A Indicação de UTI como
Prática de Distanásia
EDERLON REZENDE IAMSPE – HSPE SP
Países % Leitos UTI Adultos /Leitos hospitalares UTI/100.000 habitantes Numero de leitos de Canada 3,4 13,5 USA 9,0 20,0 Bélgica 4,4 21,9 Franca 2,5 9,3 Alemanha 4,1 24,6 Holanda 2,8 8,4 Espanha 2,5 8,2 Reino Unido 1,2 3,5 Brasil 5,0 16,5
Crit Care Med 2008; 36(10): 2787–2789. Lancet 2010; 376(9749): 1339–1346
Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) 2013
3.0 19.9 3.5 17.4 1.7 8.1 3.6 45.8 2.9 35.4 2.0 27.6 5.2 26.7 3.0 27.2 3.7 33.8 4.4 25.3 5.5 37.7 6.4 22.9 8.5 32.0 5.6 18.4 7.7 32.4 3.7 27.8 9.8 16.8 12.3 18.9 21.6 7.5 7.8 47.9 5.5 25.9 12.4 60.8 7.5 15.2 6,.5 37.7 10.0 21.8 17.7 6.8 10.6 24.7
leitos SUS/100.000 habitantes
leitos saúde suplementar/100.000 habitantes
Fontes: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) 2013
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O verdadeiro mapa do acesso a leitos de UTI
Sistema Único de Saúde
7,6 leitos de UTI para cada 100.000 habitantes Centro Oeste 7,4 Nordeste 5,0 Norte 3,2 Sul 9,4 Sudeste 10,4 Saúde Suplementar
25,5 leitos de UTI para cada 100.000 habitantes Centro Oeste 38,5 Nordeste 28,4 Norte 28,8 Sul 22,2 Sudeste 24,2 Fontes: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) 2013
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Brasil saúde suplementar
= 25,5
Brasil SUS = 7,6
Rhodes et al Int Care Med 2012
Faltam leitos de UTI?
Síndrome da UTI 100%
No GRITO!
Fila de espera
Regulação
•Prioridade 1 - Pacientes
criticamente doentes, instáveis,
mas com chance significativa de recuperação, necessitando de
monitorização e tratamento
intensivos, os quais não podem ser realizados fora da UTI.
Consensus Statement of the Triage of Critically Ill Patients. Society of Critical Care Medicine Ethics Committee. JAMA 1994;271:1200-1203
•Prioridade 2 - Estes pacientes necessitam de monitorização intensiva e têm o potencial significativo de necessitar de
tratamento intensivo ou de uma
intervenção de emergência e sem limites de investimentos
Consensus Statement of the Triage of Critically Ill Patients. Society of Critical Care Medicine Ethics Committee. JAMA 1994;271:1200-1203
• Prioridade 3 - Pacientes instáveis mas com baixa probabilidade de
recuperação por causa da gravidade da doença aguda ou da doença
subjacente. Podem receber tratamento intensivo para aliviar quadro agudo, porém com limitações, como não intubar ou não ressuscitar
•Prioridade 4 - Pacientes com pouco
ou nenhum benefício antecipado com internamento na UTI
(“pacientes muito bem para ter
benefício”); ou pacientes com estado terminal e morte iminente (“pacientes muito mal para ter benefício”).
Critérios para admissão na UTI
Consensus Statement of the Triage of Critically Ill Patients. Society of Critical Care Medicine Ethics Committee. JAMA 1994;271:1200-1203
•Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender
procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e
incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
§ 1º O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades
terapêuticas adequadas para cada situação.
§ 2º A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário.
§ 3º É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica.
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.805/2006
Capítulo 1 Princípios Fundamentais
XXII - Nas situações clínicas
irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de
procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua
atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
Novo código de ética médica 2010
Óbitos ano 2009 - 1.103.088 743.777 - no hospital 67% 229.305 - em casa 20% 32.168 - outros estabelecimentos 2.9% 58.503 – via pública 5.3% http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10uf.def
0% 20% 40% 60% 80% 100% Outros Outras UTIs UTC UTS UTI
Distribuição Percentual Óbitos Hospital dez/11 até ago/12
Decisões de Final de Vida na UTI De ci sõ e s d e Fi nal d e Vi d a na UTI Distanásia
Prolongamento artificial do processo de morte e o sofrimento da pessoa
Ortotanásia Morte correta, pelo seu processo natural. Assim, ao invés de se prolongar artificialmente o processo de morte, deixa-se que este se desenvolva
naturalmente
Eutanásia Ato com o propósito de acelerar a morte de um ser humano para pôr fim ao seu sofrimento
O Caso da UTI do
Hospital
Evangélico em Curitiba
Decisões de Final de Vida na UTI Li m ita ç õe s d e S uport e na UTI Não Reanimar Morte Encefálica Não Introduzir ou Retirar Suporte
Withdrawal of Mechanical Ventilation in
Anticipation of Death in the Intensive Care Unit Deborah Cook, M.D., Graeme Rocker, D.M., John Marshall, M.D.,Peter Sjokvist, M.D., Peter Dodek, M.D., Lauren Griffith, M.Sc., Andreas Freitag, M.D., Joseph Varon, M.D., Christine Bradley, M.D., Mitchell Levy, M.D., Simon
Finfer, M.D.,Cindy Hamielec, M.D., Joseph McMullin, M.D., Bruce Weaver, B.Sc., Stephen Walter, Ph.D., and Gordon Guyatt, M.D., for the Level of Care
Study Investigators and the Canadian Critical Care Trials Group
Withdrawal of Mechanical Ventilation in
Anticipation of Death in the Intensive Care Unit
End-of-Life Practices in European ICU’s – Ethicus Study
Caso Clínico :
Mulher, 55 anos, admitida na UTI após PCR por ICo.
Lesão pós-anoxica grave após 24h ( Glasgow 4, potenciais
evocados ausentes)
Consenso da equipe – melhor prognóstico seria estado vegetativo persistente
Não há familiares ou “advance directive”
Yaguchi et al, Arch Intern Med 2005
Imagine que a paciente desenvolva um choque séptico decorrente de uma pneumonia. Qual seria a conduta mais provavelmente adotada na sua instituição?
a) Administrar morfina e extubar
b) Administrar morfina e diminuir parâmetros do ventilador c) Manter VM e iniciar ATB, mas não DVA
d) Manter VM e iniciar ATB e DVA
Yaguchi et al, Arch Intern Med 2005
b) Aumentaria
sedação, diminuiria parâmetros
a) Extubaria
c) Com VM, sem
DVA, com ATB d) Fariam tudo
Dilemas éticos a serem enfrentados
Sistematização das Decisões de Final de Vida na UTI
Reunião com a família para estabelecer
plano terapêutico
Decisões após discussão e consenso
durante visita multiprofissional
Envolver e respeitar decisões do
paciente e familiares
Registro detalhado no prontuário do
paciente
Garantir o conforto do paciente e
• Sobreviventes da UTI apresentam aumento do risco de morbimortalidade e de ter
incapacidades.
• A sociedade esta preparada para pagar este alto custo?
• Nosso dinheiro esta sendo bem utilizado? • Os hospitais pressionam para provar que
estes gastos são justificáveis e resultam em bom uso de nosso dinheiro.
Recursos cada vez mais escassos...
Dinheiro para pagar as intervenções
Fatores Estruturais e Organizacionais Associados com Melhora da Performance da UTI
Ter um farmacêutico
participando do round diário na UTI.
Redução de investigações
que não mudam o manejo clínico.
Implementação de
protocolos e diretrizes (EBM).
Uso de alerta e lembretes
baseados em sistemas de computador.
J Eval Clin Pract 2002; 8(1): 1–8
Efetivo trabalho em equipe
multidisciplinar.
Maior volume de pacientes
admitidos na UTI.
Um modelo de unidade fechada.
Alta intensidade de cobertura por
médico especialista em UTI.
Presença de um diretor da UTI em
tempo integral.
Maior proporção
47,8
38,5 38,4
34,5
32,4
26,9
Quadrimestre I Quadrimestre II Quadrimestre III Quadrimestre IV Quadrimestre V Quadrimestre VI
9,2 9,6
7,3
6,6 6,3 6,2
Quadrimestre I Quadrimestre II Quadrimestre III Quadrimestre IV Quadrimestre V Quadrimestre VI
1,46
0,9 0,92
0,73
0,67
0,55
Quadrimestre I Quadrimestre II Quadrimestre III Quadrimestre IV Quadrimestre V Quadrimestre VI
Total mensal de saídas 108 106 129 113 118 125 107 148 172 146 140 143 130 194 262 271 247 275 268 290 268 233 303 292 2,9 2,9 3,5 3,1 3,2 3,4 2,9 4,0 4,6 3,9 3,8 3,9 3,5 4,1 4,4 4,6 4,2 4,7 4,5 4,9 4,5 3,9 5,1 4,9 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 0 50 100 150 200 250 300 350 HEGV Saídas/leito
Sumário
•Os leitos de UTI precisam ser utilizados de forma racional; •Políticas e critérios de admissão nas UTIS precisam ser
determinados;
•Apesar da importância das práticas de EOL, muitas questões relacionadas permanecem sem resposta; •Decisões no cuidado terminal são difíceis.
•Escolhas de EOL não devem ser tratadas puramente como uma questão ética.