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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

NATAL, RN 2021

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE

Santos, Maria do Socorro dos.

Alfabetização e letramento na EJA: estudo de caso do Programa Brasil Alfabetizado / Maria do Socorro dos Santos. - 2021.

25 f.

Artigo (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Graduação em Pedagogia a Distância.

Natal, RN, 2021.

Orientadora: Profa. Dra. Amone Inácia Alves.

1. Alfabetização - Artigo. 2. Letramento - Artigo. 3. EJA - Artigo. 4. Programa Brasil Alfabetizado - Artigo. I. Alves, Amone Inácia. II. Título.

RN/UF/CE/ Biblioteca Setorial Moacyr de Góes CDU 37.014.22 Elaborado por Jailma Santos - CRB-15/745

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MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso superior de licenciatura em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Amone Inácia Alves

NATAL, RN 2021

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MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ___/___/_____, pela seguinte Banca Examinadora.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Amone Inácia Alves, (Dra.) Presidente Universidade Federal do Rio Grande do Norte

____________________________________

Alan Ricardo Costa, (Dr.) Examinador Universidade Federal Rio Grande do Norte

______________________________________

Ana Karine Martins Garcia, (Dra.) Examinador(a) Universidade Federal Ceará

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Dedico este trabalho a Deus que me deu saúde para chegar até aqui na conclusão desta pesquisa. Ao meu esposo Aldo, meus pais, Instituição UFRN & minha orientadora Amone Inácia.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 05

2. O QUE É ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ... 07

3. PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO ... 10

4. O QUE É EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ... 13

5. O PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO E A EJA: DADOS E LIMITES ... 16

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 18

REFERÊNCIAS ... .20

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA: ESTUDO DE CASO DO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

Maria do Socorro dos Santos1 Profa. Dra. Amone Inácia Alves2

RESUMO

O presente trabalho teve como tema Alfabetização e Letramento na EJA: um Estudo de Caso do Programa Brasil Alfabetizado. Pretende-se neste intento compreender as contribuições do Programa Brasil Alfabetizado no processo de alfabetização na Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A pesquisa é de caráter bibliográfico e documental. Para tanto, estabelecemos diálogo a partir dos postulados dos seguintes autores: Magda Soares (2003; 2004); Haddad e Di Pierro (2003);

Machado e Rodrigues (2013; 2014); Miranda, Souza e Pereira (2016); Moreira (2010); Santos (2012) e Silveira (2013). Além disso, faremos consulta ao arcabouço legal disponível acerca da temática escolhida. Ademais, outros autores citados no decorrer trabalho contribuem significativamente para a discussão. Dessa forma, busca-se compreender a relação entre as políticas públicas de acesso à educação e o PBA (Programa Brasil Alfabetizado), na construção de ações afirmativas na consecução do direito a educação àqueles que não tiveram acesso na idade própria.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. EJA. Programa Brasil Alfabetizado.

1. INTRODUÇÃO

A Educação de Jovens e Adultos, objeto de investigação de estudo da pedagogia constitui a centralidade desse trabalho. É preciso pensar na modalidade para além dos limites dos estudos metodológicos e compreender que o êxito desta dependerá da proposição de políticas públicas voltadas para a EJA. Nesse sentido, diante da temática escolhida e a partir das experiências vivenciadas nas linhas que se seguem, discorro sobre minha primeira experiência docente no ano de 2011, ano em que ingressei no Programa Brasil Alfabetizado como professora.

Inicialmente tivemos muitas dificuldades, pois, para operacionalizar o programa era necessário que fôssemos não só em busca dos alunos, mas também

1 Graduanda em Pedagogia pela UFRN e-mail: profsocorrosant@gmail.com.

2 Licenciatura em História (UESB), Mestrado em Sociologia pela UFPR e Doutorado em Educação pela UFG e-mail:amoneinacia@gmail.com

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procedêssemos com todos os trâmites de escrituração escolar junto à Secretária Municipal de Educação em Lajes, interior do Estado RN.

As aulas sempre ocorriam à noite em escola do próprio município de Lajes, no horário de 18h30 às 20h00. Quanto à frequência as aulas não tinham mais que uma dezena de alunos, com essa estrutura o programa durou cerca de oito meses, tempo suficiente para fazer alguma reserva financeira para custear as apostilas e materiais impressos da graduação em História. Na busca de novos horizontes profissionais prestei vestibular para curso de pedagogia na UFRN ingressando na instituição no ano de 2017, com o passar dos semestres fui não só resgatando algumas memórias relativas à ação de alfabetizadora de jovens e adultos, mas também refletindo como a minha prática poderia ter sido mais produtiva se tivesse tido contato com o referencial teórico relativo às práticas de alfabetização e letramento.

No ano de 2018 recebi o convite para atuar como professora letramento, disciplina criada no âmbito municipal. O público-alvo era composto de alunos/as repetentes, seja, por problemas familiares ou sociais. Nesse sentido, desenvolvi minha intervenção pedagógica por meio de oficinas de Alfabetização e Letramento atuando em conjunto com o professor de língua portuguesa desta instituição. Os níveis de ensino, objeto da intervenção eram 2° nível (alunos do 4º e 5° anos). 3°

nível (6º e 7º anos) 4° nível (8° e 9º anos).

Além disso, atuei na EJA (Educação de Jovens e Adultos) no turno noturno para complementar a carga horária. A instituição de ensino estadual desenvolvi minha ação docente em turmas do 4°nível(6º e 7º) e 5° nível(8º e 9º), correspondente aos anos finais do ensino fundamental. A faixa etária dos alunos desta era bem diversificada sendo composta até por pessoas idosas.

A partir das experiências ora relatadas e consulta bibliográfica sobre a temática nos propomos a compreender as contribuições do PBA (Programa Brasil Alfabetizado) no contexto da EJA. Nesse sentido, iniciaremos nosso estudo primeiramente conceituando os termos alfabetização e letramento. A seguir descrevemos um breve excurso sobre os programas voltados para a educação de jovens e adultos no Brasil. Assim sendo, em virtude de se tratar de um trabalho de Tcc elegemos para análise e discussão o Programa Brasil Alfabetizado buscando entender aspectos de sua origem e implantação. Por fim, visamos compreender a necessidade de políticas educacionais voltadas para a EJA dados e limites.

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A relevância acadêmica deste objeto de estudo reside no fato de que pesquisar sobre esta temática poderá contribuir para melhoria na oferta e manutenção da Educação de Jovens e Adultos já que historicamente sempre foi marcada por lutas das minorias e falta de políticas públicas consolidadas como se tem nas demais modalidades.

Além disso, propõe-se a estudar uma temática relevante para a academia:

Compreender como essa modalidade de ensino se estrutura, por meio de seus programas, no país. Na primeira parte, trataremos sobre alfabetização e letramento.

Em seguida na segunda seção versamos sobre os Programas voltadas para Educação de Jovens e Adultos chegando ao PBA (Programa Brasil Alfabetizado), Na terceira parte sobre o que é Educação de Jovens e Adultos e na quarta seção, tratamos sobre o Programa Brasil Alfabetizado e a EJA dados e limites.

2. O QUE É ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

A fim de conceituar Alfabetização e Letramento, utilizaremos das concepções aferidas por Magda Soares em artigos de sua autoria Alfabetização e letramento: Caminhos e Descaminhos e Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Faremos isso em razão da aproximação com a visão que defendemos e que se afina à perspectiva dos professores/alfabetizadores e estudantes, objeto dessa pesquisa.

Segundo Soares (2004, p.96) o termo Letramento “é palavra e conceito recentes não só na linguagem da educação como também nas ciências linguísticas”.

Assim sendo, este conceito surgiu como resposta de pesquisas de vários teóricos, especificamente, Emília Ferreiro, sobre a qual teceremos algumas considerações e influência que Soares se aproxima da autora quando se fala nestes conceitos.

A psicóloga argentina Emília Ferreiro segundo Soares (2004) investiga os processos de elaboração e de aquisição de conhecimentos, com foco nos mecanismos cognitivos relativos à leitura e a escrita. Ferreiro crítica o método tradicional de alfabetização voltada apenas para o domínio do código escrito. Não fazendo distinção entre os termos alfabetização e letramento.

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No entanto, Magda Becker Soares não só crítica o “método tradicional”3, mas também busca apresentar especificidades dos processos de letramento e alfabetização como complementares. Para tanto a autora “[...] Alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita isto é através, de atividades de letramento.” (SOARES, 2003, p.14). A partir de uma necessidade em relação às práticas de alfabetização que existia, ou seja, o “domínio do sistema alfabético e ortográfico” que foram constituídos por este processo de alfabetizar:

Esses comportamentos e práticas sociais de leitura e de escrita foram adquirindo visibilidade e importância à medida que a vida social e as atividades profissionais tornaram- se cada vez mais centradas na e dependentes da língua escrita, revelando a insuficiência de apenas alfabetizar – no sentido tradicional – a criança ou o adulto. (SOARES, 2004, p.96)

As mudanças ocorridas nas práticas sociais históricas a necessidade de se ampliar os métodos que já havia ocorrendo principalmente na alfabetização no qual a crianças adquirem a habilidade de escrever e ler. Evidencia-se isto que vai muito além este processo de ler e escrever, ou seja, o letramento contribui para que estes sujeitos sejam capazes de fazer uso da leitura e escrita do seu cotidiano. A autora faz um esclarecimento que “[...] devido o fato de o conceito de letramento ter sua origem em uma ampliação do conceito de alfabetização, esses dois processos têm sido frequentemente confundidos e até mesmo fundidos”. (SOARES, 2004, p. 97).

Diante desta perspectiva de estudos destes conceitos vale destacar que percebemos que para Soares uma não pode acontecer sem a outra. Tanto a alfabetização que é o domínio do código alfabético escrito / ortográfico quanto o letramento que é adquirido por um contexto de usar estas habilidades de escrever, ler em práticas sociais em vários contextos que este sujeito estiver inserido. Como a autora cita que os [...]“dois processos sejam reconhecidos como indissociáveis e interdependentes”. (SOARES, 2004 p.97).

3 A Palavra “tradicional não está se falando no termo de modo pejorativo afirma SOARES, o termo é usado para fazer uma caracterização a forma descritiva e não avaliativa os métodos vigentes.

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Aponta Soares (p.97) que nos anos 1980 houve uma mudança na perspectiva de aprendizagem da língua escrita com a presença dos estudos na autora Emília Ferreiro, sobre a influência do construtivismo4 do teórico Jean Piaget.

Soares faz uma crítica em relação a isto, o que reforça sua posição em relação aos conceitos que estamos discutindo que:

Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. (SOARES, 2003. p. 14).

Analisando a citação de Soares aos conceitos supracitados podemos entender que tanto alfabetização quanto letramento estão presentes no processo de alfabetização que a aquisição da escrita da leitura pela autora acontece nas práticas sociais, ou seja, no cotidiano quando esta criança ou adulto é inserido pelas diversidade variados de “tipos gêneros textuais de leitura e escrita e passar a compreendê-lo. Ou seja, parte de como vamos fazer uso deste em qual meio onde os sujeitos estejam inseridos.

Considerando-se estes conceitos para o objeto de análise do estudo fizemos uma breve introdução do que as pesquisadoras defendem em suas teorias, expondo algumas considerações acerca dos conceitos que norteiam o nosso trabalho.

“Alfabetização e letramento na EJA: um estudo de caso do Programa Brasil Alfabetizado”.

Elegemos para a análise o Programa Brasil Alfabetizado, uma das políticas públicas que foram implementadas no país para atender a população de alguns municípios, jovens, adultos e idosos que foram excluídos deste processo de alfabetização na idade certa. Na próxima seção a problemática a ser discutida será entorno, quais as contribuições do PBA no contexto da EJA? E entender um pouco o contexto histórico como foi implantado este programa.

4 De acordo com Almeida (2008) no construtivismo o aluno é o foco central e o sujeito ativo do processo de aprendizagem. Professor atua como mediador do desse processo de construção do conhecimento. Artigo; SILVA, Verônica Erculano da; SILVA, Fábio Bernado da: Alfabetização e Letramento nas séries Iniciais: REVISTA SABERES; v. 3.n.5, jan./jul.2018

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3. PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

Nesta etapa do trabalho julgamos necessário, antes adentramos ao cerne do PBA (Programa Brasil Alfabetizado), tecer algumas considerações sobre a história da educação e de como alguns sujeitos foram alijados no processo de escolarização no país. Remontamos ao período Colonial com a chegada dos Jesuítas com “ação educativa missionária em grande parte com adultos” a partir dos autores como Haddad e Di Pierro (2003).

A ação jesuítica estendeu-se com o passar dos anos, sofrendo uma pequena mudança de rumo com a expulsão dos mesmos no ano de 1759. No entanto, na primeira constituição de 1824 é esboçada uma espécie de “carta de intenções” no sentido de ofertar educação para todos os cidadãos, porém nada de substancial foi executado neste sentido.

Segundo os autores supracitados, somente em 1891 com a primeira constituição da república é que o esboço da “carta de intenções” começa a sair, mesmo que timidamente, para uma ação prática com a descentralização do ensino básico. Entretanto, o Estado reservou-se o papel incrementar o ensino secundário e superior, deixando o ensino básico a mercê da fragilidade financeira das províncias.

Assim sendo, garantiu-se não só a formação das elites, mas também a exclusão das camadas sociais marginalizadas, que, por conseguinte estavam excluídos do direito ao voto.

A República Nova envelhece em apenas poucas décadas dando margem para a revolução de 1930 com seus desdobramentos, dentre os quais podemos elencar a criação de um plano nacional de educação, reconhecimento da educação de jovens e adultos como um problema de política nacional. Além disso, a criação do INEP – Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos em 1938 propiciou a gestação de programas que incluíssem ações voltadas para a educação de jovens e adultos.

Ademais, a EJA teve seu momento de auge entre os 1959 e 1964 antes do período militar. Neste contexto surge o renomado Paulo Freire5 que desenvolveu

5 Paulo Freire (1921-1997). Conhecido no Brasil em muitos países pela teoria freiriana ou como Método Paulo Freire - que envolve não apenas a leitura da palavra, mas também a leitura do mundo, o que significa o desenvolvimento da consciência crítica. A formação dessa consciência leva as pessoas a questionarem a natureza da sua situação social, e elas passam a se ver como sujeitos na construção de uma sociedade realmente democrática. Paulo freire escreveu diversas obras de sua autoria, Patrono da Educação no Brasil e ganhador de vários títulos, prêmios, assumiu diversos

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uma teoria de alfabetização com a visão diferente no qual marca a renovação da EJA. Além disso, ficou conhecido pelas campanhas de alfabetização de jovens adultos, no município de Angicos/RN. Nesse sentido, surgem diversos grupos populares, movimentos culturais de base Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Campanha de pé no chão também se aprende ler, Em Natal RN. Neste contexto a Educação de Jovens e Adultos estavam ligadas as lutas políticas da época e movimentos populares. Em seguida houve a ruptura nos programas que estavam sendo voltados para a EJA ocasionados pelo golpe militar de 1964.

A repressão às conquistas e aos programas de educação dos jovens e adultos durante a ditadura foram interrompidos. Assim podemos perceber que depois deste contexto a educação de jovens e adultos surge O MOBRAL, depois o supletivo em 1971. Em seguida “Nos anos 1980 foi possível implantar a Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos (Fundação Educar)”.(MIRANDA;

SOUZA, 2016, p.2).

Diante desta breve contextualização histórica no Brasil analisaremos como o Programa Brasil 6 Alfabetizado revelou-se uma política pública para a alfabetização de jovens e adultos no Brasil. A lei que oficializa é o Programa Nacional ao transporte escolar(PNATE), como também está lei de Nº 9.424. de 24 de Dezembro, teve apoio financeiro para o atendimento aos programas voltados para a Educação de Jovens e Adultos no caso o PBA.

Assim fazendo nossa discussão tomando por base em Moreira(2010) faz menção dos primeiros dias do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva no ano de 2003, que tinha acabado de assumir a presidência da república em janeiro do ano citado quando foi implantando o anseio do programa com objetivo de retornar com políticas públicas voltadas para a Educação de Jovens e Adultos idosos para tentar reverter o cenário do Brasil. Segundo Moreira “O Programa Brasil Alfabetizado foi ofertado pelo presidente citado em 08 de Setembro, no mandato do Presidente Lula, com o objetivo de abolir o analfabetismo no país até o final de 2010”

(MOREIRA, 2010, p. 49).

Verifica-se que o objetivo era sobre a implantação de uma política pública lançado pelo Ministério da Educação de seu governo com ações de alfabetizar,

cargos públicos, atualmente muitos pesquisadores estudam a sua teoria. Disponível em https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/paulo_freire acesso em: 15 de Ago. 2021.

6 Disponível em acesso em 27 Jul. 2021http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/lei/l10.880.htm

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como também segundo Moreira o programa tinha características de uma política de cunho também social, formação para o trabalho e geração de renda. O PBA apresentou modelos adotados na metade do século XX, ou seja, de campanhas e programas que foram realizadas no Brasil (MOREIRA, 2010, p.49).

Então percebemos que o programa teve como alvo central contribuir para a universalização do ensino fundamental no país juntamente com a colaboração e parceria com o governo federal, estados e municípios que apresentavam índices altos de analfabetismo.

Outro aspecto apresentado por Moreira foi a implantação de uma Secretária extraordinária de erradicação do Analfabetismo (SEES/MEC).Esta ficou encarregada para formar, e exercer as políticas públicas que foram empregadas a extinguir o analfabetismo.

As mudanças do Programa Brasil Alfabetizado implantado em 2003 passaram por algumas modificações em relação ao “desenho pedagógico, gerencial, administrativo, financeiro, como também quanto ás possibilidades de parceria apresentadas e a finalidade das ações”. (SANTOS, 2012, p.29-30) A partir de uma resolução CD- N° 06 de 16 de Abril de 2010 verifica- se:

As mudanças mais perceptíveis quanto aos aspectos citados foram evidenciados com o lançamento do PDE, que consta de um conjunto de metas governamentais, apresentado em 2007, como diretriz para o segundo mandando do presidente Luís Inácio Lula da Silva. A partir de então, as resoluções que regem o Programa passaram a enfatizar a necessidade da oferta de ensino estadual e municipal. O objetivo é ampliar a responsabilização dos entes federados, a qualidade dos processos de alfabetização e as condições de transparência e de controle social do Programa. (p. 30).

Diante disso, podemos perceber que no decorrer do Programa houve alteração em seu formato inicial buscando melhorias para a execução dele. Este Programa é compreendido como um ingresso para erguer “a instrução formal da população adulta”. (SANTOS, 2012, p.30).

Ademais, o contexto político do Brasil no início dos anos 2000 contribui favoravelmente para o desenho do programa, tendo em vista que o país tinha elegido um presidente de [...] “origem operária no Brasil. Movimentos sociais populares também compartilham desse mesmo entusiasmo [...]” (SILVEIRA, 2013 p.62). Assim todos estavam convictos que as reivindicações, que historicamente no

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campo social seriam acatadas, principalmente para a Educação de Jovens e Adultos.

O Programa Brasil Alfabetizado foi criado, na intenção destes dois aspectos:

1-A política nacional expressa pelo Plano Nacional de Educação, Lei n° 10.172 de 2001, e os compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro; 2- O atendimento da demanda histórica dos movimentos sociais populares e de intelectuais orgânicos do campo da EJA.( SILVEIRA, 2013. p.63).

Percebemos que o PBA diante desta contextualização e cenário favorável foi e podemos compreender em linhas gerais as políticas públicas que foram implantadas no Brasil, e tecer o objetivo central do Programa Brasil Alfabetizado.

4. O QUE É EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos a (EJA) é uma modalidade que passou a existir a partir histórias marcadas por idas e vindas descontinuidades de políticas públicas em relação principalmente ao reconhecimento da mesma como uma modalidade de ensino da educação básica. Assim sendo, sobre está afirmação a Constituição Federal de 1988 garantiu que :

Art. 208. O Dever do Estado com a educação será efetivada mediante tomando por garantia de:

I– educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;(CONSTITUIÇÃO, 1988, p. 123)

Uma informação contida na Constituição observa que a Educação de Jovens e Adultos tem como principal característica atender os sujeitos que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos na idade certa / própria entre os quatro e dezessete anos. Além disso, segundo Machado e Rodrigues (2014. p.383; 384) deve se entender a EJA como um direito de todo cidadão, mesmo que estes sujeitos estejam “desacreditados do poder e valor desse direito”. Nesse sentido, ainda com base na citação anterior, afirma-se que mesmo sendo um direito, compete ao Estado não só garantir a consecução deste para aqueles sujeitos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade própria, mas também ser indutor de mecanismos

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legais para “resgatar o lugar e o valor desse direito na vida e na constituição da Nação” (p. 384).

Em seguida o dispositivo legal que se reafirma a EJA, é a Lei de diretrizes e Bases (LDB/1996) no que segundo Miranda:

[..] Somente em 1996, surge a nova Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Nº.9.394/96) que reafirma o direito dos jovens e adultos trabalhadores ao ensino básico e ao dever público sua oferta gratuita, estabelecendo responsabilidade aos entes federados através da identificação e mobilização da demanda, como garantia ao acesso e permanência (BRASIL,1996).(MIRANDA et,.

at,. 2016, p.2).

Assim a LBD/1996 foi um documento norteador para que políticas educacionais passando a reconhecer a EJA como modalidade de ensino e de direito a aprendizagem dos jovens e adultos. No cenário educacional a partir da implantação estes avanços, também surgem outros documentos para organizar a modalidade Parecer 11/2000 CNE/CEB.

[...] A EJA, de acordo com a lei 9.394/96, passando a ser uma modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufrui de uma modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio, usufrui de uma especificidade própria que, como tal deveria receber um tratamento consequente.

(BRASIL. PARECER 11/2000 p. 2)

Falar das especificidades da EJA que não pode ter o modelo de ensino do regular, pois não podemos adotar práticas pedagógicas do mesmo jeito para uma criança ou um adolescente do ensino regular. Os sujeitos da EJA possuem identidade, características, próprias muitos destes alunos/as foram colocados a margem no processo educacional por motivos diversos. Seja porque tiveram que fazer escolhas entre o trabalho desde cedo para garantir sua sobrevivência, problemas sociais em diversos aspectos enfim é uma série de fatores. Segundo a autora Machado (2014, p. 386) “Não é suficiente apenas possibilitar o aceso do público jovem, adulto e idoso à modalidade”, é fundamental que tenham um aprendizado, que tenham uma formação e que tenham êxito.

Além disto, percebe- se que tanto na LBD /1996 Parecer 11/2000 parecem notar de um reconhecimento da mesma se tornar uma modalidade, nestes

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documentos também estão presentes as diretrizes da EJA dentro do contexto da criação da modalidade que foi aprovado pela Câmara de Educação básica, Conselho de Educação “o Parecer CEB n° 4 em 29 de Janeiro de 1998 e o Parecer CEB n° 1° de Junho de 1998” (PARECER, 11/2000 p.1). Além destes dispositivos legais também consta sobre EJA: As Resoluções: nº 1, de Julho de 2000; a Resolução, Nº 3 de 15 de junho de 2010; a Resolução Nº 1, de 28 maio de 2021 mais atual.

Cada resolução com especificidades quanto à organização da modalidade de acordo com alterações e mudanças que ocorrem no decorrer dos anos. Para exemplo citamos a Resolução /2010 constam aspectos relevantes sobre a instituição das Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos:

Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. (RESOLUÇÃO N º03, 2010, p.1)

Percebemos que nesta Resolução trata-se não só da duração dos cursos, mas também da idade mínima para ingresso, especificamente em seu art. 5º que estabelece os 15 (quinze) anos completos para a “conclusão do Ensino fundamental” (p.1). A Resolução apresenta a oferta também na modalidade em formato EAD (Educação á Distância), assim consta no Art. 9º como ser ofertados e as suas características. No Art.10 consta da formação dos docentes através do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), como também nos Art. 11 já consta como um avanço o aproveitamento de estudos, ou seja, levando em consideração e reconhecimento o que o aluno estudou antes de ingressar na EJA. No Art.12 também podem verifica-se aspectos relevantes:

Art. 12. A Educação de Jovens e Adultos e o ensino regular sequencial para os adolescentes com defasagem idade-série devem estar inseridos na concepção de escola unitária e politécnica, garantindo a integração dessas facetas educacionais em todo seu percurso escolar, como consignado nos artigos 39 e 40 da Lei nº 9.394/96 e na Lei nº 11.741/2008, com a ampliação de experiências tais como os programas PROEJA e Projovem e com o incentivo institucional para a adoção de novas experiências pedagógicas, promovendo tanto a Educação Profissional quanto a elevação dos níveis de escolaridade dos trabalhadores. (RESOLUÇÃO 2010, p.2).

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Neste art. 12 percebemos que a Resolução 2010, apresenta que estes sujeitos estejam inseridos em programas voltados para o mundo do trabalho e segundo Miranda (2003. p. 2), existem programas criados também em 2003 pelo governo federal na época para erradicar o analfabetismo como foi o Programa Brasil Alfabetizado, O PROJOVEM E PROEJA criados com o intuito de inserir “na qualificação para o mundo trabalho e formação profissional”.

Por fim citamos a Resolução 20217 de 28 maio de 2021 que é uma diretriz mais recente na atualidade que estabelece as Diretrizes Operacionais para a EJA que são: “[...] o alinhamento á Política Nacional de Alfabetização(PNA) e a base Nacional Comum Curricular (BNCC), e Educação de Jovens e Adultos a Distância.”

(p.1). Esta resolução segundo nossas pesquisas e leituras sobre esta última resolução já vem sendo alvo de críticas por não concordar que a EJA seja alinhada aos moldes da BNCC, já que a modalidade apresenta características e especificidades próprias levando em consideração seus sujeitos e realidades distintas dos demais níveis do ensino regular.

5. O PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO E A EJA: DADOS E LIMITES

Assim sendo, retomamos as discursões de Silveira (2013) sobre alguns dados relevantes do PBA (Programa Brasil Alfabetizado) que ocorreram no decorrer dos anos desde a sua criação em 2003. Segundo o autor este programa passou por algumas mudanças, sendo umas superficiais e outras mais profundas, das quais não entraremos nas minudências. Percebemos que o PBA foi um programa voltado para Alfabetização de Jovens e Adultos dentro do contexto da EJA. Sabemos que a educação é um direto de todos, direito subjetivo escrito nos documentos oficiais.

Entretanto, o que destacamos é que nem sempre esse direito é efetivado na prática.

Apesar do grande entusiasmo gerado pela criação do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), o programa não tem conseguido alcançar seu objetivo mais direto, qual seja: acabar, ou ao menos diminuir drasticamente, com o analfabetismo no Brasil. Em 2003, o PBA tinha a tarefa de alfabetizar quase 13% da população com 15 anos ou mais. Passados dez anos do seu lançamento, os números não são nada positivos. Ainda, hoje, persistem mais de 8,5% de pessoas não alfabetizadas. (SILVEIRA, 2013, p.91).

7 Para saber mais sobre a Resolução/2021 acesse o site: https://www.in.gov.br/en/web/dou/- /resolucao-n-1-de-28-de-maio-de-2021-323283442 acesso no dia: 6 Ago. 2021.

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Percebe-se que os dados apresentados mostram que o PBA, teve dificuldades em alcançar seu objetivo central que era erradicar as altas taxas de analfabetismos que historicamente marcou o Brasil. Ademais, a citação ora descrita evidência aponta diretamente para as dificuldades e desafios que a Educação de Jovens e Adultos enfrenta no Brasil, especificamente, no processo de implantação de programas voltados para tentar reverter a situação historicamente marcada por idas e vindas de programas e projetos revertido para a modalidade.

Para melhor compreender o status quo do grau de escolarização do

brasileiro, ajustando nosso foco de análise especificamente para a EJA, trazemos os dados que são apresentados na reportagem “Os desafios da EJA para incluir quem a escola abandonou”. Nesta nos deparamos com os dados da (PNAD) Pesquisa Nacional por amostra domiciliar que nos apresenta informações sobre novos dados e limites na EJA na sua abrangência:

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2017 deixam claro quem a escola abandonou: sete em cada dez brasileiros sem Ensino Fundamental completo têm renda familiar de até um salário mínimo. No Nordeste, 52,6% dos brasileiros sequer concluíram o Fundamental, enquanto no Sudeste, 51,1% têm pelo menos o Ensino Médio. As pessoas brancas têm 2 anos a mais de escolarização em relação às pretas e pardas e mais chances de chegar ao nível superior: 22,2% contra 8,8%. As desigualdades também envolvem as questões de gênero e identidade. A proporção de mulheres jovens que não estudaram por conta da responsabilidade exclusiva de desempenhar os afazeres domésticos ou cuidar de pessoas é 32,6 vezes superior à dos homens envolvidos nessas atividades. (MATUOKA, 2018)

Este dado nos aponta a realidade de muitos brasileiros que não concluíram se quer o ensino fundamental por questões econômicas, desigualdades, ético-raciais e outra como aponta os números. Predominando estas desigualdades principalmente na região Nordeste aponta a pesquisa com 52,6%. Analisando estes dados para melhor análise segundo isto, ocorre segundo Machado:

Na EJA, a condição de reconhecimento e valorização da diversidade é constituinte e constitutiva da própria modalidade, no que ela se revela de positividade, mas, sobretudo, no que denuncia de negatividade em relação ao processo civilizatório no país. Não é possível considerar que, no Brasil, a tarefa do direito à educação básica está cumprida, da mesma forma que não é possível

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desconsiderar que o modelo econômico e político brasileiro, desde sua origem aos dias atuais, contribuiu para que o país chegasse ao século XXI com milhões de brasileiros sem escolarização básica, que vão desde adolescentes a idosos: diversidade geracional; que são homens e mulheres: diversidade de gênero; são brancos e negros, todavia estes últimos são em maior número: diversidade étnico- racial; que estão no campo e nas periferias das cidades: diversidade de território; que são em sua maioria pobres, mas também se encontram entre a nova classe média: portanto, diversidade de classe social. (MACHADO, 2013, p. 373-374).

Nesse sentido, o entendimento das condições de reconhecimento e valorização da diversidade é constituinte e constitutiva da própria modalidade.

Ademais, segundo Sônia Couto “A EJA não é só um problema educacional, mas político social” (fala da coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire que consta na reportagem). Segundo ela para resolver “um lado, tem que resolver os outros”, ou seja, o educacional e o político social que fazendo a relação com Machado é a origem do problema a exclusão destes sujeitos. Além de definir metodologias, e políticas públicas para tentar incluir estes alunos que não conseguem concluir o ensino fundamental, em virtude de erros no próprio sistema educacional.

Assim sendo, verificamos através das leituras, pesquisas realizadas que o Programa Brasil Alfabetizado teve suas contribuições para os fins que foi criado naquele dado momento de sua criação em 2003, mas que com o passar dos anos verificou-se que não cumpriu totalmente com seu objetivo. Segundo Silveira

“Infelizmente os reiterados governos insistem em repetir a história; novas políticas e programas, mas, com os mesmos velhos problemas.” (p.96). Segundo o autor foi o que ocorreu com PBA repetiu-se as práticas do passado por este não atingiu os resultados que esperavam.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das reflexões apresentadas neste Tcc buscamos compreender a relação entre as políticas públicas de acesso à educação e o PBA (Programa Brasil Alfabetizado). Ademais, o diálogo com a legislação vigente sobre a modalidade da EJA e a operacionalização do PBA (Programa Brasil Alfabetizado), contribuíram significativamente para o entendimento da indissociabilidade da construção de

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ações afirmativas na consecução do direito a educação àqueles que não tiveram acesso na idade própria.

Assim sendo, os conceitos que norteiam a problemática que discutimos sobre alfabetização e letramento no contexto da EJA. E a partir dos postulados de Magda Soares, os conceitos alfabetização e letramento, que estes conceitos ocorrem a partir das práticas sociais destes sujeitos, ou seja, no cotidiano quando o adulto/criança que está sendo alfabetizado é inserido neste universo da leitura e escrita, já que o Programa Brasil Alfabetizado está fundamentado nestes conceitos.

Além disso, evidenciou-se que o programa voltado para Educação de Jovens e adultos no Brasil, possui um elo histórico desde período colonial com a chegada dos padres jesuítas no Brasil, passando por diversas transformações nos períodos da história conforme descrição feita em seus pormenores no corpo deste trabalho. A implantação do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão institucional que foi responsável por implantar importantes programas na educação brasileira, especificamente, com a inclusão de ações voltadas para a Educação de Jovens e Adultos.

Mediante referencial consultado pontuamos o recorte histórico de 1959 até 1964, ressaltamos este período, pois, segundo os autores Haddad e Di Piero (2003) este espaço de tempo foi permeado de diversos movimentos culturais. Dentre eles destacamos a ação de Paulo Freire na promoção ao direito à educação para jovens e adultos. Dentro deste contexto histórico, as ideias frerianas foram podadas com golpe militar de 1964, evento que contribuiu para a ruptura e retrocesso no objetivo de educar as classes trabalhadoras.

Após tecer algumas considerações sobre a história da educação de jovens e adultos e de como estes sujeitos foram alijados no processo de escolarização no país, procuramos descrever no estudo este percurso até chegar ao Programa Brasil Alfabetizado, já que o mesmo quando foi criado tinha como objetivo de resgatar ideias e práticas de ações exitosas no processo de alfabetização destes indivíduos nos períodos históricos citados anteriormente.

Verificamos também como se deu a implantação da modalidade da Educação e Jovens e Adultos a partir dos documentos legais. Como também analisamos que o PBA (Programa Brasil Alfabetizado) e a EJA programa este que teve suas contribuições no contexto da EJA. No entanto, apesar das expectativas que criou-se o programa voltado para a alfabetização configurou-se em mais uma tentativa de

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erradicar as altas taxas de analfabetismo no Brasil. Não obtendo assim o resultado esperado.

Segundos os autores analisados, as dificuldades, desafios, as desigualdades econômicas, étnicos sociais, e a falta de continuidade de políticas públicas efetivas que, ainda muitos destes sujeitos, abandonam a escola, tendo como vetor responsável por este abandono a necessidade emergente de os jovens terem que trabalhar para o sustento familiar. E consequentemente as principais causas da distorção idade/série, e migrando estes para EJA e quando chegam ainda enfrentam as dificuldades.

O Programa Brasil Alfabetizado mesmo, diante de tantos desafios citados no trabalho verificamos nos sites do MEC (Ministério da Educação) FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) se efetivou como programa no contexto da EJA. Através das Secretárias de Educação dos Estados e Munícipios que fizerem a adesão através do portal do MEC; FNDE.8 No caso do município Lajes/RN, no qual fizemos parte do Programa em 2011, o mesmo não faz mais adesão ao programa atualmente.

Assim sendo, julgamos ter atingido nosso objetivo ao propor a discussão em torno do PBA e sua efetivação na EJA. No entanto, ainda muito tem a se fazer para que programas voltados, para EJA sejam vistos não só como programas de caráter assistencial, mas também, que sejam de forma e continua dentro das políticas públicas educacionais da educação básica. Enfim, esperamos ter contribuído com a Educação de Jovens e Adultos através desta pesquisa e que por meio dela novos olhares, novas problemáticas venham surgir a partir do nosso estudo acadêmico.

REFERÊNCIAS

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8 Para saber mais como aderir ao programa acesse os links: http://portal.mec.gov.br/programa-brasil-

alfabetizado e

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Brasília, 2021.

BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 3/2010, de 15 de junho de 2010. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos curso de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. Brasília, 2010.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores/30000- uncategorised/14906-resolucoes.

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