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PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO: PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS SÓCIO- AMBIENTAIS NO MARANHÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

GRUPO DE ESTUDOS: DESENVOLVIMENTO, MODERNIDADE E

MEIO AMBIENTE - GEDMMA

PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO:

PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS

SÓCIO-AMBIENTAIS NO MARANHÃO

Prof. Dr. Horácio Antunes de Sant`Ana Júnior

(Pesquisador, Professor Adjunto do Departamento de Sociologia e Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA)

Profa. Dra. Madian de Jesus Frazão Pereira

(Pesquisadora, Professora Adjunta do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA)

Prof. Me. Elio de Jesus Pantoja Alves

(Pesquisador, Professor Assistente do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA)

Profa. Dra. Carla Regina Assunção Pereira

(Pesquisadora, Professora Bolsista PRODOC/CAPES do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA)

São Luís maio de 2009

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1 Caracterização do Problema

O projeto de pesquisa e extensão “Projetos de Desenvolvimento e Conflitos Sócio-Ambientais no Maranhão” surge de uma preocupação geral do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) – vinculado ao Departamento de Sociologia e Antropologia (DESOC) e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – em estudar projetos de desenvolvimento e modernização econômica e suas conseqüências sociais e ambientais.

O presente projeto dá continuidade à pesquisa “Modernidade, Desenvolvimento e Conseqüências Sócio-Ambientais: a Implantação do Pólo Siderúrgico na Ilha de São Luís-MA” que buscou investigar a implantação do projeto do Pólo Siderúrgico na Ilha do Maranhão, município de São Luís-MA, suas conseqüências sócio-ambientais e sua relação com a instalação, em demanda, da Reserva Extrativista do Taim, procurando detectar os variados agentes, coletivos e individuais, envolvidos nestes processos, quais são suas posições, quais os conflitos internos a cada instituição ou segmento social, quais os instrumentos de divulgação de suas posições. Para tanto, contou com apoio financeiro do CNPq (Edital MCT/CNPq 61/2005 – Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas) e bolsas de iniciação científica financiadas pelo PIBIC/CNPq/UFMA, BIC/FAPEMA/UFMA e BECA/IIEB.

No Brasil e, especialmente, na Amazônia brasileira contemporâneos, a compreensão dos processos de instalação de projetos de desenvolvimento e de suas consequências sócio-ambientais requer um esforço intensivo no sentido de recuperar como surgiu e quais são os desdobramentos do modelo de desenvolvimento decorrente das investidas dos governos ditatoriais, instalados após o Golpe Militar de 1964, e que contaram com a ativa participação da iniciativa privada, brasileira e internacional, e de grandes agências internacionais de financiamento. Este modelo previa a industrialização e, conseqüente, modernização do país e, concomitante e associadamente, a integração da Amazônia à dinâmica econômica nacional e internacional (BUNKER, 1988; CARDOSO e MULLER, 1977; SANT’ANA JÚNIOR, 2004). Como instrumento para garantir a efetivação de seu modelo de desenvolvimento, o governo federal planejou para a Amazônia brasileira a instalação de infra-estrutura básica (construção de grandes estradas de rodagem, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidroelétricas) que permitisse

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a rápida ocupação da região, entendida então como um grande vazio demográfico (D’INCAO e SILVEIRA, 1994).

Atualmente, na Amazônica brasileira, grande parte dos projetos de infra-estrutura planejados nos governos ditatoriais e não implantados ou parcialmente implantados até então, estão sendo retomados, intensificados e novos projetos e programas são elaborados e implementados, envolvendo agências governamentais e privadas. Mesmo considerando-se todas as mudanças políticas, sociais e econômicas ocorridas desde o final dos anos 1970, no Brasil e internacionalmente, que não permitem que se afirme simplesmente a continuidade do modelo de desenvolvimento concebido no período ditatorial, não se pode deixar de perceber continuidades e, principalmente, de constatar os efeitos objetivos dos desdobramentos contemporâneos do modelo, que promovem intensos impactos sociais e ambientais.

O entendimento, ainda presente, da Amazônia brasileira como um grande vazio demográfico a ser ocupado desconsiderou/desconsidera a existência de inúmeros grupos sociais e povos que milenar ou secularmente ocupavam/ocupam a região e aí constituíram/constituem relações produtivas, sociais e culturais, com características próprias. Este povos, em maior ou menor intensidade (o que somente pode ser verificado em cada caso empírico) reagiram/reagem, enfrentaram/enfrentam e propunham/propõem alternativas ao modelo de desenvolvimento que os impactava/impacta. Essas reações, em boa parte dos casos, se iniciam como um conflito de caráter social, em torno da posse de territórios (ALMEIDA, 1996) e passam, crescentemente por processos que Leite Lopes (2004) define como “ambientalização dos conflitos sociais”, podendo ser configurados como “conflitos sócio-ambientais”. Estes conflitos podem tanto se manter como “conflitos pelo acesso e uso dos recursos naturais” (em especial pelo controle do território), quanto incorporar, principalmente nos casos vinculados à industrialização ou à agricultura com uso intensivo de produtos químicos, a dimensão de “conflitos por distribuição de externalidades”, isto é, conflitos em torno de situações em que “o desenvolvimento de uma atividade comprometa a possibilidade de outras práticas se manterem” (ACSELRAD, 2004, p. 25), devido a seus efeitos. Consoante Acselrad (2004, p. 26), os conflitos a que nos referimos são

aqueles envolvendo grupos sociais com modos diferenciados de apropriação, uso e significação do território, tendo origem quando pelo menos um dos grupos tem a continuidade das formas sociais de apropriação do meio que desenvolvem ameaçada por impactos indesejáveis ... decorrentes do exercício de práticas de outros grupos.

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O conflito pode derivar da disputa por apropriação de uma mesma base de recursos ou de bases distintas, mas interconectadas por interações ecossistêmicas mediadas pela atmosfera, pelo solo, pelas águas etc.

As populações locais constituem um modo de vida peculiar (cultura, sociabilidade, trabalho), em grande medida adaptado às condições ecológicas, predominando economia polivalente, ou seja, agricultura, pesca, extrativismo, artesanato, com um calendário sazonal anual, conforme os recursos naturais explorados, normalmente, sob o regime familiar de organização do trabalho (ALMEIDA e CUNHA, 2001; LITTLE, 2002; SANT’ANNA, 2003; ALVES; SANT’ANA JÚNIOR e MENDONÇA, 2007).

A implantação na Amazônia brasileira de um modelo de desenvolvimento altamente impactante sobre populações e ambientes, concebido no regime ditatorial de 1964, resultou no confronto com lógicas diferenciadas de ocupação e uso de territórios e recursos. Este modelo, ainda hoje, é mantido em boa parte de suas características e continua a impactar grupos sociais que reagem, na busca de manter seus modos de vida. Se não conta mais com o poder de repressão assegurado no período militar, recorrentemente utilizado nos processos de deslocamento compulsório de grupos que mantinham territórios almejados pelos projetos a serem implantados ou para a repressão de protestos resultantes de externalidades geradas por estes mesmos projetos, hoje é crescente a utilização de processos de manipulação dos instrumentos legais, previstos na legislação brasileira (tais como os Relatórios de Impactos Ambientais), e da organização social dos grupos sociais atingidos por seus impactos.

Na Amazônia Oriental, o Projeto Grande Carajás (CARNEIRO, 1997; MONTEIRO, 1997), “concebido para garantir a exploração e comercialização das ricas jazidas de minério localizadas no sudeste do Pará” (AQUINO e SANT’ANA JÚNIOR, 2009, p. 47) e com conseqüências em uma grande área de influência e vários ramos de atividade econômica, constituiu-se na expressão mais visível do modelo de desenvolvimento implementado a partir dos governos ditatoriais.

No Maranhão, os desdobramentos deste projeto e de outras iniciativas desenvolvimentistas levou à implantação da infraestrutura necessária para a exploração e/ou escoamento da produção mineral, florestal, agrícola, pecuária e industrial do próprio Maranhão e de estados vizinhos. Desde o final da década de 1970, foram implantados: extensa rede de estradas de rodagem cortando todo o território estadual e ligando-o ao restante do país; a Estrada de Ferro Carajás, ligando as grandes minas do

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sudeste do Pará ao litoral maranhense (administrada pela Cia. Vale do Rio Doce, conhecida atualmente apenas como Vale); o Complexo Portuário de São Luís, formado pelos Portos do Itaqui, Grande (estes dois administrados pela estatal estadual Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP), da Ponta da Madeira (pertencente à Vale) e da Alumar (pertencente ao Consórcio Alumínio do Maranhão, subsidiária da multinacional do alumínio Alcoa); a hidrelétrica de Estreito e a Termelétrica do Porto do Itaqui (estes últimos em fase de construção). Paralelo e associadamente a estas grandes obras de infra-estrutura, foram instalados neste mesmo período: oito usinas de processamento de ferro gusa nas margens da Estrada de Ferro Carajás; uma grande indústria de alumina e alumínio (Alumar) e bases para estocagem e processamento industrial de minério de ferro (Vale) na Ilha do Maranhão; um centro de lançamento de artefatos espaciais (Centro de Lançamento de Alcântara – CLA), em Alcântara; projetos de monocultura agrícola (soja, sorgo, milho) no sul e sudeste do estado; projetos de criação de búfalos, na Baixada Maranhense; ampliação da pecuária bovina extensiva, em todo o Maranhão; projetos de carcinicultura, no litoral.

Esse conjunto de iniciativas, decorrentes de planejamentos governamentais e envolvendo, ou não, a iniciativa privada, tem provocado profundos impactos sócio-ambientais, alterando biomas e modos de vida de populações locais (que em muitos casos reinvidicam a condição de populações tradicionais, com direitos previstos na lesgislação ambiental brasileira; ou de quilombolas ou indígenas, com direitos resguardados na Constituição Federal de 1988), através de re-ordenamento sócio-econômico e espacial de áreas destinadas à implantação dos mesmos.

Os impactos de projetos de desenvolvimento provocam o confronto de lógicas diferenciadas de apropriação do ambiente, seja dos grupos sociais atingidos, seja dos grupos que gerenciam os grandes projetos de desenvolvimento ou daqueles que se aliam aos mesmos, conduzindo esse cenário de disputas para “conflitos ambientais”, que envolvem diferentes formas de significação do modo de vida, a partir das diferentes categorias, representações e atores sociais que neles buscam legitimidade (ACSELRAD, 2004). Na medida em que os grupos sociais incorporam em sua luta e em seus discursos a questão ambiental, como instrumento de universalização de sua luta particular, podemos identificar um processo de “ambientalização dos conflitos sociais” (LEITE LOPES, 2004).

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No Maranhão, conflitos sócio-ambientais se configuram desde o início dos anos 1980 e continuam a surgir novos, na medida em que as características impactantes do modelo de desenvolvimento dominante permanecem, mesmo que discursivamente amenizadas, por exemplo, através da incorporação de noções como desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental. No momento em que a discussão da questão ambiental toma uma crescente importância no cenário internacional, estes conflitos exigem que sejam ampliados os estudos sobre impactos sócio-ambientais e suas consequências.

2 Objetivos

OBJETIVOS GERAIS

. Identificar, acompanhar e analisar conflitos sócio-ambientais no Maranhão decorrentes de projetos de desenvolvimento instalados a partir do final da década de 1970 e/ou, atualmente, em vias de instalação.

. Disponibilizar serviços de educação ambiental para grupos e entidades envolvidos em conflitos sócio-ambientais e para a sociedade em geral.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS (relacionados à pesquisa)

. Criar e alimentar permanentemente um banco de dados sobre conflitos sócio-ambientais no Maranhão.

. Verificar as continuidades e descontinuidades do modelo de desenvolvimento dos governos ditatoriais.

. Mapear os principais projetos de desenvolvimento.

. Mapear as áreas de incidência dos conflitos sócio-ambientais. . Identificar os tipos de conflitos sócio-ambientais.

. Analisar a relação entre o modelo de desenvolvimento e os conflitos ambientais.

. Identificar os variados agentes, coletivos e individuais, envolvidos nos conflitos: suas posições, os conflitos internos a cada instituição ou segmento social, os instrumentos de divulgação de suas posições.

. Identificar a atuação do poder público (Ministério Público; Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo).

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. Acompanhar e analisar as estratégias empresariais (responsabilidade social e/ou ambiental, tecnologias sociais, estratégias discursivas).

. Identificar e acompanhar ações de grupos sociais atingidos.

. Conhecer a organização social, cultural e econômica dos grupos atingidos, com destaque para saberes e práticas sociais em relação ao ambiente natural.

. Aprofundar os estudos teóricos sobre: modelos e projetos de desenvolvimento, questões e movimentos sócio-ambientais, conflitos, populações tradicionais, legislação ambiental.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS (relacionados à extensão) . Realizar ações de educação ambiental em áreas de conflito.

. Disponibilizar o banco de dados para agentes, grupos e entidades interessados.

. Assessorar, na medida em que houver demanda, organizações sociais, bem como, órgãos governamentais e do judiciário, disponibilizando dados da pesquisa e contribuindo para reflexão e produção de documentos relativos a conflitos sócio-ambientais.

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Metodologia e Estratégia de Ação

Fundamentando o modelo de desenvolvimento baseado em grandes projetos, está uma leitura da Amazônia e do Maranhão, como regiões de grandes potencialidades econômicas, porém com atrasos e déficits que devem ser supridos numa atuação conjunta de Estado e iniciativa privada. Esta atuação é percebida como um eficiente instrumento de promoção do desenvolvimento e da modernidade (IANNI, 1979; BUNKER, 1988, SANT’ANA JÚNIOR, 2004). O estudo sobre grandes projetos e seus impactos sócio-ambientais demanda o aprofundamento da discussão sobre as concepções vigentes de modernidade (DOMINGUES, 1999; EINSENSTADT, 1987; POLANYI, 2000; WAGNER, 1994) e de desenvolvimento (ESCOBAR, 1996; VIOLA RECASENS, 2000, SACHS, 2000) e sobre o desenvolvimentismo (MANTEGA, 1984), procurando problematizar essas concepções tão presentes e influentes na formulação de políticas públicas, na iniciativa empresarial e no cotidiano dos grupos sociais atingidos.

Como a pesquisa visa estudar conflitos sócio-ambientais decorrentes dos impactos de grandes projetos, sua fundamentação teórica deve contemplar também: a discussão da questão ambiental (CASTRO e PINTON, 1997; MARTÍNEZ ALIER,

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2007; PORTO GONÇALVES, 2005a); a recuperação histórica e a crítica da noção de desenvolvimento sustentável (ACSELRAD, HERCULANO, PÁDUA, 2004; LEFF, 2001; ZHOURI, LASCHEFSKI e PEREIRA, 2005); o estudo sobre grandes projetos de desenvolvimento na Amazônia (CARNEIRO, 1997; D’INCAO e SILVEIRA, 1994; MONTEIRO, 1997; PORTO-GONÇALVES, 2005b); o saber local (BHABHA, 1998; GEERTZ, 1998; SANTOS, 2005); populações tradicionais e sua relação com o território e o ambiente (ALMEIDA e CUNHA, 2001; LITTLE, 2002; SANT’ANA JÚNIOR, 2004); conflitos sócio-ambientais (ACSELRAD, 2004); ambientalização de conflitos sociais (LEITE LOPES, 2004); legislação ambiental brasileira (SANT’ANNA, 2003; SANTILLI, 2005)

A operacionalização da pesquisa envolverá todos os membros do GEDMMA, partirá de um levantamento geral dos principais conflitos sócio-ambientais decorrentes de projetos de desenvolvimento no Maranhão e da seleção de casos empíricos a serem estudados mais detalhadamente por pequenos grupos de pesquisadores ou pesquisadores individuais envolvidos.

Serão adotados os seguintes procedimentos metodológicos, relacionados à pesquisa:

• revisão bibliográfica, para nivelamento teórico do grupo;

• levantamento e mapeamento dos principais projetos de desenvolvimento no Maranhão;

• levantamento e mapeamento dos principais conflitos sócio-ambientais no Maranhão;

• acompanhamento e registro do noticiário sobre conflitos sócio-ambientais veiculado na imprensa nacional e local;

• identificação e seleção de áreas para estudo empírico e de agentes da iniciativa privada, do setor público e de movimentos sociais que possam atuar como interlocutores da pesquisa (definição de unidades de análise e universo da amostragem);

• trabalho de campo nas áreas com conflitos sócio-ambientais, com observação do cotidiano e de eventos importantes, registro no diário e no caderno de campo para registro etnográfico e uso de máquina fotográfica ou filmadora (quando possível);

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• realização de entrevistas com uso de gravador junto a interlocutores selecionados, com utilização, em algumas entrevistas, da técnica de história de vida;

• aplicação de questionários semi-estruturados e estruturados, conforme a necessidade da etapa de pesquisa;

• levantamento de panfletos, relatórios, documentos, diagnósticos, laudos, páginas eletrônicas produzidos pelos diferentes agentes sociais envolvidos em conflitos sócio-ambientais;

• coleta de material bibliográfico e documental em arquivos públicos, de empresas, de movimentos sociais e entidades populares;

• acompanhamento e observação de audiências públicas, reuniões, assembléias e outros momentos de realização de debates públicos envolvendo os casos empíricos selecionados;

• levantamento e estudo da legislação ambiental brasileira.

• Oficinas semestrais de avaliação e planejamento da pesquisa.

Serão adotados os seguintes procedimentos metodológicos, relacionados à extensão:

• Elaboração e disponibilização de cursos de educação ambiental, a serem ofertados a grupos e entidades sociais em situação de conflitos, com durabilidades e conteúdos adequados à situação específica.

• Realizar ações de educação ambiental em áreas de conflito.

• Preparação e/ou assessoramento na elaboração (conforme a situação) de peças técnicas relativas a conflitos sócio-ambientais e à criação ou consolidação de unidades de conservação, tais como, laudos, diagnósticos sócio-ambientais, planos de uso, planos de manejo.

• Acompanhamento e assessoramento de organizações sociais envolvidas em conflitos, disponibilizando informações reunidas na pesquisa.

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Resultados Esperados

A pesquisa e o trabalho de extensão pretendem produzir: relatórios individuais dos membros da equipe; um relatório geral (ao final do 2º ano); diagnósticos sócio-ambientais; laudos sócio-antropológicos; relatórios de iniciação científica e de estágio curricular; cursos de educação ambiental; monografias de conclusão de Cursos de Graduação; dissertações de mestrado; projetos de tese de doutoramento; projetos de dissertação de mestrado; artigos publicados em periódicos científicos; trabalhos apresentados e publicados em anais de congressos e seminários científicos de âmbito local, nacional e internacional; palestras e conferências e mini-cursos proferidos ou ministrados por membros da equipe em eventos acadêmicos; organização mesas redondas e grupos de trabalhos em eventos científicos; organização de dois seminários na UFMA para apresentar e discutir publicamente temas e resultados vinculados à pesquisa; organização de um livro com artigos apresentando os resultados do trabalho de pesquisa.

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Cronograma

O projeto de pesquisa e extensão está previsto para ser realizado em dois anos, com provável pedido de renovação para mais dois anos, segundo o cronograma que se segue: 1° ANO 2° ANO Atividades maio a julho de 2009 agosto a outubro de 2009 novembro de 2009 a janeiro de 2010 fevereiro a abril de 2010 maio a julho de 2010 agosto a outubro de 2010 novembro de 2010 a janeiro de 2011 fevereiro a abril de 2011 Elaboração e delimitação do objeto de pesquisa X Consolidação da equipe e preparação de instrumentos teóricos metodológicos X Nivelamento teórico da equipe (estudos semanais) X X X X X X X X identificação e seleção de áreas para estudo empírico X X X X X Arregimentação das condições financeiras e institucionais X X X Criação e manutenção do banco de dados X X X X X X X X Trabalho de Campo X X X X X X X X Realização de cursos de Educação Ambiental X X X X X X X Assessoria a organizações sociais órgãos públicos e do judiciário X X X X X X X X Oficinas semestrais X X X X X X X X Seminários públicos X X Elaboração de monografias e dissertações X X X X X X Elaboração de Relatório geral X X

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Equipe

A equipe de pesquisa é formada por três professores do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, sendo um deles do corpo de Professores Permanentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais; uma professora bolsista PRODOC/CAPES vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais; uma doutoranda da Universidade de Córdoba – Espanha; alunos dos mestrados em Ciências Sociais, Saúde e Ambiente e Sustentabilidade de Ecossistemas da UFMA; profissionais em Ciências Sociais e Geografia; estudantes dos Cursos de Graduação em Ciências Sociais, Direito, Filosofia e Geografia da UFMA e da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco.

Na medida em que o trabalho de pesquisa e extensão for sendo realizado, novos pesquisadores e alunos podem ser incorporados à pesquisa.

Membros da Equipe:

Prof. Dr. Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior (PPGCS/DESOC/UFMA) Profa. Dra. Madian de Jesus Frazão Pereira (DESOC/UFMA)

Profa. Dra. Carla Regina Assunção Pereira (PPGCS/UFMA) Prof. Msc. Elio de Jesus Pantoja Alves (DESOC/UFMA)

Sislene Costa da Silva (Mestre em Ciências Sociais pela UFMA)

Bartolomeu Rodrigues Mendonça (Mestre em Sustentabil. de Ecossistemas pela UFMA) Laura Rosa C. Oliveira (Doutoranda em Sociologia da Universidade de Córdoba)

Raissa Moreira Lima Mendes (Mestranda em Ciências Sociais – UFMA)

Jairo Fernando Pereira Linhares (Mestrando em Sustentabil. de Ecossistemas – UFMA) Elena Steinhorst (Mestrando em Saúde e Ambiente – UFMA)

Ana Lourdes Ribeiro (Geógrafa pela UEMA) Fernanda Carvalho (Geógrafa pela UFMA) Elizângela Barbosa (Geógrafa pela UFMA)

Bruno Henrique Costa Rabelo (Graduando em Direito – Faculdade D. Bosco) Eva Maria Pereia Souza (Graduanda em Ciências Sociais – UFMA)

Francilma Ronetia Barbosa Marinho (Graduanda em Ciências Sociais – UFMA) Laiane Sousa Silva (Graduanda em Geografia – UFMA)

Maiana Roque da Silva Maia (Graduanda em Filosofia – UFMA)

Paula Marize Nogueira Pereira (Graduanda em Serviço Social – UFMA) Silvana M. Pinho (Graduanda em Ciências Sociais – UFMA)

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Orçamento e Infra-Estrutura

Segue-se uma proposta preliminar de orçamento.

Elemento de despesa Quantidade Valor unitário (em R$)

Valor Total (em R$)

Material de consumo

Papel para impressão 20 resmas 15,00 300,00

Reprografia 8.000

cópias

0,10 800,00

Pilhas para gravador 20 pacotes 4,00 80,00

Material Permanente

Micro-computador completo 03 2.000,00 6.000,00 Impressora multifuncional 01 500,00 500,00 Gravador Digital 03 500,00 1500,00 Máquina fotográfica digital 02 950,00 1.900,00 Filmadora digital 01 1.900,00 1.900,00

Armários 03 900,00 2.700,00

Diárias

Membros da equipe 220 100,00 22.000,00

Passagens terrestres (média)

Membros da equipe 60 50,00 3.000,00

Passagens aéreas (média)

Convidados para seminários 06 2.000,00 12.000,00

Hospedagem

Convidados para seminários 18 diárias 120 2.160,00

Total 54.840,00

Deste orçamento, o Grupo já dispobiliza de um total de R$ 9.800,00 (nove mil e oitocentos reais), divididos em R$ 5.300,00 (cinco mil e trezentos reais), para Custeio, e R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), para Capital, que foram recentemente aprovados através do Edital MCT/CNPq 02/2009 – Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas e registrado sob o Processo 400815/2009-5. Novos recursos serão buscados através de outras agências de financiamento, bem como através da busca de bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-UFMA, BIC-FAPEMA, dentre outras).

Para a execução da Pesquisa e da Extensão, o Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA) conta com sala de trabalho e reuniões (localizada no Subpiso do Boclo 6 do CCH); equipamentos de informática; 01 máquina fotográfica; 02 gravadores digitais; material de escritório; apoio de uma estagiária, cedida pelo Núcleo de Assistência Estudantil da UFMA, que presta serviços de Secretaria e atendimento ao público.

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Referências

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Referências

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