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Projecto de Apoio à. Implementação da ENSAN

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Academic year: 2021

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Projecto de Apoio à

Implementação da ENSAN

Estudo sobre o Crédito Agrícola de Campanha

(2)

Índice

1. Enquadramento do Estudo

2. Constatações

3. Reflexões sobre as Constatações

4. Conclusões

(3)

Enquadramento do estudo

Projecto visa promover a Implementação

da ENSAN

Focaliza na Linha Especial de Crédito

Agrícola de Campanha cujo valor foi de

US$ 150 milhões

Mecanismo simplificado e relativamente

acessível com uma taxa de juro de 5%

Abordagem participativa e daí o

estabelecimento de Comités Locais de

Pilotagem

(4)

Enquadramento do estudo

Projecto é apoiado pela APN e AECID com

implementação da ADRA

Estudo desenvolvido em Benguela,

Huambo, Huíla e Malanje

Foi previsto apresentar as conclusões e

recomendações do estudo num Workshop

Estudo deve ser uma contribuição para o

debate nacional sobre crédito agrícola

Únicas acções levadas a cabo desde 2013

foram regularizações e confirmação de

garantias de risco dadas aos bancos

(5)

Enquadramento do estudo

O objectivo do Estudo foi analisar o

impacto, a eficiência e a eficácia da Linha

de Crédito e retirar lições e recomendações

Mais especificamente o Estudo deveria

verificar se a Linha de Crédito:

− Tem uma estratégia que responde às

necessidades e contexto;

− É de fácil acesso para os agricultores

familiares e teve requisitos apropriados;

− Dispõe de recursos adequados

− Alcançou os seus objectivos iniciais;

− Provocou mudanças nas populações.

(6)

Enquadramento do estudo

Foi usada a seguinte metodologia:

− Leitura de documentação;

− Entrevistas semi estruturadas a informantes chave;

− Constituição e treinamento de 4 equipas de 2 técnicos (uma por província) para recolha de dados;

− Elaboração e aplicação de um questionário a 313 agricultores

− Realização de grupos focais com os respondentes ao questionário

Limitações: Longa duração do estudo;

primeira recolha de informação sem qualidade;

informação disponibilizada foi escassa; grupo

receou que entrevistadores fossem cobradores;

Bancos sem autorização para fornecer dados

(7)

Constatações

Questionário

− Aplicado nos municípios de Baía Farta,

Ganda, Bailundo, Caala, Cacula,

Caluquembe, Kalandula e Cangandala;

− Entrevistados 313 agricultores:164 homens

e 149 mulheres.

(8)

Constatações

2% tinha menos de 20 anos, 17,3% entre

21 e 30 anos, 41,7% entre 31 e 40 anos e

39% mais de 40 anos

A maioria dos entrevistados (46,3%)

situava-se a mais de 15Km da sede do

município, 16% entre 10 e 15, 20,9%

entre 5 e 10 e 16,7% a menos de 5

(9)

Constatações

A maioria (29,2%) tomou conhecimento

do CAC através da

Associação/Cooperativa, 15,9% da EDA,

8,4% do soba,7,1% de amigos, 5,8%

Unaca e 4,9% da ADRA

(10)

Constatações

Dos respondentes 191 (62,4%) tinha

solicitado crédito e 115 (37,6%) não tinha

Dos 191 que solicitaram 140 tiveram o

crédito aprovado, 12 foram rejeitados e

30 não responderam

(11)

Constatações

Dos 140 agricultores que receberam crédito,

119 (85%) responderam sobre o montante

recebido e destes 53 (45%) não sabiam

quanto receberam.

Dos outros, 14,3% menos de 50.000 Kz,

11,8% entre 50.000 e 100.000 Kz, 8,4% entre

100.000 e 230.000 Kz e 21,8% entre 230.000

e 500.000 Kz.

Sobre o uso do crédito, 104 compraram

fertilizantes, 91 sementes, 63 ferramentas, 34

tracção animal, 18 motorizadas, 5

sistemas de irrigação e 4 usaram na

mecanização.

Quanto ao reembolso dos 93 que responderam

72% disse que não tinha reembolsado e 28%

(12)

Constatações

Dos 99 agricultores que não solicitaram crédito,

42 informaram que não tinham ouvido falar do

CAC, 30 não tinham BI e 18 tinham medo do

crédito 9 várias outras razões

(13)

Constatações

Benguela

Responderam 42 homens (53%) e 38 mulheres (47%)

Área de cultivo: 36% têm menos de 2 ha, 48%

entre 2 e 5, 13% entre 5 e 10 e 3% mais de 10

Energia utilizada na terra: 18 % usam tracção

(14)

Constatações

Huambo

− Responderam 39 homens (56%) e 31 mulheres (44%)

− Apenas 22 tinham a terra legalizada

− Quanto à área de cultivo, 69% têm entre 2 e 5 ha e 31% mais de 10 ha.

− Energia- 56% usam tracção animal, 41% humana e 3% tractor

(15)

Constatações

Huíla

− Responderam 40 homens (49%) e 42 mulheres (51%)

− (92%) agricultores não têm a terra

legalizada.

− Na área de cultivo, 39% tem menos de 2 ha, 48% tem entre 2 e 5 ha.

− Energia utilizada – 89% com tracção animal, 1,2% com tractor e

(16)

Constatações

Malanje

− Responderam 43 homens (53%) e 38 mulheres (47%)

− 43 agricultores tem de 2ha, 21 tem entre 2 e 5, 8 entre 5 e 10 e 1 mais de 10ha.

− A quase totalidade dos agricultores (96%)

(17)

Outras Constatações

Huíla

− Foram beneficiados 2.028 camponeses de

382.000 existentes (0,5%) – IDA

− Órgãos de implementação do crédito são

de nível local, não havendo estrutura

provincial, o que prejudicou a coordenação

− Membros dos comités sem preparação

técnica em financiamentos e isso prejudica

o diálogo com os Bancos - IDA

− Os Bancos e os fornecedores não

estavam preparados para esta actividade

– IDA

− Preços praticados muito elevados e não

deveria haver comerciantes credenciados,

mas sim escolhidos pelos camponeses -

Unaca

(18)

Outras Constatações

Huambo

− Foi elogiada a qualidade dos

fornecedores – BPC

− Bancos deveriam ter tido um papel mais

activo na definição dos créditos - BPC

− A taxa de reembolso foi somente de 20% -

BPC

− Satisfação com o programa, excepto na

questão da margem de lucro dos adubos

(10%) – Fornecedores

− Insatisfação com as demoras no

desalfandegamento das mercadorias -

Fornecedores

(19)

Outras Constatações

Malanje

− A campanha 2010-2011 beneficiou 6.727

agricultores e a de 2011-2012 5.564

− O crédito atribuído permitiu acesso a

imputes agrícolas diversos e teve um forte

impacto na motivação dos camponeses

− Campanha teve organização deficiente na

concertação entre as partes envolvidas e o

processo foi lento – D.P. Agricultura e IDA

− Reclama-se o curto período de tempo

para pagamento do crédito (10 meses)

− Lamenta-se que a aprovação do crédito

seja feita a nível central e que o prazo de

reembolso começa na aprovação do mesmo

(20)

Outras Constatações

Benguela

− Alguns funcionários bancários provocaram

um clima de medo nos beneficiários –

Autoridades Tradicionais

− Criticas aos fornecedores em geral e ao

facto de haver muitos processos pendentes

nos Bancos – Unaca

− Os Comités de Pilotagem devem explicar

aos interessados o que se passou com a

linha de crédito - Unaca

(21)

Outras Constatações

Volume de crédito desembolsado em 2012–

IDA

Linha de crédito inactiva desde o último

trimestre de 2012 devido ao fraco

cumprimento das cláusulas contratuais –

Ministério da Economia

Banco Operador Capital desembolsado

(AKZ) Banco Sol 1.532.642.858,32 BCI 1.498.749.441,05 BMF 138.926.217,00 BPC 5.816.435.849,00 TOTAL 8.986.754.365,37

(22)

Outras Constatações

Resumo dos desembolsos e reembolsos em

2013 – Ministério da Economia

Nível de reembolso insignificante (2,2%)

Final da campanha agrícola 2011/2012 o nº

de beneficiários do crédito era aproxim.

100.000 – IDA e Ministério Economia

Banco

Operador Ano Agrícola

Capital Desembolsado (AKZ) Capital Reembolsado (AKZ) Banco Sol 2010/2011/2012 1.227.098.250,03 37.604.308,00 BPC 2010/2011/2012 11.742.544.828,37 210.696.201,22 BCI 2010/2011/2012 1.181.008.568,50 55.270.986,00 BAI/MF 2010/2011/2012 105.656.106,00 15.732.063,00 TOTAL 2010/2011/2012 14.256.307.752,80 319.303.558,22

(23)

Reflexões sobre as Constatações

 A guerra e as politicas seguidas nessa altura não permitiram o desenvolvimento agrícola

 O crédito agrícola era uma prática usual em Angola  As politicas dão pouca atenção à agricultura

familiar

 Apesar das intenções de diversificar a economia e reduzir dependência do petróleo, a fraqueza do

sector privado e a debilidade institucional, não o

permite

 Crédito agrícola deve ser analisado neste contexto difícil

A grande inexperiência dos actores não podia permitir um bom desenho programático

(24)

Reflexões sobre as Constatações

Conhecimento de outras experiências era

quase nulo

O regulamento previa aquisição de

equipamentos que não podem ser amortizados

só numa campanha

O período de reembolso de 10 meses era

extremamente curto

A taxa de juro era considerada demasiado

elevada

O valor máximo de $5.000 é considerado

demasiado baixo

O desenho de crédito de campanha não previu

os riscos e contingências de uma actividade

como a agricultura

(25)

Reflexões sobre as Constatações

Desembolsos

− Beneficiários só recebiam bens dos fornecedores − Não foi previsto apoio aos agricultores para

elaboração de propostas

− Impossibilidade de acesso a fundo de maneio − Beneficiários não escolheram os fornecedores − Bens fornecidos nem sempre correspondiam ao

previsto, nem às necessidades

− Os fornecedores não estavam preparados para assumir o papel que lhes estava atribuído − Os preços praticados foram injustos e

superiores aos praticados nos mercados locais

− A oportunidade dos desembolsos foi inadequada

ao ano agrícola e ao ciclo das culturas, que

revela desconhecimento do carácter sazonal ou ciclo da actividade agrícola

(26)

Reflexões sobre as Constatações

Eficácia

− “O crédito não está 100% mal, mas também

não está 100% bem”

− Agricultores beneficiados reconhecem que muitas necessidades foram ou podem ser resolvidas

− Dadas deficiências do desenho do programa e desvio às regras, o sistema não podia ser

eficaz

− Falta de informação e divulgação, de

participação dos beneficiários e de uma entidade

reconhecida e respeitada pelos agricultores foram alguns dos condicionalismo do sistema

− Grande maioria dos agricultores não possui B.I. − Exagerado desequilíbrio de género

− Bancos não têm pessoal qualificado e com

(27)

Reflexões sobre as Constatações

Eficiência

− Crédito concedido foi de 170 milhões dólares − O valor médio por beneficiário foi 1.700 dólares − Calcula-se que só foram beneficiados com crédito

5 % dos agricultores familiares

− Huambo – concedidos kz 1.339 milhões a 8.437 famílias e foram reembolsados 109 mil (8%) − Malanje – concedidos kz 152 milhões a 5.564

agricultores

− Huíla – crédito concedido a 2.028 camponeses, num universo de 382.000 (0,5%)

− Os beneficiários não terem utilizado o volume máximo de crédito permitido, demonstra a prudência dos bancos

− O BPC é o maior credor com mais de 82% de valores de crédito mutuado

(28)

Reflexões sobre as Constatações

Coordenação

− O Conselho Nacional de Segurança Alimentar nunca funcionou como mecanismo de

coordenação, articulação e monitoria da ENSAN − Os Comités de Pilotagem foram uma boa ideia

mas os seus membros não estavam preparados − Administradores com dificuldades de entender a

importância da agricultura na economia local − O paternalismo de algumas acções

governamentais prejudica compreensão do crédito − Outros actores sociais como as igrejas não

entendem a importância da sua participação por não terem benefícios directos dela

− Os Comités devem ser revistos e dotados de condições para o seu funcionamento

(29)

Reflexões sobre as Constatações

Cobertura

− O Crédito foi concedido em 95 municípios de todas as províncias

− Localização das agências bancárias e

inexistência de fornecedores em muitos

municípios é limitação para crédito chegar aos agricultores mais isolados

Sustentabilidade

− A longa paralisação da linha de crédito é a prova da sua falta de sustentabilidade

− O desenho do programa e os desvios detectados não ajudaram a criar sustentabilidade

− A falta de financiamento da agricultura por parte do OGE é outro factor contra a sustentabilidade − A sustentabilidade passa pela modernização

tecnológica numa perspectiva de longo prazo

(30)

Conclusões

O CAC é

pertinente e valorizado

por todos os

entrevistados porque responde a uma necessidade sentida e é solução para a alavancagem da

agricultura familiar

 Os impactos positivos poderiam ser maiores se os processos tivessem sido melhor organizados e

coordenados

 Também a estiagem e a não previsão de imprevistos impediu um maior impacto

 As falhas foram muitas vezes ditadas pela inexperiência geral de todos os actores (o

condicionalismo do novo). Isto não retira

(31)

Conclusões

 O desejo de os beneficiários terem acesso a dinheiro é justificados por uma situação que o PROAPEN pode colmatar

 A deficiente rede empresarial de prestação de

serviços condicionou a execução do programa e o crédito não foi aproveitado para reforçar essa rede  A deficiente rede de assistência técnica estatal e

privada foi outra condicionante à execução do programa

Mentalidade ainda existente de que “o que é do

Estado não é para pagar” pode outra

condicionante ao sucesso

 A suspensão em 2012 da linha de crédito tem sido muito perniciosa para o programa (confiança)

(32)

Recomendações

 CAC deve continuar mas serem corrigidos aspectos do desenho, melhorada a sua organização e reforçados os aspectos financeiros a todos os níveis

 Devem ser revistos os prazos de pagamento (diferido pelo período de 1 ano sobre o ciclo cultural) de modo que o serviço da divida não impeça o agricultor de crescer

Estabelecer as taxas de juro de cerca de 1% (baseadas na Taxa Libor)

 O novo desenho deve prever riscos e contingências derivadas do clima, pragas ou doenças

 O CAC deve incidir onde o IDA e outras instituições de assistência técnica tenham condições de ajudar na

(33)

Recomendações

 Deve ser negociado com os Bancos medidas para que melhorem a sua capacidade e eliminem os pontos

fracos identificados

 Torna-se necessário melhorar a qualidade e aumentar o número de fornecedores, o que pode derivar da

ampliação da actividade creditícia e aumento das áreas cultivadas

 CAC deve ser alavanca para a reanimação do comércio rural e da economia local

 Os Administradores devem ser mais responsabilizados pelo CAC e fomento agrícola em geral. Os Comités de Pilotagem devem ser reforçados e capacitados

 Devem existir mecanismos de coordenação a nível provincial

(34)

Recomendações

 Deve ser melhorada a forma de divulgar a informação sobre o acesso e condições para o CAC. EDAs devem ser principal canal de informação

 Devem ser tomadas medidas que melhorem os níveis de participação dos beneficiários nas várias fases,

incluindo propostas e negociação com os bancos  O CAC deve ser articulado e complementado com o

PROAPEN e o PREI, para outras necessidades e tirar partido do processo de legalização e formações

 As autoridades, a todos os níveis, devem insistir no discurso de que quem beneficia de crédito tem de pagar para não prejudicar os outros e o País

 Se o crédito é de campanha, deve ser

operacionalizado antes da mesma e integrado com outros projectos de desenvolvimento local

Referências

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