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União Europeia Bruxelas, 30 de novembro de 2015 (OR. en)

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Conselho da União Europeia Bruxelas, 30 de novembro de 2015 (OR. en) 14734/15 LIMITE JAI 927 CFSP/PESC 819 COSI 159 COPS 364 ENFOPOL 376 COTER 155 SIRIS 91 FRONT 265 CATS 131 EDUC 315 NOTA

de: Coordenador da Luta Antiterrorista para: Conselho

Assunto: Relatório: Implementação da declaração dos Membros do Conselho Europeu, de 12 de fevereiro de 2015, sobre a luta antiterrorista

Resumo

O presente relatório expõe os progressos realizados na implementação da Declaração

de 12 de fevereiro de 2015. As conclusões do Conselho (JAI) de 20 de novembro de 2015 dão resposta a uma série de lacunas e necessitam de ser cabalmente aplicadas. As questões a seguir enunciadas, em especial, merecem maior atenção da parte dos Ministros.

Alguns dos autores dos atentados de Paris deslocaram-se à Síria e voltaram, sem serem detetados, o que demonstra que as medidas tomadas para reforçar os controlos nas fronteiras externas não são suficientes e que devem ser envidados esforços em duas frentes:

• Aumentar o número de combatentes terroristas estrangeiros inseridos no SIS II

• Verificar sistematicamente as bases de dados do SIS II e da Interpol nas fronteiras externas.

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Apesar dos indicadores de risco comuns atualmente utilizados pela maioria dos Estados-Membros, existem ainda demasiadas lacunas nos controlos das pessoas que gozam do direito de livre

circulação. A utilização do SIS II deverá ser otimizada, inclusive através de um exercício de ensinamentos recolhidos e da definição de uma abordagem comum.

Tendo em conta a evolução da ameaça, os Estados-Membros comprometeram-se, em 20 de novembro, a "implementar imediatamente os necessários controlos sistemáticos e coordenados nas fronteiras externas, inclusive das pessoas que gozam do direito de livre circulação", o que é juridicamente possível durante um determinado período de tempo. Por conseguinte, os controlos têm de ser intensificados para 100 %.

O que é necessário para que os Estados-Membros possam dar execução a este compromisso de realizar controlos sistemáticos nas fronteiras externas? Como pode ser o equipamento rapidamente modernizado? Quais são as possibilidades de estabelecer parcerias com a Comissão, outros Estados--Membros e o setor privado? De que modo podem ser melhorados os centros de registo por forma a controlar também todos os migrantes e as pessoas que solicitam proteção internacional?

A partilha de informações é praticada a todos os níveis, mas é possível ir mais além. As conclusões de 20 de novembro exigem que os Estados-Membros acelerem este processo. O que fizeram já os Ministros para mudar a abordagem das autoridades competentes?

Registaram-se progressos, mas é necessário ir mais além: Existe já acordo entre os

Estados--Membros sobre as principais linhas do projeto de diretiva sobre as armas de fogo e, na afirmativa, quais? Como podemos assegurar que os Estados-Membros sejam mais ativos no programa da EMPACT na Europol?

Como podemos assegurar que a Diretiva PNR seja finalizada até ao final do ano com os requisitos previstos nas conclusões de 20 de novembro?

É crucial um diálogo com as empresas da Internet, que assegure um seguimento do FORUM de 3 de dezembro. Os Estados-Membros e as empresas deverão concentrar-se mais na identificação e remoção de conteúdos extremistas, bem como no desenvolvimento de contra discursos eficazes.

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Qual é a melhor maneira de a Comissão aperfeiçoar a abordagem da integração, da

não--discriminação, da criação de oportunidades e da educação? O que mais podemos fazer no domínio da tolerância, do ódio antimuçulmano, do diálogo inter-religioso e da comunicação dos nossos valores? Como podemos impedir o incitamento e o encorajamento do terrorismo, inclusive das ideologias que toleram certos aspetos da ideologia do Daexe? Como podemos garantir que todas as confissões respeitem e promovam os valores europeus e os direitos humanos consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia?

Poder-se-ia convidar a Comissão a dar prioridade ao combate à radicalização, à marginalização dos jovens e à promoção da inclusão por meio de uma série de medidas concretas: um quadro de ação sobre o modo de usar a educação para prevenir a radicalização, apoiar iniciativas emblemáticas, o estudo das possibilidades de cooperação mais estreita entre as diferentes áreas (educação, cultura, desporto, emprego, bem-estar, segurança) em prol da inclusão social, mobilizar recursos na área do emprego, e nomear coordenadores para o antissemitismo e a islamofobia o mais rapidamente possível. Poder-se-ia convidar a Agência dos Direitos Fundamentais a elaborar o mais rapidamente possível uma conjunto de instrumentos a usar em estratégias de comunicação destinadas a promover o respeito, a não discriminação, os direitos fundamentais, as liberdades e a solidariedade.

Após a explosão do Sinai, a segurança da aviação, em particular a relacionada com o Médio Oriente e Norte de África e a Turquia, está no topo da agenda. É necessária uma abordagem coordenada a nível da UE. Deve ser intensificado o reforço das capacidades dos países parceiros. De um modo geral, será importante debater mais aprofundadamente a maior utilização dos instrumentos e agências JAI na região do Médio Oriente e Norte de África.

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Exposição circunstanciada

Na reunião extraordinária do Conselho (JAI), de 20 de novembro de 2015, foi salientada a

necessidade de acelerar a implementação de todas as áreas abrangidas pela declaração sobre a luta contra o terrorismo emitida pelos membros do Conselho Europeu em 12 de fevereiro de 2015 (doc. 14406/15). Por conseguinte, como preparação do Conselho de 4 de dezembro de 2015, o presente documento enumera todas as medidas previstas na declaração de fevereiro de 2015 e avalia a sua execução. A implementação das conclusões do Conselho de 20 de novembro de 2015

reforçará a aplicação da declaração de fevereiro de 2015.

Os documentos 9422/1/15 e 12318/15, elaborados pelo Coordenador da Luta Antiterrorista, avaliaram o avanço da execução em junho e outubro de 2015. O documento 12551/15, elaborado pela Presidência e pelo Coordenador da Luta Antiterrorista, foi aprovado pelo Conselho em outubro de 2015. Propõe cinco prioridades de ação até dezembro de 2015. Os debates havidos no Conselho (JAI) extraordinário de 20 de novembro (doc. 14406/15) e no COSI, de 16 de novembro de 2016, incidiram sobre as armas de fogo, o reforço dos controlos nas fronteiras externas, a partilha de informações e o financiamento do terrorismo (doc. 14122/15).

I. GARANTIR A SEGURANÇA DOS CIDADÃOS

1. Registo de Identificação dos Passageiros (PNR)

Na sequência da adoção do relatório da Comissão LIBE, em 15 de julho de 2015, realizaram-se quatro trílogos e três reuniões de natureza técnica. Subsistem importantes diferenças de pontos de vista entre o Conselho e o PE, nomeadamente sobre a inclusão de voos internos, o âmbito de

aplicação (elemento transnacional da criminalidade grave) e o período durante o qual os dados PNR podem ser armazenados de forma não dissimulada. Ainda não há acordo sobre muitas outras

questões.

A capacidade do relator para negociar um acordo com a Presidência foi dificultada pelo facto de, exceto no que respeita ao relator-sombra do Grupo PPE, o seu relatório não ter sido apoiado por outros relatores-sombra, mas por uma maioria heterogénea transversal aos grupos políticos. O compromisso assumido pelo PE, na sua Resolução de 11 de fevereiro de 2015, de trabalhar no sentido da adoção de uma diretiva PNR até ao final de 2015 ainda não foi subscrito pelos relatores--sombra (S&D, ALDE, Verdes, GUE), que votaram contra o relatório Kirkhope.

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Enquanto não houver uma diretiva PNR da UE, os Estados-Membros que não dispõem de legislação nacional nessa matéria não têm uma base jurídica para recolher dados junto das

transportadoras aéreas. Em 20 de novembro de 2015, o Conselho reiterou a urgência e a prioridade de finalizar um ambicioso registo de identificação de passageiros (PNR) da UE antes do final de 2015.

2. Partilha de informações

Europol:até novembro de 2015, 14 dos Estados-Membros tinham estabelecido uma ligação

entre as suas autoridades de luta antiterrorista e a rede de intercâmbio seguro de informações (SIENA), situada nas instalações da Europol, plataforma facilitadora essencial para o intercâmbio de informações. Significa isto que metade dos Estados-Membros ainda não estão conectados. A SIENA passará ao nível "confidencial" em 2016. O intercâmbio de dados e informações

relacionadas com a criminalidade terrorista continua a ser reduzido. Foi criado na SIENA, em outubro de 2015, um espaço próprio para as autoridades responsáveis pela luta contra o terrorismo que permite uma comunicação multilateral e bilateral direta entre estas autoridades, com a Europol e partes terceiras que tenham um acordo de cooperação operacional.

Registou-se um forte aumento da utilização do Sistema de Informações Europol (SIE) desde dezembro de 2014. Até 13 de novembro de 2015, tinham sido registados no SIE por 14 Estados--Membros, cinco partes terceiras e pela Interpol, 1595 combatentes terroristas estrangeiros. No entanto, tendo em conta o número muito mais elevado de atuais combatentes terroristas estrangeiros da UE e o facto de metade dos Estados-Membros da UE ainda não utilizarem o SIE, verifica-se que o sistema está ainda em vias de constituição.

O Ponto Focal VIAJANTES ainda não é, tanto de um ponto de vista quantitativo como qualitativo, um instrumento que permita fazer uma análise aprofundada de todos os processos operacionais em toda a UE. Até à data, mais de metade dos contributos vêm de apenas cinco Estados-Membros e de um país associado. No Ponto Focal VIAJANTES foram registados 2081 combatentes estrangeiros terroristas confirmados.

A Europol vai lançar o centro europeu de luta contra o terrorismo (ECTC) no início de 2016, a fim de reforçar o intercâmbio de informações. Passará assim a dispor-se, nomeadamente, de um sólido quadro de segurança e de confidencialidade. Será criada no âmbito da Europol, inserida no ECTC, uma plataforma mais robusta de partilha de informações e de coordenação operacional, para estabelecer uma ligação entre as autoridades policiais de luta contra o terrorismo.

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Nas conclusões do Conselho de 20 de novembro de 2015, os Estados-Membros comprometeram-se a destacar peritos em matéria de luta contra o terrorismo para o ECTC, a fim de formar uma

unidade transnacional reforçada de apoio à investigação, e indicaram que a Eurojust deveria ser também associada. Como a Europol está ativamente empenhada no apoio às investigações de luta contra o terrorismo em curso em vários Estados-Membros e foi incumbida pelo Conselho de criar a IRU e o ECTC, será importante aumentar os recursos da Europol em conformidade, por forma a garantir a sustentabilidade.

A Europol apresentou ao COSI a 24 de novembro de 2015 um relatório sobre a partilha de informações e a criação do ECTC.

Eurojust: A cooperação operacional e a partilha de informações aumentaram

consideravelmente. Porém, a sua dimensão não reflete ainda a das investigações e ações penais em curso. A cooperação operacional em processos de terrorismo em que foram apresentados pedidos de assistência à Eurojust mais do que duplicou (13 casos em 2014, 29 casos em 2015 até ao presente; os casos relacionados com os combatentes terroristas estrangeiros passaram de 3 para 14). Foram organizadas, em 2015, dez reuniões de coordenação em processos de terrorismo, quatro das quais relacionadas com combatentes terroristas estrangeiros. Em novembro de 2015 a Eurojust coordenou uma ação conjunta em seis países num caso de um grupo terrorista radical, que conduziu a 13 detenções. A quantidade de informações relativas a processos penais e a condenações por infrações terroristas partilhadas com a EUROJUST mais do que duplicou desde 2014. Durante o ano de 2015, foram até agora abertos na Eurojust 109 processos relacionados com o intercâmbio de informações em matéria de infrações terroristas – 17 sobre julgamentos e 92 sobre processos em curso.

Trata-se de um aumento para o triplo, relativamente a 2014. A Eurojust também anima várias redes pertinentes, como a rede de correspondentes nacionais para questões de terrorismo, o Fórum

Consultivo de Procuradores-Gerais e Diretores do Ministério Público, a rede de procuradores públicos especializados em cibercriminalidade, etc. A associação da Eurojust ao Ponto Focal VIAJANTES da Europol permitiu melhorar o intercâmbio de informações;

A Eurojust emitiu o seu terceiro relatório classificado, intitulado "Os combatentes terroristas estrangeiros: Pontos de vista da Eurojust sobre o fenómeno e a resposta da justiça penal" em novembro de 2015.

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Atualização da decisão-quadro relativa ao combate ao terrorismo: A UE assinou a Convenção do

Conselho da Europa para a Prevenção do Terrorismo e o seu Protocolo Adicional sobre os

Combatentes Terroristas Estrangeiros, em 22 de outubro de 2015, em Riga. A Comissão tenciona apresentar uma proposta para a atualização da decisão-quadro antes do final de 2015.

3. Controlos nas fronteiras externas

Alimentação e utilização do SIS II

Embora tenham aumentado as indicações inseridas no SIS II – nomeadamente as referentes aos combatentes terroristas estrangeiros – a utilização do SIS II para os combatentes terroristas

estrangeiros ainda não é adequada. Os resultados de um questionário distribuído recentemente sobre a utilização do SIS II e das bases de dados da Interpol pelos Estados-Membros da UE e pelos

Estados do espaço Schengen para combater o terrorismo (doc. 13059/15) mostra que houve um aumento significativo das indicações introduzidas no SIS ao abrigo do artigo 36.º, n.ºs 2 e 3 em 2015, relativamente ao ano anterior. Todavia, a utilização deste sistema varia fortemente entre os Membros da UE. Existe uma disparidade entre a ameaça real para alguns

Estados--Membros e o número de indicações registadas. As indicações registadas ao abrigos do artigo 36.º, n.º 3, continuam a ser, de um modo geral, muito reduzidas e vários Estados-Membros da UE não utilizaram de todo esta opção. As estatísticas fornecidas pela maioria dos Estados-Membros da UE não são claras quanto à questão de saber se o número de indicações introduzidas ao abrigo do artigo 36.º, n.ºs 2 ou 3, estavam relacionados com os combatentes terroristas estrangeiros.

A nova possibilidade de notificação imediata ao abrigo do artigo 36.º, n.ºs 2 e 3, criada em fevereiro de 2015, significa que os Estados-Membros da UE podem comunicar imediatamente as respostas positivas sobre combatentes terroristas estrangeiros descobertos aos Estados-Membros que tiverem introduzido a indicação no SIS. Cerca de metade dos Estados-Membros da UE recorreram a esta possibilidade. As práticas seguidas nos Estados-Membros na utilização da comunicação imediata variam consideravelmente. Seria útil debater mais aprofundadamente a melhor forma de utilizar este novo instrumento.

Tal como o Conselho solicitou, o Grupo SIS/SIRENE deverá levar a cabo um exercício de ensinamentos recolhidos com base nos casos de 2015 e definir uma abordagem comum para a utilização do SIS II.

O facto de a Europol não ter acesso automático e sistemático ao SIS II constitui um ponto fraco. Os direitos de acesso da Europol abrangem apenas os controlos manuais caso a caso. Isto significa que não existe uma verificação cruzada sistemática das bases de dados do SIS II com as da Europol. Em 20 de novembro de 2015, o Conselho convidou a Comissão a apresentar uma proposta legislativa para alterar esta situação.

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Utilização das bases de dados da Interpol:

Os Estados-Membros dispõem de poucas estatísticas relativas à utilização das bases de dados da Interpol. A Comissão apresentou recentemente um questionário sobre a utilização, pelos Estados--Membros, do sistema Interpol de avisos e alertas (CM 4177/15), a fim de analisar a atual utilização dos avisos e alertas da Interpol, em especial os "avisos vermelhos", bem como sobre aspetos de proteção dos dados e o potencial abuso ou má utilização do sistema para fins políticos.

A ligação eletrónica dos postos fronteiriços às bases de dados da Interpol é condição prévia para que se realizem mais controlos sistemáticos. Pelo menos 10 % dos Estados-Membros e dos parceiros Schengen ainda não têm uma ligação eletrónica a todos os pontos de passagem das

fronteiras externas (aéreas, terrestres e marítimas). É também necessário proceder a uma verificação automática dos documentos de viagem para aumentar os controlos sem prejudicar o fluxo de

viajantes. Sete dos 26 Estados-Membros e parceiros Schengen que responderam não utilizam a verificação automática. Seis dos 26 procedem ainda manualmente à atualização da base de dados SLTD da Interpol. Isto mostra que o ambiente técnico numa quantidade significativa de Estados--Membros carece ainda de modernização. As conclusões do Conselho, de 20 de novembro de 2015, requerem que os Estados-Membros melhorem a sua conectividade, com o apoio da Comissão.

Implementação dos indicadores de risco comuns

O objetivo dos indicadores de risco comuns, concluídos em junho de 2015, é aumentar a frequência dos controlos das bases de dados pertinentes e realizar controlos mais sistemáticos, inclusive dos cidadãos e residentes da União Europeia, em conformidade com a versão atualizada do Manual das Fronteiras Schengen.

O impacto da aplicação dos indicadores de risco comuns varia consideravelmente entre os Estados--Membros e os parceiros Schengen. Os EstadosEstados--Membros integraram os indicadores de risco comuns nos seus sistemas nacionais de dados e estão a realizar mais controlos do que no ano passado. Todavia, o volume de verificações das bases de dados pertinentes no que respeita a pessoas que gozam do direito de livre circulação varia consideravelmente entre os Estados--Membros: por exemplo, 1,5%, 25% ou 34% e , por outro lado , 100% na Suíça.

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Face a estas disparidades, é ainda mais urgente e importante uma aplicação coordenada com a ajuda da Frontex. No entanto, a Frontex ainda não recebeu os indicadores de risco finalizados e ainda não foi incluída no Grupo Dumas para trabalhar nos indicadores de risco e na sua operacionalização. Esse trabalho poderá compreender a realização de ensaios com os indicadores de risco comuns em operações conjuntas selecionadas, a definição de um mecanismo de acompanhamento e a adoção de orientações e planos operacionais. Os projetos-piloto poderiam ser seguidos de uma implementação e formação mais amplas. Em 24 de novembro de 2015, com base em propostas apresentadas pela Frontex, o COSI debateu o caminho a seguir para uma aplicação dos indicadores de risco

coordenada com a Frontex.

Cooperação Frontex-Europol

É fundamental que a Europol e a Frontex cooperem estreitamente e que o acordo para o intercâmbio de dados pessoais entre ambas (acordo de cooperação operacional) seja concluído sem demora, conforme foi solicitado pelo Conselho. Com base nesse acordo, será possível proceder ao intercâmbio de dados a partir de janeiro de 2016.

A Frontex não tem acesso ao sistema Eurodac nem à base de dados SIS II para analisar riscos, detetar deslocações suspeitas ou introduzir informações. No futuro também precisará de ter acesso à base de dados das fronteiras inteligentes. Entretanto, há que maximizar as oportunidades oferecidas pelos novos "centros de registo" e, em especial, pelo Grupo de Missão regional da UE em Catânia, que permite à Frontex e aos agentes da Europol cooperar in loco e fazer o melhor uso possível do rastreio e das entrevistas aos migrantes. É importante associar a Eurojust à abordagem dos centros de registo. Foi criado um mecanismo para o efeito. É importante que a informação obtida pela Frontex possa ser partilhada com a Europol e com as autoridades nacionais competentes dos Estados-Membros.

Os controlos nas fronteiras externas da UE com os Balcãs Ocidentais devem ser reforçados, conforme foi solicitado pelo Conselho. Insere-se nesse contexto a realização de controlos exaustivos de bagagens e veículos, bem como a vigilância da fronteira verde face às rotas de contrabando, inclusive de armas de fogo e explosivos. A Frontex reforçou a sua participação no projeto EMPACT sobre o tráfico de armas de fogo nas fronteiras externas da UE.

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Tal como o Conselho solicitou, o contributo da Frontex para a luta contra a criminalidade e o terrorismo transfronteiras nas fronteiras externas da UE deve ser explicitamente mencionado no âmbito da atualização do Regulamento Frontex, tendo em vista proporcionar uma base jurídica mais sólida ao intercâmbio de informações entre a Frontex e a Europol, bem como entre a Frontex e os Estados-Membros, clarificar o papel da Frontex, possibilitar o acesso da Frontex ao SIS II e ao Eurodac e permitir à Frontex receber e utilizar dados pessoais relacionados com a criminalidade e o terrorismo provenientes de países terceiros.

4. Armas de fogo

O Conselho adotou conclusões sobre o reforço da utilização dos meios para lutar contra o tráfico de armas de fogo (12892/15) em 8 de outubro de 2015 e convidou todos os intervenientes relevantes, designadamente os Estados-Membros, a Comissão, a Europol e a Interpol, a tomar as medidas necessárias para aplicar as medidas previstas nessas conclusões. O regulamento de execução relativo às normas comuns de desativação das armas de fogo foi adotado em 18 de novembro de 2015, com o objetivo de assegurar que as armas de fogo desativadas são tornadas

definitivamente inoperantes. Ao mesmo tempo, os Estados-Membros pediram à Comissão que começasse, o mais rapidamente possível, a avaliar a aplicação deste regulamento com os Estados--Membros e os técnicos especialistas, a fim de lhe introduzir as alterações que forem necessárias. Em 18 de novembro de 2015, a Comissão apresentou a sua proposta de revisão da Diretiva 91/477, de 18 de junho de 1991. A revisão terá como objetivo reduzir a insegurança jurídica provocada pelas divergências nacionais, facilitando assim a atividade da polícia nacional e das autoridades de investigação. Deverá também reforçar o quadro legislativo em matéria de armas de fogo,

designadamente para aperfeiçoar a partilha de informações sobre armas de fogo, reforçar a sua rastreabilidade, estabelecer normas de marcação e tomar em consideração o tráfico ilegal através da Internet e da Darknet.

A cooperação operacional na luta contra as armas de fogo através da Europol no quadro do ciclo político da UE sobre a criminalidade grave e organizada, nomeadamente no âmbito do Plano de Ação Operacional "Armas de Fogo", é importante e deverá ser reforçada, conforme foi solicitado pelo Conselho.

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5. Serviços de segurança

Em fevereiro, os Chefes de Estado ou de Governo solicitaram aos serviços de segurança dos

Estados-Membros que aprofundassem a sua cooperação. O Grupo Antiterrorista intensificou os seus trabalhos nos últimos meses, em especial no que diz respeito aos combatentes terroristas

estrangeiros, e deu início a uma reflexão sobre a maneira de interagir mais estreitamente com a UE, sem prejuízo do disposto no artigo 4.º do TUE. O desafio continua a ser encontrar formas de

conceber um ambiente de partilha de informações na UE que permita partilhar maior quantidade de dados. É importante que os responsáveis políticos da UE compreendam os desafios que os serviços de segurança enfrentam e tenham em conta essa situação na elaboração das políticas. O Grupo Antiterrorista realizou uma reunião extraordinária em 18 de novembro de 2015, na sequência dos atentados de Paris. Os resultados desta reunião foram comunicados ao Conselho JAI

de 20 de novembro. Os serviços decidiram intensificar a sua cooperação. 6. Combate ao financiamento do terrorismo

Além de ter adotado a Quarta Diretiva Branqueamento de Capitais em 20 de maio de 2015, o Conselho convidou a Comissão, em 20 de novembro de 2015, a apresentar propostas sobre uma série de desafios relacionados com o financiamento do terrorismo.

O programa UE-EUA de deteção do financiamento do terrorismo gerou mais de 14 500

informações desde a sua entrada em vigor em 2010. Em 2015, foram geradas 7 514 informações relevantes, das quais 2 765 diziam especificamente respeito aos combatentes terroristas

estrangeiros.

7. Diretiva relativa à segurança das redes e da informação (SRI)

A diretiva relativa à segurança das redes e da informação (SRI), proposta pela Comissão em 2013 e atualmente em fase final de negociações entre o Parlamento Europeu e o Conselho, tem por objetivo estabelecer os mecanismos necessários a nível nacional e da UE para melhorar os níveis de

segurança e responder às ciberameaças. O objetivo é criar um ambiente digital seguro e fiável em toda a UE. Nesse sentido, importa aumentar as capacidades nacionais de cibersegurança dos Estados-Membros, melhorar a cooperação entre os Estados-Membros e entre os setores público e privado, e exigir às empresas dos setores críticos, como o setor da energia, dos transportes, da banca e da saúde, bem como aos principais serviços de Internet que adotem práticas de gestão de riscos e comuniquem os incidentes graves às autoridades nacionais.

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O quinto trílogo informal teve lugar em 17 de novembro de 2015 e os colegisladores, tendo em mente a necessidade de elevado nível comum de cibersegurança para enfrentar os desafios atuais, devem ter como objetivo concluir o processo até ao final deste ano.

A Estratégia da UE para a Cibersegurança abrangia também uma série de medidas destinadas a promover um mercado único dos produtos de cibersegurança, a par da promoção dos investimentos na investigação e no desenvolvimento, bem como da inovação. O desenvolvimento de um mercado único digital é também o objetivo principal da Agenda Digital da Comissão, sendo um dos seus pilares reforçar a confiança e segurança em linha, das quais dependem o crescimento da economia europeia e o desenvolvimento de um forte setor empresarial digital. A Comissão está atualmente a trabalhar na criação de uma parceria público-privada contratual no domínio da cibersegurança, que terá por base a ação 25 do programa Horizonte 2020. Para esse efeito, será lançada uma consulta pública até ao final de novembro de 2015, a fim de recolher contributos sobre as prioridades e as medidas complementares. Estão previstos resultados em fevereiro de 2016.

Na Agenda Europeia para a Segurança, apresentada pela Comissão em 28 de abril de 2015, a cibercriminalidade foi considerada uma prioridade, juntamente com o terrorismo e a criminalidade organizada, dada a sua forte dimensão transfronteiras e atendendo ao facto de se tratar de um domínio em que a ação da UE pode fazer realmente a diferença. A Agenda sublinha a importância que assumem a plena aplicação da legislação da UE em vigor, bem como a cooperação com o setor privado e o trabalho do Centro Europeu da Cibercriminalidade da Europol e a Eurojust. Serão necessárias iniciativas para analisar os obstáculos às investigações criminais, nomeadamente no que toca às questões de jurisdição e regras de acesso a provas eletrónicas e informações, à conservação dos dados, à aceleração do processo de auxílio judiciário mútuo em investigações sobre

cibercriminalidade, à cooperação com o setor privado, à aplicação das políticas existentes em matéria de cibersegurança e da legislação da UE sobre ciberataques, ao reforço das

cibercapacidades no âmbito dos instrumentos de assistência externa e à revisão da legislação em matéria de luta contra a fraude e a contrafação de meios de pagamento que não em numerário. Em outubro de 2015 realizou-se na Eurojust um seminário sobre a revisão do acordo de auxílio

judiciário mútuo entre a UE e os EUA, no qual foram debatidas questões relacionadas com as provas eletrónicas. As provas eletrónicas foram igualmente tema de uma conferência organizada pela Presidência luxemburguesa, em outubro de 2015, e foram debatidas pelo CATS, em novembro de 2015, com base num documento de trabalho da Presidência. Serão ainda debatidas pelos

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II. PREVENIR A RADICALIZAÇÃO E PROTEGER OS NOSSOS VALORES

1. Internet

Nos últimos meses, a UE intensificou significativamente os seus trabalhos no que se refere à Internet. A Unidade de Sinalização de Conteúdos na Internet, criada em julho no quadro da Europol, já tinha contribuído, até 11 de novembro, para a supressão de 511 artigos com conteúdos terroristas (com uma taxa de sucesso superior a 90%). A Equipa Consultiva de Comunicação Estratégica para a Síria (SSCAT) já prestou aconselhamento e apoio a mais de metade dos Estados--Membros da UE. A Rede de Sensibilização para a Radicalização foi transformada num Centro de Excelência que recebeu um financiamento na ordem dos 25 milhões de euros. A Comissão lançará uma parceria público-privada com as empresas de Internet em 3 de dezembro (o Fórum) para explorar formas de aumentar a eficácia no acompanhamento e na supressão de conteúdos terroristas da Internet, através da criação de conteúdos (contradiscurso) e do acesso a conteúdos.

Para que a primeira reunião do Fórum seja bem sucedida, é crucial que a UE defina quais os objetivos concretos que pretende ver cumpridos pelas empresas da Internet (por exemplo, afetação de mais pessoas ao acompanhamento e à supressão de conteúdos terroristas, publicidade gratuita para divulgar material de contradiscurso nos picos de propaganda do Daexe, contributo financeiro para o estabelecimento de uma fundação que apoie vozes credíveis da sociedade civil, etc.). Numa fase posterior, o Fórum poderá optar por abordar este tema com base nos futuros trabalhos sobre as provas eletrónicas no contexto da UE. Sempre que o enquadramento jurídico o permita, é essencial garantir que as empresas tenham um acesso rápido e direto a provas eletrónicas numa base voluntária, para assegurar um maior número de condenações de combatentes terroristas estrangeiros (ver doc. 13689/15). A cooperação voluntária com as empresas da Internet é fundamental para as investigações e ações penais relativas à luta contra o terrorismo conduzidas pelos

Estados--Membros, mas a cooperação continua a ser difícil.

Os Estados-Membros da UE são incentivados a disponibilizar à Europol mais recursos dos peritos nacionais, para que estes possam ser utilizados pela Unidade de Sinalização de Conteúdos na Internet. O intercâmbio de informações entre a Europol e o setor privado é crucial para efeitos de segurança. O prazo de 18 meses do projeto piloto em curso, que é financiado pela Comissão e intitulado "Equipa Consultiva de Comunicação Estratégica para a Síria (SSCAT), termina em meados de 2016.

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Face ao êxito da sua execução e aos pedidos repetidos por parte tanto dos Estados-Membros como das instituições, a Comissão comprometeu-se a lançar um projeto de seguimento em julho de 2016. Este novo projeto continuará a apoiar os Estados-Membros no seus esforços para fazer face aos desafios de comunicação relacionados com o fenómeno dos combatentes estrangeiros, mas também em relação a todos os outros desafios de comunicação colocados pela radicalização e pelo

extremismo. O projeto melhorará o serviço prestado aos Estados-Membros que procuram desenvolver capacidades estratégicas de comunicação e apoiará aqueles que já estejam a

implementar ou que projetem implementar campanhas nacionais (a nível nacional, regional e/ou local) além de prestar um serviço específico às instituições da UE. Mais importante ainda, a vertente de rede do projeto, que se revelou particularmente bem-sucedida, continuará a ser reforçada e melhorada e procurar-se-á partilhar ideias, experiências, boas práticas e, se for caso disso, identificar oportunidades para que os Estados-Membros possam levar a cabo iniciativas transfronteiras neste domínio.

2. Tolerância, não discriminação, liberdades fundamentais:

Realizou-se, em 1 e 2 de outubro de 2015, o colóquio anual sobre os direitos humanos, subordinado ao tema da "Tolerância e respeito: prevenir e combater o ódio antissemita e antimuçulmano na Europa", e organizado pelo Primeiro Vice-Presidente da Comissão, Frans Timmermans. Importa agora dar seguimento à conferência mediante projetos específicos. O Vice-Presidente Frans Timmermans anunciou que ia nomear dois coordenadores: um encarregado de questões relacionadas com o antissemitismo e outro para questões relacionadas com a islamofobia. Em outubro, a Comissária Vera Jourova e a Presidência luxemburguesa, com o apoio do

Coordenador da Luta Antiterrorista da UE, organizaram uma conferência com o tema "Resposta da justiça penal à radicalização", que contou também com a participação ativa da Eurojust. Estão a ser elaboradas as conclusões do Conselho sobre esta temática. Será importante investir no

desenvolvimento de programas de reabilitação dos combatentes terroristas estrangeiros dentro e fora das prisões. No seguimento da conferência, o Conselho (JAI) adotou, em 20 de novembro de 2015, conclusões sobre o reforço da resposta da justiça penal à radicalização conducente ao terrorismo e ao extremismo violento, nas quais identifica nomeadamente as boas práticas, mobiliza uma série de organismos competentes da UE para o intercâmbio de experiências e convida a Comissão a apoiar os Estados-Membros no desenvolvimento de programas de reabilitação,

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Algumas semanas após os atentados de Paris e Copenhaga, a França e a Comissão convocaram uma reunião extraordinária dos Ministros da Educação, que se realizou em Paris, a 17 de março. Nessa reunião, foi adotada uma declaração sobre a promoção da cidadania e dos valores comuns de liberdade, tolerância e não discriminação através da educação. A Comissão proporá dentro em breve medidas concretas para apoiar os Estados-Membros, com vista à sua implementação. Serão previstos projetos emblemáticos, bem como convites restritos no âmbito do Programa Erasmus + (14 mil milhões de euros até 2020). Os objetivos da Declaração de Paris foram considerados prioritários para serem financiados no âmbito do programa Erasmus + já a partir de 2016. Serão apresentados projetos com impacto ao nível de base sobre a educação, o desporto, a juventude e a cultura. Além disso, o potencial da plataforma de geminação eletrónica "E-twinning" (uma rede em linha de 300 000 professores em toda a Europa) poderia ser alargado por forma a abranger as

escolas de países terceiros. É importante que a Comissão apresente iniciativas ambiciosas, embora o tema não conste do programa de trabalho de 2016.

Em 14 e 15 de dezembro de 2015, Agência dos Direitos Fundamentais, em cooperação com o Ministério Federal do Interior da Áustria e com a participação do Coordenador da Luta

Antiterrorista da UE, organizará um seminário subordinado ao tema "Rumo a uma estratégia de comunicação da UE para promover o respeito, a não discriminação, os direitos fundamentais, as liberdades fundamentais e a solidariedade em toda a UE". Pretende-se com este seminário desenvolver um conjunto de instrumentos a usar em estratégias de comunicação destinadas a promover o respeito, a não discriminação, os direitos fundamentais, as liberdades e a solidariedade, incluindo os conteúdos que transmitam os valores consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

III. COOPERAR COM OS NOSSOS PARCEIROS INTERNACIONAIS

No fundo, o Daexe resulta de duas circunstâncias: as falhas políticas no Iraque e o conflito entre o regime e a oposição na Síria. A luta contra o grupo nos seus bastiões na Síria e no Iraque exigirá a participação integral de forças que serão reconhecidas como libertadoras, nomeadamente, os árabes sunitas. Reunir um número suficiente dessas forças que tenham um impacto no terreno depende da evolução política no Iraque e na Síria. No Iraque, a UE deverá, por conseguinte, apoiar o Primeiro--Ministro Abadi, que procura realizar reformas políticas suscetíveis de ultrapassar as divisões sectárias. Na Síria, por seu lado, importa continuar a apoiar fortemente os esforços desenvolvidos pela ONU e pelo seu Enviado Especial, Staffan de Mistura, para encontrar uma solução que envolva as potências regionais, bem como explorar a possibilidade de reforçar o apoio prestado à oposição nas zonas libertadas.

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Em fevereiro de 2015, o Conselho dos Negócios Estrangeiros decidiu dar prioridade à luta

antiterrorista na região do Médio Oriente e do Norte de África, nos Balcãs e na Turquia, todas elas zonas desestabilizadas pela ascensão do Daexe. As conclusões tinham em conta as estratégias da UE relativas aos combatentes estrangeiros e a estratégia regional da UE para a Síria e o Iraque, bem como a ameaça representada pelo EIIL/Daexe.

O SEAE e a Comissão, com o apoio do Coordenador da Luta Antiterrorista da UE, começaram a dar execução às conclusões do Conselho dos Negócios Estrangeiros: foram destacados peritos em matéria de segurança/luta contra o terrorismo para Marrocos, a Tunísia, a Nigéria, a Jordânia, o Iraque, a Arábia Saudita e a Turquia. Dentro em breve serão destacados peritos em matéria de luta contra o terrorismo para o Egito e a Argélia. Foram organizados seminários de especialistas no Líbano e na Turquia para identificar as necessidades desses países neste domínio. Realizou-se na Tunísia o primeiro diálogo reforçado sobre a segurança e a luta antiterrorista. Foram ultimados diversos programas de financiamento (regionais, temáticos e bilaterais), a fim de reforçar a

capacidade de luta antiterrorista dos países do Médio Oriente e do Norte de África. Recentemente, iniciaram-se projetos concretos (por exemplo, 23 milhões de euros para a reforma do setor da segurança na Tunísia, 3,5 milhões de euros para apoiar o Gabinete do Conselheiro de Segurança Nacional do Iraque, 5 milhões de euros para reforçar as capacidades de aplicação da lei e de justiça penal para fazer face à ameaça constituída pelos combatentes estrangeiros, dois projetos (5 milhões de euros e 1,675 milhões de euros) para reforçar a prevenção da radicalização no Magrebe e no Sael, 2,5 milhões de euros para a Parceria de Formação em matéria de Luta contra o Terrorismo implementada pela CEPOL); outros projetos estão em fase final de preparação (por exemplo, 3,3 milhões de euros para criar um Grupo de Ação para a Comunicação Estratégica, 14 milhões de euros para a luta contra o terrorismo na região do Médio Oriente e do Norte de África, projetos em matéria de prevenção da radicalização na Jordânia (9 milhões de euros e 2,5 milhões de euros no Líbano), 7 milhões de euros para o Euromed — Polícia IV, a segurança da aviação na região do Médio Oriente e do Norte de África, 2 milhões de euros para o trabalho comunitário na Tunísia). Está em vias de preparação um pacote de assistência global para a luta antiterrorista na Tunísia que foi debatido no CPS em 26 de novembro de 2015. Realizou-se, em Bagdade, a terceira reunião euro-mediterrânica dedicada aos combatentes terroristas estrangeiros. Em setembro, a Alta Representante assinou um memorando de entendimento com a Organização da Cooperação

Islâmica, que compreende um compromisso de cooperação mais estreita na luta contra o terrorismo e o extremismo violento. No final de novembro, a UE levantou estas mesmas questões numa reunião com a Liga dos Estados Árabes. Está a ser criado um grupo de trabalho de luta contra o terrorismo e identificadas ações para uma cooperação mais estreita no âmbito da luta contra o

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O SEAE, juntamente com o Coordenador da Luta Antiterrorista da UE e a Comissão, intensificará os seus esforços com os países do Médio Oriente e do Norte de África, a Turquia e os Balcãs Ocidentais, com base nos progressos que se realizaram nos últimos 10 meses. Será importante mobilizar recursos suplementares para oferecer pacotes globais de assistência antiterrorista, a exemplo do que sucede com a Tunísia. A luta contra o terrorismo e o extremismo violento deverá ocupar um lugar importante na futura programação da assistência em 2016. Designadamente, a União Europeia propõe-se:

– Procurar acordar com o Governo libanês um plano de ação antiterrorista (está previsto para janeiro um diálogo sobre a luta antiterrorista) que deverá ser implementado por meio de projetos de reforço das capacidades e de outras atividades de cooperação em matéria de luta contra o terrorismo.

– Procurar elaborar juntamente com a Jordânia um plano de ação de luta contra o terrorismo, a ser debatido num seminário dedicado ao tema, que se realizará em Amã, a

15--16 de dezembro, e que, seguidamente, será implementado mediante medidas de assistência; – Pôr rapidamente em prática as ações comuns acordadas com o Governo tunisino e que estão

centradas no reforço da abordagem estratégica da luta antiterrorista, na luta contra o extremismo violento, na segurança das fronteiras e na reforma do setor da segurança;

– Acelerar o arranque do projeto dotado de 7 milhões de euros para a segurança da aviação (do Instrumento para a Estabilidade e a Paz a longo prazo), a fim de melhorar as medidas de segurança da aviação na região do Médio Oriente e do Norte de África, primeiro com destaque para o Egito e a Turquia (tendo em conta que ambos os países são destinos de eleição dos turistas europeus), no início de 2016. A UE explorará igualmente a possibilidade de desenvolver um programa mais vasto de ajuda à criação de capacidades com o Governo egípcio;

– Incentivar o Governo da Turquia a participar nas propostas da UE referentes às deslocações dos combatentes estrangeiros, ao financiamento do terrorismo e à luta contra o extremismo violento. A UE realizará um diálogo político com a Turquia sobre a luta antiterrorista no primeiro trimestre de 2016, tendo em vista finalizar um plano de ação conjunto; na reunião dos Chefes de Estado ou de Governo da UE com o Primeiro Ministro turco a 29 de novembro foi decidido intensificar o diálogo político de alto nível, inclusive no domínio da luta

antiterrorista;

– Em janeiro, o Coordenador da Luta Antiterrorista da UE e representantes do SEAE visitarão Marrocos e a Argélia (seminário sobre a luta antiterrorista) a fim de desenvolver ideias para reforçar a cooperação no domínio da luta contra o terrorismo;

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– A execução da estratégia para o Iraque/a Síria/luta contra o EIIL será igualmente uma prioridade

– Apoiar outros projetos no âmbito da iniciativa liderada pela Eslovénia para lutar contra o terrorismo nos Balcãs Ocidentais (programa IPA), em particular no domínio da luta contra o extremismo violento (com destaque para o modo de lidar com os combatentes que regressam). A UE deverá igualmente trabalhar com os Estados dos Balcãs Ocidentais para reduzir o tráfico de armas na região. Este objetivo poderia ser alcançado mediante amnistias com vista à legalização de armas de fogo e uma aplicação mais estrita da legislação nacional.

– Vários países do Médio Oriente e do Norte de África e a Turquia manifestaram interesse em participar em maior medida no Centro de Excelência da Rede de Sensibilização para a Radicalização da UE. A UE deverá incentivar o mais rapidamente possível os intercâmbios entre a Rede de Sensibilização para a Radicalização, a região do Médio Oriente e do Norte de África, os Balcãs Ocidentais e a Turquia, com base nos progressos realizados em setembro, quando na cimeira consagrada ao extremismo violento se decidiu adotar um conjunto de melhores práticas baseadas na experiência dos Estados-Membros da UE. Muitas destas recomendações integrarão o plano de ação do Secretário-Geral da ONU para a prevenção do extremismo violento.

– As agências da UE, nomeadamente a Europol, a Eurojust e a CEPOL, começaram a intensificar a sua cooperação com os países do Médio Oriente e Norte de África, os Balcãs Ocidentais e a Turquia na luta contra o terrorismo. Esta cooperação deverá ainda ser

reforçada, devendo ser-lhe atribuídos os recursos orçamentais necessários. O Coordenador da Luta Antiterrorista da UE, em consulta com os serviços da Comissão, o SEAE e as agências competentes da UE, apresentou ao COSI, em novembro de 2015, um documento sobre os aspetos práticos conexos, incluindo no que diz respeito aos magistrados e agentes de ligação. – A UE continuará a utilizar a sua presença nas diferentes instâncias, nomeadamente o Fórum

Mundial contra o Terrorismo, o G 7 em Roma/Lyon e na coligação anti-EIIL, para contribuir para os debates e a tomada de decisão, definir políticas, ajudar a fomentar a coordenação e contribuir para avaliar outras necessidades, incluindo o reforço de capacidades de Estados terceiros. Mais especificamente, estão atualmente em curso, num esforço conjunto com o copresidente turco do Grupo de Trabalho para o Corno de África do Fórum Mundial contra o Terrorismo, trabalhos destinados a ter em consideração a dimensão da juventude na reunião deste grupo agendada para a primavera. A UE tenciona contribuir ativamente para os trabalhos em torno da iniciativa "ciclo de vida", iniciada pelos EUA, da nova iniciativa do centro coordenador, liderada pelos EUA, e do mapeamento da assistência em curso, liderado

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Além disso, a UE vai estudar cuidadosamente o próximo plano de ação do Secretário-Geral das Nações Unidas para a prevenção do extremismo violento e identificar formas de assegurar a sua rápida implementação. O SEAE está em contacto com os seus parceiros para prosseguir no próximo ano os trabalhos relativos ao combate ao financiamento do terrorismo e à forma como lidar com o fenómeno dos combatentes terroristas estrangeiros.

– Por último, a UE deverá intensificar os seus esforços no sentido de corrigir a perceção da Europa em toda a região vizinha árabe, tirando partido dos conhecimentos especializados da Equipa Consultiva de Comunicação Estratégica para a Síria (SSCAT). É importante prever um financiamento adequado. Seria conveniente nomear um conselheiro de comunicações de língua árabe, baseado na região do Médio Oriente e do Norte de África, para alargar os

contactos com os principais média e prestar assistência às delegações. São igualmente cruciais as iniciativas dirigidas aos jovens, por exemplo estudar a criação de um programa de

intercâmbio virtual com os países do Médio Oriente e do Norte de África, à semelhança do programa Stevens de intercâmbio virtual lançado pelo Presidente Barack Obama.

Referências

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