Pensar as cidades como territórios inclusivos
Algumas ideias, ferramentas e exemplos
Liliana Sousa
1. Adoptar instrumentos
De análise demográfica: mapas sociais
De análise participada: cidades amigas
das pessoas idosas
2. Desenvolver projectos
P=LHNS
Observatório Permanente de Desenvolvimento Social
1. Mapa social (Aveiro): um exemplo de
Concelho Aveiro Secções Subsecções Freguesias 14 Freguesias 1991 - 77 Secções 2001 - 100 Secções 1991 – 598 Subsecções 2001 – 2 204 Subsecções Apresentação do Município de Aveiro
Objectivos:
• Cartografar as condições de vida da população • Identificar desigualdades sociais
Instrumento de conhecimento para INTERVENÇÃO SOCIAL
Objectivos do Mapa Social
Análise
Profissões socialmente mais valorizadas Habilitações académicas
Média etária da população Média da idade dos edifícios
Número médio de divisões Dimensão média da família
7 Indicadores desagregados ao nível da secção estatística
Análise de Clusters (K-Means)
QUALIDADE DE VIDA EM AVEIRO
77 Secções Estatísticas
7 Indicadores
Qualidade de Vida - 1991
3 Tipos de Classes Sociais:
Classe Média Alta(1.3%; n=1) Classe Média (53%; n=41)
Classe Média Baixa (45.4%; n=35)
Análise de Clusters:
Qualidade de vida - 1991
4 2 3 8 1 5 11 13 6 9 12 14 10 7 Qualidade Vida 1991 Classe Média Alta Classe Média
Classe Média Baixa Limites das Freguesias
N Cartografia - 1991
Qualidade de vida - 1991
1 – São Jacinto; 2 – Cacia; 3 – Esgueira; 4 – Vera Cruz; 5 – Glória; 6 – Santa Joana; 7 – São Bernardo; 8 – Eixo; 9 – Eirol; 10 – Aradas; 11 – Oliveirinha; 12 – Requeixo; 13 – Nossa Senhora de Fátima; 14 - Nariz
4 2 3 8 1 5 11 13 6 9 12 14 10 7 Qualidade Vida 1991 Classe Média Alta Classe Média
Classe Média Baixa Limites das Freguesias
N
Núcleo Urbano
Cartografia - 1991
Qualidade de vida - 1991
1 – São Jacinto; 2 – Cacia; 3 – Esgueira; 4 – Vera Cruz; 5 – Glória; 6 – Santa Joana; 7 – São Bernardo; 8 – Eixo; 9 – Eirol; 10 – Aradas; 11 – Oliveirinha; 12 – Requeixo; 13 – Nossa Senhora de Fátima; 14 - Nariz
4 2 3 8 1 5 11 13 6 9 12 14 10 7 Qualidade Vida 1991 Classe Média Alta Classe Média
Classe Média Baixa Limites das Freguesias
N
Freguesias Rurais
Cartografia - 1991
Qualidade de vida - 1991
1 – São Jacinto; 2 – Cacia; 3 – Esgueira; 4 – Vera Cruz; 5 – Glória; 6 – Santa Joana; 7 – São Bernardo; 8 – Eixo; 9 – Eirol; 10 – Aradas; 11 – Oliveirinha; 12 – Requeixo; 13 – Nossa Senhora de Fátima; 14 - Nariz
Cartografia - 2001 4 2 1 9 8 12 5 13 14 3 6 11 7 10 Qualidade Vida 2001 Classe Média Alta Classe Média
Limites da s Freguesias
N
Qualidade de vida 2001
1 – São Jacinto; 2 – Cacia; 3 – Esgueira; 4 – Vera Cruz; 5 – Glória; 6 – Santa Joana; 7 – São Bernardo; 8 – Eixo; 9 – Eirol; 10 – Aradas; 11 – Oliveirinha; 12 – Requeixo; 13 – Nossa Senhora de Fátima; 14 - Nariz
Cartografia - 2001 4 2 1 9 8 12 5 13 14 3 6 11 7 10 Qualidade Vida 2001 Classe Média Alta Classe Média Limites da s Freguesias N Núcleo Urbano Qualidade de vida - 2001
1 – São Jacinto; 2 – Cacia; 3 – Esgueira; 4 – Vera Cruz; 5 – Glória; 6 – Santa Joana; 7 – São Bernardo; 8 – Eixo; 9 – Eirol; 10 – Aradas; 11 – Oliveirinha; 12 – Requeixo; 13 – Nossa Senhora de Fátima; 14 - Nariz
Em 1991 existia só 1 secção de Classe Média Alta; Em 2001 deixa de existir a Classe Média Baixa;
Apesar de assumirem-se as mesmas designações, que
em 1991, os valores de 2001 denotam uma qualidade de vida superior ;
Classe Média e Classe Média Baixa em semelhante
proporção em 1991;
Classe Média e Classe Média Alta em semelhante
proporção em 2001; Alguns
2. Cidade amiga das
pessoas idosas:
exemplo de um
instrumento de análise participada
Iniciativa “Age-friendly cities”
Lançado em 2005, no âmbito das Políticas da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Com o objectivo principal de mobilizar as cidades
para se tornarem amigas das pessoas idosas,
dando-lhes voz activa na sua cidade.
Replicação da Iniciativa na Cidade de
Aveiro
Tópicos
– 1. Espaços exteriores e edifícios; – 2. Transportes;
– 3. Habitação;
– 4. Respeito e inclusão social; – 5. Participação social;
– 6. Comunicação e informação;
– 7. Participação cívica e emprego;
Espaços exteriores e
edifícios
Colocar árvores de raiz aprumada ao longo dos passeios,
de forma a não os danificar;
Tornar as passadeiras mais acessíveis, através da
colocação de rampas e remoção dos degraus;
Aumentar o número de zonas de descanso, através da
Formação dos motoristas de forma a despertar para as
questões relacionadas com o envelhecimento humano;
Maior frequência dos autocarros;
Reforçar a fiscalização da circulação automóvel, para que
seja possível que os miniautocarros voltem a circular em algumas zonas da cidade;
As autoridades locais poderiam disponibilizar serviços de
pequenas reparações nas habitações dos idosos com fracos recursos económicos;
Sensibilizar a população para adaptação da habitação,
pensando na velhice ou noutra condição incapacitante;
Avaliar as condições habitacionais das pessoas idosas e
posteriormente, caso necessário, procederem a uma intervenção no sentido de uma maior segurança física.
Respeito e inclusão
social
Reconhecer a importância das associações recreativas e
culturais existentes na cidade e se possível apoio económico;
Intensificar o policiamento de proximidade nas zonas
residenciais da cidade e realizar campanhas de sensibilização sobre eventuais situações de burlas;
Reconhecer o trabalho e mérito individual em vida e não
As autoridades locais poderiam promover passeios para
idosos gratuitos ou a preços acessíveis;
Ampliar o leque de actividades que promovam o
contacto intergeracional.
Formar turmas para pessoas reformadas com menores
recursos económicos, para reforçar ou adquirir
conhecimentos;
Rentabilizar os espaços (piscinas, pavilhões
gimnodesportivos), utilizados durante o dia por crianças, ao fim do dia podiam ser por idosos.
Consciencializar a sociedade para a existência de pessoas
com necessidades especiais no acesso à informação;
Distribuir o Boletim Municipal às pessoas que estão em
casa; para as pessoas que não saibam ler poder-se-ia criar um grupo de voluntariado que lessem o jornal aos idosos;
Criar um núcleo central de informação de eventos (saúde,
lazer, desporto, social, educativo), facilitando o cruzamento de informação;
Colocar placares em locais estratégicos para afixação de
Constituir grupos de voluntários para visitar, apoiar,
acompanhar idosos que vivem em casa sozinhos, no desempenho das suas Actividades Básicas e Instrumentais de Vida Diária;
Conceder uma maior oferta de voluntariado para idosos
Apoio comunitário e serviços
de saúde
Avaliar as necessidades dos idosos por zona (quantos, que
actividades, espaços para fazer aquilo que gostam e as necessidades);
Disponibilizar apoios para a aquisição de ajudas técnicas
(óculos, próteses dentárias), para consultas de diversas especialidades e para os medicamentos;
Reflectir sobre a localização dos lares de idosos, pois a
maior parte localizam-se na periferia, e as pessoas sentem-se descontextualizadas do seu meio habitual.
Intergeracionalidade na cidade!
Dar vida ao Parque Infante Dom Pedro, através
de atividades intergeracionais!
P=LHNSOs programas intergeracionais têm sido organizados em:
Pessoas idosas apoiando crianças e jovens Crianças e jovens apoiando pessoas idosas
Pessoas idosas e jovens colaborando ao serviço da comunidade P=LHNS
Antes de
1980 Agora
OBJETIVOS
Dinamizar o Parque Infante D. Pedro como lugar de socialização entre diferentes
gerações, preservando o seu espólio bio-social.
Os objectivos:
Demonstram e reforçam boas práticas intergeracionais;
Requalificarmo espaço e criar a necessidade de o recuperar;
Agregam pessoas em torno de uma acção
colectiva que reconfigura o Parque num lugar
com histórias e natureza para socializar.
Movimento Social Identidade Empreendedorismo
METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS
Projeto comunitário com base numa abordagem colaborativa (de, para e com os cidadãos)
1ª Etapa – Design do projeto e envolvimento dos cidadãos (maio a dezembro 2010) 2ª Etapa – Trabalho em rede e parcerias (setembro 2010 a março 2011)
3ª Etapa – Preparar as atividades: explorar a história e as estórias do parque (outubro 2010
a abril 2011)
4ª Etapa – Implementação de atividades colaborativas (abril a julho 2011)
Organização: equipa P=LHNS
Data Evento Número de participantes
3 de abril
Há Vida no Parque!
Feiras de artesanato, atividades desportivas, workshops e música ao vivo. Total: 1500 Crianças: 336 Adolescentes: 264 Adultos: 545 Idosos: 355 5 de junho Total: 2000 Crianças: 592 Adolescentes: 380 Adultos: 593 Idosos: 435 3 de julho Total: 500 Crianças: 120 Adolescentes: 129 Adultos: 146 Idosos: 105 29 de julho
Dia dos Avós
Exposições; feiras de artesanato; música ao vivo; dança; concurso de dança intergeracional; ioga; workshop de culinária. Total: 1000 Crianças: 75 Adolescentes: 85 Adultos: 185 Idosos: 655
Organização principal: parceiros (equipa como colaborador)
Data Evento Número de participantes
10 dezembro Aniversário da Declaração dos Direitos Humanos
Workshops sobre direitos humanos e atividades para grupos escolares.
Total: 600 Crianças: 350 Adolescentes: 150 Adultos: 80 Idosos: 20 15 maio
Dia Internacional da Família
Árvore genealógica; árvore da família; árvore dos desejos; hora do conto; pinturas; jogos tradicionais; atividades desportivas; workshops.
Total: 150 Crianças: 55 Adolescentes: 25 Adultos: 45 Idosos: 25 27 maio
Feira dos Direitos Humanos, Sustentabilidade e Ecologia
Feira de artesanato e de produtos biológicos; workshops; performances de grupos escolares; dinâmicas de grupo.
Total: 510
Crianças: 100 Adolescentes: 200 Adultos: 150 Idosos: 60
1 junho Dia Mundial da Criança
Desfile em homenagem aos direitos humanos; hora do conto; árvore dos desejos.
Total: 900 Crianças: 450 Adolescentes: 250 Adultos: 120 Idosos: 80 24-26 junho Parque@20’s
Comemoração da inauguração do parque em 1927 com atividades de recriação cultural e exposições com fotografias e documentos dos anos 20.
Total: 4380 Crianças: 470 Adolescentes: 680 Adultos: 2840 Idosos: 390
1. Linha Félix
[Plantas, mini-estufas,
sabonetes, pins, marcadores de livros, capas de chuva]
MATERIAIS
DESENVOLVIDOS (II)
2. Batalha das Flores 3. Trilhos Curios’Idades 4. Arvore dos Desejos 5. Árvore da Família
6. “A minha árvore genealógica” 7. Filmes
RESULTADOS (I) Alguns números …
Total de participantes: 11 540.
Distribuição por gerações: crianças – 2598 (22,5%); jovens – 2160 (18,6%);
adultos – 4704 (40,6%); seniores – 2125 (18,3%).
Facebook: 1861 amigos
Eventos: 20 | Reuniões da equipa: 38| Reuniões com parceiros: 35 | E-mails :
800
Parceiros: 33 (ajuda a perceber o sucesso do projeto e a qualidade do trabalho
Alguns RESULTADOS
Significado das atividades e sua relevância para os participantes:
Alegria, por ver o parque novamente com pessoas e atividades “Há muito tempo que não se via o parque assim, com tanta gente e tanta
animação!” [Luísa, 74 anos]
Transmissão cultural e histórica, partilha de cultura, de memórias e de
identidade com as gerações mais novas e ao longo dos laços familiares
“O parque da minha infância, as memórias que neste instante são revividas e o desejo que este espaço, este recanto de natureza, seja partilhado pelos nossos filhos e/ou netos também, para que não fique perdido nas memórias dos que aqui passaram. Admirável este projeto de tornar este sonho já vivido de novo realidade.” [Fátima, 63 anos]
Interação inter e intra geracional, porque pessoas de todas as idades
estavam a participar e a socializar
“Fiquei pasmado com o número de visitantes [na feira] e pelo cuidado que muitas
mães e pais tiveram em levar as crianças; e também muitos avós com os seus netos!” [Francisco, 61 anos]
Sentir o parque como uma parte relevante da identidade da comunidade,
um lugar de convívio e coesão
“Fico muito feliz por apesar de ter saído de Aveiro há 30 anos haver vida no
Resumindo a) Analisar b) Envolver c) Ser criativo d) Persistir e) Localizar