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Direito do Consumidor p/concursos Públicos Teoria e Exercícios

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AULA DEMONSTRATIVA

Direito do Consumidor p/Concursos Públicos

Teoria e Exercícios

Direito do Consumidor, Constituição Federal e o CDC

Professor Carlos Antônio Bandeira

(2)

A

ULA

D

EMONSTRATIVA

MAPA DA AULA

1. INTRODUÇÃO ... 3

1.1. Cronograma do curso ... 3

1.2. Como estudar conosco? ... 4

1.3. Apresentação do Professor ... 5

2. DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DIMENSÃO) ... 6

2.1. Direitos de primeira geração (liberdade) ... 7

2.2. Direitos de segunda geração (igualdade) ... 7

2.3. Direitos de terceira geração (fraternidade) ... 8

2.4. Direitos de quarta geração ... 10

3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL AO CONSUMIDOR ... 10

3.1. Direito fundamental ... 10

3.2. Princípio de ordem econômica ... 12

3.3. ADCT => CDC ... 14

4. CARACTERÍSTICAS DO CDC ... 14

4.1. Norma principiológica ... 14

4.2. Norma de ordem pública e interesse social ... 17

4.3. Microssistema multidisciplinar ... 19

5. DIÁLOGO DAS FONTES ... 19

5.1. Método clássico ... 20

5.2. Espécies de “diálogos” entre fontes ... 21

6. AOS EXERCÍCIOS! ... 23

EXERCÍCIOS COMENTADOS ... 24

Direito de terceira geração (ou dimensão) ... 24

Tratamento constitucional ao Direito do Consumidor ... 27

Características do CDC ... 31

Diálogo das fontes ... 42

(3)

Direito de terceira geração (ou dimensão) ... 48

Tratamento constitucional ao direito do consumidor ... 48

Características do CDC ... 49

Diálogo das fontes ... 52

GABARITO ... 54

RESUMO ... 54

1.

I

NTRODUÇÃO

Olá! Tudo bem contigo? Você está participando da aula inicial de nosso curso deDIREITO DO CONSUMIDOR P/CONCURSOS PÚBLICOS (TEORIA EEXERCÍCIOS)!

Antes de mais nada, quero lhe oferecer as BOAS VINDAS À NOSSA SALA DE AULA! Sinta-se à vontade (e focado), e vamos prosseguir juntos, rumo aos concursos públicos!

1.1.

C

RONOGRAMA DO CURSO

O curso será composto de OITO AULAS ⎯ Aulas 00 a 07 ⎯ com apresentação de TEORIA e EXERCÍCIOS COMENTADOS de importantes concursos públicos do país, além de algumas questões criadas para incrementar mais ainda o nosso estudo, cujas matérias serão apresentadas nesta sequência:

Aula Conteúdo Programático

00 Direito de Terceira Geração (ou Dimensão). Tratamento Constitucional ao Direito do Consumidor. Características do CDC. Diálogo das Fontes.

01 Relação Jurídica de Consumo. Consumidor. Fornecedor. Objetos da Relação de Consumo (Produto e Serviço).

02 Princípios da Política Nacional de Relações de Consumo. Direitos Básicos do Consumidor. 03 Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço. Responsabilidade pelo Vício do Produto e do Serviço. Prestação

(4)

de Serviço Público para Reparação de Produto. Serviço Público. Garantia Legal do Produto ou Serviço. Decadência. Prescrição.

04

Desconsideração da Personalidade Jurídica no CDC. Práticas Abusivas. Proteção Contratual ao Consumidor. Boa-fé Objetiva e Equilíbrio Econômico. Interpretação em Favor do Consumidor. Contrato de Adesão.

05

Parte I. O Direito à Informação. A Defensoria Pública e a Defesa do Consumidor. Parte II. Casos Específicos de Relação de Consumo (incluindo Instituições Financeiras), de acordo coma jurisprudência brasileira.

06 Defesa do Consumidor em Juízo. Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Convenção Coletiva de Consumo. 07 Simulado Didático.

1.2.

C

OMO ESTUDAR CONOSCO

?

As aulas serão divulgadas conforme as regras previstas no

www.pontodosconcursos.com.br, com parte teórica (para aprender!), exercícios comentados (para treinar!), exercícios repetidos (para treinar mais!) e resumo (para revisar!).

Além da TEORIA sobre os temas propostos, como já falamos, serão apresentados EXERCÍCIOS COMENTADOS:

⇒ aplicados por DIVERSAS BANCAS RELEVANTES (para conhecer melhor a matéria normalmente aplicada em questões de concurso!); e ⇒ CRIADOS ESPECIALMENTE PARA O CURSO (para ampliar ainda

mais a abrangência do estudo!)!

O estudo com questões é um excelente método que ajuda a fixar a matéria em nossa memória! Já funcionou comigo, graças a Deus! Adianto também que há questões que foram desmontadas, com vistas a atender às necessidades didáticas deste curso.

Chamo a atenção já para a nossa Aula Demonstrativa, pois contém informações importantes que já foram aplicadas em diversas provas!

Para estudar o DIREITO DO CONSUMIDOR, devemos estar atentos aos conceitos ministrados pelos principais doutrinadores pátrios, súmulas e julgamentos jurisprudenciais! Além dos conceitos e dicas a serem ministrados nas aulas, aconselho prestar bastante a atenção na “lei seca”, pois seus termos são muito usados em provas.

(5)

Muito bem! Qualquer tipo de dúvida ou comentário, sinta-se à vontade para se dirigir ao espaço destinado à nossa aula, no forum de dúvidas, por favor!

O nosso curso possui muitas questões comentadas!

Mas, se por acaso precisar tirar alguma dúvida sobre alguma questão inédita no curso, não se constranja! Por favor, compartilhe conosco a questão no fórum de dúvidas! Terei o maior prazer em ajudar!

“A maioria das pessoas prefere

mudar as circunstâncias para melhorar suas vidas quando o que realmente precisam é mudar a si mesmas para melhorar as circunstâncias.” (John C. Maxwell)

1.3.

A

PRESENTAÇÃO DO

P

ROFESSOR

Já falamos sobre o curso! Agora, vamos nos apresentar também! Meu nome é Carlos Antônio Corrêa de Viana Bandeira, sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1994, e concluí, entre outros cursos, Economia Moderna pela George Washington University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América, em 2008.

Fui Estagiário do Escritório Arruda Alvim & Tereza Alvim Advogados Associados S/C, Auxiliar Jurídico da Federação Brasileira das Associações dos Bancos (FEBRABAN), Advogado atuante na Área Cível e Empresarial, Juiz de Direito, Juiz Eleitoral, Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal e Palestrante de Cursos de Formação para Procuradores da Fazenda Nacional.

Com muita satisfação, hoje sou Procurador da Fazenda Nacional, lotado em Brasília, e, há alguns anos, Professor do Ponto dos Concursos.

(6)

É isso aí! Esse é o nosso convite, portanto, para caminharmos juntos em direção a concursos públicos com o tema de DIREITO DO CONSUMIDOR na bagagem!

Na aula de hoje ⎯ AULA 00 ⎯, começaremos a falar sobre importante tema de nosso país, que é o DIREITO DO CONSUMIDOR! Observei que será melhor iniciar a abordagem de seus assuntos a partir da seguinte ordem lógica:

⇒ Direito de Terceira Geração (ou Dimensão);

⇒ Tratamento Constitucional ao Direito do Consumidor; ⇒ Características do Código do Consumidor; e

⇒ Diálogo das Fontes!

Desde já, desejo-lhe pleno sucesso e muitas felicidades! Abraços,

Carlos Antônio Bandeira

2.

D

IREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO

(

OU DIMENSÃO

)

Antes de adentramos nos aspectos constitucionais do DIREITO DO CONSUMIDOR, propriamente ditos, vamos situar esse ramo do direito entre as denominadas GERAÇÕES ou DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS, os quais foram sendo acrescentados às Constituições ao longo do tempo!

ATENÇÃO: as GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS não surgiram ao mesmo tempo!

✓ As implementações das chamadas gerações (ou dimensões) de direitos correspondem a resultados de eventos históricos e desembocaram em reconstruções do Estado, visando a atender anseios de seus cidadãos.

(7)

DICA: para guardar os temas, relacione as GERAÇÕES DOS DIREITOS com os LEMAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA (período

de agitação política e social na França, eclodido entre 1789 e 1799):

• LIBERDADE: primeira geração; • IGUALDADE: segunda geração; • FRATERNIDADE: terceira geração.

2.1.

D

IREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

(

LIBERDADE

)

Os DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO correspondem aos DIREITOS DA LIBERDADE e estão ligados ao ABSENTEÍSMO ESTATAL, que marca a passagem do ESTADO AUTORITÁRIO para o ESTADO DE DIREITO, que buscava reprimir os abusos do Estado, em especial, contra os direitos de liberdade públicas e políticas, os quais também foram definidos como DIREITOS DE OPOSIÇÃO ou de RESISTÊNCIA AO ESTADO.

LIBERALISMO CLÁSSICO: a ideia dicotômica do Direito ⎯ que se

dividia em Público e Privado, também presente na distinção entre

leis civis e leis públicas, que teria influenciado o Código de Napoleão

de 1804 ⎯ favoreceu a chamada CODIFICAÇÃO DO DIREITO CIVIL, e, por outro lado, foi seguida pela ideia de liberdade meramente formal perante a lei e de não intervenção do Estado (ESTADO LIBERAL).

✓ Os direitos de primeira geração foram os primeiros a serem previstos constitucionalmente!

2.2.

D

IREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO

(

IGUALDADE

)

Os DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO são os sociais, culturais e econômicos. Exigem determinada prestação por parte do Estado e destinam-se a saciar DIREITOS DA COLETIVIDADE. Passava-se do ESTADO LIBERAL para o ESTADO SOCIAL DE DIREITO.

DIREITOS SOCIAIS: além da mencionada divisão dicotômica reconheceu-se a carência dos chamados DIREITOS SOCIAIS ⎯ esses direitos foram expressados nas ideias do Direito do Trabalho e do

(8)

Direito Previdenciário ⎯, os quais caracterizaram a manifestação de

um ESTADO PRESTACIONISTA, INTERVENCIONISTA e realizador da chamada JUSTIÇA DISTRIBUTIVA, o que começou a ser difundido a partir da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (transição entre o período de produção artesanal para o período de novos processos de produção com o auxílio de máquinas, ocorrido entre 1760 a 1820).

✓ Os direitos de segunda geração apareceram, pela primeira vez, na Constituição brasileira de 1934!

2.3.

D

IREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO

(

FRATERNIDADE

)

Os DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO correspondem aos chamados DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS, a exemplo do direito ao desenvolvimento, direito à paz, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito à comunicação, DIREITOS DOS CONSUMIDORES e outros direitos relacionados com grupos de pessoas mais vulneráveis: a criança, idoso, deficiente físico.

A propósito do reconhecimento da necessidade do DIREITO DO

CONSUMIDOR, a Professora CLÁUDIA LIMA MARQUES faz a seguinte referência:

“Considera-se que foi um discurso de John F. Kennedy, no

ano de 1962, em que este presidente norte-americano

enumerou os direitos do consumidor e os considerou como

novo desafio necessário para o mercado, o início da

reflexão jurídica mais profunda sobre este tema. O novo aqui foi considerar que ‘TODOS SOMOS CONSUMIDORES’, em algum momento de nossas vidas temos este status, este papel social e econômico, estes direitos ou interesses legítimos que são individuais, mas também são os mesmos no grupo identificável (coletivo) ou não (difuso), que ocupa aquela posição de consumidor. (...). A ONU (Organização das Nações Unidas),

em 1985, estabeleceu diretrizes para esta legislação e

consolidou a ideia de que se trata de um DIREITO HUMANO

DE NOVA GERAÇÃO (OU DIMENSÃO), um DIREITO SOCIAL e ECONÔMICO, um DIREITO DE IGUALDADE MATERIAL do MAIS FRACO, do leigo, do cidadão civil nas suas relações privadas frente aos profissionais, os empresários, as empresas, os fornecedores de produtos e

(9)

serviços, que nesta posição são experts, parceiros considerados ‘FORTES’ ou em POSIÇÃO DE PODER

(Machtposition).”

Em complementação, o Professor BRUNO MIRAGEM elaborou as seguintes citações:

“Em 1972 realizou-se, em Estocolmo, a Conferência

Mundial do Consumidor. No ano seguinte, a Comissão das Nações Unidas sobre os Direitos do Homem deliberou que o SER HUMANO, considerado enquanto CONSUMIDOR, deveria

gozar de quatro direitos fundamentais (os mesmos

enunciados por Kennedy, anos antes): o DIREITO À SEGURANÇA; o DIREITO À INFORMAÇÃO SOBRE PRODUTOS, SERVIÇOS e SUAS CONDIÇÕES DE VENDA; o DIREITO À ESCOLHA DE BENS ALTERNATIVOS DE QUALIDADE SATISFATÓRIA A PREÇOS RAZOÁVEIS; e o DIREITO DE SER OUVIDO NOS PROCESSOS DE DECISÃO GOVERNAMENTAL. Neste mesmo ano, a Assembleia

Consultiva da Comunidade Europeia aprovou a Resolução 543, que deu origem à Carta Europeia de Proteção ao

Consumidor.”

DIREITO DO CONSUMIDOR: trata-se de um DIREITO INDIVIDUAL e, ao mesmo tempo, um DIREITO DA SOCIEDADE! Tanto é que foi consagrado no CDC como norma de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL!

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal

e art. 48 de suas Disposições Transitórias.”

✓ Os direitos de terceira geração foram mencionados nos textos constitucionais de 1946 e de 1967, e foram efetivamente prestigiados pela Constituição de 1988!

(10)

2.4.

D

IREITOS DE QUARTA GERAÇÃO

Os DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO têm sido admitidos por alguns autores, os quais afirmam que esses direitos surgiram, na esfera da normatividade jurídica, com a GLOBALIZAÇÃO POLÍTICA. São eles os direitos à democracia, à informação e ao pluralismo.

3.

T

RATAMENTO CONSTITUCIONAL AO CONSUMIDOR

Muito bem! Vamos prosseguir, agora, falando sobre a PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO CONSUMIDOR! Você pode observar que a Constituição Federal de 1988 (CF) possui TRÊS referências específicas à proteção desse direito, quais sejam:

• DIREITO FUNDAMENTAL: art. 5o, inciso XXIII, da CF;

• PRINCÍPIO DA ORDEM ECONÔMICA: art. 170, inciso V, da CF; e

• PRAZO PARA EDIÇÃO DO CÓDIGO DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR (CDC): art. 48 do ADCT1!

ATENÇÃO: a edição do CDC possui fundamento constitucional (arts. 5o, XXXII, e 170, V, da CF, e art. 48 do ADCT), e suas

normas PREVALECEM sobre as NORMAS GERAIS E ESPECIAIS ANTERIORES (LEI DE FUNÇÃO SOCIAL)!

3.1.

D

IREITO FUNDAMENTAL

Como você sabe, o art. 5o da CF elenca os chamados DIREITOS E

GARANTIAS FUNDAMENTAIS, e o DIREITO DO CONSUMIDOR faz parte de seu inciso XXXII!

O texto constitucional é claro quanto à obrigação de o ESTADO INTERFERIR NA RELAÇÃO PRIVADA DE NATUREZA CONSUMERISTA. Isso caracterizou, até certo ponto, a chamada CONSTITUCIONALIZAÇÃO ou PUBLICIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO (vamos ver, mais à frente, que os

contratos da relação consumerista estão sujeitos à revisão e nulidades)!

(11)

CF:

“Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”.

Ao interpretar a relevância desse dispositivo constitucional, destaca a Professora CLÁUDIA LIMA MARQUES que sua essência representa uma GARANTIA (existência de vedação de retrocesso) e um LIMITE (limite-guia e

limite-função) de um DIREITO PRIVADO CONSTRUÍDO SOB SEU SISTEMA

DE VALORES E INCLUINDO A DEFESA DO CONSUMIDOR COMO PRINCÍPIO GERAL.

Novamente, destaque-se que as relações contratuais do Direito Consumerista sofreram grandes benefícios decorrentes da aplicação da IGUALDADE MATERIAL, exatamente na proteção da parte mais fraca, que é o CONSUMIDOR!

TRATAMENTO ISONÔMICO: a tutela do CDC promove tratamento desigual a desiguais (isonomia), com vistas a atingir a igualdade material entre os sujeitos da relação de consumo.

ATENÇÃO: foram criados certos princípios pelo legislador ordinário, com vistas a proporcionar o reequilíbrio de uma relação jurídica que é muito desigual! No caso, O CONSUMIDOR É A PARTE MAIS FRACA!

IGUALDADE MATERIAL: a finalidade do DIREITO DO CONSUMIDOR é, portanto, a concretização da IGUALDADE MATERIAL entre as partes, mediante a aplicação do “FAVOR

DEBILIS”!

✓ Alguns examinadores tentam confundir candidatos dizendo que o Direito do Consumidor visa proporcionar

(12)

igualdade formal entre as partes da relação consumerista! O que está errado!

Para Cláudia Lima Marques, o “FAVOR DEBILIS é, pois, a

superação da ideia — comum no direito civil do século XIX — de que

basta a igualdade formal para que todos sejam iguais na sociedade,

é o reconhecimento (presunção de vulnerabilidade — veja art. 4º, I, do CDC) de que alguns são mais fortes ou detêm posição jurídica mais forte (em alemão, Machtposition), detêm mais informações, são experts ou profissionais, transferem mais facilmente seus riscos e custos profissionais para os OUTROS.” A Professora continua seu raciocínio dizendo que essa PRESUNÇÃO DE

VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR é o “reconhecimento de que os ‘OUTROS’ geralmente são leigos, não detêm informações sobre os produtos e serviços oferecidos no mercado, não conhecem as técnicas da contratação de massa ou os materiais que compõem os produtos ou a maneira de usar os serviços, SÃO POIS MAIS VULNERÁVEIS e VÍTIMAS FÁCEIS DE ABUSOS”.

3.2.

P

RINCÍPIO DE ORDEM ECONÔMICA

Outra previsão constitucional está na parte dos preceitos relacionados com a ORDEM ECONÔMICA, a qual é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, deve assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social (art. 170, caput, da CF), inclusive se sujeita à observação dos nove PRINCÍPIOS expressos no art. 170 da CF, entre os quais, destaca-se a DEFESA DO CONSUMIDOR (inciso V)!

CF:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos

existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados

os seguintes princípios:

“I - soberania nacional; II - propriedade privada;

III - função social da propriedade; IV - livre concorrência;

(13)

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.”

Nós sabemos que a disputa por consumidores é muito acirrada no mercado de produtos e serviços. Sabemos também que há liberdades asseguradas aos produtores e prestadores de serviço (art. 170, inciso IV e parágrafo único, da CF). Ao optar por prescrever o inciso V do art. 170, o legislador constitucional prestigiou um importante limite a ser observado pelos atores das atividades econômicas: O PRINCÍPIO DA DEFESA DO CONSUMIDOR!

STF2:

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO.

1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica.

2. Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor.

3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta

(14)

aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República.

4. Recurso não conhecido (RE 351.750/RJ, Rel. p/Acórdão Ministro Carlos Britto, 1ª T., DJe 25-9-2009).”

3.3.

ADCT

=>

CDC

A terceira referência constitucional ao DIREITO DO CONSUMIDOR encontra-se no ADCT, cujo art. 48 “encomendara”, ao Congresso Nacional, a elaboração do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)!

O prazo previsto para a elaboração do CDC era de CENTO E VINTE DIAS, que, apesar de ultrapassado, não impediu que o nosso país recebesse, em seu ordenamento jurídico, este diploma legal de relevante importância e destaque internacional: a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990!

ADCT:

“Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.”

4.

C

ARACTERÍSTICAS DO

CDC

Para compreender melhor o objeto de nosso estudo, precisamos observar as CARACTERÍSTICAS DO CDC, que são, basicamente, as seguintes: NORMA PRINCIPIOLÓGICA, NORMA DE ORDEM PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL e MICROSSISTEMA MULTIDISCIPLINAR!

4.1.

N

ORMA PRINCIPIOLÓGICA

O CDC é constituído de uma série de PRINCÍPIOS que visam proteger direitos dos consumidores, que constituem a parte vulnerável da relação consumerista!

(15)

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR: encontramos esses princípios em várias partes do Lei n. 8.078, de 1990:

⇒ PRINCÍPIOS GERAIS: art. 4o do CDC;

⇒ DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR: art. 6o do CDC; ⇒ PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS: publicidade e contratos de

consumo!

NORMAS PRINCIPIOLÓGICAS: essa espécie de normas são também chamadas de NORMAS ABERTAS, tendo em vista seu conteúdo semântico flexível.

Conforme o Professor FELIPE PEIXOTO BRAGA NETO, “cresce a utilização, pelo direito, de valores de normas descritas de valores”, e complementa, dizendo que são “Normas que não prevêem relação de imputação com causas e efeitos; prevêem apenas valores a serem protegidos”.

O CARÁTER PRINCIPIOLÓGICO é caracterizado pelo fato de o CDC ser permeado de dispositivos que revelam valores ou finalidades a serem alcançadas em prol do CONSUMIDOR!

Vale à pena, desde logo, conferir a lista dos PRINCÍPIOS GERAIS descritos no CDC que norteiam a POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO, conforme o quadro abaixo (por questões didáticas, falaremos

sobre os Direitos Básicos do Consumidor na próxima aula!)!

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 4o A Política Nacional das Relações de Consumo tem por

objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o

respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

(16)

mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o

consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações

de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de

modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,

quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do

mercado de consumo;

V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de

controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;

VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos

praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de

consumo.

Art. 5o Para a execução da Política Nacional das Relações de

Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,

entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;

(17)

âmbito do Ministério Público;

III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;

V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.”

4.2.

N

ORMA DE ORDEM PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL

Conforme o art. 1o do CDC, esse código estabelece normas de proteção e

defesa do consumidor, de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL! Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48

de suas Disposições Transitórias.”

Essas características do CDC nos levam a três conclusões:

a. EXTENSÃO DAS DECISÕES RELATIVAS A CONSUMO: as decisões decorrentes das relações de consumo não se limitam às partes envolvidas em litígio;

Para o Professor FABRÍCIO BOLZAN:

“É evidente que as decisões proferidas em litígios decorrentes das relações de consumo não se limitam às

partes envolvidas. Muitas delas repercutem perante interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, além de servirem de caráter educativo

para toda a sociedade e de alerta para os demais fornecedores não continuarem com práticas ilícitas nas relações de consumo.”

b. NATUREZA COGENTE: as partes não poderão derrogar os direitos do consumidor (os dispositivos do CDC não podem ser afastados por disposição particular); mas, veja bem que o STJ não considera os direitos do consumidor como indisponíveis!

(18)

STJ3:

“PROCESSUAL – AÇÃO RESCISÓRIA – CÓDIGO DO CONSUMIDOR –

DIREITOS DISPONÍVEIS REVELIA - CLÁUSULAS

CONTRATUAIS – APRECIAÇÃO EX OFFICIO – PRINCÍPIO – DISPOSITIVO – IMPOSSIBILIDADE.

I – Ao dizer que as normas do CDC são 'de ordem pública e

interesse social”, o Art 1º da Lei 8.078/90 não faz

indisponíveis os direitos outorgados ao consumidor – tanto

que os submete à decadência e torna prescritíveis as respectivas pretensões.

II – Assim, no processo em que se discutem direitos do consumidor, a revelia induz o efeito previsto no Art. 319 do Código de Processo Civil.

III – Não ofende o Art 320, II do CPC, a sentença que, em processo de busca e apreensão relacionado com financiamento garantido por alienação fiduciária, aplica os efeitos da revelia.

IV – Em homenagem ao método dispositivo (CPC, Art. 2º), é defeso ao juiz rever de ofício o contrato para, com base no Art. 51, IV, do CDC anular cláusulas que considere abusivas (Eesp 702.524/RS). V – Ação rescisória improcedente.”

c. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO PELO JUDICIÁRIO: o juiz pode reconhecer de ofício (“ex officio”) direitos do consumidor!

CUIDADO: o STJ possui orientação sumulada em 2009 que excepciona a interpretação de ofício pelo Poder Judiciário a respeito de ABUSIVIDADE DE CLÁUSULAS DE CONTRATOS BANCÁRIOS:

SÚMULA 381 DO STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao

julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.”

(19)

4.3.

M

ICROSSISTEMA MULTIDISCIPLINAR

Quanto às matérias nele disciplinadas, o CDC é totalmente diferente do Código Civil e do Código Penal, por exemplo. Cada um destes últimos contêm, basicamente, um ramo específico de Direito em seu conteúdo.

A seu turno, o CDC abrange diversas matérias em sua regência, conforme os exemplos a seguir:

• DIREITO CIVIL: contratos e responsabilidade do fornecedor; • DIREITO PROCESSUAL CIVIL: possibilidade de inversão do

ônus da prova e normas que definem efeitos de decisões judiciais individuais e coletivas;

• DIREITO ADMINISTRATIVO: atuação do Estado na proteção administrativa de direitos do consumidor;

• DIREITO PENAL: regramento quanto a infrações e sanções penais em relações de consumo.

5.

D

IÁLOGO DAS FONTES

O CDC prevê uma moderna ferramenta de interpretação do Direito do Consumidor que viabiliza o chamado DIÁLOGO DAS FONTES (art. 7o,

caput), que é a possibilidade utilizar a NORMA MAIS BENÉFICA PARA O

CONSUMIDOR, ainda que não ela esteja prevista no CDC, e que seja decorrente de:

• tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário;

• da legislação interna ordinária;

• de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes; e

• os que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade!

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 7o Os direitos previstos neste código não excluem outros

decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna

(20)

ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.”

STJ:

“(...). o art. 7o da Lei no 8.078/90

fixa o chamado diálogo de fontes, segundo o qual sempre

que uma lei garantir algum direito para o consumidor, ela poderá se somar ao microssistema do CDC, incorporando-se na tutela especial e tendo a mesma preferência no trato da relação de consumo” (REsp 1037759/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado

em 23/2/2010).

5.1.

M

ÉTODO CLÁSSICO

Para explicar um pouco mais, vejamos que, pelo MÉTODO JURÍDICO CLÁSSICO, para dirimir uma ANTINOMIA, que seria a presença de duas ou mais normas conflitantes para um só caso concreto, o intérprete deveria utilizar os seguintes critérios para escolha do direito aplicável ao caso:

a. CRITÉRIO CRONOLÓGICO: a norma posterior prevalece sobre a anterior4;

b. CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE: a norma especial prevalece sobre a geral5;

c. CRITÉRIO HIERÁRQUICO: a norma superior prevalece sobre a inferior6.

4 O CRITÉRIO CRONOLÓGICO também é conhecido pela a máxima latina:“lex posterior derrogat legi

priori”, cujo significado é “lei posterior revoga lei anterior”! 5 O CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE é previsto pela Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB), pelo qual a norma especial (que é aquela que produz normas gerais ou especiais, além das já existentes), não revoga nem modifica a lei anterior! 6 O CRITÉRIO HIERÁRQUICO também é conhecido por “lex superior derrogat legi inferiori” = “lei superior revoga lei inferior”.

(21)

LINDB:

“Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor

até que outra a modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente

o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a

par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.”

5.2.

E

SPÉCIES DE

DIÁLOGOS

ENTRE FONTES

Agora, com relação ao DIREITO DO CONSUMIDOR, a utilização do critério do DIÁLOGO DAS FONTES autoriza a aplicação de outras normas que sejam GARANTIDORAS DE ALGUM DIREITO DO CONSUMIDOR!

Quero aproveitar para ilustrar que, para o Professor FABRÍCIO BOLZAN, há três possíveis tipos de diálogo entre o CDC e o CÓDIGO CIVIL:

a. DIÁLOGO SISTEMÁTICO DE COERÊNCIA: “na APLICAÇÃO SIMULTÂNEA DAS DUAS LEIS, uma lei pode servir de base conceitual para a outra (...), especialmente se uma lei é geral e a outra especial, se uma é a lei central do sistema e a outra um microssistema específico, não completo materialmente, apenas com completude subjetiva de tutela de um grupo da sociedade”; b. DIÁLOGO SISTEMÁTICO DE COMPLEMENTARIDADE E

SUBSIDIARIEDADE EM ANTINOMIAS APARENTES OU REAIS: “na APLICAÇÃO COORDENADA DAS DUAS LEIS, uma lei pode complementar a aplicação da outra, a depender de seu campo de aplicação no caso concreto (...), a indicar a aplicação complementar tanto de suas normas, quanto de seus princípios, no que couber, no que for necessário ou subsidiariamente”;

c. DIÁLOGO DE COORDENAÇÃO E ADAPTAÇÃO

SISTEMÁTICA: “ainda há o diálogo das influências recíprocas sistemáticas como no caso de uma POSSÍVEL REDEFINIÇÃO DO CAMPO DE APLICAÇÃO DE UMA LEI (assim, por exemplo, as definições de consumidor stricto sensu e de consumidor equiparado podem sofrer influências finalísticas do Código Civil, uma vez que esta lei vem justamente para regular as relações entre iguais, dois iguais ⎯ consumidores ou dois iguais ⎯

(22)

fornecedores entre si ⎯ no caso de dois fornecedores, trata-se de relações empresariais típicas, em que o destinatário final fático da coisa ou do fazer comercial é um outro empresário ou comerciante ⎯, ou, como no caso da possível transposição das conquistas do Richterrecht (direito dos juízes), alçadas de uma lei para a outra. É a influência do sistema especial no geral e do geral no especial, um diálogo de double sens”.

O mesmo autor também exemplifica diálogos entre o CDC e OUTRAS LEIS ESPECIAIS; vejamos:

• CDC e LEI DOS PLANOS E SEGUROS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE (Lei no 9.656, de 1998);

• CDC e LEI DAS MENSALIDADES ESCOLARES (Lei no 9.870, de 1999);

• CDC e LEI DOS CONSÓRCIOS (Lei no 11.795, de 2008). STJ:

“Deve ser utilizada a técnica do ‘diálogo das fontes’ para

harmonizar a aplicação concomitante de dois diplomas legais ao mesmo negócio jurídico; no caso, as normas

específicas que regulam os títulos de capitalização e o CDC, que assegura aos investidores a transparência e as informações necessárias ao perfeito conhecimento do produto” (REsp 1.216.673/SP, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, 4a T., DJe 9/6/2011).

SÚMULA No 469 DO STJ: “Aplica-se o Código de Defesa do

(23)

6.

A

OS EXERCÍCIOS

!

Muito bem! Agora chegou a hora de apresentar como são cobrados, em provas objetivas de concurso, os temas da aula de hoje!

“Para crescer, você precisa estar disposto a

permitir que seu presente e futuro sejam totalmente diferentes do seu passado. Sua história não é o seu destino.” (Alan Cohen)

(24)

E

XERCÍCIOS COMENTADOS

D

IREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO

(

OU DIMENSÃO

)

1. *

( ) Os direitos de primeira geração correspondem aos direitos da liberdade e estão ligados ao absenteísmo estatal, que marca a passagem do Estado Autoritário para o Estado de Direito, que buscava reprimir os abusos do estado, em especial, contra os direitos de liberdade públicas e políticas, os quais também foram definidos como direitos de oposição ou de resistência ao Estado.

Comentários: CORRETA!

LIBERALISMO CLÁSSICO: a ideia dicotômica do Direito ⎯ que se

dividia em Público e Privado, também presente na distinção entre

leis civis e leis públicas, que teria influenciado o Código de Napoleão

de 1804 ⎯ favoreceu a chamada CODIFICAÇÃO DO DIREITO CIVIL, e, por outro lado, foi seguida pela ideia de liberdade meramente formal perante a lei e de não intervenção do Estado (ESTADO LIBERAL!

✓ Os direitos de primeira geração foram os primeiros a serem previstos constitucionalmente!

Resposta: Verdadeira. 2. *

( ) Os direitos de segunda geração são os sociais, culturais e econômicos. exigem determinada prestação por parte do Estado e destinam-se a saciar direitos da coletividade. Passava-se do Estado Liberal para o Estado Social de Direito.

Comentários: CORRETA!

(25)

DIREITOS SOCIAIS: além da mencionada divisão dicotômica reconheceu-se a carência dos chamados DIREITOS SOCIAIS ⎯ esses direitos foram expressados nas ideias do Direito do Trabalho e do

Direito Previdenciário ⎯, os quais caracterizaram a manifestação de

um ESTADO PRESTACIONISTA, INTERVENCIONISTA e realizador da chamada JUSTIÇA DISTRIBUTIVA, o que começou a ser difundido a partir da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (transição entre o período de produção artesanal para o período de novos processos de produção com o auxílio de máquinas, ocorrido entre 1760 a 1820).

✓ Os direitos de segunda geração apareceram, pela primeira vez, na Constituição brasileira de 1934!

Resposta: Verdadeira. 3. *

( ) Os direitos de terceira geração correspondem aos chamados direitos transindividuais, a exemplo do direito ao desenvolvimento, direito à paz, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito à comunicação, direitos dos consumidores e outros direitos relacionados com grupos de pessoas mais vulneráveis: a criança, idoso, deficiente físico.

Comentários: CORRETA!

A propósito do reconhecimento da necessidade do DIREITO DO

CONSUMIDOR, a Professora CLÁUDIA LIMA MARQUES faz a seguinte referência:

“Considera-se que foi um discurso de John F. Kennedy, no

ano de 1962, em que este presidente norte-americano

enumerou os direitos do consumidor e os considerou como

novo desafio necessário para o mercado, o início da

reflexão jurídica mais profunda sobre este tema. O novo aqui foi considerar que ‘TODOS SOMOS CONSUMIDORES’, em algum momento de nossas vidas temos este status, este papel social e econômico, estes direitos ou interesses legítimos que são individuais, mas também são os mesmos no grupo identificável (coletivo) ou não (difuso), que ocupa aquela posição de

(26)

consumidor. (...). A ONU (Organização das Nações Unidas),

em 1985, estabeleceu diretrizes para esta legislação e

consolidou a ideia de que se trata de um DIREITO HUMANO

DE NOVA GERAÇÃO (OU DIMENSÃO), um DIREITO SOCIAL e ECONÔMICO, um DIREITO DE IGUALDADE MATERIAL do MAIS FRACO, do leigo, do cidadão civil nas

suas relações privadas frente aos profissionais, os empresários, as empresas, os fornecedores de produtos e serviços, que nesta posição são experts, parceiros considerados ‘FORTES’ ou em POSIÇÃO DE PODER

(Machtposition).”

Em complementação, o Professor BRUNO MIRAGEM elaborou as seguintes citações:

“Em 1972 realizou-se, em Estocolmo, a Conferência

Mundial do Consumidor. No ano seguinte, a Comissão das Nações Unidas sobre os Direitos do Homem deliberou que o

SER HUMANO, considerado enquanto CONSUMIDOR, deveria gozar de quatro direitos fundamentais (os mesmos

enunciados por Kennedy, anos antes): o DIREITO À SEGURANÇA; o DIREITO À INFORMAÇÃO SOBRE PRODUTOS, SERVIÇOS e SUAS CONDIÇÕES DE VENDA; o DIREITO À ESCOLHA DE BENS ALTERNATIVOS DE QUALIDADE SATISFATÓRIA A PREÇOS RAZOÁVEIS; e o DIREITO DE SER OUVIDO NOS PROCESSOS DE DECISÃO GOVERNAMENTAL. Neste mesmo ano, a Assembleia

Consultiva da Comunidade Europeia aprovou a Resolução 543, que deu origem à Carta Europeia de Proteção ao

Consumidor.”

DIREITO DO CONSUMIDOR: trata-se de um DIREITO INDIVIDUAL e, ao mesmo tempo, um DIREITO DA SOCIEDADE! Tanto é que foi consagrado no CDC como norma de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL!

(27)

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal

e art. 48 de suas Disposições Transitórias.”

✓ Os direitos de terceira geração foram mencionados nos textos constitucionais de 1946 e de 1967, e foram efetivamente prestigiados pela Constituição de 1988! Resposta: Verdadeira.

T

RATAMENTO CONSTITUCIONAL AO

D

IREITO DO

C

ONSUMIDOR

4. CESPE -TJ-PA - Juiz (2012)

( ) A defesa do consumidor é um princípio fundamental da ordem econômica.

Comentários:

CORRETA! A ORDEM ECONÔMICA fundamenta-se na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e orienta-se, entre outros, pelo PRINCÍPIO DA DEFESA DO CONSUMIDOR.

CF:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos

existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados

os seguintes princípios:

“I - soberania nacional; II - propriedade privada;

III - função social da propriedade; IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

(28)

diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.”

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal

e art. 48 de suas Disposições Transitórias.”

Resposta: Verdadeira.

5. FCC - AL-PB - Procurador (2013)

A ordem econômica estabelecida na Constituição Federal, e que elege, entre os princípios a serem observados, a defesa do consumidor é fundada

a) na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa.

b) na valorização do trabalho humano e na abolição da livre concorrência. c) no tratamento igualitário para as empresas de pequeno e grande porte, quando constituídas sob as leis brasileiras e desde que tenham sede e domicílio no país.

d) na livre concorrência e tratamento privilegiado do trabalho intelectual ou técnico.

e) apenas na função social da propriedade.

Comentários:

A resposta do gabarito é a alternativa “A”! CF:

(29)

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

...

V - defesa do consumidor;”

Resposta: alternativa “A”. 6. FCC - TJ-GO - Juiz (2012)

( ) O Código de Defesa do Consumidor estabelece normas de defesa e de proteção do consumidor, de ordem pública e de interesse social, regulamentando normas constitucionais a respeito.

Comentários: CORRETA!

ATENÇÃO: a edição do CDC possui fundamento constitucional (arts. 5o, XXXII, e 170, V, da CF, e art. 48 do ADCT)!

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal

e art. 48 de suas Disposições Transitórias.”

Resposta: Verdadeira.

7. CEPERJ - PROCON-RJ - Ag. de Proteção e Defesa do Consumidor (2012)

A defesa do consumidor tem base constitucional que indica a necessidade de edição do seguinte Código:

a) Civil b) de Defesa do Consumidor c) Comercial d) Tributário e) Desportivo Comentários:

(30)

A resposta do gabarito é a alternativa “B”! Trata-se da terceira referência constitucional ao DIREITO DO CONSUMIDOR encontrada no ADCT, cujo art. 48 “encomendara”, ao Congresso Nacional, a elaboração do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)!

O prazo previsto para a elaboração do CDC era de CENTO E VINTE DIAS, que, apesar de ultrapassado, não impediu que o nosso país recebesse, em seu ordenamento jurídico, este diploma legal de relevante importância e destaque internacional: a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990!

ADCT:

“Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.”

Resposta: alternativa “B”. 8. *

( ) A Constituição Federal de 1988 não prevê expressamente o direito de segunda geração denominado direito do consumidor.

Comentários:

Errada. O DIREITO DO CONSUMIDOR é considerado direito de TERCEIRA GERAÇÃO! Eles foram mencionados nos textos constitucionais de 1946 e de 1967, e foram efetivamente prestigiados pela Constituição de 1988 (art. 5o, inciso XXXII, e 170, inciso V, e art. 48 do ADCT)!

CF:

“Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do

consumidor;”

...

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho

humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos

(31)

os seguintes princípios:

...

V - defesa do consumidor;”

ADCT:

“Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do

consumidor.”

Resposta: Falsa.

C

ARACTERÍSTICAS DO

CDC

9. CESPE - DP-DF - Defensor Público (2013)

( ) Parte da doutrina considera o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que ele prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.

Comentários:

CORRETA! Vejamos:

⇒ NATUREZA: o CDC é um conjunto de normas de ordem pública e interesse social (art. 1o); seus dispositivos não

podem ser afastados por disposição particular (natureza cogente);

⇒ CARÁTER PRINCIPIOLÓGICO: o CDC é diploma legal permeado de dispositivos que revelam valores ou finalidades a serem alcançadas;

⇒ PREVALÊNCIA DO Lei n. 8.078, de 1990: a edição do CDC possui fundamento constitucional (arts. 5o, XXXII, e

170, V, da CF, e art. 48 do ADCT), e suas normas prevalecem sobre as normas gerais e especiais anteriores (LEI DE FUNÇÃO SOCIAL).

Resposta: Verdadeira.

(32)

( ) As normas previstas no Código de Defesa do Consumidor (CDC) caracterizam-se como de ordem privada e de interesse econômico.

Comentários:

Errada. O CDC é constituído por normas de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL!

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48

de suas Disposições Transitórias.”

Resposta: Falsa.

11. CESPE - TJ-PA - Juiz (2012)

( ) O CDC não possui autonomia como estatuto jurídico regulador das relações de consumo, funcionando apenas como uma lei principiológica.

Comentários:

Errada. Errado. O CDC estabelece, essencialmente, normas de proteção e defesa do consumidor (art. 1o do CDC), e é permeado por normas de

caráter principiológico. Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa

do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos

arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48

de suas Disposições Transitórias.”

Resposta: Falsa.

12. CESPE - TJ-PA - Juiz (2012)

( ) Embora constituído por um conjunto de normas jurídicas de ordem pública e de interesse social, o CDC não prevalece sobre lei especial, ainda que prejudicial ao consumidor.

Comentários:

Errada. É verdadeiro afirmar que o CDC é constituído por normas de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL, todavia, os seus comandos PREVALECEM sobre as normas gerais e especiais que eventualmente

(33)

prejudiquem o consumidor, tendo em vista que é uma lei derivada da vontade constitucional de privilegiar o consumidor (LEI DE FUNÇÃO SOCIAL).

ATENÇÃO: a edição do CDC possui fundamento constitucional (arts. 5o, XXXII, e 170, V, da CF, e art. 48 do ADCT), e suas

normas PREVALECEM sobre as NORMAS GERAIS E ESPECIAIS ANTERIORES (LEI DE FUNÇÃO SOCIAL)!

Resposta: Falsa.

13. CESPE - DPE-RO – Defensor Público - 2012)

( ) Uma das finalidades do CDC é promover a igualdade formal entre os partícipes da relação de consumo, o que se evidencia pelos enunciados normativos — constitucionais, principiológicos, de interesse social e de ordem privada — a respeito das relações interprivadas.

Comentários:

Errada. É verdadeiro afirmar que o CDC é permeado pelo CARÁTER PRINCIPIOLÓGICO ⎯ veicula valores e estabelece fins a serem alcançados ⎯, é formado por conjunto de regras de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL, todavia, uma de suas finalidades é promover TRATAMENTO DE IGUALDADE MATERIAL (e não formal) entre os sujeitos da relação consumerista!

TRATAMENTO ISONÔMICO: a tutela do CDC promove tratamento desigual a desiguais (isonomia), com vistas a atingir a igualdade material entre os sujeitos da relação de consumo.

ATENÇÃO: foram criados certos princípios pelo legislador ordinário, com vistas a proporcionar o reequilíbrio de uma relação jurídica que é muito desigual! No caso, O CONSUMIDOR É A PARTE MAIS FRACA!

IGUALDADE MATERIAL: a finalidade do DIREITO DO CONSUMIDOR é, portanto, a concretização da IGUALDADE MATERIAL entre as partes, mediante a aplicação do “FAVOR

DEBILIS”!

✓ Alguns examinadores tentam confundir candidatos dizendo que o Direito do Consumidor visa proporcionar

(34)

igualdade formal entre as partes da relação consumerista! O que está errado!

Para Cláudia Lima Marques, o “FAVOR DEBILIS é, pois, a

superação da ideia — comum no direito civil do século XIX — de que

basta a igualdade formal para que todos sejam iguais na sociedade,

é o reconhecimento (presunção de vulnerabilidade — veja art. 4º, I, do CDC) de que alguns são mais fortes ou detêm posição jurídica mais forte (em alemão, Machtposition), detêm mais informações, são experts ou profissionais, transferem mais facilmente seus riscos e custos profissionais para os OUTROS.” A Professora continua seu raciocínio dizendo que essa PRESUNÇÃO DE

VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR é o “reconhecimento de que os ‘OUTROS’ geralmente são leigos, não detêm informações sobre os produtos e serviços oferecidos no mercado, não conhecem as técnicas da contratação de massa ou os materiais que compõem os produtos ou a maneira de usar os serviços, SÃO POIS MAIS VULNERÁVEIS e VÍTIMAS FÁCEIS DE ABUSOS”. Resposta: Falsa.

14. CESPE - Banco da Amazônia - Técnico em Direito (2012)

( ) O CDC é uma norma principiológica, de ordem pública e interesse social.

Comentários:

CORRETA! Primeiramente, é verdadeiro afirmar que o CDC é diploma legal permeado de dispositivos que revelam valores ou finalidades a serem alcançadas (CARÁTER PRINCIPIOLÓGICO

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR: encontramos esses princípios em várias partes do Lei n. 8.078, de 1990:

⇒ PRINCÍPIOS GERAIS: art. 4o do CDC;

⇒ DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR: art. 6o do CDC; ⇒ PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS: publicidade e contratos de

(35)

NORMAS PRINCIPIOLÓGICAS: essa espécie de normas são também chamadas de NORMAS ABERTAS, tendo em vista seu conteúdo semântico flexível.

Conforme o Professor FELIPE PEIXOTO BRAGA NETO, “cresce a utilização, pelo direito, de valores de normas descritas de valores”, e complementa, dizendo que são “Normas que não prevêem relação de imputação com causas e efeitos; prevêem apenas valores a serem protegidos”.

✓ O CARÁTER PRINCIPIOLÓGICO é caracterizado pelo fato de o CDC ser permeado de dispositivos que revelam valores ou finalidades a serem alcançadas em prol do CONSUMIDOR!

Por outro lado, também é verdadeiro que o CDC é um conjunto de normas de ORDEM PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL (art. 1o).

Lei n. 8.078, de 1990:

“Art. 1o O presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48

de suas Disposições Transitórias.”

As mencionadas características do art. 1o do CDC nos levam a três

conclusões:

a. EXTENSÃO DAS DECISÕES RELATIVAS A CONSUMO: as decisões decorrentes das relações de consumo não se limitam às partes envolvidas em litígio;

Para o Professor FABRÍCIO BOLZAN:

“É evidente que as decisões proferidas em litígios decorrentes das relações de consumo não se limitam às

partes envolvidas. Muitas delas repercutem perante interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, além de servirem de caráter educativo

para toda a sociedade e de alerta para os demais fornecedores não continuarem com práticas ilícitas nas

(36)

relações de consumo.”

b. NATUREZA COGENTE: as partes não poderão derrogar os direitos do consumidor (os dispositivos do CDC não podem ser afastados por disposição particular);

c. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO PELO JUDICIÁRIO: o juiz pode reconhecer de ofício (“ex officio”) direitos do consumidor!

CUIDADO: o STJ possui orientação sumulada em 2009 que excepciona a interpretação de ofício pelo Poder Judiciário a respeito de ABUSIVIDADE DE CLÁUSULAS DE CONTRATOS BANCÁRIOS:

SÚMULA 381 DO STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao

julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.”

Resposta: Verdadeira.

15. CEPERJ - PROCON-RJ - Ag.de Prot. e Defesa do Consumidor (2012)

A defesa do consumidor tem base constitucional que indica a necessidade de edição do seguinte Código:

a) Civil b) de Defesa do Consumidor c) Comercial d) Tributário e) Desportivo Comentários:

O gabarito é a ALTERNATIVA “B”, com base no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias!

ADCT:

“Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.”

Referências

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