Sequência Didática
Nome do Bolsista/Voluntário: Vanessa de Cássia Corrêa Co-autora: Paloma Alinne Alves RodriguesPerfil do Sujeito/Aluno a quem a sequência foi destinada: A sequência didática foi destinada a alunos que cursam atualmente o 3º ano do Ensino Médio, e dentro dessa escolaridade encaixam-se na faixa etária equivalente a dezenove anos de idade. O educando encaixam-selecionado possui Deficiência Intelectual (DI) que é caracterizada pela dificuldade de aprendizagem, assim como a presença de uma complexidade no desenvolvimento de atividades comuns para pessoas sem deficiência. Muitas vezes, essa deficiência faz com o que o afetado apresente características de personalidade que não condizem com sua realidade. Dessa forma, podem apresentar comportamentos mais infantilizados. Desencadeada de fatores biomédicos como, por exemplo, distúrbios cromossômicos ou genéticos e distúrbios metabólicos, a DI pode estar relacionada a fatores sociais e/ou comportamentais que refletem em suas relações interpessoais. Sobre esse prisma, o sujeito selecionado é alfabetizado, mas é notável uma dificuldade quanto à escrita e interpretação textual. O educando possui um estilo de escrita simples, contudo seus textos são coesos e coerentes. Em relação às peculiaridades, o eleito é altamente sociável, amoroso e alegre, demonstrando aptidão e interesse quanto ao estudo e desenvolvimento de atividades acadêmicas. Demonstra afinidade com os estudos, e porta-se de maneira perfeccionista na elaboração de atividades, faz todas as atividades com sede pelo conhecimento. Nesse contexto, considerando os caracteres citados e visando o estudo das plantas, a sequência didática elaborada tem o intuito de capacitar o aluno a compreender o fenômeno bioquímico da fotossíntese.
Título da Sequência: Bolo da fotossíntese
Recursos que serão utilizados durante TODA a Sequência: folha sulfite contendo a receita do bolo da fotossíntese, ingredientes necessários para a realização do bolo: açúcar, ovos, farinha de trigo, leite, chocolate em pó, fermento em pó e óleo (atividade 01); planta Elodea, proveta de 500 ml, bastão de vidro, termômetro, bicarbonato de sódio, lâminas de barbear, lâmpada de 100 W e água gelada (atividade 02); sementes de feijão – Phaseolus vulgaris L, copos de plástico de 300ml para o plantio, solo não arenoso de jardim, fertilizante líquido e água (atividade 03); sementes de feijão, algodão, pote de plástico e água (atividade 04); pisca-pisca nas cores azul e vermelho, material para a confecção de pequenas antenas que funcionam como o fotossistema na fotossíntese (atividade 05);
Iniciando a Sequência Didática
Atividade 1:
Objetivos:
● Reconhecer os principais componentes da fotossíntese;
● Compreender as características visíveis que serão estudadas a partir do “bolo de fotossíntese”;
● Estabelecer uma analogia acerca dos ingredientes fotossintetizantes x ingredientes do bolo. Conteúdo Físico:
Fotossíntese: Fórmula estrutural dos reagentes Atividade 1:
A primeira atividade inicia-se coma apresentação da fórmula correspondente a fotossíntese: CO2 +
H2O -> C6H12O6 + O2. Dessa forma, cabe ao docente a explicação individual dos componentes
moleculares fotossintéticos, de modo a trabalhar a interdisciplinaridade entre a química e a biologia. A partir de um parâmetro análogo, os ingredientes necessários para a montagem do bolo representam os reagentes da reação química, nesse caso em particular tem-se o gás carbônico, juntamente a molécula de água e a energia proveniente dos raios solares. Sobre essa perspectiva, os ingredientes líquidos do bolo (leite, ovos e óleo) são representantes da água (H2O), por sua vez, os ingredientes sólidos referem-se ao gás carbônico atmosférico (CO2), e por fim, o microondas promove o calor e, como consequência, corresponde a luz solar.
Em seguida, após o clareamento das ideias e a comparação entre os ingredientes do bolo com os reagentes da reação fotossintética, a montagem da massa inicia-se. Assim, os ingredientes necessários para a massa e a explicação referente ao “modo de fazer” e tempo estimado para a massa assar, estarão expostos a seguir.
Para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem do educando, vale nomear os recipientes com os ingredientes da seguinte forma: escrever nos copos plásticos contendo a farinha de trigo, chocolate em pó, fermento em pó e açúcar: gás carbônico (CO2), e para os componentes líquidos, nomear os
copos com a fórmula molecular da água (H2O). Após a montagem do bolo, a atividade norteadora da
sequência didática finaliza-se.
“Bolo da fotossíntese”
1 xícara de chá de açúcar 1 xícara de chá de chocolate em pó
3 ovos
1 xícara de chá de leite 2 xícaras de chá de farinha de trigo 1 colher de sopa de fermento em pó
Modo de preparo
1. Bater tudo na batedeira; 2. Untar um pirex e colocar a massa; 3. Levar ao forno micro-ondas por 10 minutos.
Receita disponível no site: http://www.tudogostoso.com.br/receita/54243-bolo-de-micro-ondas-de-chocolate-da-angelica.html
Figura 1: Adição dos ingredientes líquidos Fonte: Do autor
Figura 2: Bolo da Fotossíntese Fonte: Do autor
Objetivos:
● Compreender os produtos da reação fotossintética; ● Perceber que a produção de O2 depende da temperatura;
● Observar a formação de bolhas no experimento
Conteúdo Físico: Produtos da fotossíntese: Desprendimento do gás oxigênio
Recursos: planta Elodea, proveta de 500 ml, bastão de vidro, termômetro, bicarbonato de sódio, lâminas de barbear, lâmpada de 100 W e água gelada.
Motivação: Para iniciar a atividade, a estratégia utilizada será a retomada do conteúdo anterior, perguntas referentes aos ingredientes do bolo poderão ser feitas. Com essa ação, pode-se trazer a memória do educando a temática abordada.
Questionamentos norteadores poderão ser realizados, tais como: 1- Você se recorda do conteúdo trabalhado?
2- Quais são os ingredientes principais utilizados pela planta para a fotossíntese? 3- Se algum dos ingredientes faltasse o processo ocorreria normalmente?
4-Atividade 2: Na primeira atividade foram abordados os reagentes necessários para a realização da fotossíntese, são eles: gás carbônico e água, sob o efeito da incidência luminosa. Em continuidade, a atividade 2, pretende propor quais os produtos liberados a partir dessa reação fotossintética, são eles: C6H12O6 + O2. Contudo, conseguiremos visualizar apenas o oxigênio formado por meio da manifestação das bolhas no experimento.
Para isso, uma atividade prática se desenvolve da seguinte maneira: Os passos para a experimentação são os seguintes:
Elodea, faça o corte com uma lâmina de barbear em sua base. Fixe um ramo num bastão de vidro
enrolando-o. Introduza o bastão de vidro na proveta com a base da planta que recebeu o corte para cima. Nesta mesma proveta coloque o termômetro para acompanhar a temperatura da água. B) Mantenha esse conjunto (proveta, bastão, planta, termômetro) próximo a uma fonte de luz. C) Aguarde a primeira bolha ser liberada (desprendimento do O2) e anote a temperatura que ocorreu esta liberação, é nesta temperatura que a fotossíntese dessa espécie começa a funcionar.
D) Quando a temperatura atingir 27ºC inicie uma nova contagem de bolhas.
E) Compare o número de bolhas obtidas nas diferentes temperaturas e observe em qual temperatura o número de bolhas é maior.
Assim, a finalidade do experimento é demonstrar a formação do produto fotossintético (oxigênio) por meio da formação de bolhas, assim como a influência da temperatura (temperaturas altas liberam uma maior quantidade de bolhas quando comparadas a temperaturas relativamente baixas). Obs: As bolhas começam a sair da planta em uma temperatura próxima de 18°C.
Atividade 3:
Objetivos:
● Comparar o desenvolvimento das plantas que receberam a solução nutritiva em relação às plantas que foram cultivadas sem a adição da solução nutritiva;
● Compreender a importância da nutrição mineral para o desenvolvimento das plantas;
●
Compreender a relevância da água para o sucesso dos organismos vegetais.Conteúdo Físico: Nutrição Mineral
Recursos: sementes de feijão – Phaseolus vulgaris L, copos de plástico de 300 ml para o plantio, solo não arenoso de jardim, fertilizante líquido e água.
Atividade 3:
A terceira atividade consiste em um procedimento prático, com ênfase na observação da relevância da nutrição vegetal para o desenvolvimento das plantas. A planta escolhida para o experimento fora o feijão, suas sementes foram regadas com água e com um fertilizante líquido (solução nutritiva),
contudo para efeito comparativo algumas sementes serão regadas apenas com água. O procedimento se realiza da seguinte forma:
1) Em copos de plástico com capacidade de 300 ml coloque cinco sementes de feijão, e cubra-os usando solo de jardim.
2) Utilizar para a rega uma solução nutritiva previamente preparada (fertilizante líquido comercial. 3) Deixar os copos preparados em um local onde exista incidência de luz solar, para a realização da fotossíntese. É importante regar a solução pelo menos três vezes por semana. Nesse contexto, utilizaremos dois copos plásticos com sementes irrigadas apenas por água, e para comparação os outros dois copos com as sementes serão regados com água + solução nutritiva. Desse modo, o educando pode acompanhar o crescimento das plantas, e concluir ao final que as sementes regadas com a solução nutritiva se desenvolvem mais em relação às sementes cultivadas apenas com água.
Figura 3: aluna realizando o plantio das sementes de feijão Fonte: Do autor
IMPORTANTE: Este experimento deve ser preparado com antecedência, pois as plantas devem crescer durante duas semanas.
Atividade 4:
Objetivos:
● Analisar o desenvolvimento das plantas;
● Comparar as plantas que foram regadas com água em detrimento a aquelas que não foram regadas;
● Aprofundar a compreensão sobre a relevância da água para as organelas vegetais.
Conteúdo Físico: Importância da água para a vida da planta
Recursos: sementes de feijão, algodão, pote de plástico e água.
Atividade 4:
A quarta atividade consiste na análise do desenvolvimento da planta no que se diz respeito a água assim como as consequências de sua ausência. Neste momento, o aluno observa o desenvolvimento dos feijões. Para isso, preparam-se duas situações distintas.
Situação 1: O aluno planta as sementes de feijão em um vaso contendo algodão molhado e verifica como este ficou após alguns dias.
Situação 2: O aluno planta as sementes de feijão em um vaso contendo apenas algodão, sem adição de água, e verifica o resultado novamente. Assim, o educando pode observar o desenvolvimento das plantas e a importância da água para o desenvolvimento e crescimento dos organismos vegetais.
Após a realização do experimento, foram feitas alguns questionamentos ao aluno são eles: O que você espera que aconteça com as diferentes plantas?
Qual das plantas você acredita que irá crescer mais e por quê? Desta maneira, a atividade será encerrada.
Figura 4: Experimento comparativo plantio da semente de feijão em algodão com adição de água VS sem adição de água
Fonte: Do autor
Atividade 5:
Objetivos:
● Compreender o sistema de captação da intensidade luminosa;
● Observar a estrutura interna dos cloroplastos, assim como seus pigmentos fotossintéticos. Conteúdo Físico: Fotossistemas I e II
Recursos: pisca-pisca nas cores azul e vermelho, material para a confecção de pequenas antenas que funcionam como os fotossistemas I e II; Moedas de chocolate para representarem os tilacóides (membrana interna dos cloroplastos).
Atividade 5:
A quinta etapa da sequência didática consiste em uma atividade avaliativa. Em tese, a temática abordada envolve os fotossistemas I e II, que são responsáveis pela captação de energia luminosa, e ao final sintetizam compostos energéticos (carboidratos). Por meio dos cloroplastos (organela vegetal), a energia irradiada do sol é convertida em energia química, esse processo envolve os pigmentos presentes nos tilacóides, às clorofilas e outros carotenóides, que são capazes de absorver a luz em diferentes comprimentos de onda. Os pigmentos de clorofila absorvem nos comprimentos de onda correspondentes a luz vermelha e azul, e desse modo refletem o verde. Assim, a maioria das organelas vegetais possui grande parte de sua estrutura na coloração verde, principalmente as folhas, pois é onde existe uma maior quantidade de clorofila.
Para a explicação desse fenômeno, utilizamos duas unidades de pisca-piscas, nas cores vermelho e azul (cores de absorção das clorofilas), e alguns objetos de plástico no formato de antenas, para representarem o sistema de captação de luz. As luzes coloridas serão penduradas na parede da sala, e logo abaixo encaixaremos as antenas que equivalem às clorofilas, por intermédio desse procedimento lúdico, o aluno compreende que os pigmentos absorvem as luzes nas cores indicadas pelos pisca-piscas e acabam refletindo a cor verde, desse modo uma clorofila é excitada ao absorver luz, e por meio de um sistema de antenas essa energia captada será transmitida às outras clorofilas, até a formação de compostos energéticos.
Por sua vez, esses compostos ricos em energia são empregados na síntese do carboidrato estocado pelas plantas. Para finalizar, construímos um cloroplasto com os tilacóides a partir de “moedas de chocolate”, como os tilacóides são estruturas similares a uma pilha de moedas e é nele que acontece o procedimento estudado, focaremos o estudo na construção de um cloroplasto com suas membranas internas na forma de “moedas”.
Por fim foi solicitada ao aluno a escrita de um relatório referente ao conteúdo aprendido e ao experimento feito, para a possível avaliação da aprendizagem. Os critérios avaliados serão os seguintes: O aluno fez uso de termos científicos para a elaboração do texto? Falou sobre as diferentes cores absorvidas pelos pigmentos as quais foram representadas pelos pisca-piscas?
Compreendeu o sistema de captação de energia? Falou a respeito das clorofilas e do sistema antena? Citou os tilacóides como membranas internas dos cloroplastos? Desenhos também são bem-vindos durante a avaliação, assim como informações compreendidas através das atividades anteriores. Por meio do método avaliativo a sequência se encerrou.
Figura 5: Representação do Fotosistema Fonte: Do autor
Figura 6: Representação do cloroplasto e tilacóides Fonte: Do auto