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VISUALIDADES DA LUTA PELA TERRA: Porto Alegre, Praça da Matriz,

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Academic year: 2021

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VISUALIDADES DA LUTA PELA TERRA: Porto Alegre, Praça da Matriz, 19901

Este artigo objetiva analisar a circulação de uma fotografia com autoria de Ronaldo Bernardi no jornal Zero Hora e Revista Veja. Bernardi é um dos fotojornalistas autores da série de imagens sobre o acontecimento da luta pela terra, ocorrido na cidade de Porto Alegre, Praça da Matriz, em 1990, envolvendo os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) e soldados da Brigada Militar2 em um embate que gerou a morte de um soldado da Brigada Militar, o caso adquiriu intensa proporção midiática e ficou conhecido como “o caso da degola”. A análise será realizada tendo como base os conceitos de espaço público de Patrick Champagne (1996) e fotografia pública na perspectiva da autora Ana Maria Mauad (2013).

Ana Mauad (2013) sinaliza a elaboração da fotografia pública pela relação entre cultura política e cultura visual. Conforme Mauad (2013) a ideia de cultura política se relaciona aos “comportamentos e princípios que orientam a ação coletiva no campo político”. Na mesma via, Serge Berstein (1998) diz que o estudo das culturas políticas permite identificar, coletivamente, o compartilhamento das visões de mundo “numa leitura partilhada do passado, de uma perspectiva de futuro, em normas, crenças, valores que constituem um patrimônio indiviso” (Berstein, 1998: 363). Para colocar em prática esse compartilhamento de visões de mundo, esses grupos criam “vocabulários, símbolo, gestos, até canções que constituem um verdadeiro ritual (Berteins, 1998).

1 Palavras-chave: Fotografia Pública; Espaço Público; MST

FORMOLO, Deise. Mestranda no Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica

do Rio Grande do Sul. E-mail: deise.formolo@gmail.com

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No mesmo movimento, cultura visual é abordada em suas duas vias, como meio de construção social do visual e, também, como construção visual do social (Mitchell, 2003). Nesse sentido, as construções visuais podem ser compreendidas a partir do conceito de culturas políticas, já que essa última implica na consolidação de certos comportamentos sociais que, em certo grau, são compartilhados pelos grupos, inclusive, visualmente. Tanto pela produção de uma determinada imagem pela qual o grupo pretende ser identificado, quanto pela produção de imagens de determinados padrões visuais desse grupo.

Com relação às particularidades da fotografia pública, Mauad (2013) pontua a condição autoral da fotografia pública na perspectiva do engajamento político, são imagens produzidas para reivindicar determinados discursos. Assim, a fotografia pública se torna mais um meio de organização dos “sentidos da história no mundo contemporâneo” (Mauad, 2013: 11). Desse modo, as questões em torno das condições de produção e circulação da fotografia pública remetem ao diálogo entre espaço público e espaço privado, enquanto divisores de significados nas sociedades. Em outras palavras, as produções de imagens públicas buscam criar referenciais sobre as apropriações dos sujeitos sobre os espaços de circulação.

Patrick Champagne discute a ideia de “espaço público” para compreender o processo de construção das notícias no espaço midiático. Para o autor “[...] não existe um “espaço público” que seja dado e aberto a todos, mas um sistema mais ou menos diferenciado de agentes que têm uma definição social do que é digno de entrar no universo dos fatos que merecem ser tornados públicos.” (Champagne, 1996: 228). Nesse sentido, para o autor, a construção do espaço de circulação na mídia para os acontecimentos se relaciona a capacidade dos grupos organizadores da ação em mobilizar os agentes responsáveis por hierarquizar as notícias.

Dessa forma, questiona-se nesse artigo, quais as culturas políticas presentes na construção das visualidades e narrativas textuais nos dois veículos de comunicação? Quais os padrões visuais e textuais presentes nesses impressos permitem dar forma à circulação de determinas culturas políticas? De que forma ocorre a relação entre produção textual e produção das fotografias em suas páginas para a consolidação de uma determinada memória do acontecimento? Torna-se possível condensar os acontecimentos daquele 08 de agosto de 1990 na categoria “confronto”?

Desse modo, o artigo está organizado em três partes, no primeiro subtítulo se apresenta alguns aspectos do percurso profissional do fotógrafo Ronaldo Bernardi, em seguida se analisa a circulação da fotografia icônica, de sua autoria, sobre o acontecimento da

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luta pela terra ocorrido na Praça de Matriz, na edição do dia nove de agosto de 1990 do Jornal Zero Hora e na edição do dia quinze de agosto de 1990 da Revista Veja.

Ronaldo Bernardi: Percurso Profissional

Ronaldo3 iniciou a vida profissional aos 12 anos, atuando como office boy junto à área administrativa do Grupo RBS, trabalhando diretamente com Maurício Sirotsky Sobrinho. Desde o início procurou se aproximar das rotinas da redação do Jornal, após algum tempo solicitou trabalhar diretamente no jornal. A partir dessa iniciativa, passou a integrar a equipe do veículo, como auxiliar de redação. Após se dedicou a conhecer os processos de trabalhados ligados à fotografia, iniciou também auxiliar, e, em seguida, passou a exercer atividades no laboratório fotográfico do periódico. Desde o começo de seu percurso profissional, frisou a vontade de ampliar sua atuação para além das rotinas internas da redação. Da experiência na sala escura, começou a trabalhar no turno da madrugada, onde começavam os repórteres fotográficos.

Nesse sentido, nota-se que o percurso profissional do fotógrafo Ronaldo Bernardi é marcado por uma formação autodidata obtida através do trabalho cotidiano realizados no jornal Zero Hora, com o reforço de cursos especializados ministrados pela equipe interna da Zero Hora. Pode-se dizer que Ronaldo Bernardi foi formado pela Zero Hora. Ronaldo Bernardi é repórter fotográfico há cerca de trinta e cinco anos no Jornal Zero Hora. Seu trabalho lhe rendeu diversas premiações, entre elas, ARI, Vladimir Herzog e Esso, conquistado com a foto ‘Guerra na praça da Matriz’, essa última é resultado do registro do acontecimento da luta pela terra ocorrido na Praça da Matriz, trata-se de uma fotografia icônica dentro do rol de representações visuais desse episódio, a imagem circulou, além do Jornal Zero Hora, na Revista Veja, Manchete, Isto É e no Jornal Folha de São Paulo.

3Informações acessadas no site http://coletiva.net/perfil/2015/03/ronaldo-bernardi-tudo-por-uma-imagem/ em 28 de abril de 2017. Bem como, da entrevista realizada com o fotógrafo em março de2017.

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A fotografia foi realizada na Praça da Matriz, no primeiro plano se nota um militante do MST de costas portando uma foice na direção do grupo de soldados da Brigada Militar que aparecem no segundo plano da fotografia. A imagem faz parte da série de setenta e três fotografias pertencente ao acervo do Sindicato do Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS). Essa imagem pode ser entendida como uma foto- ícone pelo amplo espaço de circulação ocupado nos jornais e revistas que se dedicaram a noticiar o acontecimento.

Em seguida, apresenta-se a análise da publicação dessa imagem no Jornal Hora e Revista Veja assinalando, por meio dos conceitos de fotografia pública e espaço público, algumas caraterísticas ligadas ao compartilhamento de visões de mundo desses veículos de comunicação que contribuíram para a construção de significados na memória visual desse acontecimento.

Zero Hora: “O mais grave incidente da história do conflito agrário no Estado”.

A edição do jornal Zero Hora no dia 09 de agosto de 1990, um dia após o ocorrido, organizou as informações sobre a ação repressiva da seguinte forma. Na capa do jornal Zero Hora, observa-se no canto superior direito o título, “Iraque anexa Kuwait”. Seguido da imagem de um avião sobrevoando um campo. A imagem é acompanhada da seguinte legenda: “Proteção: tropas norte-americanas passam pela Turquia a caminho da Arábia”. Logo em seguida, observa-se o destaque dado para a fotografia de Ronaldo Bernardi sobre os acontecimentos da Praça da Matriz. A imagem foi publicada no formato paisagem, e sofre um

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pequeno corte com relação a imagem original (figura 1). Nota-se, em primeiro plano, um militante do Movimento portando uma foice, acompanhado de outros militantes que enfrentam o grupo de soldados da Brigada Militar que, pela aproximação do fotógrafo ao militante, parecem desaparecer no horizonte, em último plano.

A fotografia é acompanhada da legenda: “Batalha campal: colonos sem terra e brigadianos enfrentando-se na frente do Palácio Piratini no mais grave incidente da história do conflito agrário no Estado.”

Desse modo, já na primeira página, identifica-se o esforço dos jornalistas em organizar as categorias de percepção do acontecimento, visualmente comparando-o com os conflitos mundiais, no caso do Iraque, essa relação se dá, inclusive, pela semelhança dos tons das cores das suas fotografias, em seguida, apontando textualmente como “o mais grave incidente da história do conflito agrário no Estado”. Percebe-se, a partir da hierarquização das informações, uma revisão apressada, simplificada e de cunho publicitário, da história da luta pela terra no Estado, ocultando o complexo percurso da questão da terra no Rio Grande do Sul. Conferindo à imagem de Ronaldo Bernardi a função de abre alas para a consolidação do ponto de vista do jornal.

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Logo abaixo, segue o título legenda: “Tensão, tumulto e morte”, acompanhada da linha fina que diz: “Sem-terras ocupam Praça, chocam-se com Brigada e matam soldado a golpe de foice”. Após, visualiza-se o olho com o seguinte texto: “O confronto produziu 72 feridos, alguns graves, e gerou momentos de muita tensão em Porto Alegre. BM cercou a Prefeitura por dez horas”. Em diálogo com lead que destaca:

O centro de Porto Alegre viveu oito horas de violência e tragédia, ontem, quando um soldado da Brigada Militar foi morto e dezenas de brigadianos e colonos resultaram feridos no mais sangrento incidente da história do conflito agrário do Estado. Colonos e policiais entraram em choque no fim da manhã no momento em que representantes do Movimento dos Sem-Terra, deputados e secretários do governo acertaram uma solução negociada para a retirada. (Zero Hora, 1990)

Ao lado, segue a fotografia de Valdeci de Abreu, o soldado da Brigada Militar morto

naquela manhã. Nota-se nesse trecho, a relação entre campo político e jornalístico quando apresentam os agentes presentes na construção do conflito, identificados como “colonos”, “policiais”, “representantes do Movimentos dos Sem-Terra”, “deputados” e “secretários do governo”. Da mesma forma, apontam o lugar desses agentes no campo simbólico, pois os “colonos” e “policiais” entraram em confronto, enquanto, “representantes do Movimento Sem-Terra”, “deputados” e “secretários do governo” negociavam os pontos para a retirada do acampamento. Destaca-se, o empenho em dissociar os “representantes do Movimento dos Sem-Terra” dos “colonos” que participaram do embate com os policiais. Procurando demarcar as hierarquias do Movimento.

No que tange à fotografia, nota-se a importância conferida à imagem fotográfica pelo jornal para qualificar as categorias de percepção do leitor, em conjunto com o texto. Em primeiro lugar, observa-se o espaço concedido à fotografia de Ronaldo Bernardi na capa, ela ocupa parte substancial do espaço gráfico. A relação com a fotografia dos conflitos no Iraque busca denotar, na visão do jornal, a dimensão catastrófica dos acontecimentos da Praça da Matriz, ancorada pelo título legenda, “Tensão, tumulto e morte” a narrativa já busca destacar o fato mais significativo daquela manhã qualificando a catástrofe maior, na visão do jornal, configurada na morte do soldado Valdeci, que foi representado na capa do jornal por uma fotografia 3x4.

Ainda com relação a fotografia impressa no início da capa, pode-se dizer que há uma tensão entre fotografia e legenda, pois antes de indicar uma “batalha campal” onde “colonos e brigadianos enfrentaram-se”, acaba por situar a situação desigual dessa “batalha”. O efeito

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causado pela aproximação do fotógrafo do militante que aparece em primeiro plano, distorce, mas não oculta o contingente de soldados da polícia militar ao fundo, com todo aparato material que o Estado lhes concedeu. Além disso, nota-se um elemento no canto inferior direito da imagem, o logo da Fiatallis, empresa exportadora de máquinas agrícolas, que demarca o caráter comercial do jornal e indica, em partes, a quem serve e a que público se direciona.

Revista Veja: “A escalada da selvageria assusta o país”

A edição da Revista Veja impressa no dia quinze de agosto também reservou um espaço significativo para a comunicação dos acontecimentos da luta pela terra ocorridos no dia oito de agosto de 1990. Desenvolvida na capa e na parte interna com uma reportagem de seis páginas. Na capa da revista se nota a mesma fotografia publicada no Jornal Zero Hora do dia nove de agosto de 1990, bem como na edição do Jornal Folha de São Paulo, de autoria de Ronaldo Bernardi, porém, na revista Veja ela aparece com uma edição diferenciada. O recorte da imagem deu mais ênfase ao militante presente no primeiro plano da fotografia, de costas, portando uma foice, reforçando o efeito de aproximação. Por sua vez, o segundo plano, onde nota-se outro militante reagindo a ação do grupo de soldados da Brigada Militar, agora, aparece mais distante que na imagem publicada na Zero Hora.

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A fotografia foi publicada no modo colorido, composta com plano de fundo, e o texto aparece sobre ela, onde se visualiza o título “Violência” em letras garrafais e vermelhas, seguido do subtítulo “A escalada da selvageria assusta o país”. Nota-se também a linha fina que diz “Porto Alegre, 08 de agosto de 1990: em conflito com os sem-terra um policial é degolado a foice”. Nesse sentido, imagem e texto consolidam a percepção da ação ter sido desencadeada pelos militantes do MST, e os soldados como agentes passivos, “assustados”, apenas se auto protegendo dos ataques dos “selvagens”.

Ainda que com estratégias um pouco diferenciadas, observa-se o diálogo entre o Jornal Zero Hora e Revista Veja na busca por aguçar semelhantes categorias de percepção em seu público leitor, compartilhando aspectos de suas culturas políticas pautadas na criminalização da ação do MST, dando forma, inclusive, a circulação parecida de padrões visuais que, no âmbito da memória, evocam representações depreciativas do movimento.

Ainda na capa há a relação com os acontecimentos do Iraque, no canto superior esquerdo, com uma tarja transversal amarela, que estrategicamente contrasta com o vermelho do nome da revista, onde foi assinalado, “IRAQUE – O invasor cercado”, quando mais uma vez, assinala-se o diálogo discursivo do jornal Zero Hora que procurou evidenciar o incomodo causado pelos militantes aos moradores “do centro da maior cidade do Rio Grande do Sul” , na revista Veja eles são os “invasores”, agregando significados para seu ponto de vista e reforçando o discurso de outros veículos com culturas políticas semelhantes as suas, nesse caso, do jornal Zero Hora.

Zero Hora e Revista Veja: Relações discursivas

No âmbito da fotografia pública, percebe-se a máxima utilização da “expressão crítica do mundo visível” na utilização das imagens tanto na Veja quando no jornal Zero Hora. As fotografias adquirem um peso expressivo para o conjunto de interpretações sobre o conflito. Infere-se que, caso o leitor tenha um olhar atento sobre a organização da imagem nessas páginas, poderá observar as disparidades desse confronto: quantidade de militantes em comparação à quantidade de policiais; os militantes no interior da Prefeitura, que ficou cercada durante dez horas; a morte do soldado Valdeci e as mortes que dão forma à conjuntura sangrenta da questão da terra no Estado. Ainda que o texto tenha como função invisibilizar esses “detalhes”.

Da mesma forma, percebe-se a inconsistência em qualificar o acontecimento da Praça da Matriz enquanto “confronto” sendo que o choque é inexiste, inclusive, nas versões veiculas

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pela mídia comercial, no caso, entre Revista Veja e Zero Hora. Nota-se o compartilhamento das culturas políticas dos veículos, embasadas nos interesses de seus financiadores, agregando significados aos seus pontos de vista por meio da publicação de fotografias semelhantes e na produção textual que, com tons diferentes, nomeiam os culpados.

Em diálogo com a discussão de “espaço público” (Champagne, 1996) nota-se o alto grau de mobilização causado pela ação do MST percebido pelo amplo espaço de publicização do acontecimento. Porém, se por um lado os veículos de comunicação não puderam ocultar o episódio, procuram noticiá-lo compartilhando algumas estratégias, pautadas na criminalização do Movimento, na desqualificação dos militantes, direcionando a pauta para a morte do soldado Valdeci, e produzindo seus textos construindo a ideia de “confronto”.

Considerações finais

Evidencia-se o choque das culturas políticas organizado na relação da cultura política do autoritarismo do Estado e da cultura política de resistência dos militantes do Movimento, que juntas conformam publicamente, de modo visual, uma cultura política dos regimes de exceção, ao deixar expressa a ação repressiva ocorrida naquele acontecimento.

Da mesma forma, esse jogo de poder entre visualidades de diferentes culturas politicas se faz presente na organização informativa dos jornais. É possível observar o esforço do jornal Zero Hora em conformar, publicamente, a visão do confronto do ponto de vista de sua linha editorial, utilizando seu respaldo diante as camadas da sociedade que o leem para apontar o desconforto que foi receber os militantes do MST, “colonos”, no centro da cidade do Porto Alegre, o incômodo que isso causou e, para além disso, aproveitar para apontar os culpados pela morte do soldado Valdeci. Morte utilizada como âncora para encobrir a cultura política de reivindicação por direitos dos militantes, em detrimento da sua cultura política que, em diálogo com o viés do Estado, configura-se no autoritarismo

Os recortes dos acontecimentos realizados pelos veículos de comunicação apresentam um padrão textual, especialmente, pautado no ponto de vista veiculado pelos editores do jornal Zero Hora. Esse padrão é resultado do compartilhamento de visões de mundo semelhantes presentes nas políticas institucionais desses veículos, dando forma a uma cultura política pautada no autoritarismo, moralismo e na criminalização dos movimentos, presentes na repetição de determinadas expressões, no aceleramento e pausa dos discursos em determinados momentos, na conjugação semelhante de texto e imagem.

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Com relação às fotografias, nota-se a utilização de padrões visuais semelhantes aos publicados no jornal Zero Hora com a publicação da mesma fotografia na capa, como é o caso da Veja, bem como se observa a tendência em organizar os elementos gráficos com o intuito de projetar uma imagem depreciativa do Movimento. Por sua vez, ao se analisar as imagens em relação ao texto se evidencia a presença de um padrão de autodefesa e resistência dos militantes e no mesmo grau o uso força empregada pelos soldados da Brigada Militar.

Referências

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HOFFMAN, Leandro Sidinei Nunes. Da cruz à bandeira: a construção do imaginário do

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MAUAD, Ana Maria. Fotografia pública e cultura visual, em perspectiva histórica. In: Revista Brasileira de História da Mídia, vol. 5, nº 1, jan-jun 2016, p. 11-20.

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