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ABIOVE. Criada em 1981 para. Porta-voz da indústria de óleos vegetais. entrevista

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Academic year: 2021

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entrevista

C

riada em 1981 para representar o importante setor do agronegócio brasileiro formado pelas indústrias de óleos vegetais e representá-las perante o Governo, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) conta atualmente com 13 associados, sendo eles: ADM, Algar Agro, Amaggi, Baldo, Binatural, Bunge, Cargill, Fiagril, Imcopa, Louis Dreyfus Commodities, Noble Group, Óleos Menu e Santarosa.

A soja é uma cultura presente em 17 estados da federação e o Brasil é responsável por 25% da produção mundial desta oleaginosa, com a safra de 2014/15 estimada em torno de 92 milhões de toneladas. O país é o 2º maior produtor e exportador mundial de soja em grão, farelo e óleo.

Atualmente, é um dos principais itens da balança comercial brasileira e exportou US$ 31,4 bilhões, em 2014. O óleo de soja é um dos produtos da cesta básica e o farelo protético é insumo estratégico para a produção de carnes de frango, suíno, bovino e ovos. As indústrias de óleos vegetais também fabricam diversos

outros produtos voltados ao mercado de alimentos, entre os quais gorduras, margarinas/ cremes vegetais, lecitinas, tocoferol, e proteínas.

A missão da ABIOVE é melhorar a competitividade da indústria brasileira de óleos vegetais e agregar valor ao setor. A entidade tem uma importante atuação nas seguintes

áreas: aperfeiçoamento da sustentabilidade da cadeia da soja e governança; melhoria da logística; desoneração tributária da indústria; apoio à exportação e incremento da produção e consumo de biodiesel. “Em relação à sustentabilidade, participamos do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), responsável pelas decisões que afetam a Moratória da Soja no Bioma Amazônia, instituída em 2006. Em novembro de 2014, a Moratória foi estendida até maio de 2016. Outros projetos da ABIOVE são o Procotolo Verde de Grãos do Pará, o programa Soja Plus, de gestão econômica, social e ambiental da propriedade rural, e ações de incentivo para que os sojicultores inscritos no Soja Plus preencham o Cadastro Ambiental Rural (CAR), espinha dorsal do novo Código Florestal Brasileiro. Quanto à logística,

enfatizamos a necessidade de avanços na infraestrutura de transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário. A ABIOVE defende que projetos de usinas hidrelétricas incorporem a construção de eclusas para ampliar a navigabilidade dos rios, sobretudo os do Centro-Oeste, principal região produtora de soja. A associação também atua em favor de melhorias nos terminais portuários, por onde são embarcados os produtos do complexo soja. O segmento de biodiesel é outro importante polo de proatividade, por isso, defendemos um novo marco regulatório para ampliar a participação do biocombustível na frota nacional. Em relação à tributação a ABIOVE busca isonomia tributária com os principais países concorrentes”, pontua Carlo Lovatelli,

presidente da ABIOVE, que concedeu a seguinte entrevista, juntamente com Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da ABIOVE.

Revistas Óleos & Gorduras

No cultivo de oleaginosas, quais as culturas que

prevalecem no mercado brasileiro? A que se deve esta característica?

ABIOVE

Porta-voz da indústria

de óleos vegetais

Além de representar as indústrias de óleos vegetais e dar suporte aos seus

associados, a ABIOVE tem como proposta cooperar com o governo brasileiro na

execução das políticas que regem o setor, promover programas de sustentabilidade

da cadeia produtiva, gerar estatísticas e preparar estudos setoriais

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Daniel Furlan Amaral No Brasil prevalece a soja, além do algodão, amendoim e girassol. A soja é a oleaginosa com alto teor de óleo e de proteína, por isso, é um importante ingrediente para a indústria de ração animal, sendo destinada especialmente para os setores de aves e suínos. Teria como apontar culturas que vêm obtendo quedas?

Daniel Furlan Amaral Há variações anuais, uma vez que as culturas dependem de fatores conjunturais como clima e preços relativos, mas não que este cenário aponte tendências de queda de determinadas culturas. Observamos a longo prazo uma importante e crescente tendência pelas principais culturas, como a soja, algodão e palma.

Há números relacionados à capacidade instalada, no Brasil, de processamento e refino de óleos vegetais?

Oleaginosa Consumo (em 1.000t)

Óleo Farelo Soja 5.723 14.350 Palma e Palmiste 760 53 Algodão 286 1.035 Milho 69 464 Outros 260 243

Fonte: ABIOVE (Soja) e Oil World (demais oleaginosas).

Daniel Furlan Amaral

A capacidade total de

processamento de oleaginosas no Brasil é de 59,5 milhões de toneladas/ano, sendo que deste total, 53,4 milhões de toneladas/ ano referem-se à capacidade ativa e 6,1 milhões de

toneladas/ano declaradas como temporariamente paradas.

A capacidade total de refino de óleos vegetais no Brasil é de 7,6 milhões de toneladas/ano, das quais 468 mil toneladas estão paradas temporariamente.

Quais são os números voltados ao consumo no país?

Daniel Furlan Amaral Tendo como ano base 2013, apresen-tamos os seguintes dados:

Em relação aos processos de extrações e refino dos óleos vegetais, quais foram as evoluções percebidas?

Daniel Furlan Amaral As empresas trabalham com tecnologia de ponta e padrão internacional de qualidade, buscando sempre oferecer os melhores produtos para a alimentação humana, animal e produção de energia. É uma indústria fortemente voltada à exportação e reconhecida pelos seus processos de

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Carlo Lovatelli

no Brasil a

competitividade

do complexo

soja frente aos

concorrentes

internacionais

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entrevista

aprimoramento contínuo da qualidade, seguindo as mais rígidas normas brasileiras e internacionais.

Quais são as áreas da indústria de óleos vegetais que ainda precisam receber investimentos?

Daniel Furlan Amaral

O país é o segundo maior produtor de soja e segundo maior exportador do complexo soja, dotado de um parque industrial amplo e moderno. Para aprimorar essa situação serão necessários fortes investimentos em logística e mudanças na legislação tributária, agregando valor ao negócio.

Atualmente, quais são os principais mercados consumidores de óleos vegetais? Há dados de quanto este consumo movimenta?

Daniel Furlan Amaral

Os principais mercados consumidores de óleos e farelo são:

Em virtude das atuais demandas de consumo, houve alguma mudança na cultura das oleaginosas?

Daniel Furlan Amaral Nos últimos anos percebeu-se um aumento da produção de óleo de palma para atender à necessidade por óleos vegetais. Porém, soja, canola e girassol permanecem como culturas que atendem tanto ao mercado de farelo quanto o de óleos vegetais.

Como o Brasil está posicionado em relação à exportação e importação dos óleos vegetais?

Daniel Furlan Amaral O Brasil é o segundo maior exportador do complexo soja. Os principais destinos das exportações brasileiras são: China (71%), União Europeia (13%) e Ásia (8%) em relação aos grãos; já o farelo tem como principais mercados a União Europeia (64%) e Ásia exceto China (29%) e o óleo vai para Ásia exceto China (43%), China (31%), África (12%) e América (10%). Já os maiores

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Óleos e gorduras Farelos Vegetais

País/Continente 1.000 t Part. País/Continente 1.000 t Part.

China 35.378 18,5% China 70.965 23,5%

União Europeia 30.851 16,1% União Europeia 57.918 19,2%

India 19.719 10,3% Estados Unidos 38.877 12,9%

Estados Unidos 18.894 9,9% Brasil 16.145 5,4%

Indonesia 9.673 5,1% India 14.963 5,0% Brasil 8.185 4,3% C.E.I. 9.420 3,1% C.E.I. 7.163 3,7% Russia 4.228 2,2% Malásia 4.116 2,1% Paquistão 3.955 2,1%

Fonte: OilWorld (ano-base: 2013)

País 1.000 t Indonésia 24.830 Malásia 18.625 Argentina 5.127 Ucrânia 3.935 Canadá 2.769 União Europeia 2.194 Outros 13.734 Fonte: Oilworld

importadores de óleos vegetais são Índia, União Europeia, China e Estados Unidos e em relação aos exportadores mundiais de óleos e gorduras vegetais, temos:

Como o Brasil se posiciona em relação às questões de sustentabilidade na cultura das oleaginosas?

Daniel Furlan Amaral

Essa questão diz respeito à agenda ambiental, seguida rotineiramente na ABIOVE, em torno da qual a entidade trabalha:

• Código Florestal –

legislação ambiental mais rígida do mundo, determina as áreas que devem ser preservadas e

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de Grãos do Pará – acordo que tem como objetivo evitar a aquisição de produtos agrícolas oriundos de áreas não inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Pará ou que estejam sob embargo ambiental, ou ainda, envolvidas em denúncias comprovadas de trabalho degradante.

• Plano Nacional de Resíduos Sólidos - lei que obriga a ação de logística reversa através do retorno de embalagens e materiais industriais após o consumo

• Programas estaduais de coleta de óleo residual.

• Moratória da Soja (compromisso das empresas associadas à ABIOVE e à ANEC de não comprar, comercializar ou financiar soja produzida em áreas desmatadas no Bioma Amazônia) após 2008.

• Soja Plus (programa de gestão da propriedade rural, que capacita os produtores para que estes atendam à legislação brasileira e às demandas de mercado por produtos sustentáveis, através de um processo de melhoria gradativa e contínua dos aspectos ambientais, sociais e econômicos da produção).

Quais as expectativas de negócios para 2015 para o setor de óleos vegetais? Quais as projeções futuras?

Daniel Furlan Amaral Sob o aspecto de processamento, a expectativa é que o Brasil

processe em 2015, 48 milhões de toneladas de soja (um au-mento de 5% em relação ao ano anterior), produza 7,55 milhões de toneladas de óleo de soja (dos quais 6,5 milhões de tone-ladas para consumo interno e 1,05 milhão de toneladas para exportação) e 29,8 milhões de toneladas de farelo. Além disso, espera-se um aumento da pro-dução nos próximos anos por conta do crescimento da de-manda por carnes e biodiesel.

Qual é o foco de atuação da ABIOVE em 2015?

Carlo Lovatelli As agendas de trabalho da ABIOVE são dinâmicas e flexíveis, acompanhando as principais mudanças do país. Em 2015, priorizaremos as áreas anteriormente citadas.

No caso do biodiesel, por exemplo, dedicamos esforços para o desenvolvimento de mercados de uso autorizativo, como o BX Opcional, demanda que já foi encaminhada ao governo. A intenção seria a de permitir o uso de percentuais maiores de biodiesel, situação que pode se mostrar viável no Centro-Oeste. Atualmente, a legislação brasileira não permite que percentuais superiores a

7% sejam disponibilizados ao consumidor, embora o biodiesel possa significar redução de preços e, consequentemente, uma possibilidade de refrear regionalmente os altos níveis de inflação. Países como Argentina e Indonésia já utilizam 10% de biodiesel no diesel consumido. A França, recentemente, elevou para 8% o percentual da mistura.

No caso do programa Soja Plus, a ABIOVE e a Aprosoja (MT) - Associação dos Produtores de Soja e Milho estão empenhadas em valorizar a soja brasileira no mercado europeu, principal importador do farelo protéico de soja produzido no Brasil. Este trabalho vem sendo realizado por meio do Road Show em países europeus, com participação do Ministério do Meio Ambiente e da ONG TNC - The Nature Conservancy. Os dirigentes dessas instituições apresentaram a membros do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia e a executivos de federações industriais, os avanços na governança ambiental brasileira e as ações de sustentabilidade empreendidas por sojicultores

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operações e com a construção de

infraestrutura de transporte

na região Norte do país

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entrevista

do Brasil. Está em curso a negociação de um modelo de soja responsável para atender às diretrizes do mercado europeu em conformidade com os requisitos da exigente legislação ambiental e social do Brasil e as características da produção sustentável da soja brasileira.

Desde quando o senhor compõe a equipe da entidade e qual a sua relação com este mercado?

Carlo Lovatelli Tenho uma longa trajetória no agronegócio brasileiro. Nos últimos doze anos estou à frente da ABIOVE, já fui presidente da ABAG - Associação Brasileira de Agronegócio e atualmente também exerço o cargo de vice-presidente da Fundação Bunge.

Desde que assumiu a presidência, quais foram as principais conquistas/ avanços obtidos?

Carlo Lovatelli As agendas de trabalho na ABIOVE são contínuas.

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O Brasil é dotado de um

parque industrial amplo e

moderno. Para aprimorar essa

situação serão necessários

fortes investimentos em

logística e mudanças na

legislação tributária

Daniel Fulan Amaral

Rotineiramente registramos dificuldades nas questões que perseguimos, mas também há

avanços, sejam no campo tributário, da logística ou da sustentabilidade. A Moratória da Soja, iniciada em 2006, pode ser mencionada como um passo importante da ABIOVE, em conjunto com a ANEC – Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, para conter o desmatamento ilegal no Bioma Amazônia. O aumento no percentual da mistura de biodiesel ao diesel mineral, de 5% para 7%, é outro exemplo de resultado bem-sucedido de nossas demandas. A ampliação do programa Soja Plus, que há quatro anos foi implantado no Mato Grosso e hoje está presente no Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais e na Bahia, é outra conquista. Em 2014, o Soja Plus incorporou a parceria com o Banco do Brasil, fato que merece ser destacado. O trabalho de uma associação,

como a ABIOVE é dinâmico, proativo e reativo, diz respeito a demandas e ao cumprimento de normas estabelecidas pelo poder público.

Quais as metas para os próximos anos?

Carlo Lovatelli

Continuaremos nossos esforços para ampliar no Brasil a competitividade do complexo soja (que reúne a cadeia produtiva de soja em grão, farelo e óleo) frente aos concorrentes internacionais. Também iremos trabalhar

arduamente no presente para obtermos, nos próximos anos, avanços mais significativos em logística, tributação e biodiesel. Acreditamos que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) será uma realidade consolidada em breve e o Brasil aumentará a sua credibilidade internacional

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48 milhões de toneladas

de soja, produza

7,55 milhões de toneladas

de óleo de soja (dos quais

6,5 milhões de toneladas

para consumo interno e

1,05 milhão de toneladas

para exportação) e

29,8 milhões de

toneladas de farelo

naturais brasileiros. Que mensagem a entidade deixa para o mercado?

Carlo Lovatelli

Nossa mensagem é de confiança em um Brasil que continuará a estar entre os primeiros

produtores e exportadores de inúmeros produtos agroindustriais. A cadeia da soja se destaca pela sua tecnologia avançada, capacidade de gestão empresarial e integração.

Estamos otimistas quanto ao papel do complexo soja na economia brasileira. Nossos associados estão comprometidos com a sustentabilidade de suas operações e com a construção de infraestrutura de

transporte na região Norte do país. Destacamos também a importância dos poderes Executivo e Legislativo permanecerem afinados com as agendas empresariais para que o Brasil possa se manter na vanguarda mundial do agronegócio.

Referências

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