintes métodos: Inquérito por amostragem, medição
objectiva das áreas semeadas e produções obtidas.
Angola encontra-se dividida administrativamente em 18 Provincias. Entretanto, reformas administrativas
ocor-ridas recentemente, levaram ao reajuste dos territórios das províncias do Bengo e de Luanda, passando esta
última a integrar os municípios de Quissama e Icolo-bengo. Os indicadores são apresentados como sumatórios
ao nível nacional, regional e províncial.
Os indicadores, levam igualmente em conta as diferenças entre as Empresas Agrícolas do Tipo Familiar e as
Empresas Agrícolas do tipo Empresarial, realçando os indicadores desagregados para estes dois sistemas de
produção.
➍
DiSPONibiLiDADE ALiMENTAR
onde é apresentado o contributo da produção
total do sector agrícola e do sector pecuário para a
alimentação da população nacional.
EStE rElAtórIo
AprESENtA
4 grandes
conjuntos
de indicadores:
➊
SECTOR AGRÍCOLA
onde são apresentados os indicadores da fileira dos cereais,
raízes/tubérculos, leguminosas e oleaginosas, fruteiras,
hortícolas e respectivas culturas de cada fileira.
➋
PECUáRiO,
onde são apresentados os indicadores relativos às espécies
mais importantes da pecuária nacional, apresenta os valores
observados para os bovinos, caprinos, suínos, ovinos e
galináceos.
➌
vALORES DA PRODUçãO A PREçOS DE REfERêNCiA,
onde é apresentada a contribuição do sector agrícola e
pecuário para o Produto Interno Bruto Nacional
1. NotA prévIA
Angola possui uma área de cerca de 1.246.700 km
2e situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental.
O território Angolano faz fronteira a norte e nordeste com a República Democrática do Congo (RDC), a
leste com a Zâmbia, e a sul com a Namíbia, sendo limitado a oeste pelo Oceano Atlântico.
A localização de Angola, na zona intertropical e subtropical do hemisfério sul, a sua proximidade do
mar, a corrente fria de Benguela, as características do relevo e a influência do Deserto do Namibe, são
os factores que determinam e caracterizam as duas regiões climatéricas distintas:
1) A Região litoral com humidade relativa de média anual superior a 30% e com precipitação anual
inferior a 60mm (apresentando 800mm no litoral de Cabinda e no sul, mais concretamente no Namibe,
precipitações médias de 50mm), e de temperatura média superior a 23ºC.
2) A Região interior que se subdivide em três zonas: zona norte, com elevada queda pluviométrica e
temperaturas elevadas; zona de altitude que abrange as regiões planálticas do centro caracterizadas
por temperaturas médias anuais próximas dos 19ºC, com uma estação seca de temperaturas mínimas
acentuadas; e a zona sudoeste, semiárida, atendendo à proximidade do deserto do Kalahari, cujas
temperaturas são baixas na estação seca e elevadas na estação quente.
O regime das chuvas e a variação anual das temperaturas são duas características climáticas comuns
a todas as regiões, pelo que é comum distinguir-se a época do Cacimbo e a época das Chuvas. A
pri-meira, seca e menos quente começa em Maio e persiste até Agosto. A das Chuvas, mais quente,
nor-malmente ocorre entre Setembro a Maio. Contudo, a região do norte tem chuvas ao longo de quase
todo o ano e as terras altas do interior têm um clima temperado com a estação das chuvas a ocorrer
de Novembro a Abril, seguida pela estação seca, mais fria, de Maio a Outubro.
Assim, o país encontra-se dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia até
Luanda e semi-árida a norte de Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e
sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda.
Cerca de 65% do território situa-se a uma altitude entre os 1.000 e os 1.060m, localizando-se na região
central os pontos culminantes: Montes Moco (2.620m) e Meco (2.583m). Situam-se na região planáltica
do centro do país a origem dos rios mais importantes, correndo estes em três sentidos: Atlântico (L>W),
S>SE e N. Contam-se por cinco as grandes bacias hidrográficas, correspondendo aos rios Zaire, Kwanza,
Cunene, Cubango e Queve.
Assim como a maioria dos países africanos, Angola tem as suas actividades económicas ligadas
direc-tamente à produção primária, destacando-se a produção de milho, mandioca, feijão, amendoim e de
banana como as principais culturas alimentares. Na pecuária, as principais criações são
respectivamen-te de bovinos, caprinos e suínos.
No que toca à organização e recolha de dados que este relatório apresenta, foram previamente
esta-belecidos contactos com as Direcções Provinciais da Agricultura, assim como, com os Departamentos
Provinciais do IDA para se estabelecer o perfil dos coordenadores de identificação dos coordenadores
e Supervisores Provinciais, assim como, dos agentes de recolha de dados ao nível de cada Município,
que foram submetidos a acção de formação e treinamento sobre a utilização das metodologias
espe-cíficas, sistema e forma de preenchimento dos questionários e medição objectiva das áreas cultivadas
e os seus rendimentos.
A primeira acção da execução do inquérito no terreno foi a listagem, pelos inquiridores, dos chefes
dos agregados familiares residentes nas aldeias seleccionadas de cada Município (assim como dos
agricultores do tipo empresarial em cada um dos Municípios inquiridos). Posteriormente, fez-se a
se-lecção das famílias por aldeia e dos agricultores por Município, de acordo com o tamanho da amostra
pré-determinada.
Esta acção é precedida da realização de entrevistas directas (junto das parcelas de cada família ou
agricultor empresarial seleccionado) e a medição objectiva das suas parcelas cultivadas, assim como a
determinação ou estimação (na eventualidade da colheita ter sido feita antes da visita) dos
rendimen-tos por hectare ou então, a produção colhida durante a primeira época.
Contudo, neste relatório, há também informação, que foi obtida de forma indirecta, uma parte dos
dados complementares foram recolhidos a partir de relatórios dos diferentes departamentos
provin-ciais do MINAGRI, tais como, o Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) e Instituto Nacional do Café
(INCA).
Os inquéritos agrícolas foram realizados entre 23 Maio e 11 Julho de 2012 tendo sido efectuados um
total de 1.446 inquéritos às EAF, 152 inquéritos às EAE e consulta de 51 relatórios facultados pelas
Sec-ções Municipais de Agricultura ou EstaSec-ções de Desenvolvimento Agrário.
3.1. ASpECtoS MEtoDológICoS DoS INquérItoS
Os aspectos metodológicos aplicados na preparação e realização dos inquéritos da campanha
agríco-la 2011-2012 tiveram dois requisitos indispensáveis, a amostragem e a determinação de valores para as
áreas e produção. Assim neste subcapítulo apresenta-se o esquema de aspectos metodológicos que
suportam a qualidade da informação presente neste relatório.
3.1.1. AMOSTRAGEM
3.1.1.1. ExPLORAçõES AGRÍCOLAS fAMiLiARES
Para a determinação da amostra foi utilizado um único critério metodológico, amostragem casual
estratificada, onde a subpopulação foi definida e estimada por Província.
3.1.1.1.1. bASE DE AMOSTRAGEM
Para base do processo de amostragem utilizou-se a base de dados de distribuição da população
ob-tida do INE.
Foi aplicada uma divisão bietápica da subpopulação, na primeira etapa a amostragem fixou-se na
selecção das aldeias e bairros rurais existentes em cada província, na segunda etapa a amostragem
fixou-se nos agregados familiares presentes em cada aldeia selecionada na etapa anterior.
3.1.1.1.2. DiMENSõES AMOSTRAiS
A amostra global resultou da união das subamostras seleccionadas em cada estrato, isto significa que
o território nacional foi estratificado por Província.
Neste caso as dimensões amostrais ficaram definidas como se segue:
N =
∑
𝑛
h
h
Nesta conformidade as taxas de sondagem comportaram-se da seguinte forma:
No estrato
onde
N
h
é a subpopulação no estrato
h
.
No global:
onde
N
é a população total.
h
: 𝑓
h
= N
h
�
h
𝑓 = N
�
Onde:
ESTRATO
ALDEIAS OU BAIRROS RURAIS
AGREGADOS FAMILIARES RURAIS OU
EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS FAMILIARES
TOTAL
DIMENSÃO DA AMOSTRA
TOTAL
DIMENSÃO DA AMOSTRA
NACIONAL 23 786 338 2 068 107 1 688 NORTE 7 699 170 732 517 849 CAbINDA 387 21 53 274 104 ZAIRE 476 18 65 110 89 UIgE 1 402 14 183 935 71 MALANJE 1 967 19 120 789 97 KUANZA NORTE 741 25 63 548 126 bENgO 562 23 48 285 116 LUANDA 123 10 39 361 51 LUNDA NORTE 1 569 19 106 495 95 LUNDA SUL 472 20 51 720 100 CENTRO 13 873 129 915 709 645 KUANZ A SUL 2 135 27 182 211 137 bENgUEL A 1 725 25 187 450 126 HUAMbO 2 496 30 264 717 151 bIé 2 618 31 192 785 153 MOxICO 4 899 16 88 546 78 SUL 2 214 39 419 881 194 HUíL A 886 8 222 206 41 NAMIbE 425 10 39 740 49 CUNENE 609 5 93 859 26 KUANDO KUbANgO 294 16 64 076 78
REPRESENTAÇãO DA POPULAÇãO E DIMENSãO DA AMOSTRA EAF > pOR ESTRATO
TABELA Nº 1
𝑛
h
é o tamanho da amostra retirada do estrato
h
;
Estimador de Médias nos Estratos
Υ
h
μ
ST
=
∑
N
N
h
h
Υ
h
∑
N
N
h
T
ST
=
h
N
=
∑
h
N
h
Υ
h
Onde:
N
h
é a população do estrato
h
;
N
é a população global ou total;
Υ
h
é o valor médio no estrato
h
.
Estimador para o total Populacional
3.1.1.2. ExPLORAçõES AGRÍCOLAS DO TiPO EMPRESARiAL
Para a agricultura empresarial aplicou-se a mesma metodologia usada para a determinação da
amos-tra do sector familiar.
3.1.1.2.1. bASE DE AMOSTRAGEM
Para a determinação da amostra do sector empresarial usou-se como base a lista de pequenos e médios
agricultores (EAE) disponibilizadas pelas Direcções Provinciais de Agricultura.
Para assegurar a representatividade nacional aplicou-se o método de amostragem estratificada,
defi-nindo as províncias como um estrado e retirando subamostras aleatoriamente.
3.1.1.2.2. DiMENSõES AMOSTRAiS
A dimensão amostral foi definida usando o mesmo método aplicado ao sector familiar.
ESTR ATO
AGREGADOS EMPRESARIAL OU EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS EMPRESARIAIS
TOTAL
DIMENSÃO DA AMOSTRA
NACIONAL 8 360 350 NORTE 2 048 160 CAbINDA 67 10 ZAIRE 147 10 UIgE 150 30 MALANJE 163 30 KUANZA NORTE 165 20 bENgO 512 20 LUANDA 500 10 LUNDA NORTE 122 15 LUNDA SUL 157 15 CENTRO 5 708 105 KUANZA SUL 1 208 25 bENgUELA 231 20 HUAMbO 3 520 20 bIé 574 20 MOxICO 175 20 SUL 604 85 HUíLA 455 40 NAMIbE 238 15 CUNENE 72 15
REPRESENTAÇãO
DA POPULAÇãO
E DIMENSãO DA
AMOSTRA EAE
> pOR ESTRATO
TABELA Nº 2
3.1.2. DETERMiNAçãO DAS SUPERfÍCiES CULTivADAS E DA PRODUçãO
AGRÍCOLA
As definições e conceitos apresentados descrevem as práticas de cultivo usadas pela agricultura
fami-liar e pela agricultura empresarial. A agricultura famifami-liar utiliza regularmente consociação de culturas
numa mesma parcela, enquanto a agricultura empresarial apega-se maioritariamente à exploração de
culturas independentes.
Estas práticas culturais determinam tratamento diferenciado para a determinação das superfícies
culti-vas e da produção obtida. Existem dois procedimentos de cálculo para a determinar estes dois valores
distintos, contudo ambos são baseados no quadrado de densidade, ou seja escolha aleatória de
suba-mostras dentro da parcela, de um ou mais quadrados, e medir a concentração das culturas presentes
nessa subamostra da parcela. Nos inquéritos da campanha 2011-2012 foram aplicados dois quadrados
de 25m
2para cada parcela cultivada em consociação.
3.1.2.1. áREAS
Em seguida para determinar as áreas de culturas consociadas, aplica-se o método de imputação de
superfície e o método de imputação de produção.
As fórmulas aplicadas na determinação da superfície semeada e superfície colhida, por cultura são:
Superfície total da cultura i (STi)
Cs = NQDc * 25m
2/Ntp.
Ca … Coeficiente de área da cultura
NQDc.. Número de quadrado de densidade com cultura pura na parcela
Ntp … número total de plantas encontradas nos quadrados de densidades.
Sci = Ntpi * Cai
Sci … Superfície da cultura i nos quadrados de densidades.
Ntpi … Total de plantas da cultura i no quadrado de densidade.
Ca … Coeficiente de superfície da cultura i nos quadrados de densidades.
SCti = ΣSci
SCti … Superfície calculada das culturas consociadas nos quadrados de densidades da parcela i.
SAci = 50m
2/ΣSCti*Sci
SAci… Superfície ajustada da cultura i.
SCti ... Superfície calculada das culturas consociadas nos quadrados de densidades da parcela i.
Sci … Superfície da cultura i nos quadrados de densidades.
STi =Spi + SIi
Onde: SPi… Superfície com a cultura pura ou independente
área de cada cultura dentro da parcela
Para proceder ao cálculo da área de cada cultura na parcela “ACp”, dividir-se a área da parcela em
hec-tare “Ap”, pela soma das áreas dos quadrados de densidades (50m
2) e multiplica-se este quociente pela
área ajustada de cada uma das culturas “AAc” dentro dos dois quadrados de densidades, de acordo
com a seguinte fórmula:
ACp = Ap/50*AAc
ACp … área de cada cultura na parcela
Ap … área total da parcela
AAc… área ajustada da cultura
3.1.2.2. RENDiMENTOS
Para determinar a produção de uma determinada cultura os extensionistas efectuam medições
objec-tivas de superfícies e de rendimentos.
O rendimento de uma cultura define-se como a produção obtida por unidade de superfície.
Produção de cada cultura dentro da parcela
Para calcular a produção de cada cultura ao nível da parcela “Pc”, deve seguir os seguintes passos:
• Somar os pesos em kg do mesmo produto “Pkg” colhido dentro dos dois quadrados
de densidades.
• Multiplicar este peso pela área da cultura dentro da parcela “ACP” em hectares, obtida
de acordo com as instruções dadas no ponto 10.5.
• Multiplique este resultado por 10.000 m
2.
• Dividir o resultado pela área ajustada da cultura dentro dos dois quadrados (AAc)
Fazer o cálculo de acordo com a seguinte fórmula.
Pc = Pkg*ACp*10.000/AAc
Pc … Produção de cada cultura na parcela;
Pkg.. Peso em quilo do produto colhido;
ACp …. Área da cultura dentro da parcela;
AAc….. Área ajustada da cultura.
4. AborDAgEM gErAl
à CAMpANhA AgrÍColA
2011/2012
4.1. prECIpItAção NA CAMpANhA AgrÍColA 2011-2012
Angola observou uma seca severa durante o ano agrícola. Os dados climatéricos que aqui se
apresen-tam foram retirados do relatório "Análise e Monitorização da Seca em Angola – Ano Agrícola 2011-2012."
Como é visível na
figura 1
, a compilação preliminar das estimativas de precipitação de Setembro
2011 a Março 2012 mostra padrões de precipitação abaixo do normal na zona ocidental e nas zonas a
nordeste do país.
Setembro de 2011 a março de 2012
PreciPitação (mm)
Como se pode observar na
figura 2
, a precipitação expressa em percentagem da média a longo prazo
indica que, menos de metade da chuva normal foi recebida na maior parte do território das províncias
do Bengo, Cuanza Sul, Benguela e Namibe. A província da Huíla teve precipitação abaixo do normal nas
zonas a noroeste e acima do normal das zonas a sudeste. As províncias do Cunene e Cuando Cubango
registaram predominantemente valores de percipitação acima do normal.
FIGURA Nº 1 -
PRECIPITAçãO TOTAL EM ANGOLA DE SETEMBRO 2011 A MARçO 2012 COMPARADO COM A MéDIA DE LONGO PRAZO.1500 1250 1000 750 500 250 0
Na
tabela 3
encontram-se registadas as precipitações por Província durante as duas épocas da
cam-panha agrícola.
Percentagem média de PreciPitação a Longo Prazo
FIGURA Nº 2 -
PRECIPITAçãO EM ANGOLA DE SETEMBRO 2011 A MARçO 2012, ExPRESSA EM PERCENTAGEM DA MéDIA A LONGO-PRAZO (1995 – 2012). PreciPitação (mm) 200 175 150 125 100 75 50TABELA Nº 3
DISTRIBUIÇãO DA PRECIPITAÇãO (mm) POR PROvÍNCIA NAS DUAS éPOCAS DE CAMPANhA AGRÍCOLA (2011-2012)
PROvÍNCIA
PRIMEIRA éPOCA
precipitação (mm)
SEGUNDA éPOCA
precipitação (mm)
SETEMBRO OUTUBRO NOvEMBRO DEzEMBRO TOTAL MéDIA jANEIRO FEvEREIRO MARÇO ABRIL TOTAL MéDIA
CAbINDA 0,0 277,2 632,9 343,9 1.254,0 313,5 147,0 122,4 366,8 736,3 1.372,5 343,1 ZAIRE 24,3 205,5 282,7 447,4 959,9 240,0 72,7 21,8 298,4 334,0 726,9 181,7 UígE 0,0 103,5 199,5 0,0 303,0 75,8 0,0 70,0 80,0 0,0 150,0 37,5 MALANgE 0,0 569,5 977,6 429,5 1.976,6 494,2 56,0 114,0 182,0 118,0 470,0 117,5 K. NORTE 0,0 1.247,0 1.319,5 504,0 3.070,5 767,6 95,5 355,8 908,5 576,5 1.936,3 484,1 bENgO 0,0 171,0 363,0 35,0 569,0 142,3 0,0 0,0 111,0 282,0 393,0 98,3 LUANDA 0,0 7,4 6,5 5,0 18,9 4,7 2,0 0,0 77,6 72,6 152,2 38,1 L. NORTE -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --LUNDA SUL -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --K.-SUL 37,1 479,6 1.442,6 143,2 2.102,5 525,6 167,5 283,9 375,8 158,2 985,4 246,4 bENgUEL A 4,5 133,0 406,3 240,5 784,3 196,1 466,0 43,0 577,0 54,5 1.140,5 285,1 HUAMbO 0,0 196,3 785,3 634,5 1.616,1 404,0 60,0 304,6 386,5 190,2 941,3 235,3 bIé 0,0 195,0 385,0 595,5 1.175,5 293,9 461,5 482,5 435,0 0,0 1.379,0 344,8 MOxICO 0,0 66,9 93,6 183,9 344,4 86,1 97,5 64,5 84,5 30,5 277,0 69,3 HUíL A 0,0 1.006,0 2.426,0 1.961,0 5.393,0 1.348,3 1.542,7 855,5 3.175,2 68,8 5.642,2 1.410,6 NAMIbE -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --CUNENE 0,0 0,0 54,0 153,0 207,0 51,8 227,7 261,3 101,6 0,0 590,6 147,7 K.KUbANgO -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --NACIONAL 65,9 4.657,9 9.374,5 5.676,4 19.774,7 4.943,7 3.396,1 2.979,3 7.159,9 2.621,6 16.156,9 4.039,2
4.2. MoNItorIzAção
DA vEgEtAção
Vários sensores de satélite são usados para a
mo-nitorização do crescimento da vegetação. O
Índi-ce Normalizado de Diferenças da Vegetação (NDVI
- Normalized Difference Vegetation Index) é uma
ferramenta de análise de detecção remota que tem
sido usado há muitos anos para monitorizar e medir
o crescimento das plantas (vigor), cobertura de
ve-getação e produção de biomassa a partir de dados
multiespectrais de satélite.
O NDVI é calculado da seguinte forma: NDVI =
(Ban-da Infravermelho próximo - Ban(Ban-da do vermelho) /
(Banda Infravermelho próximo + Banda do
verme-lho).
De forma resumida, o NDVI é uma ferramenta que
permite ver o estado, o vigor, a sanidade e a força da
vegetação a partir da medição de clorofila existente
no coberto vegetal, um NDVI alto implica vegetação
saudável a executar fotossíntese, um NDVI baixo
in-dica vegetação seca sem executar fotossíntese.
O primeiro mapa da
figura 3
[canto superior
es-querdo] apresenta o estado da vegetação médio,
ou seja aquele que é esperado que aconteça todos
os anos, o segundo mapa [canto superior direito]
mostra o estado da vegetação observado na
cam-panha agrícola 2011-2012, o terceiro mapa [canto
inferior esquerdo] é resultante da diferença entre o
esperado e o observável, neste mapa identifica-se a
tons vermelhos as zonas onde a estiagem afectou
negativamente a vegetação e a azul as zonas onde a
vegetação teve um vigor superior ao esperado.
FIGURA Nº 3 -
NDVI MéDIO SAZONAL A LONGO PRAZO (SETEMBRO-MARçO) [CANTO SuPERIOR ESQuERDO]; NDVI 2011-2012 (SETEMBRO-MARçO); MAPA COMPARATIVO ENTRE: (NDVI MéDIO SAZONAL A LONGO PRAZO E NDVI 2011-2012) [CANTO INFERIOR ESQuERDO]LEGENDA DO MAPA DE DIFERENÇAS acima média média abaiXo média LEGENDA
NDVI aLtondVi
baiXo ndVi
Fica claro pelo mapa comparativo que as províncias do sul, por exemplo, Cunene e Cuando Cubango,
registaram crescimento da vegetação acima da média, e as províncias do Norte registaram um
cres-cimento das plantas abaixo da média. Mais especificamente, as províncias do Noroeste, por exemplo,
Bengo e Benguela, possuem vastas áreas com crescimento da vegetação, muito abaixo da média.
Na
figura 4
podemos observar os mapas comparativos do NDVI, estes mapas comparam o NDVI
es-perado para cada mês (media de longo prazo) e o NDVI observado na campanha agrícola 2011-2012.
Como podemos observar na região ocidental de Angola, nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, é
visível um crescimento da vegetação muito baixo comparado com o esperado, o que terá tido um
impacto profundamente negativo nas culturas de grão, do período das chuvas.
Setembro oUtUbro noVembro
dezembro Janeiro
FeVereiro março
FIGURA Nº 4 -
MAPAS COMPARATIVOS DAS DIFERENçAS MENSAIS ENTRE OS MESES DACAMPANHA AGRÍCOLA 2011-2012 E O NDVI MENSAL MéDIO A LONGO PRAZO.
acima média
média
abaiXo média