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ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS E REGIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO DOS
MUNICÍPIOS DO CONSÓRCIO PRÓ-SINOS
P RODUTO 3
P ROGNÓSTICO E A LTERNATIVAS
O BJETIVOS E M ETAS
T OMO 4
D RENAGEM E M ANEJO DE Á GUAS P LUVIAIS
M UNICÍPIO DE S ÃO L EOPOLDO
ÍNDICE
1 APRESENTAÇÃO ... 2
2 ESCOPO DOS SERVIÇOS ... 4
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 4
2.2 PRAZOS DO PLANO ... 5
2.3 CONTEÚDO DESTE PROGNÓSTICO ... 5
3 CENÁRIO DE DEMANDAS DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS ... 6
3.1 DEMANDAS ATUAIS... 6
3.2 DEMANDAS FUTURAS ... 7
4 ALTERNATIVAS PARA O SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ... 9
4.1 MEDIDAS ESTRUTURAIS ... 9
4.1.1 Inundações sazonais do Rio dos Sinos ... 9
4.1.2 Alagamentos na área urbana ... 9
4.1.3 Habitações em áreas de risco de inundação e deslizamentos ... 9
4.1.4 Comprometimento da qualidade da água ... 9
4.1.5 Problemas de erosão localizados ... 10
4.1.6 Sistema de proteção contra cheias ... 10
4.2 MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS ... 10
4.2.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem ... 10
4.2.2 Controle da erosão do solo e assoreamento dos rios ... 10
4.2.3 Padronização dos estudos e projetos ... 11
4.2.4 Adequação do planejamento, fiscalização e regulação ... 11
4.2.5 Ações preventivas contra inundações ... 11
4.2.6 Plano de Educação Ambiental ... 11
4.2.7 Sistema de proteção contra cheias ... 11
4.3 ALTERNATIVAS PARA GESTÃO DOS SERVIÇOS ... 17
4.3.1 Alternativas para o planejamento ... 17
4.3.2 Alternativas para a regulação e fiscalização dos serviços ... 19
4.3.3 Alternativas para o controle social dos serviços ... 21
4.3.4 Alternativas para a prestação dos serviços... 22
5 AGENDA INSTITUCIONAL PARA GESTÃO DOS SERVIÇOS ... 25
5.1 AGENDA PARA O PLANEJAMENTO ... 25
5.2 AGENDA PARA A REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO ... 25
5.3 AGENDA PARA O CONTROLE SOCIAL ... 26
5.4 AGENDA PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM ... 27
1 APRESENTAÇÃO
O presente documento é objeto do contrato nº 06/2012 firmado entre o Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e a Concremat Engenharia e Tecnologia S/A cujo objeto é a Elaboração dos Planos Municipais e Regional de Saneamento Básico dos Municípios do Consórcio Pró-Sinos.
O trabalho teve início efetivo em 02 de agosto de 2012, conforme Ordem de Serviço nº 003/2012, sendo o prazo inicial de execução de 547 dias – até 31 de janeiro de 2014. Esse prazo foi aditado por mais 210 dias – até 29 de agosto de 2014.
Dos 26 municípios integrantes do Consórcio Pró-Sinos, 23 municípios terão os seus Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) elaborados através deste contrato: Araricá, Cachoeirinha, Campo Bom, Canela, Caraá, Estância Velha, Esteio, Glorinha, Gramado, Igrejinha, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Riozinho, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Três Coroas.
O Plano Regional de Saneamento Básico (PRSB) abrangerá, além desses 23 municípios, os demais municípios do Consórcio Pró-Sinos – Canoas, Dois Irmãos e Taquara, cujos planos municipais já foram ou estão sendo elaborados em separado.
Os serviços inserem-se no contexto da Lei nº 11.445/07 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a Política Federal de Saneamento Básico. Os serviços também são balizados pelo Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a referida Lei, bem como pelo Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001) que define o acesso aos serviços de saneamento básico como um dos componentes do direito à cidade.
A Política e o Plano, instituídos pela Lei nº 11.445/2007, são os instrumentos centrais da gestão dos serviços. Conforme esse dispositivo, o Plano de Saneamento estabelece as condições para a prestação dos serviços de saneamento básico, definindo objetivos e metas para a universalização, assim como programas, projetos e ações necessários para alcançá- la.
Como atribuições indelegáveis do titular dos serviços, a Política e o Plano devem ser elaborados com participação social, por meio de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico.
De acordo com o Termo de Referência, o trabalho está dividido em seis etapas com seus respectivos produtos:
Etapa 1: Plano de mobilização social.
Etapa 2: Diagnóstico da situação do saneamento básico e de seus impactos nas condições de vida da população.
Etapa 3: Prognósticos e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento básico. Objetivos e metas.
Etapa 4: Concepção dos programas, projetos e ações necessárias. Ações para emergências e contingências.
Etapa 5: Mecanismos e procedimentos para o monitoramento e avaliação sistemática das ações programadas.
Etapa 6: Relatório final dos planos municipais e regional de saneamento básico.
Este relatório integra a Etapa 3 que resultou no Produto 3 “Prognóstico e alternativas.
Objetivos e metas”, dividido em quatro tomos:
Tomo 1 – Projeções populacionais
Tomo 2 – Abastecimento de água e esgotamento sanitário Tomo 3 – Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Tomo 4 – Drenagem e manejo de águas pluviais
2 ESCOPO DOS SERVIÇOS 2.1 Considerações gerais
O presente documento foi elaborado com base nas seguintes informações:
• Dados e informações obtidos junto à municipalidade;
• Estudos, projetos e programas existentes;
• Plano Diretor Urbanístico;
• Visita ao município visando à coleta de informações:
o Quanto à estrutura institucional responsável pela gestão, operação e manutenção do sistema de drenagem urbana;
o Da natureza geomorfológica e do escoamento hídrico das águas pluviais;
o Referentes ao funcionamento do sistema de drenagem existente;
o Conhecimento do estado da arte do sistema de drenagem;
o Quanto às causas das ocorrências de inundações e alagamentos identificados;
o Quanto à ocorrência de erosão e potenciais deslizamentos.
• Reuniões setoriais junto ao corpo técnico da Prefeitura, visando ao aprimoramento das informações e identificação de prioridades e situações críticas, entre outras.
Estas informações subsidiaram o diagnóstico, cujo conteúdo foi utilizado como base de dados para elaboração do prognóstico, que define as ações, objetivos e metas para universalização da prestação dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
As prioridades aqui apontadas definem a ordem dos investimentos previstos para implementação das ações que visam à universalização dos serviços ao longo dos vinte anos de vigência do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB).
As revisões do PMSB previstas a cada quatro anos devem reavaliar as referidas prioridades, no sentido de alinhar as ações previstas e executadas.
Assim ratifica-se o caráter dinâmico deste planejamento, construído em conjunto com a municipalidade, e que deve sofrer os devidos reajustamentos ao longo do horizonte de plano (até 2035).
2.2 Prazos do plano
Os prazos para a efetivação das ações em drenagem urbana e manejo das águas pluviais foram estabelecidos como consta no Quadro 1.
Quadro 1. PMSB - Prazos das ações
ANO REFERÊNCIA PRAZO DA AÇÃO CALENDÁRIO
1 Imediato 2014
2 2015
3
Curto
2016
4 2017
5 2018
6 2019
7
Médio
2020
8 2021
9 2022
10 2023
11 2024
12 2025
13 2026
14 2027
15
Longo
2028
16 2029
17 2030
18 2031
19 2032
20 2033
21 2034
22 2035
Elaborado por Concremat, 2013.
2.3 Conteúdo deste prognóstico
Na sequência deste relatório apresenta-se para os serviços de manejo das águas pluviais:
• Estimativa das demandas;
• Alternativas para o atendimento das demandas e carências existentes;
• Modelo de gestão;
• Modelo de fiscalização e regulação;
• Objetivos e metas pretendidas com a implantação do PMSB.
3 CENÁRIO DE DEMANDAS DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS
Apresentam-se na sequência as demandas identificadas pelo diagnóstico, demonstrando as necessidades de drenagem e manejo das águas pluviais vinculadas às áreas críticas, dentro do horizonte de planejamento.
3.1 Demandas atuais
• Interface com municípios vizinhos
o Recebimento direto das águas do Rio dos Sinos de Novo Hamburgo e Estância Velha e descarga em Sapucaia do Sul e Portão;
o Arroios Cerquinha, Gauchinho e Peão – Novo Hamburgo;
o Arroio Bopp – Portão;
o Arroio Kruze – Sapucaia do Sul.
• Planejamento do sistema de drenagem integrado com urbanístico
o Implantação de obras de drenagem urbana sem o devido planejamento em termos de consideração da ocupação efetiva atual e futura prevista pelo Plano Diretor Urbanístico.
• Interface com Novo Hamburgo em áreas sujeitas a enchentes
o Eventual perda de recursos pela falta de planejamento e ações conjuntas de operação e manutenção do sistema.
• Planejamento do sistema de drenagem
o Desatualização e falta de padronização dos estudos de planejamento para a drenagem urbana.
• Ausência de cadastro topográfico e estrutural da rede de micro e macrodrenagem o Carência de obtenção de informações atualizadas e em tempo adequado
sobre o sistema de drenagem existente.
• Ausência de planejamento de drenagem integrado com urbanístico
o Ações de manutenção e limpeza corretiva dos canais sem uma análise estatística das intervenções.
• Ausência de um sistema de alerta e procedimento operacional
o Inexistência de sistema de alerta de cheias com ação da Defesa Civil.
• Ausência de um sistema de alerta e procedimento operacional
o Risco de ocorrência de evento extremo de precipitação concomitante à elevação do Rio dos Sinos e colapso do sistema existente.
• Interface com o sistema de esgotamento sanitário
o Comprometimento da qualidade da água e das estruturas do sistema de drenagem.
• Interface com o sistema de coleta e tratamento de resíduos sólidos
o Comprometimento da qualidade da água e das estruturas do sistema de drenagem;
o Desconhecimento do volume de sedimentos e sua frequência nos canais de macrodrenagem;
o Lançamento de resíduos sólidos diretamente na rede de canais;
o Assoreamento dos canais de macrodrenagem com sedimentos, areia e lodo.
• Aumento da densidade na área urbana
o Falta de fiscalização das taxas de ocupação dos imóveis em relação ao zoneamento proposto;
o Falta de interesse da população no cumprimento das proposições restritivas quanto à taxa de ocupação do imóvel.
• Problemas pontuais de alagamentos
o Áreas com médio e alto risco de inundação estão localizadas nos bairros Rio dos Sinos, Feitoria e Pinheiro.
• Áreas ocupadas por habitações subnormais, irregulares com infraestrutura precária.
o Habitações subnormais e em situação de precariedade. Falta de regularização dos loteamentos, desmembramentos e edificações em situação irregular.
• Áreas sujeitas a inundações
o Problemas estruturais e de revestimento dos canais de macrodrenagem.
• Fiscalização e Regulação da Drenagem Urbana
o Inexistência de um parâmetro de eficiência e eficácia na prestação de serviços de drenagem urbana.
• Existência de Estudos e Projetos sem devido planejamento integrado
o Perda de investimentos e implantação de estruturas desalinhadas do planejamento integrado das bacias.
• Áreas sujeitas a inundações protegidas por pôlders
o Perda da capacidade de escoamento por esclerose do sistema de drenagem.
• Obras em andamento
o Perda de investimentos e implantação de obras desalinhadas do planejamento integrado.
• Sistema de Proteção Contra Cheias operando satisfatoriamente
o Eventual colapso em regime de falta de energia. Risco pela falta de manutenção preventiva das Comportas tipo Flap.
• Projetos
o Falta de banco de projetos que contemplem estudo integrado das bacias de drenagem.
• Erosão e Deslizamentos
o Ocorrência de erosão pontual nas bacias dos arroios Kruze, João Corrêa, Cerquinha, Bopp/Portão, Manteiga, Sem Nome, Peão e Gauchinho.
3.2 Demandas futuras
O termo “demanda” em se tratando de drenagem urbana pode ser entendido como uma futura exigência planejada para o sistema, prevendo-se a evolução da condição urbanística atual em direção a um cenário esperado, próximo à saturação prevista pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.
Apresenta-se na sequência o cenário previsto para o município de São Leopoldo, com base nas condições atuais, planos e projetos em andamento.
O estudo de projeção populacional prevê um incremento no município de São Leopoldo para a área urbana de 16% entre os anos 2010 e 2035. Quanto à área rural a projeção tem a expectativa de redução.
O incremento da população urbana, acompanhado do aumento da densidade populacional e consequente infraestrutura necessária, acarretam alterações significativas do ambiente, sobretudo na taxa de permeabilidade dos núcleos urbanos.
Segundo TUCCI e MELLER/20071 o contexto das bacias urbanas, para os corpos receptores a jusante de uma parcela em desenvolvimento, gera impactos que podem ser reunidos em quatro grupos principais:
1 TUCCI, C. E. M. e MELLER, A. (2007). Regulação das águas pluviais urbanas. Disponível em http://www.capnet- brasil.org/arquivos/Regulacao%20das%20aguas%20pluviais%20urbanas_TUCCI&MELLER .pdf em 02/2011.
a) Mudança na vazão dos rios: aumento do volume das vazões de pico e da velocidade;
diminuição do tempo de concentração; aumento da frequência e magnitude dos eventos à “calha cheia”; diminuição da vazão de base devido à diminuição da recarga do aquífero;
b) Mudança na geomorfologia dos rios: as mudanças quantitativas do escoamento afetam diretamente a morfologia, geometria e as características dos córregos, rios e ravinas. Alguns dos impactos são o alargamento da seção transversal e erosão das margens; aprofundamento do leito dos cursos d’água; desaparecimento da vegetação ripária; assoreamento em seções de baixa velocidade; ampliação dos limites da planície de inundação;
c) Impactos no habitat aquático: diminuição na diversidade do habitat dos corpos d’água.
Os impactos incluem: degradação da estrutura do habitat; redução da vazão de base;
aumento da temperatura dos rios; declínio em abundância e biodiversidade;
d) Impactos na qualidade da água: a degradação da qualidade da água começa simultaneamente ao desenvolvimento da bacia. A erosão das áreas em construção leva grande quantidade de sedimentos aos canais. Além de aumentar a carga e introduzir novas fontes de poluentes, a urbanização produz áreas impermeáveis que acumulam poluentes nos períodos entre os eventos de chuva. Esses poluentes são lavados das superfícies e rapidamente direcionados aos sistemas hídricos.
O incremento da população urbana provoca o aumento dos coeficientes de escoamento superficial a serem adotados para simulação de cheias para os vinte anos de alcance do Plano de Saneamento.
As bacias que cortam a zona urbana de São Leopoldo tendem a apresentar significativo avanço em termos impermeabilização, enquanto que na área rural, a sudeste do município, na divisa com Novo Hamburgo o cenário tende a se manter o mesmo.
4 ALTERNATIVAS PARA O SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
Entende-se que o planejamento das alternativas que encaminhem as soluções para a drenagem municipal, em busca da universalização dos serviços, passa pela premissa de que o sistema esteja operando adequadamente.
Salienta-se a importância de que seja estabelecido um patamar inicial, com base na operação adequada do sistema, o que pressupõe a adoção de mecanismos em prazo imediato, emergencial.
Assim são apontadas inicialmente medidas emergenciais, com objetivo de obter eficácia em termos de funcionamento do sistema, através de ações práticas e imediatas que evitem o agravamento dos problemas identificados.
Só a partir deste patamar é que são sugeridas alternativas de intervenções que cubram, em cada momento e de forma progressiva, as melhorias previstas ao longo dos vinte anos, período de vigência do PMSB.
4.1 Medidas estruturais
São relacionadas, na sequência, as alternativas que compõem as medidas estruturais propostas.
4.1.1 Inundações sazonais do Rio dos Sinos
• Desassoreamento do leito do Rio dos Sinos e afluentes. (Curto prazo).
• Projeto e execução da recuperação do sistema viário e dispositivos de drenagem associados: rede de macrodrenagem e travessias. (Longo prazo).
4.1.2 Alagamentos na área urbana
• Elaboração de projeto e execução de obras do sistema de micro e macrodrenagem para solução de problemas pontuais de alagamento principalmente nos bairros Rio dos Sinos, Feitoria e Pinheiro. (Curto prazo).
4.1.3 Habitações em áreas de risco de inundação e deslizamentos
• Implantação do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) e integração com o Plano Diretor de Drenagem. (Longo prazo).
4.1.4 Comprometimento da qualidade da água
• Projeto e execução do Sistema de Esgotamento Sanitário da área urbana. (Ver soluções SES).
• Implantação de sistemas individuais e condominiais de tratamento de esgotos domésticos na área rural, com o devido dimensionamento conforme normas técnicas. (Ver soluções SES).
• Controle de uso de agrotóxico na agricultura. (Longo prazo).
• Projeto e execução das medidas previstas pelo Sistema de Coleta e Destinação Final dos Resíduos Sólidos. (Ver soluções RSU).
4.1.5 Problemas de erosão localizados
• Projeto e execução de recuperação emergencial nas sub-bacias dos arroios Kruze, João Corrêa, Cerquinha, Bopp/Portão, Manteiga, Sem Nome, Peão e Gauchinho (Curto prazo).
• Cadastro estrutural das obras de arte, canais, travessias existentes e elaboração de projeto. (Prazo Imediato).
4.1.6 Sistema de proteção contra cheias
• Reduzir o risco de acidentes através da implantação de um Sistema de Geração Autônoma de Energia (Prazo Imediato).
• Programa de desassoreamento e limpeza dos canais e bacias de detenção que compõem o SPCC. (Curto prazo).
4.2 Medidas não estruturais
Relacionam-se, na sequência, as alternativas que compõem as medidas não estruturais propostas.
4.2.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem
• Elaboração de um cadastro topográfico da rede de drenagem existente, bem como o conhecimento do comportamento dos rios que cruzam seu território para um controle sistemático de cheias. (Prazo Imediato).
• Elaboração de um Plano Diretor de Drenagem com proposição de medidas prioritárias, elaborado em comunhão com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. (Curto prazo).
• Recebimento direto das águas do Rio dos Sinos de Novo Hamburgo e Estância Velha e descarga em Sapucaia do Sul e Portão. (Curto prazo).
• Interfaces dos arroios Cerquinha, Gauchinho e Peão – Novo Hamburgo; Arroio Bopp - Portão; Arroio Kruze – Sapucaia do Sul. (Curto prazo).
• Obtenção de informações fidedignas referentes aos investimentos em manutenção, limpeza e desassoreamento do sistema, com SIG; (Médio prazo).
• Elaboração de um banco de projetos conforme hierarquia definida pelo Plano Diretor e viabilizar obtenção de recursos. (Longo prazo).
• Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão. (Curto prazo).
4.2.2 Controle da erosão do solo e assoreamento dos rios
• Elaborar Plano de Manejo das APPs e áreas verdes. (Médio prazo).
• Legislação prevendo manutenção da cobertura do solo na implantação de empreendimentos urbanos. (Médio prazo).
• Sistemas de cultivo mínimo, evitando-se a exposição do solo e reduzindo a erosão e o consequente assoreamento. (Médio prazo).
4.2.3 Padronização dos estudos e projetos
• Padronização dos estudos de planejamento para a drenagem urbana através da elaboração de um Caderno de Encargos para o Município de São Leopoldo - Obras em Vias Públicas, Drenagem Pluvial, Pavimentação e Sinalização. (Prazo Imediato).
• Elaboração de projetos executivos com base nas alternativas apontadas pelo Plano Diretor de Drenagem. (Longo prazo).
• Implantação de um banco de projetos na Prefeitura, objetivando a viabilização das informações de saneamento básico de forma integrada. (Médio prazo).
4.2.4 Adequação do planejamento, fiscalização e regulação
• Aparelhamento e capacitação da Coordenadoria de Drenagem Urbana (CDU) do SEMAE. (Prazo Imediato).
• Aparelhamento institucional para realização da fiscalização das obras e manutenção das condições planejadas pelos Planos Diretores de Drenagem e Desenvolvimento Urbano ao longo da vigência do Plano Municipal de Saneamento Básico. (Curto Prazo).
• Aprovação do Plano Diretor de Drenagem como Lei. (Médio prazo).
• Delegação dos serviços de regulação da prestação de serviços de drenagem. (Prazo Imediato).
• Elaboração de ferramenta de sensoriamento remoto e aplicativos de geoprocessamento visando a melhorar a fiscalização. (Longo prazo).
• Elaboração de legislação municipal visando à implantação de medidas de controle na fonte e redução de IPTU. (Longo prazo).
4.2.5 Ações preventivas contra inundações
• Aumento da fiscalização em termos de uso do solo nas APPs. (Prazo Imediato).
• Promover criação de restrições de uso e implementação de parques lineares e corredores ecológicos ao longo das APPs. (Médio prazo).
• Implementação de manutenção preventiva e sistema de alerta contra inundações.
(Longo prazo).
4.2.6 Plano de Educação Ambiental
• Ampliação dos Programas de Educação Ambiental existentes, com objetivo de aproximar a comunidade dos recursos hídricos e desenvolver a consciência, gerando ações que evitem o lançamento de resíduos na rede. (Prazo Imediato).
4.2.7 Sistema de proteção contra cheias
• Planejamento conjunto com Novo Hamburgo em áreas protegidas e compartilhadas visando à otimização de recursos financeiros, materiais e humanos. (Prazo Imediato).
O Quadro 2, apresentado na sequência resume as proposições de ações para universalização dos serviços de drenagem urbana e manejo das águas pluviais.
Quadro 2. Resumos das proposições visando à universalização dos serviços
Quesitos Problema Causas Objetivo Metas Prazos
Interface com Municípios Vizinhos pelo Rio dos
Sinos.
Recebimento direto do Rio dos Sinos Novo Hamburgo e
Estância Velha e descarga em Sapucaia dsubo Sul e
Portão.
Falta de planejamento na interface existente com os
municípios vizinhos que compartilham as mesmas
bacias de contribuição.
Garantir aderência dos investimentos a longo prazo
e viabilizar alternativas técnicas integradas.
Planejar de Maneira Integrada as Ações em
Recursos Hídricos, otimizando investimentos.
Médio.
Interface com Municípios Vizinhos por cursos d’água
internos.
Arroios Cerquinha, Gauchinho e Peão – Novo
Hamburgo; Arroio Bopp - Portão. Arroio Kruze –
Sapucaia do Sul.
Falta de planejamento na interface existente com os
municípios vizinhos que compartilham as mesmas
bacias de contribuição.
Otimizar recursos e viabilizar alternativas
técnicas integradas.
Planejar de Maneira Integrada as Ações em
Recursos Hídricos, otimizando investimentos.
Curto.
Planejamento do sistema de drenagem integrado
com urbanístico.
Implantação de obras de drenagem urbana sem o devido planejamento em termos de consideração da
ocupação efetiva atual e futura prevista pelo Plano
Diretor Urbanístico.
Falta de planejamento, execução e procedimentos para implementação e falta
de Plano Diretor de Drenagem.
Garantir aderência dos investimentos a longo prazo
em relação ao plano de ocupação futura previsto
pelo Plano Diretor Urbanístico.
Elaborar Planejamento em Drenagem Urbana vinculado
ao cenário futuro previsto pelo Plano Urbanístico.
Curto.
Interface com Novo Hamburgo em áreas sujeitas a enchentes.
Eventual perda de recursos pela falta de planejamento e
ações conjuntas de operação e manutenção do
sistema.
Compartilhamento do Sistema de Proteção Contra
Cheias do Rio dos Sinos com Novo Hamburgo.
Otimizar recursos e viabilizar alternativas
técnicas integradas.
Planejar de Maneira Integrada as Ações em
Recursos Hídricos, otimizando investimentos.
Imediato.
Planejamento do sistema de drenagem.
Desatualização e falta de padronização dos estudos
de planejamento para a Drenagem Urbana.
Descentralização das ações referentes a gestão, operação e manutenção da
drenagem urbana.
Padronizar os estudos e projetos referentes à gestão
das águas pluviais.
Elaborar Caderno de Encargos com normatização
e padronização dos produtos referentes a
projetos e obras de infraestrutura urbana.
Imediato.
Quesitos Problema Causas Objetivo Metas Prazos Ausência de Cadastro
topográfico e estrutural da Rede de Micro e Macrodrenagem.
Carência de obtenção de informações atualizadas e em tempo adequado sobre o
sistema de drenagem existente.
Inexistência de um cadastro topográfico informatizado da rede de drenagem existente,
com suporte de SIG.
Identificar a natureza e o estado de conservação do
sistema de drenagem existente.
Realizar o cadastro topográfico de 100% da
rede de micro e macrodrenagem.
Imediato.
Ausência de planejamento de drenagem integrado com
urbanístico.
Ações de manutenção e limpeza corretiva dos canais
sem uma análise estatística das intervenções.
Falta de registros em forma de banco de dados georreferenciado para
análise das ações freqüentes de manutenção
Obter informações fidedignas referentes aos
investimentos em manutenção, limpeza e
desassoreamento do sistema.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um
Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão.
Curto.
Ausência de um sistema de alerta e procedimento
operacional
Inexistência de sistema de alerta de cheias com ação
da Defesa Civil.
Planejamento incompleto de um sistema de alerta.
Aumentar a garantia e a segurança do sistema de
drenagem.
Reduzir o risco de acidentes através da implantação de um Sistema de Alerta contra
inundações.
Longo.
Risco de ocorrência de evento extremo de precipitação concomitante a elevação do Rio dos Sinos e
colapso do sistema de fornecimento de energia.
Inexistência de sistema de alerta de cheias com ação da Defesa Civil, e geradores
de energia.
Reduzir o risco de colapso do sistema pela falta de
energia elétrica.
Reduzir o risco de acidentes através da implantação de
um Sistema de Geração Autônoma de Energia.
Imediato.
Interface com o sistema de esgotamento sanitário.
Comprometimento da qualidade da água e das estruturas do sistema de
drenagem.
Existência de lançamentos de efluentes domésticos na
rede pluvial.
Melhorar a qualidade das águas pluviais.
Implantar o sistema de esgotamento tipo
"Separador Absoluto". Longo.
Interface com o sistema de coleta e tratamento de
resíduos sólidos.
Comprometimento da qualidade da água e das estruturas do sistema de
drenagem
Sobreposição de atribuições; Carência de equipamentos e pessoal.
Melhorar as condições de
trabalho. Aquisição de equipamento e
treinamento de pessoal. Médio.
Quesitos Problema Causas Objetivo Metas Prazos Desconhecimento do
volume de sedimentos e sua frequência nos canais de
macrodrenagem.
Ações corretivas de limpeza somente mediante demanda, sem registro em
banco de dados.
Obter informações fidedignas referentes aos
investimentos em manutenção, limpeza e
desassoreamento do sistema.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um
Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão.
Curto.
Lançamento de resíduos sólidos diretamente na rede
de canais.
Falta de uma consciência adequada referente ao lançamento de resíduos na
rede.
Melhorar a qualidade das águas pluviais.
Incrementar o programa de Educação Ambiental
existente. Imediato.
Assoreamento dos canais de macrodrenagem com sedimentos, areia e lodo.
Áreas com solo desprotegido gerando erosão e carreamento de sedimentos e ligações de esgoto na rede pluvial.
Melhorar a qualidade das águas pluviais.
Elaborar Plano de Manejo das APPs e áreas verdes;
Legislação prevendo manutenção da cobertura do
solo.
Longo.
Aumento da densidade na área urbana.
Falta de fiscalização das taxas de ocupação dos
imóveis em relação ao zoneamento proposto.
Falta de instrumento legal que faça a associação entre
o planejamento urbano e a drenagem.
Evitar a sobrecarga do sistema de drenagem
existente.
Elaboração de Ferramenta de Sensoriamento Remoto e
aplicativos de Geoprocessamento visando
melhorar a Fiscalização.
Longo.
Falta de interesse da população no cumprimento das proposições restritivas quanto a taxa de ocupação
do imóvel.
Ausência de incentivo as prática sustentáveis na área
urbana.
Incentivar a implantação de medidas individuais e locais de controle da vazão na
fonte.
Elaboração de legislação municipal visando implantação de medidas de controle na fonte e redução
de IPTU.
Longo.
Alagamentos
Áreas com médio e alto risco de inundação estão localizadas nos bairros Rio
dos Sinos, Feitoria e Pinheiro.
Estrutura de drenagem comprometida pelo uso prolongado, presença de assoreamento. Carência de microdrenagem superficial e
subterrânea.
Melhorar as condições de escoamento do sistema
existente
Elaborar Plano de Drenagem Urbana e detalhamento de projetos
para as áreas críticas.
Curto.
Quesitos Problema Causas Objetivo Metas Prazos Problemas pontuais de
alagamentos.
Estrutura de drenagem comprometida pelo uso
prolongado.
Melhorar as condições de escoamento do sistema
existente.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana e detalhamento de projetos.
Curto.
Áreas ocupadas por habitações subnormais,
irregulares com infraestrutura precária.
Habitações subnormais e em situação de precariedade. Falta de
regularização dos loteamentos, desmembramentos e edificações em situação
irregular.
Ocupação urbana desordenada e falta de investimentos planejados.
Melhorar a qualidade de vida da comunidade e reduzir a ocorrência de
inundações e deslizamentos.
Implantação do PLHIS e integração com o Plano
Diretor de Drenagem. Longo.
Áreas sujeitas a inundações.
Problemas estruturais e de revestimento dos canais de
macrodrenagem.
Desgaste natural e comprometimento estrutural
dos canais e pontes existentes.
Melhorar as condições estruturais do sistema
existente.
Cadastro estrutural das obras de arte, canais, travessias existentes e elaboração de projeto.
Imediato.
Fiscalização e Regulação da Drenagem Urbana.
Inexistência de um parâmetro de eficiência e
eficácia na prestação de serviços de drenagem
urbana.
Falta de regulação do setor de drenagem urbana.
Atender a legislação e viabilizar a regulação dos
serviços de gestão das águas pluviais.
Definir a regulação dos serviços de gestão das
águas pluviais. Imediato.
Existência de Estudos e Projetos sem devido planejamento integrado.
Perda de investimentos e implantação de estruturas
desalinhadas do planejamento integrado das
bacias.
Estudos e projetos desconexos resolvem problemas pontuais. Falta planejamento integrado das
bacias.
Otimizar recursos e viabilizar alternativas
técnicas integradas.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um
Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão.
Curto.
Áreas sujeitas a inundações protegidas por Pôlders.
Perda da capacidade de escoamento por esclerose
do sistema de drenagem.
Aumento da demanda por manutenção do sistema.
Falta de monitoramento da quantidade de sedimentos, lodos e resíduos sólidos depositados no sistema.
Obter informações fidedignas referentes aos
investimentos em manutenção, limpeza e
desassoreamento do sistema.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um
Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão.
Curto.
Quesitos Problema Causas Objetivo Metas Prazos Obras em andamento
Perda de investimentos e implantação de obras
desalinhadas do planejamento integrado.
Geração de perda de receita, potencializando prejuízos pela ocorrência de
inundações.
Otimizar a aplicação de recursos com base em planejamento integrado de
longo prazo.
Elaborar Plano de Drenagem Urbana tendo um
Sistema de Informações Geográficas como ferramenta de gestão.
Curto.
Sistema de Proteção Contra Cheias operando
satisfatoriamente.
Eventual colapso em regime de falta de energia. Risco pela falta de manutenção preventiva das Comportas
tipo Flap.
Ausência de equipamento gerador de energia.
Comportas tipo Flap exige manutenção especial
periódica.
Aumentar a garantia e a segurança do sistema de
proteção contra cheias.
Implantação de um Sistema de Geração Autônoma de
Energia e manutenção periódica do sistema de
comportas.
Imediato.
Projetos
Falta de banco de projetos que contemplem estudo integrado das bacias de
drenagem.
Ausência de Plano Diretor de Drenagem e Carência de
Projetos Existentes.
Fornecer informações detalhadas quanto aos investimentos necessários
para universalização dos serviços de drenagem.
Elaboração de projetos executivos com base nas alternativas apontadas pelo Plano Diretor de Drenagem.
Longo.
Erosão e Deslizamentos
Ocorrência de erosão pontual nas bacias dos arroios Kruze, João Corrêa,
Cerquinha, Bopp/Portão, Manteiga, Sem Nome, Peão
e Gauchinho.
Ocupação urbana em áreas subnormais, com falta de
infraestrutura.
Aumentar a garantia e a segurança do sistema contra ocorrência de erosão
e deslizamentos.
Implantação do PLHIS e integração com medidas de
controle de erosão e deslizamentos.
Longo.
Elaborado por Concremat, 2014.
17 4.3 Alternativas para gestão dos serviços
Nos termos da Lei nº 11.445/2007, as funções de gestão dos serviços de saneamento básico envolvem o planejamento, a prestação e a regulação e fiscalização, devendo-se assegurar o controle social de todas as funções. Na sequência são apresentadas algumas alternativas para a gestão.
4.3.1 Alternativas para o planejamento
A atividade de planejar os serviços, nos termos da legislação dos serviços de saneamento básico - a Lei nº 11.445, de 05/01/2007, ainda não existe no contexto local da prestação dos serviços. O município vem tomando conhecimento desta obrigatoriedade no processo de elaboração, aprovação e internalização do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB ora em curso.
Para o município o exercício do planejamento se dará pela concretização do PMSB em acordo com a citada lei. Papéis relevantes deverão ter os órgãos municipais, em apoio e sendo apoiados pelo ente regulador, no acompanhamento das metas e aplicações dos recursos previstos. Também caberá ao município instrumentar as informações necessárias para as revisões do Plano, previstas legalmente, atualizando elementos como:
• As inovações da legislação e do planejamento da expansão urbana, incluindo os novos dados cadastrais imobiliários e os mapeamentos atualizados, os quais são importantes no auxílio da avaliação das metas de cobertura dos serviços;
• O acompanhamento dos investimentos previstos, inclusive o suporte político na obtenção de recursos financeiros complementares que visem a acelerar o alcance das metas propostas pelo PMSB e a serem concretizadas pelo prestador.
O fato do planejamento se constituir em atividade indelegável, no contexto da Lei nº 11.445, a qual obrigatoriamente o Município deve exercer de forma plena, não significa que não possa haver alternativas para este exercício. As possíveis formas alternativas de planejamento estão no Quadro 3.
Quadro 3. Alternativas institucionais para o planejamento.
ENTE MUNICIPAL
Tipo de Ente Status Constituição Básica Condicionantes
Grupo Executivo Permanente. A ser criado.
Formado por funcionários de atividades afins.
Controle direto.
Baixo aporte técnico.
Sem custo adicional.
ENTE REGIONAL (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL)
Tipo de ente Status Constituição Básica Condicionantes OPÇÃO A
Consórcio de Planejamento
Independente. A ser criado.
Formado por representantes dos executivos municipais.
Controle indireto.
Médio aporte técnico.
Articulação trabalhosa.
Ganho de escala.
OPÇÃO B
Consórcio Existente (pode se inserir nas atividades
do Consórcio Pró-Sinos).
Em funcionamento
Formado por representantes dos executivos municipais.
Controle direto.
Alto aporte técnico.
Sem custo adicional.
Ganho de escala.
ENTE ESTADUAL (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL)
Tipo de ente Status Constituição Básica Condicionantes
Consórcio de Planejamento (pode estar acoplado ao
consórcio de regulação). A ser criado.
Formado por representantes dos executivos municipais.
Controle indireto.
Alto aporte técnico.
Ganho de escala.
Articulação trabalhosa.
Elaborado por Concremat, 2014.
Em resumo, entre as condicionantes listadas acima, pode-se acrescentar:
• O município de São Leopoldo apresenta o SEMAE - Serviço Municipal de Água e Esgotos. Instituído através da Lei nº 1.648, de 30 de dezembro de 1971, possui personalidade jurídica própria, é dotado de autonomia financeira, econômica e administrativa, de acordo com a legislação municipal. Oferece abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, e operação do sistema de macro e microdrenagem.
• O ente municipal não exige a criação de órgão ou autarquia, bastando ter um caráter colegiado permanente, como grupo de trabalho ou comitê técnico, ambos podendo ser criados por portaria do executivo municipal.
• O ente consorciado, quando necessita ser criado, deve cumprir os requisitos da Lei nº 11.107/2005, chamada lei da gestão associada ou dos consórcios, e que exige um ritual complexo.
19 4.3.2 Alternativas para a regulação e fiscalização dos serviços
As atividades de regulação podem ser resumidas como aquelas que monitoram o contrato de prestação dos serviços em dois aspectos:
• Regulação econômica: inclui o controle dos custos (contabilidade regulatória), a verificação da eficiência e da modicidade tarifária (quando existente), a limitação ao abuso econômico, bem como a garantia do equilíbrio econômico do contrato (quando existente).
• Regulação da qualidade: inclui a verificação da qualidade dos produtos ou serviços ofertados (continuidade e regularidade) e da qualidade do atendimento ao usuário (conformidade de prazos dos serviços, índices de satisfação).
Mais especificamente, a Lei nº 11.445/07 define como objetivo da regulação:
• Estabelecer normas e padrões de qualidade dos serviços.
• Prevenir e reprimir o abuso do poder econômico.
• Definir tarifas que assegurem o equilíbrio do contrato, cuidando para a modicidade tarifária, a eficiência e eficácia dos serviços e a apropriação social dos ganhos de produtividade do prestador (quando existente).
Em termos de drenagem urbana o diagnóstico realizado não identificou nenhuma atividade regulatória hoje exercida.
A fiscalização de projetos bem como o acompanhamento das obras que envolvam drenagem pluvial e sua aprovação no município estão a cargo da Secretaria Municipal de Obras e Viação.
Identificam-se atuações sobrepostas entre alguns órgãos municipais, seja SEMAE, Secretaria de Obras e Viação, Secretaria de Serviços Públicos e Secretaria de Meio Ambiente, no que tange à operação, manutenção e implantação de novas obras de drenagem urbana.
A regulação é um ato que nos termos da Lei nº 11.445/2007 o município pode exercer diretamente ou delegar, e este exercício deve atender aos princípios:
• Independência decisória, autonomia administrativa, orçamentária e financeira.
• Transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade de decisões.
Já a fiscalização dos serviços é atividade inerente à regulação e, no aspecto de qualidade dos serviços, em alguns pontos se confundem. A regulação e fiscalização ampla dos serviços é um dado novo para o município e a análise das alternativas que possam ser oferecidas para o exercício destas atividades merece algumas considerações cuidadosas.
Para tanto, é válido lembrar a complexidade do conhecimento técnico em que se insere esta atividade:
• Regulação econômica: exige a especialização em contabilidade regulatória, a capacidade de análise dos dados de receitas, despesas e investimentos, a análise da rentabilidade dos serviços e dos contornos de equilíbrio do contrato estipulado, incluindo aí, a definição precisa das revisões e ajuste contratuais necessários.
• Regulação de qualidade: exige especialização para aferição das metas, investimentos e seus benefícios, a fiscalização da qualidade dos produtos, dos
serviços e do atendimento aos usuários, expressa muitas vezes em indicadores que demandam ferramentas e logística adequadas.
Os princípios e objetivos colocados na lei mostram ainda que o regulador deva ser entidade técnica autárquica (para responder pela tecnicidade e autonomia) e ter capacidade que permita cumprir suas funções legais.
No caso do estado do Rio Grande do Sul existe a AGERGS - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, autarquia criada em 09 de janeiro de 1997 na forma da Lei n°10.931.
A Agência desenvolve suas atividades, atuando nas áreas de saneamento, energia elétrica, polos de concessões rodoviárias, hidrovias, irrigação, transportes intermunicipais de passageiros e estações rodoviárias. Não realiza regulação para o tema drenagem urbana e manejo das águas pluviais.
O Quadro 4 sintetiza os modelos alternativos de regulação e fiscalização.
Quadro 4. Alternativas institucionais para a regulação e fiscalização.
ENTE MUNICIPAL
Tipo de ente Status Constituição Básica Condicionantes
Agencia Reguladora
Municipal. A ser criada por lei.
Corpo técnico permanente, conselho participativo, convênios de
apoio técnico.
Controle direto.
Custo local elevado.
Risco alto de assimetria.
Risco alto de captura.
ENTE REGIONAL (CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL)
Tipo de ente Status Constituição Básica Condicionantes OPÇÃO A
Consórcio Regional de
Regulação. A ser criado. Consórcio formado por representantes dos Executivos Municipais.
Controle indireto.
Ganho de escala.
Risco médio de assimetria.
Articulação trabalhosa.
21 OPÇÃO B
Consórcio existente (pode se inserir nas atividades do
Consórcio Pró-Sinos).
Em funcionamento.
Formado por representantes dos executivos municipais.
Controle indireto.
Ganho de escala.
Risco médio de assimetria.
Articulação trabalhosa.
ENTE ESTADUAL
Tipo de ente Status Constituição Básica Condicionantes AGENCIA ESTADUAL
Autarquia estadual de regulação. (Adaptação da
AGERGS para regular drenagem urbana)
Em funcionamento.
Formado por funcionários estaduais de atividades
afins.
Controle delegado.
Ganho de escala.
Risco baixo de assimetria.
Risco alto de captura.
Elaborado por Concremat, 2014.
4.3.3 Alternativas para o controle social dos serviços
Considerando o contexto legal da atual prestação dos serviços, pode-se afirmar que os mecanismos de controle social são inexistentes na atual prestação dos serviços. Este é um tema que a própria Lei nº 11.445/2007 estabeleceu poucos parâmetros de exigência e condução de sua institucionalização. Vale lembrar que no Decreto2 que permitiu a extensão dos prazos de obrigatoriedade de elaboração do PMSB para 31 de dezembro de 2015 ficou mantida a data de 31 de dezembro de 2014 “àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que não instituírem, por meio de legislação específica, o controle social realizado por órgão colegiado3”.
O que se tem, todavia, são as experiências já em curso em alguns locais que apontam caminhos, e que se concentram no modelo de controle via conselhos participativos onde a sociedade se faz representar.
O controle social é a garantia de validação de todo o sistema de planejamento e regulação em que se inserem os serviços. A validação de que se fala é o acompanhamento pela sociedade do cumprimento das metas e regras contratuais de que especifica o PMSB.
Em algumas situações os mecanismos de participação da sociedade no saneamento básico tem se dado por conselhos próprios do tema ou ainda em conselhos de temas urbanos mais amplos, como o da Cidade ou de Urbanismo.
2 Decreto nº 8.211, de 21 de março de 2014.
3 § 6º do artigo 26.
Qualquer que seja a modalidade existente ou a criar, o importante é fazer com que estes entes possam estar inseridos ou manter vínculos com os entes institucionais dos serviços, como o de planejamento ou de regulação. As alternativas são apresentadas no Quadro 5.
Quadro 5. Alternativas institucionais para o controle social.
NO ÂMBITO MUNICIPAL
Tipo de ente Condicionantes
Opção A - Vinculado à regulação municipal
Conselho Consultivo. Decisão direta do munícipe.
Controle social de alta eficácia.
Opção B - Vinculado ao planejamento municipal
Conselho Consultivo ou Decisão direta do munícipe.
Deliberativo. Controle social de média eficácia.
Elaborado por Concremat, 2014.
4.3.4 Alternativas para a prestação dos serviços
As questões institucionais referentes à drenagem urbana e manejo das águas pluviais em São Leopoldo são de atribuição do SEMAE – Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo, criado através da Lei nº 1.648 de 30 de dezembro de 1971.
O organograma do SEMAE apresenta no topo a Direção Geral e na sequência as seis coordenadorias. São elas:
• Coordenadoria de Planejamento, Qualidade e Ambiental.
• Coordenadoria de Administração.
• Coordenadoria Comercial e de Finanças.
• Coordenadoria de Operação.
• Coordenadoria de Manutenção.
• Coordenadoria de Drenagem Urbana e Esgotos.
Identifica-se a necessidade do aparelhamento da estrutura institucional existente, em termos de recursos próprios, humanos e financeiros para solucionar os problemas da drenagem em termos de operação do sistema, sobretudo porque constitui um serviço isento de taxas/tarifas.
A abordagem em relação à prestação de serviços do sistema de drenagem pode ser realizada em função da espacialização das demandas e suas prioridades.
23 Em função destas condicionantes é que se apresentam as alternativas constantes do Quadro 6, onde são apontados os aspectos negativos e positivos de cada uma.
Quadro 6. Alternativas institucionais para a prestação de serviços de manejo das águas pluviais.
ESTRUTURAÇÃO INSTITUCIONAL BÁSICA
Situação Condicionantes Aspectos *
Aparelhamento da Coordenadoria de Drenagem Urbana e Esgotos, com aquisição de equipamentos e
capacitação de pessoal.
Viabilidade conforme Lei de Responsabilidade
Fiscal.
+ Melhoria da capacidade de gestão.
+ Centralização das ações de planejamento.
Na égide da Lei nº 11.445 Regulação.
+ Conformidade em relação à legislação.
+ Convergência das ações propostas para a Bacia Hidrográfica.
Adaptação das ações do Consórcio Intermunicipal, com
aquisição de equipamentos e capacitação de pessoal.
Viabilidade regional em função dos problemas
comuns.
+ Otimização de custos.
- Necessidade de compartilhar equipamentos.
Elaborado por Concremat, 2014.
SERVIÇOS COM RECURSOS PRÓPRIOS
Situação Condicionantes Aspectos
Operação e manutenção do sistema na área urbana e núcleos.
Sistema implantado e disponibilidade de recursos humanos e
equipamentos.
+ Agilidade no atendimento às urgências.
- Limitação técnica e financeira das ações aos recursos disponíveis no
município.
SERVIÇOS EM CONSÓRCIO
Situação Condicionantes Aspectos
Operação e manutenção do sistema na área urbana, rural e
núcleos.
Operacionalização do sistema em consórcio.
- Menor agilidade no atendimento às urgências;
+ Maior possibilidade de contratação técnica especializada.
OBRAS COM RECURSOS OBTIDOS PELO MUNICÍPIO
Fiscalização pela Secretaria Municipal de Obras e Viação.
Capacidade de obtenção de recursos pelo
município.
- Menor capacidade de obtenção de recursos.
+ Maior agilidade na contratação do serviço.
+ Adequado para problemas de abrangência local.
OBRAS COM RECURSOS OBTIDOS PELO CONSÓRCIO
Fiscalização pela Agência Reguladora.
Viabilidade regional em função dos problemas
comuns.
+ Maior capacidade de obtenção de recursos pelo município.
+ Adequado para problemas de abrangência regional.
*Obs.: Na coluna “Aspectos” os sinais “+” e “-“ indicam aspectos positivos e negativos, respectivamente.
Elaborado por Concremat, 2014.
A análise da estruturação institucional aponta para uma alternativa combinada, onde os problemas locais devam ser atendidos por uma estrutura própria da municipalidade, sendo em contrapartida, os problemas de âmbito regional, melhor resolvidos com base em estrutura composta em termos de consórcio.
Assim a Prefeitura poderia assumir atividades como:
• Planejamento, projetos, obras, operação e manutenção de redes de microdrenagem e macrodrenagem de âmbito local.
• Fiscalização das obras e projetos de âmbito local (bacias de contribuição que estejam inseridas na área urbana).
O Consórcio faria a gestão e o controle do:
• Planejamento, projetos, obras, operação e manutenção de redes de macrodrenagem cujas bacias de contribuição transcendessem o limite do município, apresentando caráter regional.
• Fiscalização das obras e projetos de âmbito regional (bacia de contribuição de considerável significância em termos de área da bacia hidrográfica em questão) com participação efetiva do comitê da bacia na qual esteja inserida.