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J Prática de Leitura e Escrita

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Academic year: 2021

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Prática de Leitura e Escrita

Por entre versos (e outras linguagens):

apreciando e declamando poemas

1

5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental

J

ustificativa

Fruir um texto literário é perceber essa recriação do conteúdo na expressão e  não  meramente  compreender  o  conteúdo;  é  entender  os  significados  dos  elementos  da  expressão.  No  texto  literário,  o  escritor  não  apenas  procura  dizer o mundo, mas recriá‐lo nas palavras, de modo que, nele, importa não  apenas o que se diz, mas o modo como se diz. 

(PLATÃO, Francisco e FIORIN, José Luiz. Para entender o texto leitura e redação.  São Paulo: Ática, 2001:20) Se  não  fosse  a  literatura  –  poesia,  ficção  –  nada  saberíamos  do  mistério  individual dos outros, do seu mundo interior, da multiplicidade psicológica do  homem.  (MEYER, Augusto. Textos críticos – org. João Alexandre Barbosa. São Paulo:  Perspectiva/INL, 1986, pp. 8‐9.)    Propiciar a formação de um leitor literário é um dos objetivos da educação básica. Para tanto, é preciso  que  ao  longo  da  sua  escolaridade  o  aluno  possa  ter  experiências  significativas  de  leitura  de  livros  literários – em prosa e em versos (romances, contos, poemas) – e possa se apropriar de conhecimentos  necessários  para  fazer  apreciações,  valorações  e  escolhas.  Nesse  sentido,  entendemos  que  os  conhecimentos  da  teoria  literária,  diferente  de  ser  um  fim  em  si  mesmo,  devem  ser  convocados  a  serviço da fruição do texto pelo leitor, na direção apontada por Platão e Fiorin em uma das passagens  que serve como epígrafe do presente texto. 

Por  outro  lado,  a  experiência  de  fruição  literária,  como  diz  Antonio  Candido2,  “humaniza  em  sentido  profundo,  porque  faz  viver”.  Faz  viver  porque,  como  também  afirma  Meyer  (em  epígrafe),  ao  penetrarmos  no  universo  criado  pelos  escritores  e  poetas,  temos  a  oportunidade  de  conhecer  a  experiência  de  outros,  reconhecer  lá  os  problemas  que  também  são  nossos  e  refletir  sobre  eles  com  tristeza ou com humor. 

Ler  e  compreender  poemas,  portanto,  é  uma  das  formas  de  ter  contato  com  esses  conhecimentos  e  experiências, de uma forma intensa. Por isso é objetivo deste projeto fazer circular a poesia na escola,  enfocando  o  trabalho  na  apreciação  de  poemas  (do  que  nós  construímos  a  partir  do  que  eles  trazem 

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 Elaborado por Shirley Goulart de Oliveira García Jurado. 

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específica5.  Espera‐se que por meio desta atividade os alunos:   • ampliem sua proficiência para a leitura de textos poéticos, atribuindo‐lhes sentidos adequados;  como sentidos) e na apropriação de diferentes formas de linguagens e recursos para “relermos” o que  esses poemas nos dizem.  

Tal  proposta  se  baseia,  essencialmente,  na  leitura  e  declamação  de  poemas  por  meio  da  análise  dos  recursos que os constroem. Em geral, os alunos não conseguem fazer boas leituras de poemas em voz  alta:  não  imprimem  ritmo,  nem  entonação  adequada  para  uma  leitura  expressiva.  E  não  fazem  isso  porque,  muitas  vezes,  não  compreendem  o  que  leem,  porque  um  poema  bem  declamado  exige  uma  compreensão mais profunda do que se lê.  

É natural não compreender, de imediato, o que o poeta quis dizer. Analisar a forma como se construiu  sua musicalidade ou ritmo e o efeito causado pelo jogo das palavras exploradas em seus sentidos, sons  ou imagens ajuda‐nos a construir os sentidos que inicialmente estavam implícitos e obscuros para nós.  Muitas  vezes,  a  escuta  de  um  poema  bem  declamado  nos  ajuda  a  perceber  melhor  esses  efeitos  e  a  apreciar a leitura.   Assim, na prática de leitura de poemas faz‐se necessário, de um lado, promover o desenvolvimento da  competência leitora por meio da mobilização de procedimentos e capacidades, quais sejam:  Capacidades de compreensão3, que envolvem ativar conhecimentos prévios sobre o que será lido;  levantar hipóteses sobre os conteúdos ou propriedades dos textos; checar hipóteses; localizar e/ou  copiar informações; comparar informações; generalizar; produzir inferências.  Capacidades de apreciação e réplica4, que envolvem recuperar o contexto de produção do texto;  ter  claras  quais  são  as  finalidades  e  metas  da  atividade  de  leitura;  perceber  relações  de  intertextualidade e de interdiscursividade; perceber outras linguagens como elementos constitutivos  dos sentidos dos textos; perceber efeitos de sentido decorrentes de escolhas feitas pelo autor em  diferentes níveis; elaborar apreciações estéticas e/ou afetivas e apreciações relativas a valores éticos  e/ou políticos. 

Por outro lado, faz‐se necessário também investir na leitura oral desse poema como uma forma de dar  à  leitura  os  sentidos  construídos  pela  compreensão  do  texto  –  recorrendo  a  outras  linguagens,  se  necessário  e  desejado.  Para  tanto,  saber  dos  recursos  de  que  dispomos  para  preparar  uma  boa  declamação faz parte dos conhecimentos necessários para possibilitar que, por meio da escuta, o outro  também faça uma leitura fruída do poema. 

Como se pode depreender do que foi dito, a declamação de poemas se apresenta como uma situação  oral  pública  em  que  os  alunos  terão  de  adequar  as  suas  falas  a  esta  situação  de  comunicação 

O

bjetivos

3  ROJO,  Roxane.  Letramento  e  capacidades  de  leitura  para  a  cidadania.  Texto  integrante  do  CD  que  acompanha  o  material  didático  do  Programa Ensino Médio em Rede, SEE‐SP/CENP, 2004.  

4 Ibidem.

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• demonstrem interesse pela literatura, considerando‐a forma de expressão da cultura de um povo;  • façam uso dos conhecimentos de teoria literária para compreender os poemas como uma produção  estética;  • façam uso dos recursos da linguagem oral em uma apresentação pública;  • reconheçam as etapas do processo de planejamento da declamação ou dramatização.

P

rocedimentos metodológicos

Considerando que o foco deste projeto é a leitura e declamação de poemas e que a base do trabalho de  observação  de  declamações  se  faz  por  meio  da  análise  de  videoclipes  (também  chamados  pelos  próprios clippers de videopoemas), que envolvem som e imagem, a leitura não se restringirá ao texto  escrito,  mas  ao  diálogo  que  se  constrói  entre  o  poema  e  as  suas  versões  (que  são  interpretações  em  outras  linguagens)  declamadas  por  uma  voz  e  manipuladas  por  outras  linguagens  visuais  como  a  animação, a mímica e a pintura. 

Isso  quer  dizer  que  as  situações  didáticas  sempre  envolverão  um  movimento  de  olhar  contínuo  das  partes  para  o  todo  e  vice‐versa,  de  modo  a  observar  os  recursos  próprios  de  cada  linguagem  para  a  construção  de  sentidos.  Ou  seja,  o  nosso  movimento  será  observar  os  recursos  próprios  do  poema  escrito  na  relação  com  os  recursos  próprios  da  leitura  oral  declamada  e  com  os  recursos  próprios  da  montagem de imagens na construção do vídeo. 

As situações didáticas sugeridas preveem diferentes formas de organização da sala: 

• Aula  expositiva  dialogada  para  a  apresentação  do  projeto,  contextualização  da  leitura  proposta  e  ativação de conhecimentos prévios sobre o objeto do projeto; 

• Aulas com discussões em grupo ou coletivas, quando serão compartilhadas as impressões pessoais  de cada aluno sobre os poemas e videoclipes; 

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R

ecursos necessários

• Sugestão de alguns títulos de livros de poemas: 

Título  Poeta ou poetisa / Editora  Valor aproximado  da unidade em R$  Melhores poemas de Cecília Meireles  Cecília Meireles / Editora Nova  Fronteira  32,00  Melhores poemas de José Paulo Paes  José Paulo Paes / Editora Ática  29,00  Antologia Poética   Carlos Drummond de Andrade / Record  37,00  Amar se aprende amando  Carlos Drummond de Andrade / Record  28,00  Melhores poemas de Paulo Leminski  Paulo Leminski / Global  34,00  Melhores poemas de Mário Quintana  Mário Quintana / Global  22,00  Melhores poemas de Ferreira Gullar  Ferreira Gullar / Global  39,00  Vinícius de Moraes – Poesia Completa e  Prosa  Vinícius de Moraes / Nova Aguilar  289,00  • Papel sulfite A4.  • cartucho de tinta preta ou toner para imprimir:  Projeto para o professor (uma cópia – 16 páginas);  Cópias para todos os alunos dos textos para leitura (poemas) – número de alunos X 4. 

A

ções

Este projeto tem previsão de ocupar de 4 a 5 aulas, além do tempo destinado à preparação do aluno.   Antes de iniciar o trabalho, certifique‐se de ter providenciado os materiais arrolados a seguir.

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  MATERIAL NECESSÁRIO PARA O PROJETO    Cópias dos poemas que serão analisados:  “Pescaria”, de Cecília Meireles:   http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia177.html    “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles:  http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia128.html    “Retrato”, de Cecília Meireles:  http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/retrato.htm    “Quadrilha”, de Carlos Drummond  http://amorecultura.vilabol.uol.com.br/quadrilh.htm    DVD com os videoclipes dos poemas gravados. Todos os vídeos estão nas páginas do YouTube. Para  salvar  diretamente  da  página  é  necessário  ter  o  programa  de  download  e  de  gravação  de  DVD  do  RealPlayer.  Os endereços dos vídeos são:  “Pescaria”, de Cecília Meireles (2 vídeos):  http://www.youtube.com/watch?v=4__mW0ZsqXc   http://www.youtube.com/watch?v=yTd1NnlZhRM  “Ou isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles:  http://br.youtube.com/watch?v=HBsZJI_2Ja0&feature=related  (extra)    “Retrato”, de Cecília Meireles:  http://br.youtube.com/watch?v=hYEMQ0Gbe38&NR=1    “Quadrilha”, de Carlos Drummond  http://br.youtube.com/watch?v=2hG9PsqJGds  http://br.youtube.com/watch?v=otS3Kfdw6Zg (extra)  http://br.youtube.com/watch?v=C6tNuId7RNA&feature=related (extra)  TV e aparelho de DVD ou Datashow e acesso à internet 

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Aula 1

Conhecendo e analisando videoclipes poéticos

PASSO 1 – Primeiras apreciações do videoclipe (coletivo) 

• Para  iniciar  a  apresentação  do  projeto  comece  anunciando  que  a  turma  assistirá  a  um  videoclipe  musical. Pergunte o que sabem sobre videoclipes, se assistem, quais conhecem etc. Caso disponha  de tempo, apresente o videoclipe musical – que é o mais comum – da canção “Diariamente”, com  Marisa Monte (ou qualquer outro da sua escolha) para que eles se lembrem ou criem referências.  Neste caso, será importante comentar o vídeo com eles. Você poderá encontrar o vídeo na página 

http://br.youtube.com/watch?v=De2XmncutzA&feature=related e deverá salvá‐lo. 

• Cabe  esclarecer  que  os  videoclipes  musicais  surgiram  na  década  de  60  e  no  Brasil  entrou  forte  a  partir da década de 80 e 90. Vale comentar, também, que há canais de televisão especializados em  videoclipes, como o da MTV; 

• Depois  desta  introdução  esclareça  que  eles  verão  na  seqüência  alguns  videoclipes  que  têm  sido  feitos  com  poemas.  Comece  pela  exibição  do  poema  de  Cecília  Meireles  –  Pescaria 

(http://www.youtube.com/watch?v=4__mW0ZsqXc);  

• Deixe‐os assistir a um dos vídeos, sem que tenham acesso à cópia do poema. Depois faça o mesmo  com o outro vídeo do mesmo poema (http://www.youtube.com/watch?v=yTd1NnlZhRM). 

• Após  a  exibição  dos  dois  vídeos,  ainda  sem  as  cópias  do  texto,  promova  uma  roda  de  conversa,  estimulando o grupo a discutir os videoclipes (imagem e texto), iniciando com perguntas do tipo: 

O  que  vocês  entenderam  dos  dois  vídeos?  Do  que  fala  o  poema  declamado  durante  a  exibição das imagens? 

Vocês acham que tem alguma relação de sentido entre o poema e as imagens? 

Que  linguagem  foi  usada  para  compor  a  seqüência  de  imagens  no  primeiro  vídeo?  E  no  segundo? 

 

PASSO 2 – leitura e compreensão do poema (coletivo) 

• Depois dessa conversa, distribua a cópia do poema e faça uma leitura solicitando que os alunos a  acompanhem.  Capriche  na  leitura,  realizando‐a  com  muita  expressividade,  acentuando  as  assonâncias e aliterações presentes em peixes, cheiro, cheio, chão. 

Após a leitura, proponha uma nova conversa, procurando explorar os sentidos do texto. Por meio de  perguntas,  leve‐os  a  observar  que  o  poema  fala  de  uma  “cena”  vista  pelo  eu  lírico.  Veja  se  eles  conseguem  “remontar”  essa  cena.  Caso  seja  necessário,  retome  a  exibição  do  primeiro  vídeo  assistido (o da animação que resgata mais linearmente a cena do poema). Aborde também questões  que resgatam as sensações despertadas pelo poema:

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a)  O que vocês sentiram em relação ao texto?  

b)  Parece que o eu lírico está satisfeito, melancólico, alegre, triste? O que vocês acham que  ele está sentindo em relação ao que vê?

• Explore  também  as  escolhas  das  palavras  pela  repetição  sonora  e  convide‐os  a  analisar  o  efeito  dessa repetição, tendo em vista o conteúdo do poema (os sentimentos expressos nele). Você poderá  propor observações e questões como: a)  Reparem nas escolhas das palavras da poetisa. Vejam se há palavras com sons  semelhantes. Grifem essas palavras.   b)  Agora vamos todos juntos ler a primeira estrofe do poema exagerando na pronúncia  desses sons que se repetem Cesto de peixes no chão.  Cheio de peixes, o mar.  Cheiro de peixe pelo ar.  E peixes no chão. c)  Esse som que a gente ouviu se repetir é parecido com algo de que se fala no poema?  Vocês conseguem descobrir o que é? • A esta altura da conversa, caso tenham dificuldade, volte a exibir os vídeos e discuta com eles qual o  cenário montado no vídeo. Assim, eles poderão relacionar o mar, o barulho das ondas e a repetição  sonora ao longo do poema. 

• Aproveite  para  perguntar  qual  declamação  eles  acham  que  melhor  enfatizou  essa  sonoridade  do  poema: a declamação do vídeo com animação ou com mímica (gestos, imagens e movimentos com o  uso das mãos)? 

Comentários sobre os videoclipes dos poemas 

 Nesse poema de Cecília Meireles, a imagem que mais se destaca na construção do discurso é a sonora:  por  meio  de  repetição  de  sons,  pelo  uso  de  assonâncias  e  aliterações,  a  poetisa  dá  ênfase  ao  som  representado  pelo  x  e  ch  em  peixes,  chão,  cheiro,  chora,  chegarão...  e  aos  sons  representados  pelos  ditongos –ei e –ão em peixes, cheiro, cheio / chão, vão, chegarão. 

Essas  repetições,  associadas  ao  conteúdo  do  poema,  que  resgata  a  cena  do  mar  e  dos  peixes  se  debatendo  na  areia  da  praia,  produzem  o  efeito  do  barulho  do  mar,  das  ondas  que  vêm  e  vão.  Ao  mesmo  tempo,  também  nos  remetem  ao  som  da  palavra  choro.  Por  meio  dessas  aproximações,  podemos  associar  o  barulho  do  mar  e  das  ondas  ao  choro,  como  um  lamento  pela  perda  dos  peixes.  Também  a  repetição  dos  sons  do  ditongo  fechado  –ei  nos  remete  ao  chamamento,  à  solicitação  de  atenção, como se o eu lírico estivesse a dizer: Ei, vejam só... 

É importante deixar que os alunos pensem nos efeitos que essas repetições causam neles. Convide‐os a  se  aventurarem  nessa  diversão  que  é  entrar  no  jogo  das  palavras  e  descobrir  sentidos  que  ainda  não  tinham construído. Você também pode chamar atenção para as assonâncias com o –ão com perguntas  do tipo:  

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• Parece um som alegre ou triste no poema?   • Esse som está na palavra chão (onde os peixes estão, fora do mar)! Isso é bom ou ruim?   • Onde mais esses sons aparecem?   • E o que está sendo dito aí? Isso é bom ou ruim para os peixes?  • Afinal, que sensação o eu lírico parece “passar” sobre o que vê?   Veja que esses sons aparecem também nas mãos que não chegarão aos peixes no chão: no momento  em que se percebe que os peixes não serão “salvos pelo mar”, que sofreu uma perda! 

Esclareça  que  quando  se  trata  de  declamar  poemas,  é  importante  explorar  bastante  os  sentidos  do  texto  para  experimentarmos  os  diversos  sentimentos,  imagens  e  ideias  que  nos  despertam.  Isso  nos  ajuda a fazer uma leitura que “interpreta” esses sentidos; que deixa marcados, no tom da voz, no ritmo,  na entonação das palavras, os sentidos que construímos sobre os poemas.  Declamar um poema é dar a conhecer os sentidos que nós, como leitores, construímos do texto.    Sobre os vídeos  Ambos resgatam o cenário do poema: o mar e os peixes. O primeiro vídeo (o de animação) segue mais à  risca o poema, procurando organizar pela imagem o percurso linear do que o eu lírico parece observar e  do que sente em relação ao que vê. A declamação também parece explorar mais as repetições sonoras –  especialmente as aliterações em cheeeeio, choooora. As imagens construídas da maré cheia, tomando  (enchendo) toda a tela, e também das ondas como mãos que não alcançam os peixes são muito  expressivas.   Já o segundo vídeo foca mais o mar e suas criaturas. Apenas no final do vídeo há maior enfoque para a  aflição  dos  peixes  (representada  por  um  único  peixe)  e  do  mar  que  não  consegue  alcançar  os  peixes.  Chama atenção nesse vídeo a expressividade dos gestos e movimentos das mãos – quando as mãos vêm  e vão em vão e não conseguem chegar ao peixe: nesse momento, o movimento lento parece dar adeus  ao peixe. Muito expressivo!

Aula 2

Comparação da declamação de dois poemas por um mesmo ator

PASSO 1 – Poema “Retrato”, uma leitura inicial 

• Nesta  aula,  os  alunos  assistirão  à  exibição  de  dois  vídeos  relativos  a  dois  poemas  diferentes,  declamados pela mesma pessoa. 

• Inicie  o  trabalho  com  a  leitura  do  texto,  antes  da  exibição  do  vídeo.  Distribua  a  cópia  do  poema  “Retrato”, de Cecília Meireles. Peça que eles façam uma leitura silenciosa do poema, atentos a três  questões que serão discutidas logo depois:

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Considerando o título do poema, sobre o que vocês acham que o poeta vai falar?  Vocês acham que é um poema triste ou alegre? Por quê? 

O que vocês acham que esse eu poético está sentido?

• Após a leitura, retome essas três perguntas, que os ajudarão na compreensão global do poema. Peça  para  que  se  reúnam  em  duplas  e  conversem  –  além  de  fazer  anotações,  grifar  o  texto,  se  for  necessário – sobre o que acham que existe no texto que o faz causar a sensação (de alegria ou de  tristeza). Oriente‐os a observar as escolhas das palavras: se há palavras com sentido mais negativo  ou mais positivo, por exemplo.  PASSO 2 – O videopoema Retrato, com declamação de Paulo Autran  • Para que entendam melhor o vídeo como um recorte de determinadas imagens ou ideias do texto –  que se configura como uma interpretação do texto fazendo uso de outras linguagens –, comece pela  exibição do vídeo do poema “Retrato”, de Cecília Meireles  <http://br.youtube.com/watch?v=hYEMQ0Gbe38&NR=1>, mas retire o som, deixando‐os apenas  com a imagem. Em seguida, pergunte à turma:  O que acontece na seqüência das imagens?  A seqüência tem alguma relação com o que discutimos sobre o poema?  Que idéia o videocliper (a pessoa que preparou o vídeo) aproveitou do poema?  

Que  linguagem  foi  usada  para  compor  a  seqüência  de  imagens?  Quais  são  os  recursos  próprios dessa linguagem? 

Reparem  nas  mudanças  da  imagem:  o  que  aconteceu  com  o  uso  das  cores  e  outras  modificações  possíveis  de  observar?  O  que  essas  mudanças  produzem  de  diferente  em  relação ao sentido da imagem inicial e da imagem final? 

• Na  seqüência,  os  alunos  deverão  observar  os  sentidos  que  se  constroem  quando  introduzimos  a  leitura que Paulo Autran faz do poema. Para tanto, retome a exibição do mesmo vídeo, agora com  som e peça para eles observarem durante a escuta se a declamação do ator demonstra alegria ou  tristeza. Depois volte a conversar sobre o assunto. Cheque com eles se o que haviam discutido antes  tem  relação  com  o  que  entendem  agora,  com  exibição  completa  do  vídeo  (imagem  e  som).  Se  necessário, reproduza o vídeo, novamente.  

• Para  explorar  a  leitura  declamada  do  poema,  organize  pequenos  grupos  (de  3  a  4  alunos)  e  apresente a eles perguntas do tipo: 

E  então?  De  acordo  com  a  declamação  do  ator,  ele  entende  o  conteúdo  do  poema  como  triste ou alegre? O que vocês acham que ajudou a criar essa sensação? Que recursos o ator  usou para dar esse tom à declamação? 

E se a gente juntar a declamação com a imagem? A sensação continua a mesma? Etc.   

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Comentários sobre o vídeo do poema “Retrato” 

Durante  a  análise  das  linguagens  que  se  combinam  na  composição  do  vídeo,  será  importante  observar cada um dos elementos para compreendê‐los melhor em suas relações. O movimento de  exploração  sugerido  na  atividade  assim  se  justifica:  é preciso compreender os recursos usados na  construção do texto e seus efeitos de sentidos para poder compreender os recursos escolhidos na  transposição para outras linguagens – os recursos usados pelo ator, na declamação, e os recursos  usados pelo videoclipper, na composição do vídeo, dialogam para construir o efeito de sentido final  do que se vê e ouve.  Portanto, nas discussões sobre esses recursos será importante considerar:  Sobre o poema  O poema parece falar da passagem do tempo – e, consequentemente, das experiências vividas – e  como o tempo e as experiências podem deixar em nós marcas físicas que externam o que sentimos  interiormente.  O  eu  lírico  demonstra  um  sentimento  de  desconforto,  de  tristeza  e  lamento  em  relação  às  mudanças  sofridas.  Por  meio  de  uma  comparação  implícita,  vai  construindo  o  seu  discurso literário: lamentando o que se tornou hoje, constrói uma imagem do que esse “eu” foi no  passado que parece ser mais positiva. Para essa construção foi fundamental a escolha que a autora  fez de palavras com valor negativo que qualificam o que é hoje, como rosto “triste”, “magro”, olhos  “vazios”, lábio “amargo”, mãos “sem forças”, “tão paradas”, “frias”, “mortas”, coração que “nem se  mostra” e, por fim, a palavra “perdida”. Todas elas associadas à construção inicial dos dois primeiros  versos – “Eu não tinha” – possibilitam a comparação da sua imagem hoje com a que foi um dia: o  que hoje se vê de negativo não se via antes.  É muito importante chamar a atenção dos alunos para essas escolhas, para que eles percebam que  os sentimentos provocados pelos poemas são intencionalmente construídos nos textos pela seleção  de palavras: a autora quis falar da mudança como algo que lamenta, evocando a saudade de ser o  que  está  no  passado  e  não  volta  mais.  E,  para  isso,  teve  que  selecionar  palavras  com  esse  valor  negativo.  Sobre a declamação  Da mesma forma, compreendendo essa essência do poema, a leitura feita pelo autor Paulo Autran  enfatiza esse sentimento expresso no texto: o tom de voz baixo e fraco, o ritmo lento da leitura são  recursos expressivos usados na declamação para produzir esse efeito de lamento e tristeza. Chame  atenção para a boa dicção do ator, as diferentes entonações ao longo da leitura, as pausas (com o  auxílio  da  pontuação),  a  diminuição  do  ritmo  de  leitura  (os  “alongamentos”  dos  versos),  especialmente  nas  enumerações/gradações  presentes  na  construção  do  2º  verso  de  todas  as  estrofes, mas especialmente na 3ª estrofe, quando já está concluindo o poema:   2º verso da 1ª estrofe: assim calmo, assim triste, assim magro,   2º verso da 2ª estrofe: tão paradas e frias e mortas;   2º verso da 3ª estrofe: tão simples, tão certa, tão fácil  Sobre o vídeo  A composição simples do vídeo remete‐nos à ideia de mudança, de passagem de tempo marcada  por mudanças nos recursos que compõem a imagem. Faça a mediação da discussão, orientando os  alunos a observarem a escolha da pintura (de José Ulisses Gonzales Silva): a expressão tristonha do 

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mais iluminadas (amarelo, laranja, no fundo da tela) para cores mais dramáticas, mais tensas ‐ no  caso  do  vermelho  na  expressão  do  retrato  ‐ e mais frias – no caso do azul de fundo da tela. Essa  modificação  pretende  transpor  para  a  imagem  algumas  das  sensações  impressas  no  poema  –  as  mãos frias e mortas e o uso do azul, considerada uma cor fria. A mudança dos cabelos, antes longos  dando  uma  expressão  mais  jovial  e  agora  mais  curtos,  imprimindo  um  ar  mais  sério  ao  quadro,  quando  associado  às  mudanças  nos  tons  da  tela.  É  assim  que  a  imagem  constrói  a  ideia  da  passagem do tempo e da energia da vida se esvaindo na tela.  

É  interessante  notar  que  a  imagem  mantém  a  mesma  fisionomia  triste  da  personagem  desde  o  princípio – o que acaba se contrapondo um pouco ao conteúdo do texto que parece abordar uma  mudança maior, mais dramática na relação como a poetisa se sentia e se via antes e como se sente  e se vê hoje.  PASSO 3 – Poema “Quadrilha”, por Paulo Autran  • Agora é hora de eles contrastarem duas declamações feitas pelo mesmo ator, de textos diferentes.  Na sequência, exiba o vídeo do poema “Quadrilha”, de Drummond, também na voz de Paulo Autran  <http://br.youtube.com/watch?v=2hG9PsqJGds>.  É  importante  que  os  alunos  saibam  que  se  trata  da mesma pessoa declamando. 

• Após a exibição, promova uma conversa sobre os dois vídeos – o do “Retrato” e o do “Quadrilha” –,  explorando  as  semelhanças  e  diferenças  em  relação  à  linguagem  do  vídeo,  à  declamação  e  ao  conteúdo do poema:  Quais as semelhanças e diferenças em relação ao vídeo anterior?   E em relação aos dois vídeos? Eles provocam a mesma sensação no leitor? Por quê?  Que sensação a declamação deste poema provocou em vocês? Por quê?  Em relação ao que vocês conseguiram entender sobre o que ouviram, qual a diferença deste  poema para o outro? Pensem no tom e no ritmo da declamação. 

• Após  essa  conversa  inicial,  distribua  a  cópia  do  poema  e  solicite  que  os  alunos  se  organizem  novamente  em  duplas  para  refletir  sobre  questões  que  visem  uma  compreensão  mais  global  do  texto: Qual o assunto? Compare com o texto anterior.  Qual a relação entre o título do texto e o que se fala no poema?  O ritmo que esse poema exige na leitura é o mesmo que exigiu o texto anterior? Compare os  versos do anterior com esses. O que você observou? • Por meio de perguntas, leve‐os a observar que o tamanho dos versos ajuda a empreender diferentes  ritmos em um e em outro; que a construção do poema de Drummond, com a repetição do conectivo  “que” (que vai enumerando a repetição de uma determinada ação, variando os casais), ajuda a dar  essa forma circular que tem o poema (lembra o recurso dos contos cumulativos) e que exige essa  leitura mais contínua, sem tantas pausas.   

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Comentários sobre o vídeo do poema “Quadrilha”  Sobre o poema “Quadrilha” e o vídeo 

Diferente do poema “Retrato”, esse poema de Drummond apresenta um “tom” mais divertido, embora  fale  dos  desencontros  amorosos  –  algo  muito  comum,  inclusive  nessa  época  da  vida  pré‐adolescente  dos alunos (5a e 6a séries). Já no título do poema, somos levados a uma referência da cultura popular  folclórica:  a  quadrilha,  uma  dança  divertida,  movimentada,  ritmada  que  envolve  troca  de  pares  em  vários momentos. 

Da mesma maneira, no poema, o autor escolhe apresentar os pares – que sempre se desencontram. O  poema  apresenta  apenas  dois  longos  períodos.  O  primeiro  marca  o  desencontro  dos  pares,  um  após  outro.  O  ritmo  desse  desencontro  é  marcado  pelo  uso  do  conectivo  “que”,  palavra  que  se  repete  e  marca  também  o  ritmo  mais  acelerado  e  contínuo  do  poema.  Esse  ritmo  é  que  dá  mais  leveza  ao  poema, apesar de falar dos desencontros amorosos.  

Na  segunda  metade  do  poema,  os  sujeitos  aparecem  não  mais  conectados  ao  outro  –  apesar  dos  desencontros. Eles aparecem desconectados, “separados por vírgulas” e “resolvendo” suas vidas. E, aí,  acontecem  com  eles  as  mais  variadas  coisas  –  como  acontece  na  vida!  O  irônico  é  que  a  única  “personagem” que não amava ninguém foi também a única que conseguiu formar um par, afinal, com  alguém que nem tinha entrado na história!  

A  forma  escolhida  para  reconstruir  esse  ritmo  no  vídeo  foi  a  seleção  de  imagens  que  passam  rapidamente  pelos  nossos  olhos.  Imagens  de  personagens  aleatórias,  das  quais  muitas  vezes  não  se  consegue  conhecer  a  sua  aparência  (veja  os  cortes  de  partes  das  figuras),  o  que  produz  um  efeito  interessante em relação ao conteúdo do poema, porque reforça a ideia de que esses desencontros são  comuns aos seres humanos. 

Chame atenção para os ritmos empreendidos pelo ator ao declamar a primeira e a segunda parte do  poema: 

• O  tom  se  assemelha  a  uma  “ladainha”,  no  sentido  de  algo  repetitivo,  monótono.  Há  uma  longa  enumeração  que  repete  uma  mesma  ideia,  dando  essa  característica  de  algo  meio  tedioso,  que  parece não merecer muito a nossa atenção. Daí essa certa displicência no jeito de falar na primeira  parte do poema e, na segunda parte, certa pressa em acabar com a história. Essa displicência dá um  tom leve e divertido ao texto. Bem diferente. 

• Associado  a  esse  certo  tom  displicente,  está  o  uso  das  pausas,  que  imprimem  um  ritmo  ora  mais  acelerado,  ora  mais  lento  à  declamação.  Na  primeira  parte  do  poema,  o  ator  se  estende  mais  na  leitura dos nomes das pessoas amadas – Tereeeesa, Raimuuuuundo, Mariiiiia, Joaquiiiiiim, Liliiii – e a  pausa mais incisiva no verso em que fala que Lili “não amava niiiinguéeem”. Veja que Lili quebrou o  ciclo dos desencontros! Esse recurso ajuda a produzir o tom displicente e cansativo que o ator dá ao  poema. • Já na segunda parte, o ator acelera o ritmo de leitura e não apresenta as pausas como na parte  inicial, a não ser quando, novamente, fala de Lili, que de novo quebrou o ciclo dos desencontros.  Como complementação, você pode também exibir outros dois vídeos sobre o poema que usam recursos  bem diferentes de animação e estão disponíveis em:  • http://br.youtube.com/watch?v=C6tNuId7RNA&feature=related  • http://br.youtube.com/watch?v=otS3Kfdw6Zg 

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Aula 3

Preparação da declamação

(com ou sem apresentação com outras linguagens)

PASSO 1 – Planejamento inicial: primeiras decisões 

• Agora chegou a vez de os alunos pesquisarem em livros de poemas um poema que lhes agrade. Eles  também precisarão decidir se a declamação será acompanhada de alguma dramatização ou uso de  alguma outra linguagem. Lembre‐os dos videoclipes que viram e deixe‐os decidir se querem produzir  algum material que se articule com a declamação.

• Em  ocasião  que  houver  mais  tempo  e  condições  materiais  adequadas,  este  projeto  pode  visar  à  produção  de  videoclipes,  semelhante  aos  vídeos  que  viram.  Por  hora,  eles  podem  fazer  algo  mais  simples  como  foi  feito  no  vídeo  do  poema  “Retrato”  ou  podem,  também,  fazer  uso,  além  dos  recursos  da  voz,  apenas da postura e expressividade facial e gestual durante a declamação. Como  exemplo disso, você pode mostrar‐lhes a declamação do poema “Amor”, de Carlos Drummond de 

Andrade,  pelos  atores  Alexandre  Borges  e  Julia  Lemmertz 

<http://br.youtube.com/watch?v=HFZsAs86b4w>. Discuta com eles o “espírito” do poema e chame  atenção para a trilha sonora usada como fundo. Esse também poderá ser um recurso usado por eles.    PASSO 2 – Como será o evento?  • Esclareça que agora será o momento de começar a se preparar para a apresentação do poema. Você  poderá adotar uma das possibilidades:

1.  Organização  de  uma  programação  de  apresentação  dos  alunos  em  outras  salas  ao  longo  de  duas semanas (por exemplo, a cada dia, um pequeno grupo de alunos – quatro ou cinco – se  apresenta na abertura das aulas em outras salas. 

2.  Uma  variação  da  anterior:  o  mesmo  princípio  de  organização,  mas  para  declamar  na  própria  sala, no início da aula.  3.  Organização de um sarau na própria sala ou na escola, em que todos se apresentem num único  dia.  PASSO 3 – Pesquisa e seleção do poema  • Para a seleção do poema, será necessário oferecer aos alunos vários livros de poemas. Esclareça que  a escolha é muito subjetiva, que deverão selecionar poemas que sejam significativos para eles: que  despertem o riso, a alegria ou a tristeza, a dor em relação a algo que lhes toque o coração.  

• Procure  colocar  à  disposição  autores  com  diferentes  estilos  para  que  possam  ter  mais  opções  na  escolha.  No  início  deste  projeto,  apresentamos  algumas  sugestões  de  livros  que  podem  ser  comprados, mas não limite o universo de escolha deles a essas sugestões. Ofereça outras disponíveis  na escola. Oriente‐os a escolher poemas pequenos para começar. 

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• Decidido  o  poema  e  o  uso  (ou  não)  de  recursos  de  outras  linguagens  para  a  declamação,  um  primeiro  exercício  será  compartilhar  com  um  colega  o  poema  escolhido  e  conversarem  sobre  o  poema  escolhido  (por  cada  um),  para  que  possam  compartilhar  os  sentidos  do  texto  e,  quiçá,  um  ajudar o outro a compreender melhor. Nesse momento deverão trocar impressões sobre:  O sentido global do texto.  Os sentimentos que ele desperta no leitor: alegria, saudade, tristeza, sofrimento, dor, riso,  leveza...  Os recursos que o autor usou: é um poema que aborda mais a sonoridade das palavras, as  ideias ou as imagens?  A declamação deverá enfatizar que tipo de sentimento? Como terá que ser usada a voz? Que  tom? Que ritmo dar à leitura? 

• Caso  os  alunos  decidam  fazer  uma  dramatização  do  poema,  você  poderá  propor  uma  articulação  com a professora de Artes, de modo que possam ser orientados sobre o que “recortar” do poema,  que linguagem usar etc. 

• Será necessário que os alunos dediquem mais tempo, além das aulas, para realizar esta etapa de  preparação  do  trabalho.  Na  página  <http://recantodasletras.uol.com.br/tutoriais/757809>,  você  poderá  encontrar  algumas  dicas  sobre  como  se  preparar  para  declamar  poemas,  que  poderão  ser  disponibilizadas aos alunos, caso ache pertinente. Sugerimos que escolha as dicas mais pertinentes  para esse contexto de trabalho e as discuta com os alunos. Chamamos atenção para algumas dicas  que reforçam o que discutimos ao longo da análise das declamações. São elas as de nº 1, 5, 7 e 8. 

• A apresentação pode ser marcada para duas semanas depois das aulas iniciais, de modo a dar tempo  suficiente para que os alunos se preparem. Ao longo desse período, reserve mais uma aula para que  possam  socializar  suas  dúvidas  sobre  o  preparo  da  declamação.  Coloque‐se  à  disposição  da turma  para ouvi‐los no que for preciso.

Aula 4

Apresentação e Avaliação

PASSO 1  • Apresentação oral, de acordo com o tipo de organização escolhida, na aula anterior.     PASSO 2 – Avaliação 

Ao  longo  do  projeto,  avalie  a  participação  do  grupo  durante  as  conversas  sobre  os  poemas  e  videoclipes. Observe as dificuldades recorrentes no processo e reflita sobre formas de reorganizar o  seu trabalho, de modo a trabalhar sobre tais dificuldades.  

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A  seguir,  à  semelhança  do  que  é  sugerido  por  Kátia  Bräkling,  no  texto  Leitura  e  Formação  de  leitores6, apresentamos uma proposta de ficha de acompanhamento e outra de avaliação geral:

Ficha de acompanhamento 1 – Professor e alunos  

DIÁRIO DE LEITURA DOS POEMAS E VIDEOCLIPES  DATA  POEMA  LIDO  DIFICULDADES  ENCONTRADAS  FACILIDADES  DE LEITURA  DESCOBERTAS  PESSOAIS                                          6

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Ficha de acompanhamento 2 – Auto avaliação Final

Itens avaliados na leitura e declamação dos poemas  Sim  Mais  ou  menos  Não  1.  Consegui compreender os recursos usados pelo autor na  construção dos sentidos dos poemas trabalhados em sala de  aula?        2.  O poema escolhido para a declamação foi bem  compreendido por mim? Reconheci os recursos e seus  efeitos?        3.  Fiz uso da leitura expressiva (entonação, pausa, tom de voz,  ritmo) na declamação do meu poema?        4.  Consegui declamar para o público com tranqüilidade?       

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