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RELATÓRIO TÉCNICO- CIENTÍFICO. Título do Projeto de Pesquisa: Modalidade Deôntica e Traço de Controle em Português e Paresi

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PRODOUTOR, PIBIT E

FAPESPA. RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO Período: (X) PARCIAL () FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa: Modalidade Deôntica e Traço de Controle em Português e Paresi

Nome do Orientador: Ana Paula Barros Brandão Titulação do Orientador: Doutor

Faculdade: Faculdade de Letras

Instituto/Núcleo: Instituto de Letras e Comunicação Laboratório: Laboratório de Ciências da Linguagem

Título do Plano de Trabalho: Estudo dos predicados intransitivos e dos adjetivos em Paresi.

Nome do Bolsista: Amanda Medeiros Costa de Mesquita Tipo de Bolsa: () PIBIC/ CNPq

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() PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador (x) PIBIC/UFPA () PIBIC/UFPA – AF () PIBIC/ INTERIOR () PIBIC/PRODOUTOR () PIBIC/PE-INTERDISCIPLINAR () PIBIC/FAPESPA () PIBIC/PIBIT INTRODUÇÃO

O Paresi é uma língua da família Arawák falada por uma comunidade de mesmo nome localizada na região do Mato Grosso, na faixa do cerrado amazônico, a oeste da capital Cuiabá. Atualmente os Paresi somam uma população de aproximadamente 3.000 pessoas, sendo 90% desta, falantes da língua e bilíngues em sua maioria.

Na área da Morfossintaxe, os seguintes trabalhos podem ser encontrados: a tese de doutorado “A reference grammar of Paresi- Haliti (Arawak)” de Brandão (2014), o artigo “As classes verbais no Paresi” de Brandão (2016, no prelo), o artigo “Análise inicial dos estativos e traço de controle em Paresi” de Mesquita e Brandão (2017, no prelo) e a tese de doutorado “Morfossintaxe da língua Paresi- Haliti (Arawak)” de Silva (2013). Este relatório apresenta os resultados parciais obtidos através da pesquisa realizada com a língua Paresi, de acordo com o plano intitulado “Estudo dos predicados intransitivos e dos adjetivos em Paresi”. Buscou-se nesta pesquisa descrever o comportamento morfossintático e semântico dos predicados intransitivos já existentes no acervo de Brandão (2014), mas que ainda necessitavam de análise mais aprofundada.

O presente relatório apresenta o estudo aprofundado das questões levantadas anteriormente por Brandão (2014) em sua tese, com foco na classificação dos verbos sobre a perspectiva da agentividade. Em Brandão (2016, no prelo), há um estudo preliminar dos verbos intransitivos e sua relação com propriedades semânticas, a exemplo do traço de controle. Sendo assim, considera-se que além da agentividade, propriedade semântica relacionada ao desencadeador de uma ação, outras propriedades podem estar envolvidas na classificação destes verbos, tais como estatividade, telicidade, controle, entre outros. O traço de controle é mencionado por Cançado (2013), a qual relata que tal propriedade está relacionada à ideia de animicidade. Tendo

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em vista que tal teoria não se aplica a todos os dados existentes na língua em analise, utilizou-se a teoria de Basso (2004).

JUSTIFICATIVA

O trabalho de descrição linguística de línguas justifica-se através dos critérios relacionados com os aspectos científicos e sócio-culturais. Com relação ao aspecto cientifico, o Paresi é uma língua que apresenta um fenômeno linguístico chamado alinhamento semântico dos predicados intransitivos, fenômeno atípico em relação a outras línguas; além disto, apresenta uma classe fechada de adjetivos contendo poucos itens lexicais.

No aspecto relacionado à classe de verbos em Paresi, tal classe pode ser definida através dos critérios semânticos, sintáticos e morfológicos. Verbos são palavras que remetem a estados, processos, eventos e atividades. Dentro da classe de verbos em Paresi existem palavras que no Português são consideradas adjetivos, tais como palavras que fazem referência a cores, estados, valores ou propriedades físicas.

Comumente a classificação em línguas Aruák é feita em três classes verbais: transitivos, intransitivos ativos e intransitivos estativos, sendo que em Paresi, os verbos são classificados em transitivos, bitransitivos e intransitivos, além da existência de uma subclasse dos intransitivos. Tipologicamente muitas línguas exibem duas subclasses de verbos intransitivos, nas quais o critério semântico da agentividade possui papel importante.

Os verbos em Paresi podem receber dois grupos de proclíticos pronominais caracterizados como grupo A e grupo B, os quais diferem entre si de acordo com o papel semântico do sujeito de tais verbos. A tabela 1 ilustra os marcadores pronominais dos grupos A e B.

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Semanticamente, os verbos intransitivos do primeiro grupo são classificados por Brandão (2016) em agentivos, que recebem as marcas pronominais da série A, e os verbos do segundo grupo como não- agentivos, que recebem marcas pronominais da série B.

Considerando- se o aspecto lexical em Paresi, observamos que verbos intransitivos que tomam marcadores do grupo A são verbos de atividade enquanto verbos intransitivos que tomam marcadores do grupo B são estativos (referem-se á cores, estados, alguns valores e propriedades físicas), conforme o observado nos seguintes exemplos:

(1) na=holikoa na=tona 1SG =dançar 1SG= andar ‘Eu dancei’ ‘Eu andei’

(2) no=wahahare no=mazahare

1SG= ser. Alto 1SG= ser. preguiçoso ‘Eu sou alto’ ‘Eu sou preguiçoso’

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Em (1), os pronomes de primeira pessoa assumem a forma proclítica na= por estarem relacionados aos eventos dançar e andar, enquanto em (2) os pronomes de primeira pessoa assumem a forma no= por estarem relacionados a propriedades como ser alto e ser preguiçoso. Porém, o aspecto lexical não é suficiente para explicar todos os predicados intransitivos existentes no Paresi, pois a marcação pronominal associada aos predicados estativos pode ser atribuída de igual forma a predicados eventivos. Por isso, Brandão (2014) sugere que a classe dos intransitivos é subdividida em intransitivos agentivos e intransitivos não agentivos de acordo com o parâmetro agentividade, conforme o observado nos seguintes exemplos:

(3) a. na=kawitsa b. na=maira

1SG= gritar 1SG= pesquisar “Eu gritei” “Eu pesquisei”

(4) a. no=maira b. no=waxirahare 1SG= estar com medo 1SG= ser feio “Eu estou com medo” “Eu sou feio”

Em (3), os pronomes proclíticos de primeira pessoa assumem a forma proclítica na= por estarem relacionadas ao agentivo, enquanto em (4), a forma proclítica no= assume o papel de não- agentivo.

Ao longo de estudos realizados durante a execução deste plano de trabalho verificamos que além da agentividade proposta por Brandão na classificação dos predicados intransitivos, outras propriedades semânticas a exemplo do traço de controle podem estar envolvidas na classificação de tais predicados, a partir de evidências encontradas no comportamento de predicados estativos, tendo em vista que esta subclasse de predicados intransitivos apresenta um comportamento diferente, podendo receber os dois grupos de procliticos

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Segundo Basso et al. (2004), a falta de clareza relacionada aos verbos estativos levou os pesquisadores a adotarem duas posições distintas: a primeira está relacionada à posição de autores como Boertien (1979 apud BASSO et al., 2004), o qual não considera os estativos como classe, e a segunda posição está relacionada a autores como o italiano Bertinetto (1986 apud BASSO et al., 2004), o qual admite a existência de uma classe de estativos, entendendo, contudo que tal classe deve ser subdividida, distribuindo-se os verbos que a ela pertence em subclasses. Para identificar as diferentes classes de estativos, os autores propõem uma nova definição de estativos baseada nos traços semânticos de [controle] e [mudança].

Basso et al. (2004) propõe a existência de duas classes de estativos: os tipicamente estativos e os não-tipicamente estativos. Os verbos tipicamente estativos estão relacionados com a incompatibilidade com o imperativo e a perífrase progressiva, possuindo assim relação com os traços semânticos [- controle] e [-mudança], enquanto os não-tipicamente estativos podem ser caracterizados somente pelo uso do imperativo ou da perífrase progressiva, possuindo deste modo o traço de [+controle] ou [+mudança]. Um teste para saber se o sujeito do verbo possui controle ou não, é observar se os estativos podem ocorrer no imperativo. Para saber se o verbo apresenta o traço mudança, usa-se o teste com a perífrase progressiva.

A teoria proposta por Basso (2004) fora empregada durante a fase inicial desta pesquisa visto que a língua Paresi possui evidências de que há duas subclasses de estativos classicados em estativos de controle e estativos sem controle, assim sendo importante, pois estuda-las.

Este trabalho de descrição e análise dos predicados intransitivos justifica-se também com relação ao aspecto sócio-cultural, já que a descrição linguística proposta durante este relatório ajudará no processo de documentação linguística. por meio da organização da base de dados da língua.

OBJETIVOS

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Descrever os comportamentos morfossintáticos e semânticos dos predicados intransitivos agentivos e não-agentivos e adjetivos já existentes no acervo Paresi, bem como de dados que ainda serão coletados, considerando suas propriedades lexicais, a fim de incluir todas essas informações no banco de dados da língua. Além disso, relacionar os predicados com a modalidade deôntica em Paresi.

Objetivos específicos:

 Listar todos os predicados intransitivos e adjetivos existentes no acervo da língua Paresi, considerando aspectos morfossintáticos, semânticos e lexicais.

 Descrever os predicados intransitivos e adjetivos buscando categorizá-los em conformidade com subclasses.

 Inserir todos os predicados intransitivos e adjetivos na base de dados da língua, considerando suas formas de ocorrência.

 Identificar e analisar os tipos de predicados intransitivos e adjetivos que ocorrem com os morfemas indicadores da modalidade deôntica em Paresi.

 Criar hipóteses para análise dos predicados e dos morfemas de modalidade listados na língua para confirmá-las ou refutá-las junto aos consultores

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada a pesquisa bibliográfica, através de leituras sobre as classes de verbos e adjetivos em línguas humanas através da perspectiva funcional-tipológica para apropriar-se das noções teóricas básicas que permitam a bolsista o reconhecimento das

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categorias, com atenção à tese de Brandão (2014), os trabalhos de Basso (2004), Cançado (2012) e Cunha (2004), análises críticas de tais referências, com objetivo de embasar teoricamente a descrição e análise linguística dos dados linguísticos encontrados.

A análise da língua em estudo foi realizada a partir de dados já existentes no acervo de Brandão (2014), bem como de dados coletados com o falante Paresi em Agosto de 2016 com auxílio da orientadora deste projeto Prof. Dr. Ana Paula Barros Brandão, na cidade de Belém do Pará na Universidade Federal do Pará, sendo a mesma realizada pelos alunos Amanda Medeiros Costa de Mesquita, Aliny Cristina Ramos de Sousa e Everton Santos, todos orientandos da referida professora.

Além disso, foram realizadas coletas no banco de dados da Orientadora deste projeto Prof. Dr. Ana Paula Brandão, disponível no Programa Computacional Flex (Flex), conforme o observado na seguinte imagem:

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A imagem acima está relacionada a tela inicial do Programa Computacional Flex (Flex), software utilizado durante a fase inicial deste projeto. A primeira coluna é composta da entrada lexical, possuindo entradas com palavras selecionadas na língua em análise, seguidas de sua glosa e classificação da categoria gramatical com foco nos verbos intransitivos. Durante a fase inicial desta pesquisa foi inserido o campo “classe verbal (verb class)” para informar a subdivisão em agentivos e não-agentivos, conforme destacado na imagem.

RESULTADOS

Conforme mencionado inicialmente, além da agentividade, outras propriedades semânticas podem estar envolvidas na classificação dos predicados intransitivos em Paresi, dentre elas o controle. Diferentemente do Português, no Paresi há marcas de pessoa que estão relacionadas à propriedade semântica de controle, as quais são marcadas morfologicamente.

Em conformidade com Brandão e Mesquita (2017, no prelo), apresentar-se- á os seguintes resultados obtidos durante a fase inicial desta pesquisa.

Dessemelhante do que propõe Brandão (2014) com relação à classificação dos predicados intransitivos em intransitivos agentivos e não-agentivos, concluiu-se com base em Brandão (2016, no prelo) que o traço controle é mais relevante do que o traço agentividade. Uma evidência dessa proposta advém da subdivisão existente dentro da classe de construções estativas, semelhante à subdivisão encontrada em Português por Cunha (2004) e Basso et al. (2004).

Para análise preliminar dos dados em Paresi utilizou-se o aporte teórico de Basso (2004), tendo em vista que o autor apresenta o traço controle através de uma perspectiva semântico-sintática. Em Paresi, algumas construções estativas que descrevem propriedades físicas, tais como ‘ser careca’ e ‘ser feio’, recebem as marcas proclíticas da série B; já outras construções estativas, tais como: “ser bom” e “ser mentiroso”, apresentam marcas proclíticas da série A, conforme observado nos seguintes exemplos:

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(5) a. natyo no=firakayehe b. na= waiye-ze-hare 1SG 1SG= ser.careca 1SG= ser.bom- NMLZ-M

‘Eu sou careca’ “Eu sou bondoso”

A seguir, pode-se observar na tabela 2 um quadro com as construções estativas que recebem as marcas relacionadas à controle e não-controle, onde o grupo A corresponde a predicados estativos de controle e o grupo B a predicados estativos sem controle.

A fim de confirmar que o traço [controle] exerce influência nestas construções estativas , utilizará-se testes de estatividade em pesquisas futuras para observar o comportamento das mesmas em construções imperativas e em construções que apresentem a modalidade deôntica.

A hipótese a ser testada, advém da proposta de Basso para o Português, onde as construções estativas de controle poderão aparecer em construções que pedem um sujeito com o traço [controle], como imperativos ou construções com a marca de modalidade deôntica maika, como em (6); já as construções estativas de não-controle não serão compatíveis com essas formas, como em (7):

(6) maika Ø=waiye-ze-hekola DEO? 3sg=bom-NR-pensamento

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(7) *maika Paula Ø=kirahalo-ta

DEO? Paula 3SG=estar.cansada-IFV

‘Paula deve estar cansada’ (no sentido de obrigação)

PUBLICAÇÕES

A partir das atividades propostas pelo presente plano de trabalho, a bolsista apresentou os seguintes trabalhos:

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO

 MESQUITA, A. M. C. ANÁLISE INCIAL DAS CONSTRUÇÕES ESTATIVAS E TRAÇO DE CONTROLE EM PARESI. (COMUNICAÇÃO)

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 MESQUITA, A. M.C. RELAÇÃO ENTRE VERBOS INTRANSITIVOS E PROPRIEDADES SEMÂNTICAS EM PARESI. (COMUNICAÇÃO)

 MESQUITA, A. M. C. A CLASSE DE VERBOS EM UMA LÍNGUA INDÍGENA (COMUNICAÇÃO)

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 Resumo do trabalho apresentado no V Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários (CIELLA), realizado no período de 09 a 11 de Novembro de 2016.

Título: Análise inicial das construções estativas e traço de controle em Paresi.

Autor (es): Amanda Medeiros Costa de MESQUITA (Bolsita Pibic/Ufpa)- amandamedeiroscost17@gmail.com

Profa. Dra. Ana Paula Barros BRANDÃO (Orientadora) – apbrandao07@gmail.com O Paresi é uma língua indígena falada pelo povo de mesmo nome, pertencente à família Aruák e falada por aproximadamente 3.000 pessoas na região do Mato Grosso. O objetivo deste trabalho é descrever as construções estativas em Paresi e sua relação com propriedades semânticas a exemplo do traço de controle. Os dados para análise foram obtidos através do banco de dados da língua e dados coletados com um falante em Belém. Comumente a classificação de verbos em línguas Aruák é feita em três classes:

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transitivos, intransitivos ativos e intransitivos estativos. Em Paresi, de acordo com a valência verbal, os verbos são classificados em transitivos, bitransitivos e intransitivos. Semanticamente, os verbos intransitivos podem ser classificados em agentivos, que recebem as marcas pronominais da série A, e não- agentivos, que recebem marcas pronominais da série B (Brandão, 2014). Segundo Brandão (2016), além da agentividade, outras propriedades semânticas podem estar envolvidas na classificação destes verbos. Investigaremos as propriedades semânticas estativo e controle com base nos trabalhos de Cançado (2003) e Rech e Giachin (2014). A propriedade semântica estativo está relacionada a estados, “quando uma proposição acarreta a um de seus argumentos que suas propriedades não se alteram durante um intervalo t” (Cançado, 2003: 26). Um exemplo, em Paresi, são construções que descrevem propriedades físicas, tais como ‘ser careca’ e ‘ser feio’, que recebem as marcas proclíticas da série B. Já a propriedade controle está associada a animacidade e é compatível com outras propriedades. Em construções estativas de controle, se pode interromper o estado em que alguém se encontra. Exemplos dessas construções em Paresi são: “ser bom” e “ser mentiroso”, que apresentam marcas proclíticas da série A. Esta pesquisa contribuirá para uma revisão da classificação dos verbos intransitivos e assim aprofundar a descrição da língua Paresi.

PALAVRAS CHAVE: Paresi; Verbos Intransitivos; Propriedades Semânticas

 Publicação de Artigo nos anais do V Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários (Ciella).

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES

Durante a próxima etapa deste projeto buscar-se-á alcançar os demais objetivos que foram expostos durante este plano de trabalho. Além disso, serão trabalhados tópicos com relação aos inacusativos e adjetivos, tendo em vista que tais tópicos ainda não foram aprofundados de forma detalhada como no caso dos estativos.

No aspecto relacionado ao inacusativo, entende-se que tal classe pode ser definida como aquela que se manifesta a partir de verbos que selecionam um único

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argumento. Em Paresi, os verbos inacusativos a exemplo de chegar e acordar possuem os mesmos marcadores de verbos estativos, entende- se a partir deste ponto a necessidade de estudar-se tal classe.

No tangente aos adjetivos, de acordo com Brandão (2014), tal classe é constituída de apenas oito palavras a qual estão relacionadas a dimensões, propriedades físicas, idade e valores. Entende-se a necessidade do estudo de tal classe a partir de sua estrita relação com verbos estativos.

Diante disto, será necessário prosseguir os estudos com o auxílio do Programa Computacional Flex (Flex), para que desse modo conclua-se o que foi proposto inicialmente neste plano de trabalho, a fim de que sejam apresentados resultados concisos em relação ao estudo dos verbos intransitivos inacusativos e adjetivos, gerando assim publicações cientificas e participações em eventos.

CONCLUSÃO

De acordo com a análise semântica apresentada durante este relatório foi possível estabelecer que a nomenclatura utilizada na classificação semântica de predicados intransitivos em agentivos e não-agentivos não é coerente. Além da agentividade, outras propriedades semânticas podem estar relacionadas na classificação destes predicados, a exemplo do traço de controle. Pesquisas futuras serão realizadas para definir a necessidade de se estabelecer uma hierarquia de relevância de propriedades semânticas em Paresi e sua relação com a modalidade deôntica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASSO, Renato; ILARI, R. Estativos e suas características. Revista Brasileira de Linguística aplicada, v.4, n.1, 2004.

BRANDÃO, A.; MESQUITA, A. Análise inicial das construções estativas e traço de controle em Paresi. Anais do V Ciella, 2017. No prelo.

BRANDÃO, A. P. As classes verbais da língua Paresi. Revista Brasileira de Línguas Indígenas, 2016. No prelo.

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_______. A reference grammar of Paresi- Haliti (Arawak). 457f. Tese de doutorado. University of Texas at Austin, 2014.

CANÇADO, M. Manual de Semântica: noções básicas e exercícios. São Paulo. Editora Contexto. 2012.

CUNHA, L. F. Semântica das predicações estativas para uma caracterização aspectual dos estados. Tese de doutorado. Porto, 2004.

RECH, N. S. F; GIACHIN, A. As interpretações disponíveis para os modais pode e deve em construções com predicados adjetivais. ReVEL, edição especial n. 8, 2014.

DIFICULDADES

O trabalho inicial realizado com a língua Paresi ocorreu de forma fluente dentro de suas normalidades, apesar das dificuldades em trabalhar-se com uma língua indígena sem o devido suporte oferecido no curso de graduação, a exemplo da ausência de algumas disciplinas que constituem o tronco duro da linguística, tais como Fundamentos da linguística, Sintaxe, Sintaxe do Português, além da presença de uma disciplina obrigatória de Línguas Indígenas, a ausência de uma base sólida para o bom desenvolvimento e crescimento intelectual do discente, além da falta de didática adequada de alguns profissionais no trato do ensino.

Independentemente das dificuldades, o presente plano de trabalho foi realizado com destreza devido a base encontrada durante a pesquisa e o suporte teórico e metodológico oferecidos pela orientadora deste projeto durante os encontros individuais, encontros com o grupo de pesquisa da língua Paresi e encontros com o grupo de estudos de línguas indígenas.

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