ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
A alfabetização é considerada como o ensino das habilidades de “codifica-ção” e “decodifica“codifica-ção”. Foi transposta para a sala de aula no final do século XIX, mediante a criação de diferentes métodos de alfabetização.
Existem vários métodos de alfabetização: • Métodos sintéticos (silábicos ou fônicos); • Métodos analíticos (global).
Esses métodos padronizaram a aprendizagem da leitura e da escrita. As car-tilhas relacionadas a esses métodos passaram a ser muito utilizadas como livro didático para o ensino nessa área.
Exemplos de cartilhas:
Com as cartilhas, não havia uma grande relação social. As informações apre-sentadas nelas não tinham relação com o contexto social do aluno.
A visão não era a mesma durante todo o percurso. Quando o aluno entendia apenas uma parte da leitura, conversava apenas sobre aquele pequeno mundo. Não havia relação social. Por isso, existem críticas a respeito desse modelo silá-bico, que não considerava as práticas sociais, apenas a alfabetização.
O que significa alfabetizar?
Alfabetização
Etimologicamente, o termo “alfabetização” significa “levar à aquisição do alfa-beto”. O termo ganha novos significados com as contribuições da linguística, psicologia, psicolinguística.
O conceito de alfabetização restrito ao processo “mecânico” de codificação e decodificação da relação fonema/grafema é problematizado diante do fracasso escolar produzido por esse sistema.
Alfabetização → ação de alfabetizar, ou seja, a ação de tornar o sujeito capaz de ler e escrever, ou ainda, capaz de decifrar o código escrito.
Existem múltiplas alfabetizações. Letramento
O conceito de letramento surge em meados da década de 80, em diferentes países. É percebida a necessidade de se (re)nomear as práticas associadas ao ensino da língua materna.
Surge, assim, o letramento no Brasil, do illettrisme, na França, da literacia, em Portugal, para nomear fenômenos distintos daquele denominado alfabetização,
alphabétisation.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) apresentou a ampliação do conceito de literate para functionally
lite-rate, e, portanto, a sugestão de que as avaliações internacionais sobre domínio
de competências de leitura e de escrita fossem além do medir apenas a capaci-dade de saber ler e escrever.
Letramento → ser capaz de fazer uso da leitura e da escrita para uma partici-pação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais (Emília Ferreiro).
Os conceitos são distintos e precisam ser aproximados.
A alfabetização é algo mais simples (aprender a ler e escrever). O letramento é algo mais complexo, trata-se do ato ou condição de quem cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.
OBJETIVO ATUAL
Mudança nos conceitos de alfabetizado
Censo de 1940: alfabetizado é aquele que declara saber ler e escrever – muitas vezes restrito ao próprio nome.
Censo de 1950: alfabetizado é aquele que sabe ler e escrever um bilhete “simples”. Atualmente, o critério adotado nas Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNAD) é a contagem dos anos de escolaridade.
Brasil hoje: 14 milhões de analfabetos. Estimativa de 25 milhões de analfabe-tos funcionais (não fazem uso social da língua escrita).
Novas concepções:
• Ampliação do Ensino Fundamental; • Ampliação de tempos e espaços; • Avaliações de larga escala.
Diferentes níveis de letramento
Vários pesquisadores do letramento referem-se a diferentes níveis de letramento. É tão possível o cidadão ser alfabetizado e não letrado, ou possuir nível ele-mentar de letramento, tanto quanto é possível não ser alfabetizado, mas possuir níveis de letramento.
Atos relacionados aos diferentes níveis de letramento: distinguir letras, núme-ros, símbolos; reconhecer diferentes veículos e contextos de leitura; ditar cartas; antecipar textos; compreender textos com diferentes graus de complexidade; interpretar informações; ler mapas, quadros, gráficos; associar informações de diferentes textos etc.
Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Carlinhos Costa.