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Fácil bula: sistema que estrutura o bulário eletrônico da Anvisa

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Academic year: 2021

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ACIL BULA: SISTEMA QUE ESTRUTURA O BUL ´

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ONICO DA ANVISA

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Inform´atica da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a - UTFPR como requi-sito parcial para a obtenc¸˜ao do t´ıtulo de “Mestre em Inform´atica”.

Orientador: Prof. Dr. Andr´e Yoshiaki Kashiwabara

Coorientador: Prof. Dr. Carlos Nascimento Silla Junior

CORN ´ELIO PROC ´OPIO 2016

(4)

. – 2016.

139 f. : il. ; 30 cm

Orientador: André Yoshiaki Kashiwabara. Coorientador: Carlos Nascimento Silla Junior

Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós- graduação em Informática. Cornélio Procópio, 2016.

Referências: p.115 -121.

1. Mineração de dados (Computação). 2. Medicamentos - Interações. 3. Farmacologia. 4. Informática - Dissertações. I. Kashiwabara, André Yoshiaki, orient. II. Silla Junior, Carlos Nascimento, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Informática. IV. Título.

CDD (22. ed.) 004

(5)

Av. Alberto Carazzai, 1640 - 86.300-000- Cornélio Procópio – PR.

Tel. +55 (43) 3520-4055 / e-mail: ppgi-cp@utfpr.edu.br / www.utfpr.edu.br/cornelioprocopio/ppgi

Título da Dissertação Nº 19:

FÁCIL BULA: SISTEMA QUE ESTRUTURA O BULÁRIO

ELETRÔNICO DA ANVISA

”.

por

João Vitor Ferrari da Silva

Orientador: Prof. Dr. André Yoshiaki Kashiwabara

Esta dissertação foi apresentada como requisito parcial à obtenção do

grau de MESTRE EM INFORMÁTICA – Área de Concentração: Computação

Aplicada, pelo Programa de Pós-Graduação em Informática – PPGI – da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Cornélio

Procópio, às 10h do dia 25 de maio de 2016. O trabalho foi _____________ pela Banca Examinadora, composta pelos professores:

__________________________________ Prof. Dr. André Yoshiaki Kashiwabara

(Presidente – UTFPR-CP)

__________________________________ Prof. Dr. Carlos Nascimento Silla Junior

(Coorientador – UTFPR-CP)

__________________________________ Prof. Dr. Alessandro Botelho Bovo

(UTFPR-LD)

__________________________________ Profa. Dra. Gabrielle Jacklin Eler

(IFPR-LD)

Visto da coordenação: __________________________________

André Takeshi Endo

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Informática UTFPR Câmpus Cornélio Procópio

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Agradec¸o `a Deus e a MTA, por sempre me abenc¸oarem com sa´ude, forc¸a e protec¸˜ao.

Agradec¸o `a toda minha fam´ılia, em especial aos meus pais, Jo˜ao e Marli, por me educarem e serem exemplos de dedicac¸˜ao e honestidade. Agradec¸o `a minha namorada Tatiane por ter me apoiado e compreendido minha ausˆencia para elaborac¸˜ao deste trabalho.

Ao professor orientador Andr´e Kashiwabara pelos conselhos, por toda ajuda desempe-nhada, pela motivac¸˜ao e aux´ılio na organizac¸˜ao do trabalho, ao professor coorientador Carlos Silla com dicas valiosas de pesquisa e conhecimento em alternativas para elaborac¸˜ao dos desa-fios do trabalho, e a todos os outros professores que contribu´ıram para elaborac¸˜ao do presente trabalho e aos outros colaboradores da UTFPR.

Agradec¸o aos meus amigos, em especial ao grupo COMBO, por serem companhia constante em minha vida, juntamente com meus colegas de trabalho, principalmente ao Bruno, Gabriel, Felipe, Higor, Thiago, Raul, Eduardo, Cristiano e Gustavo que contribu´ıram para o desenvolvimento deste trabalho.

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DA SILVA, Jo˜ao Vitor Ferrari. F ´ACIL BULA: SISTEMA QUE ESTRUTURA O BUL ´ARIO ELETR ˆONICO DA ANVISA. 137 f. Dissertac¸˜ao de Mestrado – Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Inform´atica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Corn´elio Proc´opio, 2016.

O trabalho desempenhado pelos profissionais da ´area de sa´ude quando voltado ao cuidado das pessoas consiste, por vezes, na escolha dos melhores medicamentos para o sucesso terapˆeutico no tratamento de pacientes. Existem v´arios medicamentos dispon´ıveis no mercado brasileiro, assim para que o profissional encontre as informac¸˜oes sobre o medicamento que pode ser melhor indicado para o paciente h´a aplicativos e ferramentas que facilitam a pesquisa dos medicamentos e auxiliam o trabalho deste especialista. Contudo em nossa busca n˜ao foram encontrados siste-mas que possuem a identificac¸˜ao de reac¸˜oes adversas, contraindicac¸˜oes, interac¸˜oes medicamen-tosas, advertˆencias e precauc¸˜oes entre a associac¸˜ao conjunta de medicamentos regulamentados pela Agˆencia Nacional de Vigilˆancia Sanit´aria (ANVISA). Nesse contexto, o Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA disponibiliza um conjunto de 6.961 bulas profissionais em formato PDF, contudo as informac¸˜oes nelas contidas n˜ao est˜ao estruturadas. Um dos desafios deste trabalho consistiu em extrair automaticamente as informac¸˜oes presentes nesse conjunto de bulas. Este trabalho apresenta uma metodologia semiautom´atica de minerac¸˜ao de textos para mapear as bulas da ANVISA nas redes de interac¸˜oes entre f´armacos da base de dados DrugBank, juntamente com as doenc¸as encontradas na base SNOMED-CT. Os medicamentos, as doenc¸as, os f´armacos e suas relac¸˜oes foram estruturadas e armazenadas em um banco de dados em grafos utilizando a tecnologia Neo4j. Por meio dos resultados obtidos foi desenvolvido o F´acil Bula, website com objetivo de desenvolver ferramentas que facilitem a pesquisa de medicamentos e doenc¸as para profissionais da ´area de sa´ude. Desse modo, teve seu projeto aceito no processo de incubac¸˜ao do Hotel Tecnol´ogico da Incubadora de Inovac¸˜oes da Universidade Tecnol´ogica (IUT). O portal webdo F´acil Bula contabilizou acessos por todo territ´orio brasileiro, principalmente em gran-des capitais como S˜ao Paulo e Rio de Janeiro, al´em de conquistar um bom posicionamento nas pesquisas orgˆanicas do Google relacionadas a algumas palavras-chave de medicamentos e da Classificac¸˜ao Internacional de Doenc¸as (CID).

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DA SILVA, Jo˜ao Vitor Ferrari. F ´ACIL BULA: SYSTEM THAT STRUCTURE TO THE AN-VISA’S “BUL ´ARIO ELETR ˆONICO”. 137 f. Dissertac¸˜ao de Mestrado – Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Inform´atica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Corn´elio Proc´opio, 2016.

The work done by health area professionals when facing the care of people consists on choo-sing the best medications for the success of the treatment of them. There are many medications available on the brazilian market, so for this professional find the information about the medi-cation which could be the best match for the pacient there is which applimedi-cations and tools make easier the search of drugs and helps this specialist. However, none of these systems had drug adverse reaction identification, contraindications, medical interactions, warnings and precauti-ons between the overall association of drugs regulated by the “Agˆencia Nacional de Vigilˆancia Sanit´aria” (ANVISA). In this context, the ANVISA’s “Bul´ario Eletrˆonico” offers a collection of 6, 961 professional medication guides in PDF file format. However, the information availa-ble in these guides are in an unstructured format. One of challenges of this work consisted in the automatic retrieval of information from ANVISA’s medication guides. This paper presents a semiautomatic procedure that maps ANVISA’s medication guides to DrugBank and SNOMED-CT. The medications, the diseases, the drugs, and their relations were structured and stored on a graph database using the Neo4j technology. F´acil Bula, was developed through results of studies, it is a website which goals to conceive tools to facilitate the medication and disease search for health professionals, it hits all the brazilian territory, mainly big capitals like S˜ao Paulo and Rio de Janeiro, as well as gain a good position in organic Google searches related to some keywords medicines and International Classification of Diseases (ICD).

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FIGURA 1 Termo demˆencia de Alzheimer encontrado no t´opico de indicac¸˜oes do medicamento Eranz. . . 31 –

FIGURA 2 T´opico de contraindicac¸˜oes do medicamento Kolantyl, que ´e contraindi-cado para pacientes em tratamento da doenc¸a de Alzheimer. . . 32 –

FIGURA 3 T´opico indicac¸˜ao do medicamento Furp-Estreptomicina destinado ao tra-tamento de tuberculose e o t´opico advertˆencias e precauc¸˜oes do medica-mento Mud Oral que informa o cuidado para pacientes com tuberculose. . . 33 –

FIGURA 4 A carbamazepina interage com o cloridrato de ioimbina, princ´ıpio ativo do Yomax. . . 34 –

FIGURA 5 O f´armaco fenobarbital encontrado na composic¸˜ao do medicamento Gar-denal tem reac¸˜ao adversa com o medicamento Dacarbazina. . . 35 –

FIGURA 6 Alguns t´opicos encontrados na bula do medicamento Cataflam. . . 37 –

FIGURA 7 Variac¸˜oes de t´ıtulos encontrados para o t´opico superdose dos medica-mentos Betnovate, Brilinta e Ozonyl. . . 38 –

FIGURA 8 Erro ortogr´afico encontrado no medicamento Setronax. . . 38 –

FIGURA 9 T´opico do medicamento Ebastel escrito no plural, mas para o medica-mento Norfloxacino foi encontrado no singular. . . 39 –

FIGURA 10 T´opico do medicamento Finagripe escrito conforme o novo acordo or-togr´afico da L´ıngua Portuguesa, diferente do t´opico encontrado no medica-mento Gretivit que est´a escrito segundo o antigo acordo. . . 39 –

FIGURA 11 Imagem da bula f´ısica do medicamento Manitol adicionado ao arquivo PDF e n˜ao digitalizado. . . 40 –

FIGURA 12 Termos relacionados a f´armacos encontrados no t´opico composic¸˜ao da bula do medicamento Cataflam. . . 40 –

FIGURA 13 Termo doenc¸a card´ıaca encontrado no medicamento Afrin que representa um conjunto de doenc¸as relacionadas, diferente do medicamento Cefaliv que apresenta o termo infarto do mioc´ardio relacionado a uma doenc¸a mais espec´ıfica. . . 41 –

FIGURA 14 Sentence breaker aplicado ao t´opico “cuidados de armazenamento” do medicamento Amoxicilina. . . 51 –

FIGURA 15 Exemplo de tags utilizadas pelo Part-Of-Speech Tags usado por Hepple Taggerem l´ıngua inglesa. . . 51 –

FIGURA 16 Exemplo da t´ecnica Stemming para obtenc¸˜ao do radical das palavras. . . 52 –

FIGURA 17 Exemplo de verificac¸˜ao de similaridade entre “JONES” e “JOHNSON”. 52 –

FIGURA 18 Integrac¸˜ao ilustrada por flechas direcionais das bases de dados e o Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA que n˜ao normaliza informac¸˜ao alguma com as ba-ses relacionadas. . . 58 –

FIGURA 19 Representac¸˜ao gr´afica da relac¸˜ao “´e um” do SNOMED-CT. . . 61 –

FIGURA 20 Organizac¸˜ao da CID para demˆencia na doenc¸a de Alzheimer de in´ıcio precoce. . . 63 –

FIGURA 21 Vis˜ao geral do workflow de processamento das bulas profissionais com as respectivas etapas que comp˜oem o processo desenvolvido. . . 65 –

FIGURA 22 P´agina inicial do Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA e os respectivos filtros dessa. . . 66 –

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FIGURA 26 Marcac¸˜ao dos respectivos t´opicos no texto da bula do medicamento Flu-conazol. . . 75 –

FIGURA 27 Exemplo de integrac¸˜ao das bases ao conte´udo das bulas. . . 77 –

FIGURA 28 Termos relativos `as doenc¸as Influenza A e Influenza B, como tamb´em ao f´armaco Oseltamivir presente na bula profissional do medicamento Tamiflu. 77 –

FIGURA 29 Exemplo ilustrativo do resultado da identificac¸˜ao dos f´armacos no medi-camento Lotanol. . . 80 –

FIGURA 30 Estrutura do grafo apresentando as relac¸˜oes entre medicamento gerada pela ferramenta de consulta do Neo4j. . . 86 –

FIGURA 31 Exemplo do banco de dados em grafos gerada pela ferramenta de con-sulta Neo4j. . . 87 –

FIGURA 32 Detalhes do medicamento Atrovex disponibilizado pelo website F´acil Bula. . . 91 –

FIGURA 33 Medicamentos indicados para tratamento de Alzheimer. . . 96 –

FIGURA 34 Relac¸˜ao entre os termos de doenc¸as. . . 96 –

FIGURA 35 Medicamentos que possuem aspirina em sua composic¸˜ao. . . 97 –

FIGURA 36 Medicamentos que possuem aspirina em sua composic¸˜ao, por´em s˜ao contraindicados para insuficiˆencia renal. . . 98 –

FIGURA 37 Websitedo F´acil Bula. . . 99 –

FIGURA 38 Resultado da ferramenta Structured Data Testing Tool em uma p´agina de CID do F´acil Bula. . . 100 –

FIGURA 39 P´agina do aplicativo F´acil Bula na App Store. . . 102 –

FIGURA 40 Quantidade de downloads do aplicativo F´acil Bula na App Store. . . 102 –

FIGURA 41 Estat´ısticas do F´acil Bula no per´ıodo de junho a julho. . . 103 –

FIGURA 42 Vis˜ao geral de aquisic¸˜ao no per´ıodo de junho a julho. . . 104 –

FIGURA 43 Cobertura geogr´afica de acessos por estados do Brasil entre o per´ıodo junho a julho. . . 105 –

FIGURA 44 Cobertura geogr´afica de acessos por cidades brasileiras entre o per´ıodo junho a julho. . . 105 –

FIGURA 45 Palavras-chave de medicamentos realizadas na pesquisa do Google entre o per´ıodo junho a julho. . . 106 –

FIGURA 46 An´uncio criado para o website F´acil Bula. . . 107 –

FIGURA 47 Hist´orico de transac¸˜oes do AdWords no mˆes de agosto. . . 108 –

FIGURA 48 Hist´orico de transac¸˜oes do AdWords no mˆes de setembro. . . 108 –

FIGURA 49 Estat´ısticas do F´acil Bula no per´ıodo de junho a setembro. . . 109 –

FIGURA 50 Palavras-chave com melhor desempenho. . . 110 –

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TABELA 1 Comparac¸˜ao das ferramentas relacionadas pesquisadas. . . 46 –

TABELA 2 Listagem de banco de dados estudados para o projeto. . . 56 –

TABELA 3 Lista de variac¸˜oes e marcadores utilizados para identificac¸˜ao dos t´opicos. 72 –

TABELA 4 Listagem das bases integradas em L´ıngua Inglesa. . . 78 –

TABELA 5 Listagem das bases integradas em L´ıngua Portuguesa. . . 78 –

TABELA 6 Padr˜oes para identificar f´armacos nas bulas. . . 82 –

TABELA 7 Exemplos de como pode ser utilizada a linguagem Cypher. . . 88 –

TABELA 8 Lista com a quantidade de relac¸˜oes identificadas com medicamentos en-tre f´armacos e doenc¸as inferidas na base Neo4j. . . 94

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ANVISA Agˆencia Nacional de Vigilˆancia Sanit´aria

API Application Programming Interface

AWS Amazon Web Services

CID Classificac¸˜ao Internacional de Doenc¸as

COSTART Coding Symbols for a Thesaurus of Adverse Reaction Terms

CPC Cost-per-click

CT Clinical Terms

CTD Comparative Toxicogenomics Database

CTR Clickthrough rate

DATASUS Departamento de Inform´atica do Sistema ´Unico de Sa´ude

DDS Diseases Database Search

DNS Domain Name System

DO Disease Ontology

DSL Domain-Specific Languages

FDA Food and Drug Administration

HGNC HUGO Gene Nomenclature Committee

HUGO Human Genome Organisation

ICD International Classification of Diseases IIS Internet Information Services

INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

IUT Incubadora de Inovac¸˜oes da Universidade Tecnol´ogica KEGG Kyoto Encyclopedia of Genes and Genomes

MedDRA Medical Dictionary for Regulatory Activities

MeSH Medical Subject Headings

MER Modelo Entidade Relacionamento

MS Minist´erio da Sa´ude

NoSQL Not Only Structured Query Language

NOTIVISA Sistema Nacional de Notificac¸˜oes para a Vigilˆancia Sanit´aria

OCR Optical Character Recognition

OMIM Online Mendelian Inheritance in Man OMS Organizac¸˜ao Mundial de Sa´ude

PDF Portable Document Format

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SEO Search Engine Optimization SIDER Side Effect Resource

SNOMED Systematized Nomenclature of Medicine

SQL Structured Query Language

TTD Therapeutic Target Database

UMLS Unified Medical Language System UniProt Universal Protein Resource

URL Uniform Resource Locator

USP United States Pharmacopeial

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1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 21 1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO . . . 23 1.2 MOTIVAC¸ ˜AO E JUSTIFICATIVA . . . 25 1.3 OBJETIVOS . . . 25 1.3.1 Objetivo geral . . . 25 1.3.2 Objetivos espec´ıficos . . . 26 1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TRABALHO . . . 26

2 CARACTERIZAC¸ ˜AO DOS PROBLEMAS . . . 29

2.1 BULAS M ´EDICAS . . . 29

2.1.1 Contraindicac¸˜oes . . . 31

2.1.2 Advertˆencias e precauc¸˜oes . . . 32

2.1.3 Interac¸˜oes medicamentosas . . . 33

2.1.4 Reac¸˜oes adversas . . . 35

2.2 INTEGRAC¸ ˜AO ENTRE BASES . . . 35

2.2.1 Organizac¸˜ao do texto . . . 36

2.2.2 Dificuldades com a fonte de informac¸˜ao . . . 37

2.2.3 Irrelevˆancia de termos Ontol´ogicos . . . 40

2.2.4 Classificac¸˜ao entre os termos de doenc¸as . . . 41

3 REFERENCIAL TE ´ORICO . . . 43

3.1 TRABALHOS RELACIONADOS . . . 43

3.2 FARMACOVIGIL ˆANCIA . . . 48

3.3 AG ˆENCIA NACIONAL DE VIGIL ˆANCIA SANIT ´ARIA (ANVISA) . . . 48

3.4 FOOD AND DRUG ADMINISTRATION (FDA) . . . 50

3.5 T ´ECNICAS DE MINERAC¸ ˜AO DE TEXTOS . . . 50

3.6 BANCO DE DADOS EM GRAFOS: NEO4J . . . 53

3.7 BANCO DE DADOS DA BIOMEDICINA . . . 55

3.7.1 DrugBank . . . 59

3.7.2 Comparative Toxicogenomics Database (CTD) . . . 59

3.7.3 Systematized Nomenclature of Medicine - Clinical Terms (SNOMED-CT) . . . 60

3.7.4 Disease Ontology (DO) . . . 61

3.7.5 Classificac¸˜ao Internacional de Doenc¸as (CID) . . . 62

3.7.6 ORPHANET . . . 63

3.7.7 Side Effect Resource (SIDER) . . . 64

4 MATERIAIS E M ´ETODOS . . . 65

4.1 VIS ˜AO GERAL DO WORKFLOW DE PROCESSAMENTO DAS BULAS PROFIS-SIONAIS . . . 65

4.1.1 Aquisic¸˜ao das bulas . . . 66

4.1.2 Processamento das bulas profissionais . . . 68

4.1.2.1 Roteiro para organizac¸˜ao dos t´opicos da bula . . . 70

4.1.3 Integrac¸˜ao com outras bases . . . 76

4.1.3.1 Roteiro para identificac¸˜ao dos f´armacos . . . 79

4.1.3.2 Roteiro para buscar os termos m´edicos referentes `as doenc¸as . . . 82

4.1.4 Desenvolvimento do banco de dados baseado em grafo . . . 83

4.2 INTEGRAC¸ ˜AO DO BUL ´ARIO ELETR ˆONICO DA ANVISA COM AS BASES DRUG-BANK E SNOMED-CT . . . 88

(20)

5.2 EXEMPLOS DE CONSULTAS AO BANCO EM GRAFOS . . . 95

5.3 IMPLEMENTAC¸ ˜AO F ´ACIL BULA . . . 99

5.3.1 Application Programming Interface (API) e Neg´ocios . . . 101

5.4 ESTAT´ISTICAS DE ACESSO AO F ´ACIL BULA . . . 103

5.5 HOTEL TECNOL ´OGICO . . . 111

6 CONCLUS ˜AO . . . 113

6.1 TRABALHOS FUTUROS . . . 114

REFER ˆENCIAS . . . 115

Anexo A -- ARTIGO SBSI 2015 . . . 123

Anexo B -- E-MAIL ANVISA . . . 133

Anexo C -- INSCRIC¸ ˜AO HOTEL TECNOL ´OGICO - 1aETAPA . . . 135

Anexo D -- CONVOCAC¸ ˜AO PARA BANCA - 2aETAPA . . . 137

(21)

1 INTRODUC¸ ˜AO

A Associac¸˜ao Brasileira de Redes de Farm´acias e Drogarias (ABRAFARMA) foi criada pelas principais redes de farm´acias do pa´ıs para defender interesses e posic¸˜oes sobre legislac¸˜oes referentes ao seu campo de atuac¸˜ao (ABRAFARMA, 2015). Segundo a ABRA-FARMA, as suas redes associadas, que totalizam 4.941 lojas, foram respons´aveis em movi-mentar cerca de R$ 28 bilh˜oes no ano de 2013 em medicamentos, um crescimento de 13, 48% quando comparado ao total de vendas realizadas em 2012, este valor em vendas analisado com a quantidade de cupons fiscais emitidos no ano inferem como se toda a populac¸˜ao brasileira ti-vesse passado quatro vezes nas lojas da ABRAFARMA em 2013 (ABRAFARMA, 2015). Este mercado cont´em in´umeros medicamentos permitidos pela Agˆencia Nacional de Vigilˆancia Sa-nit´aria (ANVISA) que devem possuir bulas seguindo as normas da Resoluc¸˜ao-RDC No47 (AN-VISA, 2009), entre outras normas vigentes.

´

E importante que os profissionais da ´area de sa´ude tenham acesso `as informac¸˜oes rela-cionadas aos medicamentos dispon´ıveis comercialmente, para assim contribuir com efic´acia no tratamento dos pacientes.

Contudo, obter informac¸˜oes sobre medicamentos ´e uma tarefa que requer um certo trabalho devido `a dificuldade em acessar e relacionar estes dados divulgados pelas empresas farmacˆeuticas respons´aveis, visto que, por vezes, as informac¸˜oes n˜ao est˜ao centralizadas em uma ´unica fonte de dados. Existem in´umeros instrumentos que auxiliam os profissionais nesta tarefa, como livros, aplicativos e a pr´opria internet, na web destacam-se as ferramentas para pesquisa de medicamentos que contribuem para o trabalho desempenhado pelos profissionais da sa´ude. Entretanto, muitas das ferramentas de pesquisas presentes na internet n˜ao apresentam dados detalhados sobre a relac¸˜ao de medicamentos com outros medicamentos, principalmente informac¸˜oes em relac¸˜ao as contraindicac¸˜oes m´edicas, advertˆencias e precauc¸˜oes quanto ao seu uso, reac¸˜oes adversas e interac¸˜oes medicamentosas, al´em de informac¸˜oes em relac¸˜ao a doenc¸as. Dessa forma, um grande desafio consiste em organizar as informac¸˜oes relativas `as bulas dos medicamentos e relacionar estes dados com outras bulas.

As bulas m´edicas dispon´ıveis gratuitamente pela ANVISA, instituic¸˜ao vinculada ao Minist´erio da Sa´ude (MS), destacam-se como fonte de informac¸˜ao sobre medicamentos. As bulas aprovadas por esta agˆencia seguem rigorosas normas a respeito das informac¸˜oes contidas sobre os medicamentos e s˜ao disponibilizadas para download no formato Portable Document Format (PDF). Por´em, estes arquivos n˜ao possuem dados estruturados, como a normalizac¸˜ao de termos para doenc¸as e f´armacos (que s˜ao compostos qu´ımicos utilizados nos medicamentos)

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relacionados entre os medicamentos, o que implica em uma dificuldade em realizar consultas e associar as informac¸˜oes. A ANVISA n˜ao disponibiliza ferramenta alguma que busque princ´ıpio ativo (substˆancia respons´avel por exercer o efeito farmacol´ogico do medicamento) ou doenc¸as e apresentem informac¸˜oes relacionadas a outros medicamentos. As informac¸˜oes dispon´ıveis nas bulas s˜ao sobre apresentac¸˜ao do medicamento, indicac¸˜oes, contraindicac¸˜oes, advertˆencias e precauc¸˜oes em relac¸˜ao ao uso, interac¸˜oes medicamentosas. Por vezes, as ferramentas n˜ao encontram todo este conte´udo na bula de forma f´acil, usual e clara para o profissional da ´area de sa´ude.

Esta dissertac¸˜ao apresenta o F´acil Bula, projeto disponibilizado por meio de um web-sitee aplicativo mobile que implementa ferramentas que facilitam a busca de informac¸˜oes sobre medicamentos.

O projeto implementou a estruturac¸˜ao do conte´udo das bulas da ANVISA, por meio da minerac¸˜ao textual dos documentos em formato PDF e tamb´em da integrac¸˜ao dos dados gerados com outras fontes de informac¸˜oes, como bases de dados de f´armacos e doenc¸as. Estas bases s˜ao aplicadas pela identificac¸˜ao de termos existentes entre f´armacos e doenc¸as encontrados no conte´udo das bulas. Assim, foi poss´ıvel a criac¸˜ao de uma rede de medicamentos-f´armacos-doenc¸as populada na base de dados em grafos. O banco de dados em grafo permite a consulta de questionamentos frequentemente realizados pelos profissionais da sa´ude durante a realizac¸˜ao do trabalho de busca por medicamentos, pois possibilitou a apresentac¸˜ao de dados atualizados e interligados entre a pesquisa de v´arios medicamentos, ou relac¸˜ao com doenc¸as e f´armacos. Este trabalho gerou um workflow para o processamento do conte´udo das bulas. Para disponibilizar os resultados obtidos pela estruturac¸˜ao e modelagem do banco de dados em grafos foi imple-mentado um portal que ´e conhecido como F´acil Bula (www. f acilbula.com.br). O portal do F´acil Bula ´e amplamente acessado e possui cerca de 5 mil acessos semanais contabilizados em todos os estados brasileiros, mas principalmente por grandes capitais como S˜ao Paulo e Rio de Janeiro. A ideia desenvolvida pelo F´acil Bula foi aceita no processo de incubac¸˜ao do Hotel Tec-nol´ogico da Incubadora de Inovac¸˜oes da Universidade Tecnol´ogica (IUT), em que foi avaliada por membros de diversas instituic¸˜oes, como SEBRAE, FIEP, UTFPR e Prefeitura Municipal de Corn´elio Proc´opio.

O F´acil Bula destaca uma pesquisa com recurso de autocomplete pelo nome do rem´edio, a qual desconsidera acentuac¸˜ao, letras mai´usculas e min´usculas para encontrar os medicamen-tos. O conte´udo das bulas publicadas no projeto ´e organizado em t´opicos respectivos a cada assunto espec´ıfico referente ao medicamento, como composic¸˜ao, contraindicac¸˜ao, indicac¸˜ao, posologia, entre outros, desta forma, evita o acesso ao arquivo da bula em PDF da ANVISA para consulta de informac¸˜oes. Desta estruturac¸˜ao de t´opicos h´a uma pesquisa de medicamentos por

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meio de f´armacos ou de doenc¸as que associam informac¸˜oes encontradas em outros rem´edios, fornecendo consultas como os f´armacos utilizados na composic¸˜ao, para quais doenc¸as s˜ao in-dicadas o tratamento com este medicamento, contraindicac¸˜oes, reac¸˜oes adversas e interac¸˜oes entre outros medicamentos.

1.1 CONTEXTUALIZAC¸ ˜AO

A ANVISA foi criada pela Lei no 9.782, no dia 26 de janeiro de 1999 (BRASIL, 1999). ´E uma autarquia federal vinculada ao MS, com campo de atuac¸˜ao em atividades de regulamentac¸˜ao, normatizac¸˜ao, controle e fiscalizac¸˜ao na ´area de vigilˆancia sanit´aria. Nestas ati-vidades compete `a ANVISA autorizar o funcionamento de empresas de fabricac¸˜ao, distribuic¸˜ao, importac¸˜ao e comercializac¸˜ao de medicamentos.

Para os medicamentos regulamentados pela ANVISA serem comercializados h´a a ne-cessidade de que as empresas farmacˆeuticas elaborem um conjunto de informac¸˜oes sobre o medicamento desenvolvido. As informac¸˜oes dizem respeito `a composic¸˜ao do medicamento, indicac¸˜ao, advertˆencias e precauc¸˜oes, contraindicac¸˜oes, interac¸˜oes medicamentosas e reac¸˜oes adversas, e s˜ao redigidas em um texto com caracter´ısticas completas sobre o medicamento, este texto ´e chamado de bula.

A bula ´e um dos instrumentos que detalham informac¸˜oes sobre os medicamentos para os pacientes e profissionais, ou seja, uma bula possui duas vers˜oes dispon´ıveis. Uma vers˜ao ´e para os pacientes conhecerem o medicamento por meio de uma linguagem mais simples, voltada para o p´ublico em geral. A outra vers˜ao ´e para os profissionais das ´areas de sa´ude conhecerem todas as especificac¸˜oes do medicamento com a finalidade de ver a efic´acia desse e evitar situac¸˜oes que prejudiquem o tratamento dos pacientes. Assim, a bula torna-se uma impor-tante fonte de informac¸˜ao para estes profissionais, pois s˜ao criadas pelas empresas respons´aveis pelo medicamento e regulamentadas pela ANVISA (mais detalhes sobre o conte´udo das bulas ´e encontrado no Cap´ıtulo 2).

O conhecimento das informac¸˜oes disponibilizadas pelas bulas profissionais ´e impor-tante pois o sucesso terapˆeutico no tratamento de pacientes pode, por vezes, envolver diferentes profissionais da ´area de sa´ude, em que cada profissional pode prescrever diversos medicamen-tos. O uso de diversos medicamentos concomitantes pode ocasionar interac¸˜oes medicamento-sas. Desse modo, os profissionais da sa´ude precisam selecionar, de modo racional, medica-mentos seguros a cada paciente, baseados em informac¸˜oes confi´aveis. Em outras palavras, as decis˜oes em relac¸˜ao ao tratamento medicamentoso, dada a prescric¸˜ao destes profissionais, s˜ao determinantes para o sucesso de um tratamento (BRASIL, 2012).

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E importante ressaltar que a inefic´acia ou falha terapˆeutica em certos tratamentos pode ter relac¸˜ao com as reac¸˜oes adversas, visto que elas est˜ao entre as causas mais comuns de morte nos pa´ıses industrializados. Estima-se que aproximadamente 2 milh˜oes de pacientes nos Esta-dos UniEsta-dos s˜ao afetaEsta-dos a cada ano por reac¸˜oes adversas graves entre medicamentos, na qual destes resultam 100.000 mortes por ano (LEAMAN et al., 2010).

No Brasil o tamanho real do problema referente aos erros de medicac¸˜ao ´e pouco conhe-cido, por´em dados estimados pela Fundac¸˜ao Oswaldo Cruz indicam que 24 mil mortes anuais s˜ao ocasionadas por intoxicac¸˜ao medicamentosa (CASSIANI, 2005). H´a tamb´em um estudo realizado em um hospital de Minas Gerais que apresenta estat´ısticas consider´aveis em relac¸˜ao ao tema, ou seja, afirma que em 3.177 (44, 5%) dos 7.148 medicamentos de alto risco1, identifi-cados em 4.026 prescric¸˜oes m´edicas, ocorreu algum tipo de erro relacionado ao medicamento. Os erros est˜ao relacionados `a concentrac¸˜ao do rem´edio, a prescric¸˜ao pouco leg´ıvel, a taxa de infus˜ao duvidosa, a omiss˜ao de forma farmacˆeutica e da via de administrac¸˜ao dos medicamen-tos (ROSA et al., 2009).

Neste contexto, para contribuir com a tomada de decis˜ao terapˆeutica dos profissionais de sa´ude, o MS em parceria com entidades privadas e demais ´org˜aos relacionados `a sa´ude vˆem promovendo e incentivando o uso racional de medicamentos. Trata-se de um documento t´ecnico que apresenta uma compilac¸˜ao das condutas baseadas em evidˆencias sobre medicamentos utili-zados em atenc¸˜ao prim´aria `a sa´ude, constantes no m´odulo de informac¸˜oes do H ´ORUS - Sistema Nacional de Gest˜ao da Assistˆencia Farmacˆeutica (BRASIL, 2012). Este documento aborda a l´ogica da racionalidade na prescric¸˜ao, dispensac¸˜ao e administrac¸˜ao de medicamentos.

Al´em desta cartilha elaborada pelo MS, existe um sistema desenvolvido pela ANVISA que contempla uma colec¸˜ao de arquivos das bulas em PDF. Este sistema conta apenas com uma opc¸˜ao simples de filtros para pesquisa de conte´udo espec´ıfico sobre o nome do medica-mento, ind´ustria farmacˆeutica, data de publicac¸˜ao, entre outros. O sistema de busca de bulas da ANVISA n˜ao possui uma opc¸˜ao de pesquisa diferenciada, como, por exemplo, verificar quais medicamentos s˜ao indicados para tratamento de Alzheimer, ou quais os f´armacos utilizados na composic¸˜ao de um determinado medicamento.

Um dos problemas com esse sistema ´e que a busca por informac¸˜oes em arquivos PDF n˜ao ´e usual para os profissionais conhecerem os medicamentos, pois h´a a necessidade do down-loade depois a leitura da bula em um visualizador de PDF.

Para organizar das informac¸˜oes nas bulas existem no cen´ario internacional bases de

da-1Medicamentos de alto risco: f´armacos com risco inerente de lesar o paciente quando existe falha no processo

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dos que contemplam informac¸˜oes estruturadas referentes aos f´armacos, como ´e o caso do Drug-Bank. A base DrugBank fornece informac¸˜oes sobre os f´armacos aprovados e n˜ao aprovados pelo Food and Drug Administration (FDA), e contempla um conjunto de interac¸˜oes f´armaco-f´armaco suportada pela literatura biom´edica (WISHART et al., 2008). Tamb´em h´a bases que possuem vocabul´arios sobre doenc¸as, como o Systematized Nomenclature of Medicine - Clinical Terms(SNOMED-CT). A base SNOMED-CT possui a classificac¸˜ao das doenc¸as organizadas utilizando uma ontologia, ou seja, disponibiliza um vocabul´ario comum da ´area biom´edica or-ganizado em um grafo dirigido ac´ıclico (C ˆOT ´E; PATHOLOGISTS; ASSOCIATION, 1993).

Contudo, o DrugBank n˜ao permite a busca por f´armacos associados a doenc¸as uti-lizando ontologias m´edicas, nem por meio da utilizac¸˜ao do CID (C´odigo Internacional de Doenc¸as), enquanto que o SNOMED-CT n˜ao apresenta os medicamentos que tratam cada uma das doenc¸as.

1.2 MOTIVAC¸ ˜AO E JUSTIFICATIVA

As ferramentas nacionais para consulta de bulas dos medicamentos d˜ao suporte ao trabalho relacionado `a sa´ude executado por profissionais brasileiros, mas nenhuma dessas fer-ramentas pesquisadas durante a elaborac¸˜ao deste trabalho apresentam mecanismos de consultas satisfat´orios, pois n˜ao fornecem informac¸˜oes relevantes com relac¸˜ao aos medicamentos permiti-dos pela ANVISA no sentido de detalhar as associac¸˜oes com outros medicamentos, mostrando a ocorrˆencia de reac¸˜oes adversas, interac¸˜oes medicamentosas, contraindicac¸˜oes m´edicas, ad-vertˆencias e precauc¸˜oes entre eles.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Desenvolver uma metodologia computacional baseada em t´ecnicas de minerac¸˜ao de textos para analisar as bulas disponibilizadas no site da ANVISA, tamb´em implementar um sistema web que facilite a busca por medicamentos registrados neste ´org˜ao regulador e as informac¸˜oes associadas a eles, como por exemplo, interac¸˜oes medicamentosas e contraindicac¸˜oes condicionadas a restric¸˜oes de pesquisa dos usu´arios.

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1.3.2 Objetivos espec´ıficos

Os objetivos espec´ıficos deste trabalho s˜ao:

• estudar e utilizar processos para obtenc¸˜ao das bulas dos medicamentos;

• tratamento dos arquivos das bulas, convers˜ao de PDF em arquivo texto e tratar imagens deste arquivo;

• organizac¸˜ao dos t´opicos no texto da bula profissional;

• identificac¸˜ao de termos relevantes entre os t´opicos dos medicamentos;

• mapeamento das ontologias biom´edicas do SNOMED-CT (C ˆOT ´E; PATHOLOGISTS; ASSOCIATION, 1993);

• tratamento das redes de interac¸˜oes entre f´armacos do DrugBank (WISHART et al., 2008);

• elaborac¸˜ao do modelo de banco de dados baseado em grafos, em que utiliza-se a ferra-menta Neo4j (NEO4J, 2014).

1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO TRABALHO

Este trabalho est´a organizado em 6 cap´ıtulos, sendo que o primeiro cap´ıtulo remete-se a introduc¸˜ao que apresenta a contextualizac¸˜ao, motivac¸˜ao e justificativa, objetivos e organizac¸˜ao do trabalho. Os pr´oximos cap´ıtulos est˜ao conforme a seguinte estrutura:

• Caracterizac¸˜ao dos problemas: neste cap´ıtulo s˜ao apresentados detalhadamente os pro-blemas e os desafios computacionais deste trabalho. S˜ao detalhados os propro-blemas en-contrados ao utilizar bula como fonte de informac¸˜ao e a integrac¸˜ao de informac¸˜oes entre diferentes bases de dados;

• Referencial te´orico: neste cap´ıtulo s˜ao apresentados os estudos e as tecnologias utiliza-das. Os vocabul´arios e ferramentas da ´area de sa´ude, t´ecnicas de minerac¸˜ao de textos, bases de dados da biomedicina e tecnologia aplicada para banco de dados baseado em grafo;

• Materiais e m´etodos: neste cap´ıtulo s˜ao apresentadas as etapas do workflow implemen-tado para a estruturac¸˜ao das bulas m´edicas da ANVISA e a integrac¸˜ao dessas com outras bases de dados;

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• Resultados e discuss˜ao: neste cap´ıtulo s˜ao apresentados os resultados obtidos e a an´alise das estat´ısticas contabilizadas pelos usu´arios que utilizaram as ferramentas disponibiliza-das no F´acil Bula;

• Considerac¸˜oes finais: neste cap´ıtulo detalham-se as considerac¸˜oes finais do trabalho desenvolvido e os trabalhos futuros planejados para continuidade do projeto F´acil Bula.

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2 CARACTERIZAC¸ ˜AO DOS PROBLEMAS

Este cap´ıtulo apresenta como a bula m´edica publicada na ANVISA est´a redigida e organizada seguindo um conjunto de normas t´ecnicas. A bula ´e um meio de disponibilizar informac¸˜oes consideradas essenciais sobre os medicamentos tanto para os profissionais quanto para os pacientes leigos. Nas bulas est˜ao presentes, por exemplo, informac¸˜oes que dizem res-peito aos cuidados sobre contraindicac¸˜oes, advertˆencias e precauc¸˜oes, interac¸˜oes medicamen-tosas e reac¸˜oes adversas.

O presente cap´ıtulo tamb´em descreve os problemas que foram abordados, como:

• o processamento textual das bulas;

• a integrac¸˜ao do conte´udo das bulas com outras bases de informac¸˜oes;

• as dificuldades encontradas por meio da utilizac¸˜ao da bula profissional como fonte de informac¸˜ao.

2.1 BULAS M ´EDICAS

A bula m´edica est´a dispon´ıvel na ANVISA em duas vers˜oes: (i) paciente e (ii) pro-fissional. A vers˜ao direcionada ao paciente possui uma escrita mais simples voltada para o entendimento do p´ublico em geral. Para a vers˜ao profissional, s˜ao apresentadas informac¸˜oes mais completas e termos mais espec´ıficos da ´area de sa´ude.

A elaborac¸˜ao da bula segue v´arias regras definidas em leis e resoluc¸˜oes que s˜ao elabo-radas pelo Governo com participac¸˜ao dos seus ´org˜aos relacionados. Destacam-se as normas pre-sentes na Resoluc¸˜ao-RDC No 47, de 8 de setembro de 2009 da ANVISA, criadas para auxiliar na elaborac¸˜ao e publicac¸˜ao da bula m´edica (ANVISA, 2009). Nestas normas s˜ao apresentadas as estruturas do conte´udo da bula organizadas em t´opicos, como: composic¸˜ao, indicac¸˜ao, resul-tados de efic´acia, caracter´ısticas farmacol´ogicas, contraindicac¸˜ao, advertˆencias e precauc¸˜oes, interac¸˜oes medicamentosas, cuidados de armazenamento do medicamento, reac¸˜oes adversas, posologia e superdose. Os t´opicos da bula tˆem o objetivo de informar os pacientes quanto ao medicamento e evitar poss´ıveis riscos que o seu uso incorreto pode ocasionar, informar aos pro-fissionais a forma de apresentac¸˜ao do medicamento e as poss´ıveis interac¸˜oes deste com outros medicamentos, alimentos e at´e mesmo cuidados relacionados a idade, gˆenero e doenc¸as. Con-tudo, a quantidade de informac¸˜oes disponibilizadas ´e volumosa e todo este conte´udo ´e de dif´ıcil

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consulta, ou seja, torna a an´alise deste conhecimento um processo trabalhoso.

No pr´oprio s´ıtio web da ANVISA ´e disponibilizado uma p´agina conhecida por Bul´ario Eletrˆonico1, em que s˜ao encontrados os arquivos das bulas profissionais dos medicamentos disponibilizados pelas empresas respons´aveis, permitindo o acesso a informac¸˜oes sobre os me-dicamentos ao p´ublico em geral. Apesar do Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA disponibilizar as bulas profissionais dos medicamentos distribu´ıdos no Brasil, estas infelizmente possuem pouca padronizac¸˜ao. Por exemplo, algumas bulas possuem um determinado padr˜ao de t´opicos, j´a ou-tras que seguem diferentes padronizac¸˜oes, al´em de existirem apenas imagens digitalizadas da vers˜ao f´ısica da bula. Obter conhecimento destas fontes de dados torna-se uma tarefa trabalhosa, visto os obst´aculos gerados pela falta de padronizac¸˜ao das bulas, por erros ortogr´aficos nos tex-tos, pluralizac¸˜ao de palavras ou pelo uso do novo acordo ortogr´afico da L´ıngua Portuguesa por algumas empresas que apresentam alterac¸˜oes no nome do t´opico e pelo uso de imagens da bula em sua vers˜ao f´ısica, dificultando assim o acesso `a informac¸˜ao.

Al´em dos problemas estruturais no arquivo das bulas, ´e importante conhecer que o uso concomitante de medicamentos podem causar interac¸˜oes medicamentosas (EDWARDS; ARONSON, 2000). Dessa forma, entende-se, como por exemplo, que a administrac¸˜ao de um medicamento pode minimizar a efic´acia de um outro medicamento, gerando assim uma poss´ıvel demora no tratamento, al´em de poder ocasionar outros problemas como: reac¸˜oes adversas, alergias, agravamento de doenc¸as j´a existentes, intoxicac¸˜oes, podendo at´e levar `a morte (EDWARDS; ARONSON, 2000).

Nesse cen´ario, h´a outras complexidades existentes como a identificac¸˜ao dos t´opicos das bulas, na qual a segmentac¸˜ao destas informac¸˜oes permite identificar poss´ıveis interac¸˜oes medicamentosas al´em de informac¸˜oes quanto a cuidados especiais na administrac¸˜ao do medi-camento a alguns pacientes, como para gr´avidas, crianc¸as, entre outros.

Um dos problemas aqui abordado pode ser exemplificado da seguinte maneira: ima-gine que uma determinada pessoa de idade avanc¸ada utiliza um conjunto de medicamentos, cada qual respons´avel por controlar e/ou tratar determinada(s) doenc¸a(s), ou ainda suprir a falta de alguma substˆancia para o organismo. Considerando que esta pessoa seja diagnosticada com uma nova doenc¸a, como por exemplo, a doenc¸a de Alzheirmer. Como saber se o medicamento prescrito para essa doenc¸a rec´em diagnosticada n˜ao afeta ou ´e afetada pela medicac¸˜ao j´a pres-crita e sendo utilizada pelo paciente? Como o profissional da ´area de sa´ude identificar´a essas informac¸˜oes? Um dos procedimentos mais usuais utilizados por estes profissionais ´e conhecer as informac¸˜oes presentes nas bulas profissionais dos medicamentos.

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Os t´opicos contraindicac¸˜oes, advertˆencias e precauc¸˜oes, interac¸˜oes medicamentosas, reac¸˜oes adversas encontrados nas bulas profissionais do medicamento ser˜ao detalhados nas subsec¸˜oes seguintes.

2.1.1 Contraindicac¸˜oes

Na redac¸˜ao da bula h´a um t´opico espec´ıfico para apresentar as contraindicac¸˜oes do medicamento seguindo norma estabelecida pela Resoluc¸˜ao-RDC No47 da ANVISA. De acordo com a Sec¸˜ao III, Artigo 4o, Inciso VIII dessa resoluc¸˜ao o t´opico contraindicac¸˜oes tem o objetivo de mostrar condic¸˜oes ou situac¸˜oes em que se deve evitar o uso do medicamento, em que caso estas condic¸˜oes n˜ao sejam observadas poder´a acarretar efeitos `a sa´ude do usu´ario ou mesmo lev´a-lo a ´obito (ANVISA, 2009).

A fim de exemplificar a importˆancia do t´opico contraindicac¸˜ao, da mesma forma que o conhecimento do conte´udo deste e tamb´em de outros t´opicos, foram selecionadas as Figuras 1 e 2. Estas figuras apresentam uma situac¸˜ao em que a utilizac¸˜ao do medicamento Eranz (indicado para doenc¸a de Alzheimer) junto ao medicamento Kolantyl (indicado para al´ıvio de azia e m´a digest˜ao) ´e contraindicada.

Figura 1 – Termo demˆencia de Alzheimer encontrado no t´opico de indicac¸˜oes do me-dicamento Eranz.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

Dessa forma, a Figura 1 mostra o t´opico indicac¸˜oes do medicamento Eranz, disponibi-lizado pela empresa farmacˆeutica Wyeth Ind´ustria Farmacˆeutica Ltda. Este t´opico informa para qual doenc¸a o medicamento ´e indicado e pela figura identifica-se que o medicamento Eranz ´e indicado para tratamento da doenc¸a de Alzheimer.

A identificac¸˜ao e o conhecimento dos respectivos termos de cada t´opico da bula m´edica d˜ao suporte `a criac¸˜ao do banco de dados baseado em grafos, por serem informac¸˜oes altamente interligadas conforme visualiza-se pela Figura 2.

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disponi-Figura 2 – T´opico de contraindicac¸˜oes do medicamento Kolantyl, que ´e contraindi-cado para pacientes em tratamento da doenc¸a de Alzheimer.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

bilizado pela Medley Ind´ustria Farmacˆeutica Ltda. Na Figura 2 identifica-se que o medicamento Kolantyl ´e contraindicado para todos que tenham doenc¸a de Alzheimer, por causa do alum´ınio que pode agravar a doenc¸a.

Por fim, conclui-se pela an´alise das informac¸˜oes presentes nas Figuras 1 e 2 que n˜ao se pode administrar o medicamento Kolantyl em qualquer pessoa que tenha Alzheimer, visto o grifo em azul sobre a contraindicac¸˜ao do Kolantyl apresentada na Figura 2.

2.1.2 Advertˆencias e precauc¸˜oes

Pela Resoluc¸˜ao-RDC No 47 da ANVISA ´e indicado a obrigatoriedade do t´opico ad-vertˆencias e precauc¸˜oes na redac¸˜ao das bulas. Conforme diz a Sec¸˜ao III, Artigo 4o, Inciso I desta resoluc¸˜ao, este t´opico apresenta cuidados na utilizac¸˜ao do medicamento para prevenir agravos `a sa´ude e tamb´em indicar a limitac¸˜ao do uso desse medicamento, mas que n˜ao o contraindi-que (ANVISA, 2009).

A Figura 3 apresenta o texto do t´opico indicac¸˜oes do medicamento Furp-Estreptomicina, disponibilizado pela Fundac¸˜ao para o Rem´edio Popular, e o conte´udo do t´opico advertˆencias e precauc¸˜oes do medicamento Mud Oral, fornecido pela Eurofarma Laborat´orios S/A. A Figura 3

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Figura 3 – T´opico indicac¸˜ao do medicamento Furp-Estreptomicina destinado ao tra-tamento de tuberculose e o t´opico advertˆencias e precauc¸˜oes do medicamento Mud Oral que informa o cuidado para pacientes com tuberculose.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

destaca em vermelho que o medicamento Furp-Estreptomicina ´e indicado para tratamento da tuberculose, entretanto o termo tuberculose ´e encontrado no t´opico advertˆencias e precauc¸˜oes do medicamento Mud Oral.

Nota-se pelo exemplo da Figura 3 que h´a uma limitac¸˜ao do medicamento Mud Oral para quem tem tuberculose. Isso porque o Mud Oral tem um corticoide em sua formulac¸˜ao, que pode diminuir as defesas do organismo contra os microrganismos, e assim pode favorecer o desenvolvimento da tuberculose. O uso de Mud Oral deve ser cauteloso em pacientes com tuberculose, que fac¸am, por exemplo, uso do Furp-Estreptomicina.

2.1.3 Interac¸˜oes medicamentosas

Segundo a Resoluc¸˜ao-RDC No47 da ANVISA, consoante ao que rege a Sec¸˜ao III, Ar-tigo 4o, Inciso XXVIII, o t´opico interac¸˜oes medicamentosas define um resposta farmacol´ogica ou cl´ınica causada pela interac¸˜ao de: (i) medicamento-medicamento; (ii) medicamento-alimento;

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(iii) medicamento-substˆancia qu´ımica; (iv) medicamento-exame laboratorial e n˜ao laboratorial; (v) medicamento-planta medicinal; e (vi) medicamento-doenc¸a, cujo resultado final pode ser a alterac¸˜ao dos efeitos desejados pela utilizac¸˜ao do medicamento ou a ocorrˆencia de eventos adversos (ANVISA, 2009).

Desse modo, atende-se que estabelecida a consulta por certos medicamentos para administrac¸˜ao de um paciente, existe a importˆancia em verificar se a administrac¸˜ao de um novo medicamento pode levar a uma interac¸˜ao medicamentosa, em um paciente que j´a faz o uso de v´arios medicamentos.

Figura 4 – A carbamazepina interage com o cloridrato de ioimbina, princ´ıpio ativo do Yomax.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

O cuidado na administrac¸˜ao de medicamentos e tamb´em para o tratamento de paci-entes ´e exemplificado pela Figura 4 que destaca em vermelho a carbamazepina encontrado na form´ula do medicamento Carbamazepina disponibilizado pela Uni˜ao Qu´ımica Farmacˆeutica Nacional S/A, que possui interac¸˜oes medicamentosas com o medicamento Yomax da Apsen Farmacˆeutica S/A. Pela Figura 4 conclui-se que o uso destes medicamentos concomitantemente n˜ao ´e indicado, visto as informac¸˜oes da bula do medicamento Yomax.

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2.1.4 Reac¸˜oes adversas

Em concordˆancia `a Sec¸˜ao III, Artigo 4o, Inciso XXXI presente na Resoluc¸˜ao-RDC No 47 da ANVISA, o t´opico reac¸˜oes adversas ´e destinado a informar sobre respostas a um medicamento que seja prejudicial ou n˜ao-intencional e que ocorra nas doses normalmente utili-zadas (ANVISA, 2009).

Com a finalidade de exemplificar o t´opico reac¸˜oes adversas, a Figura 5 destaca em vermelho o f´armaco fenobarbital encontrado no t´opico composic¸˜ao do medicamento Gardenal disponibilizado pela Sanofi-aventis Farmacˆeutica Ltda., por´em este f´armaco foi encontrado no t´opico de reac¸˜oes adversas do medicamento Dacarbazina do Laborat´orio Qu´ımico Farmacˆeutico B´ergamo Ltda.

Figura 5 – O f´armaco fenobarbital encontrado na composic¸˜ao do medicamento Gar-denal tem reac¸˜ao adversa com o medicamento Dacarbazina.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

Desse modo, identifica-se pela Figura 5 que o uso de fenobarbital em quem faz uso de dacarbazina, ajuda a diminuir os sintomas de vˆomito.

2.2 INTEGRAC¸ ˜AO ENTRE BASES

O Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA n˜ao disponibiliza a organizac¸˜ao dos f´armacos, nem das doenc¸as que as bulas informam de uma maneira que facilite a pesquisa pelos profissionais da ´area de sa´ude. Dessa forma, h´a a necessidade da pesquisa por outras fontes de dados que

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fornec¸am termos referentes aos f´armacos e tamb´em `as doenc¸as que s˜ao encontrados nas bulas m´edicas. O estudo das bases internacionais utilizadas para integrac¸˜ao do Bul´ario Eletrˆonico est´a presente na Sec¸˜ao 3.7.

H´a diversas dificuldades vinculadas para integrac¸˜ao de outras bases com as bulas do Bul´ario Eletrˆonico, como:

• organizac¸˜ao do texto da bula n˜ao possui uma padronizac¸˜ao das informac¸˜oes disponibi-lizadas. Algumas empresas farmacˆeuticas redigem o texto do seu medicamento de uma maneira diferente do que ´e exigido pelas normas vigentes da ANVISA;

• dificuldades existentes nos arquivos das bulas em PDF geradas por meio dos erros or-togr´aficos, n˜ao adequac¸˜ao ao novo acordo ortogr´afico da L´ıngua Portuguesa, entre outros;

• irrelevˆancia de termos Ontol´ogicos presentes no conte´udo da bula. O texto ´e composto por diversas palavras, por´em h´a muitas que est˜ao no conte´udo do texto para dar sentido ao leitor e n˜ao referenciam termos de doenc¸as, f´armacos ou medicamentos;

• classificac¸˜ao entre os termos de doenc¸as. Identificar desde o termo mais gen´erico at´e o mais espec´ıfico.

Estas dificuldades listadas ser˜ao exemplificadas nas subsec¸˜oes seguintes.

2.2.1 Organizac¸˜ao do texto

As bulas possuem informac¸˜oes completas sobre os medicamentos fabricados pelas em-presas farmacˆeuticas, por´em o texto disponibilizado consta num ´unico arquivo PDF respectivo a cada medicamento. Os dados presentes nestes arquivos n˜ao est˜ao normalizados, desse modo, h´a na bula v´arios t´opicos que dizem respeito a cada assunto espec´ıfico dos medicamentos.

A Figura 6 apresenta a divis˜ao de alguns t´opicos encontrados no arquivo PDF da bula profissional do medicamento Cataflam, que ´e disponibilizado pela empresa farmacˆeutica No-vartis Biociˆencias Ltda. Pela figura, cujo medicamento foi encontrado no Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA, os seguintes t´opicos foram identificados e destacados em vermelho: (i) Apresentac¸˜ao, (ii) Composic¸˜ao, e (iii) Indicac¸˜oes, que informam respectivamente sobre o nome do medica-mento e sua forma farmacˆeutica, sobre quais princ´ıpios ativo e excipientes est˜ao presentes no medicamento, e sobre para qual tratamento o medicamento ´e indicado.

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Figura 6 – Alguns t´opicos encontrados na bula do medicamento Cataflam. Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

2.2.2 Dificuldades com a fonte de informac¸˜ao

A redac¸˜ao e publicac¸˜ao das bulas pelas empresas farmacˆeuticas devem seguir as leis e resoluc¸˜oes criadas pelo governo e pela ANVISA. Estas empresas n˜ao disponibilizam um docu-mento estruturado e uniforme de suas bulas, dado a quantidade de problemas encontrados com o processamento desta fonte de informac¸˜ao, como: falta de padronizac¸˜ao na nomenclatura dos t´opicos, erros ortogr´aficos, pluralizac¸˜ao dos t´opicos, novo acordo ortogr´afico da L´ıngua Portu-guesa e disponibilizac¸˜ao da imagem f´ısica da bula, ao inv´es da digitalizac¸˜ao do documento.

Um exemplo sobre a falta de padronizac¸˜ao entre os t´opicos das bulas ´e apresentada na Figura 7 e destacada em vermelho. A Figura 7 mostra as diferentes formas de escrita referentes ao t´opico de superdosagem encontrada nos medicamentos Betnovate N da GlaxoSmithKline Brasil Ltda., Brilinta da Astrazeneca do Brasil Ltda. e Ozonyl do Laborat´orio Gross S/A. Na bula Betnovate N, o t´opico ´e escrito de maneira enumerada com o t´ıtulo superdose, j´a o me-dicamento Brilinta possui tamb´em uma enumerac¸˜ao de t´opico, por´em o t´ıtulo ´e escrito como superdose, e por fim, em Ozonyl n˜ao ´e encontrada nenhuma enumerac¸˜ao e o t´ıtulo descreve o significado da palavras superdosagem de maneira interrogativa. Na Figura 7, tamb´em pode ser verificada a diferenc¸a na forma de escrita, atrelada `a fonte utilizada e no tamanho da letra, como tamb´em pelo espac¸amento utilizado na redac¸˜ao de cada bula.

Outro problema encontrado ´e descrito por incoerˆencias na escrita das bulas do Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA, conforme visualiza-se pela Figura 8. A Figura 8 mostra um erro

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or-Figura 7 – Variac¸˜oes de t´ıtulos encontrados para o t´opico superdose dos medicamentos Betnovate, Brilinta e Ozonyl.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

Figura 8 – Erro ortogr´afico encontrado no medicamento Setronax. Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

togr´afico destacado em vermelho no t´opico de identificac¸˜ao do medicamento Setronax elabo-rado pela Aspen Pharma Ind´ustria Farmacˆeutica Ltda., na qual a palavra medicamento cont´em erro em sua escrita.

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Figura 9 – T´opico do medicamento Ebastel escrito no plural, mas para o medicamento Norfloxacino foi encontrado no singular.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

farmacˆeuticas e apresentac¸˜ao dos medicamentos Ebastel da Eurofarma Laborat´orios S/A e o Norfloxacino da Uni˜ao Qu´ımica Farmacˆeutica Nacional S/A, em que respectivamente o t´opico ´e encontrado escrito no plural e para o outro medicamento est´a no singular.

Figura 10 – T´opico do medicamento Finagripe escrito conforme o novo acordo or-togr´afico da L´ıngua Portuguesa, diferente do t´opico encontrado no medicamento Gre-tivit que est´a escrito segundo o antigo acordo.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

Tamb´em h´a como problema a relac¸˜ao de algumas empresas utilizarem o novo acordo ortogr´afico da L´ıngua Portuguesa para redac¸˜ao das bulas, mas em contrapartida por outras em-presas ainda ´e aplicado o antigo acordo. Dessa forma, a Figura 10 destaca em vermelho o t´opico contraindicac¸˜ao do medicamento Finagripe da Medqu´ımica Ind´ustria Farmacˆeutica S/A,

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que est´a escrito conforme o novo acordo ortogr´afico, por´em no medicamento Gretivit disponi-bilizado pela Belfar Ltda. est´a em conformidade com as regras do antigo acordo.

Figura 11 – Imagem da bula f´ısica do medicamento Manitol adicionado ao arquivo PDF e n˜ao digitalizado.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

A Figura 11 apresenta a imagem da bula f´ısica do medicamento Manitol disponibi-lizado pela Beker Produtos F´armaco Hospitalares Ltda. encontrado no Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA. Pela Figura 11 verifica-se que apenas a imagem da bula f´ısica foi adicionada ao ar-quivo PDF, ao inv´es desta ser digitalizada, conforme est´a dispon´ıvel em outras bulas. Desse modo, visualiza-se a baixa qualidade para leitura das informac¸˜oes deste medicamento, com letras pequenas de dif´ıcil visualizac¸˜ao e a falta de alinhamento do texto, al´em de requerer a realizac¸˜ao de um processo de reconhecimento de caracteres a partir da imagem desta bula para identificac¸˜ao de todo o conte´udo do medicamento.

2.2.3 Irrelevˆancia de termos Ontol´ogicos

Figura 12 – Termos relacionados a f´armacos encontrados no t´opico composic¸˜ao da bula do medicamento Cataflam.

Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

Identificar os termos relevantes de cada t´opico da bula profissional do medicamento, como por exemplo, mapear os f´armacos encontrados no t´opico composic¸˜ao, e tamb´em encontrar termos referentes `as doenc¸as, bem como a classificac¸˜ao destas nesses t´opicos s˜ao tarefas que contribuem com a identificac¸˜ao de termos realmente importantes presentes no texto. H´a no texto das bulas muitas palavras, como: artigos, adjetivos, adv´erbios, conjunc¸˜oes, numerais,

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preposic¸˜oes, pronomes e verbos, que s˜ao importantes para dar contexto e entendimento para leitura do conte´udo das informac¸˜oes do medicamento, por´em para a identificac¸˜ao de termos relevantes n˜ao ´e importante que sejam utilizadas estas palavras. O mapeamento dos termos ´e tamb´em ´util para guiar as consultas aos bancos de dados (MEIJ et al., 2011), pois apresenta a normalizac¸˜ao de dados e assim auxilia na estrutura desenvolvida para a base de dados.

A importˆancia de conhecer os termos relevantes de cada t´opico ´e apresentado na Fi-gura 12 que exemplifica a identificac¸˜ao de f´armacos no t´opico composic¸˜ao do medicamento Cataflam, desenvolvido pela Novartis Biociˆencias Ltda. Nesta figura encontra-se o f´armaco di-clofenaco ´acido indicado como princ´ıpio ativo, e informac¸˜oes sobre seu f´armaco equivalente, que no caso ´e o diclofenaco pot´assico. Tamb´em s˜ao encontradas informac¸˜oes sobre os excipien-tes, que s˜ao componentes sem ac¸˜ao farmacol´ogica, e que s˜ao utilizadas como ve´ıculo para ac¸˜ao do princ´ıpio ativo, sendo estes: celulose microcristalina, amidoglicolato de s´odio, laurilsulfato de s´odio, di´oxido de sil´ıcio, ´acido este´arico e talco.

2.2.4 Classificac¸˜ao entre os termos de doenc¸as

Figura 13 – Termo doenc¸a card´ıaca encontrado no medicamento Afrin que repre-senta um conjunto de doenc¸as relacionadas, diferente do medicamento Cefaliv que apresenta o termo infarto do mioc´ardio relacionado a uma doenc¸a mais espec´ıfica. Fonte: Adaptado de (ANVISA, 2013).

O vocabul´ario da ´area de sa´ude ´e vasto, sendo composto por v´arios termos m´edicos e pela comunicac¸˜ao dos consumidores em geral (ZENG-TREITLER et al., 2008). H´a nes-tes termos m´edicos a especializac¸˜ao de vocabul´arios relacionados as doenc¸as que, por vezes,

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especificam um grupo de doenc¸as relacionadas. Ou seja, quando um termo est´a associado a doenc¸a do sistema respirat´orio entende-se que este engloba outras doenc¸as como: pneumonia, bronquite, asma entre outros.

´

E identificado que, como por exemplo, se em uma determinada bula conter no t´opico de contraindicac¸˜ao problemas relacionadas `as doenc¸as card´ıacas, um certo paciente que tenha in-farto do mioc´ardio n˜ao poder´a ter este medicamento prescrito em seu hist´orico cl´ınico. Tamb´em h´a de se identificar nas bulas caso um determinado f´armaco possa potencializar a ac¸˜ao de outro ou minimizar sua efic´acia (BIGUETTI; ANDRADE, 2014).

Dessa maneira, a Figura 13 destaca em vermelho os diferentes termos relacionados `as doenc¸as que foram encontrados no medicamento Afrin da Hypermarcas S/A e Cefaliv da Ach´e Laborat´orios Farmacˆeuticos S/A. Pela Figura 13 visualiza-se que o medicamento Afrin ´e contraindicado para uso por pacientes com doenc¸as card´ıacas, este termo tem relac¸˜ao com um conjunto de doenc¸as espec´ıficas que ´e o caso do termo infarto do mioc´ardio, encontrado no medicamento Cefaliv. Entende-se assim que no caso de um paciente com infarto do mioc´ardio o uso do medicamento Afrin ´e contraindicado, pois este termo faz parte do conjunto de doenc¸as card´ıacas.

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3 REFERENCIAL TE ´ORICO

Este cap´ıtulo apresenta alguns conceitos utilizados para a execuc¸˜ao deste trabalho. Todas as sec¸˜oes est˜ao organizadas em:

• na Sec¸˜ao 3.1 s˜ao apresentados os trabalhos relacionados com o projeto desenvolvido;

• na Sec¸˜ao 3.2 s˜ao apresentados os conceitos de farm´acia para facilitar o entendimento do Bul´ario Eletrˆonico e do conte´udo das bulas profissionais;

• as Sec¸˜oes 3.3 e 3.4 apresentam o estudo sobre os ´org˜aos reguladores de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e do Brasil (ANVISA). Ser˜ao apresentadas as responsabilidades desses e alguns programas disponibilizados por cada organizac¸˜ao;

• na Sec¸˜ao 3.5 s˜ao apresentadas as t´ecnicas de minerac¸˜ao de textos para o processamento das bulas profissionais da ANVISA;

• na Sec¸˜ao 3.6 s˜ao apresentadas referˆencias sobre a aplicac¸˜ao de banco de dados baseado em grafos e as caracter´ısticas da tecnologia Neo4j;

• a Sec¸˜ao 3.7 detalhamento sobre variados bancos de dados da biomedicina, a fim de inte-grar estas bases com as informac¸˜oes processadas das bulas profissionais.

3.1 TRABALHOS RELACIONADOS

O estudo sobre os medicamentos e suas interac¸˜oes ´e relevante, visto que o medica-mento pode ter tanto o efeito desej´avel (ben´efico), quanto respostas desfavor´aveis ou inde-sejados (efeitos adversos), ou apresentar um pequeno significado cl´ınico para o quadro dos pacientes (SECOLI, 2001). A importˆancia do tema interac¸˜oes entre medicamentos para o de-senvolvimento do trabalho ´e justificado por trabalhos (SEHN et al., 2003; MOURA; RIBEIRO; STARLING, 2007; J ´UNIOR et al., 2009; BUENO et al., 2010) que apresentam os problemas relacionados com a sa´ude e tamb´em medidas para reduc¸˜ao destes problemas.

Assim, h´a dois trabalhos publicados no comec¸o do ano de 2015 (WALLACE; PA-AUW, 2015; SUN, 2015), que demonstram o interesse e importˆancia em relac¸˜ao ao estudo de redes de interac¸˜oes entre medicamentos. O primeiro apresenta o problema da utilizac¸˜ao de v´arios medicamentos em idosos e aponta a importˆancia das redes de interac¸˜oes entre drogas e doenc¸as. Este trabalho demonstrou que a quantidade de efeitos adversos aumenta de forma n˜ao

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linear `a medida que novos medicamentos s˜ao adicionados no tratamento (WALLACE; PAAUW, 2015). O segundo descreve uma metodologia para a construc¸˜ao de uma rede de interac¸˜oes com m´ultiplos n´ıveis incluindo f´armacos, doenc¸as e genes (SUN, 2015), e mostrou algumas propriedades, como genes relacionados a doenc¸as e a resposta dos medicamentos a determina-dos genes, na qual a compreens˜ao de conceitos da ´area de redes complexas representada por f´armacos-doenc¸as-genes influencia na aplicac¸˜ao farmacˆeutica e no tratamento de doenc¸as.

Existem tamb´em alguns trabalhos que fundamentam o uso de t´ecnicas para minerac¸˜ao de dados em aplicac¸˜oes voltadas para ´area de sa´ude, como a abordagem de (YOON et al., 2012), em que os autores propuseram um roteiro quantitativo para detecc¸˜ao de reac¸˜oes adver-sas a medicamentos por meio de registros eletrˆonicos de sa´ude dos pacientes. J´a no trabalho de (LIU et al., 2012), ´e utilizado um algoritmo de minerac¸˜ao de dados para identificar regras de associac¸˜oes entre os medicamentos encontrados em conjunto de registros m´edicos eletrˆonicos. Definidas estas associac¸˜oes s˜ao aplicadas metodologias computacionais para interac¸˜oes en-tre as regras, sendo poss´ıvel descobrir falhas na administrac¸˜ao concomitante de determinados f´armacos. Uma soluc¸˜ao pr´oxima a apresentada em (LIU et al., 2012) ´e encontrada no trabalho de (RHO et al., 2013), em que os autores prop˜oem t´ecnicas de minerac¸˜ao em banco de dados de contraindicac¸˜oes m´edicas para apresentar regras de associac¸˜oes entre os medicamentos.

Seguindo estas abordagens destacam-se os artigos do PharmGKB1, ambiente web que disponibiliza v´arios recursos sobre o impacto de variac¸˜oes gen´eticas humanas em resposta aos f´armacos para conhecimento de cl´ınicos e pesquisadores. Entre as publicac¸˜oes apresentadas pela p´agina, detalha-se o trabalho de (COULET et al., 2010), que utiliza Processamento de Lin-guagem Natural (PLN) para extrair dom´ınios espec´ıficos das publicac¸˜oes de uma base de dados relacionada ao tema Farmacogenˆomica. O tema Farmacogenˆomica ´e o estudo da disposic¸˜ao e efeitos dos f´armacos em que fornece uma base cient´ıfica mais s´olida para otimizar a terapia des-ses com base na constituic¸˜ao gen´etica de cada paciente (EVANS; RELLING, 1999), utilizando regras definidas `a m˜ao e ontologias de dom´ınios espec´ıficos para melhorar o desempenho do PLN.

Neste contexto, h´a o trabalho de (DAVIS et al., 2009) que apresenta uma base gratuita e curada de nome Comparative Toxicogenomics Database2(CTD), que fornece a compreens˜ao de efeitos qu´ımicos na sa´ude humana, mediante interac¸˜oes qu´ımicas de genes e os relaciona-mentos `as doenc¸as com base na literatura, todo o conhecimento gerado nesta publicac¸˜ao forma uma rede qu´ımica-gene-doenc¸a. Dessa forma, relaciona-se a FDA3, que ´e um ´org˜ao governa-mental dos Estados Unidos da Am´erica respons´avel pelo controle de alimentos, medicamentos,

1htt ps: //www.pharmgkb.org/ 2htt p: //ctdbase.org/downloads/ 3htt p: //www. f da.gov/

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equipamentos m´edicos, entre outros. Este ´org˜ao oferece uma base de dados de reac¸˜oes adversas concebida por meio do FDA Adverse Event Reporting System (FAERS) (FAERS, 2015).

Por ser uma fonte de informac¸˜ao brasileira e pouco conhecida internacionalmente, ´e pouco prov´avel que estes projetos utilizem as bulas m´edicas dispon´ıveis no s´ıtio web da AN-VISA. Durante a escrita desta dissertac¸˜ao n˜ao foram encontrados trabalhos que abordassem t´ecnicas para identificar regras de associac¸˜oes entre medicamentos utilizando as reac¸˜oes ad-versas, advertˆencias e precauc¸˜oes, contraindicac¸˜oes e interac¸˜oes medicamentosas constantes no conte´udo destas bulas.

As bulas da ANVISA dispon´ıveis no Bul´ario Eletrˆonico apresentam informac¸˜oes rela-cionadas ao FDA, por´em n˜ao seguem igualmente a organizac¸˜ao de informac¸˜oes sobre f´armacos e doenc¸as entre medicamentos em forma de cruzamento de informac¸˜oes. A fim de organi-zar as informac¸˜oes disponibilizadas no Bul´ario Eletrˆonico, o foco deste projeto estrutura as informac¸˜oes dos medicamentos comercializados e permitidos pela ANVISA por meio de bases consolidadas (DrugBank e SNOMED-CT) e confi´aveis utilizadas pelas ferramentas pesquisa-das, juntamente com trabalhos estudados, e assim busca atender o trabalho dos profissionais de sa´ude brasileiros.

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Nome Interac¸˜oes medicamentosas por cruzamento de informac¸˜oes Detalhes de medicamentos Busca de doenc¸as Apresenta prec¸o Informac¸˜oes de medicamentos comercializados no Brasil Informac¸˜oes de reac¸˜oes adversas por cruzamento de informac¸˜oes Filtro por classes terapˆeuticas Filtro por princ´ıpio ativo Indica medicamento gen´erico na busca Multifarmas X X X X Drugs.com X X X X X WebMD X X X X CVS Pharmacy X X X X SIDER X Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA X X Wikibula X X iPhone Guia dos Rem´edios X X X X Netfarma X X X X Memed X X X X X BulasMed X X X X Bul´ario X X X X X MedicinaNET X X Tua Sa´ude X X X Minha Vida X X X Localdoc Bulas X X Alergia a Medicamentos X Interac¸˜oes Medicamentosas.com.br X X MedSUS X X

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No contexto comercial, existem v´arios aplicativos e ferramentas que auxiliam no tra-balho do profissional da ´area da sa´ude e tamb´em na vida dos pacientes. A Tabela 1 elenca algumas destas ferramentas relacionadas com a busca por medicamentos e poss´ıveis interac¸˜oes, juntamente com reac¸˜oes adversas, presentes no mercado. Por meio da Tabela 1 apresentam-se em n´ıvel internacional as seguintes ferramentas: (i) Drugs.com4; (ii) WebMD5; (iii) CVS Phar-macy6; e (iv) SIDER7, que permitem o usu´ario pesquisar medicamentos e verificar poss´ıveis interac¸˜oes medicamentosas, reac¸˜oes adversas e contraindicac¸˜oes, por´em elas n˜ao atendem ao p´ublico brasileiro pois n˜ao apresentam informac¸˜oes sobre os medicamentos em L´ıngua Portu-guesa.

J´a em ˆambito nacional exibem-se as ferramentas: (i) Multifarmas8; (ii) Wikibula9; (iii) Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA; (iv) Guia dos Rem´edios10; (v) Netfarma11; (vi) Memed12; (vii) BulasMed13; (viii) Bul´ario14; (ix) MedicinaNET15; (x) Tua Sa´ude16; (xi) Minha Vida17; (xii) Localdoc Bulas18; (xiii) Alergia a Medicamentos19; e (xiv) MedSUS20, na qual permitem que os usu´arios pesquisem pelos nomes dos medicamentos, por´em n˜ao apresentam interac¸˜oes medicamentosas, nem contraindicac¸˜oes ou reac¸˜oes adversas que esses possam ter com outros medicamentos ou doenc¸as relacionadas por meio de cruzamento de informac¸˜oes. A ferramenta Interac¸˜oes Medicamentosas.com.br21apresenta uma pesquisa de interac¸˜oes entre medicamentos com pouca usabilidade sobre a funcionalidade, al´em de que os resultados apresentados n˜ao mostram as informac¸˜oes retiradas do trecho do arquivo da bula para que os usu´arios visualizem com mais detalhes.

Dentre estas ferramentas destaca-se o Drugs.com que apresenta uma busca por medi-camentos e informa poss´ıveis reac¸˜oes adversas com outros medimedi-camentos, por´em uma desvan-tagem deste sistema ´e que n˜ao atende o p´ublico brasileiro, j´a que se trata de uma ferramenta em

4htt p: //drugs.com 5htt p: //www.webmd.com/interaction − checker 6htt ps: //www.cvs.com/drug/interaction − checker 7htt p: //sidee f f ects.embl.de 8htt p: //multi f armas.com.br 9htt p: //wikibula.com.br 10htt p: //med phone.com.br 11htt p: //net f arma.com.br 12htt p: //memed.com.br/home 13htt p: //www.bulas.med.br/ 14htt p: //bulario.net/ 15htt p: //www.medicinanet.com.br/ 16htt p: //www.tuasaude.com/c/bulas/ 17htt p: //www.minhavida.com.br/saude/bulas 18htt p: //localdoc.com.br/ 19htt p: //www.imabrasil.com.br/ 20htt p: //www.datasus.gov.br/ 21htt p: //interacoesmedicamentosas.com.br/

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ˆambito internacional e n˜ao contempla uma base de informac¸˜oes sobre medicamentos em L´ıngua Portuguesa. Nesse caso, quem pesquisasse neste website teria que traduzir o princ´ıpio ativo para inglˆes, pois os medicamentos usados em outros pa´ıses tem apenas o nome comercial diferente, mas o princ´ıpio ativo muitas vezes ´e o mesmo. Diferente do que apresenta o Drugs.com, o Bul´ario Eletrˆonico da ANVISA possui informac¸˜oes sobre os medicamentos utilizados no Pa´ıs, mas n˜ao realiza uma pesquisa t˜ao completa e especializada como a ferramenta do Drugs.com.

3.2 FARMACOVIGIL ˆANCIA

O termo Farmacovigilˆancia define o conjunto de atividades que possuem as seguintes finalidades: (i) identificac¸˜ao de reac¸˜oes adversas previamente desconhecidas; (ii) encontro de riscos entre estas reac¸˜oes; (iii) administrac¸˜ao de medidas reguladoras `a respeito das reac¸˜oes adversas; e (vi) informac¸˜ao aos profissionais de sa´ude e ao p´ublico sobre estas quest˜oes (LA-PORTE; BAKSAAS; LUNDE, 1993).

Conhecer todas as reac¸˜oes adversas de um determinado medicamento ´e uma tarefa complexa, visto a quantidade variada de circunstˆancias que podem ocasion´a-las, tanto pela alterac¸˜ao de substˆancias, quanto por um determinado caso isolado de um hist´orico de paci-ente. Entretanto, registr´a-las em forma de ocorrˆencia por meio de um sistema de coleta de dados, que resulte na organizac¸˜ao, avaliac¸˜ao e posterior divulgac¸˜ao das informac¸˜oes adquiridas ´e de extrema relevˆancia para ´area de sa´ude (CAPASSO et al., 2000).

No Brasil, foi criado o Sistema Nacional de Notificac¸˜oes para a Vigilˆancia Sanit´aria (NOTIVISA), que tem a finalidade de receber informac¸˜oes sobre reac¸˜oes adversas, cuja estru-tura representa um banco de dados constitu´ıdo por notificac¸˜oes de eventos adversos descritos por profissionais de sa´ude ou de usu´arios cadastrados, por meio de formul´arios de notificac¸˜ao dispon´ıveis no pr´oprio s´ıtio da ANVISA (NOTIVISA, 2014).

3.3 AG ˆENCIA NACIONAL DE VIGIL ˆANCIA SANIT ´ARIA (ANVISA)

A ANVISA ´e uma autarquia Federal sob regime especial criada pela Lei no 9.782, de 26 de janeiro 1999 (BRASIL, 1999), que atua como agˆencia reguladora que controla efeitos adversos de medicamentos no Brasil (ANVISA, 2015). Ela est´a vinculada ao Minist´erio da Sa´ude e integra o Sistema ´Unico de Sa´ude (SUS), e tem seu campo de atuac¸˜ao voltado a todos os setores relacionados a produtos e servic¸os que possam afetar a sa´ude da populac¸˜ao brasi-leira (ANVISA, 2015). A agˆencia ´e respons´avel por realizar parcerias com outras instituic¸˜oes a fim de melhorar processos e ferramentas ligadas `a sa´ude da populac¸˜ao brasileira. Uma destas

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