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Academic year: 2021

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TIPOS DE TRIBUTOS

ETAPA 1

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Autor

Fabiana Tramontin Bonho

Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres

Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI

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TIPOS DE TRIBUTOS

ETAPA 1

1 INTRODUÇÃO

Os tributos são valores que terão de ser pagos para o poder público resultantes da ocorrência de um fato gerador que os torna obrigatórios. Sendo assim, todos têm caráter obrigatório. Os recursos obtidos com a arrecadação dos tributos são destinados para que os entes, como município, estado e a União, possam custear as despesas com a sociedade.

Todos os tributos estão constituídos em lei, a qual prevê a sua finalidade, os contribuintes, as alíquotas, dentre outros elementos. Existem algumas espécies de tributos, como: impostos, taxas, contribuições e o empréstimos compulsórios, sendo que eles têm competência diferentes, alguns são de competência dos municípios, outros dos estados e outros da União.

A partir de agora, estudaremos os tributos de competência dos municípios, dos estados e da União, assim como abordaremos a diferença entre os tributos cumulativos e os não cumulativos.

2 TIPOS DE TRIBUTOS

Tributo é uma obrigação a pagar, isto é, uma prestação em dinheiro obrigatória, que é estabelecida por lei, tendo como principal característica que sempre será devido a um ente público. O objetivo da sua arrecadação é obter recursos financeiros para o Estado realizar suas atividades, devendo ser pago em moeda nacional. Além disso, será cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

A seguir, estudaremos os tributos de acordo com suas competências, se eles são regidos pela esfera municipal, estadual ou federal, assim como diferenciar os cumulativos e não cumulativos.

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2.1 TRIBUTOS MUNICIPAIS

Os impostos de competência dos municípios são: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial e o Imposto de Transmissão Inter Vivo de Bens Imóveis (ITBI). Eles são arrecadados como fonte de recursos financeiros e com estes valores o município poderá cumprir com as suas obrigações perante a sociedade.

2.1.1 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISQN)

É considerado hoje o principal tributo na arrecadação de recursos para os municípios de médio e grande porte, isso porque nesses municípios o índice de urbanização é maior. Esse imposto deve ser pago no município onde é realizado o serviço e não no local onde é nomeada a sede da empresa.

Hack (2017) destaca que se procura evitar que municípios menores próximos a grandes cidades, em que a alíquota é geralmente 5%, reduzam as alíquotas como forma de atrair mais empresas, que teriam sua sede formal nesses municípios, mas prestariam seus serviços onde quisessem.

2.1.2 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial (IPTU)

Este tributo tem incidência sobre as propriedades, de qualquer tipo de imóvel, isto é, comercial ou residencial, porém deverão estar situados na zona urbana dos municípios.

Terá como base de cálculo o valor de mercado do bem, o qual é estabelecido pelos municípios, e estes levarão em conta elementos como o tamanho do terreno, a área construída e não construída, localização, dentre outros fatores. Após essa avaliação, é realizada uma multiplicação pela alíquota que é determinada por cada município, e o resultado desse cálculo irá gerar o valor final a ser pago, este valor poderá ser pago antecipadamente com desconto ou, se o proprietário preferir, poderá ser parcelado.

2.1.3 Imposto de Transmissão Inter Vivo de Bens Imóveis (ITBI)

O ITBI é um tributo cobrado sobre a transmissão onerosa dos bens imóveis, excluindo casos de causas mortis.

Sua cobrança será realizada pela alíquota do município, pois pode variar de acordo com cada um, e incidirá no valor do imóvel de mercado, tendo, dessa forma, a mesma base de incidência do IPTU.

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Hack (2017) relata que a transmissão deve ser necessariamente entre pessoas vivas e onerosa, o qual irá envolver prestações em dinheiro ou bens de negócio, caso ocorra doação, isto é, transmissão não onerosa ou herança, incide o ITCMD que é de competência dos estados, que estudaremos na próxima seção.

2.2 TRIBUTOS ESTADUAIS

Abordaremos, a partir de agora, os tributos de competência dos estados.

Destacando que o tributo que mais arrecada no país hoje é o ICMS, porém fazem parte desta esfera também o IPVA e o ITCMD.

2.2.1 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS)

O ICMS é um tributo instituído em todo território nacional. Porém, cada estado poderá fazer alterações na tabela de valores a serem tributados por conta própria. Sua incidência ocorre nos mais diversificados tipos de serviços prestados no país, como, por exemplo, nas telecomunicações, prestações de serviços, transportes interestaduais e intermunicipais, assim como nos serviços de importação, alimentos, eletrodomésticos, veículos, vestuários, entre outros serviços.

As empresas devem ser inscritas e cadastradas na Secretária de Estado da Fazenda, pois o contribuinte é somente as pessoas jurídicas, sendo obrigatório esse cadastrado antes do início das atividades de qualquer empresa.

De acordo com Hack (2017), o ICMS é o tributo mais complexo do siste- ma tributário brasileiro pois, como citamos anteriormente, cada estado possui a competência para instituir o valor da alíquota, o que resulta na existência de 27 diferentes legislações do tributo em todos o país, isto é, 26 estados mais o Distrito Federal. Além da Constituição Federal, que é a lei máxima, existem uma variedade de leis e procedimentos relacionados a este tributo.

O autor destaca que “usualmente o ICMS é utilizado para a chamada ‘guerra fiscal dos estados’, com a concessão de isenções, parcelamentos, morató- rias e toda sorte de variações que possamos imaginar” (HACK, 2017, p. 346).

2.2.2 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

Este tributo tem sua incidência sobre a propriedade de veículos automotores, onde inclui carros, caminhões, motos, ônibus, dentre outros.

A alíquota deste tributo é diferente de Estado para Estado, e incide sobre

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o valor do veículo registrado na tabela FIPE, por isso os carros mais novos terão o valor do IPVA mais alto.

Deverá ser pago anualmente, podendo ser pago em parcela única ou em até três prestações, a escolha fica a critério do contribuinte. Sendo que o responsável pelo recolhimento do IPVA é o proprietário do veículo, isto é, aquele que possui o registro do veículo.

Carneiro (2019) destaca que devido à função da previsão constitucional que permite ter o IPVA alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo, poderá ele assumir a função extrafiscal. Sendo que a fixação de alíquotas diferenciadas se dá em função do combustível utilizado, isso para incentivar o uso do gás natural.

Lembrando que este tributo é chamado de permanente, devido ao fato de nunca se extinguir, isto é, enquanto o veículo existir incidirá o tributo. Sua incidência é anual, tendo como fato gerador o seu início em 1° de janeiro de cada ano e possui validade para todo o ano. Quanto aos veículos novos, o IPVA é devido de acordo com a quantidade de meses restantes do ano.

E nos casos de baixa do veículo devido a sinistros é permitido solicitar o reembolso do valor correspondente aos meses restantes faltantes para que se complete o ano.

2.2.3 Imposto sobre a Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD)

Este tributo de competência dos estados tem como finalidade incidir sobre o recebimento de heranças, quando for causa mortis ou de doações, nas relações intervivos.

Carneiro (2019) comenta que o artigo 42 do CTN dispõe que a lei do ente tributante poderá escolher qualquer uma das partes na operação tributada.

Assim, podemos dizer que o sujeito passivo do ITCMD poderá ser qualquer uma das partes na operação realizada, competindo à lei ordinária estadual elegê-lo. Contudo, as leis estaduais normalmente estabelecem que o sujeito passivo será:

a) na hipótese da causa mortis, o herdeiro ou legatário;

b) na hipótese de doação, o donatário;

c) no caso de fideicomisso, o fiduciário;

d) na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso, o cessionário.

Este tributo tem como base de cálculo apurado pelo Estado o valor real dos bens ou direitos transmitidos para a época da abertura de sucessão, sendo

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que o valor real é o valor que o bem alcança no mercado e, tratando-se de bens imóveis, não poderá ser inferior a base de cálculo do IPTU e do ITR.

2.3 TRIBUTOS FEDERAIS

Abordaremos nesta seção os tributos federais. Você, aluno, perceberá que a grande maioria dos tributos estão nesta esfera. O tributo mais conhecido de competência da união é o imposto de renda, aquele que incide sobre a renda e os proventos de qualquer natureza.

2.3.1 Imposto sobre Rendas e Proventos de Qualquer Natureza (IR)

Este tributo como função principal fiscal, isto é, sua arrecadação é destinada aos cofres públicos da União. É exigido tanto das pessoas físicas quanto jurídicas, inclusive as que residem ou tem domicílio no exterior.

Shingaki (2016, p. 37) comenta que o fato gerador deste tributo é “a disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital e do trabalho ou ambos, e os proventos de qualquer natureza, assim entendidos todos os acréscimos patrimoniais não definidos como renda”.

A incidência do tributo não depende de “(i) denominação de rendimentos;

(ii) localização; (iii) condição jurídica da fonte pagadora; (iv) ter sido recebido em moeda corrente ou bens” (SHINGAKI, 2016, p. 37).

Ambas as tabelas de faixas de tributação e as alíquotas, para pessoa física e jurídica, são definidas pelo governo federal, podendo ser corrigidas anualmente. A entrega da antiga DIPJ (declaração de informações econômico- fiscais da pessoa jurídica) que foi substituída a partir de 2014 pela ECF (escrituração contábil fiscal) assim como a DIPF (declaração de imposto de renda da pessoa física) sempre foram e serão referentes ao ano base anterior, conforme é demonstrado na Figura 1:

FIGURA 1 – ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DA ENTREGA DO IMPOSTO DE RENDA

FONTE: Carneiro (2019, p. 405)

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2.3.2 Imposto de Importação (II)

Este tributo é de competência da união, sua incidência ocorre sobre os produtos comprados fora, em território estrangeiro. Tem como função principal extrafiscal, na qual sua finalidade é ser utilizado como barreira alfandegaria, protegendo a indústria nacional da entrada de produtos que possam pôr em risco sua manutenção. Quando se trata de produtos que o país quer desestimular ou barrar a importação terão suas alíquotas mais elevadas (HACK, 2017).

De acordo com Shingaki (2016), o contribuinte do tributo é o importador, ou quem a ele a lei equiparar, podendo ser em alguns casos, o contribuinte o arrematador. Como exemplo temos: uma fábrica de confecções importou 100 peças por R$ 40.000,00, já incluindo o frete e seguro, sendo de 18% a alíquota do II, assim contabiliza-se:

D – Estoque/matéria-prima (ativo) – R$ 7.200,00 C – Caixa R$ (ativo) R$ 7.200,00

Assim, o registro contábil do imposto de importação pago compõe o custo da matéria-prima, pois o imposto não será recuperado pela empresa em operação posterior.

Existem alguns órgãos e terminologias importantes e estão correlacionados tanto com o Imposto de importação assim como o de exportação, que estudaremos em seguida, conforme Carneiro (2019), são eles:

• CAMEX: tem como função de definir diretrizes, bem como coordenar e orientar ações dos órgãos do governo que possuam competências na área de comércio exterior.

• SISCOMEX: um sistema informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.

• SISCOSERV: sistema que permite o aprimoramento das ações de estímulo, formulação, acompanhamento e aferição das políticas públicas relacionadas a serviços e intangíveis bem como para a orientação de estratégias empresariais de comércio exterior de serviços e intangíveis.

• SECEX: esta secretaria tem como função normatizar, supervisionar, orientar, planejar, controlar e avaliar as atividades de comércio exterior.

• GATT: é um organismo internacional que produz normas e decisões impactantes no comércio internacional e nos impostos sobre o comércio exterior.

• INCOTERMS: tem como objetivo definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador, estabelecendo um conjunto-padrão de definições e determinando regras e práticas neutras.

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Dessa forma, este tributo faz parte do território aduaneiro, o qual compreende todo o território nacional relacionado em todas as questões que se referem ao regime comum de importação e de exportação de mercadorias e que ocorre o pagamento de tributos.

Conforme Carneiro (2019, p. 359), o governo criou mecanismos que permitem a entrada ou a saída de mercadorias do território aduaneiro com suspensão ou isenção de tributos, devido à dinâmica do comércio exterior e para atender a algumas peculiaridades. Nas quais ele destaca os regimes aduaneiros especiais que são chamados por não se adequarem à regra geral do regime comum de importação e de exportação, no qual pode-se conceituar o Regime Aduaneiro como “como o tratamento tributário dado a uma mercadoria que venha a servir como objeto de controle de importação e exportação, sujeitando-se ao ordenamento positivo do país”. Destacando também que o:

Art. 71 do Decreto-Lei n. 37/66: “Poderá ser concedida suspensão do imposto incidente na importação de mercadoria despachada sob regime aduaneiro especial, na forma e nas condições previstas em regulamento, por prazo não superior a 1 (um) ano, ressalvado o disposto no § 3o deste artigo” (Decreto- Lei n° 2.472/88) (CARNEIRO, 2019, p. 359).

Outro regime destacado pelo autor é o Regimes Aduaneiros Atípicos:

que possui a finalidade de atender a determinadas situações econômicas peculiares, de polos regionais e de certos setores ligados ao comércio exterior. Podemos citar como exemplos: Loja Franca, Depósito Especial Alfandegado (DEA), Depósito Afiançado (DAF), Depósito Franco e Depósito Alfandegado Certificado (DAC).

Vale ressaltar dentro do imposto de importação a alteração do Decreto- lei n° 1.804/80 o qual tratava da tributação simplificada das remessas postais internacionais, sendo que as remessas até 100 dólares eram totalmente isentas do II quando destinado as pessoas físicas. Porém, em 2019, com o recurso especial ficou estabelecido que poderá ser cobrado imposto para a pessoa física dos produtos com valores maiores que 50 dólares.

2.3.3 Imposto de Exportação (IE)

A incidência deste tributo ocorre sobre a exportação de produtos nacionais, isto é, na saída dos produtos do território nacional. Tem sua função extrafiscal, pois é utilizado para ajudar a regular a balança comercial do Brasil.

Carneiro (2019, p. 381) destaca as principais características do imposto de exportação:

• Extrafiscal: serve como um controle na economia, com a função de regular a balança comercial.

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• Real: incide em razão da coisa, isto é, o objeto de tributação.

• Não vinculado: sua obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.

• Direto: não permite o repasse do encargo financeiro do tributo.

• Proporcional: o valor final cresce proporcionalmente ao valor do bem ou serviço objeto de tributação.

• Exceção à legalidade tributária: o Presidente da República pode delegar aos seus ministros e auxiliares a alteração das alíquotas, pois não há necessidade de lei.

• Exceção à anterioridade: poderá ser cobrado de imediato.

Dessa forma, o imposto de exportação como tem a finalidade de regular a balança comercial, poderá influenciar no controle da inflação, assim como na oferta de determinados produtos.

2.3.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

É considerado um tributo seletivo, em razão da essencialidade dos produtos, sua incidência ocorre mais fortemente em produtos considerados de luxos, supérfluos, e tem pouca incidência nos produtos considerados essenciais. É um tributo não cumulativo, isto é, o valor do imposto pago na operação anterior é utilizado de crédito para o pagamento do imposto na operação seguinte. Essa não cumulatividade tem como objetivo evitar que o tributo seja cobrado “em cascata”, ou seja, que o tributo da operação final utilize como base de cálculo o valor do próprio tributo nas operações anteriores, as quais são incorporadas ao custo do produto final sobre o qual incide o tributo (HACK, 2017).

Shingaki (2016, p. 40) relata que são obrigados ao pagamento do IPI como contribuinte:

• O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.

• O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar e seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar.

• O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem e quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar.

Hack (2017, p. 343) dá um exemplo de como ocorre o cálculo deste tributo, o IPI, considerando que a alíquota é de 10% sobre o valor da venda do produto.

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Um fabricante de pneus vende seus produtos para uma montadora de automóveis para a montagem de um carro. O valor que a montadora paga pelos pneus para um carro é de R$ 1.000,00. Logo, terá que pagar de tributo 10%, ou seja, R$ 100,00. O custo do pneu, então, é de R$ 1.100,00. A montadora reúne as peças e monta o carro, que será vendido ao consumidor por R$ 10.000,00. A montadora teria que pagar de tributo mais R$ 1.000,00.

Entretanto, em decorrência da não cumulatividade, ela pode se creditar do valor do tributo pago sobre o pneu e abater do valor do imposto a pagar na venda do carro. Então, no valor do tributo sobre o carro de R$ 1.000,00, aplica-se o crédito de R$ 100,00 da operação anterior, sendo IPI devido apenas R$ 900,00. Se a não cumulatividade não existisse, esse carro de R$

10.000,00 seria tributado no total, em R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 do carro mais R$ 100,00 do pneu.

Segundo Shingaki (2016), para a incidência do IPI, o produto precisará se submeter a qualquer processo que transforme sua natureza, finalidade ou que tenha um aperfeiçoamento para o consumo, sendo irrelevante a operação utilizada para obtenção do produto, localização e condições das instalações ou equipamentos empregados, como:

• Transformação: operação exercida sobre a matéria-prima que resulte na obtenção de nova espécie.

• Beneficiamento: processo que modifica ou aperfeiçoa, ou que altere o funcionamento, a utilização, até mesmo o acabamento ou aparência do produto.

• Montagem: processo que consiste na formação do produto, peças ou parte, mas que resulte em um novo produto, sob a mesma classificação fiscal.

• Acondicionamento ou reacondicionamento: processo que altera a apresentação do produto, podendo ser a alteração da embalagem.

• Renovação ou recondionamento: processo realizado sobre o produto usado ou parte deteriorada, que renove ou restaure o produto para utilização.

2.3.5 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e Sobre Operações Relativas a: Títulos e Valores Imobiliários ou Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O IOF tem sua incidência sobre as operações financeiras em geral, como nas operações de créditos, de câmbio, seguros e títulos e valores mobiliários. Tem sua atuação na política econômica, com função extrafiscal.

Ele é uma das maiores fontes de receita para a União, pois incide em milhares de operações (HACK, 2017).

Carneiro (2019) demonstra, no Quadro 1, quais são especificamente de cada operação o contribuinte e o responsável por este tributo.

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QUADRO 1 – CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL DO TRIBUTO IOF

FONTE: Carneiro (2019, p. 502)

Dessa forma, este tributo incide em todas as operações que ocorrem no território nacional, e tem sua incidência no momento da efetiva ocorrência do fato gerador.

2.3.6 Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)

Este tributo tem incidência sobre os imóveis rurais, com caráter extrafiscal, na qual tem alíquotas maiores sobre as propriedades improdutivas como forma de desestimulá-las, lembrando que este tributo poderá ser cobrado e fiscalizado pelos municípios mediante convênio com a União (HACK, 2017).

Carneiro (2019) apresenta as principais características que distingue o imposto sobre a propriedade territorial rural, ITR, do IPTU, imposto sobre a propriedade predial e territorial:

FIGURA 2 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO ITR E IPTU

FONTE: Carneiro (2019, p. 508)

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Este tributo também é cobrado anualmente, assim como o IPTU, porém sua maior diferença é que ele não é considerado uma das principais fontes de renda pois sua arrecadação é muito baixa, não tendo assim muita relevância para o município.

2.3.7 Imposto sobre Grandes Fortunas

Conforme Hack (2017), o imposto sobre grandes fortunas é o único tributo previsto expressamente na Constituição Federal e também é o único não instituído pela União Federal, devido à dificuldade da definição de quanto é uma grande fortuna. Tendo, ainda, como problema o fato de que os titulares de grandes fortunas, devido à grande disponibilidade financeira, poderiam transferir seu domicílio tributário para outro país como forma de escapar do tributo, tendo assim uma grande saída de capital do país, o que poderia prejudicar o Brasil.

2.3.8 Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL)

Esta contribuição é aplicada juntamente ao cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Tendo a mesma base de cálculo utilizada para determinar a quantia de Imposto de Renda a pagar no período de apuração e que servirá como base de cálculo para determinar a parcela de Contribuição Social a recolher.

Dessa forma, a base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido serão iguais em praticamente todos os casos, porém existem algumas particularidades especificadas que deverão ser levadas em consideração.

Ressalta-se que, por mais que os dois tributos mencionados possuam a mesma base de cálculo eles são tributos diferentes, o imposto de renda é considerado um tributo em espécie, chamado de imposto, e a contribuição social é um tributo, porém do tipo contribuição. Outro fato importante é sobre a sua apuração, que poderá ser aplicada nos diferentes tipos de regime de tributação, isto é, pelo lucro real, presumido, arbitrado ou pelo simples nacional, porém esta parte referente à maneira de apurar o cálculo nos tipos de lucros será estudado em uma próxima etapa, então, fique atento!

2.3.9 PIS/Cofins

Estes tributos são contribuições sociais que competem à União, e incidem sobre o faturamento ou a receita bruta decorrente da venda de

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mercadorias e da prestação de serviços, há ocorrência deste tributo também sobre a importação de bens e serviços.

O regime do PIS e Confins poderá ser apurado por dois diferentes regimes, sendo eles o regime cumulativo e o regime não cumulativo.

Quando for pelo regime cumulativo incidirá em todas as etapas da produção e comercialização de um serviço ou produto, neste caso a alíquota será de 0,65% de PIS e 3% de Cofins sobre as receitas de uma pessoa jurídica.

Destacamos um exemplo pelo regime cumulativo apresentado por Shingaki (2016, p. 38): uma empresa vendeu R$ 90.000,00 em mercadorias.

Temos os seguintes efeitos contábeis e fiscais:

D – Contribuições sem vendas PIS (resultado) – R$ 585,00

D – Contribuições sem vendas Cofins (resultado) – R$ 2.700,00 C – PIS/Cofins a recolher (passivo) – R$ 3.285,00

Quando for realizado pelo regime não cumulativo, isto é, permite que o contribuinte possa deduzir, ou seja, tomar crédito, do PIS/Cofins que incidiu sobre a compra de bens para revendas, insumo na fabricação de um produto ou serviços, cuja alíquota neste regime será de 1,65% de PIS e 7,6% de Cofins.

A seguir, apresentamos um exemplo trazido por Shingaki (2016, p. 38), a empresa comprou R$ 50.000,00 e vendeu R$ 90.000,00 em mercadorias, assim temos os seguintes efeitos contábeis e fiscais.

Pela compra:

D – Estoques de mercadoria (ativo) – R$ 45.375,00 D – PIS a recuperar (ativo) – R$ 825,00

D – Confins a recuperar (ativo) – R$ 3.800,00 C – Fornecedores (passivo) – R$ 50.000,00 Pela venda:

D – Contribuições sem vendas PIS (resultado) – R$ 1.485,00 D – Contribuições sem vendas Cofins (resultado) – R$ 6.840,00 C – PIS/Cofins a recolher (passivo) – R$ 8.325,00

Pela dedução do crédito de PIS e Cofins na compra de mercadoria e pagamento líquido:

D – PIS/Cofins a recolher (passivo) – R$ 8.325,00 C – PIS a recuperar (ativo) – R$ 825,00

C – Confis a recuperar (ativo) – R$ 3.800,00 C – Caixa (ativo) – R$ 3.700,00

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Vale ressaltar que estes dois tributos são considerados os mais complexos entre os demais devido às inúmeras leis, decisões do Supremo Tribunal Federal, instruções normativas que estão em vigência. Lembramos também que o PIS tem seus recursos destinados para o pagamento do seguro-desemprego, assim como também é destinado a entidades e órgãos para os seus trabalhadores e o Confins tem grande parte destinada para a área da saúde.

2.3.10 Empréstimo Compulsório

O empréstimo compulsório também é uma espécie de tributo, por mais que seu nome não o vincule, é de competência exclusiva da União, a qual poderá instituí-lo por lei complementar, para atender gastos extraordinários, como calamidade pública e guerra externa, assim como em caso de investimento público de caráter urgente e relevante.

Carneiro (2019, p. 37) traz que a “destinação do empréstimo compulsório pode ser imediata (calamidade pública e guerra) e mediata (empréstimo de relevante interesse nacional)”.

Dessa forma, somente nos casos citados que estão previstos na Constituição Federal que a União poderá criar o empréstimo compulsório, pois ele possui caráter provisório, tendo sua cobrança autorizada somente para enquanto permanecer a situação extraordinária que viabilizou a sua criação.

2.4 TRIBUTOS CUMULATIVOS E NÃO CUMULATIVOS

Quando se fala em tributos cumulativos e não cumulativos deve-se levar em conta a maneira como o poder público arrecada o imposto/tributo, se ocorrerá cumulatividade ou não durante o processo de produção, além de que isso também gerará direto a crédito para as empresas envolvidas.

Dessa forma, o imposto cumulativo é aquele que incidirá em duas ou mais etapas da circulação de mercadoria, isto é, desde sua origem até o consumidor final, os quais vão acumulando essas taxas, até mesmo o anteriormente pago. Nesse caso, a empresa não terá direito a crédito do tributo pago no ato da aquisição da mercadoria. Este tributo irá impactar na composição do custo e na fixação do preço de venda de uma mercadoria.

Como exemplo de tributos cumulativos, tem-se: ISS, PIS, COFINS.

Todavia, vale ressaltar que o PIS e a COFINS detêm de uma particularidade, pois esses tributos serão cumulativos somente para as empresas com o regime de tributação de lucro presumido, e não cumulativo para as empresas tributantes no lucro real, sendo que as alíquotas também são diferenciadas.

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Sendo considerado não cumulativo o imposto que na etapa subsequente não incidirá sobre o mesmo tributo que foi recolhido anteriormente, pois cria um sistema de débitos e créditos no qual o valor do pagamento de um tributo poderá ser descontado do valor de outro. Os tributos não cumulativos são o ICMS e o IPI e, como citado anteriormente, o PIS e a COFINS quando as empresas incidem no regime de lucro real.

Sendo assim, a maior diferença entre os tributos cumulativos e não cumulativos está na maneira de cálculo, segundo a forma que incidirá durante o processo de produção. Além de que os impostos cumulativos geram uma receita maior por conta da incidência do tributo sobre o valor integral de todas as operações de compra e venda.

REFERÊNCIAS

CARNEIRO, C. Impostos federais, estaduais e municipais. 7. ed. São Paulo:

Saraiva Educação, 2019.

HACK, É. Noções preliminaries de direito administrativo e direito tributário. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

SHINGAKi, M. Gestão de impostos: para pessoas físicas e jurídicas. 9. ed.

São Paulo: Saint Paul, 2016.

ZIESE, I. Contabilidade e planejamento tributário. Indaial: UNIASSELVI, 2015.

Referências

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