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PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO BRASIL

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PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO BRASIL

 Gláucia da Rocha Acioli –

glauciaacioli@hotmail.com

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe

Ana Karla de Souza Abud –

ana.abud@gmail.com

Departamento de Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Sergipe

Antonio Martins de Oliveira Júnior –

amartins.junior@gmail.com

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – Universidade Federal de Sergipe

Resumo— Frente à concorrência de mercado nos mais diversos setores, a proteção de novos ativos intangíveis vem

se tornando imprescindível para a sobrevivência das empresas, tendo em vista a garantia de exclusividade gerada para o titular da inovação, não permitindo que terceiros a usem, distribuam, importem ou vendam sem o seu consentimento. No setor farmacêutico, onde os medicamentos produzidos para solucionar diversos problemas de saúde da população resultam de processos caros, as patentes, uma das modalidades de propriedade intelectual, tornam-se um incentivo para as inovações. Considerando a relevância econômica e social desse tipo de indústria para o país, o presente trabalho visou realizar uma prospecção tecnológica acerca dos pedidos de patentes das maiores empresas farmacêuticas brasileiras, depositados nos últimos anos no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). A análise dos dados demonstrou que, dentre as depositantes do segmento, a empresa Aché Laboratórios Farmacêuticos ocupa a 1ª posição em relação ao número de pedidos de depósitos de patentes brasileiras, prevalecendo pedidos referentes à patentes de invenção, o que sinaliza a preferência por desenvolvimentos inovadores e, não, aprimoramento de produtos existentes. Observou-se que a maioria das patentes são destinadas às doenças inflamatórias, com número ínfimo de depósitos levantados resultantes de parcerias com universidades e fundações de apoio à pesquisa. Sugerem-se novos estudos com uso de indicadores para a ampliação da compreensão sobre o setor farmacêutico nacional na contemporaneidade.

Palavras-chave— inovações, patentes, prospecção tecnológica, indústria farmacêutica.

Abstract—Facing the market competition in various sectors, the protection of new intangible assets is becoming a

necessity for businesses survival, in order to guarantee exclusivity generated for the holder of innovation by not allowing others to use, distribute, import or sell without his consent. In the pharmaceutical sector, where the drugs produced to solve many health problems of the population result from expensive processes, patents, one of the forms of intellectual property, become an incentive for innovation. Considering the economic and social importance of this type of industry for the country, this study aimed to carry out a technological survey about patent applications of Brazil's largest pharmaceutical companies, deposited in recent years in NIIP (National Institute of Industrial Property). Data analysis showed that among the segment of the depositors, the Aché company occupies the 1st position relative to the number of applications for deposits of Brazilian patents, prevailing requests relating to patents, which signals a preference for innovative developments and, no, improvement of existing products. It was observed that most patents are meant to inflammatory diseases, with very few but raised deposits resulting from

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partnerships with universities and foundations to support research. Suggest new studies using indicators to expand the understanding of the national pharmaceutical sector in contemporary times.

Keywords—innovations, patents; technological forecasting; pharmaceutical.

I. INTRODUÇÃO

As inovações tecnológicas possibilitam o aumento da produtividade e a geração de ganhos econômicos extraordinários para empresas nos mais diversos setores industriais do Brasil e do mundo. Constituem-se um relevante instrumento de competitividade no mercado. Por isso, enfatiza-se cada vez mais a necessidade de proteção dos novos ativos intangíveis, ou seja, da propriedade intelectual.

Dentre as modalidades de propriedade intelectual, as patentes podem ser usadas estrategicamente por empresas como vantagem para a redução da concorrência a partir da diferenciação de um novo produto, bem como para marcação de domínio em mercados rentáveis e competitivos. Segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI, 2014), o número de pedidos de patentes tem crescido na ordem de 1,5 milhões a cada ano, resultando em mais de 500 mil patentes concedidas, sendo cada vez mais utilizado como insumo estratégico por empresas nos Estados Unidos, no Japão e na Europa.

O patenteamento das inovações pode garantir uma reputação tecnológica positiva para as companhias, elevando seu mercado e propiciando o estabelecimento de negociações e parcerias comerciais, tendo em vista que muitos investidores consideram as patentes uma demonstração de alto nível de conhecimento técnico e capacidade tecnológica.

A indústria farmacêutica – responsável pela fabricação de medicamentos é um dos setores industriais mais produtivos e rentáveis em escala global (FIGUEIREDO, 2010). Caracteriza-se principalmente por ser intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Esta complexa cadeia produtiva e onerosa, que se estende desde a pesquisa e desenvolvimento (P&D) até a produção e comercialização dos seus produtos, consistindo sua relevância na capacidade de oferecer soluções para os problemas de saúde da sociedade (PERALTA et al., 2014). Nesse sentido o lançamento de novos produtos, torna-se essencial em relação às economias em escala e custos de produção, principalmente a cada patente expirada quando os produtos ficam expostos à concorrência de medicamentos genéricos e similares do mercado (GADELHA, 2003 apud SANTOS; FERREIRA, 2012). A proteção da propriedade intelectual por meio das patentes, pode gerar receitas suficientes para realizar a cara e arriscada P&D, de modo que as empresas do setor possam introduzir novos produtos e obter mais patentes para aumentar a sua exclusividade no mercado.

Os valores necessários para que um novo medicamento atinja o mercado são, em geral, da ordem de centenas de milhões de dólares. Sem os direitos da Propriedade Intelectual, para impedir que os concorrentes também fabriquem esse novo medicamento, as empresas farmacêuticas não teriam incentivos para despender o tempo e os esforços descritos acima para desenvolver seus medicamentos. Sem a proteção por meio de patentes, essas empresas poderiam apresentar prejuízos econômicos em função da liberdade de produção e comercialização pelos seus concorrentes (OMPI; INPI, 2014, p. 11).

No Brasil, o setor farmacêutico vem crescendo, passando da 10ª para a 6ª posição no ranking mundial, no período de 2003 a 2011, com previsão de ocupar a 4ª colocação em 2016, segundo estudo da IMS Health – empresa internacional de marketing farmacêutico que fornece informação, serviços e tecnologia para o setor de saúde. Em 2013, o faturamento das maiores empresas do segmento em termos de vendas alcançou 4,2 bilhões de dólares, sendo vendidos 2,9 bilhões de unidades em medicamentos, o que representa um aumento de 11,6% em relação a 2012. Em 2014, o estudo Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial diagnosticou que 54% da população brasileira consome remédios regularmente (EXAME, 2013; FEBRAFAR, 2013; ICTQ, 2014).

A evolução da indústria farmacêutica nacional nas últimas décadas se configura principalmente após a Lei Nº 9.279/1996, com a inclusão dos medicamentos no rol de inovações patenteáveis, proporcionando o aumento dos

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investimentos em pesquisa e desenvolvimento e depósitos de pedidos de patentes por empresas e instituições brasileiras que vislumbraram a possibilidade de recuperação dos investimentos realizados pela exclusividade de comercialização (FIGUEIREDO, 2010).

Também influenciou o desenvolvimento desse segmento da indústria brasileira a implantação da Lei Nº 9.787/1999, referente aos medicamentos genéricos, que estimulou a competitividade criando nova perspectiva, redistribuindo as forças entre fabricantes, distribuidores e varejistas. Segundo a FEBRAFARMA (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica), a introdução dos genéricos no Brasil representou uma nova frente para a indústria farmacêutica, estimulando investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão em construção e modernização de indústrias (PAIM et al., 2012).

Nesse limiar, as empresas que anteriormente apenas vendiam os medicamentos genéricos no país passaram para as fases de estudos e de implantação de plantas industriais no mercado local, contribuindo de modo decisivo para a ampliação da oferta de genéricos no Brasil, possibilitando, atualmente, tratar com esse tipo de medicamento mais de 80% das doenças mais prevalentes (NOVARETTI et al., 2014).

Em face da relevância da atividade de patenteamento e do setor farmacêutico para a sociedade e para a economia, o presente trabalho buscou realizar uma prospecção tecnológica acerca dos pedidos de patentes das principais empresas farmacêuticas de controle acionário totalmente nacional depositados nos últimos anos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal responsável pela concessão de patentes no país.

II. METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho está fundamentada na prospecção tecnológica, a qual consiste no mapeamento sistemático acerca dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos capazes de influenciar significativamente a indústria, a economia ou a sociedade como um todo (KUPFER; TIGRE, 2004 apud AMPARO

et al., 2012).

Por meio da prospecção tecnológica são levantadas tecnologias existentes, afins, concorrentes e lacunas a serem preenchidas, bem como são levantados os inventores que pesquisam o mesmo tema, países de origem das patentes, países onde ocorreram os depósitos, principais empresas depositantes e a classificação dos depósitos das patentes, entre outros dados. Deve-se tornar ferramenta rotineira, influenciando os processos de tomada de decisão, facilitando a apropriação com qualidade da propriedade intelectual (PI) e melhorando a gestão da inovação, ampliando a visão dos gargalos tecnológicos e das oportunidades associadas aos mesmos (QUINTELLA, 2011).

Partindo desse pressuposto, inicialmente foram identificadas as cinco maiores empresas brasileiras do setor farmacêutico com base no ranking 2013 acerca da liderança nas vendas líquidas no país publicado pela Revista Exame, especializada em economia e negócios, na perspectiva de conduzir a busca das patentes a partir das citadas empresas como depositantes.

Na sequência, foi realizada a pesquisa no banco de dados do INPI, no período de novembro de 2014 a fevereiro de 2015, quanto aos pedidos de depósitos de patentes correspondentes às empresas identificadas, sendo utilizada para a coleta a denominação de cada uma das companhias selecionadas como termo de busca no campo “Nome do Depositante” da consulta por pesquisa avançada.

Todos os documentos encontrados foram considerados válidos para a análise, sendo os dados (bibliográficos, do resumo e relatório descritivo) estratificados por número de patentes, tipos de patente (Patente de Invenção e Modelo de Utilidade), co-parceria com universidades e áreas de doenças as quais se destinam as patentes.

III. RESULTADOSEDISCUSSÃO

Com fundamentação na publicação da Revista Exame, no ano de 2013, foram identificadas as cinco principais empresas farmacêuticas do Brasil em termos de vendas líquidas, conforme demonstra a Tabela 1, em que se observa a Hypermarcas ocupando a liderança, com ampla diferença em relação às demais.

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período de 1988 a 2014, o total de 84 depósitos de pedidos de patentes. Segundo ilustra a Figura 1, percebe-se que a empresa Aché Laboratórios é prevalente no número de depósitos (28), sendo seguida pelas companhias Hypermarcas (22), EMS (15), Eurofarma (13) e União Química (06), que corresponde respectivamente a uma distribuição de 33%, 26%, 18%, 16% e 7%, em termos de pedidos de patentes.

TABELA I

EMPRESAS LÍDERES NO SETOR FARMACÊUTICO NO BRASIL EM 2013

Posição Empresa Vendas líquidas (US$ milhões)

1ª Hypermarcas S/A 1.900,20

2ª EMS S/A 809,6

3ª Eurofarma Laboratórios S/A 738,5

4ª Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A 587,3 5ª União Química Farmacêutica Nacional S/A 254,9

Fonte: Adaptado da Revista Exame, 2013.

Figura 1. Distribuição de pedidos de patentes depositados por empresa

Fonte: Elaborado pelo autor; adaptado do INPI, 2015.

Dentre esses depósitos de patentes, verifica-se, através da Tabela 2, que 88% são patentes de invenção (PI) e 12% são patentes de modelo de utilidade (MU), o que demonstra que as empresas estão investindo, preferencialmente, em desenvolvimentos tecnológicos inovadores e não no aprimoramento ou melhoria funcional de produtos já existentes.

TABELA II

DISTRIBUIÇÃO DE PATENTES DE INVENÇÃO (PI) X MODELO DE UTILIDADE (MU)

Empresa PI % MU % Total de Patentes %

Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A 28 38 0 0 28 33

Hypermarcas S/A 14 19 8 80 22 26

EMS S/A 15 20 0 0 15 18

Eurofarma Laboratórios S/A 13 18 0 0 13 16

União Química Farmacêutica Nacional S/A 4 5 2 20 6 7

Total Geral 74 100 10 100 84 100

Fonte: Elaborado pelo autor; adaptado do INPI, 2015.

Nesse aspecto, destacam-se, respectivamente, as empresas Aché, EMS e Eurofarma, que depositaram 100% de pedidos de patentes de invenção. Quanto à totalidade desse tipo de depósito, nota-se que a predominância é da empresa Aché (38%), seguida da EMS (20%), Hypermarcas (19%), Eurofarma (18%) e União Química (5%). Em relação aos modelos de utilidade, observa-se que somente a Hypermarcas (80%) e a União Química (20%) fizeram uso dessa modalidade de depósito.

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percebe-se que há disparidade na classificação das empresas (Tabela 3). A Hypermarcas, por exemplo, que ocupa a liderança nas vendas, passa para a 2ª posição no ranking dos pedidos de patentes, enquanto que a Aché desponta da 4ª para a 1ª posição. A única exceção se encontra na União Química, que permanece na 5ª colocação em ambas dimensões.

TABELA III

EMPRESAS LÍDERES EM VENDAS E EM NÚMERO DE PEDIDOS DE PATENTES

Posição Vendas líquidas Pedidos de patentes

1ª Hypermarcas S/A Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A

2ª EMS S/A Hypermarcas S/A

3ª Eurofarma Laboratórios S/A EMS S/A

4ª Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A Eurofarma Laboratórios S/A 5ª União Química Farmacêutica Nacional S/A União Química Farmacêutica Nacional S/A

Fonte: Elaborado pelo autor; adaptado do INPI, 2015 e Revista Exame, 2015.

Neste sentido, verifica-se que a liderança em termos de número de patentes, não implica, necessariamente, em liderança no âmbito das vendas, já que podem perpassar no ramo outros tipos de produtos das empresas como, por exemplo, medicamentos similares e genéricos e não apenas os de referência, de caráter inovador, além de mecanismos como marketing, entre outros.

A partir dos dados da Tabela 4, percebeu-se que, dos 84 depósitos de patentes, somente 09 foram decorrentes de parcerias com universidades e fundações de apoio à pesquisa, o que corresponde a 10,7% do número encontrado, demonstrando que o estabelecimento de parcerias em prol de inovações patenteáveis ainda não é uma realidade vivenciada pelas maiores companhias farmacêuticas brasileiras.

TABELA IV

PATENTES RESULTANTES DE PARCERIAS COM INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA

Empresa Patentes por

empresa

Patentes com parceria

% Patentes em parceria

Aché Laboratórios Farmacêuticos S/A 28 2 7,1

Hypermarcas S/A 22 0 0

EMS S/A 15 2 13,3

Eurofarma Laboratórios S/A 13 3 23

União Química Farmacêutica Nacional S/A 6 2 33,3

Total Geral 84 9 10,7

Fonte: Elaborado pelo autor; adaptado do INPI, 2015.

Dos ínfimos 9 depósitos com parceiras foram identificadas 6 instituições, sendo 5 universidades (Universidade Federal de São Paulo, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita, Universidade de São Paulo, Fundação Universidade do Vale do Itajaí, União Brasileira de Educação e Assistência – mantenedora da PUC/RS) e 1 fundação de apoio à pesquisa (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Essas instituições parceiras se localizam em São Paulo (04), Santa Catarina (01) e Rio Grande do Sul (01), concentrando-se, portanto, nas regiões sudeste (67%) e sul (33%) do país. Dessas, as que mais aparecem nos pedidos de patentes são a Fundação Universidade do Vale do Itajaí e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em 2 ocasiões cada uma.

Analisando de modo geral os dados dos documentos resultantes de parcerias, constatou-se que a empresa que possui maior quantitativo de parcerias firmadas em relação ao total geral de depósitos (84) é a Eurofarma (34%), seguida pela Aché (22%), EMS (22%) e União Química (22%), sendo que a Hypermarcas não possui nenhuma parceria estabelecida correspondente aos pedidos depositados. No entanto, analisando especificamente a distribuição de patentes decorrentes de parcerias, considerando proporcionalmente o total de depósitos de cada empresa, observou-se que a União Química possui o maior percentual (33,3%), tendo, em sequência, a Eurofarma (23%), a EMS (13,3%) e a Aché (7,1%).

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Avaliando os resumos e relatórios, pode-se distribuir os depósitos em 12 áreas de doenças, conforme demonstra a Tabela 5, onde lideram o ranking as patentes voltadas para doenças inflamatórias (24), depositadas essencialmente pela empresa Aché (18), seguida das de cunho odontológico, depositadas exclusivamente pela Hypermarcas (9), e a área veterinária, com 6 pedidos de patentes depositados pela Eurofarma e União Química, com 3 documentos cada.

TABELA V

DISTRIBUIÇÃO DE PATENTES POR ÁREAS DE DOENÇAS

Ordem Área de doença Hypermarcas EMS Eurofarma Aché União Química Total Geral

1 Alérgica 0 1 0 0 0 1 2 Cardio e Cerebrovascular 2 0 0 0 0 2 3 Dermatológica 1 0 0 2 0 3 4 Gastrintestinal 0 0 2 3 0 5 5 Infecciosa 0 3 0 0 0 3 6 Inflamatória 0 2 4 18 0 24 7 Neuropisiquiátrica 0 1 0 2 0 3 8 Odontológica 9 0 0 0 0 9 9 Oncológica 0 0 0 0 2 2 10 Sexualmente Transmissível 1 0 0 0 0 1 11 Urológica 0 1 1 0 1 3 12 Veterinária 0 0 3 0 3 6

13 Não se enquadra em nenhuma

área de doença 2 1 2 1 0 6

14 Não identificada – em período

de sigilo 6 0 0 0 0 6

15 Não identificada - sem

documento no INPI 1 6 1 2 0 10

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado do INPI, 2015.

Verificando as áreas de doenças pelos depósitos de cada empresa, percebe-se que a Hypermarcas investe mais em patentes voltadas para a área odontológica, a EMS para as doenças infecciosas e inflamatórias, a Eurofarma para inflamatórias e veterinárias, a Aché essencialmente em inflamatórias e a União Química em veterinárias e oncológicas.

IV. CONCLUSÃO

Não obstante o ranking das maiores empresas da indústria farmacêutica no Brasil apontar a companhia Hypermarcas como líder em termos de vendas líquidas, a primeira posição em relação ao número de pedidos de patentes depositados no INPI é ocupada pela empresa Aché Laboratórios, o que pressupõe estratégias diferenciadas adotadas pelas referidas companhias.

Infere-se o ínfimo número total de pedidos de patentes depositados nos últimos 26 anos pelas cinco empresas pesquisadas, sendo que estes se caracterizam, predominantemente, como patentes de invenção, o que sinaliza a preferência pelo desenvolvimento de produtos inovadores oriundos, sobretudo, de investimento no processo de PD&I, bem como são destinados prioritariamente para o tratamento de doenças inflamatórias.

Denota-se ainda o quantitativo restrito de pedidos de patentes das citadas empresas decorrentes de parcerias com instituições de ensino superior e fundações de apoio à pesquisa. Acredita-se que fomento a esse tipo de parceria poderia facilitar o intercâmbio de informações que aperfeiçoariam o processo de pesquisa, desenvolvimento e inovação, propiciando, consequentemente, a elevação do rol de inovações patenteáveis, uma vez que essas

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instituições são potencialmente geradoras de ciência e tecnologia.

Novas pesquisas poderão ser empreendidas para avaliação da atividade de patenteamento das inovações das maiores empresas farmacêuticas do país, bem como para a análise de outras modalidades de propriedade intelectual. Sugere-se, sobretudo, a aplicação de indicadores para a abordagem da questão sob outros ângulos, de forma a viabilizar novos resultados para a construção do panorama contemporâneo desse segmento de indústria no Brasil.

REFERÊNCIAS

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PERALTA, P. P.; SILVA, E. F.; FIERRO, I. M.; TERUYA, D. Y. Panorama do uso de marcas pelos grandes laboratórios farmacêuticos multinacionais no mercado brasileiro. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v.8, n.1, p. 20-31, 2014.

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SANTOS, E. C.; FERREIRA, M. A. A Indústria Farmacêutica e a Introdução de Medicamentos Genéricos no Mercado Brasileiro. Revista Nexos Econômicos, v.6, n.2, p. 95-120, 2012.

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