• Nenhum resultado encontrado

TRIADES. Transversalidade Design Linguagens. Edição especial - 20 anos da Pós-Graduação. em Design da PUC - Rio

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TRIADES. Transversalidade Design Linguagens. Edição especial - 20 anos da Pós-Graduação. em Design da PUC - Rio"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

TRIADES

Transversalidade | Design | Linguagens

Edição espe

(2)

de Charles S. Peirce

sign da informação. Algumas destas pesquisas utilizam a semiótica como parte de sua fundamentação teórica, mas nem sempre levam em consi-deração o significado de ‘diagrama’ dentro da teoria do signo. Este artigo pretende elucidar as várias facetas do conceito de ‘diagrama’ presentes na obra de Charles Sanders Peirce: o diagrama enquanto sinônimo, ou me-lhor exemplo de signo icônico; enquanto um dos três tipos de hipo-ícone; e, finalmente, enquanto componente principal de processos de raciocínio. Na discussão final, são apontadas algumas conseqüências e possíveis desdobramentos deste conceito na pesquisa em design.

Palavras-chave:

semiótica peirceana, representação gráfica, comunicação, cognição

The concept of diagram in Charles S.

Peirce semiotics

ABSTRACT

Diagram design and analysis is a frequent topic of design research, specially in the fields of graphic design and information design. Some of those works have semiotics as part of their theoretical basis, but not always take into account the meaning of ‘diagram’ within the theory of signs. This paper intends to elucidate the various aspects of the concept of ‘diagram’ to be found in the work of Charles Sanders Peirce: diagram as a synonym, or best example of iconic sign; as one of the three kinds of hypoicon; and, finally, as the main component of reasoning processes. In the final discussion, some consequences and possible outcomes of this concept for design research are indicated.

Keywords:

Peircean semiotics, graphic representation, communication, cognition.

(3)

Introdução

O design ou a análise de diagramas é tópico recorrente em pesquisas na área de design, em especial em pesquisas na área de design gráfico e design da informação.1 Algumas destas

pesquisas utilizam a semiótica como parte de sua fundamen-tação teórica, mas nem sempre levam em consideração o sig-nificado de ‘diagrama’ dentro da teoria do signo. Um ‘diagrama’ pode ser definido, de modo geral, como uma associação entre elementos expressa por meio de relações em um ambiente visual. Este artigo pretende contribuir para o aprofundamento desta definição, apresentando as várias facetas do conceito de ‘diagrama’ presentes na obra de Charles S. Peirce.

Em diversas ocasiões (e.g. CP 1.369, 4.447; W6: 259; EP2: 10, 303),2 Peirce refere-se a ‘diagrama’ como um sinônimo, ou

um exemplo, de ícone. O conceito de ‘diagrama’ como um tipo específico de ícone, entre outros tipos possíveis, torna-se mais claro a partir da formulação de uma tipologia dos ícones atu-alizados, ou hipo-ícones, feita por Peirce na seção dedicada à gramática especulativa de seu ‘Syllabus’ de 1903 (CP 2.276-277, EP2: 273-274).

Paralelamente, Peirce sempre destacou o papel dos dia-gramas no raciocínio —em especial, mas não exclusivamen-te, no pensamento matemático e lógico—, fornecendo vários exemplos do funcionamento daquilo que ele chamou, em al-gumas ocasiões, de ‘raciocínio diagramático’ (CP 4.571, 5.148, 6.213). Neste contexto, o desenvolvimento de seus sistemas

1. Alguns exemplos são: Tufte (1990), Bounford & Campbell (2000), Ware (2000), Kulpa (2004), Crilly, Blackwell & Clarkson (2005), Meirelles (2005) e Curran (2007).

2. Ao longo deste artigo, as seguintes abreviaturas serão utilizadas para facilitar a referência à obra de Peirce:

CP: The Collected Papers of Charles S. Peirce (Peirce 1994)

EP: The Essencial Peirce: selected philosophical writings (Peirce 1998)

MS: manuscritos datados segundo o Annotated catalogue of the papers of Charles S. Peirce (Robin 1967)

NEM: New Elements of Mathematics by Charles S. Peirce (Peirce 1976) W: Writings of Charles S. Peirce - a cronological edition (Peirce 1982-2000)

(4)

de diagramas lógicos —em especial seus grafos existenciais3

deve ser entendido como um esforço para colocar em prática seus argumentos a favor de uma forma eminentemente visual, e supostamente mais intuitiva, de raciocínio.

As próximas seções examinam três facetas do conceito de ‘diagrama’ na obra de Peirce: o diagrama enquanto sinônimo, ou melhor exemplo de ícone; enquanto um dos três tipos de hipo-ícone; e, finalmente, enquanto componente principal de processos de raciocínio. Na discussão, são apontadas algumas conseqüências e possíveis desdobramentos deste conceito na pesquisa em design.

Diagrama como sinônimo, ou melhor exemplo de

ícone

Em 1867, em “On a new list of categories” (CP 1.558, W2: 56) Peirce define três tipos signos, a partir do tipo de relação que mantêm com seus objetos. Em concordância com sua dou-trina das categorias, ele chama os primeiros, cuja relação está baseada em simples qualidades que ambos têm em comum, de ‘likenesses;’ os segundos, cuja relação é uma correspondên-cia factual de índices; e os terceiros, aqueles cuja relação está baseada em alguma característica imputada, de símbolos.

Cerca de 20 anos mais tarde, em “One, two, three: funda-mental categories of thought and of nature” (CP 1.369, W5: 243 [1885]), Peirce retoma esta discussão, substituindo o termo ‘li-keness’ por ‘signo diagramático’ ou ‘ícone.’ Este tipo de signo é então definido como aquele que exibe alguma similaridade ou analogia com seu objeto, em contraste com os índices, que apenas forçam a atenção sobre o objeto, sem descrevê-lo, e

3 Não será possível, dentro dos limites deste artigo, entrar em detalhes quanto aos sistemas de diagramas lógicos desenvolvidos por Peirce. Aos interessados, recomenda-se a leitura de Roberts (1973), Ketner (1981), Shin (1995), e Sowa (2001).

(5)

com os símbolos, que se referem ao objeto através de associa-ções habituais de idéias. Um diagrama, por sua vez, é descrito, em “On quantity” (1895) como “imagem visual, seja ela com-posta por linhas, como uma figura geométrica, ou uma sequ-ência de signos, como uma fórmula algébrica, ou de natureza mista, como um grafo” (NEM 275).4

Embora, ao que tudo indica, a diferença entre os conceitos de ‘ícone puro’ e ‘diagrama,’ tenha estado evidente para Peirce desde o início (ver, por exemplo, CP 3.362 [1885]), é possível encontrar diversas passagens onde os conceitos de ‘diagrama’ e ‘ícone’ parecem se sobrepor (CP 2.282, 7.467 [1893], 2.279 [1895], 3.429 [1896]), ou onde diagramas são apresentados como exemplos de ícone (EP2: 303 [1904], 4.531 [1905]) e vice-versa (W6:258-259 [1889]). Uma análise destas, e outras passagens onde ambos os termos aparecem revela que dia-gramas são tratados como ícones por serem signos que se relacionam com seus objetos devido a semelhanças que são fundamentalmente estruturais, mas que, não raramente, se re-fletem em sua aparência.

Um exemplo, dado por Peirce, onde os dois conceitos se sobrepõem, é uma equação algébrica (CP 2.279, 2.282). Uma equação algébrica é um ícone porque se assemelha ao pro-blema que pretende resolver, e é um diagrama porque esta semelhança baseia-se, principalmente, no fato da estrutura da equação ser similar à estrutura do problema. Além disso, para Peirce

[…] uma propriedade muito característica do ícone é que através da ob-servação direta dele outras verdades a respeito de seu objeto podem ser descobertas além daquelas suficientes para determinar sua construção. […] Esta capacidade de revelar verdades inesperadas é precisamente aquilo em que a utilidade das fórmulas algébricas consiste, de forma

4 “[…] a diagram, or visual image, whether composed of lines, like a geometrical figure, or an array of signs, like an algebraical formula, or of a mixed nature, like a graph” (NEM 275).

(6)

que o caráter icônico é o que prevalece. (CP 2.279 [1895])5 A relação disso com o que Peirce chamou de ‘raciocínio diagramático’ será analisada mais à frente. Por hora, é sufi-ciente ter em mente que existe uma diferença, bastante im-portante, entre ‘ícone’ enquanto primeiridade genuína (algo, portanto, da natureza de uma possibilidade), e diagramas en-quanto ícones atualizados. Esta diferença só foi sistematizada por Peirce em 1903, e é o tema da próxima seção.

Diagrama como um dos tipos de hipo-ícone

Embora em 1885 (CP 3.362) Peirce já houvesse afirma-do que “um diagrama […] não é um ícone puro,” somente em 1903 ele extrai maiores conseqüências desta afirmação. Não por acaso, Peirce faz isso em uma seção de seu ‘‘Syllabus’’ de-dicada à gramática especulativa (CP 2.274-77, EP2: 272-288). Este é, justamente, o ramo da semiótica —entendida como ló-gica— que investiga a natureza dos signos, suas condições de existência e classificação.6

Ele inicia com uma definição mais rigorosa de seu con-ceito de ícone, diferenciando ‘ícones’ de ‘signos icônicos’:

[…] em um sentido mais estrito, nem mesmo uma idéia, exceto no senti-do de uma possibilidade, ou Primeiridade, pode ser um Ícone.

[…] Mas um signo pode ser icônico, isto é, pode representar seu objeto

5 “[…] a great distinguishing property of the icon is that by the direct observation of it other truths concerning its object can be discovered than those which suffice to determine its cons-truction. […] This capacity of revealing unexpected truth is precisely that wherein the utility of algebraical formulae consists, so that the iconic character is the prevailing one.” (CP 2.279 [1895])

6 Os outros são lógica crítica, que estuda as várias formas de argumento ou inferência, e re-tórica especulativa ou metodêutica, que se ocupa dos procedimentos investigativos. O apro-fundamento deste aspecto da obra de Peirce, que deve ser entendido dentro do contexto de sua classificação das ciências, foge ao escopo deste artigo. Aos interessados, recomenda-se a leitura de Kent (1987), Tursman (1987), Santaella (1992: 101-140).

(7)

principalmente por sua similaridade, não importando seu modo de ser. Se o que se quer é um substantivo, um representamen icônico pode ser denominado hipo-ícone. (CP 2.276, EP2: 273)7

Logo após, naquela que, segundo Jappy (2001), parece ser a única definição completa dos hipo-ícones que podemos en-contrar em sua obra,8 Peirce descreve a seguinte divisão:

Hipo-ícones podem ser grosseiramente divididos de acordo com o tipo de Primeiridade da qual participam. Aqueles que participam de simples qualidades, ou Primeiras Primeiridades, são imagens; aqueles que re-presentam as relações, principalmente diádicas, ou assim consideradas, das partes de uma coisa por relações análogas em suas próprias partes, são diagramas; aqueles que representam o caráter representativo de um representamen pela representação de um paralelismo em outra coisa, são metáforas. (CP 2.277, EP2: 274)9

Sendo assim, podemos dizer que, em termos estritos, um ‘ícone puro’ é apenas uma possibilidade lógica, e não algo exis-tente. Signos icônicos, ou hipo-ícones, por outro lado, são íco-nes instanciados, participando de relações sígnicas existentes, devido a algum tipo de semelhança que possuem com seus objetos. Neste contexto, diagramas podem ser definidos como hipo-ícones cuja semelhança com seu objeto baseia-se, antes de mais nada, em uma semelhança estrutural. Se ícones são relações de ‘semelhança,’ um ‘diagrama’ é um ícone instancia-do das relações entre as partes de seu objeto. Os ‘diagramas’ se diferenciam das ‘imagens,’ que são ícones instanciados de qualidades imediatas, aparentes, ou superficiais, e das

‘metá-7 “[…] most strictly speaking, even an idea, except in the sense of a possibility, or Firstness, cannot be an Icon. […] But a sign may be iconic, that is, may represent its object mainly by its similarity, no matter what its mode of being. If a substantive be wanted, an iconic repre-sentamen may be termed a hypoicon.” (CP 2.276, EP2: 273)

8 Uma busca nas principais obras publicadas (CPs, EPs, Ws) confirma esta hipótese.

9 “Hypoicons may roughly [be] divided according to the mode of Firstness of which they par-take. Those which partake the simple qualities, or First Firstnesses, are images; those which represent the relations, mainly dyadic, or so regarded, of the parts of one thing by analogous relations in their own parts, are diagrams; those which represent the representative charac-ter of a representamen by representing a parallelism in something else, are metaphors.” (CP 2.277, EP2: 274)

(8)

foras,’ que são ícones instanciados de hábitos, convenções ou leis gerais.

Seguindo a lógica das categorias que rege a semiótica de Peirce, devemos esperar também que as ‘metáforas,’ por um lado, se apresentem na forma de ‘diagramas’ e, por outro, dependam da insistência destes para adquirir seu status de convenção ou lei. ‘Diagramas,’ por sua vez, devem depender da incorporação de ‘imagens’ para serem reconhecidos como aná-logos da estrutura de seus objetos, ao mesmo tempo em que ‘imagens’ minimamente complexas, a partir do momento em que são vistas como um composto de elementos mais simples, podem ser entendidas como ‘diagramas’. Isso demonstra a po-sição central dos diagramas na lógica do ícone de Peirce.

Para Ransdell, “um ícone propriamente dito é sempre um quali-signo […] embora o signo que ele incorpora possa ser chamado de ‘icônico’ (ou de ‘hipo-ícone’)” (1997: 38). Nöth (1995: 122) e Santaella (1995: 143-1451996) adotam inter-pretações similares, localizando os hipo-ícones, no contexto das 10 classes de signos, entre os sin-signos e os legi-signos icônicos.

Peirce de fato fornece, como exemplos de sin-signo icôni-co e legi-signo icôniicôni-co, respectivamente, “um diagrama dual” (CP 2.255) e “um diagrama, independente de sua indivi-dualidade factual” (CP 2.258). Além destas duas classes, temos ainda os quali-signos (segundo a lógica das categorias que rege as classificações peirceanas, necessariamente, icônicos e remáticos), como uma terceira classe de signos icônicos entre aqueles descritos nas 10 classes. Embora a divisão dos signos em 10 classes e a divisão dos hipo-ícones façam parte do mes-mo documento (o ‘‘Syllabus’’ de 1903), não encontrames-mos nele10

nenhuma menção explícita a uma relação entre estas duas divisões. Contudo, se desejarmos estabelecer algum tipo de correspondência entre as 10 classes e os 3 tipos de hipo-ícone, e se começamos por identificar a classe dos quali-signos com

(9)

os ícones puros, restam apenas duas classes dentro das quais poderíamos ‘encaixar’ imagens, diagramas e metáforas: a dos sin-signos icônicos, e a dos legi-signos icônicos.

Ransdell e Nöth não deixam claro onde, entre os sin--signos ou os legisin--signos, poderíamos localizar os hipo-ícones diagramáticos. Santaella (1995: 143-1451996), por sua vez, argumenta que os três hipo-ícones podem ser considerados como três níveis de iconicidade relacionados aos legi-signos icônicos.11

Em sua proposta para uma “classificação peirceana de modelos,” Houser (1991) relaciona os três tipos de signos icô-nicos encontrados nas 10 classes (quali-signos [111], sin-sig-nos icônicos [211] e legi-sigsin-sig-nos icônicos [311]) com três tipos de modelos:

111: aqueles que modelam seus objetos ao dividir ou du-plicar propriedades significantes (e.g., uma amostra de cor) 211: aqueles que modelam objetos ou eventos particulares por serem estrutural ou materialmente parecidos com eles (e.g. uma maquete arquitetônica)

311: aqueles que servem como modelo por serem tipos ge-rais, similares a leis que todas as instâncias devem respei-tar (e.g. figuras geométricas desenhadas em uma lousa)

Houser (1991: 437) sugere que existem pontos em co-mum entre estas três classes icônicas e os três hipo-ícones, e também que estas relações talvez possam ser mais bem en-tendidas dentro da divisão em 66 classes de signos. Ele não chega, porém, a nenhuma conclusão a este respeito, afirmando que estas questões ainda precisam ser mais estudadas.

11 Santaella (1995: 143-145, 1996) propõe uma sistematização composta por seis níveis de iconicidade, que vão do “ícone puro,” passando pelos “ícones atuais,” até os “signos icônicos.” O ícone puro teria apenas um nível, sendo caracterizado como um quali-signo. Os ícones atuais, identificados como sin-signos degenerados, ou ícones tais como aparecem nos processos perceptivos, teriam dois níveis: um nível de ação, onde algo externo se impõe à consciência, e um nível de reação, onde a consciência reage ao estímulo externo. Os signos icônicos, por sua vez, teriam três níveis, alinhados aos três tipos de hipo-ícones propostos por Peirce, e que Santaella caracteriza como legi-signos.

(10)

Stjernfelt (2000), por sua vez, sugere a possibilidade de se desenvolver uma “taxonomia racional dos diagramas,” a partir da descrição de Peirce para ‘diagrama’ comentada no início da seção anterior (“On quantity”, NEM 275 [1895]). Ele também identifica, em uma passagem de “Prolegomena to an apology for pragmaticism” (NEM 316-319 [1906]) algumas facetas da definição peirceana de diagrama:

diagrama como um ícone de objetos racionalmente rela-cionados, cuja compreensão não dependeria de hábitos ou experiência;

diagrama como um tipo, isto é, um conjunto de relações ra-cionais que podem ser comunicadas através de instâncias deste tipo, ou tokens; e

diagrama como elemento crucial dos processos de inferên-cia e raciocínio, “máquina formal para experimentos men-tais” (Stjernfelt 2000).

A primeira faceta se aproxima à definição de ‘diagrama’ como ‘ícone,’ discutida na primeira seção deste artigo. A se-gunda é bastante similar ao tipo de ‘diagrama’ invocado para exemplificar os legi-signos icônicos (CP 2.258), e à visão, pro-posta por Houser (1991), dos signos icônicos como ‘modelos,’ discutida nos parágrafos anteriores. A última faceta é o tema da próxima seção.

Raciocínio diagramático

Em 1905, em uma passagem de seu “Prolegomena to an apology for pragmaticism” onde introduz seus grafos existen-ciais, Peirce afirma que “o raciocínio diagramático é o único tipo realmente fértil de raciocínio” (CP 4.571). Esta afirmação reflete a força com que Peirce defende, em várias passagens de sua obra, um tipo de pensamento eminentemente visual, baseado na elaboração e manipulação de diagramas.

(11)

mate-mática, e de extrema importância na lógica (CP 4.544), em-bora sua contribuição não se restrinja a estas áreas de co-nhecimento. Segundo ele, se a lógica pode ser definida como a ciência das leis que regulam o estabelecimento de cren-ças estáveis, a ‘lógica exata,’ enquanto doutrina das condições que fundamentam a lógica, deveria se basear em um tipo de pensamento cujas observações sejam indubitáveis (CP 3.429). Este é, de acordo com ele, o caso do pensamento ou raciocínio diagramático, também chamado de ‘icônico’ ou ‘esquemático.’

Em 1901, Peirce descreveu o processo envolvido neste tipo de raciocínio da seguinte forma:

Formamos na imaginação algum tipo de representação diagramática, isto é, icônica, dos fatos […]. Este diagrama, que foi construído para representar intuitivamente ou semi-intuitivamente as mesmas relações que estão expressas de forma abstrata nas premissas, é então obser-vado, e uma hipótese se sugere […]. Para testá-la, vários experimentos são feitos sobre o diagrama, que é modificado de várias maneiras. […] a conclusão é por força verdadeira devido às condições de construção do diagrama. (CP 2.778)12

Em diversas ocasiões, Peirce salientou a importância dos diagramas no raciocínio dedutivo ou necessário (CP 1.66, 2.267, 3.363, 5.162, 6.471), chegando mesmo a afirmar que qualquer silogismo regularmente expresso é um diagrama (CP 4.544). Segundo Stjernfelt (2000), o raciocínio diagramático proposto por Peirce pode ser entendido como processo que vai dando forma a um núcleo de raciocínio dedutivo a partir de uma sé-rie de tentativas (abduções) e testes (induções). Este tipo de raciocínio teria, portanto, como principais vantagens, a pos-sibilidade de revelar verdades ‘novas,’ não aparentes em uma simples listagem das relações apresentadas por um problema, e a capacidade de conduzir a conclusões testáveis, corretas e

12 “We form in the imagination some sort of diagrammatic, that is, iconic, representation of the facts. […] This diagram, which has been constructed to represent intuitively or semi-intui-tively the same relations which are abstractly expressed in the premisses, is then observed, and a hypothesis suggests itself […]. In order to test this, various experiments are made upon the diagram, which is changed in various ways. […] the conclusion is compelled to be true by the conditions of the construction of the diagram.” (CP 2.778)

(12)

necessárias.

Estas vantagens não se restringem, segundo Peirce, aos campos da matemática e da lógica —algo que, tendo em vista a posição fundante da matemática em sua classificação das ciências é perfeitamente esperado. Para ele, a filosofia e a me-tafísica também se beneficiam ao adotar este tipo de raciocí-nio.

Quanto à aplicabilidade e às vantagens do raciocínio dia-gramático para a teoria do signo, não teremos dúvidas a este respeito se lembrarmos que, para Peirce, ‘semiótica’ é apenas um outro nome para a lógica “em seu sentido geral,” consistin-do na consistin-doutrina “quase-necessária, ou formal, consistin-dos signos” (CP 2.227).

Discussão

Embora o conceito de diagrama na obra de Peirce seja, conforme vimos, bastante rico, e com muitas possibilidades de aplicação para os estudos em design, tanto o seu entendimen-to enquanentendimen-to exemplo de signo icônico, quanentendimen-to a divisão dos ícones em hipo-ícones, ou mesmo o potencial cognitivo do diagramas são temas pouco discutidos na pesquisa em design. Uma excessão a isso é o cuidadoso estudo comparativo das teorias da representação apresentado por Yuri Engelhardt em The Language of Graphics (Engelhardt 2002), como parte de seu esforço para a configuração de parâmetros para a análise de gráficos e diagramas.

Nesta obra, autor propõe uma relação entre os três tipos de hipo-ícone, os índices e os símbolos peirceanos com a sua divisão dos objetos gráficos em literais (imagens), metafóricos (metáforas), metonímicos (índices) e arbitrários-convencionais (símbolos). Engelhart admite ter dúvidas quanto à pertinência de relacionar os índices peirceanos com aquilo que chama de “correspondência metonímica” —uma relação de “envolvimen-to físico entre o que é mostrado e o que se pretende significar”

(13)

em uma representação gráfica—, e sugere que os hipo-ícones diagramáticos sejam entendidos como “objetos gráficos que envolvem relações gráficas metafóricas” (Engelhardt 2002: 116).

Engelhardt (2002: 127-128) chama a atenção para o fato de alguns autores utilizarem, de forma equivocada, o concei-to de ‘ícone’ —no sentido de representação figurativa, literal, de um objeto— em oposição a ‘símbolo’ —entendido como re-presentação abstrata de um objeto, baseada em convenções. Engelhardt adverte que esta prática não apenas está em de-sacordo com as idéias de Peirce, mas também leva a graves limitações do ponto de vista analítico, pois deixa de levar em consideração, por um lado, que muitas representações gráfi-cas figurativas não devem ser interpretadas de forma literal, e, por outro, que representações abitrárias e convencionais tanto podem ser figurativas quanto não figurativas. Um exemplo do primeiro caso seria o pictograma de uma taça de vinho adota-do para representar a fragilidade adota-do conteúadota-do de um pacote. Um exempo do segundo seria uso do desenho de um tucano, ou de um logotipo com as letras ‘PSDB’ como representação gráfica de um mesmo partido político. Engelhardt classifica o primeiro caso como objeto gráfico metáfórico, e ambas as alternativas do segundo como objetos gráficos arbitrários--convencionais.

Em outras ocasiões (Farias 2003 e 2005) argumentei quanto à pertinência de uma análise de artefatos gráficos, no contexto do design da informação, que leve em conta a divisão, proposta por Peirce, dos hipo-ícones em imagens, diagramas e metáforas, dando, como exemplo, a análise de pictogramas. Tais argumentações e análises, guardadas as diferenças de no-menclatura, são essencialmente convergentes com a proposta de Engelhardt.

Em Farias (2002), apontei a necessidade de uma maior compreensão dos hipo-ícones peirceanos, sugerindo que eles poderiam ser entendidos como diferentes tipos de sin-signos icônicos, e que, no contexto das 66 classes de signos, este en-tendimento ganharia dimensão diferente daquele obtido no

(14)

contexto das 10 classes. Tal hipótese foi explorada em Farias & Queiroz (2006), e no artigo ‘Hypoicons in the context of Peirce’s extended theory of signs,’ apresentado no congresso da Semiotic Society of America no mesmo ano (Farias & Quei-roz, no prelo).

Conforme vimos, Peirce considera que um diagrama, em sua individualidade, é um exemplo de sin-signo icônico.No contexto das 10 classes de signos, os sin-signos icônicos são signos que:

do ponto de vista de sua natureza, são entidades existentes, atuais (e não meras qualidades, nem leis gerais);

relacionam-se com seus objetos em virtude de suas pró-prias características (e não de forma existencial, nem atra-vés de regras gerais); e

assim como todos os ícones, apresentam seus objetos para possíveis intérpretes como signos de possibilidade (e não como signos de fato, ou signos de lei).13

No contexto das 10 classes, há apenas um tipo de sinsig-no icônico. No contexto das 66 classes, contudo, chegamos a 12 tipos de sinsignos icônicos, que podem ser diferenciados de acordo com a natureza de seu objeto. O objeto do signo, por sua vez, é analisado sob dois aspectos no contexto das 66 classes: primeiro, enquanto objeto dinâmico (o objeto tal como ele se apresenta fora do signo) e, em seguida, enquanto objeto imediato (o objeto tal como é representado dentro do signo). Uma vez que sin-signos são existentes, seus objetos são por força da mesma natureza de outros existentes ou de leis gerais (nunca da natureza de possibilidades). Esta questão pode ter consequências interessantes para a análise de arte-fatos gráficos, pois nos leva a pensar nas características dos

13 Note-se que isso não significa que um diagrama, ou qualquer outro tipo de signo icônico não possa jamais vir a ser interpretado como um signo ‘de lei’. Dentro da concepção peircea-na, os signos estão em constante mutação, e, através do hábito, um ícone poderia se tornar um símbolo, que, por força de sua renovada relação com o objeto, poderia ser interpretado como signo ‘de lei’. Para mais esclarecimentos sobre a estrutura das classificações de signos de Peirce, ver Farias 2001 e 2002.

(15)

elementos envolvidos na configuração de uma representação visual em termos de possibilidades de representação sugeri-das pelo objeto representado.

Outra questão importante, também enfatizada por En-gerhardt, é a maneira como um certo artefato gráfico é in-terpretado. No contexto das 66 classes, três tipos de inter-pretantes são considerados: imediato, dinâmico e final. Uma vez que a natureza destes interpretantes é determinada pela natureza do signo, sendo os sin-signos icônicos da natureza dos existentes, seus interpretantes devem ser da natureza de fatos existente ou possibilidades, mas não da natureza de leis gerais. No contexto dos artefatos gráficos, isso significa que as representações visuais que podemos identificar com os hipo -ícones tendem sempre, devido à sua própria natureza, a ter variações em sua interpretação.

As relações diádicas entre o signo e seus interpretantes, bem como a relação triádica entre o signo, seu objeto dinâmi-co e seu interpretante final, todas são determinadas pelo tipo de relação que o signo mantém com seu objeto dinâmico. No caso dos ícones, esta é uma relação baseada em qualidades (e não em fatos ou regras gerais), e portanto as demais relações serão sempre relações baseadas em possibilidade, sugestão, instinto. Sendo assim, embora representações gráficas deste tipo não possam garantir interpretações sempre consistentes e coerentes, elas são as mais aptas a propiciar novas idéias e novos conhecimentos. É neste sentido que devemos entender a afirmacão, feita por Peirce, de que “o raciocínio diagramático é o único tipo realmente fértil de raciocínio” (CP 4.571).14

Tendo em vista as questões discutidas até aqui, estou convencida de que um entendimento mais profundo das características dos hipo-ícones e do raciocínio diagramático poderia contribuir para a configuração de um framework mais robusto para a análise de aspectos comunicacionais e cognitivos do design, que não se limitaria, necessariamente,

14 Tal visão é convergente com o que encontramos em Chandrasekaran et al. (1995) e Bla-ckwell (2001).

(16)

à análise de artefatos gráficos no contexto do design da informação. Trata-se, contudo, de um campo de pesquisa onde há ainda muito a ser investigado, testado, e debatido.

Referências Bibliográficas

BLACKWELL, Alan F. (ed.). Thinking with diagrams. New York. Kluwer Academic, 2001.

BOUNFORD, Trevor & CAMPBELL, Alastair. Digital diagrams: how to design and present statistical information effectively. New York. Watson-Guptill, 2000.

CHANDRASEKARAN, B.; GLASGOW, Janice; & NARAYANAN, N. Hari (eds.). Diagrammatic reasoning: cognitive and computational perspectives. Cambridge. MIT, 1995.

CRILLY, Nathan; BLACKWELL, Alan & CLARKSON, P. John. Using diagrams in interviews. In: Anais do 2º Congresso Internacional de Design da Informação. São Paulo. SBDI – Sociedade Brasileira de Design da Informação, 2005.

CURRAN, Jim. Laying out software architecture diagrams. Information Design Journal, vol. 15, nº 2, p. 110-113, 2007.

ENGELHARDT, Yuri. The Language of Graphics: A framework for the analysis of syntax and meaning in maps, charts and diagrams. Amsterdam. ILLC, 2002.

FARIAS, Priscila & QUEIROZ, João. Notes for a dynamic diagram of Charles Peirce’s classifications of signs. Semiotica, vol.131, nº 1/2, p.19-44, 2000a.

_____. Sign design: semiótica aplicada ao design e design aplicado à semiótica. In: Anais do P&D Design 2000

(17)

- 4º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. Rio de Janeiro. AEnd-BR/Estudos em Design, 2000b. p.1047-1054.

_____. Diagramas interativos para as classificações dos signos de Charles S. Peirce. Cognitio, vol.4, p.181 - 193, 2003.

_____.10cubes and 3N3: using interactive diagrams to investigate Charles Peirce’s classifications of signs. Semiotica, vol. 151, nº 1/4, p.41 - 63, 2004.

_____. Images, diagrams, and metaphors: Hypoicons in the context of Peirce’s sixty-six-fold classification of signs. Semiotica, v.162, nº 1/4, p. 287-307, 2006.

_____. Hypoicons in the context of Peirce’s extended theory of signs. In: Proceedings of the Semiotic Society of America - 31st Annual Meeting: The future of semiotics. West Lafayette. Purdue University (no prelo).

FARIAS, Priscila. Interactive diagrams for Charles Peirce’s classifications of signs. In: J. Queiroz (ed.). The Digital Encyclopedia of Charles S. Peirce, <www.digitalpeirce.fee. unicamp.br>, 2001.

_____. Sign design, ou o design dos signos: a construção de diagramas dinâmicos das classes de signos de C. S. Peirce. Tese de doutorado. Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica, PUC-SP. 2002.

_____. Hipo-ícones: imagens, diagramas e metáforas na semiótica peirceana e no design da informação. In: L. Leão (ed.). Cibercultura 2.0. São Paulo. Nojosa Edições, 2003, p. 151-166.

_____. Images, diagrams and metaphors: a contribution from semiotics to information design. In: C. Spinillo & S. Coutinho (eds.). Selected Readings of the Information

(18)

Design International Conference. Recife. SBDI - Sociedade Brasileira de Design da Informação, 2005, p. 71-78.

Houser, Nathan. A Peircean classification of mo-dels. In: M. Anderson & F. Merrell (eds.). On semiotic modeling. Berlin. Mouton de Gruyter, 1991, p. 431-439.

JAPPY, Antony. Iconicity, Hypoiconicity. In: J. Quei-roz (ed.). The Digital Encyclopedia of Charles S. Peirce, <www.digitalpeirce.fee.unicamp.br>, 2001.

KENT, Beverley. Charles S. Peirce: logic and the classification of the sciences. Montreal. McGill-Que-ens University, 1987.

KETNER, Kenneth L.. The best example of semio-sis and its use in teaching semiotics. American Journal of Semiotics , vol. 1, nº 1/2, p. 47-83, 1981.

Kulpa, Zenon. Designing diagrammatic notation for interval analysis. Information Design Journal, vol. 12, nº 1, pp. 52-62, 2004.

Meirelles, Maria Isabel. Diagrams and problem solving. In: Anais do 2º Congresso Internacional de Design da Informação. São Paulo. SBDI – Sociedade Brasileira de Design da Informação, 2005.

NÖTH, Winfried. Handbook of semiotics. Bloo-mington. Indiana University, 1995.

PEIRCE, Charles S.. New Elements of Mathematics by Charles S. Peirce. Ed. C. Eisele. The Hague. Mouton, 1976. [Obra citada como NEM, seguido pelo número do volume e número da página]

_____. Writings of Charles S. Peirce - a cronological edition, Vols. 1-6. Ed. Peirce Edition Project.

(19)

Blooming-ton. Indiana University, 1982-2000 [1839-1914]. [Obra citada como W, seguido pelo número do volume e nú-mero da página]

_____. The collected papers of Charles S. Peir-ce. Edicão eletrônica reproduzindo Vols. I-VI [Ed. Hartshorne, C. & Weiss, P., Cambridge. Harvard Univer-sity, 1931-1935], Vols. VII-VIII [Ed. Burks, A. W., Cam-bridge. Harvard University, 1958]. Charlottesville, Inte-lex Corporation, 1994 [1866-1913]. [Obra citada como CP, seguido pelo número do volume e número do pa-rágrafo]

_____. The essential Peirce: selected philosophi-cal writings, Vols. 1-2. Ed. Peirce Edition Project. Bloo-mington. Indiana University, 1998 [1893-1913]. [Obra citada como EP, seguido pelo número do volume e nú-mero da página]

RANSDELL, Joseph. On Peirce’s Conception of the Iconic Sign. In: J. Ransdell (ed.). Arisbe. <www.door.net/ ARISBE/menu/library/aboutcsp/ransdell/iconic.htm>, 1997.

ROBERTS, Don. The existential graphs of Charles S. Peirce. The Hague. Mouton, 1973.

ROBIN, Richard S.. Annotated catalogue of the pa-pers of Charles S. Peirce. Amherst. University of Mas-sachusetts, 1967. [Referências aos manuscritos de C.S. Peirce, citados como MS e seguidos pelos números de página, seguem este catálogo]

SANTAELLA, Lucia. A assinatura das coisas. São Paulo. Imago, 1992.

_____. A teoria geral dos signos: semiose e autoge-ração. São Paulo. Ática, 1995.

(20)

_____. From pure icon to metaphor: six degrees of iconicity. In: V. Colapietro E T. Olshevisky (orgs.). Peirce’s doctrine of signs: theory, applications and connections. Berlin. Mouton de Gruyter, 1996, p. 205-213.

SHIN, Sun-Joo. The logical status of diagrams. New York. Cambridge University, 1995.

SOWA, John. Existential Graphs: MS 514 by Char-les Sanders Peirce with commentary by John F. Sowa. In: Sowa web site, <users.bestweb.net/~sowa/peirce/ ms514w.htm>, 2001.

STJERNFELT, Frederik. Diagrams as centerpiece of a peircean epistemology. Transactions of the Charles S. Peirce Society vol. 36, nº 3, p. 357-385, 2000.

TUFTE, Edward R.. Envisioning information. Cheshire. Graphics Press, 1990.

TURSMAN, Richard. Peirce’s theory of scientific discovery: a system of logic conceived as semiotics. Bloomington. Indiana University, 1987.

WARE, Colin. Information visualization: percep-tion for design. San Francisco. Morgan Kaufman, 2000.

Referências

Documentos relacionados

Maria Angélica Unterkircher Galheigo 2 Marcela Caroline Schmit 3 RESUMO: A teoria da aprendizagem significativa de AUSUBEL (1980), na qual o fator de grande importância é valorizar

Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF): procedimentos efetuados sobre a matéria-prima e insumos até a obtenção de um produto final, em qualquer etapa de seu

Em geral, os gastos com Brindes, Viagens, Presentes, Doações, Patrocínios e Hospitalidades, caracterizam infração quando esses gastos estão relacionados a agentes públicos

1 - É punível como reincidente aquele que, por si ou sob qualquer forma de comparticipação, cometer um crime doloso estritamente militar que deva ser punido com prisão efectiva

A concordância foi excelente para o comprometimento tumoral das cartilagens tireóide, cricóide, extensão extralaríngea e estadiamento linfonodal; ótima para o envolvimento tumoral

O candidato quando da sua convocação deverá declarar expressamente não estar aposentado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), por invalidez, não ser servidor

Com base nesse cenário, o presente trabalho teve por objetivo identificar espécies nativas do Bioma Pampa, ocorrentes no entorno do município de Pelotas, com

A ação dos condicionadores para evitar a perda de N em compostagem com dejeto suíno proporcionou maiores valores de temperatura interna da leira na maior parte do tempo, variável