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(1)

Fundamentos de Microeconomia

Cap´ıtulo 3. Maximiza¸c˜ao de lucros e oferta competitiva

Ciclo B´asico 2◦per´ıodo / 2012

Gradua¸c˜ao em Ciˆencias Econˆomicas

(2)

Plano do cap´ıtulo

1 Mercados perfeitamente competitivos 2 Maximiza¸c˜ao de lucros

3 Receita marginal, custo marginal e maximiza¸c˜ao de lucros 4 Escolha do n´ıvel da produ¸c˜ao no curto prazo

5 Curva da oferta no curto prazo da empresa competitiva 6 Curva da oferta de mercado no curto prazo

7 Escolha do n´ıvel de produ¸c˜ao no longo prazo 8 Curva da oferta do setor no longo prazo

(3)

Mercados perfeitamente competitivos

O modelo de competi¸c˜ao perfeita baseia-se em trˆes pressupostos b´asicos:

1 aceita¸c˜ao de pre¸cos

2 homogeneidade de produto 3 livre entrada e sa´ıda de empresas

(4)

Mercados perfeitamente competitivos

Homogeneidade de produtos

Quando os produtos de todas as empresas em um mercado s˜ao substitutos perfeitos entre si, isto ´e, quando eles s˜ao homogˆeneos Nenhuma delas pode elevar o pre¸co de seu pr´oprio produto acima do pre¸co praticado pelas outras empresas, porque, nesse caso, perderia todos ou a maior parte dos neg´ocios

Tomadoras de pre¸cos

Empresas que n˜ao tˆem influˆencia sobre o pre¸co de mercado e, portanto, aceitam o pre¸co como dado

Como cada empresa vende uma parte suficientemente pequena do total da produ¸c˜ao que vai para o mercado, as suas decis˜oes n˜ao influenciam o pre¸co de mercado

(5)

Mercados perfeitamente competitivos

Livre entrada (e sa´ıda)

Quando n˜ao h´a custos especiais que tornam dif´ıcil para uma empresa entrar em um setor (ou sair dele)

Condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para competi¸c˜ao perfeita?

A presen¸ca de muitas empresas n˜ao ´e necess´aria nem suficiente para que um setor se aproxime da competi¸c˜ao perfeita (as

empresas podem se unir para definir pre¸cos, especialmente quando vendem produtos homogˆeneos)

A presen¸ca de apenas algumas empresas em determinado mercado tamb´em n˜ao elimina a possibilidade de um comportamento

competitivo (pode acontecer quando a demanda pelo produto ´e bastante el´astica)

(6)

Ser´

a que as empresas maximizam lucros?

A suposi¸c˜ao de maximiza¸c˜ao de lucros ´e frequentemente utilizada em microeconomia pelo fato de prever o comportamento

empresarial de forma razoavelmente acurada, evitando complica¸c˜oes anal´ıticas desnecess´arias

No caso das empresas menores administradas pelos propriet´arios, o interesse pelo lucro provavelmente dominar´a todas as decis˜oes da empresa

Nas empresas maiores, entretanto, os administradores que tomam as decis˜oes no dia a dia geralmente tˆem pouco contato com os propriet´arios (isto ´e, os acionistas): problemas de agˆencia por causa de problemas de monitoramento (moral hazard) e informa¸c˜ao assim´etrica (adverse selection)

(7)

Ser´

a que as empresas maximizam lucros?

Sele¸c˜ao do mercado

As empresas que n˜ao conseguem se aproximar da maximiza¸c˜ao dos lucros provavelmente n˜ao sobreviver˜ao

As empresas que sobrevivem em setores competitivos tornam o planejamento de lucros no longo prazo uma de suas mais altas prioridades

Forma alternativa de organiza¸c˜ao: cooperativa

Associa¸c˜ao de neg´ocios ou pessoas cuja propriedade e gerenciamento se d˜ao de forma conjunta pelos membros visando ao benef´ıcio m´utuo

(8)

Exemplos de cooperativas

Fazendas podem decidir formar uma cooperativa na qual juntem seus recursos de forma a distribuir e comercializar leite para os consumidores

Cooperativa alimentar: loja ou pequeno mercado onde a compra ´e restrita aos participantes. Os pre¸cos s˜ao definidos de forma que a cooperativa evite a perda de dinheiro

Cooperativas habitacionais (Nova York): por exemplo um edif´ıcio de apartamentos no qual o terreno e a constru¸c˜ao sejam de propriedade de uma corpora¸c˜ao

I os membros possuem a¸c˜oes no grupo, al´em de terem o direito de habitar uma das unidades

I eles podem participar da administra¸c˜ao do edif´ıcio: eventos sociais, gerenciando finan¸cas ou mesmo decidindo quem ser˜ao os vizinhos

(9)

Receita marginal, custo marginal e maximiza¸c˜

ao de

lucros

Lucro

Diferen¸ca entre receita total (R(q)) e custo total (C(q)) π(q) ≡ R(q) − C(q)

Receita marginal

Mudan¸ca na receita que ´e o resultado do aumento de uma unidade na produ¸c˜ao

RMg(q) = dR

dq(q)

(10)

Receita marginal, custo marginal e maximiza¸c˜

ao de

lucros

Uma empresa escolhe o n´ıvel de produ¸c˜ao q?, de forma que maximize o lucro, que corresponde `a diferen¸ca AB entre a receita, R, e o custo, C V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦semestre, 2012 10 / 74

(11)

Receita marginal, custo marginal e maximiza¸c˜

ao de

lucros

Teorema

No n´ıvel de produ¸c˜ao ´otimo, q?, a receita marginal (a inclina¸c˜ao da curva de receita) ´e igual ao custo marginal (a inclina¸c˜ao da curva de custo)

RMg(q?) = CMg(q?)

Se a fun¸c˜ao q 7→ π(q) atinge o m´aximo em q?> 0 temos ent˜ao

dπ dq(q

?) = 0

(12)

Demanda e receita marginal para uma empresa

competitiva

Uma empresa competitiva fornece apenas uma pequena parte q da produ¸c˜ao total Q de todas as empresas de um setor

Portanto, para a empresa, o pre¸co do produto ´e dado pelo mercado, e ela escolhe seu n´ıvel de produ¸c˜ao pressupondo que o pre¸co de mercado n˜ao ser´a afetado por sua escolha

(13)

Maximiza¸c˜

ao de lucros por empresas competitivas

Num mercado competitivo temos RMg(q) = P onde P ´e o pre¸co do mercado

A curva da demanda, d, com que se defronta determinada empresa em um mercado competitivo ´e, ao mesmo tempo, suas curvas de receita m´edia e da receita marginal

Ao longo dessa curva da demanda, a receita marginal, a receita m´edia e o pre¸co s˜ao iguais

N´ıvel de produ¸c˜ao

A empresa competitiva deve escolher seu n´ıvel de produ¸c˜ao q de tal forma que seu custo marginal seja igual ao pre¸co

CMg(q) = RMg = P ´

E uma regra de determina¸c˜ao de n´ıvel de produ¸c˜ao, n˜ao do pre¸co

(14)

Maximiza¸c˜

ao de lucros no curto prazo por uma empresa

competitiva

(15)

Maximiza¸c˜

ao de lucros no curto prazo por uma empresa

competitiva

A receita marginal deve ser igual ao custo marginal em um ponto no qual a curva de custo marginal esteja subindo

No curto prazo, a empresa maximiza seus lucros por meio da escolha de um n´ıvel de produ¸c˜ao q?, no qual seu custo marginal, CMg, ´e igual ao pre¸co, P (ou receita marginal, RMg), do produto O lucro da empresa ´e medido pelo retˆangulo ABCD

Qualquer mudan¸ca na produ¸c˜ao, seja para um n´ıvel inferior, q1,

seja para um n´ıvel superior, q2, resultar´a em lucro menor

Regra do produto

Se uma empresa est´a produzindo, ela deve fazˆe-lo em um n´ıvel em que a receita marginal seja igual ao custo marginal

(16)

Uma empresa competitiva que tem preju´ızos

O n´ıvel de produ¸c˜ao q? minimiza o preju´ızo: o segmento AB mede o preju´ızo m´edio associado a esse n´ıvel de produ¸c˜ao

(17)

Uma empresa competitiva que tem preju´ızos

Em face da presen¸ca de custos fixos, a empresa est´a de fato perdendo dinheiro

Ela deve considerar a possibilidade de interromper a produ¸c˜ao e, assim, livrar-se dos custos fixos?

Se o fizer – fechando as f´abricas, demitindo os gerentes e apagando as luzes – evitar´a perdas

Se os pre¸cos subirem no futuro, o processo de reabertura de f´abricas e de contrata¸c˜ao e treinamento de novos gerentes pode representar um custo alto

Al´em disso, caso se mantenha no longo prazo, a empresa ter´a a flexibilidade de modificar o montante de capital utilizado e, assim, reduzir seu custo m´edio total

Regra de fechamento

A empresa deve fechar se o pre¸co de seu produto ´e menor do que o custo vari´avel m´edio de produ¸c˜ao no n´ıvel que maximiza seu lucro V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦semestre, 2012 17 / 74

(18)

Produ¸c˜

ao no curto prazo de uma f´

abrica de alum´ınio

Como um administrador de uma f´abrica de alum´ınio determina o produto que maximiza o lucro?

O custo marginal de produ¸c˜ao no curto prazo desse tipo de f´abrica depende do n´umero de turnos – dois ou trˆes por dia – durante os quais ela funciona

(19)

Produ¸c˜

ao no curto prazo de uma f´

abrica de alum´ınio

No curto prazo, a f´abrica deve produzir 600 toneladas por dia se o pre¸co estiver entre 1.140 e 1.300 por tonelada

Se o pre¸co for maior do que 1.300 por tonelada, ela dever´a funcionar um turno extra, passando a produzir 900 toneladas por dia

Se o pre¸co cair para menos de 1.140 por tonelada, a empresa deve parar a produ¸c˜ao, mas provavelmente n˜ao dever´a fechar porque o pre¸co pode subir no futuro

(20)

Curva da oferta no curto prazo para uma empresa

competitiva

No curto prazo, a empresa escolhe um n´ıvel de produ¸c˜ao no qual seu custo marginal, CMg, ´e igual ao pre¸co, desde que ela seja capaz de cobrir seus custos vari´aveis m´edios

(21)

Resposta da empresa `

a modifica¸c˜

ao no pre¸co dos

insumos

Quando o custo marginal de produ¸c˜ao de uma empresa aumenta o n´ıvel de produ¸c˜ao que maximiza os lucros cai de q1para q2

A ´area sombreada mostra as economias totais da empresa associadas `a redu¸c˜ao da produ¸c˜ao de q1para q2

(22)

Produ¸c˜

ao no curto prazo de derivados de petr´

oleo

Uma substancial quantidade de petr´oleo encontra-se dispon´ıvel, mas a parte do produto que vocˆe refinar´a depender´a da

capacidade da refinaria e do custo de produ¸c˜ao `

A medida que a refinaria passa de uma unidade processadora para outra, o custo marginal para produzir derivados do petr´oleo cru aumenta acentuadamente, em diferentes n´ıveis de produ¸c˜ao Como resultado, o n´ıvel de produ¸c˜ao pode n˜ao ser afetado por algumas altera¸c˜oes de pre¸co, mas muito afetado por outras

(23)

Produ¸c˜

ao no curto prazo de derivados de petr´

oleo

(24)

Curva da oferta de um setor no curto prazo

A curva da oferta de um setor no curto prazo ´e a soma horizontal das curvas da oferta das empresas individuais

(25)

Curva da oferta de um setor no curto prazo

Como a terceira empresa possui uma curva de custo vari´avel m´edio mais baixa que a das outras duas, a curva da oferta de mercado, S, come¸ca no pre¸co P1 e segue a curva de custo marginal

da terceira empresa at´e o pre¸co P2, em que muda de dire¸c˜ao

Para todos os pre¸cos acima de P2, a quantidade ofertada pelo setor

´

e a soma das quantidades que cada uma das trˆes empresas oferta

Elasticidade da oferta de mercado

A elasticidade (pre¸co) da oferta de mercado mede a sensibilidade da oferta do setor ao pre¸co do mercado

ES ≡

∆Q/Q ∆P/P

(26)

Elasticidade da oferta de mercado

Como as curvas de custo marginal s˜ao ascendentes, a elasticidade da oferta (no curto prazo) ´e sempre positiva

Quando os custos marginais aumentam rapidamente em rea¸c˜ao a aumentos da produ¸c˜ao, a elasticidade da oferta ´e baixa

I No curto prazo, as empresas encontram-se limitadas em termos de capacidade de fornecimento, o que torna dispendioso aumentar o n´ıvel de produ¸c˜ao

Quando os custos marginais aumentam lentamente em rea¸c˜ao a aumentos na produ¸c˜ao, a oferta torna-se relativamente el´astica

I Um pequeno aumento de pre¸co ´e capaz de induzir as empresas a produzir quantidades substancialemente mais elevadas

(27)

Elasticidade da oferta de mercado

Oferta perfeitamente inel´astica

Surge quando as f´abricas e os equipamentos do setor est˜ao sendo t˜ao plenamente utilizados que seria necess´aria a constru¸c˜ao de novas f´abricas (o que dever´a ocorrer no longo prazo) para obter maiores n´ıveis de produ¸c˜ao

Oferta perfeitamente el´astica

Surge quando os custos marginais se tornam (quase) constantes

(28)

Produ¸c˜

ao mundial de cobre (2006)

(29)

Oferta mundial de cobre no curto prazo

A curva da oferta mundial de cobre no curto prazo ´e a soma horizontal das curvas da oferta de cada uma das maiores na¸c˜oes produtoras

(30)

Excedente do produtor no curto prazo

Excedente do produtor

Soma das diferen¸cas entre o pre¸co de mercado e o custo marginal de produ¸c˜ao relativos a todas as unidades produzidas pela empresa O excedente do produtor para uma empresa ´e medido pela ´area sombreada situada abaixo do pre¸co de mercado e acima da curva do custo marginal, entre os n´ıveis de produ¸c˜ao 0 e q?, o n´ıvel que maximiza os lucros

(31)

Excedente do produtor no curto prazo

(32)

Excedente do produtor no curto prazo

O excedente do produtor tamb´em ´e igual ao retˆangulo ABCD, porque a soma de todos os custos marginais at´e q? ´e igual ao custo

vari´avel de produzir q?

CT(q?) − CT(0) = Z q?

q=0

CMg(q)dq = CV(q?) = CVMe(q?) × q?

Ou seja o EP ´e igual ao lucro vari´avel

Excedente do Produtor ≡ EP = R − CV O excedente do produtor ´e sempre maior (ou igual) ao lucro

Lucro ≡ π = R − CV − CF

(33)

Excedente do produtor para um mercado

O excedente do produtor para um mercado ´e medido pela ´area sombreada situada entre a linha de pre¸co do mercado e a curva da oferta do mercado, entre os n´ıveis de produ¸c˜ao 0 e Q?

(34)

Escolha do n´ıvel de produ¸c˜

ao no longo prazo

A empresa maximiza o lucro escolhendo o n´ıvel de produ¸c˜ao no qual o pre¸co ´e igual ao custo marginal no longo prazo, CMgLP

(35)

Lucro cont´

abil e lucro econˆ

omico

O lucro cont´abil ´e medido pela diferen¸ca entre a receita e os fluxos de caixa relacionados ao pagamento de m˜ao de obra e

mat´erias-primas e `as despesas de juros e deprecia¸c˜ao

O lucro econˆomico leva em considera¸c˜ao os custos de oportunidade Um desses custos ´e o retorno que os propriet´arios da empresa poderiam obter se o capital fosse aplicado em outro

empreendimento

Suponha, por exemplo, que a empresa utilize (al´em de m˜ao de obra) capital que tenha sido adquirido anteriormente

I O lucro cont´abil ´e R − wL onde R ´e a receita e wL o custo de m˜ao de obra

I O lucro econˆomico ´e

π = R − wL − rK onde rK ´e o custo do capital

(36)

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

Lucro econˆomico zero

Ocorre quando uma empresa obt´em um retorno normal sobre os investimentos, ou seja, quando tem um resultado t˜ao bom quanto teria se investisse os seus recursos em outra atividade

Uma empresa com lucro econˆomico zero est´a tendo um

desempenho adequado, e portanto deve permanecer no neg´ocio Uma empresa que esteja obtendo um lucro negativo, por´em, deve considerar a possibilidade de sair do neg´ocio se n˜ao h´a expectativa de que seu quadro financeiro melhore

Em um mercado com entrada e sa´ıda (sem custo), uma empresa entra quando pode obter um lucro positivo no longo prazo, e sai quando vislumbra uma perspectiva de perda no longo prazo

Mercados competitivos

Em mercados competitivos o lucro econˆomico tende a se igualar a zero no longo prazo

(37)

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

(38)

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

Inicialmente, o pre¸co de equil´ıbrio no longo prazo de um produto ´e 40 por unidade, conforme mostrado em (b) pela intersec¸c˜ao da curva da demanda D com a curva da oferta S1

Em (a) vemos que a empresa aufere um lucro positivo, pois seu custo m´edio no longo prazo atinge um m´ınimo de 30 (para o n´ıvel de produ¸c˜ao q2)

O lucro positivo estimula a entrada de novas empresas e causa um deslocamento da curva da oferta para S2 como mostrado em (b)

O equil´ıbrio no longo prazo ocorre com o pre¸co de 30, como mostrado em (a), em que cada empresa aufere lucro zero, n˜ao havendo incentivo para entrada ou sa´ıda de empresas no setor

(39)

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

Entrada e sa´ıda

Em um mercado com entrada e sa´ıda, uma empresa entra quando pode obter um lucro positivo no longo prazo, e sai quando vislumbra uma perspectiva de perda no longo prazo

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

Aquele em que todas as empresas do setor est˜ao maximizando os lucros, nenhuma delas tem incentivo para entrar ou sair e o pre¸co vigente torna iguais as quantidades ofertada e demandada

(40)

Equil´ıbrio competitivo no longo prazo

Um equil´ıbrio competitivo no longo prazo acontece sob trˆes condi¸c˜oes: 1 Todas as empresas do setor est˜ao maximizando os lucros

2 Inexistˆencia de est´ımulo por parte de qualquer empresa para entrar ou sair do mercado, pois todas est˜ao auferindo lucro econˆomico igual a zero

3 O pre¸co do produto ´e tal que a quantidade ofertada pelas empresas do setor se iguala ao volume demandado pelos consumidores

(41)

Empresas com custos diferentes

Na situa¸c˜ao anterior, explicamos que se o pre¸co do produto no longo prazo ´e 40, ent˜ao a empresa aufere um lucro positivo Deduzimos que esse lucro positivo estimula a entrada de novas empresas e causa um deslocamento da curva da oferta

Isso acontece somente se as outras empresas tˆem custos idˆenticos O que acontece se a primeira empresa possua uma patente que lhe permita produzir a um custo m´edio inferior ao de todas as demais?

(42)

Lucro econˆ

omico e patente

Enquanto outros investidores e empresas n˜ao puderem adquirir a patente que reduz os custos, eles n˜ao ter˜ao est´ımulo para entrar no setor

Ter´ıamos ent˜ao no equil´ıbrio uma empresa com lucro econˆomico positivo?

Se essa patente for lucrativa, outras empresas do setor estar˜ao dispostas a pagar por sua utiliza¸c˜ao (ou tentar adquirir a pr´opria empresa, para assim obtˆe-lo)

Portanto, o valor a mais que essa patente proporciona passa a representar um custo de oportunidade para a empresa

Pois ela poderia vender o direito de usar a patente, em vez de utiliz´a-la

A empresa detentora da patente poderia ter um lucro cont´abil positivo mas o lucro econˆomico tender´a a ser zero (no longo prazo) V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦semestre, 2012 42 / 74

(43)

Lucro econˆ

omico e cont´

abil

Suponhamos, por exemplo, que uma loja de roupas esteja localizada nas proximidades de um grande shopping center O fluxo adicional de clientes poder´a aumentar substancialmente o lucro cont´abil da loja (o custo de seu terreno baseia-se em seu valor hist´orico)

Entretanto, em termos de lucro econˆomico, o custo do terreno deve refletir seu custo de oportunidade (seu atual valor de mercado) Incluindo esse custo de oportunidade, a lucratividade (econˆomica e no longo prazo) dessa loja de roupas n˜ao ´e superior `a de suas concorrentes

(44)

Renda econˆ

omica

Algumas empresas podem auferir lucro cont´abil superior ao de outras

Isso porque elas tˆem acesso a fatores de produ¸c˜ao cuja oferta ´e limitada:

I terreno, recursos naturais, t´ecnicas empresariais, talentos criativos

O que torna o lucro econˆomico igual a zero no longo prazo ´e a disposi¸c˜ao de outras empresas em adquirir os fatores de produ¸c˜ao (cuja oferta ´e limitada)

Renda econˆomica

A renda econˆomica ´e definida como a diferen¸ca entre o valor que as empresas est˜ao dispostas a pagar por um insumo menos o valor m´ınimo necess´ario para obtˆe-lo

(45)

Renda econˆ

omica: exemplos

Patente

A empresa detentora de uma patente n˜ao precisa pagar para ter o patente: o valor m´ınimo necess´ario para obtˆe-lo ´e zero

Por´em, o valor que ela estaria disposta a pagar para obter esse patente corresponde au lucro cont´abil que a patente proporciona

Terreno

Duas empresas do mesmo setor s˜ao propriet´arias de seus respectivos terrenos: m´ınimo custo para obtˆe-los ´e igual a zero Uma delas encontra-se `as margens de um rio, podendo despachar seus produtos com uma economia de 10.000/anos, em compara¸c˜ao a outra empresa

O lucro cont´abil de 10.000 mais alto da primeira empresa corresponde a uma renda econˆomica associada `a sua localiza¸c˜ao

(46)

Excedente do produtor no longo prazo

Suponhamos que uma empresa esteja obtendo um lucro cont´abil positivo

Mas que n˜ao exista est´ımulo para que outras empresas entrem ou saiam do setor (equil´ıbrio competitivo no longo prazo)

Esse lucro reflete a renda econˆomica

Como se relaciona a renda econˆomica e o excedente do produtor?

Proposi¸c˜ao

No longo prazo (n˜ao tem custo vari´avel), em um mercado competitivo (n˜ao tem lucro econˆomico), o excedente do produtor consiste na renda econˆomica que todos os seus insumos escassos lhe proporcionam

(47)

Equipe de beisebol

Suponhamos que uma equipe de beisebol detenha uma franquia que lhe permite atuar em determinada cidade

A renda econˆomica da franquia refletir´a a diferen¸ca entre o que a empresa estaria disposta a pagar por sua localiza¸c˜ao e o montante necess´ario para se instalar na cidade (compra de terreno,

constru¸c˜ao de est´adio) Outro exemplo

Um time de beisebol de uma cidade m´edia consegue vender ingressos ao pre¸co 7 sendo igual aos custos marginais e medios Outro time em uma cidade maior consegue vender ingressos por pre¸co 10

(48)

Equipes de beisebol e renda econˆ

omica

(49)

Curva da oferta do setor no longo prazo

O formato da curva da oferta no longo prazo depende da medida em que as expans˜oes e contra¸c˜oes da produ¸c˜ao do setor

influenciam a determina¸c˜ao dos pre¸cos que as empresas necessitam pagar por seus insumos

No caso em que os pre¸cos dos insumos cai `a medida que a produ¸c˜ao agregada cresce (entradas), o custo marginal de cada empresa pode diminuir

Se o pre¸co dos insumos pode crescer com a dimens˜ao do mercado, o custo marginal pode crescer

A terceira alternativa ´e quando os custos de insumo n˜ao mudem com o tamanho do setor

(50)

Setor de custo constante

O custo marginal de uma certa empresa n˜ao depende do tamanho do setor

Inicialmente o setor se encontra em equil´ıbrio no longo prazo na interse¸c˜ao entre a curva da demanda do mercado D1 e a curva de

de oferta de mercado S1, com pre¸co de equil´ıbrio P1

Suponhamos que a demanda do mercado por esse produto venha a apresentar uma inesperada eleva¸c˜ao (virtude de uma redu¸c˜ao de impostos)

Isso ocasiona um deslocamento da curva da demanda de mercado de D1 para D2

Temporiaremente, tempos uma eleva¸c˜ao do pre¸co de P1 para P2

(51)

Setor de custo constante

Com o novo pre¸co P2 a empresa aumenta seu n´ıvel de produ¸c˜ao

para q2, levando a um lucro positivo no curto prazo

Esse lucro atrai investidores e o numero de empresas no setor produzindo q2 aumenta

(52)

Setor de custo constante

A curva de oferta do setor (oferta agregada) ´e afetada e se desloca para a direita, de S1 para S2

O mercado se mova ent˜ao par um novo equil´ıbrio com pre¸co menor Enquanto tivermos um lucro positivo, mais empresas ser˜ao

entrar˜ao nesse setor, deslocando a curva de oferta e baixando o pre¸co

Quando o novo pre¸co chega a P1, o lucro de cada empresa nesse

setor volta ao n´ıvel zero N˜ao tem mais entrada

Cada empresa do setor volta a produzir q1, mas como temos mais

empresas, a oferta do mercado ´e mair Q2 > Q1

Chegamos ao mesmo pre¸co de mercado porque a fun¸c˜ao de custo marginal das empresas desse setor n˜ao ´e alterado pelo tamanho do setor (produ¸c˜ao agregada Q)

(53)

Setor de custo constante

Proposi¸c˜ao

A curva da oferta no longo prazo para um setor de custo constante ´e, portanto, uma linha horizontal, referente ao pre¸co que ´e igual ao m´ınimo custo m´edio de produ¸c˜ao no longo prazo

(54)

Setor de custo crescente

Nos setores de custo crescente, a fun¸c˜ao custo ´e deslocada para cima quando o tamanho do setor aumento

Isso acontece quando os pre¸cos de alguns insumos de produ¸c˜ao sobem `a medida que o setor se expande e aumenta a demanda dos insumos

Exemplos:

I Se o setor utilize m˜ao de obra especializada, a qual se torna escassa quando cresce sua demanda

I se o setor necessita de recursos minerais que se encontram

dispon´ıveis apenas em determinados tipos de solo, o custo da terra (insumo) sobe juntamente com o aumento do tamanho do setor

(55)

Setor de custo crescente

Proposi¸c˜ao

Em um setor com custo crescente, a curva da oferta no longo prazo ´e ascendente

(56)

Setor de custo decrescente

Nos setores de custo decrescente, a fun¸c˜ao custo ´e deslocada para baixo quando o tamanho do setor aumento

Isso acontece quando os pre¸cos de alguns insumos de produ¸c˜ao baixam `a medida que o setor se expande e aumenta a demanda dos insumos

Proposi¸c˜ao

Em um setor com custo decrescente, a curva da oferta no longo prazo ´e descendente

(57)

Exemplos

O caf´e ´e um setor de (fun¸c˜ao de) custo constante (invariante ao tamanho do setor):

I a terra apropriada ao plantio ´e abundante

I os custos de plantar e manejar os p´es permanecem constantes enquanto o volume de caf´e produzido no mercado cresce

O setor petrol´ıfero tem custos crescentes porque a disponibilidade de bacias petrol´ıferas amplas e facilmente acess´ıveis ´e limitada No setor automobil´ıstico, certas vantagens de custo surgem porque os insumos podem ser adquiridos por um pre¸co muito mais baixo `a medida que a produ¸c˜ao aumenta: ´e um setor de custo decresente

(58)

Efeito que um imposto sobre a produ¸c˜

ao

Em primeiro lugar, suponhamos que o imposto sobre a produ¸c˜ao esteja vigorando apenas para uma empresa de um certo setor Portanto, esse imposto n˜ao afeta o pre¸co do mercado (a oferta e a demanda agregada n˜ao foi alterada)

Como o imposto atinge cada unidade produzida, ele eleva a curva do custo marginal (e m´edio) da empresa de CMg1 para

CMg2 = CMg1+ t

Como a nova fun¸c˜ao de custo marginal, a preza ter´a que diminuir a produ¸c˜ao, de q1 para q2

(59)

Efeito que um imposto sobre a produ¸c˜

ao

(60)

Efeito de um imposto sobre a produ¸c˜

ao de uma empresa

Suponhamos agora que todas as empresas do setor estejam sujeitas ao imposto

Isso desloca a curva da oferta do setor para cima no montante do imposto (as empresas continuariam produzindo Q1 em agregado se

o pre¸co do mercado fosse P1+ t

Com a nova oferta de mercado, temos um novo pre¸co P2 do

produto com P2 < P1+ t

Com esse novo pre¸co, a demanda de cada empresa cai para ˆq2

consistente com o pre¸co P2

Temos q2< ˆq2 < q1

(61)

Efeito de um imposto sobre a produ¸c˜

ao do setor

(62)

Elasticidade da oferta no longo prazo

A elasticidade da oferta de um setor no longo prazo ´e definida por ∆Q/Q

∆P/P onde Q ´e a produ¸c˜ao agregada do setor Em um setor de custo constante:

I a curva da oferta no longo prazo ´e horizontal

I a elasticidade no longo prazo ´e infinita: um pequeno aumento do pre¸co ser´a capaz de induzir uma aumento extramamente grande no n´ıvel de produ¸c˜ao

Em um setor de custo crescente, a elasticidade da oferta no longo prazo ´e positiva, mas limitada

(63)

Elasticidade da oferta no longo prazo

Como as empresas podem se ajustar e se expandir no longo prazo, ´

e de se esperar que as elasticidades no longo prazo sejam maiores do que as elasticidades no curto prazo

Um setor que dependa de insumos que se encontram amplamente dispon´ıveis provavelmente apresentar´a uma elevada elasticidade no longo prazo

Um setor que dependa de insumos mais escassos poder´a apresentar uma elasticidade no longo prazo muito mais baixa

(64)

Oferta habitacional no longo prazo

Os im´oveis residenciais, sejam pr´oprios ou alugados, oferecem um exemplo interessante da amplitude das poss´ıveis elasticidades de oferta

Se o pre¸co da moradia sofrer uma eleva¸c˜ao em determinada regi˜ao do pa´ıs, a quantidade de residˆencias a´ı oferecidas poder´a

apresentar uma substancial eleva¸c˜ao

Mesmo quando a elasticidade da oferta ´e calculada para im´oveis situados em ´areas urbanas (ao contr´ario de ´areas afastadas ou rurais), onde o custo do terreno sobe quando aumenta a demanda por moradia, a elasticidade da oferta no longo prazo provavelmente ainda ser´a grande (5,3 nos E.U. em 1976), pois o custo do terreno apenas atinge cerca de um quarto do custo total das moradias Entretanto, o mercado para a loca¸c˜ao de im´oveis ´e diferente. A constru¸c˜ao de im´oveis para loca¸c˜ao ´e frequentemente limitada por uma legisla¸c˜ao municipal de zoneamento

A elasticidade da oferta pode ser muito menor do que 1

(65)

Resumo 1

Os administradores de empresas podem operar de acordo com um complexo conjunto de objetivos e sob diversas restri¸c˜oes

Mesmo assim, entretanto, podemos admitir que as empresas atuam como se estivessem maximizando seus lucros no longo prazo

(66)

Resumo 2

Muitos mercados podem se aproximar da competi¸c˜ao perfeita, situa¸c˜ao em que uma ou mais empresas agem como se estivessem enfrentando uma curva da demanda quase horizontal

Em geral, o n´umero de empresas em um setor nem sempre ´e um bom indicador de seu grau de competitividade

(67)

Resumo 3

Como uma empresa que opera em um mercado competitivo det´em apenas uma reduzida parcela do total da produ¸c˜ao, supondo que sua decis˜ao de produ¸c˜ao n˜ao ir´a afetar o pre¸co do produto

Nesse caso, a curva da demanda e a curva da receita marginal s˜ao idˆenticas

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Resumo 4

No curto prazo, uma empresa competitiva maximiza seu lucro selecionando um n´ıvel de produ¸c˜ao para o qual o pre¸co seja igual ao custo marginal (no curto prazo), desde que o pre¸co seja maior ou igual ao seu custo vari´avel m´edio m´ınimo

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Resumo 5

A curva de oferta de mercado no curto prazo ´e a soma horizontal das curvas de cada empresa de determinado setor

Ela pode ser caracterizada por sua elasticidade de oferta - isto ´e, a varia¸c˜ao percentual da quantidade ofertada decorrente de uma varia¸c˜ao percentual no pre¸co

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Resumo 6

O excedente do produtor de uma empresa ´e a diferen¸ca entre a receita da empresa e o m´ınimo custo necess´ario para obter o n´ıvel de produ¸c˜ao capaz de maximizar os lucros

Tanto no curto como no longo prazo, o excedente do produtor ´e representado pela ´area situada sob a linha horizontal do pre¸co e acima do custo marginal da produ¸c˜ao da empresa

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Resumo 7

Renda econˆomica ´e o pagamento por um fator escasso de produ¸c˜ao menos o menor valor que seria necess´ario para obtˆe-lo por meio de loca¸c˜ao

No longo prazo, em um mercado competitivo, o excedente do produtor ´e igual `a renda econˆomica gerada por todos os fatores escassos de produ¸c˜ao

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Resumo 8

No longo prazo, as empresas que maximizam o lucro optam pelo n´ıvel de produ¸c˜ao para o qual o pre¸co se iguala a seu custo marginal no longo prazo

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Resumo 9

O equil´ıbrio competitivo no longo prazo ocorre quando: (a) as empresas maximizam seus lucros

(b) todas as empresas auferem lucro econˆomico zero, de tal forma que n˜ao haja est´ımulo para entrar ou sair do setor

(c) a quantidade demandada do produto se iguala ´a quantidade demandada do produto se iguala `a quantidade ofertada

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Resumo 10

A curva da oferta no longo prazo de uma empresa ´e horizontal quando o setor ´e de custo constante; nesse caso, uma maior demanda dos insumos de produ¸c˜ao (associada a uma maior demanda do produto) n˜ao influencia seus pre¸cos

No entanto, a curva da oferta no longo prazo para uma empresa ser´a ascendente em um setor de custo crescente, em que uma maior demanda dos insumos de produ¸c˜ao resulta no aumento de pre¸cos de alguns ou de todos os insumos

Referências

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