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Um olhar reflexivo sobre o brincar

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE O BRINCAR

FABIELE BEATRIZ WEBER

Ijuí – RS 2017

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FABIELE BEATRIZ WEBER

UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE O BRINCAR

Trabalho de conclusão de Curso apresentado a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI - Departamento de Humanidades e Educação no curso de Pedagogia como requisito parcial a obtenção do grau de Licencianda em Pedagogia.

Orientadora: ProfªMs.IseldaTerêsinhaSausenFeil

Ijuí – RS 2017

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RESUMO

Apresenta um estudo que objetiva a construção de argumentos em defesa da importância do brincar na vida dos adultos e, principalmente no desenvolvimento da criança, por entender que tudo começa na infância. Traz o relato e análise da experiência da autora no que se refere ao brincar na infância, uma reflexão, construída a partir de um diálogo entre alguns pesquisadores da infância a qual evidencia o brincar como atividade imprescindível na constituição dos sujeitos e, traz também, como a sociedade percebe o brincar.

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ABSTRACT

It presents a study that aims to construct arguments in defense of the importance of playing in the life of the people, mainly in the development of the child to understand that everything begins in childhood. It brings the report and analysis of the author's experience with regard to playing in childhood, a reflection, built from a dialogue between some researchers of childhood which shows playing as an essential activity in the constitution of the subjects and also brings, as Society perceives the play.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer inicialmente a Deus, por a oportunidade que me concedesse ingressar na graduação e conseguir percorrer toda essa longa caminhada dentro da Universidade.

Agradeço a minha família, que me deu todo o suporte durante a minha vida, amou – me, educou –me, em especial aos meus pais Marcos e Sueli Weber, que me apoiaram em todas minhas decisões.

Em especial quero agradecer ao meu marido Mauricio Nogara, que me auxiliou, sendo muito companheiro e compreensivo nesse período.

A minha professora orientadora Ms.IseldaTerêsinhaSausenFeil, que com grande dedicação, amizade, compreensão e esforço transmitiu seus conhecimentos e experiências de vida. Faço essa menção com profundo sentimento de gratidão.

Muito obrigada! É o mínimo que posso dizer a todos que, mesmo indiretamente, contribuíram para a conclusão do curso de pedagogia e cumprir mais uma etapa da minha vida.

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DEDICATÓRIA

“Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, e a todos que contribuíram nessa caminhada”.

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SUMÁRIO

1INTRODUCÃO...8

CAPÍTULO I - O BRINCAR QUANDO A INFÂNCIA

ACABA?...10

CAPÍTULO II - O BRINCAR NA VIDA DA CRIANÇA E O PAPEL DA EDUCAÇÃO...14

CAPÍTULO III - A SOCIEDADE VALORIZA O BRINCAR COMO ALGO IMPORTANTE?...20

CAPÍTULO IV - REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS: APRENDENDO COM

AS CRIANÇAS A MUDAR A

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva contextualizar a importância do brincar na vida das pessoas tanto sua constituição como sujeitos, quanto nas suas aprendizagens. Busca a essencialidade do brincar na vida das pessoas, não importando ser criança ou adulto- os adultos1 - tanto no âmbito familiar quanto escolar, ou outros espaços – apontando o brincar como um modo de ser e estar no mundo e enquanto mediador de desenvolvimento, de aprendizagem, de socialização e de humanização. Para tanto, resgatei estudos realizados durante o meu processo de formação de pedagoga da infância, dialoguei com autores e atores “ausentes”, ou seja, pesquisadores reconhecidos na área e, com autores/atores “presentes” que são pessoas da comunidade na perspectiva de compreender diferentes entendimentos sobre o brincar e, a partir disso, construir meus próprios argumentos sobre o mesmo. Este estudo proporcionou a consolidação de algumas concepções e também na construção de novos entendimentos os quais permitiram que eu saísse fortalecida deste processo, podendo afirmar com maior segurança que o brincar é importante, senão imprescindível não apenas na vida das crianças como também para os adultos. Brincar é uma ação humana!

“O BRINCAR ACABA QUANDO A INFÂNCIA ACABA?” é o primeiro capitulo, no qual escrevo um pouco da minha infância, relembrando as brincadeiras quando criança e no que influenciaram na minha formação como docente e, assim trazendo reflexões sobre as seguintes questões: A brincadeira estará morrendo? Por que as crianças não estão priorizando o brincar? O que os educadores têm a ver com isto? Por que os adultos não brincam mais? O que a sociedade tem com isso? Tais questões exigem reflexão sobre o brincar, associado também o consumo que estamos enfrentando na nossa sociedade de hoje para as crianças e a necessidade do professor utilizar-se do lúdico em sala de aula para promover novas aprendizagens. Menciono também que a criança ao brincar interpreta aquilo que está vivenciando, tornando-os sujeitos questionadores e autônomos, capazes de construir sua própria história e identidade. No entanto para que professora e outros adultos sejam autorizados a mediar brincadeiras diversas de modo prazeroso e educativo faz se necessário que estas professoras, como esses adultos tenham também vivido essas experiências e possam dar seu testemunho que, o brincar não é apenas importante para as crianças, mas aos adultos não necessariamente é diferente.

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No capítulo “O BRINCAR NA VIDA DA CRIANÇA E O PAPEL DA EDUCAÇÃO”, relato a importância do brincar na escola como forma de aprendizagem. É brincando que a criança vive, recria tempos e espaços; se expressa, se relaciona, descobre sua realidade física e social.

As brincadeiras tradicionais, em um mundo globalizado, que gradativamente passa por evoluções tecnológicas, aos pouco são descartadas e abandonadas, excluídas da formação do sujeito e, os jogos eletrônicos vão sendo incorporados, tornando-se preferências tanto dos pais para entretenimento dos filhos, como para as crianças no seu divertimento. E esse consumo excessivo de brinquedos eletrônicos vêm afetando seu desenvolvimento psicomotor, ou seja, põe em risco o desenvolvimento da aprendizagem da criança tanto mental, como motora.

No capitulo “A SOCIEDADE VALORIZA O BRINCAR COMO ALGO IMPORTANTE?”, realizei uma entrevista com professores e também com os adultos de idades diferentes e que não têm tem contato direto com crianças, como por exemplo, um vereador a minha cidade. Além disso, observei crianças brincando. O objetivo foi analisar o que os entrevistados pensam sobre o brincar e abordei algumas questões importantes como: Do que brincava quando criança? Que lembranças este momentos lhe trazem? Você ainda brinca hoje? Se as lembranças foram boas por que não brinca mais? Você acha que as brincadeiras contribuíram no adulto que és? Você brinca com as crianças?

E no último capitulo “REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS: APRENDENDO COM AS CRIANÇAS A MUDAR A REALIDADE” apresento concepções do brincar e a preocupação com a sociedade do mundo contemporâneo, as tecnologias muito avançadas causadoras das mudanças da infância de nossas crianças, bem como o modo que o brincar vêm sendo deixado de lado e a essência de nós futuros pedagogos, necessitamos resgatar o prazer do brincar e instigar a criança criar e recriar novas brincadeiras.

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CAPÍTULO I: O BRINCAR ACABA QUANDO A INFÂNCIA ACABA?

Em primeiro lugar, como posso caminhar sem olhar para os meus próprios caminhos? (Franco, 2002, p. 11).

Lembro-me muito bem de algumas fases da minha infância. Sempre à tardinha, gostava de brincar com meu irmão mais novo e meus tios que tinham uns 12 anos. E entre tantas brincadeiras as que mais gostava era a de brincar de “dar aulas” na qual inventava atividades difíceis para que os “alunos” não soubessem realizar. A professora sempre era eu, e é interessante me recordar como naquela época a profissão que estarei me formando hoje, já aparecia em minhas brincadeiras.

Meus pais trabalhavam na lavoura, dessa maneira, eu brincava sozinha até meus 4 anos e tinha todo o tempo para brincar, mas com o nascimento do meu irmão, meu tempo de brincar se reduziu, havendo a necessidade de cuidá-lo e, nesse cuidar, muitas vezes meu irmão se tornava objeto do meu brincar. Era divertido, ora eu era sua mamãe, ora meu vizinho e até animalzinho se tornava e, com isso o tempo passava mais rápido.

Por morar no interior, sem acesso à Educação Infantil e por meus pais não ter condições de me levar para a cidade na “escolinha”, como eram chamadas as Escolas Infantis naquela época - como, aliás, ainda muitas pessoas assim as chamam, me faz refletir sobre as possíveis perdas (ou não) que tive pelo fato de não frequentá-la, pois hoje, recordando e analisando minha infância e brincadeiras, vejo que , talvez tenha brincado muito mais fora da escola. Vejo, como futura pedagoga, o quão foi importante no processo de formação docente o brincar ao ar livre, correr no barro, riscar no chão com pauzinho, usar carvão pra escrever nas tabuas e paredes, estes momentos foram únicos e de enorme aprendizagem. E observando na escola essas experiências que tive o prazer e oportunidade de ter, se abandonou ao longo dos anos e muitas crianças passam o dia todo na escola sem acesso ao “brincar livre”, trocado pelo, “brincar dirigido”, ou seja, por regras e pela professora.

Gostava de brincar de casinha, fazer comida, brincar de papai e mamãe, numa casinha de forno a lenha que não era usada, os móveis e outros brinquedos eram produtos velhos que a mamãe não ocupava mais. Brincávamos de casa nas árvores construídas com madeiras velhas por nós mesmo, principalmente nas árvores frutíferas. Estas eram as favoritas (quando era tempo das frutas maduras)! Brincávamos de pega-pega, esconde – esconde dentro das plantações de soja essas brincadeiras iam ao longo tardar. Que tempo bom era esse...

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tempo que brincávamos livremente até tarde e no outro dia ainda acordávamos cedo para ir à escola. Tempo de prazer, de intensa vida, de intenso viver.

As brincadeiras eram inventadas, criadas a partir da realidade que vivia, os brinquedos que tive eram objetos aos quais dávamos significados conforme a brincadeira e a imaginação. Lembro-me perfeitamente dos brinquedos que marcaram minha infância: umas bonecas que ganhava usadas de outras pessoas. Toda minha infância foi vivida no interior de Augusto Pestana, cidade na qual resido até os dias de hoje. Nas ocasiões em que minha mãe nos informava que iria até a cidade efetuar compras, eu e meus irmãos ficávamos com grande expectativa, pois sabíamos que algo ela traria para nós. Passávamos o dia com o coração pulsando aceleradamente, aguardando sua volta. E foi em uma dessas idas que lhe pedi a tão sonhada boneca Barbie. As minhas amigas tinham coleção dessas bonecas e eu não sabia se teria a minha. Na falta dela, brincava com as das colegas, contudo, tinha de esperar que elas brincassem antes e quando enfadadas, me dessem a vez.

Neste dia a esperei ansiosamente, sempre olhando pela janela, numa expectativa que era angustiante. Até que depois de muito tempo a avistei descendo do ônibus e cadê a boneca? - não tinha nada parecido nas mãos, mas quem sabe estava desmontado ou então escondido para fazer surpresa. Na verdade, minha mãe o tinha embalado e estava dentro de sua bolsa, a alegria foi tanta, que não sabia o que fazia primeiro, abraçar ela ou brincar com a tão sonhada boneca. O meu entusiasmo fora tão grande, que acabei abandonando as brincadeiras que até então me davam tanto prazer e com isso deixei de brincar com os outros nos espaços livres criando e recriando as brincadeiras. Mal sabia eu, que naquele momento, estava sendo manipulada pela mídia, pelo modismo e principalmente por um movimento ideológico. Qual a razão deste desejo de ter uma Barbie? Eu não me divertia com a “boneca” de abóbora de pescoço? Eu realmente me divertia mais, fazia mais amigos pelo fato de ter uma Barbie? Atualmente, reconheço que Barbie representava, ou naturalizava a mulher ideal. Uma boneca que induzia modos de se comportar, vestir... e o mais “trágico”, uma boneca que consolidava o “ideal de mulher”: branca, magra, burguesa, bem vestida... o que exigia um consumo constante de adereços. E, naquele momento, nada disso era visto. O que importava era ter uma Barbie, assim como minhas amigas, o que me deixava feliz. No entanto, logo apareceram outros problemas. Eu tinha uma Barbie e minhas amigas tinham mais de uma e comecei a não ficar tão satisfeita pelo fato de ter uma Barbie...Também queria mais! Isso já não me bastava e queria sempre mais. Atualmente me questiono: Eu brincava com a Barbie, ou me confirmava como alguém “que tem” frente aos outros? Diante estas questões, surge outra: A brincadeira estaria morrendo? Por que as crianças não estão priorizando o brincar? O que os educadores

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têm a ver com isto? Tais questões exigem reflexão sobre o brincar e o consumo que estamos enfrentando na nossa sociedade de hoje. O mundo contemporâneo, marcado pela falta de espaço nas grandes cidades, pela pressa, pela influência da mídia, pelo consumismo e pela violência, se reflete nas brincadeiras? As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das crianças hoje? Hoje me tornando uma futura pedagoga, fica a preocupação com as crianças da sociedade que estamos vivemos, a tecnologia está cada vez mais avançada, e nossos pequenos estão influenciados por ela, assim como nos alerta Fortuna (2004, p.51) as crianças “exibem os brinquedos como exibem as roupas e enfeites que vestem, mas não brincam com eles” não brincam como nós brincávamos antigamente, preferem os brinquedos eletrônicos. A autora cita uma pesquisa recente na as crianças, ao serem interrogadas sobre o que mais gostavam 46% entre mil crianças entrevistadas, revelaram que o objeto de desejo infantil, não é mais o brinquedo.

Retornando o título do capitulo O brincar acaba quando a infância acaba? Onde fica o brincar? Os adultos, de algum modo e em algum momento de suas vidas brincaram, porém, parecem “esquecidos” disso, mantendo divorciadas suas lembranças de brincadeiras infantis da realidade que protagonizaram diariamente. Muito poderia ser dito sobre esta “amnésia”, mas aqui basta que saibamos que, para ser educador, a reconciliação com estas e outra lembrança relativa à infância são necessárias como condição e expressão de nossa capacidade de compreender as crianças de hoje e, assim intervir pedagogicamente através de planejamentos de projetos que privilegiem situações de aprendizagem significativas pautadas nas diversas linguagens e, entre estas o brincar. Como afirma Fortuna (2004, p. 57) “que a herança do brincar do adulto é a criatividade” e acrescenta, que “fazer viver o brincar, quando nos tornamos “gente grande”, é uma forma de perpetuá-lo” (Ibidem, 2004, p.58).

Já para Kishimoto (1997, p.36):

O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil, de que todas as experiências positivas nos dão segurança, estímulo para o desenvolvimento, e nisto temos o brincar que é fundamental, pois favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social.

Para as crianças, quase tudo na vida é brincadeira e assim deve ser. Em razão disso na Educação infantil, por exemplo, não faz sentido separar o brincar do aprender- ambos se complementam.

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As recordações da minha infância e as possíveis reflexões realizadas neste capítulo foi uma experiência ímpar e me faz concordar com Andrade e Marques (2003, p.45) quando afirmam:

O exercício de ‘puxar pela memória’, evocar, é também uma brincadeira, ou seja, é regido pela mesma gramática da ludicidade: recortar, selecionar, ampliar, relacionar, misturar, confundir. Aquele ‘gosto de doce antigo’, por exemplo, é capturado pela memória 20 ou 40 anos depois e passa a estabelecer uma referência fundadora na nossa história pessoal.

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CAPÍTULO II-O BRINCAR NA VIDA DA CRIANÇA E O PAPEL DA EDUCAÇÃO

O brincar [...] está presente em todas as dimensões da existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. Podemos afirmar que realmente BRINCAR É VIVER, e as crianças brincam porque esta é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação (SANTOS; CRUZ, 2005, p.115).

As autoras da citação, assim como muitos outros pesquisadores da infância de temas recorrentes, são enfáticas em relacionar a criança ao brincar. Afirmam que para a criança o brincar é viver, esta defesa não se restringe apenas aos especialistas no campo da infância. É possível enfatizar que os adultos são cientes que as crianças não vivem sem brinquedos, isso se mostra pelo fato de que a história nos reporta que as crianças sempre brincaram, brincam e, certamente, sempre brincarão. No entanto, as autoras nos trazem questões pertinentes, cujas respostas poderão não ser as mesmas que todos dariam. Elas questionam: Por que as crianças brincam? Que características envolvem o brincar [...]? Junto à estas questões acrescentaria outras, por exemplo: O que é brincar? Qual o papel do brinquedo? E, de que criança estamos falando quando respondemos estas questões do brincar no ensino fundamental? Que espaços e tempos são destinados ao brincar nas escolas? Como as crianças têm significado este brincar? Por que os adultos não brincam mais?

Schneider (2006, p. 85) alerta de que “quando se analisam as possibilidades de brincar na infância percebe-se claramente que há um descaso, um tratamento espontaneísta em relação a essa atividade essencial à formação moral e intelectual da criança”. Também na mesma abordagem, menciona que na escola, as crianças não brincam como deveriam (Schneider, 2006). A autora ainda cita que [...] O brincar “continua sendo visto e empregado como objeto de entretenimento. Lamentavelmente não é entendido como um instrumento que, a depender de sua exploração, possibilita a formação de funções psicológicas superiores” (Schorro apud Schneider, 2006, p. 85).

Coelho e Pedrosa (2000, p.51)afirmam:

Até algum tempo atrás, uma criança brincando era vista como se estivesse em um mundo só seu, um mundo de fantasia, à parte do nosso mundo da realidade... Como nos ditos populares, ‘quem brinca não está fazendo nada sério’, e o mundo da realidade é muito sério: a ‘realidade é bem mais dura do que aquilo que você pensa!

Pensando em aprofundar os estudos em relação à criança, vejo a necessidade de contribuir com reflexões de educadores reconhecidos e os temas abordados pautam que, como

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ser humano têm direitos e estão presentes na cultura do homem. Em razão disso a criança é influenciada por uma dimensão cultural que está inserida no seu cotidiano, sendo também responsável direta pelo ambiente e por essa cultura.

Pesquisadores da infância alertam sobre a importância do brincar, o definem como imprescindível para o desenvolvimento da criança. Alertam sobre o cuidado da institucionalização das práticas sociais e culturais, entre as quais o brincar e as brincadeiras, resume-se única e exclusivamente em atividades escolares e para Faria Filho (1997 p 52): “Assim como a escola ‘escolarizou’ conhecimentos e práticas sociais, buscou também apropriar-se de diversas formas do corpo e constituir uma corporeidade que lhe fosse mais adequada”.

O brincar como prática social é visto como contribuição da corporeidade, desenvolvimento do corpo e mente da criança. Embora Faria Filho (1997) esteja se referindo `Educação Física: ao esporte, ginástica e aos jogos, as brincadeiras de acordo com Kunz (2016), também são responsáveis por desenvolver as necessidades da crianças em movimentar-se.

Concordamos que o brincar, como outras práticas sociais, são muitas vezes totalmente institucionalizadas e tiram da criança a livre expressão. Elemento fundamental na sua formação com protagonismo, pois é na expressão livre que ela se coloca e “lida”, socializa e compartilha seu modo de ser e estar no mundo. Como afirma Schneider (2006, p. 87) “Para as crianças, brincar é uma atividade na qual tudo é possível. Esta liberdade de fazer escolhas é uma das características do brincar, e as crianças bem sabem disso”.

Em razão do brincar, das brincadeiras e dos brinquedos em destaque, os educadores tenderam a organizar suas práticas pedagógicas em prol do desenvolvimento adequado da corporeidade da criança. Mas com outras intenções, pensando nas questões financeiras, o mercado do consumo e as indústrias vêem na fabricação de brinquedos um grande investimento e visam a criança como um meio de exploração, tornando-os como grandes consumidores. Junto à isso- do interesse econômico- os brinquedos e brincadeiras tornam-se modos de promover mudanças de paradigmas, inculcando nas crianças novas culturas, inclusive desenraizando-as de suas.

As crianças de acordo com Kramer (2007, p.15) “[...] são sujeitos sociais e históricos, marcadas, portanto, pelas contradições das sociedades em que estão inseridas”. A criança transforma o significado dos objetos de acordo com seus desejos adaptando à realidade, sem regras nem limitação, toda a ação é situada pela sua imaginação e impulsionada pela ludicidade. Desenvolve e constrói o significado da brincadeira em

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conformidade com sua necessidade ou anseio do momento, ou seja, estabelece semelhanças com seu contexto atual. Durante a brincadeira a criança utiliza um objeto concreto e promove a separação entre significado real do objeto e o abstrato e assim construindo uma conexão entre os dois mundos, ou seja, mundo adulto e mundo das crianças, pelo imaginário.

Fortuna (2004), nesta mesma direção, destaca a relação do brincar na vida da criança no que se refere à sua inserção social e cultural, pois através do jogo, dos brinquedos e brincadeiras ela vive e recria o seu cotidiano em interação com o ambiente e o outro. Esta inserção com o ambiente e com o outro, contribui na sua capacidade em tomar decisões, compartilhar, negociar, ganhar e perder, construir novos sentidos e novas formas de relacionamento. Destaca (p.50) que o brincar permite a criança viver, recriar tempos e espaços, em razão disso, mesmo com as mudanças aceleradas é importante preservar jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais, isso não significa dizer que novos jogos, brinquedos e brincadeiras não devam ser criados e incorporados, diz que:

Experimentamos jogo, brinquedos e brincadeiras tradicionais ou antigas porque isto nos dá um senso de continuidade, permanência e pertencimento, mergulhando-nos na história e reportando-nos aos nossos antepassados e sua cultura.

No entanto, para Fortuna (2004) as brincadeiras tradicionais não estão fazendo mais parte da formação do sujeito nos dias atuais, como, por exemplo, pular corda, elástico, pique alto, correr, etc. As atividades desse dia a dia incentivam as crianças a se movimentar a todo tempo, gastando energia e dando liberdade para criar proporcionando alegria e prazer. Já hoje, no seu cotidiano são os jogos e brinquedos eletrônicos, tem o consumo excessiva e em consequência, afeta a capacidade da criança se movimentar, os malefícios para o desenvolvimento do corpo, cognitivo-motor é nítido, restringindo a criança em evoluir nas suas capacidades e habilidades.

Ainda pautada no tema, o brincar é de fundamental importância na aprendizagem da criança, pois não trata só do momento de diversão, mas na formação do conhecimento da criança que vai levar para sua vida futura. As crianças se expressam se relacionam e descobrem sua realidade física e social em seu cotidiano, no simples ato de brincar. E brincando constroem sua subjetividade, em razão disso, se tornam sujeitos culturalmente formados. O brincar como capacidade humana, transforma e contribui com significados alternativos, assim o sentido é dado pelo sujeito que brinca. Proporciona na contra partida, o crescimento nos aspectos culturais e sociais e acriança tem a necessidade de que as brincadeiras sejam prazerosas e lúdicas, sendo responsáveis por desenvolver a imaginação e

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prazer de aprender brincando. Tais experiências são creditadas como uma fonte de construção do saber, é a base, um alicerce para formação de um “ser” de uma sociedade (Fortuna, 2004).

Borba (2007, p.41) reforça o brincar como a forma da “criança ser e estar no mundo” e daí da necessidade de compreender o caráter social do brincar:

Brincar com o outro, portanto, é uma experiência de cultura e um complexo processo interativo e reflexivo que envolve a construção de habilidades, conhecimentos e valores sobre o mundo. O brincar contém o mundo e ao mesmo tempo contribui para expressá-lo, pensá-lo e recriá-lo. Dessa forma, amplia os conhecimentos da criança sobre si mesma e sobre a realidade ao seu redor.

Para tanto há a necessidade de entender o brincar como uma experiência cultural e, em razão disso não pode, de modo algum, ser negligenciada e nem sequer ser restringida apenas na infância, mas privilegiada/considerada/vivida durante todo o percurso da vida.

O educador, ao observar as crianças e jovens brincando, colherá informações importantes para a organização das práticas pedagógicas de forma contextualizada, criativa, inovadora e lúdica.

Por outro lado, é importante não esquecer de que mais do que um fim pedagógico- “ensinar brincando” determinados conteúdos- a atividade lúdica tem um fim em si mesma, tem seu valor. Segundo Vidal (2002, p.44) é pelo processo que desencadeia em quem brinca. E é como afirmado acima um meio que o adulto tem para conhecer, ter mais informações sobre a criança. Ao brincar a criança se mostra por inteira: expressa suas emoções, mostra a forma como interage com os colegas jogadores, evidencia seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral.

Borba (2007, p.36) destaca “[...] que a brincadeira não é algo já dado na vida do ser humano[...]” é nas relações com o sujeito e com a cultura inserida que a mesma é construída, desconstruída e recriada. A brincadeira é uma atividade essencial, nela a criança pode expressar suas ideias, sentimentos e conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é o seu mundo, o seu dia-a-dia. Dessa maneira, tem a oportunidade de aprender a conviver com pessoas diferentes; de compartilhar ideias, objetos e brinquedos, elaborar estratégias e regras, socializando-se; solucionando problemas que surgem, tornando-se autônoma; experimenta papéis, exercitam planos, desenvolvendo as bases da sua personalidade. Para isso, Santos e Cruz (2005) afirmam que, pelo fato do brincar ser uma necessidade humana, faz-se necessário que a criança possa brincar com brinquedos adequados e instigantes, que possam ser vividos, criados, recriados nos diversos espaços, sejam internos ou externos.

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Cruz (1997) fundamentando-se em Piaget diz que as primeiras brincadeiras das crianças consistem na imitação dos comportamentos aprendidos durante o período de sua infância, por isso a necessidade de imitar ou repetir o objeto do adulto. Dessa maneira a “[...] criança não consegue satisfazer todas as suas necessidades afetivas e intelectuais nesse processo de adaptação ao mundo adulto" (Cruz, 1997, p.120). Assim o brincar transforma o real em imaginário, reproduzindo as ações adultas e modificando o sentido, e as condições decorrentes da realidade, imaginando a ação de acordo com o seus desejos. Nesta perspectiva, é preciso concordar que brincar é viver e para Fortuna apud Zanchet e Ghiggi (2009, p.88):

[...] contribui para o desenvolvimento da subjetividade para a construção do ser autônomo e criativo, (na moldura do desempenho) e, em relação ao desempenho das funções sociais, - preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva e incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença [...]

O brincar deve ser entendido então, como uma atividade humana e não uma atividade exclusiva para a criança. Infelizmente, até o momento, reconhecer a importância do brincar na vida do adulto ainda é apontado quase que exclusivamente por estudiosos e pesquisadores nesta área. Onde ficou a infância do adulto? O que o faz esquecer das brincadeiras que tanto prazer lhe proporcionava? Por que os adultos não brincam mais? Não seria esta uma das causas da desumanização da sociedade?

O brincar no cotidiano do adulto começa a “desaparecer”, já na escola, pois na medida em que a criança cresce, percebe-se que seus interesses vão se modificando, sendo que muitos destes, não, necessariamente, se dão por decisão própria. Ocorrem porque, a criança, ao ingressar na escola deixa de ser criança para tornar-se aluna. Durante este processo de escolarização da infância, os espaços para o brincar, vão se reduzindo. A Escola reforça o lugar periférico do brincar... Se uma criança de oito anos, quando convidada a brincar, diz que isso é coisa de bebê, alguma coisa não está errada?

É fundamental centrar as atenções no que se refere ao “atendimento” da criança no que se refere ao brincar. Cruz (1997) idealiza que é no período da pré-escola que a criança passa por um desenvolvimento pelo qual age imitando adultos em situações imaginárias, por exemplo: dirigir carro, fazer comida são brincadeiras uma forma de satisfazer suas necessidades. Bem como a possibilidade da criança se apropriar dos signos culturais, assim como de seus objetos, ações e comportamentos, dessa forma aprende a formular conceitos e fazer abstrações.

Em discurso, é possível afirmar que o brincar é importante e é necessário ocupar um lugar privilegiado nos currículos da Educação Infantil e dos anos Iniciais do Ensino

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Fundamental. E isso, é previsto/determinado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil e nas Bases Curriculares Nacionais, tanto na Educação Infantil quanto na dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, caracterizando-se, inclusive, num dois eixos norteadores: Brincar: modo de estar e viver no mundo.

A partir dos princípios e objetivos anunciados nas DCNEI – Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (2009), considera-se, entre outros, o brincar como sendo um dos principias eixos norteadores do currículo da Educação Infantil, como um grande direito de aprendizagem, devendo ser garantidos a todas as crianças nas turmas de creche ou pré-escolas. Brincar no cotidiano, de diversas formas e com diferentes parceiros, interagir com as mais diversas culturas infantis, significa construir conhecimentos, desenvolver a imaginação, criatividade, as capacidades emocionais, motoras, cognitivas e relacionais.

As DCNEI define que a criança tem a necessidade de “Brincar utilizando criativamente práticas corporais para realizar jogos e brincadeiras e para criar e representar personagens no faz-de-conta, no reconto de histórias, em danças e dramatizações”. As DCNEI tem o objetivo de garantir para a educação infantil o direito das crianças a ter acesso no processo de apropriação, renovação e articulação de saberes e conhecimentos; à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outros meninos e meninas.

As DCNEI consideram a criança um ser humano com direitos e convivem em um âmbito familiar e social, pensam e sentem o mundo à sua volta. A criança em suas brincadeiras aprende, descobre e conhece seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, valorizando seus hábitos e também a cuidar da sua saúde e bem estar de forma lúdica. Todas essas particularidades são legitimadas e regulamentadas pelas DCNEI (2010) quando considera entre outros, o brincar como sendo um dos principais eixos norteadores do currículo da Educação Infantil e também um direito da aprendizagem, expondo da seguinte maneira os termos: a criança tem a necessidade de “Brincar utilizando criativamente práticas corporais para realizar jogos e brincadeiras e para criar e representar personagens no faz-de-conta, no reconto de histórias, em danças e dramatizações”.

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CAPPÍTULO III- A SOCIEDADE VALORIZA O BRINCAR COMO ALGO IMPORTANTE?

Reconhecemos a brincadeira quando estabelece a conjugação do inesperado, a combinação do diverso e a articulação da disparidade. É essa possibilidade de surpreender que faz o batimento cardíaco do brincar: surpreender a mim mesmo- em primeiríssimo lugar!- e surpreender ao outro por mera consequência. Para a brincadeira acontecer, precisamos apenas de um ‘olhar’. Um certo ‘olhar’ para o cotidiano é capaz de transformar situações, espaços, convivências e objetos em brincadeiras. Esta capacidade de conjugar- combinar – articular faz da brincadeira uma linguagem de infinitas possibilidades [...] Esse ‘olhar’ que surpreende não é privilégio da criança pequena; ele pode ser fecundado em todas as idades(ANDRADE; MARQUES, 2003, p.41)

Inicialmente o objetivo foi de observar crianças brincando, a fim de analisar sua capacidade de produzir e sua criatividade durante o ato de brincar. Essa observação norteará para o planejamento da prática pedagógica como educadoras da infância.

Nesse mesmo período de realização do Trabalho de Conclusão de Curso, uma colega também pesquisava sobre o tema em estudo e ambas com mesma orientadora. Após conversas conjuntas (pois trabalhamos muito sintonizadas, vindo, inclusive usar referenciais semelhantes), decidimos que a minha pesquisa poderia contemplar outros sujeitos, ou seja, os adultos, por acreditarmos que as reflexões de uma pesquisa poderiam complementar ou enriquecer a outra. Em razão disso, decidimos, em comum acordo, de que eu faria uma pesquisa junto às pessoas da sociedade sobre o entendimento das mesmas sobre o brincar: se brincaram quando crianças, que recordações isso trazia, o quanto estas brincadeiras influenciam na educação de seus filhos ou alunos. Acredito que o entendimento destes adultos sobre a importância do brincar contribui para o entendimento de como a sociedade lida com a criança e consequentemente, com o brincar. Conversei com pessoas de idades, profissões diversas, pois neste momento queria ouvir depoimentos, pareceres de pessoas de diferentes segmentos da sociedade por entender que o brincar não pode ser apenas um compromisso da escola, mas de toda sociedade. Como a cidade se organiza para a criança sentir-se pertencente à mesma? Quando? A criança é considerada, ouvida no momento da organização da cidade? Uma outra cidade é possível, desde que se dermos prioridade à parte da população mais frágil: suas crianças. E, a cidade sendo boa para as crianças o será para todos. Ela será mais bonita, mais leve, menos violenta.

Conforme o relato sobre minha infância pelo viés do brincar, presente no primeiro capítulo destaca que todos os espaços eram ocupados por nós crianças. Atualmente, são criados espaços, separados da cidade (geralmente pagos) para a criança brincar. A cidade

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onde moro é interiorana e pequena e, em razão disso, isso ainda não ocorre com tamanha intensidade, mas pela influência da mídia, esta lógica já perpassa no imaginário das pessoas.

Conversei com adultos da minha cidade, norteada pelas seguintes questões (embora não tenha realizado uma entrevista estruturada): Do que brincava quando criança? Que lembranças este momentos lhe trazem? Você ainda brinca hoje, quando? Com quem? Se as lembranças foram boas por que não brinca mais? Você acha que as brincadeiras contribuíram no adulto que és? Você brinca com as crianças? Você acha que brincar ensina alguma coisa? O roteiro foi um pouco alterado ao entrevistar um vereador do nosso município. Meu objetivo era, além de saber seu entendimento e posicionamento frente às questões feitas para os demais, era o de refletir com ele, sobre como a cidade se organiza para acolher as crianças e permitir que elas possam desenvolver-se em seus direitos básicos que é o de brincar, ou seja, o de viver a sua condição de criança. Será que um dia, o município ao organizar o seu plano estratégico, considerou os anseios e as necessidades da criança? Alguma vez foi ouvida a dar o seu parecer? O entrevistado, embora sempre esteja aberto para o diálogo, certamente foi pego de surpresa. Falar de sua infância foi fácil. Respondeu com entusiasmo que, sim: brincou muito mesmo não tendo muitos brinquedos, pois ele, com seus primos e amigos, criavam seus próprios brinquedos, suas brincadeira preferidas eram aquelas em que podia brincar em espaços amplos e externos, “fizesse chuva ou fizesse sol”, não importava. No entanto, o tempo foi passando, “a gente foi crescendo e as brincadeiras foram mudando e reduzindo, até porque os pais diziam “o que parece estes homens brincado feito crianças”. Agora é hora de fazer coisas sérias, de homem”. “Na escola, brincar, só no recreio, mas como? Em quinze minutos, a gente tinha que ir no banheiro, comer a merenda e brincar”. Ao ser interrogado se ainda brinca, responde que não, “só quando é pra brincar com os filhos, o que também não é muito. “Sabe como é, o tempo...”. Novamente surge a questão brincar até seria interessante, mas não tem tempo... “Se der tempo à gente brinca”. Deixando de refletir sobre o passado, questionei o vereador, se em seu plano de trabalho, enquanto vereador, a criança foi, em algum momento, considerada, cuja pergunta teve dificuldade de responder. Diante da “não resposta” perguntei se a cidade está oferecendo espaços para a criança poder viver sua infância, ele admitiu que faz tempo que não foi à pracinha e não sabe como está sendo utilizada, mas que esta minha pergunta o fez pensar de que esta questão teria que ser incluída na sua atuação como vereador, como cidadão e como pai. A conversa com o vereador foi reveladora e mostra o quanto ainda os nossos gestores da cidade precisam rever as suas prioridades. Percebe-se que as preocupações são muito mais para “apagar fogo”, atender

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interesse dos eleitores e ... Refletindo sobre as respostas, retomo a que uma outra cidade é possível, se iniciarmos pelas crianças.

Voltando aos demais entrevistados, tive a oportunidade de conversar com duas professoras que atuam na Educação Infantil e com crianças que frequentam a Escola infantil. Possuem curso superior e são licenciadas em Pedagogia, sendo que uma tem 34 anos e a outra, 52. Iniciei a entrevista perguntando sobre o que brincavam quando criança. Ambas, mesmo com idades diferentes, revelaram que as brincadeiras eram as mesmas, inclusive semelhantes às minhas: brincar de boneca, panelinha, casinha, de brincar de aulinha “ser professora”. O curioso (?) é que todas nós brincávamos de professora e nos tornamos professoras. O que é possível observar nestas questões? Uma delas, é que uns anos atrás (nem tantos), as mudanças não aconteciam de forma tão acelerada como atualmente e a outra, a que vem confirmar que somos produtos de uma cultura: brincamos considerando onde, quando e com quem convivemos. Brincamos conforme as condições que este tempo, espaço e cultura nos proporcionam, mas com nosso imaginário (faz-de-conta) recordamos este tempo, este espaço, esta cultura.

Com as professoras, o foco da nossa conversa acabou sendo direcionada à profissão professora. Esta professora, que um dia foi criança, gostava de brincar, ainda brinca? Como brinca com as crianças? Qual o lugar do brincar em seu planejamento?

A professora de 52 anos afirma que, em seu planejamento, prioriza o brincar e procura resgatar brincadeiras da sua infância para serem vivenciadas com as crianças, mas diz que enfrenta resistência por parte dos pais. “Eles não gostam quando os filhos se sujam e dizem que preferem que elas fiquem brincando na sala de aula”. O que cabe a professora nesta situação: atender e satisfazer os pais e privar as crianças a brincar, ou discutir com os pais (junto com a direção da escola) a importância destas brincadeiras para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança? Não são poucas vezes que professoras deixam de desenvolver experiências fundamentais para o processo da aprendizagem e do desenvolvimento das crianças, justificando que os pais não querem. Atitude, esta equivocada, que não justifica, pois é função da escola, realizar um trabalho sério e comprometido com seu papel social.

O importante é que percebi que as professoras entrevistadas não aceitam com passividade esta postura dos (de alguns) pais. Pelo que elas disseram, vejo que as professoras ainda brincam: tanto com seus filhos quanto com seus alunos todos os dias, ou seja, o brincar está presente no dia a dia delas. Isso é confirmado quando elas afirmam que o fato de terem brincado muito durante a infância e terem gostado, contribuiu para que se tornassem educadoras que são e colocam o brincar como um direito de aprendizagem. Destaco aqui a

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fala de uma delas, por considerar pertinente neste contexto. Ela afirma que “o brincar é atividade fundamental para crianças pequenas, é brincando que elas descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social, que brincar é um direito da criança, além de ser de suma importância para seu desenvolvimento, e, por isso as escolas da Educação Infantil devem dar a devida atenção a essa atividade”. Ambas afirmam que o brincar é o principal eixo na construção da aprendizagem. “O brincar pode estimular a linguagem e a psicomotricidade da criança, desenvolvendo a criatividade, imaginação, atenção e concentração, sendo que o brincar é à base da construção de aprendizagem da criança” (professora de 34 anos). E para a outra pedagoga (52 anos) “o brincar é uma das atividades fundamentais da criança, é a partir da brincadeira que a criança se expressa, fala, pensa, elabora sentidos para o mundo, para as coisas e para as relações. É por meio da brincadeira que os movimentos e os objetos são transformados. A brincadeira faz parte das práticas escolares, em diversas situações e formas, assim como também muitas são as concepções sobre seu lugar e importância”. Os depoimentos das professoras revelam que, ambas estão direcionando sua prática educativa pautada nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, no que se refere ao brincar. Ao observá-las interagindo com as crianças em diferentes espaços ficou evidenciado que, efetivamente, as crianças desta escola brincam e que as professoras brincam com elas, as deixam brincar livremente e também, elas, brincam pelo prazer que esta atividade lhes proporciona. Foi no contexto escolar que eu tive o privilégio de ainda ver adultos brincando!

O meu trabalho não tem relação (pelo menos não direta) com a educação, nem com a infância e muito menos com o brincar. O que profissionais que trabalham em comércio, indústrias, entre outros campos, pensam sobre o brincar? Penso ser pertinente ouvir estes profissionais e outros, pois querendo ou não são formadores de opiniões e podem influenciar na definição de prioridades de uma cidade. Em razão disso, incluí na minha lista de entrevistados, colegas de trabalho, com idades e formação diferenciadas.

Em relação à questão do que brincavam quando crianças, todos destacaram que brincavam de boneca, esconde – esconde amarelinha, “let’s”, jogavam bola, brincavam de aulinha (um termo que me intriga: aulinha!), jogavam taco, faziam comidinha, andavam de bicicleta, skate, jogavam espiribol, tomavam banho de chuva, brincavam no barro, ping – pong, bodoque. O que há de comum, nesta lista de brincadeiras? Chama atenção o quanto estes adultos de hoje gostavam de brincar com brincadeiras e brinquedos tradicionais, os quais não dependiam de grandes custos. O que era preciso era criatividade, destreza, atenção, concentração e... espaço! O interessante que alguns até lembraram que gostavam de brincar de faz de conta com brincadeiras relacionadas à sua atual profissão. As recordações, tudo era

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alegria, mas quando voltávamos para o presente, a brincadeira, vira apenas recordações. Dá impressão que o brincar, com exceção das professoras (até por força de seu trabalho), o brincar é coisa do passado. Alguns até justificam o fato de não mais brincar (ou brincar menos com as crianças). Alegam que além da falta de tempo dos pais, “o que mais impede esse brincar é a falta de espaço físico. Antigamente as casas tinham quintais, árvores e muito espaço para soltar a imaginação e criar muitas brincadeiras. Hoje com o aumento das áreas urbana o que vemos muito são crianças morando em prédios sem um espaço adequado”.

Aí vai uma observação: A entrevista foi feita com pessoas que residem em um município do interior do estado do Rio Grande do Sul com uma população de 7000 mil habitantes, o que dizer dos grandes centros?

Outra justificativa de não se brincar mais com a intensidade com que deveria acontecer, segundo os entrevistados, é “o aumento da tecnologia, as crianças recebem tudo pronto, jogos em rede na internet, videogames, o computador em si, fazendo com que a criança fique introvertida, preferindo brincar sozinha em casa a brincar com os amigos”.

Pelo que vimos, são várias as razões para explicar que não se brinca mais, ou brinca menos, mas que não justificam. Não justificam, pois nenhum dos argumentos está pautado no sujeito. Estão pautados no tempo que a sociedade impõe; na tecnologia, no consumismo, no progresso e desenvolvimento da sociedade. Diante disso, pergunta-se que sociedade é esta que não cuida de suas crianças?

As entrevistas, embora não terem trazido grandes novidades, vieram confirmar o que as pesquisas já vêm apontando: A sociedade está em crise, e uma das causas é ela não estar cuidando de suas crianças. A sociedade que não cuida de suas crianças está iniciando o seu suicídio como sociedade. Refletindo sobre esta e outras questões, voltamos ao primeiro capítulo, o qual destaca a importância do resgate da nossa própria história. Recordar – puxar pela memória é também uma brincadeira que pode contribuir na construção da identidade. No caso da memória do nosso brincar, é possível construir a identidade a partir do brinquedo ou da brincadeira do menino ou da menina (Andrade e Marques, 2003). Por que os adultos não brincam mais e não dão a importância do brincar na vida das crianças? Certamente, uma das causas é a destruição da memória. Como afirma Octávio Paz (in. Andrade e Marques, 2003, p. 45):

A destruição da memória afeta não apenas o passado, como também o futuro. Para mim, a memória é a forma mais alta da imaginação

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humana, não é apenas a capacidade automática de recordar. Se a memória se dissolve, o homem se dissolve.

Nesta direção, Helens (apud Snyders, 1996, p.34) lembra que:

A infância não é uma coisa que morre em nós e seca assim que cumpre seu ciclo. Não é uma lembrança. É o mais vivo dos tesouros e continua anos enriquecer sem que o saibamos. A infância deita raízes e ramos até em nossas mais entrincheiradas construções de pedra e aí se dá uma invasão deliciosa.

Andrades e Marques (2003, p. 44) afirmam que os adultos guardam sua infância e o seu brincar “uma caixinha, às vezes tão bem guardada, que desembrulha- lá pode ser uma boa empreitada” e, em razão disso, defendem de que as pessoas teriam que ter a oportunidade de evocar brincadeiras, brinquedos, lugares e companhias da sua infância, pois, acreditam os autores, que estas memórias poderiam contribuir para a humanização ou (re) humanização destas pessoas e, quem sabe, impulsioná-las a pensar e participar na luta para uma nova sociedade em que o brincar, não apenas para as crianças, seja imprescindível, ou como afirmam os autores:

[...] Observamos, então, que esta redescoberta questiona as relações que eles estabelecem com as crianças de hoje- sejam alunos ou os próprios filhos. Esse questionamento provocaa busca de caminhos nessas relações: uns seguem pela terra e se fantasiam com as crianças; outrosvão pelo ar, jogando jabolô; outros, pelo mar, convidam as crianças para a construção de um jogo de cartas. São muitas as possibilidades no plano imprescindível da ação- conhecê-las é o primeiro passo. Nessa deliciosa invasão da infância, os educadores, encharcados de significados, se reconhecem como autores capazes de assumir as relações pedagógicas como um jogo.

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CAPÍTULO IV:REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS: APRENDENDO COM AS CRIANÇAS A MUDAR A REALIDADE

Nas mãos de uma criança, uma cadeira virada ao contrário pode se transformar num navio, numa casa, num trem... Precisamos aprender essa capacidade de virar o mundo pelo avesso (Miranda, 2008).

A realização da pesquisa, efetivamente proporcionou reflexões importantes as quais contribuíram para o meu processo de formação. Um dos principais aspectos é o quanto historicamente, se subestimou a importância do brincar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança e na vida das pessoas, sejam elas crianças, jovens, adultos ou idosos.. Fico pensando como este aspecto foi tão ignorado quando educadores, pesquisadores especialistas da infância já há muito tempo alertam sobre sua importância.

Tive a oportunidades, durante os estágios, conversar com crianças, vê-las brincando e vejo o quanto elas têm a nos ensinar, o quanto nós adultos precisamos ficar mais atentos no que a criança cria, significa durante o brincar. Os adultos... bem os adultos , em sua maioria lembram com saudade a infância e, nem por isso proporcionam aos filhos condições de ter uma infância. Muitas vezes, preferem deixar seus filhos em seus quartos vendo filmes os quais nem sempre recomendáveis, ficam isolados do mundo sem ter acesso ao brincar ao lar livre, deixando de explorar o mundo ao seu redor com a imaginação, fantasia e também deixando de desenvolver múltiplas aprendizagens.

A sociedade vive um momento que necessita aprender a ver suas crianças como sujeitos de direito, como sujeitos capazes de contribuir na construção de uma nova sociedade, uma sociedade em que crianças, adultos, idosos possam viver uma vida em que o prazer seja um dos eixos indispensáveis.

A sociedade, a família e a escola, em especial precisam aprender que o brincar não é somente preencher os espaços vazios, não é recompensar atividades pesadas, mas seja efetivamente entendido como um dos princípios indispensáveis nos currículos da Educação Infantil e também dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Esta pesquisa foi importante por várias razões, mas uma eu tenho certeza de que foi a mais importante foi o de recuperar o prazer de brincar e poder, por isso, pelo meu testemunho, mediar junto às crianças uma prática pautada, entre outras linguagens, no brincar. Brincar

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com as crianças, deixar brincar, desafiar o brincar... Brincar do quê? “Com minhas crianças, não importa muito qual a brincadeira. O que elas gostam mesmo é quando eu brinco com elas”, foi o que uma das professoras entrevistadas me disse e que me fizeram pensar sobre o que isso significa. Não preciso ficar o tempo todo dirigindo as brincadeiras, preciso sim, estar presente, apoiando, participando, desafiando, observando...e daí, sim, analisar as possibilidades de construir projetos educativos, pois o brincar é uma linguagem geradora da qual a professora não pode desconsiderar no momento de organizar sua prática pedagógica

Para finalizar, não posso deixar de retomar a outra grande contribuição que a pesquisa e a produção desta monografia proporcionou que foi o de apontar sobre a necessidade de ampliar pesquisas sobre o brincar compreendendo-o como uma atividade humana e promover amplo movimento para reencantar e ressignificar esta atividade na vida dos adultos.

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