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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO 20082009 TEXTO DE APOIO

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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO 2008/2009

TEXTO DE APOIO

O Problema de Investigação: a questão inicial

“Problema de investigação é sinónimo de propósito ou objecto de estudo.” Cardona Moltó, 2002, p. 68.

“Um problema de investigação tem de ser potencialmente verificável.” Black, 1999, p.30. “O primeiro passo numa investigação surge quando se procura a resposta a uma pergunta, dificuldade ou problema.” Almeida e Freire, 1997, p. 38.

“Um problema de investigação é uma situação que leva o investigador a ficar apreensivo, confuso ou intrigado. É a demarcação de uma área de pesquisa num contexto envolvendo o QUEM ou o QUE, o ONDE, o QUANDO e o PORQUE da situação a investigar.” Gerber, (http://www.petech.ac.za/robert/).

Uma investigação envolve sempre um problema, seja ele (ou não) formalmente explicitado pelo investigador. De uma maneira geral, na investigação que adopta uma metodologia de cariz quantitativo, a formulação do problema faz-se via de regra numa fase prévia, seja sob a forma de uma pergunta (interrogativa), seja sob a forma de um objectivo (afirmação).

Quando a investigação adopta uma metodologia qualitativa, menos estruturada e pré determinada, o problema pode ser formulado de uma forma muito geral, como que “emergindo” no decurso da investigação. Como, nestes planos, nem sempre “...há uma teoria de base que guie o estudo, porque as existentes são inadequadas, incompletas ou mesmo inexistentes” (Creswell, 1994:10), o problema tem a importante função de focalizar a atenção do investigador para o fenómeno em análise, desempenhando o papel de “guia” na investigação.

Assim sendo podemos concluir que, formulado ou emergente, o problema de investigação

é fundamental porque:

 Centra a investigação numa área ou domínio concreto

 Organiza o projecto, dando-lhe direcção e coerência

 Delimita o estudo, mostrando as suas fronteiras

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 Fornece um referencial para a redacção do projecto

 Aponta para os dados que será necessário obter.

2. Grau de especificidade do problema

Há uma enorme variedade de formas para se definir um problema de investigação. Assim sendo, numa breve análise à literatura de investigação podemos encontrar problemas definidos de forma muito vaga e geral, ou, ao contrário, problemas descritos com muita especificidade.

Problemas de investigação definidos de forma muito geral

 O propósito deste estudo é o de estudar o insucesso escolar  Esta investigação analisará a integração de alunos deficientes

 O objectivo deste estudo é investigar os processos cognitivos dos

estudantes

 Este estudo investiga as relações entre criatividade e inteligência

Como se pode verificar, embora o investigador defina uma área de investigação, falta-lhe poder de concretização e ambiguidade nos termos, não nos fornecendo a informação suficiente para compreendermos o que vai ser o estudo.

Problemas de investigação definidos de forma mais específica

 O propósito deste estudo é investigar se o aproveitamento em Matemática

de alunos do ensino secundário das escolas do concelho de …, difere em função da eficácia dos seus professores medida através da Escala de Eficácia Docente x.

 Há diferenças significativas entre alunos de 9º ano de Biologia que

aprendem a unidade didáctica “Vulcões” pelo método tradicional e com base num protótipo hipermedia?

 Este estudo pretende caracterizar os professores estagiários de Português

do 2º Ciclo do concelho de Braga.

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se estuda (objecto de investigação), com quem se vai levar a cabo a investigação (sujeitos) e como se estuda o problema (variáveis). Segundo a mesma autora os objectivos de investigação

podem ser exploratórios (descritivos) ou analíticos (explicativos ou preditivos). Os objectivos exploratórios ou descritivos aproximam-nos a problemáticas pouco conhecidas e implicam:

 Identificar e/ou descrever características ignoradas até ao momento.  Quantificar a frequência de algum fenómeno educativo.

 Seleccionar problemas ou áreas de interesse para a investigação.

Os objectivos analíticos estudam a relação entre variáveis (a variável independente ou

causa) e a dependente (ou efeito); a dimensão da relação antecipa-se através de hipóteses que são imprescindíveis neste tipo de estudos. Regra geral os objectivos analíticos permitem:

 Contrastar ou verificar hipóteses.  Confirmar relações entre variáveis

 Comparar a eficácia de, ao menos, duas intervenções/tratamentos  Compreender as causas ou factores subjacentes.

 Antecipar ou prever fenómenos.

3. Fontes para a definição de problemas

3.1 O interesse e a experiência do investigador

Os professores defrontam-se diariamente com questões e problemas que podem ser objecto de uma investigação: Que métodos são melhores para ensinar o conteúdo x? Porque estão mais atentos os alunos quando trabalham em grupo? Porque não funcionou esta estratégia com a turma A mas sim com a B?

Cada uma destas questões e muitas outras que surgem da experiência do professor são pois fontes inesgotáveis de problemas de investigação.

3.2 A vontade de testar a aplicação de uma teoria a um problema educativo

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formas de actuação dos sujeitos: será que isto se aplica também ao rendimento académico? Que estilos dão melhores resultados escolares?

3.3 A replicação de estudos prévios

Por vezes o problema pode partir de estudos prévios realizados sobre a mesma temática. O investigador pode ter dúvidas sobre os resultados ou conclusões de tais estudos, ou então pode considerar um estudo prévio tão interessante que considere valer a pena replicá-lo ou seja, levá-lo a cabo noutro contexto e/ou com outros sujeitos.

Embora à primeira vista possa parecer que a replicação não acrescenta novo conhecimento, isso não é verdade. O progresso na construção de um corpo de conhecimentos depende da capacidade das replicações que servem para verificar e ampliar os resultados obtidos anteriormente. Na opinião de Cardona Moltó (2002), um dos principais problemas da investigação educativa é a falta de replicação de estudos que faz com que se dêem por certos pressupostos/resultados que ainda estão pouco consolidados ou mal compreendidos.

3.4 A identificação de resultados e/ou conclusões contraditórias em estudos prévios

Da mesma forma podem surgir resultados contraditórios em estudos prévios, apontando uns num sentido e outros no sentido oposto. Estas aparentes contradições oferecem excelentes oportunidades para investigar. A escolha de metodologias inapropriadas para o estudo de um problema, a opção por desenhos pouco rigorosos, a adopção de procedimentos levianos na constituição das amostras podem muitas ser a explicação de tais contradições.

4. Critérios para avaliação de problemas de investigação

Segundo MacMillan e Schumaker (1997) os critérios a considerar na avaliação dos problemas de investigação são:

1. Exequibilidade (feasibility): o problema tem de ser concretizável, ou seja, tem de poder ser respondido mediante a recolha e análise de dados.

2. Relevância: o problema tem de ser importante para o estado actual do

conhecimento. Isso é o mesmo que dizer que o problema e os resultados têm de ter importância teórica e prática.

3. Clareza: oproblema tem de ser formulado sem termos vagos ou confusos; deve

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4. O problema deve dar pistas para o tipo de investigação, ou seja, a linguagem

que o explicita deve indicar qual a orientação metodológica do estudo a realizar (se o estudo é experimental ou descritivo, etc).

5. O problema deve fazer referência à população ou à amostra, ou seja, precisar

com quem se vai fazer a investigação.

6. O problema deve fazer referência explícita às variáveis a investigar num nível

moderado de especificidade. Referências

ALMEIDA, Leandro; FREIRE, Teresa (1997) Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Coimbra: APPORT.

ANDERSON, Gary; ARSENAULT, Nancy (1999) Fundamentals of Educational Research. London: Falmer Press Teachers Library.

BLACK, Thomas R. (1999) Doing quantitative research in the social sciences: an integrated approach to research design, measurement and statistics. London: Sage Publications

BORG, Walter; GALL, Meredith (1989) Educational research: an Introduction. New York: Longman, 5ª Ed

CARDONA MOLTÓ, Maria Cristina (2002). Introducción a los Métodos de Investigación en Educación. Madrid: Editorial EOS.

GERBER, Robert (s/d). The Homepage of Robert Gerber. http://www.petech.ac.za/robert/). Acedido a 15/11/2006.

Referências

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