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CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN:

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Academic year: 2021

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ROTULAGEM DE ALIMENTOS A BASE DE SOJA QUE CAUSAM ALERGIAS ALIMENTARES

Stephane Karen de Sousa Saboya, Bruna Alves Marçal, Jéfferson Malveira Cavalcante. NEPEGAN – Núcleo de Estudo e Pesquisa em Gastronomia e Nutrição

FAMETRO – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza jefferson.malveira@fametro.com.br Sessão Temática: Políticas Públicas e Direitos Sociais

RESUMO

A alergia a soja é uma das alergias alimentares mais comuns, especialmente entre os bebês e crianças. Aproximadamente 0,4% das crianças são alérgicas a soja. Trata-se de uma pesquisa descritiva em campo transversal de natureza quantitativa. Tornou-se amostra conveniente produtos que possuíam na sua lista de ingredientes, itens a base de soja. Para obtenção da amostra foi elaborado um Check list. Foram encontrados 57 produtos que continham ingredientes à base de soja. Dos rótulos avaliados de acordo com a descrição sobre alérgenos vigentes pela RDC 26/2015 foram verificados (49%) dos produtos com descrição adequada nos quais advertiam em suas embalagens continham derivados da soja ou traços de soja, (44%) não possuíam descrição e (7%) apresentavam descrição inadequada. A melhor maneira de se evitar possíveis consequências maleáveis a pessoas com alergia a soja é a identificação de fácil visualização e destacado.

Palavras-chave: Alergia Alimentar. Soja. Rotulagem Nutricional

INTRODUÇÃO

As doenças alérgicas em crianças e adultos jovens vêm predominando rapidamente nas últimas décadas, e as alergias alimentares (AA) é um exemplo desses aumentos (VON BERG; SEIDMAN & SINGER, 2003).

As alergias alimentares tornaram-se um grande problema de saúde no mundo todo nas últimas duas décadas e a causa estão relacionadas com os hábitos alimentares das pessoas (MARKLUND et al., 2006). Os riscos a saúde aumentam à

CONEXÃO FAMETRO:

ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE

XII SEMANA ACADÊMICA

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medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados e industrializados, com rótulos inadequados (TAYLOR, 2006).

As AA são bem mais comuns em crianças do que em adultos e tem uma consequência financeira e social maior em crianças menores e suas famílias (SEIDMAN & SINGER, 2003; TRONCONE et al., 2004). Por isso é necessário que haja mais estudos sobre a doença, exames para diagnóstico e uma classificação cuidadosa dos casos para uma descrição mais precisa para os pacientes (TRONCONE, 2004).

A AA pode ser definida como sendo uma resposta imunológica contrária aos alérgenos alimentares, e atinge de 6-8% das crianças jovens e 3-4% dos adultos (BOCK, 1987; SAMPSON, 2005; SICHERER & SAMPSON, 2006). Entretanto, a hipersensibilidade alimentar (geralmente usada como sinônimo de AA) pode ser definida como uma reação clínica adversa, aparecendo após a ingestão de alérgenos presentes na composição dos alimentos (BAEHLER & SEIDMAN, 2002; VON BERG et al., 2003; SICHERER & SAMPSON, 2006).

Existem diversos tipos de alérgenos alimentares, porém, os mais comuns e que são responsáveis por até 90% de todas as reações alérgicas são as proteínas do leite de vaca, ovo, trigo, soja e frutos do mar (AAAAI, 2007; LOPES et al., 2006).

A alergia isolada a soja ocorre com baixa frequência nos pequenos com até três anos de idade, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (Alergia a proteína do leite de vaca) podem apresentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão (YONAMINE et al., 2011).

A descrição da presença de soja de forma clara nos rótulos dos produtos alimentícios que utiliza soja nas suas formulações é de extrema importância, pois a rotulagem de alimentos é o principal meio de comunicação entre o produtor e o consumidor (BRASIL, 2002).

Muitas vezes, a informação não vem de forma tão clara no rótulo do alimento pelo uso de linguagem pouco acessível. Por esse motivo o consumidor deverá ler atentamente os rótulos para checar se há algum ingrediente alergênico. E, em seguida, entrar em contato com um dos canais de atendimento ao consumidor para denunciar o fabricante do produto caso tenha a presença de traços de alérgenos.

Objetiva-se nesse trabalho verificar se os rótulos dos alimentos base de soja estão de acordo com a RDC 26/2015, para que se possa conhecer a composição

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dos alimentos.

DESENVOLVIMENTO / PERCURSO METODOLÓGICO

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva em campo transversal de natureza quantitativa.

O estudo foi realizado em um determinado supermercado localizado na regional I, no município de Fortaleza – Ceará. A coleta de dados foi realizada no período do mês de setembro de 2016. A amostra utilizada foi obtida pelos produtos existentes no estabelecimento comercial. Tornou-se amostra conveniente produtos que possuíam na sua lista de ingredientes, itens a base de soja. Para obtenção da amostra foi elaborado um Check list, relacionado aos itens a serem analisados.

Para analise da rotulagem nutricional, foram utilizados parâmetros de acordo com a RDC 26/2015. Observando os seguintes itens: lista de ingredientes, presença de informação se foi verificado se as informações obrigatórias estavam dispostas ou não nas rotulagens de fácil visualização e destacado; data de fabricação após 03/07/2016.

Os dados dos produtos serão analisados por meio dos rótulos dos alimentos contém ingredientes á base de soja.

Os resultados foram tabulados em bancos de dados pelo sistema do Excel e analise dos dados realizados através de frequência absoluta e percentuais.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Foram encontrados 57 produtos que continham ingredientes à base de soja. Dos rótulos avaliados de acordo com a descrição sobre alérgenos vigentes pela RDC 26/2015 foram verificados (49%) dos produtos com descrição adequada nos quais advertiam em suas embalagens continham derivados da soja ou traços de soja, (44%) não possuíam descrição e (7%) apresentavam descrição inadequada. (FIGURA 1).

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Figura 1. Rotulagem de alimentos à base de soja.

De acordo com RDC 26/2015 os produtos devem ter os seguintes requisitos de declaração em seus rótulos: caixa alta, negrito, cor contrastante com fundo do rotulo e altura mínima 2 mm e nunca inferior à altura de letra utilizada a lista de ingredientes.

Dentre as inadequações observadas, foram encontrados produtos que mencionava contém traços de soja sem está em caixa alta somente no negrito também foi encontrado produtos com informação em caixa alta, porém sem estar em negrito, não seguindo os requisitos estabelecidos pela RDC 26/2015.

Em relação data de fabricação nos rótulos dos produtos alimentícios a base de soja (7%) dos itens apresentava sua data anterior ao dia 03/07/2016 podendo os seus rótulos não estar corretos após a nova resolução RDC 26/2015 ter sido publicada, pois a partir da data mencionada estes produtos precisam fazer alterações necessárias, caso precisem. Apenas (17%) já teriam sidos fabricados após da data que a resolução foi publicada, com isso os seus rótulos já teriam que apresentar as novas requisições contidas na nova resolução e (33%) dos produtos analisados não tinha data de fabricação descrita (FIGURA 2).

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Figura 2. Rotulagem de produtos alimentícios à base de soja.

De acordo com a descrição da presença de soja em produtos alimentícios, verificou que (11%) possuíam apenas traços de soja, mas importante ser descrito no rótulo, pois a alérgicos que são bem sensíveis até mesmo o traço pode desencadear uma reação alérgica (FIGURA 3).

Figura 3. Descrição da presença de soja em alimentos.

Foram encontrados alimentos com presença de derivados de soja em (70%) dos produtos, notam-se muitos dos derivados são relacionados à lecitina de soja presentes nos mesmo. Com relação a obtenção da própria soja (12%) dos itens

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continham esse ingrediente, o óleo de soja apareceu em 5% dos produtos e apenas (2%) apresentavam a proteína de soja hidrolisada em sua composição (FIGURA 3).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria dos rótulos analisados encontra-se com descrição adequada, porém observa-se ainda a número alto de produtos que se encontram com descrição inadequada ou até mesmo sem nenhuma informação obrigatória de alérgenos em seus rótulos. Há muitos produtos que consta presença de soja que deve ser devidamente informado ao consumidor, infelizmente só contém a presença da soja na lista de ingredientes. Importante que o consumidor alérgico a soja tenha facilidade em obter essa informação no produto que irá ser consumido pelo mesmo.

É notório da importância da rotulagem como um mecanismo de orientação no uso apropriado do alimento e na educação nutricional, pois é por esta ferramenta que o consumidor fica ciente dos ingredientes do produto que ele consome. A melhor maneira de se evitar possíveis consequências maleáveis a pessoas com alergia a soja é a identificação de fácil visualização e destacado, tornando-as aptas a ler o rótulo do produto alimentício garantindo uma melhoria de alimento seguro para a pessoa que for comprar o produto.

REFERÊNCIAS

AAAAI - AMERICAN ACADEMY OF ALLERGY, ASTHMA AND IMMUNOLOGY. Tips to remember: food allergy. Disponível em: <https://goo.gl/J6nlH0>. Acesso em: 1 out. 2007.

BAEHLER, P; SEIDMAN, E. G. Gastrointestinal manifestations of food-protein-induced hypersensitivity; eosinophilic gastroenteritis. In: Rudolph CD, Rudolph AM, Hostetter Mk, Lister GE, Siegel NJ, editors. Rudolph's pediatrics. 21st ed. New York: McGraw Hill, 2002.

BOCK, S. A. Prospective appraisal of complaints of adverse reactions to foods in children during the first 3 years of life. Pediatrics, v. 79, p. 683-688, 1987.

BRASIL, Resolução RDC n° 259, de 20 de setembro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico sobre rotulagem de alimentos embalados. Diário oficial [da] República Federal do Brasil: Brasília, DF, 23 set. 2002.

BRASIL, Resolução RDC n° 26, de 2 de julho de 2015. Dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias

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2015.

LOPES, C.; RAVASQUEIRA, A.; SILVA, I.; CAIADO, J.; DUARTE, F.; DIDENKO, I.; SALGADO, M.; SILVA, S. P.; FERRÃO, A.; PITÉ, H.; PATRÍCIO, L.; BORREGO, L. M. Revista Portuguesa de Imunoalergologia, v. 14, p. 355-364, 2006.

MARKLUND, B.; AHLSTEDT, S.; NORDSTROM, G. Health-related quality of life in food hypersensitive schoolchildren and their families: parents' perceptions. Health and Quality of Life Outcomes, v. 48, 2006.

SAMPSON, H. A. Food allergy – accurately identifying clinical reactivity. Allergy, v. 60,19-24, 2005.

SEIDMAN, E.; SINGER, S. Alergia alimentar e gastroenteropatia eosinofílica. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

SICHERER, S. H., SAMPSON, H. A. Food allergy. J Allergy Clin Immunol., v. 125, p. 116-125, 2010.

TAYLOR, S. L.; HEFLE, S. L. Food allergen labeling in the USA and Europe. Curr Opin Allergy Clin Immunol., v. 6, p. 186-190, 2006.

TRONCONE, R.; BHATNAGAR, S.; BUTZNER, D.; CAMERON, D.; HILL, I.; HOFFENBERG, E.; MAKI, M.; MENDEZ, V.; JIMENEZ, M. Z. Celiac disease and other immunologically mediated disorders of the gastrointestinal tract: working group report of the second World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr., v. 39, p. 601-610, 2004.

VON BERG, A.; KOLETZKO, S.; GRUBL, A.; FILIPIAK-PITTROFF, B.; WICHMANN, H. E.; BAUER, C. P.; BERDEL, D. The effect of hydrolyzed cow's milk formula for allergy prevention in the first year of life: the German Infant Nutritional Intervention Study, a randomized double-blind trial. J Allergy Clin Immunol., v. 111, p. 533-540, 2003.

YONAMINE, G. H.; CASTRO, A. P. B. M.; PASTORINO, A. C.; JACOB, C. M. A. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol., v. 34, p. 187-192, 2011.

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