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IRRIGAÇÃO E DRENAGEM Ensino Médio Integrado 2º ano 5

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IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

Ensino Médio Integrado – 2º ano

5

Ano letivo 2021

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4 – CONCEITOS ECOLÓGICOS APLICADOS AOS RECURSOS HÍDRICOS

A compreensão da vida, desde uma simples célula até um complexo ecossistema, se constituirá num universo analítico para o entendimento da dinâmica ambiental sob a ótica da preservação dos recursos naturais com ênfase nos recursos hídricos destinados à irrigação.

A natureza das ocorrências físicas, químicas e biológicas existentes aquém de uma célula e além da biosfera fica à parte do que se pretende considerar na Fig. 1. Nesse caso, a questão fundamental é a disponibilidade de água com qualidade e em quantidade, tendo em vista o seu suprimento no mundo, no sentido de favorecer a estabilidade ecológica requerida para o desenvolvimento sustentável dos ecossistemas hidroagrícolas.

Com a visão oferecida pela posição de um ecossistema na escala de complexidade da natureza em sua organização, torna-se possível entender as ocorrências interativas de fatores ecológicos nos segmentos ambientais para fins de planejamento e definição de formas alternativas de manejo de solo, água e culturas, e das formas de incorporação e aproveitamento de recursos naturais.

A competitividade pelo uso dos recursos hídricos está caracterizada por três grandes demandas: uso urbano ou doméstico, uso industrial e uso agrícola.

Fig. 1. Aspecto conceitual dos seres vivos nos níveis de complexidade ambiental desde uma simples célula até a biosfera

dentro de um ecossistema.

Fonte: Rodrigues (2000), citado por Barreto & Luz (2003).

5 – NOÇÕES SOBRE IMPACTOS AMBIENTAIS NA IRRIGAÇÃO

O estudo do impacto ambiental, E I A, é bastante útil para o planejamento adequado das atividades antrópicas. De acordo com D’Ávila (2000) a resolução do Conama nº 001 de 23 de janeiro de 1986, o impacto ambiental é definido como sendo qualquer alteração das propriedades químicas, físicas e biológicas do meio causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos naturais.

Considerando os impactos impostos aos ecossistemas pelas variabilidades ambientais naturais, e pela ação antrópica (humana), deve-se estabelecer novas bases e preceitos para o planejamento e manejo dos agroecossistemas, em prol da estabilidade ecológica requerida para o desenvolvimento sustentável dos pólos hidroagrícolas (Rodrigues, 2000).

Barreto e Luz (2003) mencionam que a degradação dos mananciais devido às ações antrópicas só pode ser minimizada por meio de processos de educação das populações usuárias de água nos diferentes setores. Assim, pode-se implementar programas de uso racional de água com perspectiva de sustentabilidade dos recursos hídricos, evitando a sua escassez no mundo.

Entre as catástrofes que atingem e oprimem os ecossistemas, a escassez ou a falta de água potável é a que mais penaliza as populações humanas. A fauna e a flora das regiões áridas e semi-áridas sofrem com os deficits hídricos, com a distribuição pluvial irregular e com a baixa qualidade dos mananciais em decorrência da poluição nos diferentes níveis de contaminação (Barreto e Luz, 2003).

A poluição de lagos e rios tem contribuído consideravelmente para a escassez de água potável de fácil acesso para as populações em diversas áreas do mundo, aumentando a competitividade por

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esse recurso natural, que apesar de ser renovável no contexto do ciclo hidrológico, é espacial e temporariamente escasso.

As providências úteis para evitar a catástrofe da falta de água requerem ações consecutivas na seguinte ordem: diagnóstico ambiental, tomada de dados para pesquisa, análise e interpretação de dados, resultados gerados e, por fim, tomada de decisão (Barreto E Luz, 2003). O mo- nitoramento dos ecossistemas deve ser seguido de forma sistemática até que novos paradigmas apontem outro desafio.

Ainda, de acordo com Barreto e Luz (2003), no memorial das civilizações, a tomada de decisão sempre se constituiu na condição “sine qua non” e no fator decisivo para a resolução de problemas coletivos. Esta regra deve ser válida para as gerações do terceiro milênio que estão nas margens dos rios secos e no entorno dos mananciais em processo de extinção.

Tem que se entender, também, que das muitas tentativas humanas de se criar um método pedagógico perfeito na busca de soluções holísticas, o resultado tem sido uma frustração nas empreitadas da história dos povos e nações. No entanto, não há como recuar nos empreendimentos voltados para a preservação dos recursos hídricos pois, do contrário, ocorrerá a devastadora calamidade da sede em várias partes do mundo.

Apesar de tanta água na Terra, pode-se constatar que a soma da enorme massa de água contida nos grandes, médios e pequenos corpos hídricos, se transforma em miragem quando diferenciados e quantificados na forma reduzida de seus volumes existentes com base de cálculo global representado por 10.000 litros como o todo.

Ter-se-ia, então, como resultado os valores da Tabela 1, que contém em representação reduzida, os volumes de água no Globo Terrestre, a sua distribuição e seus porcentuais.

De acordo com Água tratada saúde preventiva (2003), o Brasil dispõe de 11% da água doce do mundo. Desse total, 70% se encontram na Região Amazônica e apenas 30% estão distribuídos nas demais regiões do país.

Tabela 1. Representação reduzida dos volumes e distribuição de água no Globo Terrestre Fonte: ÁGUA tratada saúde preventiva (2003), citado por Barreto & Luz (2003).

5.1- Aspectos físicos e conceitos de qualidade da água

Na natureza a água é representada fisicamente pela fórmula molecular individual H2O e sua molécula tem um raio que mede 1,38 Aº (Fig. 2) Os átomos de hidrogênio (H), são ligados estruturalmente aos de oxigênio (O), por ligações covalentes, formando um ângulo de 104º 40’. Em razão desse arranjo (Fig. 2a) resulta uma molécula assimétrica, com elétrons compartilhados em posição mais próxima do oxigênio que do hidrogênio devido à diferença de eletropositividade desses elementos, ou uma molécula eletricamente dipolar. Assim, a molécula de água atua como um dipolo elétrico com uma extremidade negativa, o oxigênio, e outra positiva, o hidrogênio. Nos estados líquido e sólido, as moléculas de água são unidas em uma série de ligações de hidrogênio denominadas de pontes de hidrogênio, formadas por interações eletrostáticas entre um átomo de hidrogênio e um de oxigênio (Fig. 2b). No estado sólido, como resultado dessas interações, as moléculas se agrupam numa estrutura bem ordenada. Sob coordenação tetraédrica (Fig. 2c).

Distribuição Volume Percentual

Água Salgada 9.747 litros 97,47%

Pólos e geleiras 174 litros 1,74%

Água subterrânea 76 litros 0,76%

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Quando uma espécie eletricamente carregada (íon ou molécula) se acomoda na estrutura da água, ela é ligada ou coordenada pelas moléculas de água (Fig. 2d). Nesse caso, os íons metálicos na água formam íons complexos aquosos representados pela fórmula M(H2O)Xn+ (Mestrinho, 1999).

Fig. 2. Esquema do arranjo estrutural e das

características essenciais da água: a) posição dos átomos de hidrogênio e do oxigênio na molécula polar da água; b) pontes de hidrogênio entre moléculas de água; c) estrutura tetraédrica da água; d) rearranjo das moléculas de água em torno de uma espécie carregada. Fonte: Domenico e Schwartz (1990) citado por Mestrinho (1999).

A qualidade da água é um conceito relativo que estabelece o seu uso para certas finalidades, e é avaliada por meio de suas características fundamentais. As características físicas são: cor, turbidez, odor, sabor, sólidos, temperatura, condutividade elétrica, salinidade. As características químicas são: matéria orgânica, conteúdo iônico, concentração hidrogênio iônica – pH, potencial de oxi-redução – Eh, acidez e alcalinidade, nitrificantes (P e N), metais, composição orgânico sintéticos.

Batalha [s.n.t] afirma, que água potável não é mais sinônimo de água limpa e apropriada para o consumo humano, pois a tecnologia convencional de tratamento não é capaz de remover quantidades microscópicas de substâncias tóxicas, que podem causar diversas doenças crônicas se ingeridas por longo tempo.

O conceito de água pura (H2O), é extremamente limitado dentro do ciclo hidrológico, pois

somente no estágio de condensação ocorrem instantes de pureza. A água meteórica vem transportando aerossóis continentais presentes na atmosfera e por ser uma substância quimicamente ativa, e ao mesmo tempo solvente universal, agrega impurezas pelo contato. As águas subterrâneas, por exemplo, que se movem lentamente pela subsuperfície do solo (águas na zona vadosa ou freática) e as águas profundas, que estão em contato constante com as rochas, absorvem parte dos elementos presentes na sua composição.

De acordo com Linhares (1999b), um dos principais motivos da avaliação das características da água é verificar se a mesma ultrapassa os padrões especificados para o uso a que se destina. Os padrões legais estabelecidos, sejam físicos, químicos ou biológicos, classificam a água por seu conteúdo mineral, grau de contaminação e o equilíbrio bioquímico para a manutenção da vida aquática.

Poluição e contaminação são definidas e diferenciadas por Linhares (1999a) da seguinte maneira, no contexto ambiental dos recursos hídricos:

Poluição – Conjunto de ações e interferências diretas e indiretas (natural o artificial) sobre a qualidade da água de um manancial. É caracterizada por produzir efeitos ecológicos que acarretam transformações no meio ambiente de forma a torna-lo impróprio ao desenvolvimento normal das produções aquáticas.

Águas poluídas apresentam uma alteração qualquer na sua qualidade, no entanto, os teores não atingem os valores máximos definidos pelos padrões adotados. Assim, chama-se de poluente qualquer substância presente numa concentração maior que a natural, resultante da atividade humana e que causa efeito nocivo ao ambiente.

As fontes mais comuns de poluição são as pontuais (descargas de efluentes industriais e esgotos urbanos) e as dispersas (transporte de contaminantes pelas águas pluviais que escoam pela superfície do solo).

Os poluentes podem ser classificados, de acordo com Linhares (1999a), em biodegradáveis e conservativos.

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Biodegradáveis – Aqueles de natureza orgânica, passíveis de serem

decompostos pela ação de bactérias aeróbicas ou anaeróbicas.

Conservativos – Aqueles que não se degradam no meio ambiente, possuindo,

portanto, caráter acumulativo, mantendo efeitos indesejáveis (toxidade) com decorrer do tempo.

Contaminação – Transmissão de elementos, compostos ou microrganismos que possam

prejudicar a saúde do homem ou dos animais e veiculados pela água.

As águas contaminadas apresentam teores das substâncias introduzidas acima dos valores máximos permitidos pelos padrões de qualidade para o consumo humano, industrial e agrícola. O diagnóstico ambiental, de acordo com Rodrigues et al (1999) qualifica os potenciais de poluição das águas de uso múltiplo para ordená-las com base em coeficiente de carga poluidora potencial. Assim o diagnóstico subsidiará ações relacionadas à seleção de áreas vulneráveis e de riscos potenciais aos impactos ambientais negativos na qualidade das águas superficiais e subterrâneas, e consequentemente, na escolha de áreas a serem monitoradas.

Linhares (1998) define que monitoramento ambiental á parte do sistema de gestão ambiental que visa acompanhar, por meio de observações, medições ou avaliações, os impactos ambientais de uma atividade, de forma contínua e sistemática. A avaliação de parâmetros, físicos, químicos, microbiológicos ou biológicos, medem as características dos atributos ambientais.

Referências

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