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J Prática de Leitura e Escrita

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Academic year: 2021

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Prática de Leitura e Escrita

 

Buracos

1

Prática de leitura sugerida

para a 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental

2

(Aulas de 45 minutos)

J

ustificativa

A formação de um cidadão pleno depende em grande parte do domínio de um número tal de gêneros  do  discurso  que  lhe  permita  interagir  e  participar  de  diferentes  situações,  seja  no  âmbito  familiar,  do  trabalho, da política, das ciências, seja no âmbito das manifestações culturais. Nesse sentido, aprender a  dominar diferentes linguagens, dentre elas a linguagem literária e das artes, é um direito que deve ser  garantido  a  todos.  Por  isso,  a  formação  de  leitores  literários  também  deve  ser  um  dos  objetivos  da  educação básica.  

A  fim  de  garantir  esse  direito,  a  nova  Proposta  Curricular  do  Estado  de  São  Paulo  aponta  como  prioridade o desenvolvimento de competências leitoras e escritoras.  

Para que o desenvolvimento de tais competências possa se dar, várias capacidades são requeridas. No  Ciclo II do Ensino Fundamental, espera‐se que se desenvolvam principalmente as seguintes capacidades:  

Capacidades  de  compreensão3,  que  envolvem:  ativar  conhecimentos  prévios  sobre  o  que  será  lido;  levantar  hipóteses  sobre  os  conteúdos  ou  propriedades  dos  textos;  checar  hipóteses;  localizar e/ou copiar informações; comparar informações; generalizar; produzir inferências.   Capacidades  de  apreciação  e  réplica4,  que  envolvem:  recuperar  o  contexto  de  produção  do  texto;  ter  claras  quais  são  as  finalidades  e  metas  da  atividade  de  leitura;  perceber  relações  de  intertextualidade  e  de  interdiscursividade;  perceber  outras  linguagens  como  elementos  constitutivos dos sentidos dos textos; perceber efeitos de sentido decorrentes de escolhas feitas  pelo  autor  em  diferentes  níveis;  elaborar  apreciações  estéticas  e/ou  afetivas  e  apreciações  relativas a valores éticos e/ou políticos.  

Essa  é,  portanto,  a  finalidade  maior  da  proposição  do  presente  projeto  de  leitura:  promover  o  desenvolvimento de capacidades leitoras para a formação de leitores literários.  1  SACHAR, Louis. Buracos. São Paulo, Martins Fontes, 2004.   2  Elaborado por Laura Breda Figueiredo.   3  Adaptado de ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Texto integrante do CD que acompanha o material  didático do Programa Ensino Médio Em Rede, SEE‐SP/CENP, 2004.   4  Ibidem.

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2

O

bjetivos

Espera‐se que os alunos:  

• ampliem  sua  proficiência  para  a  leitura  de  textos  mais  extensos,  ou  de  complexidade  maior,  atribuindo‐lhes sentidos adequados;  

• respondam  a  questões  previamente  formuladas  que  podem  auxiliar  na  sistematização  de  suas  impressões pessoais e análises literárias da obra;  • posicionem‐se criticamente, reconhecendo posições ideológicas presentes no texto;   • interessem‐se por trocar impressões e informações com outros leitores;  • estabeleçam comparações entre duas linguagens diferentes: a escrita e a cinematográfica. 

P

rocedimentos metodológicos

Realmente, para comunicar à criança os comportamentos que são típicos do leitor, é necessário  que o professor os encarne em sala de aula, que proporcione a oportunidade a seus alunos de  participar em atos de leitura que ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação  de “leitor para leitor”. (LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.  São Paulo: Artmed. 2002: 95)   Trabalhar com o cinema na sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo  tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os  valores  sociais  mais  amplos  são  sintetizados  numa  mesma  obra  de  arte.  Assim,  dos  mais  comerciais  e  descomprometidos  aos  mais  sofisticados  e  “difíceis”,  os  filmes  têm  sempre  uma  possibilidade para o trabalho escolar. 

(NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto. 2003: 11) 

Ativação de conhecimentos prévios e levantamento de hipóteses 

Motivar  os  alunos,  despertando  seus  interesses,  desafiando‐os  para  a  leitura,  deve  ser  o  primeiro  movimento de aproximação em direção a um livro.  

Nesse  sentido,  considerando  o  desenvolvimento  das  capacidades  leitoras,  todo  trabalho  que  envolve  texto deve começar com a ativação de conhecimentos prévios dos alunos não só em relação ao tema  que será abordado, mas também em relação ao gênero do texto. Além dos conhecimentos prévios, é  importante  também  levantar  hipóteses  sobre  o  texto,  atividade  que,  de  certa  forma,  oferece  a  base  necessária  para  que  o  leitor  vá  atribuindo/construindo  sentidos.  Uma  estratégia  para  isso  é  partir  do  título do texto, das imagens da capa do livro, das informações constantes na contracapa ou na orelha e  ir questionando os alunos sobre que expectativas vão construindo sobre a leitura que se realizará.   É fundamental também que se apresentem informações sobre o autor — quem é, quando viveu, que  tipo de temas costuma abordar em suas obras, algumas características de sua escrita — e sobre a época  em que a obra foi produzida, podendo, inclusive, relacioná‐la com outras contemporâneas. Contar sua 

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história de leituras também pode ser interessante, sobretudo se o livro for um clássico que sobreviveu  ao  passar  dos  tempos  ou  teve  um  número  grande  de  leitores.  Contar  as  críticas  que  lhe  foram  feitas  ajuda a situar o livro e pode motivá‐los para a leitura.  

Ainda  com  o  intuito  de  desenvolver  as  variadas  capacidades  de  leitura  requeridas  a  um  leitor  proficiente, as perguntas que você fizer durante a leitura devem ir além da localização de informações e  do mero significado de palavras que ele julga serem desconhecidas dos alunos.   As perguntas feitas durante e depois da leitura devem principalmente procurar levar o aluno a checar as  hipóteses construídas, realizar inferências, generalizações e comparações diversas entre partes do texto  ou entre o texto lido e outros textos com os quais o aluno já tenha tido contato, sejam estes escritos ou  em linguagens diversas.  

Todo  o  tempo,  deve‐se  permitir  e  valorizar  que  o  aluno  manifeste  sua  opinião  sobre  o  que  foi  lido,  porém  sempre  justificando  sua  fala  com  aspectos  presentes  no  texto  lido  ou  em  outros  textos.  Um  passo importante que todo aluno deve dar é ultrapassar os “achismos” e conseguir expressar opiniões  bem fundamentadas.  

 

Leitura compartilhada 

Para  dar  um  primeiro  estímulo  à  leitura,  num  momento  inicial,  propomos  que  seja  feita  uma  leitura 

compartilhada,  em  que  partes  do  livro  serão  lidas  em  voz  alta  pelo  professor,  enquanto  os  alunos 

acompanham a leitura em seus livros.  

Para  que  a  leitura  em  voz  alta  flua  melhor,  com  menos  tropeços  e  com  uma  entonação  adequada,  é  aconselhável  que  o  professor  prepare  a  sua  leitura  antes  de  fazê‐la  para  a  classe,  lendo  antecipadamente, para si mesmo, as partes que posteriormente serão apresentadas para todos. 

 

Leitura sequenciada (ou leitura programada)5 

Espera‐se  que  todas  as  capacidades  leitoras  anteriormente  elencadas  venham  sendo  desenvolvidas  desde o início do Ciclo I e continuem a ser desenvolvidas nos níveis subsequentes, pois sabemos que a  proficiência leitora é algo que vamos desenvolvendo por toda a vida.  

É comum, no Ciclo II, os alunos já se sentir bastante confortáveis para fazer leituras independentes de  texto  curtos.  Porém,  quando  se  trata  de  textos  mais  longos,  como  o  que  propomos  neste  projeto,  é  comum também que os alunos se sintam intimidados e não cheguem ao fim da leitura.  

Nesse caso, mais uma vez, a atuação do professor é fundamental. Uma das estratégias que podem ser  utilizadas  para  ajudar  os  alunos  a  vencer  tal  dificuldade  é  a  leitura  sequenciada/programada:  o  professor seleciona um livro para ser lido por toda a classe e vai determinando prazos intermediários  para que a leitura seja feita aos poucos, parte a parte.   Nesse primeiro momento de aproximação dos alunos à leitura de textos mais longos, outra estratégia  fundamental para não desestimulá‐los e para evitar que desistam do desafio de ler um texto que exija  mais tempo de concentração é iniciar o trabalho por gêneros que lhes sejam mais familiares e por temas  5  Ver, a respeito: Kátia Bräkling, Leitura e formador de leitores. 2003. Disponível em  http://educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=9&id_subtema=2; e também Norma A.S. Ferreira: Dos amores 

difíceis:  uma  leitura  compartilhada  na  aula  de  Língua  Portuguesa.  Disponível  na  página  www.fe.unicamp.br/alle/textos/NSAF‐

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que sabidamente despertem seu interesse. Ressalta‐se, porém, que tais estratégias não significam que  não  se  devam  sugerir  leituras  mais  complexas,  contemplando  clássicos  e  textos  de  reconhecida  qualidade literária, ao longo das etapas do Ensino Fundamental e Médio. Em todos os casos, a mediação  do  professor  é  sempre  fundamental;  mais  ainda  o  é,  quanto  maior  complexidade  a  obra  possuir,  tomando como referência seus leitores.  

Tendo  garantidos  esses  pressupostos,  o  professor,  de  acordo  com  o  que  conhece  dos  alunos,  deve  ir  marcando as datas para serem feitas as leituras.  

Lembrando  da  importância  do  desenvolvimento  das  capacidades  de  apreciação  e  réplica,  é  bom  ressaltar  ser  fundamental,  durante  e  depois  da  leitura,  que  haja  espaço  para  que  não  só  o  professor,  mas também os alunos comentem o texto, coloquem‐se em relação ao enredo e à forma de contar a  história e levantem dificuldades em relação ao que foi lido, a fim de ter garantidas a compreensão e a  réplica do aluno diante do que leu. 

 

Leitura colaborativa 

A  essas  duas  formas  de  organização,  associamos  também  a  ideia  da  leitura  colaborativa6:  antes  da 

leitura  de  cada  trecho,  o  aluno  fica  conhecendo  algumas  questões  que  apontam  diferentes  focos  de  observação.  Assim,  ao  longo  dos  capítulos,  espera‐se  que  os  alunos  façam  uma  leitura  com  objetivos  prévios (por exemplo, observar algum aspecto de estilo do autor, algum encaminhamento do enredo,  certas  reações  de  um  personagem  etc.).  Na  data  marcada  pelo  professor  como  final  do  prazo  para  a  leitura  do  trecho  do  livro,  essas  observações  auxiliarão  a  se  organizarem  momentos  de  reflexão  e  compartilhamento das experiências de leitura e das compreensões dos textos.  

A  ideia,  portanto,  é  que  os  alunos  façam  a  leitura  do  trecho  programado  em  casa,  tendo  em  mente  alguns focos de observação sugeridos por questões postas antecipadamente num roteiro de leitura. Na  data marcada, essas questões servirão de mote inicial para as discussões sobre o trecho lido.  

Durante  as  discussões,  é  comum  que  muitos  queiram  falar  ao  mesmo  tempo.  Falar  um  de  cada  vez,  ouvir o outro e respeitar suas opiniões são procedimentos que precisam ser aprendidos. Combine com  os alunos que cada um terá sua vez de falar e vá trabalhando com eles o respeito às opiniões alheias. Dê  você mesmo o exemplo: ouça com atenção e considere o que todos quiserem dizer. Questione, mas não  despreze opiniões. O importante é que todos se sintam à vontade e que suas falas sejam valorizadas.   Deixe claro que não haverá nenhuma prova do livro. O que se pretende é verificar como se posicionam  em relação ao texto: o que apreciam ou não na história e na forma como é contada e por quê; o que  pensam em relação à situação vivida pelas personagens etc.; enfim, desafie‐os a se colocarem frente à  história:  “vocês  seriam  capazes  de  dialogar  com  o  livro;  de  emitir  uma  opinião  fundamentada  sobre  ele?”. 

 

A duração do projeto 

O projeto todo exigirá cerca de 6 aulas de aproximadamente 45 minutos, que deverão ser distribuídas 

ao longo de um bimestre.  

Depois  dessas  aulas,  sugere‐se  que  o  professor  consiga  se  organizar  para  que  seja  possível  passar  (na  íntegra ou no máximo em duas partes) o filme produzido a partir da história do livro. Isso significa que,  para  que  as  duas  horas  de  filme  sejam  assistidas  na  íntegra,  o  professor  provavelmente  precisará 

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negociar com colegas o remanejamento de algumas aulas ou dividir a exibição do filme em duas aulas.  Após  a  exibição  do  filme,  provavelmente  será  necessária  mais  uma  aula  para  que  se  possa  conversar  sobre o filme e compará‐lo com o livro. 

Caso o professor tenha regularmente aulas dobradas com a classe e queira fazer um trabalho em que  paralelamente vão se lendo trechos do livro e assistindo a trechos do filme, preparamos outra proposta  que prevê a utilização de 5 ou 6 aulas de 90 minutos. Para isso, procure a proposta sob o título Buracos  – Práticas de Leitura 7ª e 8ª séries – aulas 90 min. 

C

ronograma das aulas

AULA 1  AULAS 2/3    Datas:______         ______

 

    AULA 4    Data:_____    AULA 5    Data:____ _    AULA 6    Data:_____    AULA 7    Data:_____      Introdução  leitura  compartilhada   (até cap. 4)    Discussão  sobre  leitura feita  em casa   (até cap. 10)    Discussão  sobre  leitura  feita em  casa   (até cap.  34)     Discussão  sobre  leitura feita  em casa   (até cap. 50)     Comparação  entre livro e  filme 

Obs.:  Caberá  ao  professor,  se  assim  julgar  necessário,  redimensionar  o  número  de  aulas  estabelecido  para a execução do projeto de acordo com suas necessidades e rendimento da classe.  

R

ecursos necessários

Livro: Buracos, de Louis Sachar, editora Martins Fontes, para todos os alunos da classe.  Cópias do Cronograma e dos Roteiros de Leitura 1, 2 e 3 em número suficiente para toda a classe e uma  cópia da Lista de perguntas aula a aula para o professor.   DVD: O Mistério dos Escavadores  Sugestões de lojas on‐line, onde se pode encontrar o livro e o DVD7:  www.submarino.com.br   LIVRO – Buracos   DVD – O Mistério dos Escavadores  R$ 31,00 + frete  de: R$ 21,90 por: R$ 12,90 + frete    7  Consulta realizada em 07/08/2009. 

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6 www.americanas.com  LIVRO – Buracos  DVD – O Mistério dos Escavadores  R$ 27,90 + frete  R$ 17,90 + frete    www.videolar.com    LIVRO – Buracos  DVD – O Mistério dos Escavadores  Não vende livros  R$ 19,90 + frete    www.extra.com.br  LIVRO – Buracos  DVD – O Mistério dos Escavadores  Não tem o livro no catálogo.  R$ 19,90 + frete    www.livrariacultura.com.br  LIVRO – Buracos  DVD – O Mistério dos Escavadores  Esgotado  R$ 19,20 + frete          www.livrariasaraiva.com.br  LIVRO – Buracos  DVD – O Mistério dos Escavadores  R$ 32,50 + frete  R$ 44,90 + frete 

Aula 1

Material Necessário8  • TV e aparelho de DVD    • cópia do DVD O Mistério dos Escavadores  • livros para todos os alunos  PASSO 1 – Mobilizar para a leitura 

O  primeiro  contato  dos  alunos  com  o  livro  que  será  lido  é  fundamental  para  o  sucesso  do  trabalho. Deve ser um momento de “sedução”, no qual o mais importante é fazer com que o aluno se  interesse pela leitura do livro.  Nesse movimento de sedução, é também importante contextualizar o livro. Para isso, sugerimos  que, antes da distribuição dos volumes aos alunos, o professor instigue a curiosidade deles da seguinte  forma:  • assegure‐se de que os alunos ainda não vejam a capa do livro. De preferência leve apenas o seu livro  para a sala, já que os demais serão distribuídos apenas na aula seguinte;  8  Para facilitar o trabalho do professor, no final deste material há uma lista com nossas sugestões de perguntas que poderão ser feitas aula  a aula. É preciso ficar claro, porém, que é imprescindível que se leiam todas as orientações das atividades. Essa lista deverá servir apenas  de apoio para a memória do professor durante as aulas. 

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• escreva na lousa a palavra HOLES (pronuncia‐se “rols”, com o “r” espirado, saindo da garganta) e  diga aos alunos que essa é uma palavra da língua inglesa; 

• pergunte‐lhes  o  que  acham  que  essa  palavra  significa.  Depois  de  algumas  respostas,  se  ninguém  souber a tradução correta, diga que o significado é “buracos” e que esse é o título do livro que todos  da sala receberão para ler;  

Além de instigar a curiosidade dos alunos, saber o título original do livro também será importante para o  sucesso do Passo 2; 

• informe‐lhes  que  esse  livro  teve  sua  primeira  publicação  em  1998,  foi  escrito  por  um  autor  americano, Louis Sachar, e ficou durante um bom tempo na lista dos livros juvenis mais vendidos nos  Estados Unidos.  

Essas  informações  podem  dar  mais  crédito  ao  livro  pelos  alunos,  pois  perceberão  que  se  trata  de  um  livro  especialmente  escrito  para  a  faixa  etária  deles  e  que  tem  agradado  a  um  grande  número  de  leitores; 

• pergunte aos alunos que tipo de história eles imaginam que teria um livro com esse título. Deixe‐os  falar livremente, sem negar nem confirmar nenhuma das hipóteses levantadas; 

• finalmente,  mostre‐lhes  a  capa  do  livro  e,  com  base  nela,  pergunte‐lhes  qual  das  hipóteses  anteriormente levantadas poderia estar mais próxima da realidade. Ouça todas as opiniões, insista  sempre que os alunos as justifiquem, mas continue a deixar em suspenso qual seria a resposta mais  acertada. Ainda não distribua os livros. 

Além de instigar a curiosidade dos alunos, outra forma (talvez a mais importante) de o professor seduzi‐ los  para  a  leitura,  é  mostrar  entusiasmo  em  relação  ao  livro,  dizendo  o  que  sentiu,  pensou,  lembrou,  aprendeu,  enquanto  lia.  Se  o  professor  demonstrar,  de  forma  convincente,  que  já  leu  o  livro  e  que  achou a leitura instigante e muito interessante, os alunos ficarão mais inclinados a ler também. 

Assim, antes de continuar o trabalho, diga que esse livro é cheio de surpresas e que apresenta de tudo  um pouco: romance, amizade, mentira, traição, mistério, aventura, suspense, temperados com doses de  humor e, por isso, deve agradar a todos.  

PASSO 2 – Continuando a “sedução”: o DVD 

Para  complementar  esse  momento  de  “sedução”  inicial,  informe  aos  alunos  que  esse  livro  fez  tanto  sucesso que até virou filme.   Explicite que um dos objetivos do trabalho com o livro é, ao final da leitura, compará‐lo com o filme.  Deixe claro que, para isso, é fundamental que todos leiam o livro antes de assistir ao filme.  Em seguida, mostre aos alunos os trechos do DVD que trazem os comentários elogiosos sobre o livro,  feitos pelos atores e pelo diretor do filme.   Para isso, coloque o DVD no aparelho e, no “Main Menu” (Menu Principal), escolha a opção “Set up”  (Configuração). Ali, selecione “Subtitles” (Legendas) e, em seguida, “Portuguese” (Português). Volte para  o  Menu  Principal  e  selecione  “Bonus  Material”.  Dentre  as  opções  que  se  apresentarão,  selecione  “Digging the first hole” (Cavando o primeiro buraco). 

Repare que mesmo nas legendas em português, o nome do livro aparece sempre como Holes, por isso a  atividade com a palavra em língua inglesa do Passo 1 também é importante. 

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8 No  trecho  selecionado,  há  também  o  depoimento  do  autor  do  livro,  Louis  Sachar,  contando  o  que  o  inspirou a escrever essa história e qual foi seu processo de criação.  

Chame  a  atenção  dos  alunos  para  o  fato  de  o  autor  dizer  que  fez  pelo  menos  cinco  versões  do  livro  antes  de  considerá‐lo  pronto.  Lembre‐os  de  que  é  dessa  forma  que  as  pessoas  em  geral  procedem:  escrevem  e  reescrevem  seus  textos  até  que  possam  ser  considerados  prontos.  Alerte‐os  a  também  procederem sempre dessa forma quando forem escrever seus próprios textos. 

Depois  de  terminarem  de  assistir  a  todos  os  depoimentos  elogiosos  do  DVD  (aproximadamente  10  min.), espera‐se que os alunos estejam mais estimulados a ler o livro. Pergunte a eles quais as hipóteses  anteriormente levantadas sobre o livro parecem ser as que melhor combinam com o que viram no DVD  e se acreditam que essa leitura possa ser, de fato, interessante e prazerosa. Provavelmente a maioria  responderá que sim, uma vez que os depoimentos do DVD são bastante convincentes.  Anuncie que cada um deles receberá um livro na próxima aula. Sugerimos não entregar os livros nesta  aula, para não atrapalhar o planejamento da aula seguinte.  É importante que todos saiam desta aula bastante curiosos e ansiosos por começar a ler o livro. 

Aulas 2/3

Material necessário  • livros para todos os alunos  • cronograma impresso   • cópias em número suficiente do Roteiro de Leitura 19   PASSO 1 – Distribuição dos livros  

• Distribua  os  exemplares  a  cada  um  dos  alunos.  Faça  dessa  situação  um  momento  de  alegria.  Permita‐lhes  que  folheiem  seus  livros,  que  explorem  sua  capa,  a  quantidade  de  páginas,  que  festejem, mas lembre a todos que esses livros deverão ser devolvidos à biblioteca e, por isso, devem  ser tratados com cuidado, para que outros alunos também possam posteriormente se divertir com a  leitura.  PASSO 2 – Leitura da orelha   • Faça uma leitura em voz alta da orelha do livro. Em seguida, proponha algumas questões:   ¾ O que vocês acham que o autor da orelha quer dizer com “Louis Sachar tece uma narrativa  que embaraça e desembaraça...”?  Por enquanto, os alunos não terão condições de responder a essa pergunta com firmeza, mas somente  de  levantar  hipóteses.  No  decorrer  da  leitura,  no  entanto,  tendo  essa  questão  em  mente,  os  alunos  poderão  perceber  o  movimento  de  ida  e  volta  no  tempo  que  compõe  a  narrativa.  É  por  meio  desses 

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flashbacks que se explicam os encontros e desencontros dos personagens com os quais, afinal, é tecida  a curiosa trama da história. Assim sendo, sugerimos que essa questão seja retomada ao final da leitura  do livro para que os alunos se deem conta da estrutura desse romance.  ¾ A leitura da orelha ajudou‐os a antecipar melhor sobre o que o livro trata?  ¾ Ela ajudou‐os a confirmar ou refutar as hipóteses até agora levantadas?  ¾ Para que vocês acham que serve a orelha de um livro?  Espera‐se que os alunos percebam que as orelhas dos livros trazem informações que ajudam potenciais  leitores a se decidir sobre se desejam ou não ler (ou comprar) o livro e, ao mesmo tempo, auxiliam os  leitores a antecipar em certa medida o conteúdo do livro e a levantar hipóteses acerca do que será lido.   PASSO 3 – Cronograma de trabalho  • Esclareça aos alunos que vocês farão uma leitura programada, ou seja, a leitura da obra por partes,  com um tempo determinado para discussão da parte lida, tendo como base perguntas previamente  feitas, bem como discussão livre sobre aspectos que mais os tenham impressionado na obra.  

• Disponibilize  na  lousa  ou  distribua  impressos  do  cronograma  de  leitura  (os  originais  para  cópia  encontram‐se  no  final  deste  material).  Faça  uma  leitura  conjunta  do  cronograma  e  peça  que  os  alunos o copiem da lousa ou o colem no caderno.  • Também seria importante nesse momento que você apresentasse à turma, previamente, o processo  de avaliação do projeto. Esclareça que ele será avaliado pela sua participação nas aulas, pelo fato de  ter se proposto a pensar nas respostas às perguntas do roteiro e ler o livro.   PASSO 4 – Leitura compartilhada (capítulos 1 e 2)  Anuncie à classe que hoje todos vocês começarão a ler o livro juntos. Sabe‐se que, em geral, conseguir  ultrapassar a leitura dos primeiros capítulos de um livro é fator que assegura, em grande parte, que se  consiga  lê‐lo  até  o  final.  Assim,  sugerimos  a  leitura  compartilhada,  em  sala  de  aula,  dos  primeiros  capítulos do livro.  

Se possível, crie um clima mais confortável na sala, colocando as carteiras em círculo, ou leve os alunos  a  um  ambiente  mais  calmo  e  acolhedor.  A  ideia  é  que  os  alunos  associem  a  leitura  literária  a  um  momento prazeroso. 

Solicite  a  todos  que  abram  o  livro  na  página  de  rosto  e  vão  folheando  as  páginas  subsequentes,  observando o título, o nome do autor, quem fez a tradução, qual é a editora. Pergunte a quem o autor  dedicou o livro e qual é o título da Parte I (Você está entrando no acampamento do Lago Verde). 

Peça que parem na página 3 e inicie a leitura compartilhada dos capítulos 1 e 2.  

Para  que  a  leitura  não  fique  cansativa  para  os  alunos,  é  importante  que  seja  feita  de  forma  pausada,  com poucos tropeços e com as entonações sugeridas pela pontuação do texto. Por isso, nesse primeiro  momento, sugerimos que o próprio professor a faça. 

Oriente os alunos a levantar a mão caso queiram comentar alguma coisa ou não compreendam alguma  palavra  ou  trecho.  Não  responda  às  questões  de  imediato,  vá  dando  pistas  para  que  o  aluno  infira  a  resposta por si só. 

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10 Da mesma forma, não dê, de imediato, o significado de palavras que eles não conheçam. Tente fazê‐los  inferir o sentido da palavra no contexto, se isso for possível. 

PASSO 5 – Conversa sobre a leitura 

Depois  de  lidos  os  capítulos  1  e  2,  em  clima  de  conversa,  pode‐se  fazer  perguntas  que  estimulem  os  alunos a elaborar apreciações afetivas e/ou estéticas em relação aos recursos estilísticos utilizados pelo  autor, bem como apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos. Por exemplo: 

 

• Como  lhes  pareceu  a  descrição  do  acampamento?  Até  aqui,  o  autor  conseguiu  descrever  bem  o  “clima” do lugar? Como ele conseguiu passar esse “clima”? Você já formou uma imagem desse lugar  na sua cabeça?   • Caso vocês estivessem naquele local, o que mais lhes causaria mal?  • O que vocês acharam da forma com que as palavras “normalmente” e “sempre” foram usadas no  capítulo 1?   

A  forma  como  as  palavras  “normalmente”  foram  postas  em  destaque  contribui  para  que  a  palavra  “sempre”  ganhe  mais  ênfase  e  transmita  com  mais  dramaticidade  para  o  leitor  o  real  perigo  que  a  mordida de um lagarto de manchas amarelas representa.   • O que vocês acharam da escolha de Stanley?    Mais uma vez, Stanley agiu de forma ingênua, acreditando que o juiz o fosse enviar a um acampamento  semelhante aos acampamentos de férias frequentados pelas crianças de famílias ricas.  • O que vocês acham que vai acontecer no próximo capítulo?    Sempre estimule os alunos a estabelecer possíveis relações entre o que acabaram de ler e outras leituras feitas,  filmes assistidos...  Aproveite você também para expressar suas impressões. É importante que os alunos o vejam como um  leitor – assim como eles – que faz apreciações pessoais sobre o que lê.  PASSO 6 – Leitura compartilhada (capítulo 3) e mais conversa   Depois de conversar sobre os capítulos 1 e 2, ler em voz alta o capítulo 3. Em seguida, discutir as  questões abaixo sobre o que foi lido.   1. Como vocês descreveriam Stanley e sua a família?  Chame a atenção dos alunos para o fato de todos da família, apesar dos problemas, serem otimistas e  até ingênuos. Algumas passagens que comprovam isso: 

“Todos  eles  tinham  mais  uma  coisa  em  comum.  Apesar  de  tremendo  azar,  sempre  permaneciam  esperançosos. Como o pai de Stanley gostava de dizer: ‘Aprendo com o fracasso’.” 

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(...) 

“Você não precisa de advogado – dissera a mãe – Basta contar a verdade.”   

2. Como Stanley é fisicamente? 

Esta  pergunta  é  importante  por  dois  motivos:  primeiro  porque  a  transformação  física  de  Stanley  no  acampamento acompanha a transformação de seu caráter; e segundo porque, mais adiante, os alunos  perceberão que, no filme, o personagem de Stanley é vivido por um ator magro. 

 

3. O que Stanley e sua família diziam quando algo dava errado? Qual a origem da frase?  Eles diziam que era culpa do pilantra‐imundo‐nojento‐do‐ladrão‐de‐porcos do trisavô.  

Esta  frase  teve  origem  numa  praga  rogada  por  uma  cigana  que  se  sentiu  enganada  pelo  trisavô  de  Stanley. Por ter roubado o porco dessa cigana, ela teria amaldiçoado o trisavô de Stanley e todos os seus  descendentes. 

 

4. Vocês acreditam em pragas e maldições? 

Esta  pergunta  pressupõe  respostas  pessoais  dos  alunos.  Considere  o  que  todos  têm  a  dizer  e  tome  cuidado para não impor suas próprias crenças, já que a escola é uma instituição laica e os professores  não devem privilegiar nenhuma crença.  Procure garantir também que todos sejam ouvidos e que todas as opiniões sejam respeitadas.  Procure fazer os alunos compreender que, embora muitos possam não acreditar em pragas e maldições,  no âmbito da ficção tudo é possível. Sendo assim, procure levantar mais hipóteses com os alunos acerca  da continuação da história, perguntando se eles acreditam que a família vai se livrar ou não da tal praga.    Antes de dar continuidade à leitura, faça algumas questões de levantamento de hipótese:   • Digamos que realmente os Yelnats vivam sob o “domínio” de uma praga. Haveria um jeito deles se  livrarem dela? Como?  • De que forma vocês imaginam que o projeto de reciclar tênis do pai de Stanley poderia ter levado o  menino para a prisão?   PASSO 7 – Dando continuidade à leitura  Faça a leitura compartilhada do capítulo 4 e, em seguida, discuta as seguintes questões. 

1. Que  tipo  de  garoto  é  Stanley?  Corajoso,  tímido,  mau  caráter?  O  autor  cita  claramente  as  características  de  Stanley  (usando  adjetivos  qualificativos  diretamente  referentes  a  ele)  ou  ficamos sabendo delas pelas ações do garoto? 

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12 O  autor  declara  expressamente  que  Stanley  não  é  um  mau  rapaz  (pág.  7),  no  entanto  isso  fica  mais  evidente pelas atitudes dele. 

2. Quais trechos dos capítulos 3 e 4 demonstram o caráter de Stanley? 

Stanley  parece  ser  um  rapaz  bom  e  ingênuo.  Sua  ingenuidade  fica  evidente  no  capítulo  3,  quando  escolhe  ir  para  o  Acampamento  Vale  Verde,  acreditando  que  se  tratasse  de  um  lugar  como  os  acampamentos  para  onde  vão  as  crianças  ricas  durante  as  férias.  Três  passagens  do  capítulo  4,  em  especial, também mostram o bom caráter e a ingenuidade de Stanley: quando ele agradece o motorista  do  ônibus  pela  viagem;  quando  ele,  por  um  momento,  chegou  a  acreditar  que  era  para  ele  uma  das  garrafas de refrigerante que o chefe ofereceria ao guarda; quando ele ficou com pena do guarda e do  motorista, que teriam de fazer a viagem de volta no mesmo dia.   PASSO 8 – Preparação para a próxima aula  Para finalizar, faça perguntas de levantamento de hipótese acerca dos próximos capítulos.  • O que vocês acharam do Sr. Chefe? Ele vai facilitar ou dificultar a vida de Stanley? O que  há no texto que comprove sua opinião? 

Com  sua  forma  extremamente  direta  de  comunicar  as  regras  do  acampamento  a  Stanley,  Sr.  Chefe  parece ser um homem insensível e durão. Além disso, ele não deu água para Stanley beber quando este  declarou estar com sede. Assim sendo, provavelmente Sr. Chefe dificultará a vida do rapaz. 

 

• Com base nas características de Stanley vistas até agora, vocês acham que ele vai se dar  bem no Acampamento?  

Tudo  indica  que  Stanley  vai  ter  muitos  problemas,  por  causa  de  sua  ingenuidade  e  o  fato  de  estar  “sempre no lugar errado na hora errada”. No entanto, percebe‐se que, em muitas situações futuras, ele  agirá de forma bastante esperta para se safar de problemas e, conforme a narrativa vai avançando, ele  vai ficando cada vez mais esperto, forte e determinado. 

 

• Que tipo de situação poderá acontecer a ele daqui para frente? 

Aqui  os  alunos  poderão  levantar  inúmeras  hipóteses.  Ouça  atentamente  o  que  todos  quiserem  dizer.  Peça‐lhes  que  anotem  as  suas  hipóteses  e  aquelas  dos  colegas  que  acharem  mais  plausíveis  para,  ao  final da leitura, poderem confrontá‐las com o que de fato aconteceu. 

PASSO 9 – Leitura para casa 

Solicite que leiam até o capítulo 10 (da pág. 16 até a 53). 

Distribua o Roteiro de Leitura 1 e dê aproximadamente uma semana de prazo para a leitura, durante a 

qual eles deverão pensar nas questões que serão discutidas posteriormente em classe. 

O  professor  deverá  distribuir  o  Roteiro  de  Leitura  1  e  pedir  que  os  alunos  procurem  responder  às  perguntas  nele apresentadas. No entanto, como não queremos que a leitura do livro seja feita de forma “burocrática” e  sim reflexiva e prazerosa, é preciso ficar claro que as respostas não serão recolhidas nem avaliadas. Elas apenas  serão  utilizadas  na  próxima  aula  para  dar  apoio  às  discussões  que  serão  feitas.  Deixe  claro  aos  alunos  que  a 

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participação  nas  discussões,  sim,  é  que  servirão  de  base  para  a  avaliação  e,  assim  sendo,  provavelmente  aqueles que, durante a leitura, considerar as perguntas da ficha se sairão melhor nas discussões. 

Os alunos podem considerar que a leitura de 37 páginas em uma semana seja muito. Se isso acontecer,  chame  a  atenção  deles  para  o  fato  de  que  apenas  em  alguns  minutos  da  aula  de  hoje  foram  lidas  15  páginas  e,  se  considerarem  essa  proporção,  em  pouco  mais  de  dois  dias  eles  poderão  ler  o  que  foi  proposto. Diga‐lhes que certamente a leitura fluirá bem, pois, como já puderam notar, a linguagem do  livro não é difícil e há muitos diálogos, o que facilita a leitura. Além disso, há muitos espaços em branco  no início e no fim de cada capítulo. 

Se você tiver aula com essa classe durante o período em que os alunos estarão lendo em casa, aproveite para  estimulá‐los,  fazendo  algumas  perguntas,  com  o  intuito  de  instigar  a  curiosidade  dos  demais.  Peça  que  os  alunos apenas levantem a mão para respondê‐las e que não contem detalhes de nada, para não “estragar” a  leitura de quem ainda não leu. Algumas sugestões:   • Quem já chegou na parte em que Stanley cava o primeiro buraco, coitado? (O uso do adjetivo “coitado”  pode estimular os alunos a ler para saber por que Stanley é “coitado”.)   • Quem já chegou na parte em que Stanley encontra algo no buraco que cavou?   • Quem já chegou na parte da briga na sala de jogos?  

Aula 4

Material necessário  • Cópias em número suficiente do Roteiro de Leitura 2  PASSO 1 – Conversando sobre os capítulos lidos e incentivando quem ainda não começou a ler  Numa roda de conversa e num clima descontraído, pergunte aos alunos se as hipóteses levantadas na  aula anterior se confirmaram ou não. Em seguida, solicite que digam os títulos que eles pensaram para  os  capítulos  lidos,  justificando  as  escolhas.  Escreva  na  lousa  alguns  dos  melhores  títulos  para  cada  capítulo. 

Além  de  contribuir  para  o  desenvolvimento  da  capacidade  dos  alunos  de  fazer  generalizações,  mais  adiante,  essa  atividade  com  os  títulos  vai  ajudá‐los  na  tarefa  de  comparar  o  livro  com  o  filme,  pois  a  citação dos títulos os ajudará a lembrar a sequência dos acontecimentos narrados no livro.  Retome as perguntas que foram escritas no Roteiro de Leitura 1 e discuta com eles as respostas.   Para continuar estimulando a leitura do livro, é muito importante que se dê a palavra a todos que quiserem se  manifestar e que o professor demonstre interesse real, valorizando o que cada um deseja dizer.  Neste primeiro momento, a intenção principal da atividade não é verificar quem leu ou não,  mas sim  compartilhar informações e incentivar que todos deem prosseguimento à leitura.  1. No capítulo 7, há duas histórias intercaladas que se passam em tempos diferentes. Sobre o que falam  essas histórias? Há alguma relação entre elas? Qual?  (Leia observações abaixo.) 

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    2. Que apelido Stanley recebeu de seus companheiros? Você acha que o apelido combinou com ele?  Troglodita.    3. Qual é o apelido dos companheiros de Stanley?  Raio X, Bacalhau, Magneto, Sovaco, Ziguezague e Zero.    4. No capítulo 10, Stanley vai encontrar algo interessante enquanto cava. Como isso mudará a situação  dele?  Stanley encontrou um fóssil, mas isso não mudou a situação dele, pois Sr. Pendanski disse que esse  tipo de achado não interessava a ninguém.  Quando os alunos começarem a responder à pergunta 2, sobre as duas histórias ocorridas em tempos  diferentes e intercaladas no capítulo, ensine a eles que esse é um recurso bastante usado em literatura  e cinema, chamado flashback. Se considerar conveniente, escreva a definição de flashback na lousa.   Para o prosseguimento da leitura, é importante que os alunos compreendam o mecanismo pelo qual os  flashbacks funcionam, já que a estrutura narrativa de Buracos de baseia fortemente nesse recurso.  14 O flashback 

Flashback  é  a  interrupção  da  sequência  cronológica  da  narrativa  com  a  introdução  de  acontecimentos 

ocorridos anteriormente. É como se fosse uma volta (back) ao passado.  

Em  geral,  os  autores  recorrem  aos  flashbacks  para  mostrar  aos  leitores  acontecimentos  ocorridos  anteriormente na história, a fim de que compreendam melhor algum acontecimento atual da narrativa.   No  cinema,  o  flashback  também  é  um  recurso  típico  de  vários  gêneros,  sendo  mais  frequente  nos  filmes  policiais.  PASSO 2 – Pensem nisso!  Depois de retomarem o trecho lido e discutirem as questões do roteiro de leitura, proponha questões  para o desenvolvimento de capacidades de apreciação e réplica relativas a valores éticos e/ou políticos.  Por exemplo:  1. Foi uma boa ideia Stanley ter contado ao júri a verdade sobre o dia em que os tênis caíram em sua  cabeça?  A discussão aqui será em torno da polêmica questão sobre “até que ponto mentir é válido”.  No caso de Stanley, ele, de forma alguma, poderia ter mentido para a justiça, mas foi ingenuidade  declarar que os tênis caíram do céu. A forma como se expressou fez com que a verdade parecesse  mentira, devido à remota possibilidade de um par de tênis simplesmente cair do céu. 

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Talvez ele pudesse dizer, sem mentir, que encontrou os tênis na rua.   

2. O que influenciou na condenação de Stanley: o azar da família ou a ingenuidade dos pais? 

Se  considerarmos  válido  o  que  foi  exposto  na  resposta  à  questão  acima,  é  mais  provável  que  a  condenação  de  Stanley  tenha  sido  em  grande  parte  motivada  pela  ingenuidade  da  família  do  que  por azar. No entanto, se seguirmos a lógica do romance, é possível considerar que tenha sido uma  junção das duas coisas. 

3. O fato de Stanley ser de uma família pobre pode ter influenciado a sua prisão? De que forma? Por  quê? 

Sim. Por ser pobre, Stanley não podia pagar um advogado que o orientasse melhor. 

4. O  que  vocês  acham  do  tratamento  recebido  pelos  rapazes  no  Acampamento  Lago  Verde?  Vocês  acreditam que aquele tipo de tratamento, de fato, ajuda a recuperar jovens delinquentes?  PASSO 3 – Continuando a leitura  Para as próximas discussões, distribua o Roteiro de Leitura 2 e peça que os alunos continuem lendo o  livro até o capítulo 34 (pág. 159) para procurar respondê‐las. Determine um prazo de 15 a 20 dias para  essa leitura.  Para finalizar e instigar os alunos a continuar a leitura, conte‐lhes que nos próximos capítulos alguém 

encontrará  algo  realmente  interessante  num  dos  buracos  e  haverá  duas  fugas  inesperadas  do  Acampamento, que mudarão totalmente o rumo da história.   Deixe três perguntas no ar:  • O que será que vai ser encontrado? Quem encontrará?  • Quem será que vai fugir?  • Será que os fugitivos sobreviverão ao deserto?  Mais uma vez, é possível que os alunos considerem que eles deverão ler muitas páginas num período  muito  curto.  Se  isso  acontecer,  seja  firme  e  chame  a  atenção  dos  alunos  para  o  fato  de  o  texto  ser  composto  basicamente  de  diálogos,  o  que  facilita  bastante  a  leitura.  Além  disso,  dificilmente  um  capítulo ultrapassa 4 páginas (o que também agiliza o ritmo da leitura). 

Em  último  caso,  apele  para  um  argumento  de  que  todo  capítulo  começa  no  meio  de  uma  página  e  o  restante  dela  fica  em  branco.  Portanto,  o  que  parece  ser  100  páginas  de  texto,  na  realidade  é  muito  menos. 

Para verificar se os alunos estão conseguindo ler num ritmo razoável e para incentivar a leitura daqueles que  ainda não estão muito animados, destine alguns minutos de uma ou outra aula que vocês tiverem durante o  período  em  que  os  alunos  estarão  lendo  em  casa  e  aproveite  para  estimular  a  leitura,  fazendo  algumas  perguntas, com o intuito de instigar a curiosidade da classe.  

Como  sugerimos  anteriormente,  peça  que  os  alunos  apenas  levantem  a  mão  para  respondê‐las  e  que  não  contem detalhes de nada, para não “estragar” a surpresa de quem ainda não leu. Algumas sugestões:  

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16 • Quem já chegou na parte em que é encontrado algo considerado interessante pela Direção?  • Quem já chegou na parte da fuga? Engraçado, não é?  • Quem já chegou na parte em que os meninos estão no deserto? Será que sobreviverão? Como?  Se sobrar tempo na aula, faça uma leitura compartilhada a partir do capítulo 11. 

Aula 5

Material necessário  • Cópias em número suficiente do Roteiro de Leitura 3. 

Peça  para  aqueles  que  leram  além  do  capítulo  34  que  não  revelem  o  que  virá  a  seguir  na  história,  para  não  estragar o prazer da descoberta dos outros alunos.  PASSO 1 – Checando hipóteses  Retome as perguntas de levantamento de hipóteses feitas ao final da última aula:  • O que será que vai ser encontrado? Quem encontrará?  Stanley encontrará um objeto dourado que parecia uma cápsula de bala de espingarda, mas que, afinal,  era a tampa do batom de Katie Barlow.  • Quem será que vai fugir?  Primeiro, fugiu Zero; depois, Stanley.  • Será que os fugitivos sobreviverão ao deserto?  Ainda não será possível responder a essa pergunta. Assim, o suspense permanecerá. 

Em  seguida,  pergunte  aos  alunos  se  aconteceu  o  que  eles  tinham  imaginado  ou  não  e  o  que  eles  acharam do encaminhamento dado ao enredo pelo autor.  PASSO 2 – Conversando sobre a leitura  Retome as questões do Roteiro de Leitura 2 e discuta as respostas com a turma.  1. Continue criando títulos para cada capítulo.  Solicite que os alunos digam os títulos que eles criaram para os capítulos lidos, justificando as escolhas.  Escreva na lousa alguns dos melhores títulos para cada capítulo. O ideal é que seja listado mais de um  título por capítulo. Sugira que os alunos copiem os outros títulos em suas fichas.  Como já foi apontado, essa atividade com os títulos não só pode contribuir para o desenvolvimento da  capacidade dos  alunos  de  fazer  generalizações,  mas  também  vai  ajudá‐los,  mais  adiante,  na tarefa  de  comparar  o  livro  com  o  filme,  pois  a  citação  dos  títulos  os  ajudará  a  lembrar  a  sequência  dos  acontecimentos narrados no livro. 

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2. Faça uma lista dos capítulos em que há flashbacks.  Capítulos em que há flashbacks: 23, 25, 26, 28.  

Esta questão e a seguinte têm como objetivo verificar se os alunos estão conseguindo perceber o que  são os flashbacks e a função que eles exercem na narrativa. 

Atenção:  quando  algum  personagem  apenas  se  refere  –  seja  num  diálogo  seja  em  pensamento  –  a  um  fato  ocorrido no passado, isso não caracteriza um flashback.  

O  flashback  deve  ser  uma  clara  interrupção  do  fio  da  narrativa,  em  que  se  introduz  uma  outra  narrativa  independente, desenvolvida num tempo anterior ao da narrativa principal.  3. Dentre os capítulos lidos, há o episódio de Sam e Katherine. O que esse flashback  esclarece sobre a história toda? O que você achou do desfecho do episódio desses dois  personagens?  Explica por que o lago secou e como Katherine se transformou em Kate Barlow, a Beijoqueira.  Comentário importante  É bastante triste o episódio desses dois personagens, não só porque o amor deles não pode se realizar  devido à morte de Sam, mas principalmente porque isso aconteceu por causa de racismo. Permita que  os  alunos  se  manifestem  livremente  sobre  essa  questão.  Aproveite  a  situação  e  não  deixe  de  fazer 

comentários sobre quão condenável é qualquer atitude racista.  

Conte aos alunos que até meados da década de 1960, nos Estados Unidos, os negros eram totalmente  segregados:  não  tinham  direito  a  voto,  tinham  de  frequentar  escolas  diferentes  das  dos  brancos,  não  podiam frequentar a mesma igreja e só podiam se sentar nos bancos dos fundos dos ônibus públicos,  entre outras segregações.  Hoje a situação é bastante diferente tanto lá como aqui, mas não se pode negar que todos nós ainda  temos de brigar muito para que o fim do preconceito seja uma realidade.   4. Relacione as partes das quais você mais gostou e das quais menos gostou, justificando. Professor, ouça com atenção e considere o que todos quiserem dizer. Questione, mas não despreze opiniões. O  importante é que todos se sintam à vontade e que suas falas sejam valorizadas  • Depois de retomar as questões, discuta as seguintes:  1. O que vocês acharam do personagem Truta Walker e da reação das pessoas da cidade em  relação a Sam e Katherine?  A reação dos habitantes de Vale Verde, instigados por Truta Walker, é claramente racista, inadmissível  nos  dias  de  hoje.  Mas  Truta  não  reage  apenas  por  racismo.  Na  realidade,  ele  usa  do  racismo  da  população, atitude comum naquela época, para se vingar de Katie, que o havia rejeitado. 

PASSO 3 – Preparando as discussões da próxima aula 

Distribua o Roteiro de Leitura 3 e peça para os alunos lerem em casa da página 159 até o final do livro.  Determine um prazo de 15 a 20 dias para essa leitura. 

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18 Levante  hipóteses  com  os  alunos  de  como  eles  acreditam  que  terminará  a  história  para  os  principais  personagens (Stanley, Zero, a família de Stanley, os meninos da tenda D, Sr. Sir, Pendanski e a Direção).  Se possível, anote algumas na lousa e peça que os alunos as copiem no Roteiro de Leitura 3, para que  sejam checadas ao término da leitura e na próxima aula sobre o livro.  

Caso não dê tempo de fazer esta atividade ainda nesta aula, apenas peça que os alunos escrevam no  Roteiro suas hipóteses, antes de dar continuidade à leitura. 

Durante  o  tempo  em  que  os  alunos  estarão  terminando  a  leitura  em  casa,  não  deixe  de  destinar  alguns minutinhos de uma ou outra aula para verificar como anda a leitura, se a maioria está lendo, se  estão com alguma dificuldade etc. 

Como nas situações anteriores, no período em que os alunos deverão estar fazendo a leitura em casa, durante  uma ou outra aula, faça perguntas sobre o ritmo em que estão conseguindo ler. Peça que eles apenas levantem  a  mão  para  responder  às  perguntas  a  seguir  e  que  não  contem  detalhes  de  nada,  para  não  “estragar”  a  surpresa  de  quem  ainda  não  leu.  Por  outro  lado,  não  deixe  de  elogiar  alguns  trechos  que  serão  lidos.  Veja  algumas sugestões:  

• Quem já chegou na parte em que Zero faz uma confissão? Não contem o que era, mas a confissão é bem 

surpreendente, não é?  

• Quem  já  chegou  na  parte  em  que  os  dois  meninos  decidem  voltar  ao  acampamento?  Será  que  eles 

conseguem? Por favor, quem já leu essa parte não conte a ninguém para não perder a graça. 

• Quem  já  chegou  na  parte  em  que  Stanley  e  Zero  caem  num  buraco  cheio  de  lagartos?  Será  que  os  dois 

sobrevivem? Por favor, quem já leu essa parte não conte a ninguém para não perder a graça.  • Quem já terminou de ler o livro? 

Aula 6

PASSO 1 – Checando hipóteses  Inicie a aula indagando aos alunos se o livro terminou como eles imaginavam, se eles se surpreenderam  ou se ficaram frustrados. 

Pergunte  também  sobre  qual  parte  eles  mais  gostaram  e  de  quais  não  gostaram.  Não  se  esqueça  de  insistir para que sempre justifiquem suas respostas. 

PASSO 2 – Mais um pouco de conversa 

Depois da checagem de hipóteses, discuta as seguintes questões:  1. O que o flashback do capítulo 49 ajuda a explicar?  

Stanley  e  Zero  passaram  dias  na  montanha  alimentando‐se  apenas  de  cebola.  Esse  flashback, que mostra o suco de cebola sendo usado para espantar lagartos, explica  por que os dois garotos não foram mordidos pelos répteis quando estavam cercados  por eles no buraco. 

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2. Retome  a  pergunta  feita  na  primeira  aula,  quando  foi  lida  a  orelha  do  livro:  O  que  vocês acham que o autor da orelha quer dizer com “Louis Sachar tece uma narrativa  que embaraça e desembaraça...”? 

Agora os alunos terão mais condições de respondê‐la, pois devem ter percebido que os flashbacks, as  coincidências  e  inter‐relação  dos  acontecimentos  passados  e  presentes,  muito  bem  amarrados  pelo  autor, fazem com que o enredo do livro pareça mesmo algo muito bem tramado.  

Desafie‐os  a  desembaraçar  essa  trama,  apontando  as  inter‐relações  entre  os  acontecimentos  do  romance.  

Leve‐os a reparar que nada do que está escrito no livro fica “solto”. Alguns exemplos:  

• na página 24, já está escrito que os tênis de Clyde Livingston tinha um forte chulé. No fim do livro, é  o próprio Clyde quem faz o comercial do Sploosh. 

• Um  erro  de  tradução,  por  sinal,  faz  com  que  se  perca  outra  coincidência:  no  original,  o  doce  de  pêssego que Zero encontra embaixo do barco de Sam é apelidado de Sploosh pelo menino, ou seja,  o mesmo nome que depois é batizado o produto criado pelo pai de Stanley. No entanto, na tradução  para o português, o tradutor preferiu usar a palavra “tchum” para o doce e Sploosh para o produto  antichulé.    • O cheiro do produto é de pêssegos, a mesma fruta das compotas de Katherine Barlow.  • Zero era descendente de Madame Zeroni. O fato de ter comido as compotas de pêssegos de Kate  Barlow  fez  com  que  passasse  mal  e  fosse  carregado  nas  costas  por  Stanley,  como  mandava  a  profecia da cigana.  

• As cebolas de Sam é que salvam Stanley e Zero. 

• Se Stanley não tivesse ensinado Zero a ler, ele não teria provado que a mala com o tesouro pertencia  ao avô do amigo. O que facilitou a Zero a leitura do sobrenome de Stanley provavelmente foi o fato  de Zero ter tentado ler o nome de Mary Lou que estava de ponta cabeça no barco abandonado.  • Sr.  Sir  vivia  dizendo  que  o  Acampamento  Lago  Verde  não  era  para  bandeirantes,  mas  ele  se 

transformou num acampamento de bandeirantes no final.  Discussão Final  • Stanley termina sua aventura do mesmo jeito que a começou? Como ele era no início da narrativa e  como ele estava ao final?   Não, Stanley passa por uma grande transformação. Perde a sensação de que é azarado, fica mais forte,  corajoso e autoconfiante.  

Aula 7

Material necessário  • Livro, TV, aparelho de DVD e cópia do DVD O Mistério dos Escavadores.  

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20

Comparando livro e filme 

Peça que assistam ao filme com dois objetivos: 

1. Comparar  as  sensações/emoções  que  tiveram  durante  a  leitura  e  enquanto  estão  assistindo  ao  filme.  2. Observar se há diferenças entre o enredo do livro e o do filme.  Caso não haja tempo de fazer uma discussão logo após o final do filme, peça que os alunos anotem suas  observações para que possam participar das discussões na próxima aula.  O objetivo do primeiro item é que percebam que, em certos momentos, a leitura emociona mais do que  o filme e, em outros momentos, ocorre o contrário. Isso porque cada uma das linguagens tem recursos  próprios  que  nos  tocam  de  diferentes  formas.  Procure  fazer  com  que  os  alunos  justifiquem,  aqui  também, as suas respostas. 

Com relação ao item 2, a seguir damos algumas dicas. É bastante possível que os alunos notem outras  diferenças. Nesse caso, peça que comprovem com passagens do livro ou do filme. 

Algumas diferenças 

Você  deverá  ter  reparado  que,  na  realidade,  não  há  muitas  diferenças  entre  o  romance  e  o  filme.  Se  observarmos a estrutura do texto, veremos que é composto em grande parte por diálogos, o que deve  ter facilitado sua transposição para o roteiro de cinema.   Algumas das diferenças mais evidentes dizem respeito à tradução, à transposição de algumas falas do  narrador do livro (já que no filme não há um narrador) e limitações práticas e materiais da produção do  filme. Vejamos.  • No livro, Stanley é um garoto gorducho e no filme ele é magro.  Motivo provável: em uma das faixas bônus do DVD, a diretora de elenco justifica o porquê de Stanley  ser magro no filme. Segundo ela, como Stanley emagrece muito no livro, seria difícil arrumar um ator  adolescente que conseguisse emagrecer tanto  num período tão curto  como os da filmagem, sem que  ele tivesse sua saúde prejudicada. Além disso, ainda segundo a diretora de elenco, as cenas não foram  filmadas na ordem em que aparecem no filme. De acordo com o cronograma de filmagem, em alguns  dias seriam filmadas cenas do começo e do fim do filme. Assim, como poderia o ator estar no mesmo  dia  mais  gordo  e  mais  magro?  A  opção  foi,  então,  escolher  o  melhor  ator  para  o  papel,  independentemente do tipo físico.  • Alguns apelidos foram trocados   Motivo provável: dificuldade/problema de tradução  Há diferença dos apelidos nas versões dublada e legendada do filme, portanto as respostas dependerão  de qual das duas versões o professor escolheu para passar para a classe.  Na versão dublada, Sr. Chefe é chamado de “Meu Senhor”; na versão legendada, ele é chamado de Sr.  Sir. 

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O personagem Saco de Vômito do livro é chamado de Vomitão na versão dublada e de Saco de Latidos  na versão legendada.  No livro, Stanley é apelidado de Troglodita. Tanto na versão dublada quanto na legendada, é chamado  de Homem da Caverna.  No filme, Bacalhau se chama Lula (Squid).  • Uma ação substitui uma fala do narrador   Motivo provável: não há a figura do narrador no filme, portanto, o que ele fala deve ser posto na boca  de um personagem ou traduzido em ações. 

Isso  ocorreu  com  o  primeiro  capítulo  do  livro,  que  foi  quase  que  literalmente  falado  por  Sr.  Sir  nas  primeiras cenas do filme, quando ele recepciona Stanley ao chegar no Acampamento. 

Mais adiante, a cena em que Sr. Sir atira num lagarto não existe no livro. Essa cena provavelmente entra  no  lugar  do  capítulo  8,  no  qual  há  apenas  a  descrição  dos  lagartos  de  manchas  amarelas  feita  pelo  narrador. Como não há narrador no filme, inseriu‐se uma ação que demonstra o medo de alguém ao se  deparar com o terrível réptil.  • Os lagartos não são exatamente iguais no livro e no filme10  Motivo provável: a equipe de produção do filme não conseguiu encontrar lagartos mansos e com olhos  vermelhos.  Os lagartos não têm olhos vermelhos no filme. Provavelmente a produção do filme teve dificuldade em  encontrar lagartos com olhos vermelhos.  • Pequenas diferenças no enredo  Uma diferença marcante é a caracterização do estado de saúde de Zero depois que ele bebe o tchum.  No livro, temos a impressão de que ele pode, de fato, vir a morrer de intoxicação. No filme, seu estado  de saúde não parece tão dramático. 

O  final  também  é  um  pouco  diferente.  No  filme,  Sr.  Sir,  a  Direção  e  Pendanski  vão  presos.  No  livro,  apenas ficamos sabendo que o Acampamento foi fechado pela justiça e a Direção acabou vendendo as  terras para um acampamento de bandeirantes. Não se fala de prisão nenhuma. 

Certamente  os  alunos  encontrarão  muitas  outras  diferenças.  Solicite  que  comprovem  isso  citando  partes do livro e do filme.    • Se ainda houver tempo, assistir às cenas que foram cortadas no filme e perguntar:   Vocês acham que essas partes foram cortadas por quais motivos?  Para acessar as cenas cortadas apresentadas no DVD, vá no Menu Principal, selecione “Bonus Material”  e depois, “Deleted Scenes”.  10  Em uma das faixas bônus do DVD (The boys of the D‐Tent), há um trecho em que o responsável pelos animais na produção do filme  explica os critérios de escolha dos lagartos usados. 

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22 Muitos  podem  ser  os  motivos  para  as  cenas  terem  sido  cortadas:  necessidade  de  não  permitir  que  o  filme ultrapassasse 120 minutos, excesso de dramaticidade das cenas, inadequação das cenas ao público  etc. 

CRONOGRAMA 

AULA 1  AULAS 2/3    Datas:______         ______    AULA 4    Data:_____    AULA 5    Data:_____    AULA 6    Data:_____    AULA 7    Data:_____      Introdução  leitura  compartilhada   (até cap. 4)    Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 10)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 34)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 50)     Comparação  entre livro e  filme      AULA 1  AULAS 2/3    Datas:______         ______    AULA 4    Data:_____    AULA 5    Data:_____    AULA 6    Data:_____    AULA 7    Data:_____      Introdução  leitura  compartilhada   (até cap. 4)    Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 10)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 34)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 50)     Comparação  entre livro e  filme    AULA 1  AULAS 2/3    Datas:______         ______    AULA 4    Data:_____    AULA 5    Data:_____    AULA 6    Data:_____    AULA 7    Data:_____      Introdução  leitura  compartilhada   (até cap. 4)    Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 10)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 34)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 50)     Comparação  entre livro e  filme    AULA 1  AULAS 2/3    Datas:______         ______    AULA 4    Data:_____    AULA 5    Data:_____    AULA 6    Data:_____    AULA 7    Data:_____      Introdução  leitura  compartilhada   (até cap. 4)    Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 10)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 34)     Discussão  sobre leitura  feita em casa   (até cap. 50)     Comparação  entre livro e  filme 

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LISTA DE PERGUNTAS AULA A AULA 

Para facilitar o trabalho do professor, apresentamos aqui nossas sugestões de questões para discussão aula a  aula.  É preciso ficar claro, porém, que é imprescindível que se leiam todas as orientações das atividades. Esta lista  deverá servir apenas de apoio para a memória do professor durante as aulas. 

Aula 1

♦ Levantando de hipóteses:  • O que significa HOLES?  • Que tipo de história vocês imaginam que teria um livro com esse título?  • Agora, olhando a capa do livro, que tipo de história vocês acham que este livro conta?  Justifiquem suas respostas. 

Aulas 2/3

♦ Depois da leitura da orelha do livro:  • O que vocês acham que o autor da orelha quer dizer com “Louis Sachar tece uma narrativa que  embaraça e desembaraça...”?  • A leitura da orelha ajudou‐os a antecipar melhor sobre o que o livro trata?  • Ela ajudou‐os a confirmar ou refutar as hipóteses até agora levantadas?  • Para que vocês acham que serve a orelha de um livro?  ♦ Após a leitura dos capítulos 1 e 2:  • Como lhes pareceu a descrição do Acampamento? Até aqui, o autor conseguiu descrever bem o  “clima” do lugar? Como ele conseguiu passar esse “clima”? Você já formou uma imagem desse  lugar na sua cabeça?   • Caso estivessem naquele local, o que lhes causaria mais mal?   • O que vocês acharam da forma com que as palavras “normalmente” e “sempre” foram usadas no  capítulo 1?  • O que vocês acharam da escolha de Stanley?  • O que vocês acham que vai acontecer no próximo capítulo? 

Referências

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