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Texto de Apoio nº 2 COMPONENTES DO CUSTO INDUSTRIAL

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Academic year: 2021

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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Texto de Apoio nº 2

COMPONENTES DO CUSTO INDUSTRIAL

1.

MATÉRIAS

São todos os bens que a empresa adquire com o objectivo de os transformar noutros produtos ou servirem de apoio a essa transformação. As primeira constituem as matérias – primas, enquanto as últimas são denominadas matérias subsidiárias, sujeitas por isso a diferentes formas de incorporação.

Ø Matérias-primas - consubstanciam o produto (por exemplo: a madeira nos móveis, a farinha no pão, o papel no livro)

Ø Matérias subsidiárias- auxiliam a transformação das matérias-primas. Aplicam-se tal e qual como estão (por exemplo: combustíveis e lubrificantes, pregos, colas, vernizes, etc.).

Deve-se considerar ainda:

Ø Materiais diversos- Outros bens consumíveis, utilizados nos diversos centros de custos (por exemplo: material de conservação e reparação, material de publicidade e propaganda, material de escritório, etc.)

Imputação

A imputação das matérias pode ser directa ou indirecta. No primeiro caso, a imputação é feita directamente ao custo do produto. As indirectas, não respeitando especificamente a determinado produto, são imputadas por um processo indirecto, integrando por isso os gastos gerais de fabrico.

Controlo das matérias no armazém

Com base nas notas de recepção e guias de saída, o armazém regista as entradas e saídas nas fichas de stocks apenas em quantidades. A contabilização em quantidades e valor é

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Valorimetria de stocks

Os critérios valorimétricos mais utilizados são:

Custo originário ou específico- Cada artigo é valorizado pelo seu custo real. A necessidade de identificar perfeitamente cada lote, faz com que o critério seja aplicável apenas com facilidade nas empresas que movimentam um reduzido número de artigos e de valor elevado.

Custo médio- critério mais utilizado. O custo de cada artigo é o quociente entre o somatório do valor dos diversos artigos e o somatório das quantidades de cada artigo.

FIFO (first in first out) - as saídas são valorizadas aos preços mais antigos e as existências aos preços mais recentes. Em períodos de inflação dá lugar a lucros elevados pois o custo das existências vendidas é apurado em função de preços antigos.

LIFO (Last in first out)- As saídas são feitas ao custo mais recentes e as existências ao custo mais antigo. Em períodos de inflação a utilização deste critério conduz a resultados inferiores.

Custo básico- as existências são sempre avaliadas a custos definidos à priori normalmente por períodos de um ano.

2.

MÃO-DE-OBRA

É o custo da força de trabalho utilizada no processo de produção ou de obtenção dos produtos. Consiste nos salários, ordenados e outros encargos sociais com os trabalhadores, a serem suportados pelas empresas.

Classificação dos salários

Ø Salários directos e salários indirectos Ø Salários normais e salários complementares Ø Salários brutos e salários líquidos

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Salários directos e salários indirectos

Os salários directos ou mão-de-obra directa são constituídos por remunerações e encargos sociais suportados com os operários que lidam directamente com o processo de transformação da matéria-prima em produto final. Exclui encarregados, director fabril, gabinete de investigações.

Todas as remunerações e encargos sociais que dizendo respeito ao pessoal fabril não se enquadrem na Mão-de-obra directa, são consideradas Mão-de-obra indirecta ou salários indirectos e por conseguinte, constituem parte dos Gastos Gerais de Fabrico.

Salários normais- aqueles que são pagos durante o horário normal de produção

Salários complementares - aqueles que se pagam pela actividade dos trabalhadores fora das horas normais de produção.

Salário bruto- aquela remuneração que o trabalhador aufere, isto é, a remuneração que receberia se não houvesse descontos.

Salário líquido- A quantia que o trabalhador efectivamente recebe depois de considerados os descontos.

Encargos Sociais

Os Encargos sociais são os custos acessórios ou suplementares de mão-de-obra que de acordo com a Lei, a empresa deve assegurar como contribuição para assistência social do trabalhador.

Periodização dos encargos sociais

Para além dos encargos acima citados existe outro tipo de encargos, os ditos encargos aperiódicos ou deferidos (não regulares) tal como o 13º vencimento, gratificações, etc. Estes encargos devem ser mensualizáveis, isto é, torná-los periódicos para que possam ser imputados numa base mensal.

Se por exemplo, a política da empresa for de concessão de férias colectivas ao pessoal, os encargos aperiódicos devem ser somados e divididos por 11 (meses).

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Muitas vezes, a imputação dos encargos sociais aos centros de custo ou produtos não se apresenta prática, pelo que é habitual a utilização de uma taxa de imputação estimada com base nos encargos sociais e no montante das remunerações ( as denominadas quotas teóricas).

Exemplo:

Determinada empresa estimou em 974.880,00 MT a quantia de ordenados e salários a processar ao longo de 2007. Os encargos sociais correspondentes ascendem a 584.928,00 MT, isto é, 60% das remunerações pagas.

Todos os meses, far-se-à o débito aos Centros de custo ou produtos numa conta denominada “Gastos a Repartir” ou “ Encargos a Repartir” pelos valores reais e o credito será feito pelos valores imputados com base em 60% das remunerações mensais.

Encargos a Repartir

Valores reais (momento de despesa) Valores Imputados (mensalmente)

O saldo desta conta é transferido, no final do ano para a Conta “Diferenças de Imputação” ou “ Diferenças de Incorporação” a qual será regulariza por contrapartida de Resultados.

Esquema global do Custo de Mão-de-obra

Encargos Deferidos Custo Encargos Total Sociais Salário da Deduções Total Mão- Salário Salário -de- Liquido Bruto -Obra

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Controlo dos tempos de presença e de ocupação

Constitui uma das rotinas das empresas, calcular o tempo de permanência dos trabalhadores e, anotar onde é que os operários aplicam as horas de trabalho. Para tal, utiliza-se: Meios actuais Ø Cartões de ponto Ø Relógio de ponto Meios clássicos Ø Chamadas Ø Livro de Ponto

As horas marcadas por cada trabalhador podem referir-se a diversas secções onde prestou serviços. Impõe-se, portanto, o preenchimento do Boletim de trabalho que é posteriormente enviado à contabilidade para distribuição do custo pelos produtos ou secções.

Processamento de vencimentos

Além das habituais folhas de vencimentos em que se descriminam todas as categorias da remuneração (vencimentos e subsídios) e os descontos efectuados, são emitidos Recibos individuais.

Sobre os valores de ordenados, salários e outras remunerações, incidem determinadas deduções obrigatórias, a saber:

Ø IRPS, variável segundo a remuneração mensal

Ø Contribuições para o Instituto Nacional de Segurança Social à taxa de 3% sobre a remuneração mensal.

Os encargos patronais com o pessoal subdividem-se também em obrigatórios (Contribuição para o INSS à taxa de 4% sobre as remunerações mensais, seguro de acidentes e doenças profissionais) e facultativos (complemento de pensões de reforma, creches, cantinas, casas de férias, etc.).

As deduções facultativas respeitam a entregas dos trabalhadores para amortização de empréstimos concedidos pela empresa, quotas para os sindicatos, pagamento de refeições servidas pela empresa, etc.

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3.

GASTOS GERAIS DE FABRICO (GGF)

Compreendem todos os restantes custos da função Industrial que não podem ser considerados nem matéria directa nem mão-de-obra directa, mas que estejam ligados directamente à produção.

Com o desenvolvimento continuado da tecnologia, os GGF têm vindo assumir uma importância crescente. A automatização tende a ser irreversível, e normalmente reduz os custos de mão-de-obra directa e aumenta o investimento em equipamento produtivo e respectivo pessoal de supervisão para a eficiente utilização do mesmo.

As fontes mais importantes dos custos por natureza que integram os GGF são:

Matérias auxiliares- não sofrem transformação no processo de produção. Exº parafusos, pregos;

Materiais - ainda que importantes para a obtenção do produto final, não o integram. São simplesmente consumidos ao logo do processo produtivo.

Exº Combustíveis e lubrificantes

Fornecimentos de terceiros – energia e água usados na fabricação;

Amortizações – de edifícios industriais e equipamentos;

Ferramentas e utensílios de desgaste rápido;

Impostos – contribuição predial da fábrica.

As quebras normais de produção e desaparecimentos de matérias não são incorporadas como GGF.

Mensualização dos GGF

Do mesmo modo que os encargos sociais da mão-de-obra, também os GGF contêm determinados gastos que há necessidade de serem periodizados.

Assim, os GGF imputados aos produtos passam a ser teóricos e por esse motivo serão debitados pelos valores reais na conta Gastos a Repartir de onde são registados a crédito, por contrapartida da conta receptora do custo.

A diferença entre os GGF imputados e os reais, leva-se à conta Diferenças de Imputação, donde é transferida para a conta de Resultados Analíticos.

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Quando estas diferenças são significativas, devem ser repartidas pelos PVF e em armazém, para além de corrigir a rúbrica de custo dos produtos vendidos, na parte correspondente.

Repartição dos gastos gerais de fabrico

Atendendo à heterogeneidade das rubricas que integram os GGF torna-se necessário estabelecer coeficientes ou quotas de imputação.

Quota de imputações = Gastos gerais de fabrico Base de repartição

Base única

Congrega vários critérios em que podem ser tomados como base de repartição: Ø A quantidade das matérias-primas consumidas

Ø O custo das matérias-primas consumidas Ø Número de unidades fabricadas

Ø As horas de MOD

Ø As horas de trabalho das máquinas Ø O custo da MOD

Ø O custo primo ou directo

Base múltipla

Compreende dois critérios: Ø Método das três bases

Ø Método das secções homogéneas (divisão da empresa em centros de custo)

Na hipótese de se optar por uma base única, ha que escolher aquela que varia proporcionalmente com os gastos que se pretende repartir, tarefa que não é fácil.

Para obviar as dificuldades de repartição por base única, utilizam-se bases de repartição por certos grupos dos GGF, a denominada base múltipla. Por exemplo:

• O custo da mão-de-obra indirecta é repartido em função da mão-de-obra directa;

• As matérias subsidiárias e diversas são repartidas em função das matérias directas;

Referências

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