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Música e vinho são coisas que não podem faltar nunca

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Academic year: 2022

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Sou Adriana Porto.

Porto, para os mais íntimos.

Em alguns delírios e devaneios, sou Eu Porto.

Tenho 40 anos, paulista, mãe devota às minhas crias.

Minha vida é musical, som de violão me encanta, apesar de não saber tocar uma nota, (rsrs). Música e vinho são coisas que não podem faltar nunca.

Amo ler poesias e escrever também, quando a inspiração se achega...

Confesso que entre as minhas próprias poesias e contos, me sinto perdidamente apaixonada. Gosto demais de escrevê- las e senti-las. Aliás, meu nome do meio devia ser

Sentimento.

Sou um ser que sente, sente, sente...

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Que meu jeito bagunçado

Inspire-lhe um pouco de diversão E que seus modos sérios

Mostre-me que as coisas do mundo nem tudo flores são.

Quem me dera... ah, quem me dera Poder agora estar em seus braços Poesia pura seria isso

Mostrando-nos seus traços.

Venha para ficar, lindo amor E me tire essa dor

Que suma o "impossível"

E que nos reste apenas o Amor...

Pedia antes só um pouquinho de amor Hoje nada pede

Nada agradece

Precisa dormir urgentemente Amanhã é novo dia

O Sol vai sim brilhar Quem sabe ao acordar Consegue nisso acreditar...

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Quero ser machado Que corta, faz sangrar Expõe a carne, rasga a cerne Tira tudo do lugar

Quero ser machado Que corta galhos Deixa em pedaços Destrói tudo a seu redor

Não quero mais ser sândalo Que a tudo perfuma

Que enche de suaves odores

Mesmo quando leva golpes em sua carne macia.

Diga-me, machado

Qual a sensação de não ser ferido?

De machucar, ferir e ainda assim, ileso, sem um único arranhão

Manter intacto seu coração?

Boca louca Que me encanta Desorienta-me Tira-me do prumo

Boca linda

Deixa-me traçar seus traços com a língua Percorrer teu desenho perfeito

Pedacinho por pedacinho

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Boca doida Que me excita

Me trás pensamentos libidinosos Desejos pecaminosos

Taras malucas

Fico assim, te desejando Desenhando-te

Deixa-me viajar em você Isso me dá tanto prazer E se um dia quiser a minha...

Basta me dizer

Juntamos as nossas em poemas Poesia pura e louca

Da minha boca com a sua boca!

... e de repente, senti falta.

Uma falta enorme, gigante Transbordou de meu coração Como lava de um vulcão Como rio Tietê

Em dia de enchente em SP...

Escorreu dos meus olhos Como gotas de chuva Em dias de tempestade Igual águas de cachoeira Daquelas que a gente só vê Lá em Foz

Uma falta algoz

De algo que nem existiu entre nós Uma falta cretina

Me turva a retina

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Uma falta safada Deixa-me desnorteada Sinto uma falta sem fim Que me olha e ri de mim...

...mas também de repente Me vem à cabeça

Que se sinto essa falta toda É porque, de verdade Bem lá no fundo

No fundo da minha alma Algo ainda sobreviveu Não morri, como pensava eu!

E o coração, o meu Bravo Guerreiro Resiste, insiste, todo matreiro Quer viver outra vez

E eu, ainda sentindo essa falta toda, digo à ele:

Calma, tolo Guerreiro.. quem sabe um dia, talvez!

Vem-me agora à cabeça

Esse sentimento que me acalma Puro e lindo de se ver

Mas diferente de outros que já tive Não me domina, não me faz sofrer.

Ele mora em meu coração

Mas não causa caos, como antes eu sentia Não trás tormenta

Meu lado mal não alimenta.

Dei a esse bem querer

Um nome simples, mas intenso

Meu bem querer se chama... Sentimento!

Não espero disso reciprocidade Não me apetece cobrar nada Só o deixo ali

Em meu peito, bem guardado.

Admiro seu sorriso

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Já chorei por suas dores Fiz pra ele poesias

Desejei-lhe novos e verdadeiros amores Hoje desejo a ele alguém que lhe faça bem Que chegue pra somar

E que lhe faça sorrir também!

Mas egoísta que sou - e isso não consigo mudar - Peço que fique

Desse jeitinho mesmo que está Querido amigo, sendo inspiração E que fique por querer de verdade ficar.

E eu fico assim, zen

Só em saber que já estive também em seu coração Que já lhe fui alívio

Em noites de solidão.

Continuamos assim, Sentimento e eu, então Um fazendo bem ao outro

Amizade boa, convivência gostosa e linda Carinho em forma de gratidão.

Dorme, menino, dorme

Que eu aqui desse lado cuido de ti Protejo-te dos teus medos

Guardo-te dos pesadelos

E da noite escura que recai sobre ti.

Dorme menino

Eu te guardo dos seres noturnos E dos pavores soturnos

Aqueço o frio da tua alma E espero, com toda calma Até que lhe venha o sono.

Descansa seu ser, menino Que daqui a pouco é outro dia E por mais que haja nostalgia De tempos passados, dias nublados, Há muito que se correr

Muito que se viver

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Tanta coisa pra fazer!

Então dorme meu querido Por mais que não consiga sonhar Fique em paz pra descansar Faço-te carinho, te dou cafuné

Para que com a cabeça deitada em meu colo Possas esquecer-se dos males sofridos Pegar num sono gostoso e profundo

E ao amanhecer, despertar com sorriso na cara Veja bem... sorriso e não riso

Risos podem ser forçados

Mas seu sorriso... é tão precioso e adorado!

Então dorme meu menino. Descansa alma e corpo Para que ao acordar, tenha como levar o dia tranquilo Com sua alegria de menino.

Desejo de desejo

"Meus olhos vidram ao te ver São dois fãs, um par"

Admiram-te e miram tua retina Percepção imediata

Sem demora, na lata

Tenho sua imagem fotografada na mente Desejo voraz, coisa mesmo indecente Vontade de tocar, beijar, obedecer e afagar Perder-me em teus caminhos

Ler-te sem pressa Em braile, lembra?

Tirar-lhe sorrisos

Ouvir meu nome entre seus gemidos Saber que sou eu o seu pensamento E que não há nos seus

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Outros olhos senão os meus.

Chame-me de sua Sua musa, sua diva Sua menina, sua mulher Chame-me e diga que me quer Chame-me de sua

Sua louca, sua maluca Sua devassa, sua querida

Sua melhor experiência já vivida Chame-me de sua

Sua garota, sua loba Sua brincadeira favorita

Sua dose de tequila em noites calientes Sua sombra e água fresca no verão ardente Sua brisa da tarde de um outono morno Sua mensagem de SOS pedindo socorro Sua poetisa favorita

Ou até sua simples amiga

Sim, eu sou

Aquela que tem as palavras já prontas em qualquer situação Mas que as perde quando te vê chegar

Que tropeça nos próprios pensamentos E que se não te vê, fica em lamentos Querendo simplesmente ser sua Ser parte dos seus desvarios

Ser o motivo dos seus delírios imaginários no chuveiro Ser o seu devaneio

Querendo ser sua...

Não importando muito o quê...

Mas quero ser sua.

Só sua.

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10

Tal qual minha alma

Roga agora por um pouco de calma Assim meu coração

Sofre e chora, sabendo ser em vão.

...mas minha mente, acostumada comigo

Sabe que assim ela e eu para sempre seguiremos nosso caminho

Numa agonia constante Tentativa de equilíbrio Entre céu e inferno Efêmero e eterno Substantivo simples, Eu

Substantivo nós, num composto.

Confusão. Confusão...

Sinto, sinto tanto e tanto

... e nem mesmo sei o que sinto...

Por que os deuses, ao me ver chegar ao mundo Decidiram se divertir um pouquinho

Sopraram em minha boca Ao invés de vida e ar

Mil e um motivos pra sonhar.

"Um ser confuso será E alma solitária terá Muitos amores viverá Mas nenhum deles ficará."

Sinto, sinto tanto e tanto

... e nem mesmo sei o que sinto...

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11

Por que os deuses, a me ver chegar ao mundo Decidiram se divertir um pouquinho

Sopraram em minha boca, Ao invés de vida e ar,

Mil e um motivos pra sonhar.

"Um ser confuso será E alma solitária terá Muitos amores viverá Mas nenhum deles ficará."

Muitos amores já vivi

E guardo lembranças de cada um Cheiros, gostos, sabores

Sou mulher de muitos amores

Mas um me é particularmente especial E apesar de toda minha complicação mental Faz minha alma suspirar

E meu espírito vagar

Espero, desse amor,

Que me tenha reciprocidade Que me venha em abundância Com plena felicidade

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12

Meu nome é Alessandra Gois Gregorius. Tenho 21 anos.

Moro em Sorriso, Mato Grosso, onde nasci e vivo

atualmente. Sou mãe. Meu interesse em poesia começou em 2015, quando a poesia me libertou a alma. A poesia me salvou. Desde então não parei mais de escrever. Tornou-se um vício poético. Meu grande sonho era escrever um livro, que agora está sendo realizado. E esses 10 poemas são alguns dos momentos mais marcantes em minha vida.

"Não dá para censurar a poesia, ela vem da alma. E não dos olhos”.

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13

Paradoxo Poético

A metáfora para o tolo

É como em discurso para o surdo Não pode ser assimilado.

Assim como o ferimento que não dói E não nos ensina a viver

Não nos ajuda a se erguer Só nos faz definhar.

SURTO POÉTICO

Na loucura de uma lâmina Envolvi-me com a estrutura Enredei-me pelo caminho De um poeta maduro

Um sentimento de amargura Uma modernice agradável Um olhar amável.

Imaginei o óbvio

Encontrei-me com as poesias.

E no intervalo, Encontrei o fóssil E fiz dessa loucura, Um verso dócil.

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14 As pétalas do malmequer

Poetas são quase loucos.

Com canetas falhas E corações apertados

Pegue qualquer flor pra ver Entenderá o que dizemos As pétalas do malmequer São as que mais queremos.

Me diga em pensamento Qual a flor que você cheira?

A que nasce nas calçadas, Ou a flor da macieira

Eu escolho as rosas

Só pra transformar teus espinhos Em versos, rimas e prosas

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15

Overdose de você!!!

Você me faz ter alucinações, me vira a cabeça e perco o juízo.

Neste desejo louco, totalmente embriagada.

Você corre em minha veia, Me faz delirar.

Quando não está por perto sinto você, seu gosto, seu cheiro.

O calor da tua pele me acende me atiça me deixa em uma onda perfeita de delírios e desejos uma mistura de amor e prazer.

Quando me ama. Ah! Quando me ama, eu saio do chão flutuou vou as nuvens no encaixe perfeito dos nossos corpos, nossos lábios se envolvem em um beijo ardente que nos leva além do prazer e eu desejo a cada noite uma overdose de você!!!

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16

Um suposto poeta.

Uma vez, escreveu pequena poesia.

Pois era poesias bobas falando da vida, sentimentos e alma e algumas emoções.

Pois ele tinha vergonha de mostrar o seu talento por escrever algumas frases.

Por ser simples.

Eu sou aquele que vê.

Sou os olhos da visão Vejo tudo sempre Olhando com o coração.

Quem sou eu para achar que minha opinião? É minha opinião.

Quer é algo diferente Diferente de ser tudo Diferente de ser nada.

Eu não sou Este que escreve Eu sou aquilo Que faz escrever

Um poeta misterioso um poeta anônimo.

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17

Insônia da madrugada.

Enquanto todos dormem, O poeta está acordado, Faz os seus versos, As suas canções, Seu andar ritmado.

navega na ilusão da cor dos olhos torna minha inexperiência relevante aprendendo com o tolo

me torno apenas mais um jovem viajante.

Poeticamente.

Hoje eu não vim escrever um poema,

um texto romântico ou uma declaração de amor.

Estamos todos os dias em um palco

atuando naquilo que acreditamos que é certo.

Temos o conceito que seja eterno "para sempre"

mas o eterno é aquilo que fica marcado, que não vai embora.

Os olhares, os beijos, os sorriso. Serão sempre eternos.

Enquanto o coração se enche de boas lembranças

Se liberte e faça dos seus pensamentos o seu mundo inteiro.

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18

Poesias de um poeta.

Houve um dia em que todos os poetas estavam inspirados Uns de emoções

Alguns de sabedoria

Outros de um universo vasto

Mas todos esbanjavam a alegria da alma A alegria de juntar as palavras

A magia de vê-las se juntar em frases Vezes inesquecíveis

Vezes tão dignas Vezes tão cheias E às vezes tão sábias.

Momento eterno.

Simples assim

Nada na vida precisa ser eterno, só precisa marcar a alma...

Basta um instante verdadeiro para se tornar inesquecível e quando sentir a verdadeira intensidade do momento

Este nunca se apagará porque tem pessoas que fazem da sua existência momentos de emoção e sentimento.

São essas pessoas que temos que manter ao alcance Do nosso abraço.

São essas pessoas que mantenho no coração.

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19

Andréa Gumiero Pereira, natural de Campinas, hoje residente na cidade de São José dos Campos SP.

Sou esposa, sou mãe, sou de casa.

Sou atrapalhada, sem jeito e cheia de defeitos. Mas também sou intensa, tímida, sou frágil. Sou mil em uma.

Prazer, essa sou eu.

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20

Asas do tempo

Eu vou nas asas do tempo Voo em meus pensamentos.

Com alegria não há tormentos.

Eu sigo sempre na mesma direção.

Às vezes eu vou na contramão Mas com muito amor no coração.

Nunca esqueço uma paixão.

Eu sou o seu momento

Algumas palavras me fazem viajar na felicidade.

Uma leveza...um carinho.

É tão fácil desligar do mundo real e viajar.

Uma praia deserta.

Um mar de água azul cristalina.

Areia branquinha.

Um cenário paradisíaco.

Eu e você, entregues um ao outro.

Sem tempo.

Sem hora.

Sem regras.

Nós dois em um cenário dos sonhos.

Como não te desejar, te amar...entregar-se.

Faça-me sua.

Deixa-me nua de roupas e pensamentos.

Sem juramentos Eu sou o seu momento Agora...aqui...sempre.

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21

Use a sua imaginação.

Um turbilhão de sensações

Em meu coração florando emoções Da minha boca saindo as canções Em meu corpo sinto vibrações

Você tem o poder de mexer com o meu EU interno Mexe e remexe com todas minhas emoções.

Você provoca o calor...palpitações.

Deixa o meu corpo com aquela sensação gostosa.

Onde não precisa de prosa.

Desliza suas mãos em mim, quero te sentir, de todas as formas.

Posso ser sua gatinha, mas também posso ser uma felina.

Você nem imagina.

Posso ser o seu mozão, a sua paixão e também posso virar um furacão.

Tudo depende de sua intenção.

Use sua imaginação enquanto enche-me de atenção.

Meu coração precisa de abrigo

Outono folhas soltas ao vento O meu coração perdido no tempo Entre os meus sentimentos.

Com os sentimentos partidos Parecem está de castigo.

Andam de mau comigo.

Castigo esse um perigo.

Não me deixe sozinha, o meu coração precisa de abrigo.

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Insaciável querer

Esse calor que me consome E você que me provoca essa fome.

Insaciável em te querer.

Momentos únicos eu e você, onde eu quero me perder.

É um querer desenfreado.

Chega e deixa tudo bagunçado.

Lençóis amassados, travesseiros jogados, corpos suados, entrelaçados... êxtase alcançado.

Mulher

Mulher de encanto tu és.

É divina obra com perfeição Destaca-se em meio a multidão.

Mulher sabe ser colo mesmo na solidão.

A mulher é colega, amiga, vizinha, companheira, é namorada, esposa e também sabe ser a amante.

A mulher sabe ser mil em uma.

Consegue entender todos.

Mas ninguém compreende uma mulher

quando precisa de uma palavra...quando precisa de colo.

Mulher chora baixinho, chora escondido...e chora.

Afinal de contas somos mulheres!

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Beijos e desejos

Quero sentir os seus beijos, os seus desejos.

Ao pé do ouvido os seus gemidos.

Dos seus arrepios sentir os calafrios.

Abraços safados.

Beijos molhados.

Eu quero sentir a ebulição da paixão.

Em minha pele e no corpo sentir o tesão.

Eu quero sentir a batida do coração...e deixar fluir a emoção.

Feche os olhos e sinta.

Feche os olhos e sinta minha presença.

Sinta o meu cheiro.

Sinta o meu olhar.

Sinta o meu toque.

Sinta o calor do meu corpo.

Eu posso esta onde você quiser.

É só fechar os olhos... e sentir.

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24

Suas digitais em mim

Incendeia-me deslizando as suas mãos pelas minhas curvas.

Dedilhe todo o meu corpo.

Deixe o seu cheiro por onde passar.

Deixe suas digitais em mim.

Eu quero ser toda sua.

Deleite-se!

Aperte-me, me abrace... Beije-me.

Deseje-me.

Faça amor comigo como se fosse a última vez.

Apenas eu

Não sou escritora Muito menos poetisa.

Sou apenas uma mulher que expõe sentimentos do momento.

Sou frágil, sou grata...sou humana.

Levo o amor, alegria por onde eu passo.

Cada um deixa aquilo que tem em seu coração.

Escrevo sobre saudades, alegrias, sofrimentos, dores do coração.

Escrevo até sobre o tesão...a paixão.

Ah! Quantas loucuras nesse mundo das letras e sentimentos.

É uma explosão.

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25

Ariane Ubiski Fagundes, 27 anos, brasileira, natural de Curitiba – PR. Servidora Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Cantora de MPB (Música Popular Brasileira) atuante em trabalhos voluntários em Igrejas e Organizações não Governamentais. Há 8 anos, poeta e compositora por amor.

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Simples Gestos

A fim de cuidar bastou o toque.

Afivelar dos dedos Delicadamente ternos Com um incomum zelo Tênues sobre a cintura Abotoando-os um a um Calmamente junto a pele Tornando das mãos vestes.

O que apaixona É a simplicidade Da presença sua.

Origami

Esticam-se os pés até a ponta da unha, Os braços horizontalmente alongados, Mexe-se por todos os lados, dobradura.

Debruçada sobre e sob tantos travesseiros, Desdobra o corpo nas quatro arrestas do lençol, Num balançar delicioso ela boceja e desperta.

Leveza tamanha, fineza da alma, seda do papel.

Sai da inércia dos sonhos ao acordar origamada, Ora gamada, ora amada, ora origami,

Manhosa e num dengo brinca com as palavras.

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27

Tinta da Vida

Aura ora, Iluminada, Aurora.

Cristalina janela Do que se cria Foco nas ternas.

Mundo aquarelado Recém-pintado Olhos alvorecidos.

O que põe na tela?

Na dela poesias, Poentes solares, Poemas e magia.

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28

Ao amor poesia

Ao amor um ramalhete...

Jardim de poesias,

Desconheço flor mais linda, Daquele que brota com candura.

São palavras de gentilezas, Singelas margaridas e tulipas, Literal e pura literatura.

Ao amor este meu bilhete...

Sopro

Flor que se desprendeu, Do galho que cresceu, Soprada a rosa dos ventos.

Retas ao unir dos versos, Sozinhos apenas pontos, Equidistantes no universo.

Desnorteada esmaecia,

Bailando no ar livremente, louca, Cataventando no tempo.

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29

Olhos

Da árvore da vida Acastanhada textura Delicadíssima.

Da folha outonal O recorte

Traçado que delimita.

Parece pintura Relíquia primorosa Sutileza pura.

Portas da alma Que sem pedidos A mim foram abertas.

Raízes

Âmago do coração Vascular e enraizado Quão profundas são?

Ramificações de dentro Descontrole do peito Pulsar que tranquiliza.

O amor é um universo frondoso Que bem cultivado se expande Ampliando-se indefinitivamente.

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30

Feminilidade

Pairavam as borboletas.

Enfileiradas decaíam Arabescos degradês Ao balanço do vento.

Ornamentadas matizes Dançavam ao relento Bailavam no ar ao sopro.

Recortes e mesclas Amarronzadas asas Pretas e amarelas.

Ombros sob contornos Aos olhos de um poeta Pétalas entreabertas.

Relevo orquidário Miragem da paisagem Cheia de fios e tramas.

Arranjo primaveril Delicada aquarela Quão lindas mechas.

Reflexos solares Visão paradisíaca:

Madeixas suas.

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31

No ritmo

Échappé – um salto!

Tocar os pés com as mãos, Vibrante e dançante, Na boca o pulo do coração.

Apaixonar-se:

É clássico e contemporâneo Dual clichê,

É baile – ballet de imprecisos movimentos, Som de violinos,

Da criação livre - o mexer do quadril aos cabelos, Pulso e impulso,

É concerto harmonioso.

Ao luar

Telepatia

Dobrando as esquinas

Sentimentos em mútua sintonia.

Frases e efeitos, Iluminando as ruas,

Pensamentos e deleitamento.

Poeta e poetisa na madrugada, Persianas entreabertas, Feixe abusado da lua.

Veja que crescente, Como o sorriso, Da face sua.

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32

Eu me chamo Eduardo, tenho 30 anos, solteiro.

Paraense, natural de Bom Jesus do Tocantins.

Tenho um filho maravilhoso que se chama Pedro Eduardo.

Desde minha adolescência, eu já gostava muito de ler e escrever. E com o passar dos anos, foi descobrindo através das palavras um sentido imensurável pra viver. Pensei:

porque não transmitir essa emoção as outras pessoas também.

Eu sempre almejei poder publicar o meu próprio livro. E está fazendo parte desse projeto, juntamente com grandes poetas e poetisas, além de ser uma enorme satisfação, é pra mim uma realização de um sonho.

"O amor é a poesia que anestesia a alma."

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33

AQUELE BEIJO

Ô beijo gostoso Beijo sedutor O melhor beijo

Aquele beijo não sai da minha mente Beijo sabor de pecado

Que me tirava o chão Aquele beijo demorado que me dava exaustão

Beijo que jamais vou esquecer A minha boca sente desejo daquele beijo, o seu beijo.

Eu te amei

Com todas as minhas forças eu te amei Pra você o meu amor entreguei

Contigo compartilhei todos os meus medos, sonhos e desejos.

Se muito amei, sorrir ou se chorei só eu sei. Doei tanto amor e tão pouco recebi, mas se nada significou pra você, eu lamento, é vida que segue, por favor, deixe-me ir.

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Olhos cor de mel

Nem o luar, nem as estrelas, tão pouco o céu,

brilha tanto quanto o brilho dos teus olhos cor de mel

A menina dos meus sonhos

Metade da minha laranja A aba do meu chapéu Sol da minha vida o colorido do meu papel A menina dos meus sonhos meu pedacinho de céu.

Sonho

Eu nunca amei como eu te amo, jamais sonhei, como eu te sonho!

Dádiva

Agradeça pelo pôr do sol, seja grato por cada amanhecer,

seja agradecível por esta dádiva que é viver.

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A BRISA

Quero ser o sol que ilumina a tua manhã O calor que te aquece em cada estação O silêncio que te acalma

A brisa que toca os teus pés

Quero ser o abraço envolvente que te abraça A lágrima que molha o seu olhar

A alegria que traduz o teu melhor sorriso Aquele beijo que te causa arrepios O amor que te faz apaixonar.

Grito alucinante

Ô saudade que dói A minha alma reclama

O meu corpo padece a sua ausência, em soluços te chama Tudo que vejo me faz lembrar você

Às vezes tento sorrir, mas nada me faz te esquecer A noite quando vou me deitar, o desespero toma conta de mim

Sinto um vazio em nossa cama, pois você não está lá

Vêm a solidão, o amargor da tristeza que recai sobre mim....

É um grito alucinante de um ama e aos sussurros, desesperadamente por ti chama!

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36

Saudade

Foi ontem,

mas já sinto saudade, daquele corpo moreno me amando com vontade

Trazia no olhar a magia e pureza,

aquele sorriso perfeito, o quão grande era sua beleza.

Se não existisse você

É muito bom te amar Sentir-te, te ter.

O meu mundo não seria perfeito, se nele não existisse você.

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37

Joel Fernando Borella nasceu em 26/05/1985, se formou em Psicologia em (2007), fez Mestrado (2013) e é doutorando (2015) em Psicologia Social no Núcleo de Psicologia Política e Movimentos Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É Coordenador de curso, Coordenador de Serviço escola, Professor e Supervisor de estágio em Psicologia Social e Psicologia Humanista em um curso de Psicologia no interior de São Paulo. Poeta. Tem experiência na área de Psicologia com ênfase em Psicologia Social e Movimentos sociais, HIV\AIDS, instituições, Grupos Focais, Velhice e memória, psicologia social e música.

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MESA PARA DOIS

Desfiz os meus versos, Abotoei a minha roupa, Amarrei os meus sapatos e sai.

Por muito tempo, nossa rotina construída roeu nossos corações, tirou os adornos dos nossos sorrisos.

Culpa, meu amor?

Não há!!!

Caminhamos por muito tempo juntos, aprendemos a nos banhar sozinhos e a assistir TV em dias de chuva.

O amor não se foi, a presença não se distanciou.

Apenas, hoje, gostamos de tomar nossos cafés sozinhos, pelados por dentro.

Cultivar a culpa pode amargar nossa boca, pés e nuvens.

Te amo e aprendi a não te amar.

Estamos indo, mas, sabemos que temos ternuras que perfumam a nossa não relação.

Crescemos meu amor!

Criamos outras rotinas, versos, amarras e laços.

Podemos tomar nossos cafés em qualquer mesa e sentir carinho pela liberdade de um e de outro.

Obrigado por dividir comigo o nosso fim.

Nem todos os dias de chuva, hoje, são dias ruins.

Te amo.

Araras\SP

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A Janela entre nós

A janela entre aberta, com um vento de meia estação soprando em minhas costas.

Um aconchego que se completa quando suas mãos procuram satisfazer a pele, com carinhos e ternura.

Um cheiro de manhã e cafuné se misturam no quarto.

Sinto-me em casa, mesmo não ocupando a cama que anos me faz companhia em casa.

Desamor?

O amor construiu em mim a possibilidade de não amar, de não esperar viver o que as histórias contam, de não precisar de tranças jogadas pelas janelas das masmorras ou de um beijo que desperta da morte.

O amor é esse vento que nos arrepia e esfria a pele pelas frestas da janela, e, logo mãos buscam acariciar e esquentar sem perceber.

O amor é poder ser um, antes de viver à dois.

O amor também merece solidão!

O amor é essa mão em dias de chuva que acolhe, afaga.

Não tem a pretensão de aprisionar, tornar do outro, acorrentar...

Desamo esse amor de conto de fadas!

Apaixonei-me pelas frestas da janela, pelas novas camas e pelas mãos que libertam com calor e ternura.

Apaixonei-me na “janela” entre nós.

Pois,

Aprendi, que é preciso ser livre antes de amar a dois.

Araras\SP

(40)

40

NA PONTA DOS PELOS

Me afasto por poucos dias.

Trabalho como uma rotina regrada de poeira e suor.

Levanto muito cedo e quase não tenho tempo para almoçar, jantar ou dormir.

Alguém sempre trança aos meus pés quando estou em casa.

Suja minha roupa, baba-me, lambe-me, enche-me de pelos, me ama, me acolhe e me cuida.

Dessa rotina de cansaços e solidão, você é quem me salva com saliva e ternura.

Sei que acabado colocando comida logo cedo para durar até a noite.

Sei que faltam afagos, brincadeiras e muito chão com você.

Mas, que loucura, você me entende, você me aceita, você me espera.

Na ponta dos pelos eu vou me enrolando a você como um novelo que procura atenção e carinho.

Amo-te por me amar de um jeito tão livre e genuíno.

Amo-te por me deixar respirar as solidões e saber que em você posso encontrar minha paz em meio a saliva.

É, meu amigo, na ponta dos seus pelos eu me completo; na ponta dos pelos é que eu também sou feliz.

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41

Marcos Alencar Nascido em Teresina 46 anos de poesia Ensino médio completo

Poeta e pensador quando preciso

”Faço da vida uma constante filosofia de vida, e da poesia um pedaço de mim”.

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Livremente

Sempre seremos eternos escravos.

Somos escravos dos sonhos em uma realidade livre.

Somos aprisionados pelos nossos sentimentos momentâneos.

Somos escravos do tempo que deixamos passar livremente sem percebermos.

Somos escravos de caminhos abertos que deixamos de seguir com medo de se perder.

Somos escravos da solidão que nos deixar livres para refletirmos.

Somos escravos do medo que nos abre as portas para enfrentar o mundo com coragem.

Somos escravos da morte que por mais misteriosa que ela seja sempre nos mostra que é essencial e prazeroso viver.

Somos escravos do amor que por mais que nos acorrentar também nos liberta para experimentar outros amores.

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43

Doce Solidão

A noite chega e junto com ela a frieza do calor de uma triste alegre solidão.

Então se acende de forma sombria a luz que se apaga em sua breve chegada.

Convidada a não entrar se senta ao meu lado, e com suas doces amargas palavras começa a se lamentar.

Tentar não ouvir ou responder a suas provocações se torna inútil.

Gentil elas se faz passar tão somente na intenção de reviver as dores e desilusões passadas.

Embasadas em sua fonte inesgotável de sofrimento tenta disfarçar as cicatrizes como um alento.

Atento fico a observar seus lábios que a cada palavra dada se tremem

Conforme a dor da ferida não cicatrizada.

Traumatizada então por não conseguir êxito em sua forma de abordagem calculista e dolorida.

Ferida se sente e em um rompante levanta-se, me agradece e de mim se despede.

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A Margem do Tempo

Hoje me peguei a caminhar livre e sereno pela areia a olhar o mar.

Então me peguei a me perguntar.

Mesmo um pouco perdido sem respostas e a toa continuou a caminhar, olhando em direções sem poder entender, sem perceber a espera de algo acontecer.

Por um momento senti-me enfraquecer, diante da imensidão que me apavora cheguei a me questionar e agora!

Caminhar tendo a dúvida como resposta é uma agonia sem descrição aonde o ser torna-se esquecido e passa

despercebido.

Mas me vem uma voz aos meus ouvidos como um baixo e suave alarido que me conforta dizendo:

Não seja grande nem tão pouco pequeno, pois sorria e contemple o momento que estais vivendo.

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Côrte Pobre

Às vezes me sinto um analfabeto intelectual com minhas frases corretas, erradamente compreendidas dentre os leigos, mestrados pela faculdade da vida.

Minhas mensagens pouco aceitadas e de grande

compreensão, tornam-se variáveis com um direcionamento disciplinado em formas geometricamente perfeitas.

Aceito as correções erradas de minhas pontuações corretas, não somente por não saber redigir, mas por saber interpretar a mensagem.

Sendo eu um analfabeto intelectual, me oponho a triste realidade poética, que por algum motivo tende a ser complexa.

Posso declamar pequenos versos de uma grandeza simplória em vez de recitar uma linguística incompreensiva aos ouvidos daqueles que nada querem ouvir, a não ser palavras claras, sentidas, simples e emotivas ao coração.

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Palhaço

Sou a mistura de poeta com palhaço, ambos em tempos paralelos, com alguns devaneios, isso quando se faz preciso.

O poeta em sua personalidade humilde, sincera e maliciosa desperta sentimentos e chega a tocar a alma daquele que tem a sensibilidade aflorada.

O palhaço por sua vez, trás consigo o gosto prazer de sorrir, ao mesmo tempo em que apresenta a alegria como alívio.

O Poeta em suas noites de solidão se depara com

pensamentos que lhe transporta para uma simples folha de papel e os transformam em belos poemas.

O palhaço por sua vez, carrega dentro do peito dores, desamores, desânimos, mas como um dom Divino os colocam para fora fantasiados com um belo sorriso e felicidade.

Poeta e Palhaço podem até serem pessoas com sentidos diferentes, mas em uma coisa temos que concordar, são seres mágicos que fazem da vida um espetáculo à parte.

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47 De nada Por Tudo

Às vezes temos que perder o que nunca nos pertenceu.

Temos que sair do sonho dentro da realidade Que sentir o frio mesmo nas chamas

Que olhar longe mesmo com os olhos fechados Às vezes temos que acreditar na mentira contada E responder com verdades mentirosas que ouvimos.

Que desistir mesmo com a confiança que conseguiremos.

Que lutar mesmo quando estamos perdemos Às vezes temos que ler o que não foi escrito Que traduzir palavras que se apagaram Que criar opções de metas sem ter certeza

Às vezes temos que compreender que, por mais que sejamos fúteis podemos ser também especiais.

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48

Amar

Amor

Sujeito estranho

Chega sem ser convidado, sem dizer de onde, bem vestido e educado.

Vai se encostando, encostando, quando se vê estar bem acomodado.

Trás consigo alegria, sorrisos de felicidade, beijos e abraços, tudo parece magia.

Sua educação é conquistadora, suas palavras doces, faz a vida ter outro sentido quando tudo parecia perdido.

Às vezes demora por muito tempo, às vezes

temporariamente e quando se nota já partiu de repente.

Deixamos como lembrança lágrimas, dores, desilusão, desestimula a alma, faz nascer a incompreensão.

Amor

Faça-me o favor

Quando de mim se aproximar não se esqueça de pensar.

Que dentro de cada ser existe uma pequena bolsa chamada coração.

Mas dentro dela nem sempre guardo esse tal objeto chamado perdão.

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49 Simbiose Humana

Eu sou afiliado ao partido que não foi criado e nunca será.

Voto no candidato que não se candidatou e nunca irá ser candidato.

Sou amante da política de não existir política.

Hoje se prega uma vertente verticalizada direcionada a corruptora de planejamento no intuito de se prolongar a existência maléfica da absorção de tributos adquiridos do sangue dos que fazem do trabalho um forma de

sobrevivência.

Enquanto milhares se alinham na barreira de enfrentamento do injusto.

A favor da peste que rouba e saqueia os lares retirando das mentes pouco absolutista suas últimas gotas de ideologias segmentar e racionais.

Mas está por chegar a hora que irá cair como uma pedra, toda farsa indumentária usada na hipnose do ser homem.

Então hão de se estabelecer a nova consciência que irá não só governar o mundo, mas também que dará origem a nova consciência humana.

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50 Aurora Crucial

Uma nova geração está por se construir,

pois começam a deteriorar as muralhas da prisão semiaberta.

A força matriz começa a enferrujar suas engrenagens que há séculos se fazia imaginar onipotente, diante das

ferramentas usadas na castração das ideologias que por precaução se escondem nas cavernas escuras, encandeadas pela luz da liberdade de igualdade.

O sangue da coerência começa escorrer de pouco em pouco empesteando veias que até então se faziam de ressecadas de justiça.

Abrem-se as mentes que por circunstâncias de um

neofanatismo mobralizado, se faziam representar um papel de Lesos.

Como toda transformação ou reformulação tem consigo seus transtornos, devemos medir cada peso por igual, para que não haja sobrecarga nos ombros dos inocentes que por tempos já trazem consigo as marcas e cicatrizes da

carnificina politiqueira.

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A Reformulação

Vejo-me perdido meio a tanta ideologia camuflada em palavras aclamadas com um fervor frio, de encenações perfeitas, verdades enroscadas em mentiras.

Marcha-se em conformidade arrastando mentes vazias, destorcidas, enganosas e levianas em defesa de valores impertinentes.

Sombrios e rasteiros faz- se valer a sabedoria dos lobos diante da pobre ignorância sadia do tolo

Que se deixa levar por migalhas de um conceito, que fora trocado por falsas moedas cobertas por cédulas que tem como valor a inocência do direto de decisão.

Assim segue a multidão invadindo lares miseráveis, medíocres, impuros, mas que lhes servem como tributos futuros.

Mas o tempo da tempestade que há de cegar os maus e restabelecer a visão dos cegos. Que caminham direcionados por uma pequena chama de lamparina que se é abastecida de óleo da esperança.

Então os falsos sábios, doutores, salvadores, professores da verdade, passaram a serem sepulcros adorados por sua beleza e seu luxo exterior e desmitificados pelos seus podridões da alma.

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Nunes de Oliveira é piauiense de Teresina. É bacharel em biblioteconomia pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Publicou em 2017, junto com Paulo Goudinho e Érica Barros, a antologia poética “Toda Versidade”. Possui outros trabalhos no gênero conto, ainda não publicados, e arrisca-se na escrita de crônicas despretensiosas.

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O maníaco

Ele se aproximou da bancada com o sorriso cínico; o andar acomodado, o corpo alto e esguio. Os dedos mirrados dentro do bolso da camisa polo puxavam a plaqueta numérica que era ostentada diante do rosto da bibliotecária como um delegado exibindo sua insígnia de autoridade.

Sem segurar a plaqueta, a mulher deu um giro na cadeira, levantou e foi até o guarda-volumes com o número indicado. Pegou a mochila e a pousou sobre a bancada. Ele olhou ali dentro, retirou e colocou o caderno, remexeu folhas soltas; guardou a garrafa de água e devolveu a mochila.

A bibliotecária, uma jovem que não devia ter mais de vinte e cinco, voltou ao seu assento, pegou o livro e retomou a leitura interrompida, tão convidativa naquele ambiente e que, além disso, ajudava a escoar as horas.

Quinze minutos depois ele retorna de onde estava, sentado diante do computador, onde navegava na internet.

O sorriso petrificado; os dedos esquálidos dentro do bolso da camisa e eis que a plaqueta-insígnia é exibida outra vez diante da bibliotecária. Ela gira em sua cadeira, vai até o guarda-volumes, pega a mochila e a deixa sobre a bancada.

Ele fuça lá dentro, retirando e colocando coisas. Faz que irá liberá-la, mas logo, num gesto rápido, volta ao manuseio vertiginoso. Por fim, fecha a mochila e, empurrando-a um pouquinho para a frente faz a bibliotecária devolvê-la ao guarda-volumes outra vez.

Depois ela retorna ao assento — nunca um assento fora tão desejado — e recomeça sua leitura.

Mais quinze minutos se passam. Ela olha desconfiada por cima do livro e...

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Olha só, lá vem ele de novo. O sorriso cínico que parece pintado com tinta indelével. Ela larga o livro e lança um olhar cético para o bolso da camiseta dele, os dedos já sumindo ali dentro. Não espera a insígnia ser exibida dessa vez. Gira na cadeira e se dirige até o guarda-volumes, de número já decorado, pega a mochila e a deposita sobre a bancada.

Aí ela o encara, vendo-o remexer seus pertences num ritual tão maligno quanto maníaco. O sorrisinho dele se sobressaindo, divertido, zombeteiro. Ele dá uma empurradinha na mochila em direção à bibliotecária, como uma criança quando abusa o brinquedo.

Quinze minutos e...

Plaqueta numérica. Giro na cadeira. Guarda-volumes.

Mochila.

O zíper zunia aos ouvidos, indo e vindo, abrindo e fechando.

Cadeira — o livro fora esquecido — e por pouco a bibliotecária não esquece que tem pernas também.

Quinze minutos...

Giro na cadeira. Mochila. Sorriso descarado. Ela resolve ficar em pé agora.

Quinze...

A bibliotecária decidiu que ir à academia após o expediente seria desnecessário.

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O trágico

O ônibus seguia pela avenida. Àquela hora da manhã o trânsito começava a inflamar com o movimento de veículos que seguiam apressados, conduzindo seus ocupantes para mais um dia de trabalho.

Sentado no assento duplo do coletivo, um rapaz com seus 29 anos acompanhava o movimento dos passageiros que entravam; ao seu lado, um senhor de meia idade, calvo e nanico, olhava o celular conferindo algumas notícias em uma rede social. Na atura do parque ambiental, uma grande fileira de veículos, em sentido contrário, seguia com dificuldade, escoltados por alguns policiais que orientavam o trânsito naquele ponto.

— Que foi isso? Terá sido acidente?! — Perguntou o senhor.

O rapaz o encarou, divertido.

— Não, não. O senhor não viu? Lá atrás. Uma pequena barraca armada ao lado da avenida com alguns idosos ao redor. Deve ser um desses postos de saúde improvisados.

— Aaaaah tá. Pensei que fosse mais um acidente de moto. Quantas vidas não foram perdidas por causa de moto, não é mesmo?

— Se é! Meu irmão mesmo, dia desses voltando do trabalho, vinha em sua moto quando um carro desavisado entrou no seu caminho...

— Meu Deus! Pegou ele em cheio, não foi? Deve ter ficado uma coisa... é claro, porque esses acidentes com mot...

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— Que nada! Ele freou e conseguiu desviar na última hora. Mas foi por muito pouco! Sentiu como se nascesse de novo.

O senhor encarou o rapaz, enquanto mordia o lábio de um lado, as sobrancelhas franzidas.

— Ah sim... Que bom, não?

— Claro. Depois disso ele passou a ficar mais atento.

— Deve mesmo, deve mesmo!

O ônibus seguia caminho. Em certo momento o senhor viu quando uma idosa tentando atravessar a avenida arriscou uma pequena corrida num passo desajeitado para se desvencilhar do carro que vinha em sua direção.

— Minha nossa! Pegou, pegou, ali não teve jeito! - Disse, enquanto puxava o rapaz pela manga da camisa tentando enxergar a cena que ficara para trás.

— O quê?! - o rapaz espantou-se.

— Aquela pobre senhora – ele apontou para trás. – Meu Jesus, que fatalidade...!

Mas o rapaz, que era mais alto, percebendo o que se tratava, esticou o corpo virando a cabeça para trás.

— Não, homem! A senhora conseguiu alcançar a calçada.

Olha lá.

O senhor virou a cabeça devagar, os olhos arregalados encarando o rapaz que agora parecia estranhar alguma coisa.

— Você jura?

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— Claro - ele deixou escapar um sorrisinho.

— Puxa vida, que coisa.

Ele passou a mão pelos cabelos falhos enquanto ainda tentava visualizar alguma coisa.

— É que... Sabe como é, né? Esses motoristas de hoje são verdadeiros assassinos ao volante! Nunca vi tanta irresponsabilidade nesse nosso trânsito.

— É, o senhor tem razão. Imagine que outro dia aconteceu comigo o mesmo que essa velhinha lá atrás.

Estava apressado e não podia perder tempo. Mas o trânsito estava uma loucura! Aproveitei a primeira brecha e disparei para o outro lado da rua, bem no momento que um motorista ultrapassou outro carro e veio de encontro a mim...

— Ai meu Deus! Pegou você?

— Que é isso! Deus me livre! Se isso tivesse acontecido eu não estaria aqui contando essa história.

— Pois como o seu irmão, você também deveria ser mais cauteloso. Esse trânsito ainda é o que mais mata neste país.

— Pois é, às vezes fica difícil saber quem é mais imprudente: os motoristas ou os pedestres.

O senhor recostou-se no assento. As mãos postas entre as pernas, a boca fazendo um ligeiro bico como se assobiasse enquanto meneava a cabeça de um lado para o outro.

— Veja o senhor - recomeçou o rapaz, percebendo que o passageiro ao lado de algum modo tinha preferência por esses assuntos - um amigo meu, semana passada, no trabalho, enquanto atravessava uma pista para tráfego...

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desses tratores enormes, que possuem rodas do tamanho de uma cabine de caminhão, estava distraído quando percebeu o monstro de aço se aproximando.

— Hum. Mas ele conseguiu escapar a tempo. - Disse o senhor, olhando sem expectativas para o rapaz.

— Não. Foi esmagado... Um fim triste.

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Aula de biologia

Sandoval estava firme em sua defesa diante de Omário, senhor zeloso, de índole louvável e bastante vivaz; o típico

“bom entendedor”. Conseguia pegar as palavras no ar. Sob a égide do primeiro, Lucas, rapaz na flor da idade e com dotes diante das meninas da comunidade, encontrara abrigo moral. Inteligente, o rapaz formara-se em biologia ainda cedo, quando completou 19 anos. Guardava peculiar interesse pela constituição do corpo humano, algo, dizia ele:

“de uma magnitude incrível”.

É claro que ele se referia aos mecanismos do corpo, sua dinâmica natural, seus encaixes e finalidades. “Tudo está em seu devido lugar, numa harmonia divina, com funções estabelecidas de modo, hãã...”

Era isso que ele dizia quando começou a ministrar pequenas aulas de reforço às meninas da vizinhança e adjacências.

— Até parece teu filho. — dizia Omário ao amigo, com troça na voz.

— Que nada, gosto do rapaz pela boa alma que é. Não vê? Mal se formou e a primeira coisa que vez foi dar aulas para os jovens da vizinhança.

— Olha, já vi aulas de reforço para matemática e português, mas biologia!

— E o que tem? É uma matéria que a maioria dos alunos reclama. Meus filhos pelo menos nunca gostaram de biologia. Passavam na marra!

— Acho que é uma coisa que devia ficar pra quem quer ser médico. — dizia o outro.

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— Talvez. Mas o que me deixa triste mesmo é ver como as pessoas não aproveitam a oportunidade que é dada a elas...

— O que quer dizer? — Omário ficou curioso.

— Não vê? — espantou-se. — Essas meninas recebendo aulas de reforço para serem ajudadas e conseguir algo na vida, e o que fazem? Engravidam cedo.

— Ah, é isso?

— E acha pouco?

— Essa meninada de hoje anda muito precoce...

— Falta de taca, isso sim. Onde já se viu? Temos o Lucas, que é um exemplo a ser seguido, e o que vemos?

E as defesas continuavam exaltadas como odes a um deus.

— Veja a Marcinha, a Eloísa, Flavinha — continuou com o discurso. — Todas passaram na prova final depois das aulas particulares. E o que fizeram em seguida?

Engravidaram. A Paulinha já tava até no preparatório para o vestibular. Vivia nas aulas particulares com o Lucas. Essas meninas tinham tudo pra conseguir alguma coisa na vida, agora tão aí, sendo obrigadas a ter responsabilidades na flor da idade.

— É mesmo?! Quer dizer que todas tiveram aulas particulares com o Lucas? — Espantou-se o outro.

— Pra você vê! Quando se tem aula no sangue, ninguém segura. Com o Lucas, o resultado é garantido.

Omário coçou o queixo, pensativo. Ele mesmo tinha a filha, Sandrinha, que era péssima em aprender a matéria.

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— Mas fazer o quê? — prosseguiu Sandoval, como um advogado implacável. — Essas meninas de hoje querem namorar cedo, e ainda por cima, ficam imitando o que se vê na tevê. Só pode dá nisso.

— Aulas de biologia. — dizia Omário, baixinho para si mesmo.

— Algumas dessas aí — o outro sussurrou as palavras, temendo os ouvidos ao redor. — fiquei sabendo, viu?

Tinham namorados mais velhos. Poxa, Omá... Vai lá, né?!

Mas Omário continuava concentrado.

— Aulas de bilogia?

Sandoval cismou com a atitude do outro.

— Que é que cê tem, Omá?! Parece que tá com os pés no chão e a cabeça na lua, homem!

— Não — pareceu sair do transe. — Não é que... eu tava aqui pensando em minha filha, Sandrinha.

— Que tem ela?

— Nunca gostou de biologia.

— Indico o Lucas, vai lá... Não tem outro melhor.

— Mas parece que já o indicaram pra minha esposa.

— É?

— Humrum. A Odélia a matriculou faz duas semanas. A menina fica entusiasmada sempre que chega o dia das aulas.

— E o resultado? — quis saber Sandoval, ainda mais entusiasmado.

— Ficarei sabendo daqui há nove meses.

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Fubuia

Foi um vexame. Tânia, que tem um salão de beleza em sua casa e possui uma clientela fiel aos seus práticos e cobiçados serviços, recebeu a breve visita da vizinha. Kele lhe contou sobre a consulta ao médico na véspera e ficou pasma após perguntas sobre perguntas, receber o diagnóstico que sofria de fubuia.

— Fubuia! – reforçou ela à vizinha.

— E o que é isso?! — quis saber a outra.

— E eu sei! Me deu uns conselhos sobre como eu tinha que lidar com isso... e só.

Tânia, pensativa tentando imaginar o que poderia significar tal palavra, logo perguntou à mãe da menina sobre a tal da fubuia, e surpreendeu-se ao descobrir que Kele não dissera nada à mãe. Foi um alvoroço dos diabos! A mãe, Cleonor, desesperada ao saber que a filha recebera o diagnóstico que consistia numa palavra tão estranha, ficou inconsolada. Nomes estranhos associados à saúde — ela vira isso na tevê várias vezes — não pode ser boa coisa.

— E o que diabos é fubuia, meu Deus do céu? — perguntava desesperada à amiga cabeleireira.

— Não sei, mas foi o que a Kele me disse ontem.

— Ai menina que não me conta as coisa!

— Vai ver que não é nada.

— Como não é nada? Um nome desses!

A mãe lamentou a instrução, mais escassa que a da filha, e buscou esclarecimentos nos vizinhos sobre a tal palavra, mas esses se mostraram mais aéreos que mãe e filha juntas.

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Em casa, as discussões com a filha iam alto pelo acobertamento de algo que fora julgado tão sério pela mãe.

— Do jeito que a senhora é preocupada, seu eu contasse ia ter um troço.

— Um troço eu já tô tendo! Então eu descubro isso pela boca da vizinha e você acha que adiantou alguma coisa me esconder.

— Mas eu tô seguindo a orientação do médico.

— Que orientação coisa nenhuma! Um raio de nome desses... e lá tem orientação pra isso! Vou tirar essa história a limpo. Quem foi o médico? — ordenou.

A filha, já aflita, informou o nome do médico vendo a face da mãe converter-se numa expressão entre a surpresa e o alívio.

— Mas eu conheço ele.

— Conhece?

— É claro. Doutor Valmiro. Me consultei com ele muito tempo. Tratou minha hérnia de disco. Ah, mas eu vou saber dessa história de fubuia é agora.

Mais rápida que o Taz — o bichinho que rodopeia como um peão no desenho animado —, a mãe se vestiu e rumou para o consultório do médico. Se era preciso marcar consulta pouco importava, faria um escândalo se necessário, mas falaria com Valmiro de qualquer jeito. Por sorte ele atendia na urgência, e tudo que Cleonor precisou fazer foi apresentar a carteirinha.

Atravessou o corredor mal iluminado apinhado de cartazes com orientações sobre saúde e buscou neles, olhando por cima das lentes dos óculos, algo que explicasse

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a tal da fubuia. Não encontrou. Que importava, estava a poucos metros da porta onde o médico a aguardava para — esperava ela — lhe desse um consolo para sua aflição.

— O senhor lembra de mim, doutor? — perguntou, depois de sentar-se impaciente em frente a mesinha de ferro.

O médico a encarou, intrigado. Ela explicou que fora sua paciente durante anos, que ele havia tratado sua hérnia e blá blá blá. Com profissionalismo, Valmiro demonstrou lembrar-se da mulher, esboçando um sorriso amigável.

Tentando sorrir, mas sem conseguir esconder a aflição, a mãe foi direto ao assunto. Explicou sobre a filha que tinha feito uma consulta há dois dias com o diagnóstico...

— Ah, ela é sua filha? — surpreso, ele nem mesmo deixou a mãe concluir.

— É sim, mas o que eu queria saber...

— E como vai o tratamento para a fobia da menina?

— Fu... Fubu... O quê?

— A fobia de sua filha. Diagnostiquei-a com ágora fobia, é o medo de lugares movimentados, mas já a orientei sobre como proceder. Ela não contou a senhora?

— Não.

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Paulo Pereira Goudinho, natural de Teresina-PI. Graduado em Arte com habilitação em Música pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. Professor da rede municipal de ensino de Teresina e da rede estadual de ensino do Piauí.

Em 2017 publicou a obra poética “Toda Versidade”, juntamente com Érica Barros e Nunes de Oliveira. Músico e compositor premiado em festivais de música na cidade de Teresina, Paulo Pereira Goudinho aventura-se pela poesia desde adolescente.

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ROCK DA AGONIA

Todo dia Todo dia Todo dia

A agonia se repete Se repete a agonia

Se repete, se repete...se repete a agonia Todo dia

Tenho que comer o pão Pra poder me alimentar Não posso sujar o chão Tenho que me levantar Tenho que me levantar Tenho que usar o pente Não posso beijar ninguém Antes de escovar os dentes Todo dia

Tenho que lavar as mãos Antes de me alimentar Tenho que tomar um banho Depois de escovar os dentes Tenho que lavar o cabelo Quatro vezes por semana Tenho que fazer a barba Depois de escovar os dentes

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Todo dia

Tenho que cortar as unhas E sorri quando não quero Tenho que andar bem limpo E aprender falar inglês Ir à missa aos domingos E ouvir sempre a mesma coisa

Mesma coisa, mesma coisa, mesma coisa Todo dia

TOMBOS E PASSOS

Tombos meus pensamentos Deixo-os rolar montanha abaixo Curo seus ferimentos

Não me acho

Sem proferir juramentos Passo-me por eu aonde vou Passo por ti e nem te vejo

Passo os dias a contar meus passos

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A NOITE

A noite é tão bonita!

Quão bela é a noite Até parece dia de sol Até parece dia

Um dia encostei meu peito em seu peito E senti seu coração bater

Esse dia Era noite

INESQUECÍVEL

Posso não ser o que quero E não fazer o que desejo E me negar que te espero E que morri no teu beijo

Posso tentar esquecer Os nossos instantes loucos Negar que te fiz sofrer Mas que te amei tão pouco

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AVERSÃO

Cada dia Cada passo Cada cria Cada gesto...

Toda fada Tem seu dia De agonia Cada bola (dada) Cada sola

Cada esmola Cada fala...

Todo gato Tem seu dia De cão Cada estouro Cada grito Cada míssil Cada missão...

Todo amigo Tem seu dia De inimigo Cada flor

Lá no serrado Fala de amor E de pecado

Todo sangue-frio Tem seu dia De calor

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Cada conselho Cada consolo Cada sorriso Cada perdão...

Todo batista Tem seu dia De pagão

NOSSA LÍNGUA

Olha que coisa louca Veja só que confusão Diga-me logo o motivo Porque no aumentativo O leite vira leitão?

Expliquem-me os letrados Os sabichões de plantão Aquele leitor bem cativo Diga por qual razão O feminino de galo Estar no diminutivo!

Lingua mais sem noção!

Essa nossa com certeza Explique-me agorinha Por que no diminutivo A sarda vira sardinha?

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PASSEI

Passei o dia à toa À toa

Numa boa

Pensei na vida Passei no bar Manteiga no pão

E devorei Oswald de Andrade

Passei o dia à toa À toa

Numa boa

Passeei com a turma Não vi Marilena

Pensei em disco voador Li Erich von Däniken Cheio de interrogações

Sorri de um filme Na televisão E sorri com outro Pouco depois das seis

Passei o dia à toa À toa

Numa boa

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MELANCOLIA

Ele pensa Ele pensa Tentando fugir Da solidão imensa Ele gira

Vira em torno da mesa Tentando fugir

Da solidão imensa

Apalpa a cabeça Ao que lhe atormenta Inquieta o olhar Na solidão imensa

Quase dá um berro Contenta-se

Com um silêncio eterno Senta

Pensa Pensa

Curtindo o prazer Da solidão imensa

Sente O sentido De ser Só

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POETA TRISTE

Sou poeta triste Na beira de um rio De barreira funda De água suja e triste

Sou poeta triste Na beira de um rio Que não vai para o mar

Sou poeta triste Na beira de um rio Que já foi cantado Que já foi vadio

Sou poeta triste Na beira de um rio Que não vai para o mar

Sou poeta triste Que insiste Que insiste Que insiste

Que insiste em cantar

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LOGIA

Na cigilologia Agonia Dá prazer Insípido colosso Tiro um roço Com você

Na frivolologia Quem diria Vi você

Insípida e pálida Mas cálida Vi morrer-me

Homérica quimera Por pensar em Te Perder

Centúrios pressupostos Mesmo antes

De te ter

Estou cupido culpado Convidado

A sofrer

Por um belo rosto

Que eu sei que dará gosto E prazer

Um sol na meia noite Convida-me

A vir aqui

Ver-te trocar de roupa Coisa louca

Eu senti

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